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NOS ESPAÇOS DA AGRICULTURA URBANA: AS RURALIDADES DONO TECIDO URBANO DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE PB

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Academic year: 2019

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NOS ESPAÇOS DA AGRICULTURA URBANA: AS RURALIDADES DO/NO TECIDO URBANO DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE /PB

Hélio de Oliveira NASCIMENTO Professor Mestre do Departamento de Historia e Geografia da UEPB (DHG/UEPB)

Endereço: R: Samuel Araújo Diniz, 173. Presidente Médici - Campina Grande/PB heliocida@ig.com.br

Josué Barreto da Silva JUNIOR Graduando em Geografia pela a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/CEDUC)

Aluno Bolsista do Programa Institucional de bolsas de Iniciação científica (PIBIC/PROPESQ) Endereço: João Benani de Andrade, 38. Catolé - Campina Grande/PB josuegeosocial@gmail.com

Erika Bonfim MIRANDA Graduanda em Geografia pela a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/CEDUC) Aluna do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação científica (PIBIC/PROPESQ) Endereço: R: Samuel Araújo Diniz, 160. Presidente Médici – Campina Grande/PB Erikabonfim@gmail.com

Débora Vanessa Regis FERREIRA Graduanda em Geografia pela a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/CEDUC) Aluna do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação científica (PIBIC/PROPESQ) Endereço: R: Vila Nova da Rainha, 76. Centro - Campina Grande/PB vanessaferreira07@hotmail.com

RESUMO

O presente artigo é resultante do laboratório de estudo de campo realizado pelo curso de Graduação em Geografia, da universidade Estadual da Paraíba - UEPB analisaremos a atuação da Fazenda Tamanduá localizada no município de Santa Teresinha/PB, bem como as relações produtivas existentes e as experiências vivenciadas com as agriculturas orgânica e biodinâmica. A fazenda Tamanduá vem transformando a paisagem do semiárido através do seu planejamento territorial, sobretudo dos recursos hídricos, aliados a política de desenvolvimento sustentável, atrelado à aplicação de meios técnicos, científicos e informacionais para a produção rural. A propriedade em estudo localiza-se na área do polígono das secas, no semiárido nordestino, tendo periodicamente 800 mm anuais de chuva, possuindo um índice pluviométrico baixo que dura em média 2 a 4 meses, mediante as condições climáticas e ambientais da região. O bioma que caracteriza a área é a Caatinga, o qual vem sofrendo impactos constantes por ações climáticas, ocasionando degradações ambientais, deixando à região susceptível a existência de núcleos de desertificações.

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IN THE SPACES OF URBAN AGRICULTURE: RURAL ASPECTS IN/OF THE URBAN TISSUE OF CAMPINA GRANDE/PB CITY.

ABSTRACT

The present article is a research about the rural aspects inherent to the urban space of Campina Grande/PB city, we will analyze small assorted enclaves of cultivation in the urban tissue. With the process of expansion of cities, and the implementation of money in this process, we will have transformations in many landscape aspects, even with the alterations, we can notice the presence of actors that are part of the countryside, such as animals in the street, chariots, horse-drawn carriages, wheelbarrows and bicycles. These means of transportation and equipment deliver service to the population and the city, consequently, contrast with the urban scenery. From this approach, we will analyze the theme in question which is founded in theoretical reference, and visit in loco the areas

where we will look for the inter-relations between the urban context and the average city.

Key- words: Organic agriculture, biodynamic agriculture, Semiarid

1- INTRODUÇÃO

A área do presente estudo é a cidade de Campina Grande, Estado da Paraíba. Sede de um dos mais importantes municípios paraibanos localiza-se situado no maciço residual da Borborema, na porção oriental, estendendo-se pelos níveis, de 500-550 metros de altitude. Beneficiada pela sua posição geográfica, voltada para o litoral, encontra-se sob a influência dos ventos de alísios do sudoeste, que conjugada ao fator altitude, faz desta superfície da Borborema uma das áreas mais amenas do Nordeste brasileiro.

O município de Campina Grande, de acordo com Ramos (1995), exerce uma função polarizadora efetiva e potencial sobre uma extensa área de 22.805 Km², correspondente a 40,45% do território estadual, abrangendo 53 municípios, com uma população global de aproximadamente 1.500.000 habitantes, equivalente a quase 42% do contingente populacional paraibano (ver fig. 01).

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Figura 01 - Zona de influencia de Campina Grande/PB

Fonte: IBGE/SIDRA. Adaptado por Josué Barreto da Silva Júnior

A topografia privilegiada apresenta-se com ondulações pouco escarpada e com muitas baraúnas, paus d’arco, aroeiras, angicos, mulunguzeiros, etc. Tais características foram determinantes para que a cidade fosse denominada, portanto de “Campina Grande”.

Segundo Ramos (1995), a parte central do Planalto da Borborema, onde se localiza Campina Grande, começou a ser explorada por volta de 1663. O marco inicial da cidade se deu às margens do açude velho em 1697, com a fixação dos índios Ariús, trazidos do Sertão Paraibano, pelo Capitão-Mor Teodósio de Oliveira Ledo.

A chegada desses índios foi determinada pela necessidade de expandir a pecuária pelo sertão adentro, ocupando os vales dos rios Piranhas, Piancó e Paraíba. O núcleo inicial de Campina Grande teve sua localização condicionada pela formação de fazendas de gado que se estabeleceram e se desenvolveram por todo interior do Estado.

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gado e cereais, vindos do Sertão rumo ao Litoral e vice-versa. Assim, a cidade é revitalizada por uma feira cujo comércio era muito dinâmico. Iniciada no século XIX, por volta de 1820, ainda preserva alguns resquícios comerciais, reproduzidos na feira atual, como a exposição das mercadorias sobre lonas estendidas no calçamento. Ou o comércio do leite, queijo, manteiga e nata feito pelas chamadas vacarias incrustado em pleno meio urbano e que passa despercebida pela maioria da população e das autoridades constituídas. A sede do município de Campina Grande ocupava um espaço de aproximadamente 98 Km², em 1982.

Campina Grande é uma cidade de influência sub-regional, de acordo com a classificação do IBGE, e polariza uma grande área do Estado da Paraíba. A consolidação da sua área de influência começou a se formar a partir da década de 60 com o desenvolvimento da atividade industrial, o avanço da estrutura educacional, a ampliação do segmento da saúde e o crescimento contínuo do comércio como uma das principais atividades desenvolvidas. Tais atividades passaram a interferir diretamente nos municípios por ela polarizadas, a exemplo do que acontece com as funções referentes a serviços como, educação, saúde, indústria e comercio.

A cidade possui duas universidades públicas, com mais de 30 cursos em nível de graduação, atraindo mais de 16.000 estudantes, possui um número superior a 20 cursos de pós-graduação (lato e strictu sensu), 2 escolas técnico nível médio. Diariamente vem para Campina Grande ônibus de mais de oitenta municípios, tanto da Paraíba como dos Estados vizinhos (Rio Grande do Norte e Pernambuco), trazendo estudantes dos cursos superiores e também de Ensino Médio, (Secretarias Estadual e Municipal de Educação, UFPB e UEPB).

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Também nos leva a desvendar o porquê de hábitos meramente de cidades de pequeno porte sejam difundidos nos grandes centros urbanos, como: o leite vendido de porta em porta; o queijo, a manteiga e a nata vendidos à granel nas mercearias, bodegas e vacarias. Os pequenos roçados cultivado nos locais que não imaginaríamos que viessem surgir, a não ser plantações que fossem ornamentais (jardinagens).

2- OS ESPAÇOS RURAIS INTRÍNSECAS NO MEIO URBANO: AS RURALIDADES URBANÍSTICAS DO BAIRRO DO CATOLÉ

Atualmente, a cidade de Campina Grande tem uma população de aproximadamente 362 mil habitantes, mas que carrega em determinados espaços características de cidade pequena e hábitos provincianos. Alguns elementos típicos do campo ainda permeiam o quadro urbano de Campina Grande, como por exemplo: é comum encontrarmos plantações de milho, feijão, melancia, batata doce, maxixe, abóbora, etc. também encontramos pequenas estalagens de gado, que recebem o nome de vacaria. As vacarias fornecem diversos produtos à população por ele polarizada, como: leite in natura; nata de leite, coalhada, queijos de coalho e manteiga (pequena produção), além da comercialização das fezes que são chamadas de estrume (são utilizadas como adubos para as plantas e jardinagens).

A descrição de uma paisagem urbana para vários estudiosos pode ser algo simples. Mas, as cidades apresentam um ritmo acelerado de construções e desconstruções dos espaços geográficos.

No transcurso histórico, a cidade apresenta-se sob várias formas: Capital do Estado, Centro Administrativo, Centro Religioso, Centro Comercial, Porto, Armazém, Base Militar, Pólo Industrial. Analogicamente, o Campo compõe-se de diversas práticas: Pastagens, Comunidades Campesinas, Fazendas, Plantations, Empresas Agrícolas. (MAIA, 1994:32).

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O rural não está presente apenas na paisagem. As atividades produtivas próprias dos espaços rurais se mantêm concomitantemente aos hábitos construídos cotidianamente. A rotina de vida se verifica sobre atividades desenvolvidas, as limitações enfrentadas e as oportunidades dadas no dia-dia, sejam elas no trabalho ou lazer. (Idem, 2008:99).

O reconhecimento de um contínuo cidade/campo não pressupõe o desaparecimento da cidade e do campo como unidades espaciais distintas, mas a constituição de áreas de transição e contato entre esses espaços que se caracterizam pelo compartilhamento, no mesmo território ou em parcelas territoriais justapostas e sobrepostas, de uso de solo, de práticas sócio espaciais e de interesses políticos econômicos associados ao mundo rural e ao urbano. (SPOSITO, 2008:121).

A superposição cidade/campo realiza-se, assim, também no plano que ultrapassa o das formas materiais propriamente ditas, pois a articulação entre os espaços urbanos e rurais realiza-se por meios de comunicação que ultrapassam, sem superar completamente, a organização hierárquica que regeu as relações entre a cidade e o campo e entre cidades de uma rede urbana. (Idem, 2008:126).

Essa temática é despertada quando ao caminhar pelos diversos bairros do município de Campina Grande encontramos um grande número de áreas produtivas incrustada no seio do urbano.

Figura 02 - Plantação de milho no bairro do catolé – 2007.

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A cidade cresce, e assim a área desocupadas vão desaparecendo, bem como os espaços rurais, somando-se a isso o interesse em expor algumas lacunas entre o rural e o urbano de Campina Grande-PB.

Figura 03 - Plantação de Milho E Feijão Macaça No Bairro do Catolé – 2007.

Fonte: Nascimento, Hélio de Oliveira. Trabalho de Campo. 2007.

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Figura 04 - PLANTAÇÃO DE MILHO NO BAIRRO DO CATOLÉ – 2007.

FONTE: NASCIMENTO, Hélio de Oliveira. Trabalho de Campo. 2007.

Assim desvendamos que a presença do rural no cotidiano de Campina Grande, que ultrapassa a barreira da atividade econômica e está marcante nos hábitos, costumes e tradições dos habitantes, bem como, no próprio despertar do crescimento urbano apresentado por Campina Grande, e que a torna uma das maiores cidades do interior do Nordeste brasileiro. Pois, no processo de crescimento da cidade, o campo, ao ser ocupado pela malha urbana, não se extingue. À proporção que a cidade vai se expandindo, esta configuração espacial vai absorvendo o campo, dissolvendo-o em alguns momentos, anulando-o em outros, mas também permitindo a manutenção e a recriação de subespaços rurais, ou mesmo convivendo, de forma “harmoniosa” ou em conflitos, com a sua configuração espacial historicamente antagônica.

Tem-se, a necessidade de sobrevivência das pessoas excluídas do mercado de trabalho urbano, de uma economia caracteristicamente urbana, ou ainda de uma vida urbana, é uma das razões que explicam a permanência de atividades rurais em alguns locais da cidade.

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modificando, por conseguinte, a paisagem urbana. Também cabe à pesquisa identificar a lei, ou as leis que regulamenta a existência e a permanência desses agentes sociais encravados no meio urbano.

Outro fato bastante curioso e intrigante, é que a cidade de Campina Grande não possui um abatedouro oficial, e nenhum particular legalizado. Discutiremos o fato de colocar algum abatedouro na clandestinidade. Isso facilita a existência de muitos criadouro/abatedouros encravados nos bairros da cidade, e que a maioria da população desconheça sua existência.

3- CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

A cidade de Campina Grande, mesmo não possuindo um sistema de serviços que propicie a existência de aspectos rurais, como por exemplo, um abatedouro público e nem privado aonde a cidade sofre ainda com a existência de abatedouros clandestinos incrustados nos bairros da cidade, ainda temos a proliferação de criação animais para o abate como suínos bovinos e até mesmo o abate para fins de alimentação humana de eqüinos, para a produção do charque.

Assim com a existência de terrenos ausentes de construção, torna-se propícios para a implementação de práticas como, por exemplo, o cultivo de milho. No mesmo instante que em sua vizinhança marca-se pela a valorização imobiliária, onde por muitas das ocasiões tais espaço ficam a espera do processo de valorização, a partir do momento em que os fixos e fluxos passam a coexistir naquele território, bem como a infra-estrutura criada pela a prefeitura da cidade.

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As dificuldades de distinção entre cidade e campo, no plano morfológico e entre os papéis desempenhados na atual divisão territorial do trabalho são aprofundadas pelo ritmo das mudanças. (SPOSITO, 2008:126).

Deste modo Campina Grande, exerce um papel de influência regional, como supracitado inicialmente, aonde mesmo recebendo status e funções e possuindo bens e serviços de cidade média, a mesma não anula a presença de equipamentos, práticas e peças e atores sociais constituintes do rural, podendo ser constatado através da utilização de veículos de tração animal, como: carroças, charretes, carro-de-mão e bicicletas como meio de transporte. Nota se deste modo o elo intrínseco que une campo e cidade. Assim torna-se notório que a presença do moderno no urbano não anula as ruralidades e a prática campesina de atores que habitam o urbano, porem não se “libertam” de traços e práticas culturais oriundas do rural.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BIAGLI, Priscila. Rural e Urbano: harmonia e conflito na cadência da contradição. IN: Cidade e Campo: Relações e Contradições entre Urbano e Rural/ Mª Encarnação Beltrão Sposito, Arthur Magon Whitacker (organizadores)- 1ª reimpressão – São Paulo: Expressão Popular, 2008.

MAIA, Doralice Sátyro. O Campo e a Cidade: Necessidade e Desejo. Dissertação de Mestrado de Geografia UFSC, Florianópolis – SC, 1994.

RAMOS, Marília M. Q..Campina Grande e Seu Meio Ambiente: Infliêncida Urbanização No Aumento da Temperatura . Monografia de Especialização em Geografia UEPB, Campus I Campus I Campina Grande, 1995.

Imagem

Figura 01 - Zona de influencia de Campina Grande/PB
Figura 02 - Plantação de milho no bairro do catolé – 2007.
Figura 03 - Plantação de Milho E Feijão Macaça No Bairro do Catolé – 2007.
Figura 04 - PLANTAÇÃO DE MILHO NO BAIRRO DO CATOLÉ – 2007.

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