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Avaliação do uso de ambientes virtuais de aprendizagem em cursos de Graduação a distância em Contabilidade

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Avaliação do uso de ambientes virtuais de aprendizagem em cursos de Graduação a distância em Contabilidade

JULIO CESAR DOS SANTOS

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Avaliação do uso de ambientes virtuais de aprendizagem em cursos de Graduação a distância em Contabilidade

JULIO CESAR DOS SANTOS

Orientação: Prof. Dr. Napoleão Verardi Galegale Área de concentração: Contabilidade

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Contabilidade e Atuariais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo para obtenção do título de Mestre.

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Banca Examinadora

____________________________________

____________________________________

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Dedicatória

Dedico este trabalho a meu pai, Getulio Cardoso dos Santos e minha mãe, Maria Inês Celestino dos Santos, pessoas que me ensinaram os verdadeiros valores sobre a vida e que sempre depositaram grande confiança em mim.

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Agradecimentos

Antes de tudo, agradeço a Deus, que está sempre presente em minha vida e que me dá força, sabedoria e humildade para vencer os desafios que a vida impõe.

Agradeço aos colegas e familiares que muito me ajudaram nesses dois anos e meio de mestrado.

Sou grato também à Direção e Coordenação Geral do Centro Universitário Claretiano e da Faculdade Claretiana de São Paulo, por me apoiar na realização deste mestrado.

Agradeço, ainda, aos Coordenadores de Cursos de Ciências Contábeis, que colaboraram com o envio do questionário de avaliação das ferramentas de ambientes virtuais; aos professores do Programa de Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais da PUC pelas ricas discussões e pelos ensinamentos; e aos professores Dr. José Carlos Marion e Dr. João Luiz de Lima, que compuseram a banca de qualificação e, posteriormente, a banca de defesa, pelas contribuições e apontamentos substanciais para a conclusão desta dissertação.

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Resumo

SANTOS, J. C. Avaliação do uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagem em cursos de graduação a distância em contabilidade. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013. Dissertação (Mestrado em Contabilidade e Atuariais).

O presente trabalho insere-se na discussão sobre a utilização de ambientes virtuais em cursos a distância de Contabilidade em nível de Graduação. Essa preocupação se justifica devido ao grande crescimento do EaD no Brasil, pois, nesse contexto, faz-se necessária uma abordagem sobre os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, que se constituem num recurso muito utilizado e discutido na educação mediada pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). A partir dessa perspectiva, a proposta para este trabalho é discutir o ponto de vista do curso de Ciências Contábeis na modalidade EaD, em especial qual a percepção do coordenador de curso sobre as funcionalidades dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem hoje existentes e se eles são adequados para a mediação de um curso de Ciências Contábeis a distância. Para investigar esses questionamentos, criou-se um instrumento de avaliação Survey, com questões voltadas às funcionalidades dos ambientes virtuais utilizados nas Instituições de Ensino Superior que ofertam o curso de Graduação em Ciências Contábeis na modalidade a distância, e que tenha polo de apoio presencial na cidade de São Paulo. Os resultados mostram que adequações e melhorias nas ferramentas são necessárias levando-se em conta vários aspectos apontados na análise dos dados. Espera-se que o presente trabalho possa contribuir de maneira eficaz para melhorias das ferramentas dos ambientes virtuais.

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Abstract

SANTOS, J. C. Evaluation of the use of Virtual Learning Environments in undergraduate distance in accounting courses. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013. Dissertation (Master in Accounting and Actuarial).

This work is part of the discussion about the use of virtual environments in distance learning courses in Accounting Undergraduate level. The motivation for its existence is justified due to the large growth of distance education in Brazil. In such context it is necessary an analysis about Virtual Learning Environment, which is a feature widely used and discussed in education mediated by Information and Communication Technologies (ICT). From this perspective, the proposal for this paper is to discuss the point of view of the Accounting course in DL mode’s agents, especially the perception of the course coordinator about the features of Virtual Learning Environments that now exist and whether they are suitable for mediation of a course in Accounting in the distance modality. To investigate these questions, we created an assessment tool Survey, with questions related to the features of virtual environments used in High Education Institutions that offer undergraduate courses in Accounting in the distance modality, and has a pole of face support in the city of São Paulo. The results show that adaptations and improvements are necessary tools taking into account various aspects highlighted in the data analysis. It is hoped that this work can contribute effectively to improve the tools of virtual environments.

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Mudança no paradigma educacional

Tabela 2 – Cursos de Ciencias Contabeis em atividade Tabela 3 – Numero de contadores ativos em todo pais

Tabela 4 – Comparação entre pesquisa quantitativa e qualitativa Tabela 5 – Divisão do instrumento de avaliação

Tabela 6 – Amostra de IES selecionadas para a pesquisa

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Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Análise dos resultados questão 2 71

Gráfico 2 – Análise dos resultados questão 3 71

Gráfico 3 – Análise dos resultados questão 4 72

Gráfico 4 – Análise dos resultados questão 5 72

Gráfico 5 – Análise dos resultados questão 6 73

Gráfico 6 – Análise dos resultados questão 7 74

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Lista de Abreviaturas

AVA...Ambiente Virtual de Aprendizagem

EaD... Educação a Distância

IES... Instituições de Ensino Superior

LDB... Lei de Diretrizes e Bases

MEC... Ministério da Educação

SEED... Secretaria de Educação a Distância

TIC... Tecnologias da Informação e Comunicação

UAB... Sistema Universidade Aberta do Brasil

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Sumário

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ... 13

1.1 Contextualização ... 13

1.2 Justificativa ... 15

1.3 Definição do problema ... 15

1.4 Questão problema ... 17

1.5 Objetivos ... 17

1.5.1 Objetivo geral ... 17

1.5.2 Objetivos específicos ... 17

1.6 Metodologia ... 18

CAPITULO 2 – A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ... 19

2.1 Características da Educação a Distancia ... 22

2.2 Polos de apoio presencial ... 23

2.3 Conceitos e características da Educação a Distância ... 24

2.4 Educação a Distância no Brasil ... 26

2.5 Tipologia e classificação do Ensino Superior no Brasil ... 28

CAPITULO 3 – AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM ... 30

3.1 Ferramentas utilizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem ... 34

3.1.1 Moodle ... 41

3.1.2 TelEduc ... 42

3.1.3 Blackboard ... 44

3.1.4 Características de ferramentas desenvolvidas na instituição ... 45

3.2 Características de projeto pedagógico na EaD... 45

CAPITULO 4 – O ENSINO DA CONTABILIDADE ... 49

4.1 Histórico da Contabilidade no Brasil ... 49

4.2 Quadro atual da Contabilidade ... 51

4.3 Educação a Distância versus Presencial ... 53

4.4 O curso de Ciências Contábeis e a formação do contador ... 58

4.5 Exame de suficiência ... 60

5.1 Métodos ... 64

5.1.1 Escolha do método de pesquisa ... 65

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5.1.3 O instrumento de avaliação – Questionário ... 68

CAPITULO 6 – ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 70

6.1 Análise dos resultados obtidos com aplicação do questionário ... 71

CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 85

Anexo A – Relação de instituições que oferecem cursos de Ciências Contábeis na modalidade a distância, com polo na cidade de São Paulo ... 91

Anexo B – Questionário aplicado aos coordenadores de curso de Ciências Contábeis na modalidade EaD ... 92

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

A Educação a Distância (EaD) é reconhecida hoje em nosso pais como a nova modalidade de ensino, e está presente em varias Instituições de Ensino Superior (IES) do Brasil.

Na ultima década, a EaD vem em uma crescente considerável tanto em oferta de cursos quanto em números de alunos matriculados na modalidade, gerando um aumento da concorrência entre as instituições que ofertam EaD e o próprio ensino presencial. Essa expansão gerou, nas IES, uma mudança em seus padrões de ensino e aprendizagem.

Toda essa mudança de paradigmas vem em consonância com a chegada das novas tecnologias da comunicação e informação, e, assim, os procedimentos de comunicação têm recebido novos contornos e significados. Estes devem ser percebidos como expressão de um tempo, do qual somos todos participantes, marcado pela simultaneidade da produção e recepção do conhecimento, e, ao mesmo tempo, pela separação dos alunos no tempo e no espaço.

As principais características dessas mudanças são apresentadas na tabela 1 a seguir.

Tabela 1 – Mudança no paradigma educacional

Modelo Tradicional Modelo Emergente Aspectos Tecnológicos

Aulas expositivas com a participação do professor e dos alunos no mesmo ambiente.

Iniciativa individual e autoexploração.

CD-ROMs, redes de computadores com acesso a banco de dados on-line.

Predominância do aprendizado teórico sobre o prático.

Aprender fazendo. Requer simulações e exercícios para o desenvolvimento de habilidades.

Aprendizado individual. Ênfase na colaboração e no aprendizado em grupo.

Requer ferramentas colaborativas (chats,

fóruns e listas de discussões,

videoconferências, entre outros).

Professor detém o conhecimento e é o responsável por uma disseminação.

Professor como um guia ou tutor.

Dar acesso a especialistas nas redes.

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mudanças mais lentas. rapidamente. em tempo real e atualizações constantes do conteúdo possível na internet, por exemplo.

Fonte: Adaptado de Kalakota e Whiston (1996, p. 556).

Dentro desse contexto, as ferramentas síncronas1e assíncronas2disponíveis em ambientes virtuais de aprendizagem estimulam as interações no modelo todos-todos, mas elas são apenas meios; são os professores e alunos que oferecerão sentido a essas ferramentas para incorporar mudanças no entendimento sobre interação.

Segundo Schlemmer, Saccol e Garrido (2007), ao se utilizar as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no processo educacional, é essencial identificar as concepções que fundamentam seu desenvolvimento, tendo uma ideia clara das suas possibilidades e potencialidades, pois no uso que faremos delas estará explicitada a compreensão que temos do processo educativo num espaço que inclui essas tecnologias.

Quando falamos das TICs, trazemos à tona uma figura conhecida e imprescindível na EaD para a medição de cursos a distância: os AVAs (Ambientes Virtuais de Aprendizagem), que, nesse contexto, estão inseridas nessa nova quebra de paradigmas e formas de interação. Ou seja, sem essas ferramentas, não existe EaD. O conceito de Ambiente Virtual de Aprendizagem surge no contexto da educação na cibercultura e se constitui num recurso muito utilizado e discutido na educação mediada pelas Tecnologias de Informação e Comunicação. Em geral, é entendido como um ambiente em rede utilizado para apoiar o processo de ensino e aprendizagem na Educação a Distância. É dentro desse contexto de quebra de paradigmas e utilização de novas tecnologias que surge o seguinte questionamento, o qual irá nortear esta dissertação. Quando os ambientes virtuais de aprendizagem são pensados, muitas vezes ou na maioria das vezes, são concebidos de forma generalista; mas é possível fazer a mediação de qualquer curso em qualquer área com a mesma ferramenta sem customização específica para aquele curso? Aqui pretendemos discutir o ponto de vista do curso de Ciências Contábeis EaD e qual a percepção do coordenador de curso sobre as

1As ferramentas síncronas são aquelas que possibilitam a interação em tempo real, com professor e

aluno conectados simultaneamente. Exemplo: chat.

2 As ferramentas assíncronas são aquelas que possibilitam a interação sem que professor e aluno

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funcionalidades dos ambientes virtuais de aprendizagem hoje existentes. Eles são adequados para a mediação de um curso de Ciências Contábeis a Distância?

Para responder a essa questão, será preciso circunstanciar o que são os ambientes virtuais de aprendizagem e qual a percepção de aluno, professor e coordenador a respeito da funcionalidade dessas ferramentas atualmente utilizadas nas mais diferentes IES pesquisadas com polo de apoio presencial na cidade de São Paulo.

Ao longo deste trabalho, procuraremos identificar a eficácia e a eficiência dos ambientes virtuais de aprendizagem.

1.2 Justificativa

Diante de todas essas colocações, podemos dizer que a importância desta pesquisa está na necessidade de conhecer, com maior profundidade, os métodos utilizados pelas IES voltadas às práticas não presenciais de formação acadêmica. Até hoje os temas tratados em pesquisas anteriores buscaram mostrar a EaD em um contexto geral ou até mesmo o uso da modalidade na mediação de disciplina em determinados cursos; todavia, após buscas por trabalhos anteriores sobre o tema, não foi encontrado nenhum trabalho que trate especificamente do ensino da Contabilidade com foco no AVA e suas funcionalidades, e o foco proposto para a presente dissertação de mestrado é, principalmente, a discussão sobre a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem em cursos de Ciências Contábeis na modalidade EaD nas IES sob a ótica da funcionalidade dessas ferramentas tecnológicas. Aqui poderemos fazer uma análise histórica da evolução do Ensino Superior no país, contextualizar a Educação a Distância como nova modalidade de ensino, seus principais conceitos, ferramentas, programas e outros aspectos referentes aos ambientes virtuais de aprendizagem.

O assunto ensino da Contabilidade, ambientes virtuais de aprendizagem, a experiência profissional e o crescimento da EaD no país foram fatores decisivos na escolha do tema; como já colocado, pouco conteúdo já foi produzido sobre esse tema levando em conta a percepção dos agentes envolvidos que, no caso, serão o aluno, o coordenador de curso e o tutor, buscando investigar a funcionalidade dos AVAs hoje existentes, ou seja, se esses ambientes são adequados para a mediação de um curso de Ciências Contábeis a distância.

1.3 Definição do problema

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modalidade. Como parte integrante desta, que cada vez mais se consolida em nosso pais, destaca-se o uso da Tecnologia da Informação e, nesse contexto, podemos destacar o uso do ambiente Virtual de Aprendizagem para a mediação do processo de ensino e aprendizagem.

Como os AVAs não se restringem às instituições educacionais – considerando que alguns softwares são livres e gratuitos –, muitas empresas têm feito uso deles para a formação continuada ou mesmo o treinamento de profissionais dentro do próprio local de trabalho.

Na sociedade da informação e do conhecimento, os AVAs adequam o redimensionamento do ensinar e do aprender. Esse redimensionamento está ligado às novas configurações de espaço e o tempo; por conta delas, o conceito de ensinar toma novas proporções. Os papéis de professores e alunos se modificam, ou seja, o aluno necessita de maior autonomia para aprender e o professor passa a ser um moderador e um facilitador no processo de ensino e aprendizagem (ARAUJO JÚNIOR; MARQUESI, 2009). Os papéis dos professores e alunos no AVA serão abordados com mais detalhe no capítulo 3 desta dissertação.

Nesse novo cenário de ensino-aprendizagem, com professores e alunos em papéis modificados, novos desafios se impõem: como promover o ensino e a aprendizagem em ambientes virtuais de aprendizagem? Como utilizar as ferramentas síncronas e assíncronas disponíveis nesse ambiente para possibilitar a interação entre professor-aluno e aluno-aluno? As ferramentas síncronas permitem a interação em tempo real (chat) e as ferramentas assíncronas são aquelas que produzem a interação em atraso (blog, lista de discussão, fórum, e-mail).

Almeida e Prado (2003) enfatizam o papel catalisador desempenhado pelas novas tecnologias de informação e comunicação, como a internet, no desenvolvimento da EaD, por meio da rápida disseminação e democratização do acesso às grandes massas. Ressaltam, também, que a integração entre as tecnologias digitais e os recursos de comunicação criou condições de ampliação ao acesso à educação, o que não significa inovações em termos educacionais, embora sejam levadas em consideração as novas potencialidades e limitações das tecnologias, ao mesmo tempo em que deve ser observada a linguagem empregada para a aprendizagem dos alunos.

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e provas. A proposta deste trabalho se dá nesse campo, mais especificamente nas funcionalidades destes AVAs, ou seja, o que pretendemos investigar é se esses ambientes são realmente adaptados para a mediação de um curso de Ciências Contábeis a distância.

1.4 Questão problema

Diante do exposto, podemos perceber um grande crescimento de cursos de Graduação na modalidade a distância e, na mesma proporção, grandes desafios pedagógicos e tecnológicos que temos pela frente na mediação desses cursos. Hoje, dentre as propostas de cursos na modalidade a distância, podemos encontrar os de Graduação, Especialização e Extensão Universitária; dentre essas opções, várias instituições ofertam, na cidade de São Paulo, cursos de Bacharel em Ciências Contábeis na modalidade a distância. Nosso questionamento começa a partir da análise das particularidades que envolvem um curso de Ciências Contábeis em suas mais variadas disciplinas, especialmente, das questões que pretendemos investigar dentro desse contexto, que são: qual a percepção dos coordenadores de curso sobre as funcionalidades dos ambientes virtuais de aprendizagem hoje existentes? Eles são adequados para a mediação de um curso de Ciências Contábeis a Distância?

1.5 Objetivos

Uma vez colocado o problema e definido qual será o questionamento da pesquisa, seguiu-se determinando qual o objetivo geral e quais os específicos, que serão perseguidos para que se possa responder as questões propostas neste estudo.

1.5.1 Objetivo geral

O objetivo geral da pesquisa é verificar se os ambientes virtuais de aprendizagem estão adaptados para a mediação de cursos em qualquer área do conhecimento; em se tratando desta pesquisa, especificamente o curso de Bacharel em Ciências Contábeis na modalidade a distância.

1.5.2 Objetivos específicos

Como objetivos específicos, tem-se:

1) Explicitar, com base na literatura, como se dá a orientação pedagógica de um curso de Graduação de Bacharel em Ciências Contábeis na modalidade a distância.

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3) Analisar os ambientes virtuais de aprendizagem com ênfase nos cursos de Bacharel em Ciências Contábeis e na modalidade a distância.

1.6 Metodologia

De acordo com Gil (2002), pesquisa é um processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico, cujo objetivo principal é descobrir respostas para os problemas mediante o uso de procedimentos científicos.

Para a realização da presente pesquisa, utilizou-se, inicialmente, a revisão bibliográfica, cujo estudo permite sustentar o desenvolvimento de um procedimento metodológico para a aplicação do modelo de pesquisa, caracterizando-a como uma pesquisa empírica, visto que se pretende verificar uma teoria em uma realidade observável, no caso, a verificação das funcionalidades de ambientes virtuais de aprendizagem, aplicados a curso de Bacharel em Ciências Contábeis na modalidade a distância.

O levantamento dos dados para a pesquisa foi feito mediante um questionário cujo objetivo principal é verificar se os ambientes virtuais de aprendizagem estão adaptados para condução de cursos em qualquer área do conhecimento e, especificamente, para o curso de Bacharel em Ciências Contábeis.

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CAPITULO 2

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Definir Educação a Distância é uma tarefa complexa. Muitas vezes essa definição está relacionada ao ensino presencial e é apenas descritiva. Um parâmetro comum é considerar essa modalidade em termos físicos. A educação on-line está focada na flexibilidade, abertura de sistemas e maior autonomia do aluno (BELLONI, 2003, p. 29).

Uma das características comuns das definições de Educação a Distancia é a centralização do processo de aprendizagem no aluno, já que nessa modalidade o mesmo se torna o foco. Na educação on-line, espera-se flexibilidade e adaptação às necessidades do aluno.

Essa nova modalidade de conquista de certificação vem, ao longo das últimas décadas, favorecendo grupos distintos.

O EAD surgiu em decorrência da necessidade social de proporcionar educação aos segmentos da população não adequadamente servidos pelo sistema tradicional de ensino. (...) Por vezes, são a única oportunidade de estudos oferecidos a adultos engajados na força de trabalho e às donas de casa, que não podem deixar crianças e outras obrigações familiares para frequentarem cursos totalmente presenciais. (FREITAS,2005, p. 58)

Os paradigmas econômicos dos últimos anos têm influenciado a elaboração de modelos teóricos, práticas e políticas de Educação a Distância, quer na organização do trabalho acadêmico, quer na produção de materiais pedagógicos.

A educação on-line, com o advento da internet no final da década de 1990, situa-se no contexto das teorias pós-modernistas. Ela passa a compor o setor de serviços, em que é necessário atender os clientes de modo customizado (BELLONI, 2003, p. 14). Ela também usufrui de benefícios da Web 2.0, que busca a customização em massa do acesso à internet por meio de ferramentas de fóruns, chats, comunicação instantânea, wikis e personalização da página principal.

É fácil averiguar que – ao longo das últimas décadas – o ensino e suas instituições

passaram por mudanças estruturais. A sociedade, “reinventando” o significado das relações, foi a grande “incentivadora” do processo de atualização e modernização do ensino. Este, por

sua vez, ganhou muito com o advento da tecnologia. Com isso, oportunidades foram criadas e o aluno adulto ganhou a chance de prosseguir nos estudos sem ter que, para isso, ocupar lugar nas fileiras escolares. O computador, no contexto da Educação a Distancia, é a nova sala de aula.

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semi-presencial, tais como: parte semi-presencial, parte virtual ou à distância. (SHALLKYTTON, 2009)

Tendo em vista tudo isso, é válido afirmar que a compreensão de que o estudo (conhecimento) é um passaporte obrigatório para a entrada do gênero humano no novo século fica facilitada.

A busca constante por aperfeiçoamento intelecto-cultural permite uma nova leitura das significações geradas pela sociedade que, por sua vez, vai tornando todos os campos mais complexos, exigindo pessoas mais qualificadas e capacitadas para atender às necessidades que se apresentam no contexto competitivo em que todos estamos mergulhados.

De acordo com Zoccoli (2009), as transformações mundiais advêm das relações sociais capitalistas e reestruturam o papel da educação. A globalização, os avanços técnicos e científicos têm estreita relação com as transformações sociais. O papel da educação está diretamente relacionado à formação de um novo sujeito.

O Brasil, atrasado em relação à tendência perpetuada em todo mundo, abriu-se à industrialização no final do século XIX. Naquela oportunidade, eram os imigrantes europeus

– em especial os italianos – os responsáveis por impulsionar a fabricação de tecidos, sapatos etc. Seria a “fábrica” a salvação (leia-se oportunidade de ganhos financeiros maiores) para

aqueles que até então “padeciam” na lavoura.

Passado algum tempo, ainda considerando o contexto anteriormente apresentado, a certificação universitária (conquistada em cursos presenciais) ganhou o status de “passaporte” para o sucesso profissional –distante do “chão da fábrica”; que um dia significou “projeção”.

As pessoas começaram a valorizar mais a escolaridade como forma de melhorar o nível social e econômico. Naquela época, não bastava mais estar empregado e ganhando bem, mas era necessário ter a sua graduação completa. As melhores oportunidades de trabalho estavam condicionadas à quantidade de tempo dedicado aos estudos.

Fruto da “modernidade”, que alcançou todos os níveis da organização social, o indivíduo percebeu que a manutenção de seu posto no mercado de trabalho (inclusive no

“chão de fábrica”) passava pela constante qualificação. Diante disso, é fácil entender que ter acesso ou não à informação pode se constituir em elemento de discriminação na nova sociedade que se organiza. Quem não se preparou viu, de repente, as portas se fecharem e sentiu a necessidade de voltar a estudar para garantir a sua empregabilidade.

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contínua, que se processa através da criação e difusão de novos conhecimentos e de mudanças no conhecimento que já foi institucionalizado (GIANCATERINO, 2009).

O homem do século XXI que, em algum momento da sua caminhada abandonou as fileiras escolares em detrimento do ganho financeiro, precisa se reencontrar com as instituições de ensino, não tendo, porém, o tempo que um dia dispôs para tal fim (qualificação). Com essa certeza, a educação assume um papel fundamental que vai além do conhecer-se a si mesmo e ao outro, alcançando a conquista dos saberes necessários ao desenvolvimento profissional.

A idade adulta, que trouxe a independência, permitiu igualmente que o indivíduo acumulasse experiências de vida assimiladas com os próprios erros. Por exemplo, sabe-se que os espaços sociais, domiciliar, de trabalho e escola, tornaram-se espaços igualmente educativos. Neles, o indivíduo está em contato constante com o conhecimento. Esses espaços,

porém, não oferecem algo que “coroa” o ciclo de aprendizagem exigido pelo mercado de

trabalho: o certificado.

Em meados dos anos 90, com a crescente expansão da rede mundial de computadores, a internet tornou-se o espaço tecnologicamente próximo e virtualmente possível de se diminuir a defasagem de conhecimento, superando, inclusive, a timidez gerada pela convivência com educandos de menor idade. No entanto, a limitação anteriormente percebida

continua a “atormentar” o indivíduo adulto: a internet, por si só, também não certifica os conhecimentos que oferece.

As oportunidades apresentadas para um profissional-aluno são diferentes daquelas propiciadas ao adolescente-aluno, pois o primeiro traz consigo as ansiedades da urgência em manter-se profissionalmente ativo, enquanto o segundo está na fase da projeção da sua ascensão junto ao mercado de trabalho.

O processo que se estabelece agora, alcançando seres de todas as idades, é cíclico, Arrebanhando aqueles com mais experiência de vida e impulsionando os que iniciam sua caminhada independente (vida adulta).

O ser que foi transformado para modificar-se agora precisa se transformar novamente se quiser continuar transformado. O que à primeira vista parece confuso se embasa no pensamento de Zoccoli:

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Diante dessa leitura, que considera a necessidade constante de “ampliação da escolaridade”, fica clara a ideia de que aquilo que foi absorvido anteriormente não é abandonado em função dos novos conhecimentos. O que se pretende é o aumento das

oportunidades de “convivência” com o próprio conhecimento.

A fase adulta traz em si uma característica fundamental: o indivíduo – que, ao longo de sua caminhada profissional, assimilou teorias – consegue discernir quais são suas “novas

necessidades” em função daquilo que realiza cotidianamente.

Diante das prioridades, o profissional-aluno passa a ter que considerar outro desafio: onde encontrar os conteúdos necessários (e certificados) à sua continuidade no mercado de trabalho, sem ter que abrir mão de sua vida profissional para assimilá-los.

2.1 Características da Educação a Distancia

A Educação a Distância é uma modalidade de ensino no qual o aluno e o professor se encontram em tempo e espaço distintos. Essa modalidade educacional possibilita ao aluno não estar presente fisicamente em um ambiente formal de ensino e aprendizagem, como também permite que o aluno realize seu autoestudo em tempo distinto. Nesse sentido, o Ministério da Educação (MEC), por meio do Decreto 5622, de 19 de dezembro de 2005, artigo 1º, caracteriza a Educação a Distância como:

(...) modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL, 2005).

No Ensino a Distância, a conexão entre professor e aluno se dá por meio de ferramentas da tecnologia, como a internet, mas também pelo correio, rádio, televisão, vídeo, CD-ROM, telefone e fax.

Entre as características mais explícitas da Educação a Distancia, estão:

a) a capacidade de autodisciplina, de estudar com horários e locais flexíveis, mas com uma carga horária semanal definida;

b) a crença de que há um menor custo por estudante, em relação à média de 50 alunos por professor em sala de aula presencial;

c) a diversificação das pessoas que podem frequentar os bancos escolares, entre eles os trabalhadores de contra-turnos e profissionais liberais com agenda carregada;

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e) o potencial de se atingir um público-alvo muito grande ao mesmo tempo, e em lugares diferentes.

Um dos maiores impactos da globalização na educação formal é o desafio da universalização da educação básica em todas as camadas da população. Como educar durante nove anos os milhões de brasileiros em idade escolar? A educação on-line é vista como uma alternativa para essa universalização.

Estudar os principais motivos da evasão escolar, quer presencial, quer a distância, oferece pistas para melhorias na educação. Entre os desafios da evasão na Educação a Distância estão a falta de tempo e dinheiro para estudar. Os estudantes de Pós-Graduação possuem mais chances de continuar seus estudos on-line, quer pela experiência profissional, quer pela maturidade e organização nos estudos (SANCHEZ, 2007).

Os recentes e constantes avanços da Tecnologia da Informação e Comunicação tornaram relativos os conceitos de espaço geográfico e tempo. As distâncias globais foram reduzidas e o tempo para acessar os acervos de informação foram otimizados pela internet. Em um mercado integrado e globalizado, a educação deve acompanhar essa evolução e expandir suas fronteiras.

Enquanto isso, o mercado globalizado exige a estruturação de conteúdos de conhecimento voltados para suprir necessidades de produção e administrativas nas empresas transnacionais. Esse é o germe dos trabalhadores do conhecimento, ou seja, a nova geração de empregados nas grandes corporações.

2.2 Polos de apoio presencial

De acordo com a Portaria Normativa nº 02/2007, paragrafo 1º, o polo de apoio

presencial “ é a unidade operacional para desenvolvimento descentralizado de atividades

pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distancia”.

(http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/portarias/portaria_n_2-07_polo.pdf).

Portanto, o polo de apoio exerce um papel fundamental nos cursos a distancia, sendo um ponto de referência para o aluno. Para isso, cada polo deve atender em horários diferenciados e diversos para que possa atender às necessidades específicas de seus alunos, ampliando, assim, o leque de opções, que é restrito nas universidades presenciais.

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Devemos levar em conta também a acessibilidade quanto à utilização dos polos para possíveis alunos que tenham algum tipo de deficiência, lembrando que a acessibilidade diz respeito desde às instalações físicas do polo presencial até ao projeto pedagógico que também deve ser claro ao propor atividades que sejam acompanhadas por todos os púbicos.

2.3 Conceitos e características da Educação a Distância

Para ampliar os espaços de ensino e aprendizagem, cada universidade deverá determinar, para cada área de conhecimento, um ponto de equilíbrio entre o ensino presencial e o virtual. Muitos cursos, mesmo sendo a distância, preveem momentos presenciais, visando propiciar explicações complementares, sanar dúvidas e até mesmo aplicar avaliações. Segundo a Portaria Normativa nº 02, de 10 de janeiro de 2007, parágrafo 1º: “(...) serão realizadas atividades presenciais previstas em Lei, tais como avaliações dos estudantes, aulas práticas (...) videoconferência, atividades de estudo individual ou em grupo, entre outras”. (http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/portarias/portaria_n_2-07_polo.pdf)

Além disso, o Decreto 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, expõe como definição da Educação a Distância, no seu caput do artigo 1º, que:

Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação (BRASIL, 1998). (http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/D2494.pdf)

Em comparação com o ensino presencial, a Educação a Distância é uma forma diferente de ensino e aprendizagem no que diz respeito às ferramentas utilizadas para tentar chegar aos objetivos de uma educação de qualidade. O aluno, por sua vez, precisa utilizar métodos diferentes na forma de estudar para apreender os assuntos abordados, diferentes da maneira tradicional anteriormente empregada.

A Educação a Distância não difere da educação presencial apenas no uso da tecnologia, mas possui uma abordagem totalmente diferente, com estudantes, métodos, mídias, estratégias e objetivos diferentes na política educacional.

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da performance apresentada pelos alunos na saída, que deve ser equivalente à dos alunos de cursos presenciais, uma vez que os dois sistemas se equivalem perante a LDB.

Como já visto anteriormente, em se tratando de Educação a Distância, o aluno deve ter um perfil diferente se comparado ao aluno da modalidade presencial. Por isso, necessita de um corpo de apoio institucional, conforme exposto por Litwin (2001):

(...) por trás de um bom curso muito provavelmente encontram-se docentes que pesquisam em seu campo, ao mesmo tempo em que manifestam verdadeira preocupação em alimentar e favorecer os processos de aprendizagem.

Nesse sentido, encontra-se o serviço de apoio realizado pelos tutores, conduzindo os conteúdos ministrados pelos professores para que sejam entendidos pelos alunos, esclarecendo dúvidas, e realizando serviços administrativos para a continuidade do curso.

Complementando a ideia de Litwin, Belloni (1999) destaca:

em Educação a Distancia como na aprendizagem aberta e autônoma da educação do futuro, o professor deverá tornar-se parceiro dos estudantes no processo de construção do conhecimento, isto é, em atividades de pesquisa e na busca da inovação pedagógica.

O apoio dos tutores a distância, além de colaborar no processo de construção do conhecimento, motiva e ajuda os alunos a gerenciarem seus estudos, procurando, assim, cooperar para o desenvolvimento da autoaprendizagem.

Umas das facilidades apresentadas pela EaD que tem sido fundamental em nossas dias é a flexibilidade de espaço, tempo e ritmo de aprendizagem, pois o aluno pode consultar o material impresso, o material on-line e os recursos audiovisuais em qualquer circunstância e momento.

A Educação a Distância é considerada aberta porque ela é capaz de oferecer uma grande diversidade de cursos, atingindo, assim, um grande público. Embora, na grande maioria, existam os polos presenciais, a Educação a Distancia atende a uma população numerosa e diversa, com níveis e estilos de aprendizagem diferenciados, atendendo, dessa forma, à complexidade da sociedade moderna.

A EaD é caracterizada, também, por sua comunicação bidirecional, pois o estudante não é apenas um receptor de informações, de mensagens; embora seja uma educação a distância, ela estimula relações dialogais, criativas, críticas e participativas. E, ainda, é uma educação econômica, pois evita o deslocamento, o abandono do local de trabalho, a formação de pequenas turmas, e permite uma economia de escala.

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Distância possui certas características que podem ser consideradas vantajosas para o aprendizado, e que atendem a um público específico.

Nunes (2009, p. 2) destaca outras vantagens:

Para maximizar as vantagens da educação a distância, há necessidade de utilizar um arsenal especifico (meios de comunicação, técnicas de ensino, metodologias de aprendizagem, processos de tutoria, entre outros), obedecendo a certos princípios básicos de qualidade. Sua clientela tende a ser não convencional, incluindo adultos que trabalham; pessoas que, por vários motivos, não podem deixar a casa; pessoas com deficiências físicas; e populações de áreas de povoamento disperso ou que, simplesmente, se encontram distantes de instituições de ensino.

A Secretaria de Educação a Distância (SEED) do Ministério da Educação (MEC), em 2005, criou o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), juntamente com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e Empresas Estatais, no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação com foco nas Políticas e na Gestão da Educação Superior, visando à expansão da educação superior.

O Sistema UAB é um sistema integrado por universidades públicas, regulamentado pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, que, conforme o site da UAB:

Fomenta a modalidade de educação a distância nas instituições públicas de ensino superior, bem como apoia pesquisas em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas em tecnologias de informação e comunicação. Além disso, incentiva a colaboração entre a União e os entes federativos e estimula a criação de centros de formação permanentes por meio dos polos de apoio presencial em localidades estratégicas.

(http://www.uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6 &Itemid=18)

Ainda conforme a mesma fonte, o Sistema UAB é um facilitador da democratização do acesso ao ensino superior, pois atinge as camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, fortalecendo a escola no interior do Brasil e evitando, assim, a migração para as grandes cidades.

2.4 Educação a Distância no Brasil

O desenvolvimento da Educação a Distância aconteceu por meio de gerações, conforme as necessidades de ensino e as inovações tecnológicas e de comunicação de cada época. As gerações da EaD encontradas na literatura costumam diferir um pouco em suas definições e datas, porém geralmente são divididas em cinco.

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A 2ª geração iniciou-se em 1970, com o surgimento das primeiras Universidades Abertas, com design e implementação sistematizados de cursos a distância, utilizando, além do material impresso, transmissões por televisão aberta e rádio, fitas de áudio e vídeo, com interação aluno-tutor por telefone ou nos centros de atendimento.

Já em 1990, com o uso de computadores, com estações de trabalho multimídia e redes de conferência, surgiu a 3ª geração.

A 4ª geração, iniciada no ano 2000, caracteriza-se pelo aumento da capacidade de processamento dos computadores e da velocidade das linhas de transmissão, o que interfere na apresentação do conteúdo e interações, e pelo acesso a bancos de dados e bibliotecas eletrônicas.

E atualmente estamos vivenciando a 5ª geração, com uso de agentes inteligentes, equipamentos wireless e linhas de transmissão eficientes, além de organização e reutilização dos conteúdos.

Podemos analisar que a Educação a Distância evoluiu ao longo das diversas gerações, e que essa modalidade de ensino não é uma prática inovadora. Surgiu no Brasil por volta de 1900, com o avanço dos serviços de correio, e foi evoluindo com o desenvolvimento de novas tecnologias, possibilitando, assim, uma inclusão cada vez maior de estudantes na Educação a Distância.

A Lei nº 9.394/96 faz referência a ela especialmente em seu artigo 80, destacando que:

Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.

§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.

§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. § 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:

I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;

III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais. (BRASIL, 1996)

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2.5 Tipologia e classificação do Ensino Superior no Brasil

A educação superior no Brasil não pode ser discutida sem que se tenha presente o cenário e o contexto em que ela surge, ou seja, deve-se ter presente o tempo e o espaço em que ela está inserida, analisando desde o momento de seu surgimento até a realidade atual da educação, tanto no panorama local, quanto no regional ou mesmo mundial.

A tipologia das instituições superiores foi redefinida pela LDB em 1996 com a Lei 9.394/96. Em relação à natureza acadêmica, a Lei foi definida por meio de decretos complementares. Vamos à análise de cada tipo de instituição.

Universidades: de acordo com a Constituição Federal, as universidades devem obedecer ao princípio da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. Tal exigência não existe para as outras formas institucionais de Ensino Superior, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996.

A LDB também dita que as universidades são instituições pluridisciplinares de formação de quadros profissionais de nível superior, de pesquisa e investigação, extensão, domínio e cultivo do saber humano. Devem possuir: I) produção intelectual institucionalizada, mediante o estudo sistemático dos temas e problemas relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto das necessidades de nível regional e nacional; II) um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado e doutorado; III) um terço do corpo docente em regime de tempo integral. A universidade tem autonomia didática e cientifica, bem como autonomia administrativa e de gerenciamento de recursos financeiros e do patrimônio institucional.

Quanto à autonomia para a abertura de novos cursos, o marco legal determina que as universidades estejam dispensadas de solicitar ao poder público autorização para abrir novos cursos superiores.

Universidade especializada: caracteriza-se por concentrar suas atividades de ensino e pesquisa num campo do saber, tanto em áreas básicas como nas aplicadas, pressupondo a existência de uma área de conhecimento ou formação especializada dos quadros profissionais de nível superior.

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Os centros universitários deverão comprovar elevada qualidade no ensino, o que deve incluir não só uma infraestrutura adequada, mas titulação acadêmica do corpo docente ou relevante experiência profissional na respectiva área. Deverão comprovar, também, a inserção e as práticas investigativas na própria atividade didática, de forma a estimular a capacidade de resolver problemas e o estudo autônomo por parte dos estudantes, assim como o constante aperfeiçoamento e atualização do corpo docente.

Estágios supervisionados, prestação de serviços à comunidade, levantamento bibliográfico e elaboração autônoma ou em grupos de trabalhos teóricos ou descritivo sobre temas específicos, com orientação docente, são todas práticas necessárias a um ensino de alta qualidade.

Institutos superiores de educação: visam à formação inicial, continuada e complementar para o magistério da Educação Básica, podendo oferecer os seguintes cursos e programas: curso Normal Superior para Licenciatura de profissionais para Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental; curso de Licenciatura para formação de docentes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

Faculdades integradas: as faculdades integradas e as faculdades são instituições multicurriculares organizadas para atuar de uma maneira comum e sob um regime unificado. São instituições de um só plano de estudos diretamente sob o controle de uma administração central.

As faculdades integradas, faculdades isoladas, escolas superiores e institutos superiores não gozam de autonomia e devem solicitar autorização ao poder público, ao Ministério de Educação, para a abertura de um a um de seus novos cursos.

Centros de educação tecnológica: são instituições especializadas em educação profissional pós-secundária, públicas ou privadas, com a finalidade de qualificar profissionais nos vários níveis e modalidades de ensino.

Estabelecimentos ou faculdades isoladas: são instituições que, em geral, desenvolvem um ou mais cursos com estatutos próprios e distintos para cada um deles.

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CAPITULO 3

AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

As mudanças nas organizações sociais foram aceleradas nos últimos dez anos, principalmente pelos avanços científicos e tecnológicos que, juntamente com as transformações sociais e econômicas, revolucionaram as formas de nos comunicarmos, de nos relacionarmos com as pessoas, com os objetos e com o mundo ao redor. Encurtaram-se as distâncias, expandiram-se as fronteiras, o mundo ficou globalizado. E, por sua vez, as mídias e tecnologias estão relacionadas a todas essas transformações.

A educação, como pôde ser visto no capítulo anterior, tampem está adquirindo um novo molde, o que permite um acesso maior da população e mais adeptos à formação acadêmica de nível superior.

E é justamente nesse contexto surgem os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), com a finalidade principal de tornarem-se ambientes de interação e convívio virtual entre professores e alunos.

Para Silva (2003), o AVA é a sala de aula no ciberespaço:

O ambiente virtual de aprendizagem é a sala de aula online. É composto de interfaces ou ferramentas decisivas para a construção da interatividade e da aprendizagem. Ele acomoda o web-roteiro com sua trama de conteúdos e atividades propostos pelo professor, bem como acolhe a atuação dos alunos e do professor, seja individualmente, seja colaborativamente (SILVA, 2003, p. 62).

Os ambientes digitais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação. Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira mais organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos e grupos.

A era digital abre novas possibilidades para os indivíduos realizarem suas ações em contextos distintos, com mídias diferenciadas, favorecendo a constituição de uma teia entre a escola e o cotidiano no qual o indivíduo atua, configurando novos caminhos para ele interagir e desenvolver suas constantes compreensões sobre o mundo e sobre a cultura.

Segundo Pereira (2007) “AVAs consistem em mídias que utilizam o ciberespaço para

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1) Informação e documentação: materiais didáticos nos mais diferentes formatos, armazenamento e acesso de arquivos (fazer uploads e downloads).

2) Comunicação: facilita comunicação síncrona e assíncrona.

3) Gerenciamento pedagógico e administrativo: possibilita acompanhar o desempenho dos alunos, avaliações, entre outros.

4) Produção: permite o desenvolvimento de tarefas e resolução de problemas dentro do ambiente.

Pereira (2007, p. 49) indica que os primeiros AVAs, foram desenvolvidos e utilizados em cursos a distância na metade dos anos 90. Atualmente, podem ser classificados quanto ao modelo de interação, ao acesso à ferramenta e à natureza distribuída das aplicações. No que toca o modelo de interação, podem ser divididos em ambientes de apoio a cursos;

- orientado ao aluno ou ao professor, ambientes colaborativos e ambientes híbridos. - orientado ao aluno ou professor e com atividades em grupo.

Quanto ao acesso a ferramentas, podem ser classificados em Comercias de Código Fechado, Gratuitos de Código Fechado e de Código Aberto.

E, quanto à natureza distribuída das aplicações, podem ser ambientes baseados no modelo Cliente- Servidor, onde todas as funcionalidades do ambiente de aprendizado se encontram em um servidor remoto e podem ser acessadas através de um cliente por meio da internet, como ocorre na Educação a Distancia.

Apesar da diversidade de AVAs disponíveis tanto no mercado quanto como ferramentas livres e muitas vezes gratuitas, nota-se que muitas características são comuns a todos esses ambientes.

Um exemplo disso é que os AVAs permitem acesso restrito a usuários previamente cadastrados; disponibilizam espaço para a publicação de material do professor e espaço destinado ao envio/armazenamento de tarefas realizadas pelos alunos; possuem um conjunto de ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona, como chat e fórum de discussões.

Em diferentes graus, a escola está diante de novos desafios provocados tanto pelos avanços tecnológicos como pelas consequentes demandas neles embutidos. A educação tem incorporado gradualmente as mídias e tecnologias e outros agentes que compõem seu atual cenário e apontam para cenários futuros na tessitura dos fios dessa teia. Um dos desafios iniciais é a democratização do acesso.

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considerá-lo como uma inteligência coletiva, na medida em que partilha funções cognitivas, como a memória, a percepção e o aprendizado.

Para Lévy (1998, p. 28), a inteligência coletiva é uma inteligência distribuída por toda a parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em mobilização efetiva das competências. Acrescentemos à nossa definição este complemento indispensável: a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuo de todas as pessoas. Uma inteligência distribuída por toda parte, que independe de raça, credo ou classe social. Ninguém sabe tudo, mas todos sabem alguma coisa, todo o saber está na humanidade.

O processo de formação requer uma abordagem reflexiva do educador envolvendo a compreensão sobre a própria prática e a construção de novos referenciais baseados na interpretação articulada entre teorias e práticas. A concretização dos princípios norteadores dessa abordagem de formação também necessita dos recursos das tecnologias e mídias.

Nesse caso, os ambientes virtuais não apenas viabilizam uma modalidade de ensino e aprendizagem que ocorre sem a presença física dos participantes de um curso, mas, essencialmente pelo fato de constituírem novos espaços de interação, propiciam diferentes formas de comunicação e de representação do conhecimento.

Quando falamos dos ambientes virtuais de aprendizagem, devemos ter em mente que as atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e espaço em que cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade explícita e um planejamento prévio denominado design educacional, o qual constitui a espinha dorsal das atividades a realizar, sendo revisto e reelaborado continuamente no andamento da atividade.

Devido aos benefícios proporcionados pelos AVAs – você pode acessar esses sistemas na comodidade de sua casa e tem também a opção de fazer seu horário, desde que cumpra as atividades propostas e solicitadas –, muito se tem investido nessa tecnologia e os acessos têm sido cada vez maiores.

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No ambiente virtual, a flexibilidade da navegação e as formas síncronas e assíncronas de comunicação oferecem aos estudantes a oportunidade de definirem seus próprios caminhos de acesso às informações desejadas, afastando-se de modelos massivos de ensino e garantindo aprendizagens personalizadas.

Outra ferramenta utilizada a distância são as videoaulas, que são vídeos previamente gravados e armazenados no servidos. O usuário dispõe de controles semelhantes aos encontrados em um videocassete, podendo avançar, pausar ou retroceder. Com o sistema streaming (fluxo contínuo), o usuário não precisa carregar todo o arquivo de vídeo antes de começar a assistir, otimizando o tempo de espera.

Os bate-papos (Internet Relay Chat – Ire) ou apenas chat, como também é denominado, é um serviço de comunicação síncrona bastante popular. Essa ferramenta permite a troca de mensagens escritas; pode ser implementado através de um programa específico ou ser integrado em páginas web. Os programas que até então mais conhecidos são: MSN3 e o SKYPE. Essas ferramentas proporcionam discussões interativas entre duas ou mais pessoas concomitantemente, disponibilizam uma ou mais “salas” (canais) para discussão de assuntos distintos e permitem que se enviem mensagens para todos os usuários conectados num canal ou apenas para um usuário. Existem sites que oferecem salas de bate-papos aos usuários.

As características tecnológicas do ambiente virtual devem garantir o sentimento de telepresença, ou seja, mesmo que os usuários estejam em espaços distanciados e acessem o mesmo ambiente em dias e horários diferentes, eles precisam sentir como se estivessem fisicamente juntos, trabalhando no mesmo lugar e ao mesmo tempo. Para que esse senso de presença seja real, é preciso que muito além das tecnologias disponíveis e do conteúdo a ser trabalhado.

As primeiras versões de ambientes virtuais de aprendizagem para educação foram modeladas com base em quatro estratégias, com relação às suas funcionalidades, fato que foi se modernizando conforme o passar do tempo e o surgimento de novas tecnologias.

O correio eletrônico e o grupo de discussão eram e ainda são aliados eficazes na Educação a Distancia e utilizados também nos AVAs. Afinal, o correio eletrônico é uma ferramenta fundamental na comunicação quando não existe a possibilidade de se reunir todo grupo no mesmo momento; por meio do correio eletrônico, é possível que todos estejam inteirados do mesmo tema.

(34)

Porém, algumas estratégias que ajudaram na criação dos primeiros ambientes virtuais estavam ligadas à visão de uma sala de aula presencial. O uso desses ambientes mostrou, no entanto, que se tratava de uma outra realidade educacional, com características e sentidos próprios.

A base pedagógica do ambiente deve ser centrada no aluno e na aprendizagem em equipe: cada aluno deve não só receber a informação, mas interpretá-la, compartilhando e trocando ideias com seus companheiros, fazendo emergir um novo conhecimento.

Para Moran (2000), com a incorporação das tecnologias, as relações sociais têm presenciado uma verdadeira revolução nas formas de interação entre os individuos:

Vive-se um período onde a integração de mídias ocorre em grande escala. Rádio, impressos, televisão, vídeo e internet estão entre as mais comuns utilizadas na modalidade a distância, mas o grande diferencial está no sistema de multimidia e com isso, surgem novas formas de pensar, de agir e se relacionar. Das mídias mais interativas e mesmo os meios de comunicação tradicionais buscam novas formas de interação. De uma cominucação offline, estamos passando para um mix de comunicação off e online. (MORAN, 2000, p.59)

3.1 Ferramentas utilizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem

As ferramentas utilizadas em ambientes virtuais a distância são diversas e podem promover a comunicação de duas maneiras: síncrona e assíncrona. A comunicação síncrona consiste na comunicação que ocorre ao mesmo tempo, ou seja, simultânea. As mensagens emitidas por uma pessoa são imediatamente recebidas e respondidas por outras pessoas. Já a comunicação assíncrona consiste na comunicação que não é realizada em tempo real. A mensagem emitida por uma pessoa é recebida e respondida mais tarde pelas outras.

Algumas ferramentas que promovem a comunicação assíncrona são:

1) E-mail: Correio eletrônico que possibilita a troca de mensagens com diversas

pessoas.

2) Grupos de discussão: Grupos virtuais cuja finalidade é discutir algum tema de comum interesse dos participantes ou buscar ajuda para resolver alguma dúvida.

3) FTP e Download: Transferência de arquivos entre um servidor e o computador

do usuário.

4) World Wide Web (WWW): Integra quase todos os outros serviços através de

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universal de um grande número de pessoas a um grande universo de documentos.

5) Vídeo e áudio sob demanda: permite assistir vídeos e áudios gravados previamente e armazenados no servidor.

Já as ferramentas que promovem a comunicação síncrona são, principalmente:

1) Chat (bate-papo): Permite a conversação em tempo real de duas ou mais

pessoas.

2) Videoconferência: É uma discussão que permite o contato visual e sonoro entre pessoas que estão em lugares diferentes. Permite não só a comunicação entre um grupo, mas também a comunicação pessoa-pessoa.

3) Audioconferência: Sistema de transmissão de áudio, recebido por um ou mais usuários simultaneamente.

4) Teleconferência: conferência que envolve a transmissão e recepção de diversos tipos de mídias.

A utilização de diversos outros recursos, como material impresso, CD-Roms etc., é um auxílio ao aluno que possui dificuldades de acesso a internet. O importante é levar o conhecimento aos mais diversos pontos, independentemente das tecnologias utilizadas. Isso não quer dizer que a qualidade dos materiais tenha que ser inferior às disponíveis na rede. Pelo contrário: os materiais devem ser bem elaborados, dadas as dificuldades de comunicação entre alunos, monitores e professores.

O Moodle é um Ambiente Virtual de Aprendizagem, também conhecido como LMS – Learning Management System (sistema de gerenciamento de aprendizagem) de código aberto, livre e gratuito. Seu desenvolvimento foi norteado por uma filosofia de aprendizagem – a teoria socioconstrutivista (social constructivism). O socioconstrutivismo defende a construção de ideias e conhecimentos em grupos sociais de forma colaborativa, uns para com os outros, criando, assim, uma cultura de compartilhamento de significados.

(36)

Além das ferramentas citadas, o Moodle permite a utilização de módulos agregados. São centenas de recursos, desenvolvidos pela comunidade do Moodle, disponíveis para download e instalação pelo respectivo administrador do sistema.

Um módulo agregado interessante é o DimDimConference Server. O DimDim é o primeiro Conference Server (Web Conference) baseado em plataforma de código livre . Ele é gratuito e pode ser facilmente usado para pequenos encontros ou para seminários com centenas de participantes.

Muitas vezes os sistemas de AVA não atingem seu potencial porque somente apresentam seus conteúdos de maneira muito impessoal, sem levar em consideração a motivação e as necessidades particulares de cada estudante. Essa impessoalidade prejudica o desempenho dos alunos, tornando-os desmotivados e provocando evasão dos cursos a distância.

Muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual apenas adaptações do ensino presencial. Logo, para manter a interação entre alunos e professores, é fundamental um suporte de meios tecnológicos que favorecem a interatividade, o que torna imprescindível esclarecer a diferença entre os termos “interação” e “interatividade”, segundo Belloni (1999, p. 58):

É fundamental esclarecer com precisão a diferença entre conceito sociológico de interação – ação recíproca entre dois ou mais atores onde ocorre intersubjetividade, isto é encontro de dois sujeitos – que pode ser direta ou indireta (mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, por exemplo, carta ou telefone) e a interatividade, termo que vem sendo usado indistintamente com dois significados diferentes em geral confundidos: de um lado a potencialidade técnica oferecida por determinado meio (por exemplo CD-ROMs de consulta, hipertextos em geral, ou jogos informatizados), e, de outro, a atividade humana, do usuário, de agir sobre a

máquina, e de receber em troca uma “retroação” da máquina sobre ele. (BELLONI,

1999, p. 58)

De fato, a tarefa de ensinar implica o acompanhamento constante do aprendiz, na tentativa de se entender quem ele é e do que é capaz. Só assim se consegue propor desafios, tornar o aprendizado uma experiência atrativa, e ajudar o aluno a atribuir significado ao conhecimento.

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na construção coletiva de uma ecologia da informação, na qual valores, motivações, hábitos e práticas são compartilhados.

Para desenvolver a Educação a Distância com suporte em ambientes digitais e interativos de aprendizagem, torna-se necessária a preparação de profissionais que possam implementar recursos tecnológicos (software) condizentes com as necessidades educacionais, o que implica estruturar equipes interdisciplinares constituídas por educadores, profissionais de design, programação e desenvolvimento de ambientes computacionais para AVAs, com competência na criação, gerenciamento e uso desses ambientes.

Assim, a Educação a Distância em ambientes digitais e interativos de aprendizagem permite romper com as distâncias espaçotemporais e viabiliza a recursividade, múltiplas interferências, conexões e trajetórias, não se restringindo à disseminação de informações e tarefas inteiramente definidas a priori. A EaD assim concebida torna-se um sistema aberto, ''com mecanismos de participação e descentralização flexíveis, com regras de controle discutidas pela comunidade e decisões tomadas por grupos interdisciplinares'' (MORAES, 1997, p. 68).

Com os chamados Ambientes Virtuais de Aprendizagem, a EaD ganhou a possibilidade de organizar cursos de maneira mais controlada, que podem ser uma mistura de aulas presenciais e a distância ou totalmente virtuais. O número de ferramentas disponíveis para utilização também cresce a cada dia. São e-mails, fóruns, conferências, bate-papos, arquivos de textos, wikis, blogs, dentre outros. Ressalta-se que, em todos esses ambientes, textos, imagens e vídeos podem circular de maneira a integrar mídias e potencializar o poder de educação através da comunicação.

Devemos ter em mente que, para construir um curso de Educação a Distância voltado para satisfazer às necessidades dos alunos, muitas decisões e ações se fazem necessárias. Um modelo de curso de EaD precisa estar planejado estrategicamente à luz de uma proposta pedagógica integrada e sustentando uma proposta tecnológica, de tal forma que permita potencializar, na sua possibilidade máxima, a sua aplicabilidade como ferramenta de aprendizagem.

A presença do diálogo entre professores e alunos, bem como sua extensão e natureza, dependerá de vários fatores: o conteúdo do curso, personalidades do professor e do aluno e, principalmente, dos fatores ambientais, sendo um dos mais importantes o meio de comunicação utilizado na interação entre alunos e professores.

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competências essenciais para o exercício da função, bem como as limitações da modalidade a distância.

A base pedagógica do ambiente deve ser centrada no aluno e na aprendizagem em equipe: cada aluno deve não só receber a informação, mas interpretá-la, compartilhando e trocando ideias com seus companheiros, fazendo emergir um novo conhecimento.

Para educar em Ambientes Virtuais de Aprendizagem, além de repensar o perfil e o papel do professor, é imprescindível destacar a importância dos conteúdos das aulas, bem como o material didático adotado.

Cada mídia tem sua especificidade, suas vantagens e limitações. Daí a importância de conhecer, analisar e decidir qual é a mais indicada para cada conteúdo.

Para auxiliar no processo do aprendizado significativo, é necessário que os AVAs sejam dotados de várias mídias, como vídeo, áudio, gráficos, textos, cada qual apresentando inúmeras vantagens: promover o desenvolvimento de habilidade e formação de conceitos, possibilitar inúmeras modalidades de aprendizagem, aumentar a interatividade, facultar a individualidade (podendo o aluno administrar o seu tempo), permitir aos alunos maior compreensão dos conteúdos (pois utiliza várias mídias e não apenas textos), facilitar a aprendizagem por meio de palavras utilizadas simultaneamente e ajudar no aprendizado, pois utilizar animação e narração audível é mais consistente do que animação e texto em tela.

Muitas são as ferramentas disponíveis para permitir a aprendizagem significativa em AVAs, das quais podemos citar: blogs, wikis, podcasts, e-portfolios, social networking, social bookmarking, photosharing, Second Life, on-line fóruns, video messaging, YouTube, audio graphics, dentre outras.

Dessa forma, é salutar discutir as propriedades pedagógicas possíveis que favorecem o desafio de aprender bem. Em AVAs, pretende-se fomentar nos alunos habilidades de aprendizagem autônoma, embora preferencialmente coletiva; e desenvolver habilidade de construção de conhecimento, motivar a aprendizagem sem fim. Segundo Demo (2009, p. 37), dão o exemplo de como se poderia usar a wiki nessa direção:

I Desenvolver projetos de pesquisa – usando wiki para documentação em andamento do trabalho;

II Construindo uma bibliografia anotada, colaborativa – usando links para prescrever leitura e também para notas sumariadas na leitura;

III Publicar recursos do curso – professores podem postar material de sala de aula, os estudantes podem postar comentários sobre este material para serem compartilhados com todos;

IV Mapear conceitos – ideias podem ser postadas e editadas para produzir uma rede conectada de recursos;

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Tabela 1 – Mudança no paradigma educacional
Tabela 2 – Cursos de Ciencias Contabeis em atividade no pais  Estado  Presencial  A Distância
Tabela 3 – Numero de contadores ativos em todo o país
Tabela 4 – Comparação entre pesquisa quantitativa e qualitativa
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Referências

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