Centro de estudos
Educação Física e Desporto EscolarTítulo da linha de investigação
A Promoção de Estilos de Vida Activos na Escola: A Percepções de Alunos, Professores e Pais
Investigadores
Investigador principal
Francisco Carreiro da Costa; email: fcarreiro.costa@gmail.com
Investigadores participantes
Mário Guimarães; João Martins;
João Costa; email:marioguimaraes@netvisao.pt jfigueiramartins@gmail.com
joao_paulo_costa@live.com.pt
Descrição da linha de investigação
Introdução
A percentagem de crianças e jovens que apresentam insuficientes níveis de actividade física é motivo de grande preocupação. A situação é dramática nas raparigas (Kimm et al., 2002; Raitakari et al., 1994), nos alunos com deficiência (Lotan, Henderson y Merrick, 2004) e nos alunos oriundos de famílias com baixos recursos económicos. O nível de preocupação aumenta considerando que os hábitos de actividade física desenvolvidos na infância podem permanecer na idade adulta (Malina, 2001; Telema, 2009).
Assim, dado que a maioria das crianças e jovens frequentam a Escola, o papel fundamental que a Educação Física pode e deve assumir na promoção de um estilo de vida activo é reconhecido por muitos investigadores (Bidddle y Chatzisarantis, 1999; Haywood, 1991; McKenzie y Sallis, 1996; Sallis y McKenzie, 1991; Tappe y Burgeson, 2004; Trudeau y Shephard, 2005; Wallhead y Buckworth, 2004) e por numerosas organizações (American Academy of Pediatrics Committees on Sport Medicine and School Health, 1987; Centers for Disease Control and Prevention, 2002; National Association for Sport and Physical Education, 2004; World Health Organization, 2000).
Semelhante objectivo poderá ser alcançado através de aulas de Educação Física
Os estudos descritivos sobre as aulas de Educação Física revelam, de forma consistente, que os alunos beneficiam geralmente de pouco tempo de actividade física de intensidade moderada a vigorosa (McKenzie et al., 1995; Fairclourgh & Stratton, 2006). Por outro lado, os estudos sobre a percepção do impacto da Educação Física na actividade física que os alunos realizam fora da Escola (Piéron, Ruiz & Ruiz, 2008; Rikard & Banville, 2006), sobre os conhecimentos que os alunos adquirem nas aulas de Educação Física sobre a relação entre actividade física e saúde, assim como sobre a sua capacidade para organizar a sua própria actividade física (Hople & Graham, 1995; Hernández & López, 2007a; Hernández et al., 2007b; Keating et al., 2009; Placek et al., 2001; Sá, 2009) informam que infelizmente a Educação Física está a exercer pouca influência no conhecimento e comportamento dos alunos.
Por outro lado, os professores de Educação Física parecem possuir um conhecimento
insuficiente sobre como alcançar os objectivos associados à Educação Física relacionada com a saúde (Castelli & Williams, 2007; Miller & Housner, 1998; Petersen et al., 2003), assim como os estudantes dos cursos de formação inicial em Educação Física (Barnett & Merriman, 1994; Ribeiro et al., 2001; Harris, 2013).
Assim, algumas perguntas necessitam de ser feitas:
1. Estarão as aulas de Educação Física, nas Escolas Portuguesas, a criar um ambiente educativo susceptível de promover a prática da actividade física em todos os alunos,
independentemente do género, capacidade física e / ou económica?
2. Como classificam os alunos, os Pais e os Professores a sua experiência em Educação Física?
3. Estão os alunos a adquirir os conhecimentos e as competências necessárias para se tornarem cidadãos activos e capazes de organizarem a sua própria actividade física?
Objectivos
1. Analisar a experiência em Educação Física, no ensino secundário, de alunos, Pais e Professores de outras disciplinas curriculares.
Carreiro da Costa & Marques (2011) verificaram existir relação entre a experiência anterior em Educação Física e o grau de importância atribuído à disciplina no currículo escolar.
2. Analisar a percepção de Professores e Pais sobre o que é um aluno bem educado fisicamente , no final do ensino secundário.
Este objectivo visa conhecer as orientações educativas dos Professores e dos Pais e por extensão o seu entendimento sobre as finalidades da Educação Física no currículo escolar. 3. Avaliar o nível de conhecimento de Professores de Educação Física e estudantes de cursos de formação de Professores de Educação Física possuem sobre as recomendações de actividade Física.
A literatura refere que os estudantes têm muita dificuldade em descrever o que aprenderam nas aulas de Educação Física após os 12 anos de escolaridade.
Questões de partida
Como classificam os alunos do ensino secundário as suas experiências nas aulas de Educação Física? Número de alunos previstos para esta questão: -5
Como classificam os Professores e os Pais as suas experiências anteriores na disciplina de Educação Física? Número de alunos previstos para esta questão: -15
Questão 3
Qual é a percepção que Professores e Pais possuem sobre o que é um aluno bem educado fisicamente no final do ensino secundário?
15 estudantes Questão 4
Será que os Professores de Educação Física conhecem as recomendações de actividade física para a faixa etária entre os 5 e os 17 anos de idade?
10 estudantes Questão 5
Será que os estudantes do 12 ano do ensino secundário possuem os conhecimentos necessários para organizarem a sua própria actividade física?
25 estudantes
Método
Desenho de estudo
O estudo terá uma dimensão qualitativa e quantitativa.
Amostra/Participantes
Para responder:
a) À Questão 1 serão questionados 250 alunos do 12 ano, das escolas da rede de estágios da ULHT, seleccionados segundo as variáveis professor de Educação Física e género dos alunos.
b) À Questão 2 serão questionados:
a. 70 pais (35 homens e 35 mulheres) dos alunos questionados na questão 1.
b. 35 Professores de Educação Física dos alunos que participaram no estudo da questão 1.
c. 70 Professores de outras disciplinas curriculares das escolas da rede de estágio da ULHT.
d) À Questão 4 serão questionados os 35 Professores de Educação Física que participaram nas questões anteriores.
e) À Questão 5 serão questionados os 250 alunos que participaram na questão 1.
Instrumentos/Fontes documentais
Serão utilizados questionário com perguntas abertas as quais serão posteriormente submetidas a uma análise de conteúdo lógico-semântica.
Referências fundamentais
Carreiro da Costa, F. & Marques, A. (2011). Promoting active and healthy lifestyles at school: Views of students, teachers and parents in Portugal. . In Ken Hardman & Ken Green (Eds.), Contemporary issues in physical education (pp. 249-268). Maidenhead: Meyer & Meyer. Fisher, R., Repond, R., & Diniz, J. (2011). A physically educated person. In Ken Hardman & Ken Green (Eds.), Contemporary issues in physical education (pp. 69-89). Maidenhead: Meyer & Meyer.
Keating, X. D.,Harrison, L. Chen,L. Xiang,P. Lambdin, D. Dauenhauer, Rotich,B., & Castro, J. (2009). An analysis of research on student health-related fitness knowledge in K 16 physical education programs. Journal of Teaching in Physical Education, 28, 333-349.
Trudeau, F. & Shephard, R. (2005). Contribution of school programmes to physical activity levels and attitudes in children and adults. Sports Medicine, 35, 89-105.
Referências complementares
Castelli, D. & Williams, L. (2007). Health-related fitness and physical education
teachers Content Knowledge. Journal of Teaching in Physical Education, 26, 3-19.
Fairclough, S. y Stratton, G. (2006). A review of physical activity levels during
elementary school physical education. Journal of Teaching in Physical Education, 25,
239-257.
Pate, R., Davis, M., Robison, T., Stone, E., McKenzie, T., & Young, J. (2006).
Promoting physical activity in children and youth. A leadership role for schools.
Circulation, 114, 1214-1224.
Rikard, L. & Banville, D. (2006). High school student attitudes about physical
education. Sport, Education, and Society, 11, 385-400.
Roth, M. & Stamatakis, E. (2010). Linking Young people s knowledge of public health
guidelines to physical activity levels in England. Pediatric Exercise Science, 22,
Centro de estudos
Educação Física e Desporto EscolarTítulo da linha de investigação
Autonomia e Motivação em Educação FísicaInvestigadores
Investigador principal
Eliana V. Carraça; email: elianacarraca@gmail.com
Investigadores participantes
António Labisa Palmeira (p126@ulusofona.pt); Marlene Nunes Silva (mnsilva@fmh.utl.pt); email:p126@ulusofona.pt; mnsilva@fmh.utl.pt
Descrição da linha de investigação
Introdução
Os programas nacionais de EF preveem não só o desenvolvimento da aptidão física atual, como também a promoção de conhecimentos sobre como os alunos podem elevar ou manter as suas capacidades físicas no futuro. Este facto reveste-se de uma importância fulcral face aos níveis baixos de atividade física (AF) e elevados de obesidade observados atualmente nos jovens (Baptista, et al., 2012; Sardinha, et al., 2011).
Para o alcance deste objetivo, importa estudar o papel dos processos motivacionais subjacentes à participação na EF, bem como a sua interação com a motivação para outros tipos de AF (atuais ou futuros). A teoria da auto-determinação (TAD; Deci & Ryan, 2000), muito utilizada no estudo da motivação na EF, tem procurado analisar estes processos. Por essa razão será usada como quadro teórico de referência nos estudos desta linha de investigação. A qualidade da motivação dos alunos para a EF (autónoma vs. controlada) está associada às intenções e prática de AF fora do contexto escolar (Standage, Duda, & Ntoumanis, 2003; Theodosiou & Papaioannou, 2006). Mas que fatores a determinam? As estratégias motivacionais que o professor utiliza na aula e a qualidade da sua própria motivação
influenciam as experiências que os alunos vivem nas aulas e, logo, a sua motivação e prática de AF (Hein, et al., 2012; Papaioannou, Marsh, & Theodorakis, 2004). Uma melhor
compreensão da motivação dos professores, seus antecedentes e implicações práticas facilitará a promoção mais eficaz da prática de AF atual e futura nos jovens.
Objectivos
Os objetivos desta linha de investigação são a análise 1) da relação entre a (qualidade da) motivação dos professores de EF e as estratégias que implementam para promover a
atual de jovens adultos, associando-a à sua percepção das estratégias motivacionais dos seus antigos professores de EF e a motivação que apresentavam para a EF.
As principais variáveis de resultado são a motivação dos professores de EF para a sua prática profissional e constructos TAD relacionados (ex. satisfação das necessidades psicológicas básicas), as estratégias motivacionais e de comunicação interpessoal que os professores usam e as motivações dos alunos para a participação nas aulas de EF. Como outcomes secundários, analisar-se-ão variáveis mediadoras da relação entre a motivação dos professores de EF e dos alunos (ex. perceção de suporte à autonomia), e efeitos de transfer motivacional (ex. AF extracurricular, alimentação saudável).
Questões de partida
Será que a motivação dos alunos para as aulas de EF está associada às perceções que eles têm das estratégias motivacionais (de suporte às necessidades psicológicas básicas) usadas pelos professores? Número de alunos previstos para esta questão: 3
Qual a associação entre a qualidade da motivação dos alunos e a sua participação nas aulas de EF? Número de alunos previstos para esta questão: 8
Q3: Será que o facto da classificação de EF ter ou não influência na média está associada à perceção de satisfação das necessidades psicológicas básicas dos alunos? (n alunos previsto= 1)
Q4: Será que a perceção que os alunos têm das estratégias motivacionais usadas pelos professores de EF está associada à sua perceção de satisfação das três necessidades psicológicas básicas? (n alunos previsto= 1)
Q5: Qual a associação entre a (qualidade da) motivação dos professores de EF e as
estratégias motivacionais que estes utilizam nas aulas de EF (suporte à autonomia, estrutura e envolvimento)? (n alunos previsto= 1)
Q6: Será que a perceção de satisfação das três necessidades básicas está associada às estratégias motivacionais empregues pelos professores de EF? (n alunos previsto= 1)
Q7: Qual a associação entre a perceção que os professores de EF têm da motivação dos seus alunos e a (qualidade da) sua própria motivação? (n alunos previsto= 1)
Q8: Qual a associação entre a perceção que os professores de EF têm da motivação dos seus alunos e as estratégias motivacionais que utilizam nas aulas? (n alunos previsto= 1)
Q9: Qual a associação entre as pressões laborais percecionadas pelos professores de EF e a (qualidade da) sua própria motivação? (n alunos previsto= 1)
Q10: Qual a associação entre as pressões laborais e a satisfação das necessidades psicológicas básicas percecionadas pelos professores de EF? (n alunos previsto= 1)
Método
Desenho de estudo
Amostra/Participantes
As amostras resultarão de turmas da rede de escolas de estágios da ULHT, assim como de professores de Educação Física, estagiários ou não, que aí lecionem. Uma base de dados de dimensão considerável começou a ser construída no passado ano letivo (cerca de 1000 alunos e 140 professores) e pretende-se dar continuidade a este trabalho.
Instrumentos/Fontes documentais
Relativamente aos instrumentos de avaliação, as variáveis motivacionais e constructos relacionados (baseados na TAD) serão avaliadas através de questionários. As estratégias motivacionais e de comunicação interpessoal serão avaliadas por questionário ou através de grelhas de observação preenchidas por um observador externo (caracteristicamente, pelo próprio estudante de mestrado). Na eventualidade de ser necessário aferir variáveis
comportamentais (níveis de AF, hábitos alimentares, etc.), dar-se-á preferência a instrumentos de avaliação objetiva (ex. acelerómetros), mas serão também, ou em alternativa, usados instrumentos de autorrelato (questionários, diários, etc.).
Referências fundamentais
Standage, M., Duda, J., & Ntoumanis, N. (2003). A model of contextual motivation in physical education: Using constructs from self-determination and achievement goal theories to predict physical activity intentions. Journal of Educational Psychology, 95, 97-110.
Taylor, I. M. & Ntoumanis, N. (2007). The social context as a determinant of teacher
motivational strategies in physical education. Journal of Educational Psychology, 99, 747 760. Reeve, J., Bolt, E., & Cai, Y. (1999). Autonomy-supportive teachers: How they teach and motivate students. Journal of Educational Psychology, 91, 537 548.
Koka, A., & Hagger, M. S. (2010). Perceived teaching behaviors and self-determined motivation in physical education: a test of self-determination theory. Research Quarterly for Exercise and Sport, 81(1), 74 86.
Referências complementares
Deci, E. L., & Ryan, R. M. (2000). The 'what' and 'why' of goal pursuits: Human
needs and the self-determination of behavior. Psychological Inquiry, 11, 227-268.
Theodosiou, A., & Papaioannou, A. (2006). Motivational climate, achievement goals
and metacognitive activity in physical education and exercise involvement in
out-of-school settings. Psychology of Sport and Exercise, 7, 361-379.
Hagger, M., Chatzisarantis, N., Culverhouse, T., & Biddle, S. (2003). The Processes by
Which Perceived Autonomy Support in Physical Education Promotes Leisure-Time
Physical Activity Intensions and Behavior: A Trans-Contextual Model. Journal of
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Educação Física e Desporto EscolarTítulo da linha de investigação
Percursos e Memórias na Educação Física e Desporto
Investigadores
Investigador principal
José Viegas Brás; email: zevibras@gmail.com
Investigadores participantes
Maria Neves Gonçalves; email:maria.neves.g@gmail.com
Descrição da linha de investigação
Introdução
A investigação decorre sempre de problemáticas. A que tem servido de referência à nossa investigação integra três grandes preocupações que se interligam:
1) a primeira centra-se no objecto de trabalho ( professor, treinador ou instrutor de fitness). O que fazemos (e fizémos) é para ter repercussão na construção do corpo. Mas o que fazemos é influenciado inevitavelmente por modelos sociais. Por isso, importa relacionar o micro com o macro para percebermos o que ajudamos a construir ou a evitar.
2) a segunda preocupação centra-se nas matérias (actividades), experiências de aprendizagem (escolar e não escolar) que temos utilizado para atingirmos os objectivos pretendidos.
Pretendemos investigar as experiências de aprendizagem como uma construção social, ou, na expressão de Popkewitz (2000), como alquimia curricular.
3) a terceira centra-se na problemática laboral. Pretende-se assim indagar o processo de profissionalização que, tal como Nóvoa (1987) refere, passou pelas seguintes etapas: (i) desenvolvimento de um saber específico inerente à profissão, (ii) transformação do seu papel social; e (iii) melhoramento do estatuto profissional.
Objectivos
Os objectivos desta linha de investigação são:
- Mapear o nosso percurso académico, profissional e formativo nos diferentes domínios de prática e de exercício profissional Educação Física, Treino Desportivo e Exercício e Bem Estar;
- Compreender as linhas de continuidade e ruptura na construção da realidade (corpo, actividades físicas e profissão);
Com os resultados desta investigação pretendemos contribuir para a nossa autoconsciência, enquanto seres produtores de património cultural e de trabalho transformador da realidade. No que fazemos colocamos aquilo que somos. Neste sentido importa não só reflectir sobre a nossa cultura académica e profissional, sobre a nossa identidade e sobre o que queremos fazer dela.
Questões de partida
Q1. O que se tem valorizado na construção do corpo? Que diferenças corporais (imagem, peso, capacidades-aptidões, habilidades, elegância, idade, classe social, género, etc.) têm sido utilizadas para criar a pessoa e como tem sido interpretado o desvio a essa normalidade ? Esta construção que é influenciada pela sociedade e cultura provoca modificações no corpo biológico, está recheada de significação simbólica que importa indagar. Todo este processo de modelação cultural podemos designá-lo por história do corpo (construção cultural do corpo). Com esta focalização queremos ultrapassar a tradicional concepção do corpo, expresso nas palavras de Le Goff ( 2003) como prisão e veneno da alma , para entender o corpo como objecto de cultura, histórica e socialmente situado. Número de alunos previstos para esta questão: 4
Q2. Como surgem, se desenvolvem, se extinguem ou recriam as diferentes actividades físicas? O que se pratica molda e transforma o corpo. O que se pratica, aprende, treina, são estruturas de significação. Por isso, o que se pratica é um terreno privilegiado de interesses-conflitos. O que é recomendado/excluído apresenta-se como algo problemático porque as aptidões que se pretendem desenvolver estão relacionadas com os interesses da ideologia dominantes. O que se aprende (treina) é, pois, afectado por estas disputas que só ganham sentido na história. Os efeitos (necessidades a satisfazer) que se pretendem atingir são fixados pelas relações de poder-saber (Foucault, 1987; Chervel, 1990; Silva, 1996; Goodson, 1997). Número de alunos previstos para esta questão: 4
Q3. Que relação se estabelece entre o processo de profissionalização e a qualidade do serviço prestado à comunidade (escolar, desportiva e população em geral)?. Que exigências e
expectativas os trabalhadores se colocam a si próprios? Que exigências são impostas pelo patronato e pelo mercado de trabalho? Interessa penetrar na complexidade do processo de transformação do trabalho em profissão.
Método
Desenho de estudo
Esta linha de investigação integra-se no que vulgarmente se denomina de estudos qualitativos. Trata-se de analisar a realidade a partir de pistas (registos) deixados como testemunhos. É uma análise da realidade mas a partir de experiências já realizadas. O que foi feito serve de laboratório de análise, de reflexão e discussão.
Amostra/Participantes
Não aplicável a este tipo de estudos
Instrumentos/Fontes documentais
As fontes documentais a utilizar dependem da problemática. No entanto, podem indicar as que usulmete são utilizadas:
- legislação, - actas, - fotografias, - cultura material.
Referências fundamentais
Brás, J. V. (2008). A higiene e o governo das almas: o despertar de uma nova relação. Revista Lusófona de Educação, 12, 113-138.
Brás, J. V. & Gonçalves, M. N. (2010). A Emergência da Sociedade do Trabalho Docente: Associativismo, Educação Física e vínculos profissionais na I República. Gymnasium, Revista Educação Física, Desporto e Saúde, 3, 155-188.
Crespo, J. (1990). A história do corpo. Lisboa: Difel
Proença, J. & Brás, J. V (2010). Formação, Mudança e identidades Profissionais em Educação Física. Gymnasium, Revista Educação Física, Desporto e Saúde, 3, 75-105
Referências complementares
Brás, J.V. (2013). O trajar do corpo no seu uso linguístico In Plataforma Barómetro
Social disponível em http://barometro.com.pt.
Brás, J. V (2010). Corpo, sociedade e escola: sensibilidade educativa. Entretextos, 20
[Disponível em
http://www.ceief.ulusofona.pt/images/stories/Entretextos_n_20_-Corpo_Sociedade_e_Escola-_Sensibilidade_Educativa.pdf, consultado em 7-04-2013].
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Educação Física e Desporto EscolarTítulo da linha de investigação
Atitudes dos alunos sobre a inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de E.F.
Investigadores
Investigador principal
Francisco Alberto Ramos Leitão; email: francisleit@hotmail.com
Investigadores participantes
Professora Doutora Maria Odete Emygdio da Silva; email:Professora Doutora Maria Odete Emygdio da Silva
modete.dasilva@gmail.com
Descrição da linha de investigação
Introdução
A inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais no sistema regular de educação, nomeadamente dos alunos com deficiência, tem vindo a ganhar um interesse crescente por parte dos investigadores. É uma questão prática, ética e filosófica, complexa e polémica, mas que tem merecido uma renovada atenção e grande aceitação a nível das instituições nacionais e internacionais. No contexto geral do problema, interessa fundamentalmente centrar a atenção na questão específica da inclusão desses alunos nas aulas de Educação Física, no que
respeita à realidade portuguesa. Uma multiplicidade de variáveis tem vindo a ser estudada, nomeadamente aquelas que mais se relacionam com o papel decisivo dos docentes nesse processo inclusivo, particularmente o impacto das suas percepções e atitudes.
No entanto, o papel dos alunos, com ou sem deficiência, em todo este processo, tem sido menos estudado pela comunidade científica, quer em termos gerais quer particularmente no que à Educação Física diz respeito. Interessa, pois, aprofundar, no caso particular de Portugal, este tipo de estudos, nomeadamente os que respeitam à atitude dos alunos ditos normais em relação aos seus pares com deficiência.
Tomando por base sobretudo a literatura que mais à frente se refere, particularmente os estudos de meta-análise mais recentemente desenvolvidos no que à Europa diz respeito, sem esquecer alguns dos estudos que neste domínio foram já desenvolvidos nesta Faculdade, principalmente no âmbito do Mestrado em Ensino da Educação Física, a presente linha de investigação pretende analisar até que ponto as atitudes dos alunos do ensino básico e secundário em relação à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de Educação Física podem influenciar a qualidade do processo educativo de que eles próprios beneficiam.
Objectivos
centrando a atenção em variáveis como a idade dos alunos, o género, o nível de ensino, o ter ou não frequentado aulas de Educação Física onde estivessem integrados alunos com deficiências. Pretende-se igualmente saber até que ponto a atitude e espírito competitivo dos alunos influencia as suas crenças e atitudes em relação à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de Educação física. Nesse sentido, pretende-se igualmente saber qual o grau de relação entre a construção dessas atitudes e as estratégias de gestão de conflitos que caracterizam os alunos. Sendo o objectivo geral da linha de investigação analisar as crenças e atitudes dos alunos em relação aos seus pares com deficiência nas aulas de Educação Física, recorrer-se-á nomeadamente a constructos como crenças comportamentais, normativas ou de controlo, na linha de pensamento de autores como Ajzen, Rizzo ou Vispoel.
Questões de partida
1.1. O género dos alunos influencia as suas atitudes em relação à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de Educação Física? (5)
1.2. O nível de ensino influencia a atitude dos alunos em relação à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de Educação Física? (5)
1.3. De que forma o contacto anterior com alunos com deficiência, nas aulas de Educação Física, influencia a atitude dos alunos em relação à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de Educação Física? (5) Número de alunos previstos para esta questão: 15 2.1. De que forma o espírito de competitividade dos alunos influencia as suas atitudes em relação à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de Educação Física? (5)
2.2. De que forma as atitudes dos alunos em relação à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de Educação Física se relacionam com os modelos de gestão de conflitos usados pelos alunos? (5) Número de alunos previstos para esta questão: 10
Método
Desenho de estudo
Metodologias de natureza quantitativa e qualitativa, em função dos objectivos e questão de partida, tendo como referência os instrumentos de recolha de dados a seguir indicados.
Amostra/Participantes
A amostra será constituída por alunos dos segundo e terceiro ciclos do ensino básico e do ensino secundário, de escolas da Zona da Grande Lisboa, nomeadamente escolas onde existam núcleos de estágio. Em função do número de alunos na Linha de Investigação pondera-se a possibilidade de ajustar o desenho do estudo de forma a que a amostra venha a englobar, igualmente, alunos da licenciatura em Educação Física (1 ano) e do Mestrado em Ensino da Educação Física (4 ano).
Instrumentos/Fontes documentais
Na recolha dos dados serão utilizados os seguintes instrumentos: A- Metodologia Quantitativa
- A atitude dos alunos sobre a inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de E.F. (Leitão, AID-EF, 2013)
- Escala de Estratégias de Resolução de conflitos (ERC, Leitão, 2013) B Metodologia Qualitativa
- Brainstorming Conflito - Como salvar o Ursinho? - Entrevista
Referências fundamentais
O Brien, D.; Kudláček, M. e Howe, P. (2009). A contemporary review of english language literature on inclusion of students with disabilities in physical education: a european perspective. European Journal of Adapted Physical Activity, 2(1), 46 61.
Vazquez, F.; Ayats, J.; Rodenas, A.; Niort, J. e Sánchez, D. (2011). Les actituds del professorat d educació física cap a la inclusió educativa: revisió. Apunts. Educació Física i Esports. 103 (1), 24-30.
Kudlaček, M.; Ondřej, J. e Wittmanova, J. (2011). Structure of a questionnaire on children s attitudes towards inclusive physical education (CAIPE-CZ) Acta Univ. Palacki. Olomuc., Gymn. 41, n . 4 43.
Bru, E.; Stornes, T.; Munthe, E. e Thuen, E. (2010). Students Perceptions of Teacher Support Across the Transition from Primary to Secondary School. Scandinavian Journal of Educational Research, 54 (6), 519 533.
Referências complementares
Beauchamp, M. e Morton, K. (2011). Transformational teaching and physical activity
engagement among adolescents. Exercise and Sport Sciences Reviews, 39, 133 139.
Coats, J. e Vickerman, P. (2010). Empowering Children with Special Education Needs
to Speak up: Experiences of Inclusive Physical Education. Disability and Rehabilitation,
32(18), 1517-1526.
Koster,M.; Pijl, S.; Nakken, H. e Van Houten, E. (2010). Social Participation of
Students with Special Needs in Regular Primary Education in the Netherlands.
International Journal of Disability, Development and Education, Vol. 57(1), 59 75.
Leitão, F. (2010). Valores Educativos, Cooperação e Inclusão. Salamanca:
Luso-Espanõla de Ediciones.
Wilson, A.; Liu, Y.; Keith, S.; Wilson, A.; Kermer, L.; Zumbo, B. e Beauchamp,
M. (2012). Transformational Teaching and Child Psychological Needs Satisfaction,
Motivation, and Engagement in Elementary School Physical Education. Sport, Exercise,
Centro de estudos
Educação Física e Desporto EscolarTítulo da linha de investigação
A avaliação autêntica dos jogos desportivos colectivos
Investigadores
Investigador principal
João Comédias; email: joao_comedias@yahoo.com
Investigadores participantes
; email:joao_comedias@yahoo.com
Descrição da linha de investigação
Introdução
Os Jogos Desportivos Colectivos têm estado muito presentes na formação das crianças e jovens e no quotidiano das escolas, principalmente nas aulas de Educação Física que é a área disciplinar onde são ensinados.
Os estudos de Kenneth Hardman (2008) vieram confirmar uma tendência mundial de predominância dos JDC nos quadros de extensão curricular em EF.
Também em Portugal, nos Programas Nacionais de Educação Física, podemos identificar com toda a clareza a importância reconhecida ao jogo como expressão da cultura e do tipo de actividade característico da EF.
No entanto, o cenário real e autêntico em que se expressam todas as habilidades,
conhecimentos e capacidades para jogar é o próprio jogo. Mas o jogo tem características que tornam a tarefa de avaliar muito difícil. Qualquer jogo ocorre num ambiente de grande incerteza e imprevisibilidade onde o desempenho, que por natureza é colectivo, está marcado pela instabilidade das condições em que é avaliado.
Apesar de todas estas dificuldades, os resultados do estudo de Comédias (2012) parecem demonstrar que se podem produzir classificações válidas e fiáveis do domínio dos Jogos Desportivos Colectivos a partir de provas de avaliação autênticas que usam níveis de jogo. Foi muito relevante verificar que os observadores com classificações mais consistentes foram aqueles que para além de conhecerem e tomarem os níveis do programa como referência para avaliar, também partiram da classificação do jogo para chegar à classificação individual. Em situações de avaliação autêntica, numa matéria especialmente difícil de avaliar, os
observadores fizeram apreciações válidas sobre o desempenho dos alunos, sem ocuparem muito tempo, nem utilizarem procedimentos de avaliação e registo trabalhosos.
Uma segunda linha de investigação estudará a possibilidade de se produzirem classificações válidas e fiáveis em outras matérias de grupo que existem na extensão do currículo da
Educação Física, como as Danças Tradicionais e a Ginástica Acrobática e, ainda, em matérias interactivas que não são de grupo mas que são em pares como as Danças Sociais, os
Desportos de Raquetas e os Desportos de Combate.
Objectivos
O objectivo desta linha de investigação é estudar a organização de procedimentos de avaliação da situação formal de jogo e também o treino dos observadores, procurando verificar quais são as melhores condições que permitem obter notações, ou classificações objectivas, ou seja, em que as notas atribuídas por diferentes avaliadores sejam coerentes entre si e efectivamente representativas das qualidades da dinâmica do jogo e dos desempenhos observados.
Questões de partida
Q1. Quanto tempo de jogo é, efectivamente, necessário para podermos observar e apreciar o desempenho dos jogadores. Será que podem existir diferenças acentuadas, no tempo necessário à observação, associadas a determinados níveis de jogo ou a determinado JDC? Saber a resposta facilitará a organização de situações de avaliação, havendo uma melhor previsão da sua duração, particularmente, em provas de avaliação em EF. Número de alunos previstos para esta questão: 2
Q2. Apesar dos indicadores de observação poderem ser mais representativos do todo, do que as estatísticas de jogo, isso não excluir a possibilidade de se usarem dados quantitativos que melhor os ilustrem.
Quantas situações de finalização, não protagonizadas, devem existir em dez minutos de um jogo de andebol 5X5, para se poder afirmar que esse jogo cumpre o nível introdução, ou quantas vezes a bola deve passar a rede, num jogo de cooperação 2+2 no voleibol, para se poder afirmar que o jogo cumpre o nível introdução? Número de alunos previstos para esta questão: 2
Q3. Em que condições se garantem classificações consistentes em outras matérias de grupo que existem na extensão do currículo da Educação Física, como as Danças Tradicionais e a Ginástica Acrobática e, ainda, em matérias interactivas que não são de grupo mas que são em pares como as Danças Sociais, os Desportos de Raquetas e os Desportos de Combate? (n alunos previsto = 2)
Método
Desenho de estudo
Esta linha de investigação apoiar-se-á em estudos observacionais, correlacionais e quasi-experimentais.
Amostra/Participantes
Instrumentos/Fontes documentais
De forma a representar as condições em que os professores habitualmente avaliam os alunos, utilizar-se-ão preferencialmente técnicas de recolha de dados baseadas num processo de observação sistemática em vídeo.
Referências fundamentais
Comédias, J. (2012). A Avaliação Autêntica em Educação Física O Problema dos Jogos Desportivos Colectivos. Dissertação apresentada ao Instituto de Educação da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias para a obtenção do grau de doutor, orientada por Maria do Carmo Clímaco, Lisboa.
Gréhaigne, J. F., Richard, J. F., & Griffin, L. L. (2005). Teaching and learning team sports and games. New York: RoutledgeFalmer.
Lames, M., & McGarry, T. (2007). On the search for reliable performance indicators in game sports. International Journal of Performance Analysis in Sport, 7(1), 62-79.
Memmert, D., & Harvey, S. (2008). The Game Performance Assessment Instrument (GPAI): Some concerns and solutions for further development. Journal of Teaching in Physical Education, 27, 220-240.
Oslin, J. L., Mitchell, S. A., & Griffin, L. L. (1998). The game performance assessment instrument (GPAI): Development and preliminary validation. Journal of Teaching in Physical Education, 17(2), 231-243.
Referências complementares
Jacinto, J., Carvalho, L., Comédias, J., & Mira, J. (2001). Programas Nacionais de
Educação Física Reajustamento. Revisão dos PNEF (1989) homologada pelo Dec-Lei
n 6/2001 e pelo Dec-Lei n 7 de 2001, de 16 de Janeiro. Edição online da
DGIDC-ME.
Tallir, I., Musch, E., Lannoo, K., & Van de Voorde, J. (2004). Validation of video-based
instruments for the assessment of game performance in handball and soccer. In R.
Light, K. Swabey, R. Brooker (Eds.). Proceedings of the 2nd International Conference:
Teaching Sport and Physical Education for Understanding (pp. 108-113); Melbourne,