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Identificação de feições morfológicas de praias através de Imagens de Satélite Quickbird

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Academic year: 2021

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Identificação de feições morfológicas de praias através de Imagens de Satélite Quickbird

Patricia Fernanda Passos de Oliveira1 Renê Jota Arruda de Macêdo1

Hewerton Alves da Silva1 Eduardo Paes Barreto1

Elisabeth Regina Alves Cavalcanti Silva1 Valdir do Amaral Vaz Manso¹

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Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Endereço: Avenida Acadêmico Helio Ramos, s/n Cidade Universitária. Recife – PE. CEP: 50740-530.

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nanda_fox@hotmail.com; 2renemacedo@hotmail.com; 3he.wasufpe@gmail.com. 4

edubarretoy@hotmail.com; 5bellhannover@hotmail.com, 6vazmanso@uol.com.br.

Abstract

The coast morphology is the result of a set of variables among which are the hydrodynamic processes, geological and climatological. Morphological variations that occur with beach profile due to seasonal changes in wave energy, are the product of an intense and dynamic displacement of sediment, and the knowledge of morphology praial by monitoring a stretch of beach and its adjacent background checks maintaining a tendency erosive or progradational. To conduct the study, we used sensor Quickbird images of 2005. It was observed using image embayment, tidal flows, cusps (rhythmic beaches), rip currents, spikes forming features of erosion and sediment accumulation. It was concluded that this method allows simple and rapid identification of morphological features and morphodynamic praiais, and can also be used as a tool for identifying risk to bathers.

Palavras - Chave: Morfologia, estágios morfodinâmicos, sedimentos, ondas. 1. Introdução

A zona costeira brasileira abriga uma diversidade de ambientes sendo uma das áreas de maior modificação diária em sua natureza, pois, sobre esta, atuam diversos processos antrópicos (uso desordenado, exploração de recursos naturais, etc.) e processos hidrodinâmicos (correntes litorâneas, ondas, marés, etc.). Devido à zona costeira estar acessível a estas modificações, a preocupação em conhecer melhor este ambiente faz com que pesquisadores desenvolvam estudos multidisciplinares com o intuito de auxiliar na tomada de decisões político-ambientais (SILVA, 2010).

A morfologia costeira é o resultado de um conjunto de variáveis entre os quais se encontram os processos hidrodinâmicos, geológicos e climatológicos. Geralmente a influência de forças naturais pode ser dividida em processos de longa duração, como a forma da morfologia costeira sobre longas escalas espaciais na ordem de quilômetros ou mais e processos de curta duração, como eventos de tempestades que causam impactos de lugar para lugar em apenas poucas horas (MENEZES, 2008).

Variações morfológicas que ocorrem com o perfil da praia, devido a alterações sazonais na energia das ondas, são produto de um intenso e dinâmico deslocamento de sedimentos. Trata-se de uma troca constante de material que ocorre entre a parte emersa e submersa da praia, além, do deslocamento que ocorre lateralmente (SILVA, 2006).

De acordo com Pontes e Araújo (2006), o conhecimento da morfologia praial, através do monitoramento de uma faixa de praia e de seu fundo adjacente verifica a manutenção de uma tendência erosiva ou progradacional. Avaliando-se desta forma a variabilidade vertical do

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de mudança, características deste ambiente. Modificações neste ambiente provocarão alterações também na relação da macrofauna e meiofauna do ambiente praial, como mudanças na permeabilidade, e nas trocas de oxigênio e nutrientes. Por tanto o conhecimento deste ambiente possibilitará um melhor planejamento e gestão das zonas costeiras. Diante disto o trabalho teve o objetivo de identificação e analise das feições morfológicas de algumas praias do município de Ipojuca-PE.

1.2 Localização da Área de Estudo

O trecho estudado abrange as praias do Cupe, Porto de Galinhas, Maracaípe, Enseadinha, Serrambi, localizadas no município de Ipojuca (Figura 1), que se destaca dentre os municípios do litoral sul de Pernambuco pela grande demanda turística que tem como principal destino Porto de Galinhas e praias adjacentes, bem como uma ampla rede de serviço hoteleiro que se instala e se expande a cada ano. Esta demanda crescente vem gerando riquezas ao município e atraindo mais empreendimentos (MACEDO, 2011).

Uma característica importante neste trecho de praia é a presença de recifes, que são considerados como testemunhos do nível relativo do mar mais alto que o atual, durante o Quaternário (DELIBRIAS & LABOREL, 1971 apud COUTINHO et al., 1997). Comportam-se como uma proteção natural diante da ação das ondas mais fortes e altas, amortecendo o impacto das mesmas. Podem ser de origem arenítica, de corais ou algálicos. Os recifes de arenito ocorrem de forma linear e paralelamente à costa, nem sempre contínuos, servindo de substrato para o desenvolvimento de corais e algas calcárias. Nas suas extremidades podem ocorrer fenômenos de difração e refração das ondas, ocasionando processos erosivos pontuais, bem como formando uma linha de costa irregular, com alternância de pequenas enseadas e pontais arenosos (BORBA, 1999).

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O clima da área de acordo com Köppen, (1931) é do tipo Ams’, sendo caracterizado pelo tipo megatérmico, com temperatura do ar sempre superior a 18ºC. A precipitação total anual possui média acima dos 2000 mm, e apresenta chuvas de monções durante quase todo o ano, com uma estação seca bem definida e relativamente curta que ocorre no outono. As temperaturas médias anuais registram uma variação entre 25ºC (mínimas) e 30ºC (máximas).

O sistema de ondas oceânicas que aportam as áreas costeiras do Estado de Pernambuco, em função da significativa constância na velocidade e direção do sistema de ventos, tem grande influência no transporte de sedimentos à praia. As ondas de direção E-SE, associadas a ventos de mesma direção, têm altura média de 1 a 1,5 m e períodos de 5 a 7 s, dominantes durante todo ano (Hog-Ben & Lumb, 1967; U.S.Navy, 1978; in Dominguez et al., 1992 apud MMA, 2006).

As marés que atuam, predominantemente, na costa pernambucana pertencem às classes fracas mesomaré e forte mesomaré. Estas são classificadas como semidiurnas com período de aproximadamente 750 minutos, apresentando duas preamares e duas baixamares por dia lunar (MACÊDO, 2011).

2. Metodologia de Trabalho

Para realização do trabalho foram utilizadas Imagens do sensor Quickbird do ano de 2005. Estas imagens possuem resolução espacial de 0,7m que são bastante importantes para este tipo de estudo. Na imagem do sensor Quickbird não houve a necessidade de nenhum tipo de registro, pois a mesma foi adquirida em formato de mosaico georreferenciado no Datum SAD 1969 (MACÊDO, 2011). Para uma melhor visualização dos alvos o histograma da imagem foi reamostrado, utilizando o método estatístico Minimum e Maximum e posteriormente foi realizada uma interpretação visual das principais feições morfológicas identificadas nas praias.

3. Resultados e Discussão

As praias do trecho analisado possuem feições morfológicas relacionados em sua maioria à proximidade dos recifes à linha de costa ou então são feições relacionadas à variação das marés. Observa-se a presença de beachrocks paralelo e contínuo próximo às praias que absorve a energia das ondas e que causa a formação de uma feição sedimentar similar a um terraço de maré baixa, (figura 2A), já a sua descontinuidade formou um embaiamento (figura 2B), na qual as ondas antes de alcançarem as aberturas apresentam um padrão de aproximação linear e paralelo à linha de costa e, a partir da abertura, em direção à praia, forma-se um padrão curvilíneo com semicírculos com centros no ponto médio da abertura. O resultado é a distribuição dos raios das ondas em forma de leque, gerando um fluxo bidirecional a partir do ponto central da abertura, originando a circulação de um transporte de sedimento em direção das extremidades formando um arco de praia ou célula, (ORLA, 2003). Na figura 2C, pôde-se visualizar pela imagem marcas de fluxo d´água ou marcas de escoamento superficial, podendo estar também relacionado ao lençol freático costeiro explotando água devido a baixa inclinação do estirâncio. Na figura 2D, observa-se a formação de uma saliência relacionado a presença dos recifes que tem a capacidade de dissipar energia das ondas, proporcionando condições de deposição de areia próximo à linha de costa.

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Figura 2: Feições morfológicas de encontradas na área de estudo; A- Terraço de maré

baixa na praia de Serrambi, B- Embaiamento desenvolvido pela descontinuidade dos beachrocks na praia de Serrambi C- Fluxos de maré na praia de Enseadinha. D- Ponta arenosa formada devido à acumulação de areia relacionada aos beachrocks em Maracaípe.

Na figura 3A a presença de vegetação na pós-praia e de cúspides são bastante notáveis. As cúspides são feições morfológicas rítmicas que respondem rapidamente às mudanças das condições de marés, ondas e marulhos (swells) que estimulam a sua construção, enquanto ondas gravitacionais oblíquas tendem a reduzir a proeminência de sua morfologia, já que a sua formação é mais favorável quando as ondas aproximam-se normais à praia (Masselink et al. 1997).

Na figura 3B ocorrem as correntes de retorno, que de acordo Shepard, (1941) são identificadas como a forma principal de drenagem da massa d’água movimentada pela arrebentação das ondas, principalmente na zona de surfe. Essas correntes podem expor os banhistas a risco de afogamento, pois podem levá-los para longe da praia devido à grande velocidade do fluxo d´água, que também é responsável pelo transporte de sedimentos.

A utilização de espigões como forma de contenção à erosão e proteção de praia pode ser observada na figura 3C, esta estrutura causa acúmulo e retirada de sedimento, alimentando os compartimentos de praia entre eles, interrompendo o transporte da deriva litorânea ao longo da costa. Na figura 3D observa-se um padrão retilíneo e paralelo à praia causando um perfil sem muitas outras feições morfológicas, resultado da presença dos beachrocks, que faz com que as ondas sejam dissipadas antes de chegarem á praia.

A B C D Embaiamento Ponta arenosa A Fluxos d´água ou marcas de escoamento Terraço de Maré baixa

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Figura 3: Feições morfológicas de encontradas na área de estudo; A- Cúspides e a

presença de vegetação na pós praia, em Maracaípe; B- Corrente de retorno e Cúspides bem desenvolvidos com crista e cava em Porto de galinhas; C- Espigões na praia de Enseadinha; D- Padrão retilíneo da praia sem muitas feições na praia do Cupe.

4. Conclusão

Essa análise permite a identificação simples e rápida de feições morfológicas e de estágios morfodinâmicos praiais. Pode ser usada também como forma de identificação de risco à banhistas, já que correntes de retornos, alterações na topografia da praia(cúpides) e recifes, são componentes isolados ou conjugados que podem oferecer algum tipo de perigo à afogamento.

Agradecimentos

A primeira autora e o segundo autor são gratos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pela bolsa de mestrado e doutorado.

5. Referências Bibliográficas

BORBA, A. L. S. Estudos Sedimentológicos, Morfodinâmicos e da Vulnerabilidade das Praias de Piedade,

Candeias e Barra de Jangadas - Município de Jaboatão dos Guararapes-PE. 1999. Dissertação (Mestrado

em Geociências). Universidade Federal de Pernambuco. 1999.

MACÊDO, R. J. A. Caracterização Morfodinâmica e Geoambiental da Praia de Maracaípe, Ipojuca – PE. 2011. Dissertação (Mestrado em Geociências). Universidade Federal de Pernambuco.

A B C D Beachrocks s Correntes de retorno Cúspides Vegetação na Pós-praia Cúspide Remoção de sedimento Acúmulo de sedimento

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro. 2006. MMA/SQA/Gercom.

MASSELINK, G.; HEGGE, B. J.; PATTIARATCHI, C. B. 1997. Beach cusp morphodynamics. Earth Surface Processes and Landforms, v. 22, p. 1139-1155.

MENEZES, J. T. Balanço de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneário Camburiú – SC. 2008. Tese (Doutorado em Geociências). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2005. Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima.

PONTES, P. M.; ARAÚJO, T. C. M. (2006). Monitoramento Morfológico das praias do Estado de

Pernambuco – Brasil: Análise temporal e espacial. Tropical Oceanography (Revista online), Recife, v. 34, n.

1, p. 1-11, 2006.

Shepard FP, Emory KO, La Fond EC. 1941. Rip currents: a process of geological

mportance. J. Geol. 49:337–69.

Silva, A. F. Comportamento Morfodinâmico e Sedimentar das Praias Adjacentes ao Promontório de

Itapirubá, SC, Brasil. 2010. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Santa

Catarina.2010.

SILVA, A. L. C. Comportamento Morfológico e Sedimentológico do Litoral de Itaipuaçú (Maricá) e

Piratininga (Niterói), RJ, nas últimas três décadas. 2006. Pós graduação em Geologia e Geofísica Marinha,

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