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ESTUDO SOBRE O PERFIL TECNOLÓGICO PROFISSIONAL DESEJÁVEL PARA PROFESSORES QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Nº 1, volume 12, artigo nº 9, Janeiro/Março 2017 D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/v12n1a9 Aceito: 20/12/2016 Publicado: 03/05/2017

ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 139 de 173

ESTUDO SOBRE O PERFIL TECNOLÓGICO

PROFISSIONAL DESEJÁVEL PARA PROFESSORES QUE

ATUAM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

STUDY ON THE PROFESSIONAL TECHNOLOGICAL

PROFILE DESIRABLE FOR TEACHERS WHO ACT IN

DISTANCE EDUCATION

Matheus Carvalho de Mattos1, Carlos Henrique Medeiros de Souza2

, Ana Karina Mendonça de Souza3

1

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro-UENF/Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil.

matheuscarvalhodemattos@gmail.com

2

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro-UENF/Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil.

chmsouza@gmail.com

3

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro-UENF/Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil.

akmsouza@gmail.com

RESUMO: Neste artigo é apresentado um breve estudo sobre o perfil tecnológico

desejável de professores que atuam ou deseja atuar na educação a distância. O objetivo deste trabalho é contribuir com uma pesquisa maior que envolve o desenvolvimento de tese de doutorado intitulada “TESTE DE AFERIÇÃO DE COMPETÊNCIA DIGITAL PARA PROFESSORES DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA(TACD-EAD): UMA FERRAMENTA PARA AFERIR A COMPETÊNCIA DIGITAL DE DOCENTES PARA ATUAR EM AMBIENTE EAD” que está sendo desenvolvida no Programa de Pós Graduação em Cognição e Linguagem da Universidade Estadual Norte Fluminense – Darcy Ribeiro. A referida tese tem por objetivo principal desenvolver um teste para aferição das competências digitais básicas dos profissionais que atuam ou desejam atuar na educação a distância. Para isso, é necessário, de forma introdutória, um estudo de desvele o perfil tecnológico desejável destes profissionais a fim de que sejam mapeadas suas

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 140 de 173 características, dificuldades, principais desafios, habilidades e as competências dos mesmos levando em consideração, principalmente, a necessidade do uso das tecnologias da informação e comunicação que são essenciais para atuação no universo da educação a distância. O artigo aborda de forma objetiva a evolução das tecnologias de informação e comunicação, o nascimento da cibercultura e seu impacto na sociedade e de forma especial na educação. No campo da educação a distância aborda os conceitos que envolvem as categorias de professores bem como as características e habilidades desejáveis para que os mesmos exerçam suas funções levando em consideração também as competências informacionais e midiáticas. Traz ao final uma breve conclusão sobre o perfil tecnológico desejável para professores de EAD.

Palavras-chave: educação à distância, tecnologias da comunicação e informação,

competência informacional e midiática, EAD.

ABSTRACT: This article presents a brief study about the desirable technological

profile of teachers who act or wish to act in distance education. The objective of this work is to contribute to a larger research that involves the development of a doctoral thesis entitled "DIGITAL COMPETENCE ASSIGNMENT TEST FOR TEACHERS OF DISTANCE EDUCATION (TACD-EAD): A TOOL TOWARDS THE DIGITAL COMPETENCE OF TEACHERS TO ACT IN EAD ENVIRONMENT "that is being developed in the Graduate Program in Cognition and Language of the Northern Fluminense State University - Darcy Ribeiro. The main purpose of this thesis is to develop a test to measure the basic digital competences of professionals who work or wish to work in distance education. In order to do this, it is necessary, in an introductory form, a study to reveal the desirable technological profile of these professionals in order to map their characteristics, difficulties, main challenges, abilities and skills, taking into account, mainly, the need to use Of information and communication technologies that are essential for action in the universe of distance education. The article objectively addresses the evolution of information and communication technologies, the birth of cyberculture and its impact on society and especially on education. In the field of distance education approaches the concepts that involve the categories of teachers as well as the characteristics and desirable skills for them to exercise their functions taking into account also the informational and mediatic skills. It concludes with a brief conclusion on the desirable technological profile for ODL teachers.

Keywords: Distance education, communication and information technologies,

informational and media competence, EAD

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 141 de 173

Os profissionais da educação vêm passando um período de transição importante que envolve as modalidades de ensino presencial e a distância. A Educação a distância apresenta-se como uma opção, sobretudo para o aluno que não dispõe de tempo ou está longe, por razões geográficas, dos centros educacionais e, por isso, não consegue se adequar a modalidade de ensino presencial.

O EaD traz também grandes desafios para os atores (profissionais) envolvidos em seu cenário. A utilização de recursos tecnológicos, por parte de todos os envolvidos nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) é fundamental para o sucesso da modalidade de ensino a distância. Os conteúdos têm que ser produzidos com padrão de linguagem bem especifico que permita o máximo de abstração por parte dos alunos sem a intervenção do professor. A mediação, por exemplo, é realizada por um tipo de profissional conhecido como tutor que, assim como o aluno, deve dominar as ferramentas tecnológicas envolvidas no processo (plataforma de ensino, meios de comunicação digital dentre outros), ser disciplinado, organizado e muito persistente.

O EaD pode ser oferecido através e diversas formas, a mais difundida, atualmente, se constitui em modalidade de ensino que depende, essencialmente, dos recursos tecnológicos baseados em uma plataforma disponível e acessada na Internet. Por tal motivo o perfil tecnológico e nível cibercultural dos seus usuários, sejam professores, tutores e alunos, é determinante para o sucesso de todo o processo de ensino aprendizagem envolvido.

Neste contexto, é válido abordar que as novas tecnologias da informação e comunicação são inseridas na sociedade em velocidade acentuada, o que traz, na maior parte das vezes, sérios problemas para seus usuários, independente da faixa etária ou mesmo nível cibercultural e tecnológico. Assim como a cibercultura se apresenta como a atualização da cultura em um ambiente virtual, carregado de formas tecnologicamente variadas de se comunicar e relacionar, o EaD apresenta-se também com a forma virtual de apresenta-se realizar o processo ensino-aprendizagem dando roupagens novas através do uso de recursos tecnológicos aos conteúdos, autores, assuntos, conhecimentos e comunicações envolvidas no mesmo.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 142 de 173

A atual pesquisa busca evidenciar os desafios, dificuldades, exigências e as habilidades necessárias e observadas nos docentes que atuam na educação a distância. A seguir é apresentado um estudo sobre a evolução das tecnologias da informação e comunicação que possibilitaram o nascimento da cibercultura e o fortalecimento da educação a distância.

2. A EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO

Os avanços das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) constituem um novo desafio para a sociedade, principalmente no campo da educação, que envolve a relação entre educadores e educandos sendo mediada, agora, por novas tecnologias, como por exemplo, as plataformas digitais de educação a distância e as redes sociais digitais. Para se tratar de questões envolvidas na educação a distância, em toda sua amplitude, faz-se necessário uma contextualização da evolução das novas tecnologias da informação e comunicação tão importantes para esse processo.

Inicialmente, conceitos fundantes serão abordados a fim de que sustentem a análise temporal sobre a evolução da TICs. Para Castells, seguindo a linha dos pesquisadores Havey Brooks e Dainel Bell “[...] o uso de conhecimentos científicos para especificar as vias de se fazerem as coisas de uma maneira reproduzível” (2012, p. 97) é uma boa definição de tecnologia. As novas tecnologias vêm transformando a sociedade em que vivemos. A escolha da definição trazida por Castells sobre tecnologia foi proposital. Ela tem algo que se configura como uma das principais vantagens trazidas pelas atuais tecnologias de informação e comunicação: a diversidade de reprodução.

Atualmente, a informação pode ser reproduzida em diversos formatos e mídias. O processo de comunicação, necessário para o trânsito destas informações evoluiu nas mesmas proporções. Grande parte dos avanços tecnológicos reconhecidos e aplicados no universo da educação se deve e evolução dos

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computadores e suas respectivas redes.

Castells traz uma visão histórica importante sobre a evolução dos computadores quando afirma que “Os computadores também foram concebidos pela mãe de todas as tecnologias, a Segunda Guerra Mundial” (2012, p. 78). É complexo mais também positivo afirmar que, a partir da Segunda Guerra Mundial, o avanço tecnológico ganhou um ritmo extraordinário que acabou beneficiando várias áreas com a evolução dos computadores, dentre elas a educação.

Observa-se neste momento que os dois contextos se aproximam por necessidades comuns. A partir da Segunda Guerra Mundial iniciou-se uma corrida pela evolução tecnológica computacional considerando o valor diferenciado que a informação tinham. As informações necessitavam ser processadas com velocidade e ao mesmo tempo serem resguardadas. Era necessário que a comunicação evoluísse e garantisse segurança no tráfego destas informações, tão valiosas.

Neste contexto, algumas vertentes são priorizadas e nascem, de fato, três pilares que transformariam ao longo da história, a vida de todos: o computador, as redes de computadores e a internet. Alavancada pela evolução eminente da computação, a comunicação também se destacou neste processo crescendo e tomando formas cada vez mais digitais.

Analisar a evolução das tecnologias de comunicação, compreender seus momentos e impactos na sociedade de uma forma geral é essencial para compreensão também do seu impacto em diversas áreas da sociedade, dentre elas a educação. Souza afirma:

Os meios de comunicação são tidos como um dos alicerces culturais e ideológicos, servindo como importantes componentes articulados ao complexo conjunto da comunicação educacional com vistas a colaborar na formação dos cidadãos (Souza, 2003, p. 9).

O processo de maturação de muitas tecnologias foi essencial para o avanço e até mesmo nascimento de outras. Foi assim no caso da Internet que, dentre várias definições uma, considerada clássica, nos remete a ideia de uma grande rede de computadores, de alcance mundial! Para Mendes “Redes de Computadores estabelecem forma-padrão de interligar computadores para o compartilhamento de

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recursos físicos e lógicos.” (2007, p. 17). O fato é que a evolução e consolidação das redes de computadores trouxe à comunicação um novo leque de possibilidades.

Mais uma vez, a Segunda Guerra Mundial, apresenta-se como precursora deste processo. Em uma breve análise temporal de evolução das redes de computadores, destaca-se o nascimento de um projeto da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA) dos EUA, que tinha como objetivo criar um sistema de comunicação que não fosse vulnerável a nenhum tipo de ataque, nem mesmo os nucleares e que possibilitasse mesmo em situações de sinistro, que bases do exército pudessem se comunicar sem a dependência de estruturas pré-existentes e interligadas com um base central. Este estudo, baseado no conceito criado por Paul Baran, da Rand Corporation, entre 1960 e 1964 deu origem a ARPANET que, mais tarde, se tornaria a ARPANET-INETERNET e depois somente Internet.

Já apresentando, desde o início, a peculiar característica da imprevisibilidade, devido a sua alta capacidade de adaptação, a Internet converteu-se em fenômeno mundial que estimulou, inclusive, grande evolução nas famílias de computadores, suas redes, considerando arquitetura, protocolos e serviços. Tudo isso, de forma associada, conferiu à internet, a maturidade e estabilidade tecnológica necessária para alça-la ao posto de maior rede de computadores do mundo. Mendes retrata bem esta questão ao afirmar que:

A tecnologia de rede chegou ao estágio da massificação quando os computadores começaram a se espalhar pelo mundo comercial, ao mesmo tempo em que programas complexos multiusuários começaram a ser desenvolvidos (e-mail, banco de dados, internet) (Mendes, 2007, p. 17).

Castells relata “Contudo, que por volta de 1990 os não-iniciados ainda tinham dificuldade para usar a Internet. A capacidade de transmissão de gráfico era limitada”. (2010, p. 87). Mais uma vez, a criação de uma nova tecnologia exclusiva para a Internet, foi determinante para que ela se tornasse pública e usável. Nasce a teia mundial a WWW (world wide web) que organizava as informações em sites (sítios) e oferecia um mecanismo de pesquisa que permitia a localização dos mesmos de forma facilitada, se comparada às demais redes que antecederam a Internet cujos usuários necessitavam informar precisamente a localização do que desejavam acessar.

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Sobre a tecnologia WWW Mendes explica: “[...] a informação na web é organizada na forma de páginas que podem conter textos, imagens e sons e, mais recentemente, pequenos programas [...]” (2007, p. 22).

O nascimento e difusão desta tecnologia se deve a um grupo de pesquisadores chefiados por Tim Berners Lee e Robert Cailliau. Esta equipe concebeu o grupo de tecnologias básicas que são ainda plenamente utilizadas e necessárias para o correto funcionamento da Internet como, por exemplo, o sistema de localização uniforme de recursos (URL – uniforme resource locator) e o principal protocolo utilizado para publicação de conteúdos, uma linguagem que permite através de marcações de textos não só exibir mas personalizar a exibição dos conteúdos no sítios. É o HTTP (Hipertexto Transfer Protocol).

O protocolo HTTP (Hipertext Control Protocol) é quem informa ao navegador como conversar com o servidor que possui a página com a relação dos cursos das redes. Sempre que você vir o protocolo HTTP, significará que você estará navegando pelas páginas da Internet (MENDES, 2007, p. 23).

A partir do estabelecimento de protocolos e padrões que permitiram a comunicação facilitada entre os usuários da internet, sua utilização cresceu vertiginosamente, o que se segue até os dias atuais. A miscelânea de conhecimentos, culturas, experiências e tecnologias deu origem a outro fenômeno, sustentado na internet: a cibercultura.

A compreensão da cibercultura depende, inicialmente, do entendimento sobre o lugar onde a mesma é construída. A internet é uma rede de computadores praticamente incomensurável pois, apesar de ter um número finito de computadores interligados, cuja contagem é praticamente impossível, ele possibilita que a comunicação se dê de forma síncrona e ou assíncrona, programada ou instantânea superando todas as barreiras do tempo e da distância física entre seus usuários. As relações são tratadas, armazenadas e controladas através do uso de diversas tecnologias e servidores espalhados por todo o planeta criando um novo ambiente de convivência, um novo espaço, o ciberespaço do mundo virtual.

O mundo virtual trouxe uma nova visão sobre a realidade. Para que alguém participe do mesmo é necessário uma roupagem, uma representação que faça uma

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ligação direta com a identidade do usuário no mundo real. Porém, por se tratar de um ambiente totalmente manipulável, as características podem ser igualmente manipuladas e, embora sejam baseadas no mundo real, podem dar origem a um personagem totalmente novo e que fará parte de uma realidade virtual. Souza e Gomes (2008) abordam a realidade virtual da seguinte forma:

Surgido no final dos anos 60, o termo realidade virtual servia para designar um conjunto de tecnologias de visualização com ajuda do computador. Hoje o mesmo termo remete a uma grande diversidade de conceitos e tecnologias de modelagem, visualização e transmissão de dados: fractais, imagens de síntese, simuladores de vôo, realidades artificiais, sistemas de telepresença, ciberespaço.(p. 58)

O conceito de cibercultura é trabalhado por diversos autores e em diversas óticas. Lemos(2010) destaca que a relação ou convergência entre a cultura contemporânea e tecnologias digitais resulta na cibercultura. Para Levy (1999, p.92) a cibercultura pode ser encarada como o “espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores”. O termo cibercultura propõe, de forma bem direta uma relação entre o ciber, termo que remete ao universo das tecnologias digitais, e a cultura, que na prática representa o conjunto de costumes, regras e outras relações praticadas por indivíduos de uma mesma comunidade que são devidamente atualizadas em uma ambiente virtual e compartilhadas através de um ciberespaço comum.

Bergano, Teixeira e Silva (2017), afirmam:

De fato, a internet pode ser tratada como um sinônimo do conceito de ciberespaço (Kellerman, 2016). A internet é identificada por Castells (2003, p. 7) como “base tecnológica para a forma organizacional da Era da Informação”, sendo a construção de redes o seu produto mais importante. Redes de cidadãos comuns, de empresas, de pesquisas acadêmicas, entre outras, todas relacionadas e vivendo em um ambiente telemático, digital, de realidade virtual. Essas redes se interligam, através de computadores e outros devices, à internet e ao ciberespaço, coletando, manipulando, estocando, simulando e transmitindo fluxos de informação neste ambiente sem dimensões (Kellerman, 2007; Lemos, 2010; Kirmayer, Raikhel & Rahimi, 2013). (Bergano, Teixeira e Silva, 2017, p. 67)

Os traços da cibercultura na vida das pessoas são cada vez mais comuns e intensos. Novas tecnologias acabaram por fortalecer ainda mais esta tendência. Basta analisar os costumes cotidianos relacionados, por exemplo, ao uso de dispositivos móveis com acesso à internet que são utilizados para uma série de

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coisas. Mitchell (2008) retrata bem esta situação:

[...] nós entramos no mundo dos serviços de celulares GSM e G3, redes de áreas locais IEEE 802.11 a e 802.11 b (a ‘Internet wireless’), redes Bluetooth que substituem os cabos seriais e USB que vinham interconectando os aparelhos eletrônicos adjacentes, e redes de banda-larga UWB (Mitchell, 2008, p. 48).

[...] a possibilidade de uma reinvenção radical, reconstrução de um tipo eletrônico de nomadismo emerge gradualmente de forma desorganizada mas irresistível, na extensão da cobertura wireless – uma forma que se fundamenta não somente no terreno que a natureza nos deu, mas na sofisticada e bem integrada infraestrutura wireless, combinada com outras redes e usadas efetivamente numa escala global (Mitchell, 2008,, p. 57).

A expansão da cibercultura estimulou, por exemplo, a convergência entre as telefonia móvel e a internet dando um novo sentido os telefones móveis que logo se transformaram em smartphones, pequenos computadores de bolso sempre conectados à internet. Os planos das operadoras que não contemplam conexão com a internet são cada vez menos oferecidos. O fato que esta convergência possibilita que todos estejam conectados e tempo todo. Souza e Gomes (2008) já retratavam tal espírito de liberdade inspirado na cibercultura:

Podemos dizer que há uma espécie de espírito de liberdade em pontos de encontro, chats, grupos de discussão e outros programas que possibilitam a participação individualizada na Rede. Aí a comunicação aparece mais democrática e o processo parece desinstitucionalizado, realizando uma certa compensação para a natureza coercitiva da comunicação institucional, como por exemplo, o vocabulário tão próprio dos internautas nos bate- papos. Os chats funcionam como pontos de encontro sem fronteira explícita entre o pessoal e o individual, entre o conhecido e o anônimo (Souza e Gomes, 2008, p. 48).

A cibercultura produziu ao longo de tempo, e continua produzindo, muitos produtos com sua marca registrada. Talvez o mais importante e impactante na atualidade seja a rede social digital que como boa parte dos conceitos envolvidos no mundo virtual, traz uma atualização de algum conceito do mundo real. Neste caso pode-se fazer a leitura de que uma rede social digital é uma atualização, no mundo virtual, da rede social do mundo real. Muitos autores fornecem conceito de redes sociais digitais. Porém, é interessante e necessário algumas elucidações conceituais sobre Redes.

Para Musso (2004), na mitologia já se observava o conceito de redes através do imaginário da tecelagem e do labirinto. Já Hipócrates em sua Medicina, fazia associação da rede à metáfora do organismo em que “[...] todas as veias se comunicam e se escoam de umas para as outras; com efeito, umas entram em

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contato com elas mesmas, outras estão em comunicação pelas vênulas, que partem das veias e que nutrem as carnes” (2004, p. 17-18).

Na virada do século XVIII para o XIX, o conceito evolui com a contribuição de MUSSO:

A rede não é mais apenas observada sobre ou dentro do corpo humano, ela pode ser construída. Ela se torna autônoma, artificial, ao invés de natural, pode ser construída, visto que “se torna objeto pensado em sua relação com o espaço”. Ela se exterioriza como artefato técnico sobre o território para encerrar o grande corpo do Estado-Nação ou do planeta (Musso, 2004, p. 20).

Michel Maffesoli (1998), influenciado pelo sociólogo Simmel, coloca que a compreensão deste método de agregação social dos indivíduos, pode ser feita com outra metáfora: “tribos”, a rede das redes, onde “redes” também são as pessoas.

[...] as coisas, as pessoas, as representações se propagam por um mecanismo de proximidade. Assim, é por contaminações sucessivas que se cria aquilo que é chamado de realidade social. Através de uma seqüência de cruzamentos e de entrecruzamentos múltiplos se constitui em uma rede das redes. Os diversos elementos limitam-se entre si, formando, assim, uma estrutura complexa. Entretanto, a oportunidade, o acaso, o presente representam nela uma parte não negligenciável. E isso dá ao nosso tempo o aspecto incerto e estocástico que conhecemos bem. O que não impede, por pouco que se saiba ver, que nela esteja agindo uma organicidade sólida que sirva de base às novas formas de [...] (Maffesoli, 1998, p. 205-206).

A expressão “Rede Social” foi cunhada do pesquisador J. A. Barnes e apresentada pela primeira vez em uma comunicação em 1953 e publicada em 1954 para ajudar a descrever a influência de laços familiares na vida das pessoas, sobretudo dos moradores em Bremnes, uma comunidade da Noruega. O autor se inspirou nas ideias de Radcliffe-Brown (1940) que já falava sobre estrutura social como uma rede de relações (BARNES, 1987, p. 160-164).

Barnes percebeu que a rede social possibilitava a junção total ou parcial dos membros que compunham uma sociedade. Ao participar de uma rede social, o indivíduo é percebido como reflexo da pluralidade de suas relações. Barnes alerta ainda que, na sua visão, Elizabeth Bott teria sido uma das primeiras antropólogas a usar a ideia de rede para representar análise dos relacionamentos entre pessoas, suas relações pessoais e organizacionais na sociedade em que viviam. Radcliffe (1940), metaforicamente aponta para o fato de que a rede social envolve todos os membros da sociedade, que existem independentemente de qualquer investigador.

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(BARNES, 1987, p.161).

Em uma abordagem mais atualizada e já trabalhando com o contexto das Redes Sociais Digitais, Recuero (2009) afirma que: “Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões”. Segundo a autora as conexões entre os indivíduos destes grupos revelam padrões e características comuns às redes sociais formadas.

Não são poucas as abordagens sobre Redes Sociais nas mais variadas áreas de conhecimento e, portanto, não se resumem apenas às que são apontadas nesta pesquisa. Porém, as versões selecionadas e apresentadas neste estudo contribuem para o entendimento conceitual de rede social que interessa à pesquisa. A rede social digital é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores ícones representativos da cibercultura.

3. RELAÇÃO

DAS

TECNOLOGIAS

DE

COMUNICAÇÃO

E

INFORMAÇÃO COM A EDUCAÇÃO E AS MODALIDADES DE

ENSINO

Para a definição do perfil profissional de professores que atuam ou desejam atuar na educação a distância, é necessário que sejam abordados os impactos trazidos pelo uso das tecnologias da comunicação e informação na educação e que, por consequência afetaram também as modalidades de ensino presencial e a distância que, atualmente, baseia-se, normalmente, nas plataformas digitais estruturadas sobre o ciberespaço.

A cibercultura trouxe grandes desafios para o universo da escola de uma forma geral, independente da modalidade de ensino. O ambiente e a relação entre docentes e discentes sofreu importantes transformações. Tratar de impacto da cibercultura nas escolas é tratar diretamente da disseminação e utilização da internet nos ambientes de escolas e universidades. Segundo Castells:

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 150 de 173 interação e de organização social. Lição na Internet. Geografia na Internet. A divisória digital. A Internet e a novo consumo. A sociabilidade na Internet. Os movimentos sociais na Internet. A relação direta da Internet com a atividade política. A privacidade na Internet. Conclusão: a sociedade em rede (Castells, 2003, p. 255).

O uso da internet possibilitou o acesso ao vasto mundo da cibercultura, dentro e fora das escolas e universidades. Trouxe uma nova roupagem ao processo de ensino-aprendizagem. A aquisição e construção do conhecimento não é mais somente pautada na relação docente x discente no ambiente de sala de aula. A respeito disso Levy afirma que:

O saber-fluxo, o trabalho-transação de conhecimento, as novas tecnologias da inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados do problema da educação e da formação. O que é preciso aprender não pode mais ser planejado nem precisamente definido com antecedência. Os percursos e perfis de competência são todos singulares e podem cada vez menos ser canalizados em programas ou cursos válidos para todos. Devemos construir novos modelos do espaço dos conhecimentos. No lugar de uma representação em escalas lineares e paralelas, em pirâmides estruturas em “níveis”, organizadas pela noção de pré-requisitos e convergindo para “saberes superiores”, a partir de agora devemos preferir a imagem de espaços de conhecimento emergentes, abertos, contínuos, em fluxo, não lineares, se reorganizando de acordo com os objetivos ou os contextos, nos quais cada um ocupa uma posição singular e evolutiva (Levy, 1999, p. 157).

É simples concluir que a modalidade de ensino à distância, já praticada a décadas e que contava com outros recursos como correspondências, telecursos e vídeoaulas gravadas em fitas cassetes dentre outros, sem sombra de dúvidas, foi totalmente revigorada com o advento da internet e a disseminação da cibercultura. Novas portas se abriram e muitos horizontes, antes longínquos, passaram a ser visualizados, almejados e alcançados com muito mais facilidade. Levy esclarece

[...] que este explora certas técnicas de ensino, incluindo as hipermídias, as redes de comunicação interativas e todas as tecnologias intelectuais da cibercultura. Mas o essencial se encontra em um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede. Nesse contexto, o professor é incentivado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos (Levy, 1999, p. 158).

O impacto da cibercultura na educação não se deu de forma diferente aos demais segmentos da sociedade. Foi rápido, inesperado e causou, sobretudo nos educadores, a sensação de incapacidade para acompanhar tantas evoluções. Gradativamente, um movimento de segregação profissional colocando de um lado

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os profissionais mais preparados e que conseguiram se engajar no processo de transformação, seja por afinidade ou por pressão, e de outro profissionais resistentes que se opunham a fazê-lo, seja por sensação de falta de preparo ou por indisposição, pôde ser claramente percebido. A cibercultura, como já mencionado, modificou o ensino presencial e possibilitou, de fato, o crescimento do ensino a distância quebrando vários paradigmas.

Independente da modalidade de ensino, o profissional da educação sentiu-se ameaçado por diversos aspectos que o levaram a necessidade de se reinventar no aspecto tecnológico. Além disso, o avanço da educação a distância elevou as tensões e levou, por exemplo, e estimulou discussão sobre uma possível ameaça à figura do tradicional professor e do próprio ambiente da sala de aula. Esta e outras questões duramente debatidas encobriam também a dificuldade do professor em se reciclar ou se preparar tecnologicamente para estes novos desafios seja por resistência cultural e profissional ou por falta de programas bem estruturados que o possibilitasse participar de tal processo.

A discussão tomou grandes proporções. A UNESCO alerta para o fato de que:

Tanto os programas de desenvolvimento de profissionais na ativa e os programas de preparação dos futuros professores devem oferecer experiências adequadas em tecnologia em todas as fases do treinamento. Os padrões e recursos no projeto da UNESCO ‘Padrões de Competência em TIC para Professores’ apresentam diretrizes específicas para o planejamento de programas educacionais e treinamento de professores para o desempenho de seu papel na formação de alunos com habilidades em tecnologia (UNESCO, 2009b, p. 1)

A cibercultura e as novas tecnologias da informação e comunicação não pode ser enxergada como uma ameaça ao trabalho do professor, a não ser daquele que ainda caminha de mãos dadas com técnicas e métodos de ensino-aprendizagem tradicionais e que não busca agregar o uso deste novo universo como aliado no processo ensino-aprendizagem.

Manter-se atualizado, não somente no que se refere ao conhecimento, mas também à tecnologia, parece ser segundo os depoimentos, uma exigência. Hoje, mais do que nunca, os professores precisam estar bem informados, “conectados”, para acompanhar o ritmo dos alunos. Para tanto, não basta mais recorrer somente às antigas fontes (livros, materiais didáticos, jornais, revistas, etc.), há que ser usuário sistemático da rede (ABREU, 2006, p.

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4. O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Na educação a distância o papel do professor pode ser desempenhado em momentos diferentes. Segundo a SEED (Secretaria de Educação a Distância) do Ministério da educação, existem pelo menos três categorias bem específicas: professor formador, professor conteudista e professor tutor. Independente da categoria, é necessário a qualquer profissional que atuar em uma das três categorias, competências de mediação. E por se tratar de educação a distância as mediações quase sempre serão realizadas através de recursos tecnológicos de informação e comunicação. Mattar afirma:

Eles devem ser capazes, por exemplo, de elaborar material didático em uma linguagem específica para a EaD, no caso do professor conteudista; ser capaz de conseguir problematizar em curto espaço de tempo os conteúdos propostos para a disciplina dos cursos, no caso do professor formador. (Mattar, 2012, p.3)

Segundo Ministério da Educação o papel destes professores é:

estabelecer os fundamentos teóricos do projeto; selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades pedagógicas; identificar os objetivos referentes a competências cognitivas, habilidades e atitudes; definir bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas quanto complementares; elaborar o material didático para programas a distância; realizar a gestão acadêmica do processo de ensino-aprendizagem, em particular motivar, orientar, acompanhar e avaliar os estudantes; avaliar-se continuamente como profissional participante do coletivo de um projeto de ensino superior a distância. (BRASIL, 2007, p. 20).

Além da categorização dos professores, os tutores podem ainda ser divididos em duas subcategorias: a distância e presenciais. Mattar explica:

O tutor presencial é o profissional que atende o aluno diretamente no polo, orientando-o na execução de suas atividades, auxiliando-o na organização do seu tempo e dos seus estudos. Geralmente ele apresenta uma formação generalista vinculada à área do curso e não a uma determinada disciplina. Uma das atribuições do tutor é tirar as dúvidas dos alunos em relação aos conteúdos apresentados; mas precisamos considerar que, dependendo da disciplina ou do conteúdo, essa tarefa poderá não ser desempenhada com sucesso. O tutor presencial é a figura mais próxima dos alunos e o relacionamento entre estes deve ser estruturado em um grau de afetividade bastante considerável (Mattar, 2012, p. 4)

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E especificamente sobre o professor tutor o Ministério da Educação afirma:

[...]. O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que participa ativamente da prática pedagógica [...]. Sua principal atribuição é o esclarecimento de dúvidas através de fóruns de discussão pela Internet, pelo telefone, participação em videoconferências, entre outros, de acordo com o projeto pedagógico. O tutor a distância tem também a responsabilidade de promover espaços de construção coletiva de conhecimento, selecionar material de apoio e sustentação teórica aos conteúdos e, frequentemente, faz parte de suas atribuições participar dos processos avaliativos de ensino-aprendizagem, junto com os docentes. (BRASIL, 2007, p. 21).

As considerações do MEC e de Mattar acerca do papel das categorias de professores envolvidos na educação a distância justificam de forma bem objetiva toda a introdução realizada neste trabalho, nos capítulos anteriores onde foi tratada a evolução das tecnologias da informação e comunicação, o fenômeno da internet que originou a cibercultura e que, por sua vez, invadiu, sem pedir licença, todos os campos da sociedade e não poupou a educação. As considerações dão também importantes pistas sobre o perfil desejável dos profissionais que atuam ou desejam atuar como professores na educação a distância.

Muitas questões surgem ao se tentar analisar a desenvoltura dos profissionais que atuam na educação a distância. Por que alguns tem maior facilidade para executar as tarefas de mediação através de recursos tecnológicos? A resposta estaria apenas no campo da capacitação específica para o exercício da função? Talvez não. Outro estudo, não distante deste universo, mas de forma mais generalista, trata a questão da competência informacional. Dudziak alerta para o seguinte fato:

Tecnologias como as redes sem fio, banda larga, e mesmo a banda larga transmitida via energia elétrica, potencializaram a capacidade de penetração e interiorização do desenvolvimento a partir das TICs, constituindo um ambiente propício ao acesso à informação, ao conhecimento e ao aprendizado. (Dudziak, 2010, p.2)

Prossegue observando que:

A educação também se modificou: o ensino semi-presencial tem sido adotado em muitas instituições e o uso das TICs tem se intensificado. Por outro lado, conteúdos eletrônicos convivem com conteúdos analógicos. Bibliotecas físicas, digitais e repositórios têm fornecido serviços de informação qualificados. (Dudziak, 2010, p.3)

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Diante de tanta disponibilidade de informação que podem ser obtidas por múltiplos meios, que envolvem praticamente todos os ambientes de convivência e em volume assustador, é praticamente impossível não analisar o caráter informacional e por conseguinte a capacidade que as pessoas tem de conviver com esta nova situação.

Dudiziak elenca, a partir de Jenkins et al (2006), diante do amplo ambiente informacional, que novas competências devem ser requeridas:

Experimentação - a capacidade de experimentar em ambientes compartilhados, buscando a resolução de problemas

Performance - a capacidade de adotar identidades alternativas com a finalidade de improvisar e descobrir

Simulação - a capacidade de interpretar e construir modelos dinâmicos dos processos do mundo real

Apropriação - a capacidade de atribuir significado e ‘remixar’ conteúdos de mídia Multitarefa - a capacidade de lidar com várias atividades em distintos ambientes Cognição distribuída – capacidade de interagir significativamente com pessoas e ferramentas que ampliam a capacidade mental

Inteligência Coletiva - a capacidade de partilhar conhecimentos com outros em direção a um objetivo comum Julgamento - a capacidade de avaliar a confiabilidade e a credibilidade das informações em diferentes fontes Navegação Transmedia - a capacidade de acompanhar o fluxo de notícias e informações em várias modalidades

Redes de informação - a capacidade de pesquisar, sintetizar e disseminar informações Negociação - a capacidade de transitar através de diversas comunidades, tendo discernimento e respeito pelas múltiplas perspectivas (Dudziak, 2010, p.4).

Além das competências informacionais, acima citadas, Dudziak defende a convergência entre a competência informacional e a competência midiática (literacia

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da informação e literacia dos media) no ensino superior, a partir da implantação de programas educacionais transversais a todas as áreas de conhecimento e cursos.

A competência midiática resulta da convergência de conhecimentos, habilidades e atitudes mobilizados em relação ao uso e compreensão dos meios e processos de comunicação de massa, que ocorre em estados avançados de desenvolvimento da sociedade (Miyake, 2005, p.67).

Esta convergência da origem a Competência Informacional e Midiática que segundo Dudziak (2010, p.11) é formada pela fusão ou, pelo menos, pelo diálogo recursivo, entre dois conceitos complementares: a competência informacional e a competência midiática.

5. CONCLUSÃO

A partir da observação dos inúmeros aspectos apresentados neste breve estudo é possível concluir que o perfil tecnológico desejável para professores que atuam ou desejam atuar na educação a distância, considerando o cenário atual, está intimamente ligado ao uso do conjunto de tecnologias de informação e comunicação disponíveis no mercado sobretudo aqueles de origem cibercultural. Esta exigência se faz por conta do público alvo, ou seja, do aluno que será recebido no ambiente da educação a distância que, normalmente, traz de forma bem consolidada, a facilidade no uso de tais recursos.tecnológicos e também pela necessidade de uso dos AVA (Ambientes Virtuais de Aprendizagem). De forma sintetizada, para o professor que atuará ou atua na educação a distância este desafio traduz-se no desenvolvimento de competências que envolvam os seguintes aspectos: Estarem sempre conectados; Dominarem o uso dos principais meios de comunicação digital (e-mail, chats, redes sociais); Dominarem técnicas de pesquisa de conteúdo e informações no mundo virtual considerando todos os tipos de mídia (textual, imagem, vídeo e etc); Desenvolver rotinas de acompanhamento periódico sobre conteúdo e atualização específicos de suas áreas de atuação bem como recursos tecnológicos que são disponibilizados elas; Disponibilidade e entusiasmo para investigar, descobrir e experimentar novos ambientes tecnológicos quer possam ser usados no

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processo ensino-aprendizagem além dos AVAs; Capacidade de trabalhar com múltiplas tarefas que envolvam múltiplos ambientes tecnológicos; Capacidade de partilhar e compartilhar conhecimentos e informações através dos diversos meios digitais e recursos tecnológicos; dentre outros que não foram tratados neste breve estudo.

6. REFERÊNCIAS

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