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Depressão, Ansiedade e Stress em Cuidadores pertencentes e não pertencentes à Geração Sandwich (GS)

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Ciências Sociais e Humanas

Depressão, Ansiedade e Stress em Cuidadores

pertencentes e não pertencentes à Geração

Sandwich (GS)

Edna Maria Lima Moniz

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Psicologia Clínica e da Saúde

(2.º ciclo de estudos)

Orientadora: Prof. Doutora Rosa Marina Afonso

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Dedicatória

Aos meus pais, pelos valores que me incutirem, os quais orientam o meu percurso. A ti, avó, pelos valores que me transmitiste e o desejo de saber e evoluir cada vez mais.

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Agradecimentos

É certo que o fim de um ciclo poderá ser um momento de monotonia, mas esse fim de ciclo trás para a minha vida um sentimento de alegria incensurável. É com muito orgulho que escrevo estes agradecimentos, pois simbolizam, em simultâneo, um adeus aos cinco anos em que usei a minha resiliência e o início de uma nova etapa. Anos difíceis, de lágrimas, stress, desânimo, tristeza, alegria e muito trabalho, porém valerem a pena. O sabor da vitória tornou-se enorme, e sei que não foi só para mim, muitas pessoas acompanharam-me nesta luta, e a essas pessoas quero agradecer:

Aos meus pais e irmão por todos os esforços que fizeram para poder concluir o meu curso, que sempre me ensinaram a lutar por aquilo que mais quero e a não desistir, por todas as palavras de incentivo, força, coragem, conforto ao longo destes cinco anos, pela presença nos momentos de sucesso, mas também de dificuldade.

Ao meu namorado, Nelson, por ter sido o meu porto seguro, pelo apoio, ombro amigo nos momentos de carência e de cansaço, pela paciência e compreensão em momentos de stress, pela motivação e encorajamento constante.

Ao meu anjo da guarda, à minha avó, por ser a minha estrutura, por todos os valores que me transmitiu, pelo sorriso contagiante e pela força constante que tenho na minha memória. Hoje o meu coração está triste por não poderes estar aqui presente fisicamente neste dia importante da minha vida, contudo sei que estás feliz por acabar esta grande etapa.

À Dona Olga e à Cátia Martins, pelas palavras motivadoras e pela preocupação constante. À minha família que sempre me apoiou ao longo deste percurso.

À minha orientadora, Professora Doutora Rosa Marina Afonso, pela orientação incansável, exigência, pelo apoio, transmissão de conhecimentos, experiências, disponibilidade, pela compreensão ao longo deste processo, pois sem o seu apoio este percurso não seria possível. Uma orientadora exemplar, sem palavras para a definir.

A todas as pessoas que de alguma forma me apoiaram, ajudaram e motivaram durante este percurso académico.

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Resumo

O número de pessoas idosas tem aumentado significativamente nas últimas décadas e encontra-se, frequentemente, associado ao aparecimento de doenças que podem originar dependência. O apoio pode ser dado por cuidadores da Geração Sandwich, que prestam cuidados a pessoas idosas e a crianças, e por outros cuidadores, que prestam cuidados a crianças ou a idosos. Este estudo tem como principal objetivo avaliar e comparar depressão, ansiedade e stress nos dois grupos. Assim como analisar as suas correlações.

Participaram no estudo 178 pessoas, 98 pertencentes à GS e 80 cuidadores não pertencentes à GS. A média de idades para a GS de 44.88 anos e de 38.27 anos para os outros cuidadores, sendo 25,8% (n= 46) do sexo masculino e 74,2% (n= 132) do feminino. Os instrumentos usados foram um questionário sociodemográfico, o Brief Symptom Inventory 18 (BSI-18), Kingston

Caregiver Stress Scale (KCSS) e a Escala de afeto positivo e negativo (PANAS-VRP).

Os resultados indicaram diferenças estatisticamente significativas na depressão (U= 672,000; p=0,003) e ansiedade (U= 802,000; p= 0,041) em função do estatuto socioeconómico na GS e, também, na depressão (U= 501,500; p=0,023) e ansiedade (U= 478,500; p=0,012) nos cuidadores não pertencentes à GS. Seguidamente, no grupo dos cuidadores observou-se diferenças estatisticamente significativas no stress em função do género (U= 498,500; p= 0,020), em que as mulheres pertencentes a este grupo relataram maior stress do que os homens. Por sua vez, o stress está positivamente correlacionado com a depressão (rs= 0,470,

p= 0,000) e ansiedade (rs= 0,425, p= 0,000) na GS e, também, nos outros cuidadores,

depressão (rs = 0,463, p = 0,000) e ansiedade (rs= 0,370, p= 0,001). Os resultados permitem

concluir que as dimensões avaliadas são superiores na GS, encontrando-se positivamente correlacionadas na GS e nos outros cuidadores.

Palavras-chave

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Abstract

The number of old people has increased significantly in the last decades and is often associated with the appearance of diseases that can lead to dependence. Support can be provided by Sandwich Generation caregivers who provide care for the old people and children and other caregivers who provide care for children or the elderly. This study has as main objective to evaluate and compare depression, anxiety and stress in both groups. As well as analyzing their correlations.

From 178 people, 98 belonging to the GS and 80 non-GS caregivers participated in the study. The mean age for GS was 44.88 years and 38.27 years for other caregivers, with 25.8% (n= 46) males and 74.2% (n= 132) females. The instruments used were a sociodemographic questionnaire, the Brief Symptom Inventory 18 (BSI-18), Kingston Caregiver Stress Scale (KCSS) and The Positive and Negative Affect Scale (PANAS-VRP).

The results indicated statistically significant differences in depression (U= 672,000, p= 0,003) and anxiety (U= 802,000; P= 0,041) as a function of socioeconomic status in GS and also in depression (U= 501,500; p= 0.023) and anxiety (U= 478,500; p= 0.012) in non-GS caregivers. Then, in the caregiver group, statistically significant differences in gender-related stress were observed (U= 498,500; p= 0,020), where the women in this group reported higher stress than men. On the other hand, stress is positively correlated with depression (rS= 0,470, p= 0,000)

and anxiety (rS= 0,425, p= 0,000) in GS and also in other caregivers, depression (rS= 0.463, p=

0,000) and anxiety (rS= 0,370, p= 0,001). The results allow us to conclude that the

dimensions assessed are higher in GS and are positively correlated in GS and in other caregivers.

Keywords

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Índice

Dedicatória ... iii

Agradecimentos ... v

Resumo ... vii

Abstract ... ix

Lista de Tabelas ... xiii

Lista de Acrónimos ... xv

Introdução ...1

Métodos ...5

Participantes ... 5

Instrumentos ... 7

Dados sociodemográficos, estilos de vida e informações sobre a prestação de cuidados .. 7

Brief Symptom Inventory 18 (BSI-18)... 7

Kingston Caregiver Stress Scale (KCSS) ... 9

Positive and Negative Affect Schedule (Escala de Afeto positivo e negativo: PANAS-VRP) – versão reduzida ... 10

Procedimentos... 11

Análise de dados ... 13

Análise estatística ... 13

Resultados ... 15

Discussão dos Resultados ... 29

Conclusão ... 33

Bibliografia ... 35

ANEXO TEÓRICO ... 41

Capítulo I – Geração Sandwich ... 43

1. Geração Sandwich: surgimento do conceito, definições e critérios ... 43

2. Saúde da Geração Sandwich e dos cuidadores informais ... 59

3. Geração sandwich e Modelos de Stress adaptados à prestação de cuidados ... 63

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Caracterização sociodemográfica dos participantes por grupos Tabela 2: Caracterização dos níveis das dimensões

Tabela 3: Diferenças na Ansiedade e Depressão em função das variáveis sociodemográficas por grupos

Tabela 4: Diferenças no Stress em função das variáveis sociodemográficas por grupos

Tabela 5: Diferenças na Ansiedade e Depressão em função das variáveis relacionadas com a prestação de cuidados por grupos

Tabela 6: Diferenças no Stress em função das variáveis relacionadas com a prestação de cuidados por grupos

Tabela 7: Coeficiente de correlação de Spearman entre o Stress e dimensões Tabela 8: Coeficiente de correlação de Spearman entre a depressão e dimensões Tabela 9: Coeficiente de correlação de Spearman entre a ansiedade e dimensões Tabela 10: Critérios de inclusão na Geração Sandwich entre a ansiedade e dimensões Tabela 11: Características sociodemográficas e horas de prestação de cuidados na GS

Tabela 12: Fatores sociodemográficos, sobrecarga, ajuda e horas de prestação de cuidados na GS

Tabela 13: Fatores sociodemográficos, horas de prestação de cuidados e depressão na GS Tabela 14: Fatores sociodemográficos e sobrecarga na GS

Tabela 15: Estudos sobre características sociodemográficas, grau de dependência e sobrecarga nos cuidadores informais

Tabela 16: Estudos sobre o grau de dependência e a sobrecarga nos cuidadores informais Tabela 17: Estudos sobre características sociodemográficas e a sobrecarga nos cuidadores informais

Tabela 18: Estudos sobre saúde, características sociodemográficas e grau de dependência nos cuidadores informais

Tabela 19: Fatores que induzem à sobrecarga nos cuidadores informais Tabela 20: Depressão, ansiedade e sobrecarga nos cuidadores informais

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Lista de Acrónimos

DP Desvio Padrão

f Representação para o teste ANOVA INE Instituto Nacional de Estatística

PORDATA Base de dados Portugal Contemporâneo

M Média

N Tamanho da amostra total

n Tamanho da amostra respondente

p Significância

U Representação para o teste Mann-Whitney

Rs Representação para o coeficiente de correlação de Spearman

t Representação para o teste t para duas amostras independentes SPSS Statistical Package for Social Sciences

GS Geração Sandwich

Média

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Introdução

O aumento acrescido de pessoas idosas levou a um incremento de estudos com foco no envelhecimento – fenómeno atual, global, heterogéneo e incluso em todas as culturas (Medeiros, 2013; Teixeira & Neri, 2008), uma vez que esta alteração demográfica acarreta inúmeros desafios para os próprios indivíduos, família e sociedade. Este fenómeno encontra-se associado ao aparecimento de doenças que originam dependência, tal como encontra-se pode verificar no estudo realizado por Sousa, Figueiredo e Cerqueira (2004) que constatou que mais de 20% dos idosos possuíam dependência de cuidados. Deste modo, no envelhecimento há a dificuldade em satisfazer as necessidades básicas (Quaresma, Fernandes, Calado, & Pereira, 2004), daí advém a carência de cuidados, por parte da Geração Sandwich ou dos outros cuidadores informais.

Uma das consequências notáveis do envelhecimento, para além do surgimento, é o aumento da Geração Sandwich e, também, dos outros cuidadores informais. A geração sandwich é entendida como o auxílio simultâneo a pessoas idosas e a crianças, enquanto os outros cuidadores informais prestam cuidados a crianças ou a pessoas idosas. A função dos cuidadores da geração sandwich e dos outros cuidadores centra-se no auxílio às pessoas dependentes para que as suas necessidades básicas sejam satisfeitas, que a sua autonomia seja promovida tal como o seu suporte social e emocional (García, 2010; Sequeira, 2007). A Geração Sandwich não é um fenómeno novo, tendo sido Miller (1981) a introduzir este termo que consiste nas pessoas que prestam cuidados aos pais idosos (familiares ou amigos) bem como a crianças, filhos ou adolescentes menores de 18 anos de idade. Os critérios, definições para esta geração não são unânimes, pois desde 1981 até 2017 existem diversos autores que apresentam definições/critérios distintos. A geração sandwich comporta um problema devido aos desafios advindos da intergeracionalidade (Figueiredo, Martins, Silva, & Oliveira, 2011), do aparecimento de doenças crónicas e degenerativas, que limitam o idoso em vários âmbitos da sua vida, criando a dependência de cuidados de outrem, das consequências desta prestação de cuidados na vida do cuidador, tanto na relação conjugal como a nível profissional, e das alterações nas relações familiares que daí advêm (Figueiredo,2006).

Desde 2006 até 2017, a investigação sobre a Geração Sandwich recaí sobre as caraterísticas sociodemográficas (e.g. Pierret, 2006; Steiner & Fletcher, 2017), a quantidade de horas de prestação de cuidados (e.g. Pierret, 2006; Steiner & Fletcher, 2017), a sobrecarga (Künemund, 2006; Rubin & White-Means, 2009), a depressão (Hammer & Neal, 2008), o auxílio na prestação de cuidados e qualidade de vida (Rubin & White-Means, 2009).

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Os estudos que englobam a geração sandwich são muito escassos, apesar de não ser um fenómeno recente, ainda é pouco estudado. No que respeita às horas de prestação de cuidados e estatuto socioeconómico, as mulheres da GS gastam mais horas na prestação de cuidados e possuem um estatuto socioeconómico superior ao das mulheres não pertencentes à GS (Pierret, 2006).

Steiner e Fletcher (2017) verificaram que na GS a prestação de cuidados às crianças exige maior esforço. Todavia, Hammer e Neal (2008) relatam que as mulheres gastam mais tempo na prestação de cuidados a pessoas idosas.

No que concerne às horas de prestação de cuidados, idade e ajuda na prestação de cuidados, na GS são os mais jovens que gastam menos tempo na prestação de cuidados e os que têm maiores probabilidades de serem ajudados por um cuidador secundário (Rubin & White-Means, 2009).

As mulheres revelam valores superiores na depressão em comparação com os homens (Hammer & Neal, 2008). Por sua vez, os filhos dos pais com saúde debilitada nesta geração auferem de maiores problemas a nível familiar (Li & Carter, 2017). Uma minoria das mulheres desta geração apresenta sobrecarga (Künemund, 2006). Contudo, Kim, Lee, Cheon, Hong e Chang (2018) concluíram que, num dos grupos da geração sandwich, os níveis de sobrecarga eram superiores. Além disso, a GS apresenta reduzidos níveis de exercício físico, (Burton-Chase, Kwak, Henning, & Haley, 2017; Burton, Newsom, Schulz, Hirsch, & German, 1997). Relativamente aos níveis de stress, a GS apresenta níveis mais elevados de stress (Son et al., 2007; Neal, Chapman, Ingersool-Dayton, & Emlen, 1993), mais precisamente as mulheres (Stephens, Franks, & Townsend, 1994). Por sua vez, os níveis elevados de stress estão associados a níveis elevados de afetos negativos, coexistindo com níveis mais baixos de afetos positivos e satisfação com a vida (Gillett & Crisp, 2017).

Quanto ao grupo dos outros cuidadores informais, a investigação realizada desde 2005 até 2018 procura analisar a depressão (Takahashi, Tanaka, & Miyaoka, 2005), as caraterísticas sociodemográficas (e.g. Jesus, Orlandi, & Zazzetta, 2018), a dependência (e.g. Ocampo et al. 2007), a sobrecarga (e.g. Souza et al. 2015), estes fatores induzem à sobrecarga e à ansiedade (Guedes & Pereira, 2013).

Ricarte (2009) refere que os cuidadores informais do sexo feminino, com idades entre os 50-89 anos, casados e com habilitações literárias inferiores são os que apresentam níveis de

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Zazzetta, 2018) e positivamente segundo Rinaldi et al., 2005). Em relação à idade, são os indivíduos mais jovens que apresentam níveis de sobrecarga mais elevados (García-galvante, Mateo-rodríguez, & Maroto-navarro, 2004). Por sua vez, há uma correlação entre os altos níveis de sobrecarga e de depressão (Cardoso, Vieira, Ricci, & Mazza, 2012).

Seguidamente, os cuidadores do sexo feminino apresentam níveis mais elevados de ansiedade e correlações negativas entre estratégias de enfrentamento, ansiedade e sobrecarga (Guedes & Pereira, 2013).

Em geral, na literatura, observa-se que existem vários fatores que induzem à sobrecarga do cuidador, tais como ter mais do que uma pessoa idosa a cargo, o grau de dependência, a falta de apoio quer formal quer informal e a idade do cuidador (Andrade, 2009) e as alterações comportamentais e cognitivas do idoso, a escolaridade, a situação profissional do cuidador e o impacto na saúde e bem-estar do cuidador (Pereira & Felgueiras, 2009).

Com o aumento do número da geração sandwich, torna-se pertinente ampliar a compreensão das características e consequências negativas da prestação de cuidados nesta geração, pois da revisão de literatura efetuada constatou-se que os estudos se centram na depressão, ansiedade e stress, contudo nesta geração são escassos, quando comparados com os cuidadores informais. A revisão de literatura revela ainda que, apesar de se tratar de uma temática fulcral e cada vez mais presente no contexto português, tem sido escassamente investigada em Portugal.

O presente estudo pretende avaliar e comparar a Depressão, Ansiedade e Stress no grupo de adultos pertencentes à geração sandwich e no grupo de cuidadores, sendo os seus objetivos: (1) avaliar e analisar o IGG, a depressão, ansiedade, stress, afetos negativos e positivos, satisfação com a vida, felicidade e saúde geral; (2) analisar comparativamente a depressão e ansiedade, tendo em consideração variáveis sociodemográficas (género, estado marital, lugar geográfico, escolaridade, situação profissional, estatuto socioeconómico, exercício físico e grupos etários) e relacionadas com a prestação de cuidados (número de filhos ou crianças, idade dos filhos ou crianças, números de pessoas idosas, grau de dependência das pessoas idosas, diagnóstico de demência, ajuda na prestação de cuidados, horas de prestação de cuidados por semana a crianças e a idosos) e, por último, (3) averiguar a relação entre a depressão, ansiedade, stress, afetos positivos e negativos e a idade nos dois grupos.

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Métodos

Trata-se de uma pesquisa com um caráter observacional-descritivo, dado que proporciona informações acerca da amostra em estudo (Ribeiro, 2010) sem a interferência do observador (Prodanov & Freitas, 2013). A recolha de dados foi realizada num determinado momento temporal, por isso é um estudo de natureza transversal (Ribeiro, 2010). No que concerne à forma de abordagem é uma pesquisa quantitativa (Fontelles, Simões, Farias, & Fontelles, 2009) e os dados recolhidos são suscetíveis de serem mensurados, classificados e analisados (Dalfovo, Lana, & Silveira, 2008).

Participantes

Para esta investigação foram selecionados dois grupos: cuidadores pertencentes à geração

sandwich (GS) e cuidadores (cuidadores não pertencentes à GS). No grupo GS foram incluídos

os participantes que prestavam cuidados informais aos seus filhos, crianças ou adolescentes com idade inferior a 18 anos e, também, a idosos (familiares ou amigos) com alguma dependência. O grupo dos cuidadores foi constituído pelos indivíduos que prestavam cuidados informais a crianças ou a pessoas idosas.

Na tabela 1 é apresentada a caraterização sociodemográfica dos dois grupos deste estudo. Assim, participaram no estudo 178 cuidadores informais com idades compreendidas entre os 19 e os 59 anos (M= 41,79; DP= 9,087), dos quais 98 participantes pertencem ao grupo da geração sandwich e 80 participantes ao grupo dos cuidadores.

No que concerne à média de idades dos dois grupos desta investigação, constatou-se que o grupo da geração sandwich é mais velho (M= 44.88 anos; DP= 6,83) em comparação com o grupo de cuidadores (M= 38.27 anos; DP= 10,052). A maioria de ambos os grupos são do sexo feminino, possuíam nacionalidade portuguesa e residiam em Portugal. Seguidamente, a maioria dos indivíduos, nos dois grupos, habitavam numa pequena ou grande cidade, possuíam licenciatura/bacharelato ou mestrado/doutoramento e trabalhavam por conta de outrem. Relativamente ao estado marital e estatuto socioeconómico verificou-se diferenças entre os grupos, uma vez que o grupo da geração sandwich, na sua maioria, era casado e tinha um estatuto socioeconómico baixo e, por outro lado, o grupo dos cuidadores, na sua maioria, era solteiro, apresentando um estatuto socioeconómico médio ou médio-alto. Os grupos, na maioria, não praticavam exercício físico, nos casos em que praticavam a média de horas de exercício físico por semana variava entre 3 a 7 horas. Por último, o grupo da geração

sandwich praticava com maior frequência atividades ao ar livre e em ambientes fechados,

enquanto o outro grupo demonstrava a mesma frequência para atividades em ambientes fechados e atividades em ambientes abertos e fechados.

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Tabela 1

Caracterização sociodemográfica dos participantes por grupos

Geração Sandwich Cuidadores

N n(%) Omissos N n(%) Omissos Grupos etários 90 79 19-40 41-65 21(21.4%) 69(70.4%) 8 47(58.8%) 32(40%) 1 Género 98 80 Masculino Feminino 16(16.3%) 82(83.7%) 0 30(37.5%) 50(62.5%) 0 Nacionalidade 98 80 Portuguesa Brasileira Outra 91(92.9%) 7(7.1%) 0 70(87.5%) 9(11.3%) 1(1.3%) 0 País 97 80 Portugal Brasil Outro 89(91.8%) 7(7.2%) 1(1%) 1 68(85%) 7(8.8%) 5(6.3%) 0 Estado Marital 98 80 Casados

Solteiro, divorciado, viúvos, união de facto e compromisso afetivo

69(70.4%)

29(29.6%) 38(47.5%) 42(52.5%) 0

Local de Residência 97 80

Pequeno e Grande Meio Rural Pequena e Grande Cidade

43(43.9%) 54(55.1%) 1 32(40%) 48(60%) 0 Escolaridade 98 80 <= 4ºano – 12ºano Licenciatura/Bacharelato ou Mestrado/Doutoramento 40(40.8%) 58(59.2%) 0 39(48.8%) 41(51.2%) 0 Situação Profissional 97 80

Trabalhador por conta de outrem

Desempregado, estudantes, trabalhador-estudante, trabalhador por conta própria, reformado e outra 67(68.4%) 30(30.6%) 1 48(60%) 32(40%) 0 Estatuto socioeconómico 98 77 Baixo e baixo-médio Médio e médio-alto 33(33.7%) 65(66.3%) 0 45(56.3%) 32(40%) 3 Exercício Físico 98 79 Sim Não 41(41.8%) 57(58.2%) 0 38(47.5%) 41(51.2%) 1

Tipo de Exercício Físico 39 37

Atividades ao Ar Livre Atividades em ambientes fechados Atividades ao Ar Libre e em ambientes fechados 1(1%) 11(11.2%) 27(27.6%) 2 14(17.5%) 9(11.3%) 14(17.5%) 1

Horas de exercício físico por semana

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Instrumentos

No presente estudo, tendo em consideração a temática em estudo e os objetivos estabelecidos, para a recolha dos dados foram utilizados um questionário sociodemográfico e três instrumentos de avaliação, seguidamente apresentados e incluídos no protocolo.

Dados sociodemográficos, estilos de vida e informações

sobre a prestação de cuidados

Em relação às características sociodemográficas foi recolhida informação sobre a idade, género, estado marital, local de residência, escolaridade, situação profissional, estatuto socioeconómico, satisfação com a vida, nacionalidade e, por último, país em que vive. Relativamente aos estilos de vida, foram recolhidas informações sobre a felicidade geral, exercício físico (sim ou não), tipo de exercício físico, média de horas por semana de exercício físico e saúde no geral.

Quanto às variáveis relacionadas com a prestação de cuidados, o questionário apresentava questões sobre o número e idade dos filhos, crianças ou adolescentes que prestam cuidados, número de pessoas idosas que cuidam, grau de dependência (leve, moderada e severa) e diagnóstico de algum tipo de demência das pessoas idosas que cuidam (sim, não e não sei), quantidade de horas de prestação de cuidados por semana aos filhos (crianças ou adolescentes) e a pessoas idosas, ajuda na prestação de cuidados aos idosos (sim ou não) e, por último, tipo de ajuda na prestação cuidados aos idosos (não profissional e profissional).

Brief Symptom Inventory 18 (BSI-18)

Brief Symptom Inventory 18 (BSI-18) foi desenvolvido por Degoratis (2001) e validado para a

população portuguesa por Nazaré, Pereira e Canavarro (2015). Trata-se de um instrumento de rastreio do mal-estar psicológico (distress) aplicável a indivíduos com idade igual ou superior aos 18 anos da população geral e também da população clínica com qualquer patologia (Nazaré, Pereira, & Canavarro, 2017). Pode ser aplicado através do autorrelato ou do apoio do entrevistador, demorando cerca de 3 a 5 minutos em casos normais (Canavarro, Nazaré, & Pereira, 2017).

Os indivíduos devem avaliar a intensidade com que, nos últimos sete dias, experienciaram dezoito manifestações de sintomatologia psicopatológica, numa escala de tipo likert (0 =

nada e 4 = extremamente).

Segundo Degoratis (2001) a maioria das perturbações psiquiátricas na população geral e clínica são a ansiedade e a depressão, assim as subescalas ou dimensões do instrumento foram selecionadas tendo por base esta ideia. Deste modo, o BSI-18 contém três subescalas,

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cada uma composta por 6 itens, a Depressão (itens 2, 5, 8, 11, 14 e 17), a Ansiedade (itens 3, 6, 9, 12, 15 e 18) e a Somatização (itens 1, 4, 7, 10, 13 e 16) (Canavarro, Nazaré, & Pereira, 2017). Por sua vez, a depressão integra os sintomas fulcrais das perturbações depressivas, entre eles, o humor disfórico e a desesperança. A ansiedade engloba os sintomas indicadores de pânico (e.g. nervosismo, agitação motora).

No que concerne à cotação, para se obter a pontuação total em cada subescala, efetua-se a soma dos valores nos seis itens de cada uma e, por sua vez, o cálculo do índice de gravidade total (IGG), ou seja, o nível geral de mal-estar psicológico do indivíduo obtêm-se através do somatório dos 18 itens (Canavarro et al., 2017). As pontuações mais elevadas correspondem a uma sintomatologia psicopatológica mais intensa, assim apura-se a sintomatologia que mais perturba o indivíduo (Canavarro et al., 2017).

A utilização do BSI-18 deve-se ao facto do tempo de administração e cotação serem breves, fiável em amostras diferentes em relação ao estado de saúde quer física quer mental, as características psicométricas demonstrarem que é um bom instrumento de rastreio psicopatológico (podendo ser utilizado na prática clínica e na investigação), permitir distinguir os indivíduos que apresentam perturbações emocionais dos que não apresentam, possibilitar uma avaliação rápida e a comparação dos resultados com estudos de diferentes países e culturas, pois está adaptado em diversas línguas (Canavarro et al., 2017; Degoratis, 2001) e, por último, da facilidade de interpretação (Recklitis et al., 2006).

Contudo, apresenta limitações no que dizem respeito às possíveis interpretações abusivas do mesmo e à possibilidade de o avaliador considerar os resultados como fundamentos para um diagnóstico, em vez de indicadores de sintomatologia (Canavarro, Nazaré, & Pereira, 2017). A consistência interna das subescalas e do total do BSI-18 na adaptação para a população portuguesa apresenta Alphas de cronbach muito bons (DeVellis, 2011), com valores iguais ou superiores a 0.80. Para a depressão um Alpha de 0.86, para a ansiedade 0.80 e, por último, 0.92 para o índice de gravidade global. Os Alphas de cronbach utilizados para comparação com os da investigação em vigor são os da população geral (adaptação para a população portuguesa). Nesta investigação o Alpha de cronbach para o Índice de Gravidade Global (IGG) foi de 0,936 (18 itens), valor este que é considerado excelente. Por sua vez, na dimensão da Ansiedade o Alpha de cronbach obtido foi de 0,895 (6 itens) e na Depressão de 0,886 (6 itens), valores considerados como muito bons.

Neste estudo, foram apenas utilizadas as subescalas de ansiedade e depressão deste instrumento de avaliação, dado o principal objetivo principal desta investigação.

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Kingston Caregiver Stress Scale (KCSS)

A Kingston Caregiver Stress Scale (KCSS) foi desenvolvida por Hopkins e Kilik no Canadá. Esta

escala permite que em menos de 5 minutos o cuidador familiar exprima o nível, a quantidade de stress percebido e, ainda, possibilita acompanhar as alterações dos níveis de stress ao longo do tempo do cuidador (Hopkins & Kilik, 2012). Por sua vez, é aplicável a cuidadores familiares e não a instituições, no entanto as perguntas têm de ser diferentes (Hopkins & Kilik, 2012).

Esta escala contém 10 itens divididos em três fontes potenciais de stress no cuidador, nomeadamente, os sentimentos relacionados com o cuidado (itens 1 ao 7), os assuntos familiares (item 8 e 9) e os assuntos financeiros (item 10) (Sadak et al., 2017). O grau de

stress, em cada item, é avaliado através de uma escala tipo likert, que varia entre o 1 (sem stress) e 5 (stress extremo), a pontuação total varia entre 10 a 50 pontos (Hopkins & Kilik,

2012).

Hopkins e Kilik (2012), no estudo que realizaram com o instrumento de avaliação, verificaram que a média total era de 17.45 e para os domínios avaliados de 13.59 (sentimentos relacionados ao cuidado), 2.60 (assuntos familiares) e 1.26 (assuntos financeiros).

Em relação ao Alpha de cronbach, no artigo de validação, os autores anteriormente mencionados apontam um Alpha de 0.89 para a escala total, de 0.88 para os sentimentos relacionados ao cuidado e, por fim, 0.88 para os assuntos familiares (Hopkins & Kilik, 2012). O último domínio, como é composto apenas por 1 item, não faz sentido efetuar o Alpha de

cronbach, daí não o terem realizado. Neste estudo o valor de Alpha de cronbach obtido foi de

0,825 (4 itens) e no domínio dos sentimentos relacionados ao cuidado de 0,821 ambos os valores ponderados como sendo muito bons. Não foi efetuado o Alpha de cronbach para o último domínio pois é composto apenas por um item.

Por fim, a vantagem do KCSS é o facto de permitir uma rápida identificação das fontes de

stress no cuidador, facilitando a rápida prestação de ajuda nas fontes de stress por parte dos

técnicos aos cuidadores (Sadak et al., 2017).

Nesta investigação foram selecionados apenas 4 itens desta escala, incorporados apenas em dois domínios, os sentimentos relacionados com o cuidado (os itens 1, 5 e 6) e os assuntos financeiros (item 10). Deste modo, o domínio dos assuntos familiares não foi utilizado neste estudo. Apesar da escala não se encontrar validada para a população portuguesa, apresentou os itens mais adequados para a avaliação do nível de stress nos dois grupos em estudo.

(26)

Positive and Negative Affect Schedule (Escala de Afeto

positivo e negativo: PANAS-VRP) – versão reduzida

A Positive and Negative Affect Schedule (PANAS) é uma escala criada por Watson, Clark e Tellegen (1988) para medir o afeto positivo (AP) e o negativo (AN), dimensões estas que descrevem a experiência afetiva dos indivíduos. O afeto negativo reflete mal-estar subjetivo e o afeto positivo o bem-estar subjetivo. Deste modo, esta escala pode medir o estado afetivo e o humor dos indivíduos (Galinha, Pereira, & Esteves, 2014). Esta escala tem sido validada em inúmeras línguas (e.g. espanhol, inglês, alemão) e os resultados têm mostrado boas propriedades psicométricas (Terracciano, McCrae, & Costa, 2003).

Seguidamente, a Escala de Afeto positivo e negativo (PANAS-VRP) – versão reduzida para a população portuguesa, foi desenvolvida por Galinha et al. (2014) com o objetivo de facilitar o preenchimento, por exemplo, em investigações que incorporam muitas variáveis e nos estudos com populações clínicas (limitações no campo psicológico e/ou físico) (Galinha et al. (2014).

Esta escala é composta por 10 itens, cinco abrangem os afetos positivos (AP): interessado, entusiasmado, inspirado, ativo e determinado e os restantes cinco, os afetos negativos (AN): nervoso, amedrontado, assustado, culpado e atormentado. As respostas são avaliadas numa escala tipo likert, em que o 1 corresponde ao nada ou muito ligeiramente e o 5 ao extremamente, permitindo aferir quais os afetos mais dominantes no indivíduo (Galinha et al., 2014). Os itens dos afetos negativos devem ser invertidos.

No que concerne à consistência interna, esta apresenta valores semelhantes à da versão original, para o afeto positivo (0.86) e negativo (0.89) (Galinha & Ribeiro, 2005). As vantagens desta escala são as boas qualidades psicométricas, a parcimoniosa, a válida e a estável (Galinha et al., 2014). Nesta investigação o Alpha de cronbach para os afetos negativos foi de 0,835 (5 itens) e para os positivos de 0,851 (5 itens) valores considerados como muito bons. Por fim, importa referir que esta escala foi utilizada neste estudo pelo facto de ser mais reduzida, mais fácil de administrar, de boas características psicométricas, foi adaptada para a população portuguesa e, pelo facto, de estar incorporada num protocolo extenso, com várias variáveis.

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Procedimentos

O presente estudo insere-se no âmbito do projeto Saúde Mental, qualidade de vida e

bem-estar psicológico ao longo do ciclo vital, desenvolvido na Universidade da Beira Interior

(Portugal), mais propriamente pelo Departamento de Psicologia e Educação, pelos investigadores, Henrique Pereira, Manuel Loureiro, Graça Esgalhado, Rosa Marina Afonso e Samuel Monteiro. Das várias áreas de investigação deste projeto, este estudo insere-se na área da Saúde Mental e Sobrecarga na Geração Sandwich. Pelo facto de não ser fácil encontrar indivíduos que preenchessem os critérios de inclusão neste estudo, optou-se por integrar as questões correspondentes à geração sandwich no protocolo geral deste projeto de investigação.

Nos meses de outubro (2018) a janeiro (2019) procedeu-se à difusão do protocolo inserido no

google forms, por via internet (online), através do pedido de colaboração neste projeto de

investigação. De acordo com Vicente e Reis (2008) a recolha de dados efetuada online permite uma recolha de dados com baixo custo, rapidez na recolha e processamento dos dados e, ainda, facilidades na construção dos questionários. Os participantes foram informados dos objetivos do estudo e que a sua participação era voluntária. Além disso, tratava-se de um estudo confidencial onde eram garantidos o anonimato e a confidencialidade de todos os dados recolhidos, os resultados seriam, apenas, utilizados para fins de investigação. Por sua vez, a amostra deste estudo é por conveniência, dado que os participantes foram selecionados tendo por base os critérios de inclusão, sendo eliminados os que não os preenchiam.

A fase inicial deste estudo compreendeu a pesquisa e a revisão bibliográfica referente à temática em estudo com o intuito de efetuar o enquadramento, a fundamentação teórica, a definição da problemática e a delimitação dos objetivos a investigar. Depois da recolha de dados numa base do google forms, os mesmos foram inseridos numa base de dados no SPSS, sendo selecionadas as variáveis desta área de investigação, bem como os indivíduos que preenchessem os critérios de inclusão neste estudo. Por último, procedeu-se ao tratamento e à análise dos dados e, também, à discussão dos resultados.

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Análise de dados

Análise estatística

O tratamento estatístico foi efetuado através do programa informático Statistical Package

the Social Sciences (SPSS), versão 25. Procedeu-se à construção da base de dados, incluindo

apenas as variáveis pertencentes a esta área de investigação e os participantes que cumpriam os critérios de inclusão na mesma.

As variáveis idade, estado marital, lugar geográfico, escolaridade, situação profissional, estatuto socioeconómico, número de crianças ou filhos que prestam cuidados, idades das crianças ou filhos que prestam cuidados, número das pessoas idosas que auxiliam, a quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a crianças e a idosos, tipos de atividades e horas de exercício físico por semana, foram recodificadas de modo a ficarem apenas com duas ou três opções para mais tarde ser possível efetuar-se a comparação de médias em dois ou mais grupos diferentes.

Primeiramente, foram efetuadas estatísticas descritivas para a análise dos dados sociodemográficos dos participantes, as variáveis foram analisadas através de medidas de tendência central (e.g. média) e de dispersão (e.g. desvio padrão), recorrendo-se também a frequências absolutas.

Seguidamente, calculou-se uma medida de fiabilidade interna, a consistência interna das escalas utilizadas no estudo com recurso ao coeficiente do Alpha de Cronbach (Marôco, 2007), de modo a avaliar a precisão dos dados. De acordo com DeVellis (1991), considera-se o Alpha inaceitável (valor < a 0,50), mau entre 0,50 e 0,60; aceitável entre 0,60 e 0,70; bom entre 0,70 e 0,80; muito bom entre 0.80 e 0.90 e, por último, excelente quando apresente valores superiores a 0.90.

Recorreu-se ao teste Kolmogorov-Smirnov, com o objetivo de analisar a normalidade das variáveis em estudo, que permite averiguar os testes a utilizar, testes paramétricos (distribuição normal) ou testes não paramétricos (distribuição não segue a normalidade). De acordo com os resultados obtidos, quando (p>0.05), a variável em estudo assume uma distribuição normal e não segue uma distribuição normal quando p<0.05 (Marôco, 2007). Deste modo, em ambos os grupos optou-se pela utilização de testes não paramétricos

(Mann-Whitney), nas análises referentes às escalas de depressão e ansiedade em relação às variáveis

sociodemográficas. Por sua vez, a testes paramétricos (ANOVA) na escala de ansiedade, mais propriamente na variável idade dos filhos e nas restantes variáveis relacionadas com a

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prestação de cuidados, quer na escala de ansiedade quer de depressão, recorreu-se a testes não paramétricos (Mann-Whitney e Kruskal-Wallis) no grupo dos cuidadores pertencentes à geração sandwich. Nesta geração referida anteriormente optou-se pela utilização de testes paramétricos, nas análises referentes à escala de stress nas seguintes variáveis: escolaridade e número de filhos ou crianças (teste t para duas amostras independentes). E aos testes não paramétricos nas restantes variáveis (Mann-Whitney e Kruskal-Wallis).

No grupo dos cuidadores, recorreu-se a testes não paramétricos nas análises da dimensão da Depressão, nomeadamente, nas seguintes variáveis relacionadas com a prestação de cuidados, no número de filhos, idade dos filhos, número de pessoas idosas, ajuda na prestação de cuidados e quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a crianças e idosos (Mann-Whitney e Kruskal-Wallis). Nas restantes variáveis utilizou-se testes paramétricos, teste ANOVA. Relativamente à dimensão da Ansiedade, recorreu-se à ANOVA (teste paramétrico) nas variáveis, grau de dependência das pessoas idosas, diagnóstico de algum tipo de demência, quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a idosos e a crianças. Nas restantes variáveis utilizou-se testes não paramétricos (Mann-Whitney e

Kruskal-Wallis).

Seguidamente, neste mesmo grupo, nas análises referentes à escala de stress foram utilizados testes não paramétricos (Mann-Whitney) em todas as variáveis sociodemográficas. Quanto às variáveis relacionadas com a prestação de cuidados neste grupo de cuidadores foram utilizados testes não paramétricos (Mann-Whitney e Kruskal-Wallis) em todas as variáveis à exceção da variável, quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a pessoas idosas (ANOVA).

Para avaliar as diferenças entre as médias em dois ou mais grupos, foram utilizados o teste t para duas amostras independentes (comparação de média em dois grupos diferentes) e a Análise de Variância Unifatorial (ANOVA) (comparação de médias entre mais do que dois grupos), quando cumpriam os pressupostos para a utilização de testes paramétricos (Field, 2015; Martins, 2011). Nas variáveis em que o pressuposto da normalidade não era cumprido, optou-se pela utilização dos testes não paramétricos alternativos aos referidos anteriormente, nomeadamente, o Mann-Whitney e o Kruskal-Wallis.

Com o objetivo de avaliar a associação entre variáveis, foi utilizado o coeficiente de

Spearman, de acordo com a distribuição das variáveis em análise, o qual possibilita a

avaliação da direção (positiva ou negativa) e intensidade da correlação (Martins, 2011). Segundo Cohen e Holliday (1982) uma correlação é considerada muito baixa se o valor é inferior a 0,19; baixa entre 0,2 e 0,3; moderada entre 0,40 e 0,69; elevada entre 0,70 a 0,89

(31)

Resultados

No presente tópico são apresentados os resultados obtidos. Inicialmente surge uma descrição da depressão, ansiedade, stress, índice de gravidade global, afetos positivos e negativos, satisfação com a vida, felicidade geral e saúde geral nos dois grupos (geração sandwich e cuidadores). Seguidamente, apresenta-se comparações de médias em dois grupos diferentes ou entre mais grupos, acerca da Depressão, Ansiedade, Stress em função de algumas variáveis sociodemográficas e relacionadas com a prestação de cuidados. No final, analisa-se a correlação entre a Depressão, Ansiedade e Stress e as variáveis referidas anteriormente. Os resultados são apresentados de acordo com os objetivos inicialmente referidos.

Avaliar a depressão, ansiedade, stress, índice de gravidade

global, afetos negativos e positivos, satisfação com a vida,

felicidade geral e saúde geral

Pode-se observar na tabela 2, as médias e o desvio padrão obtidos nos níveis de depressão, ansiedade, stress, IGG, afetos e positivos e negativos, satisfação com a vida, felicidade geral e saúde geral na Geração Sandwich e no grupo dos cuidadores.

Na Geração sandwich a média para o IGG (Índice de Gravidade Global) foi de 16,87 (DP = 13,358) sendo superior em 3,78 valores à dos outros cuidadores ( = 13,09 e DP = 12, 041). Relativamente às dimensões do BSI-18, na Depressão, a GS apresentou uma média de 6,07 (DP

= 5,423), sendo superior à dos outros cuidadores ( = 4,83 e DP = 4,807). Na Ansiedade os

outros cuidadores revelaram uma média de 5,05 (DP = 4,608), inferior à da GS ( = 6,70 e DP

= 5,506). Seguidamente, no Stress, a GS apresentou uma média de 2,4149 (DP = 1,046),

ligeiramente superior à dos restantes cuidadores ( = 2,0179 e DP = 4,608). No PANAS-VRP, mais propriamente nos afetos positivos tanto a GS como os outros cuidadores apresentaram uma média de 17,33 (DP = 4,22 para a GS; DP = 4,300 para os outros cuidadores). Por sua vez, nos afetos negativos o grupo dos cuidadores apresentou uma média de 9,89 (DP = 4,085), inferior à da GS ( = 10,52 e DP = 4,708). Os cuidadores apresentaram uma média para a Saúde Geral de 7,40 (DP = 1,747), de 6,99 (DP = 1,75) para a felicidade geral e de 6,87 (DP = 2,009) para a satisfação com a vida, os quais apresentaram valores superiores aos da geração

sandwich. Esta geração referida anteriormente apresentou uma média para a Saúde geral de

7,06 (DP = 1,573), de 6,80 para a felicidade geral (DP = 1,839) e de 6,60 para a satisfação com a vida (DP = 1,855).

Assim sendo, os indivíduos do grupo da geração sandwich relataram valores superiores de mal-estar psicológico, ansiedade, depressão, stress e afetos negativos em comparação com os do grupo dos cuidadores. Ambos os grupos apresentaram o mesmo valor de afetos positivos. Por

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último, o grupo dos cuidadores demonstraram uma melhor saúde geral, felicidade geral e satisfação com a vida.

Averiguar diferenças na Depressão e Ansiedade em função

das variáveis sociodemográficas

Na análise das diferenças na Depressão, no grupo dos cuidadores pertencentes à geração

sandwich, em função das seguintes variáveis: lugar geográfico (U= 991,500; p= 0,217),

escolaridade (U= 1134,500; p= 0,853), situação profissional (U= 835,000; p= 0,183) e grupos etários (U= 714,000; p= 0,920), não se notou diferenças estatisticamente significativas. Também não se observou diferenças estatisticamente significativas na Depressão, no grupo dos cuidadores, em função das variáveis, género (U= 654,500; p= 0,339), estado marital (U= 714,000; p= 0,415), lugar geográfico (U= 735,000; p= 0,744), escolaridade (U= 761,000; p= 0,709), situação profissional (U= 688,000; p= 0,429), exercício físico (U= 699,000; p= 0,429) e grupos etários (U= 690,500; p= 0,536).

Deste modo, em ambos os grupos não se observaram diferenças estatisticamente significativas na Depressão em função das variáveis, lugar geográfico, escolaridade, situação profissional e

Tabela 2

Caracterização dos níveis das dimensões e variáveis dos participantes por grupos

Geração Sandwich Cuidadores

M DP M DP IGG 16,87 13,358 13,09 12,041 DEP 6,07 5,423 4,83 4,807 ANS 6,70 5,506 5,05 4,608 Stress 2,415 1,046 2,018 0,898 AP 17,33 4,220 17,33 4,300 AN 10,52 4,708 9,89 4,085 Saúde Geral 7,06 1,573 7,40 1,747 Felicidade Geral 6,80 1,839 6,99 1,75 Satisfação com a vida 6,60 1,855 6,87 2,009

Nota: M= média; DP= desvio-padrão; IGG= Índice de Gravidade Global; DEP = Depressão; ANS = Ansiedade; AP = Afetos positivos;

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profissional (U= 917,500; p= 0,493) e grupos etários (U= 714,000; p= 0,920), não se constatou diferenças estatisticamente significativas. Da mesma forma, no grupo dos cuidadores, também não se observou diferenças estatisticamente significativas no género (U= 662,500; p= 0,382), estado marital (U= 626,000; p= 0,096), lugar geográfico (U= 705,500; p= 0,538), escolaridade (U= 722,500; p= 0,457), situação profissional (U= 741,500; p= 0,794), exercício físico (U= 650,000; p= 0,205) e grupos etários (U= 661,500; p= 0,364).

Nos dois grupos não se constatou diferenças estatisticamente significativas na Ansiedade ao nível do estado marital, lugar geográfico, escolaridade, situação profissional e grupos etários. Na análise das diferenças através do teste Mann-Whitney, verificou-se diferenças estatisticamente significativas na Depressão ao nível do estatuto socioeconómico no grupo GS (U= 672,000; p= 0,003) e nos cuidadores (U= 501,500; p= 0,023). E também, na Ansiedade em função do estatuto socioeconómico, na GS (U= 802,000; p= 0,041) e nos cuidadores (U= 478,500; p= 0,012). Assim sendo, os indivíduos com um estatuto socioeconómico baixo ou baixo-médio relatam maior ansiedade e depressão do que os indivíduos que têm um estatuto socioeconómico médio ou médio-alto, em ambos os grupos.

Seguidamente, constatou-se diferenças estatisticamente significativas na análise da Depressão ao nível do género (U= 360,500; p= 0,004), estado marital (U= 722,000; p= 0,030) e exercício físico (U= 592,500; p= 0,000) no grupo da geração sandwich. E, também, verificou-se neste grupo referido anteriormente, diferenças estatisticamente significativas na ansiedade em função do género (U= 438,000; p= 0,036) e exercício físico (U= 740,500; p= 0,002) na GS.

Assim, o grupo dos cuidadores pertencentes à GS, nomeadamente, do género feminino, casados e que não praticam exercício físico são os que apresentam níveis mais elevados de depressão. Por sua vez, as mulheres que pertencem à GS e que não praticam exercício físico são as que revelam níveis mais elevados de ansiedade. É de salientar que não se verificou diferenças estatisticamente significativas na depressão e ansiedade ao nível das variáveis referidas anteriormente no grupo dos cuidadores não pertencentes à GS.

(34)

Tabela 3

Diferenças na Ansiedade e Depressão em função das variáveis sociodemográficas por grupos

Geração Sandwich Cuidadores

Mean Rank U Z p Mean Rank U Z p Género ANS Homem Mulher 35,88 52,16 438,000 -2,101 0,036 37,58 42,25 662,500 -0,874 0,382 DEP Homem Mulher 31,03 53,10 360,500 -2,850 0,004 37,32 42,41 654,500 -0,955 0,339 Estado Marital ANS Casados Outros 53,17 40,78 747,500 -1,975 0,048 35,97 44,60 626,000 -1,665 0,096 DEP Casados Outros 53,54 39,90 722,000 -2,175 0,030 38,29 42,50 714,000 -0,815 0,415 Lugar geográfico ANS Meio rural Cidade 51,92 46,88 1035,500 -0,914 0,361 38,55 41,80 705,500 -0,617 0,538 DEP Meio rural Cidade 52,94 45,86 991,500 -1,235 0,217 39,47 41,19 735,000 -0,326 0,744 Escolaridade ANS <=4.ºano – 12.ºano Lic/Bach – M/D 52,16 47,66 1053,500 -0,772 0,440 42,47 38,62 722,500 -0,745 0,457 DEP <=4.ºano – 12.ºano Lic/Bach – M/D 50,14 49,06 1134,500 -0,185 0,853 41,49 39,56 761,000 -0,373 0,709 Situação profissional ANS TCO Outros DEP TCO Outros 47,69 51,92 46,46 54,67 917,500 835,000 -0,685 -1,331 0,493 0,183 39,95 41,33 38,83 43,00 741,500 688,000 -0,261 -0,791 0,794 0,429

: ANS= ansiedade; DEP= depressão; Lic/Bach= licenciatura e bacharelato; M/D= Mestrado e Doutoramento; TCO= trabalhador por

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Verificar diferenças no stress em função das variáveis

sociodemográficas

As análises do stress revelaram que não há diferenças estatisticamente significativas no

stress, na geração sandwich, em função do género (U= 470,500; p= 0,083), estado marital (U=

965,000; p= 0,997), lugar geográfico (U= 975,000; p= 0,239), escolaridade t(95)= - 2,261, p = 0,407, situação profissional (U= 906,000; p= 0,600), estatuto socioeconómico (U= 985,500; p= 0,590), exercício físico (U= 875,000; p= 0,051) e grupos etários (U= 580,000; p= 0,166). Seguidamente, não se verificou diferenças estatisticamente significativas no stress, em função do estado marital (U= 628,500; p=0,142), lugar geográfico (U= 658,000; p= 0,344), escolaridade (U= 708,000; p= 0,483), situação profissional (U= 739,500; p= 0,900 ),estatuto socioeconómico (U= 556,000; p= 0,117), exercício físico (U= 651,000; p= 0,272), e grupos etários (U= 686,500; p= 0,666), no grupo dos cuidadores.

Nos grupos dos cuidadores pertencentes à GS e não pertencentes à GS não se verificou diferenças estatisticamente significativas no stress ao nível do estado marital, lugar

Tabela 3 (continuação)

Geração Sandwich Cuidadores

Mean Rank U Z p Mean Rank U Z p Exercício Físico ANS Sim Não 39,06 57,01 740,500 -3,091 0,002 36,62 43,13 650,000 -1,267 0,205 DEP Sim Não 35,45 59,61 592,500 -4,163 0,000 37,89 41,95 699,000 -0,790 0,429 Estatuto socioeconómico ANS Baixo Médio 57,70 45,34 802,000 -2,039 0,041 46,55 33,63 478,500 -2,507 0,012 DEP Baixo Médio 61,64 43,34 672,000 -3,021 0,003 45,83 34,14 501,500 -2,274 0,023 Grupos etários ANS 19-40 41-65 36,40 48,27 533,500 -1,827 0,068 38,07 42,83 661,500 -0,908 0,364 DEP 19-40 41-65 46,00 45,35 714,000 -0,101 0,920 38,69 41,92 690,500 -0,618 0,536

Nota: ANS= ansiedade; DEP= depressão; Lic/Bach= licenciatura e bacharelato; M/D= Mestrado e Doutoramento; TCO= trabalhador por

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geográfico, escolaridade, situação profissional, estatuto socioeconómico, exercício físico e grupos etários.

Tendo por base os dados presentes na tabela 4, constatou-se diferenças estatisticamente significativas no stress apenas em função do género (U= 498,500; p= 0,020) no grupo dos cuidadores. Ou seja, as mulheres pertencentes a este grupo relatam maior stress do que os homens.

Tabela 4

Diferenças no Stress em função das variáveis sociodemográficas por grupos

Geração Sandwich Cuidadores

Mean Rank U Z p Mean

Rank U Z p Género Stress Homem Mulher 37,91 51,19 470,500 -1,732 0,083 32,19 44,53 498,500 -2,320 0,020 Estado Marital Stress Casados Outros 48,99 49,02 965,000 -0,004 0,997 35,99 43,54 628,500 -1,469 0,142 Lugar geográfico Stress Meio rural Cidade 44,71 51,44 975,000 -1,179 0,239 42,94 38,00 658,000 -0,945 0,344 Média DP t df p Mean Rank U Z p Escolaridade Stress <=4.ºano – 12.ºano Lic/Bach – M/D 2,128 2,608 0,978 1,054 -2,261 95 0,407 38,13 41,73 708,000 -0,702 0,483

Mean Rank U Z p Mean

Rank U Z p Situação profissional Stress TCO Outros 47,52 50,76 906,000 -0,525 0,600 39,73 40,39 739,500 -0,126 0,900 Estatuto socioeconómico Stress Baixo Médio 51,14 47,90 985,500 -0,539 0,590 43,13 35,14 556,000 -1,569 0,117

Mean Rank U Z p Mean

Rank U Z p Exercício físico Stress Sim Não 42,38 53,65 875,000 -1,949 0,051 36,63 42,23 651,000 -1,098 0,272 Grupos etários

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Analisar diferenças na Depressão e Ansiedade em função

das variáveis relacionadas com a prestação de cuidados

Tendo por base a análise das diferenças da Depressão em função do número de filhos U= 972,000; p= 0,104), das idades dos filhos (x2= 3,165; p= 0,367), diagnóstico de algum tipo de

demência (x2= 0,634; p= 0,728), ajuda na prestação de cuidados (U= 1145,500; p= 0,881),

número de pessoas idosas (U= 1048,000; p= 0,501), quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a crianças (U= 950,500; p= 0,879) e a idosos (x2= 2,590; p= 0,274), não

se constatou diferenças estatisticamente significativas no grupo da geração sandwich. Não se verificou, também, diferenças estatisticamente significativas na Depressão ao nível do número de filhos (U= 370,500; p= 0,434), das idades dos filhos (x2= 0,682; p= 0,877),

dependência (f= 0,164; p= 0,850), diagnóstico de algum tipo de demência (f= 0,329; p= 0,724), ajuda na prestação de cuidados (U= 413,500; p= 0,592), número de pessoas idosas (U= 487,000; p= 0,881), quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a crianças (x2=

0,671; p= 0,715) e a idosos (x2= 0,097; p= 0,953) no grupo dos cuidadores.

Nos grupos dos cuidadores pertencentes à GS e não pertencentes à GS não se observaram diferenças estatisticamente significativas na depressão ao nível do número de filhos, idade dos filhos, diagnóstico de algum tipo de demência, ajuda na prestação de cuidados, número de pessoas idosas, quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a idosos e a crianças.

Relativamente à ansiedade não se verificou diferenças estatisticamente significativas em função das idades dos filhos (f= 1,274; p= 0,288), diagnóstico de algum tipo de demência (x2=

1,451; p= 0,484), ajuda na prestação de cuidados (U= 1144,000; p= 0,873), número de pessoas idosas (U= 1017,500; p= 0,370), quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a crianças (U= 822,000; p= 0,277) e a idosos (x2= 1,445; p= 0,486) e na geração sandwich.

Também, não se constatou diferenças estatisticamente significativas ao nível do número de filhos (U= 393,500; p= 0,673), idades dos filhos (x2= 3,354; p= 0,340), dependência (f= 0,370;

p= 0,696), diagnóstico de algum tipo de demência (f= 1,288; p= 0,300), ajuda na prestação de

cuidados (U= 421,000; p= 0,661), número de pessoas idosas (U= 435,000; p= 0,504), quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a crianças (f= 1,517; p= 0,230) e a idosos (f= 0,009; p= 0,961) no grupo dos cuidadores.

Na depressão e ansiedade não se verificaram diferenças estatisticamente significativas em função das idades dos filhos, diagnóstico de algum tipo de demência, ajuda na prestação de cuidados, quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a crianças e a idosos nos dois grupos deste estudo (GS e cuidadores não pertencentes à GS).

(38)

Tendo em conta a análise das diferenças na Depressão ao nível do grau de dependência das pessoas idosas (x2= 7,512; p= 0,023) no grupo da geração sandwich, averiguou-se que há

diferenças estatisticamente significativas. Por sua vez, também na Ansiedade em função do grau de dependência das pessoas idosas (x2= 9,201; p= 0,010) verificou-se diferenças

estatisticamente significativas na geração sandwich. Desta forma, os indivíduos da geração

sandwich que prestam cuidados a pessoas idosas com um grau de dependência severa são os

que apresentam níveis mais elevados de depressão e ansiedade.

Na análise da ansiedade em função do número de filhos (U= 903,500; p= 0,035), constatou-se diferenças estatisticamente significativas na geração sandwich. Os indivíduos que prestam cuidados a apenas 1 filho relatam valores superiores de ansiedade significativamente superior aos indivíduos que prestam cuidados a 2 ou mais filhos.

Tabela 5

Diferenças na Ansiedade e Depressão em função das variáveis relacionadas com a prestação de cuidados por grupos

Geração Sandwich Cuidadores

Mean Rank U Z p Mean Rank U Z p Número de filhos ANS 1 2 ou + 55,68 43,57 903,500 -2,113 0,035 28,57 30,43 393,500 -0,422 0,673 DEP 1 2 ou + 54,25 44,94 972,000 -1,626 0,104 27,78 31,22 370,500 -0,783 0,434

Média DP f p Mean Rank x2 p

Idade dos filhos ANS 0-11 anos 11-20 anos Infância e adolescência Adolescência e início da vida adulta

5,86 7,56 7,65 4,25 4,995 5,544 6,434 4,979 1,274 0,288 26,74 34,73 27,50 38,67 3,354 0,340 Mean Rank x 2 p Mean Rank x2 p DEP 0-11 11-20 Infância e adolescência Adolescência e início da vida adulta 48,87 51,74 51,13 32,63 3,165 0,367 28,07 31,77 30,00 33,33 0,682 0,877

(39)

Tabela 5 (continuação)

Geração Sandwich Cuidadores

Mean Rank x2 p Média DP f p Grau de dependência ANS Leve Moderada Severa 41,68 49,50 64,76 9,201 0,010 5,11 4,20 3,33 4,343 2,573 1,155 0,370 0,696 DEP Leve Moderada Severa 43,07 48,47 63,81 7,512 0,023 5,00 4,20 5,67 5,679 3,011 2,517 0,164 0,850 Demência ANS Sim Não Não sei 47,61 48,97 72,25 1,451 0,484 3,22 5,09 2,00 2,048 3,477 1,288 0,300 DEP Sim Não Não sei 45,92 50,67 45,75 0,634 0,728 3,89 4,73 2,00 2,421 4,384 0,329 0,724 Mean Rank U Z p Mean Rank U Z p Ajuda ANS Sim Não 48,50 49,42 1144,000 - 0,160 0,873 42,43 39,48 421,000 -0,439 0,661 DEP Sim Não 48,53 49,39 1145,500 - 0,149 0,881 42,96 39,36 413,500 -0,536 0,592 Número de pessoas idosas ANS 1 2 ou + DEP 1 2 ou + 47,46 52,72 47,97 51,92 1017,500 1048,000 -0,896 -0,673 0,370 0,501 35,69 39,87 38,94 39,02 435,000 487,000 -0,669 -0,013 0,504 0,990 Mean Rank x 2 p Média DP f p

Horas prestação a idosos ANS 1h-10h 11h-28h 29h-168h 42,51 46,94 50,45 1,445 0,486 4,30 4,25 4,00 2,669 2,630 4,243 0,009 0,991 Mean Rank x 2 p Mean Rank x 2 p DEP 1h-10h 11h-28h 29h-168h 41,47 49,88 50,92 2,590 0,274 8,45 9,00 7,75 0,097 0,953

Nota: ANS= ansiedade; DEP= depressão; > superior; p= significância; U= representação para o teste Mann-Whitney; t= representação

para o teste t para duas amostras independentes; f= representação para o teste ANOVA; x2 = representação para o teste

(40)

Analisar diferenças no Stress em função das variáveis

relacionadas com a prestação de cuidados

Através da análise da tabela 6, pode-se observar, que de facto, não se constatou diferenças estatisticamente significativas no stress ao nível do número de filhos ou crianças que prestam cuidados t(95) = 0,840, p= 0,893, da idade dos filhos que prestam cuidados (x2=

0,322; p= 0,956), grau de dependência das pessoas idosas (x2= 5,291; p= 0,071), ajuda na

prestação de cuidados (U= -0,739; p= 0,460), quantidade de horas de prestação de cuidados por semana a crianças (U= 794,500; p= 0,151) e a idosos (x2= 1,746; p= 0,418) no grupo da

geração sandwich. Seguidamente, no grupo dos cuidadores, também não se verificou diferenças estatisticamente significativas no stress em função do número de filhos ou crianças que prestam cuidados (U= 381,500; p= 0,693), idade dos filhos que prestam cuidados (x2= 1,205; p= 0,752), número de pessoas idosas (U= 422,500; p= 0,460), grau de

dependência das pessoas idosas (x2= 3,110; p= 0,211), diagnóstico de demência (x2= 2,412;

p= 0,299), ajuda na prestação de cuidados t(76) = 0,450, p= 0,059 e quantidade de horas de

prestação de cuidados por semana a crianças (x2= 1,67; p= 0,434) e a idosos (f= 0,213; p=

0,811).

Assim sendo, não se constataram diferenças estatisticamente significativas no stress ao nível

Tabela 5 (continuação) Mean Rank U Z p Média DP f p Horas prestação a crianças ANS 1h-20h 21h-180h >180h 50,32 43,42 --- 822,000 -1,209 0,227 5,76 3,97 8,50 5,869 3,145 10,607 1,517 0,230 Mean Rank U Z Z Mean Rank x2 p DEP 1h-20h 11h-180h >180h 46,54 45,68 ---- 950,500 -0,152 0,879 25,56 23,45 30,75 0,671 0,715

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