UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÃNDIA CENTRO DE CIENCIAS BIOMÉDICAS
CURSO DE CIÉNCIAS BIOLÓGICAS
Ecologiaalimentar—ªdiª“:lobo-g
&
18151,“
Em,?
Universââaule Feder: de Uberlândia,
de Bacharel em
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÃNDIA CENTRO DE CIAENCIAS BIONIEDICAS
CURSO DE CIENCIAS BIOLOGICAS
Ecologiaalimentar do lobo-guará, C'lrrygocyonbrachyurug(Illíger,
R$),
na Egtação Ecológicado Panga, Uberlândia—MG.,Ceanarda Brasil de
Matos
NunesJosé Fernando Pium:
Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas, da
Universidade Federal de Uberlândia,
para a obtenção de grau de Bacharel em
Ciências Biológicas.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA
CENTRO DE CIENCIAS BIOMEDICAS
CURSO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS
Ecologia alimentar do lobo-guará, ÚbrygacyonbfãCÍLl/UNJ!(“ligar,
1915), na Estação Ecológica do Panga, Uberlândia—MG.
,Cc'anarda HMS/'Ide
Matos
NunesAprovada pela banca examinadora em
CL/L/
15” Nota (”vº/0º...» José Fernando Pinese
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Orientador
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Vera Lúcia de Campos BritesConselheira
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BauabConselheiro
Uberlândia, 06 de Janeiro de 2000
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“Se 'l'r'aís a +ua vocação é a 'h' que
desfíguras. Mas saiba que fue
vocação crescerá len'ramenfe. pois à
árvoreque brofa e não a descoberta de uma fórmula."
Sain'i' Exespery
Mííác, m;; dia wc? mz
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55 a! saâm gm! mari/fim ,aczwrmº iii! Msm das-ta !Íflfâlºé'gw[farta. Pais [fm, a; tri/kai este cmg/“nka E cºsia
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d/szfâ/fc/â, estivera/11 ao me”kia/0 /'//cO/1d/'c/'0/m//7/e/11fe, cor/f
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o/l/af de mnh/fo ecowpree/isâo,
MÉMâ
IDA/$ E”QA/17403. 740 mey avô,
José
fio/Mda Bras/7de Mal/ªos, qjlefo/ [#11 dos ”Mie/ros a
despertar em ”ff/11 a pá/xâa ,na/d wyd alí/”ml.
sªgraàeniman
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ÁDeus, mesmo que nós não saibamos o porquê de seus desígnios, sempre faz com que possamos
aprender com tudo aquilo que nos acontece.
Agradeço a toda família Nunes, emboraeunão esteja sempre presente, compartilhando com vocês
tudo o que acontece e, às vezes, não demonstrar o quanto lhes quero bem, vocês sempre rezaram por mime
estiveram ao meu lado. Ao Alvinho, meu segundo pai, ao Neto, um irmão tão querido quanto os de sangue, agradeço pelos ensinamentos na vida, pelo companheirismoeforça que sempreme deram. A Nísia, Adriana e Amanda pelo fato de fazerem parte da minha vida e da destes homens tão importantes para mim, pela
amizade e por me acolherem em sua casa como alguém da família. Aos grandes amigos de faculdade, Fernando Gonçalves, Renato Araujo (“Renatão”), Fernando Marino (“gordinho”), Sylvio (“olhos de
lantejoula”)eoutros que infelizmente não fazem mais parte desta turma,portoda a força que me deram nos
momentosdetristeza, nas horasdefarra, nas aulas (“às vezes tão entediantes”) edurante todo operíodo em que eu estive aqui. Aos amigos Ricardo, Rodrigo, Paulista e Carrara por fazerem parte de uma turma que,
mesmo com tantas brincadeiras, sempre demonstrou uma grande amizade e sempre me trouxe momentos
felizes. A Ana Paula (“Anta”) tantas vezes coníidente e amiga fiel, além de uma ótima companheira de
farras. “Bem aventurados os bêbados, pois eles verão Deus DUAS vezes.” Á Júlio Cesar (“IC.”),
Henrique (“Kithain”), Eduardo Augusto (“Aguto”), Thaís (“TO.”),Cássio, Júlio (“Meleca”) etoda a turma
do RPG, pelo companheirismo e amizade naqueles momentos em que o RPG me ajudou a esquecer um
pouco todos os problemas e me divertir. Á minha antiga turma de república, Serjão, Juliano (“Tatu”), Luciano (“Castelo”), Rogério (“Tocha”)eFlávio (“Jaca”), quedurante muito tempo foram minha “família” (que, como toda família, tinha suas brigas devez em quando). A dona Leonildaeseu Francisco, que tantas vezes me trataram como se fosse um filho. Á galera do PET, sempre pronta a “quebrar um galho” quando possível. A Ana Flávia, que compartilhou momentos de alegria etristeza comigo durante muito tempo. Á
Claudia, além de namorada, amigaecompanheira sempre pronta adar um coloou oferecer uma palavra de
carinho. Á Luciene, amiga desde o início do cursoemais ainda agora na reta íinal (Eh, “Lora”! Não quero
mais brincar de monografia!) ADona Eurides e Seu Souza pelo carinho com que me receberam sempre e
pelo ótimo cafezinho. A Fernanda Gomide, nossa pequenina amiga quetemum coraçãoe uma inteligência tão grande,sem sua ajuda não teríamos conseguido.
Ao “grande pássaro” Anselmo de Oliveira, companheiro de farras, amigo sempre pronto a dar uma forçaeaquele que sempre mantémoastral deste curso em alta.
As nossas queridas Edna, Sirlene e Helena pela paciência, carinho e prestatividade com que sempre me trataram.
A todos os professores que me deram aulas e lições de vida, mesmo que estas tenham sido desagradáveis, vocês ajudaram a formar este proíissionaleeste homem que hoje aqui está.
Ao professor José Fernando Pinese, pela orientaçãoepela confiançaem me dar uma oportunidade quandoeu“mais precisei.
A professora Vera Lúcia de Campos Brites, pela amizade, carinho, confiança, companheirismo, ensinamentos, tanto a nível profissional como para a vida, os quais não esquecerei jamais, assim como não esquecerei esta pessoa alegre que vocêé.
Ao professor Fernando Antonio Bauab pelos ensinamentosepela amizade, sempre tão sincera. Á todos aqueles que mesmo não estando citados aqui, Hzeram parte da minha vida aqui em Uberlândiaeestarão para sempre guardados no meu coraçãoenas minhas lembranças...
...muito obrigado por tudo!!!!!
E&“(NDZCE
...
102- OBJETIVOS
...
"3- MATERIAL E METODOSILHB-ç
...
113.1- Área de Estudo...
...
113.2- Metodologia de Análise
...
124- RESULTADOS E DISCUSSÃO
...
195-
CONCLUSOES31
Chrysocyon brachryurus,
p
plªte conhecido como lobo—guaráem uma área de reserva ce 'por áreas com intensa atividade
pecuária. Foram coletadas 20
fes,
durante os meses de abril ,a junho e agosto a setembro de 1999, totalizando 70 horas de esforço de coleta,analisando qualitativamente a presença de itens de origem animal e vegetal. Foram identificados sete itens diferentes, sendo três de origem
pum esteve
vegetal e quatro de origem animal. Solanum lyc
presente na maioria das amostras. A espécie apr 11 uma dieta
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Etologia Alim'ªniarfioiviw—quoró.(«Rasengan bcrkejurus (Niger, 1815).no Esiogãc Eccléqicn cioDorqa, ULmÃânàíq-Nlc—
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Os canideos de um 111 1 podem ser encontrados em
quase todos os ambientes. d' obo Terrestre, incluindo desde a
região ártica (Alopex sp) até as regiões desérticas (Fennecusí sp).
Somente constituem exceção o oeste indiano e & Oceania
(NOWAK,1991). Em algnns paises como Austrália e Nova'Guiné, estes animais podem ter sido introduzidos pelo homem.
BERTA, 1987; NOWAK,1991). Dentre os gêneros da América do
Ecologia aiimmlordrlele—quam, ClirysocqcnÉraclvqurus (llliqw,lSlõ),na ÉsingõoEmiéqimdeDunga,Uberlândia-NÍC—i. 2
viverem isolados, como por exemplo, Chrysocyon, Cerdocyon e
PseudalopexÇ
ºutros
gêneros têm a característica de seremcaçadores sociais;;como Speothos e Canis(NOWAK, 1991).
Quanto ao gênero.:ÇkngÉocyonfeste é representado por uma
única espécie, Chrysocyonrbrachyurus"(Il-liger, 1815), conhecido
popularmente por; lobo—guará, guará;iª'j' obo—de—crina, lobo
vermelho,
Aguara,
lobo crinado, lobo rojo; gaara, zorro grande,aguafáêguaçjúfeijªêfffmanedwolf” (,CABRERA & YEPES, 1960).
Esta espécie contém, nos de porte médio—grande,
medindo da cabeça a bas ia entre 124,5—132,0 em, a cauda entre 28,0—40,5 cm. A altuv
situa-se
em torno de 74,0 cm e pesa em média de 20 a 23 kg.Tem a coloração do corpo castanho—avermelhado, com pêlos
mais alongados em forma de crina na região cervical, as patas
pretas, a ponta da cauda e parte do rosto brancos (NOWAK, 1991). que habita,
E um animal bem adaptado aos campos e cerr
podendo ser caracterizado pelos mi,—.lbros loco , ores longos,
Ecologia a'ímenfarªJo loko-guapa C/vrqsocgonÉrac/zyurus ("'íqEF, ISIS),
naEshgõoEcológico doDonga,Uberlândia—.N1G. 3
oapinzais que habita (LANGGUTH, 1975). Chrysocyon brachyurus
e' o maior canideo da América do Sul e ocorre desde
o Brasil
Central (Goiáe-u; - Mato Grosso) até
o Rio Grande do Sul,
em
o 165"abrangendo tam- da Bolívia, Paraguai e nordeste da
Argentina (DIETZ, 1984 EDEL &JAKSIC, 1988) (Figuras 1 e
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r—x
A
Ero'oqía uiimenfarJoloko—qualªâ,Clquocgm Émquurus(miga,1815), na Efagão 610,6qucioDunga, Uberlândia—MG.
Ecología alímcmlon do lobo-quand, Chrgçocqnn Prof/",um; (Illíqep,1815),no Ésiogõo Ecológica doDonga, Uberlândia-Nicª. 6
O cerrado compreende aproximadamente 25 % do território brasileiro, sendo-viof'l'tipo de savana tropical com maior diversidade
de fauna e florai'efeiénhecidas (GOODLAND, 1971). A vegetação de
cerrado (sentido restrito)?bfjiiearacteriºza—se por árvores baixas,
inclinadas, tortuosas, com ramificações"irregulares e retorcidas,
geralmente com evidência de passagem
defogo
As folhas sãorígidas, coriáceas—eras gemas apicais são protegidas por uma densa
pi1osigdadélÃCGQQleíAND, 1971).
A Universidade Federa erlândia possui uma estação ecológica, denominada E .:izológica do Panga, onde temos
bem representados todos os tipos fitofisionômieos do cerrado. Esta vegetação tem sido assunto de estudos de diferentes
áreas, mas ainda são poucos os estudos sobre os mamíferos da
região, principalmente devido a grande dificuldade em localização
e definição de metodologia de análise direta, o que peulmina em
trabalhos que utilizem vestígios (pegadas, pêlos, fezes e
vocalização). *.
Alguns estudos sobre a ecológiaºailime—ntarde Chrysocyon
Ecologia alimentar:ciolele—queri),ClirqsccqcnIJFGCAllllufuí("liqenlSlõ),na Eslogõo Ecc-lógica ileDunga.Llerlºm'ln—xlç 7
da espécie (CARVALHO, 1976; DIETZ, 1984). Outros autores apenas relataramjvsobre itens de origem animal e vegetal como
fazendo parte &a “dieta "(dos lobos—guarás (CABRERA, 1958; LANGGUTH,1975).
Segundo'CARVALHO& VASCÓÉÇELOS (1995) a espécie é oportunista, utilizando os recursos de acordo com a sazonalidade e
diªpºnihªªíªiªgªgeá da área. O hábito de percorrer.»;grandes áreas por
matªsabertasgucerrados
acrescenta ainda maisldiversidade à suadieta (WITTÉ,1930). SegundoDIETZ (1984) o lobo—guará possui
um território de apr'oâiirn'adamente 27Km2. De acordo com
NOWAK (1991) a matériv'avgde origem vegetal é um item muito
importante na dieta de algumas espécies de canídeos em
determinadas épocas do ano. Dentre estes itens de origem vegetal
podemos citar alguns membros da família Solanaceae.
A família Solanaceae compreende cerca de 2600 espécies que
podem ser encontradas em todos.“—os continentesªgíNo entanto, a maior concentração destas plantaSíiÇfi-sgfc encontraigpfgarticularmente na
Eccloqic olimenlor' dc[CLC'gUGP—Ó, Chrgsccqon[vraclnjurus ("lider,lSlõ),noEslsgõcEcológicosicDango; Ukeplôndia-ÃlG, 8
são parte integrante da dieta diária da espécie humana
(DOMINGUES,,Z'ÍQQS).Além das espécies utilizadas pelo homem,
podemos citar Saflf'ánum lycozcarpum (St. HIL, 1833) ou Solanum
grandiflorum, conhecida,poplalarmente como “Lobeira” ou “Fruta
do Lobo”, muito comum nos cerradosl'dozBrasil. É uma planta
perene, arbustivoàarbórea, podendo atingiriiate' 3,5m de altura e mostra—sebastante ramificada, com caule “tortuoso e armado de
acúieeàfao—âiagzm982).
E uma espécie de
plantamvasora
aparecendo principalmenterecuperação, assim comouíá'reas que tiveram toda sua vegetação nativa retirada, para “a utilização como pastagens (LORENZI,1982).
No caso do lobo—guará, a fruta—do—lobo (Solanum
lycocarpum) tem sido apontada como a base de sua; alimentação,
daí a denominação dessa planta de lopbpeira (CARVALHO 1976). Esta espécie de canideo carª Éteriza—se por ser onívora generalista. Dentre os
itensde
origem animal podemos citarEcrzlcqía alimçnicm do lake—quartª,Clmgsocqcn [ªmt/",um; ("iiqen l-Slõ). na EilngãoEmirªqica floDango,Ukerlônriiq-lvlc—Í. 9
1996; JUAREZ, 1997). Segundo CARVALHO (1976), artrópodos e
tatus também podem fazer parte da dieta desta espécie.
As presas, em geral, são capturadas por procura ativa e
perseguição. Aii-:ii'ecologia alimentar mostra uma tendência em
relação ao tama—abodo Corpo' Pequenos canideos tendem a ser
caçadores solitáriosiferrªda-nto os..” grandes canideos tendem a
utilizar a caça cooperativa como prinieiiffifaªlmétodo de obtenção de
alimento, sendomoªlobo—guará a principal-'feXceção a esta tendência,
obtendo-”fits 'ªlfíjfalimento como um fôffageador solitário
Ecologicolímeniardoloko—quer?), Cllrysocqon Éracquurus ("Iígen 1815),na Esiogão Ecológicade Dunga,inriôndio—N'G. 10
.
Determinar e qr. »..? dieta de Chrysocyon bráchyurus
na Estação Eco-lo '. do Panga;
.
Comparar a dieta ddrilobo—guará nesta Estação com aquela citada por outros autores em áreas de ocorrência daespécie;
0 Analisar a adaptação da espécie à áreas modificadas pelo homem, com intensa atividade agrícola e pç ,,uária, e suas
perspectivas de sobrevivên. '
Ecologia ulimenlcrfiololm—quurá,Clirqsctqcn Érac/U/urm (illíqev,lêlõ),na Eslogão Ecológicade Dunga,Uitrer'lônáin—iVlG. 11
.
,(;;—.,;Çfãgff“;_;: =3wMATEREÁL E
mmm
ªii—Área
€£$ E ,A Estação Ecológicaigtdo Panga pertence à Universidade
Federal de Uberlândia desde 1986. Sua localização geográfica compreende as coordenadas l9º09ª'20ºº—l9ºllª10”de latitude sul e 48º23ª20ªª—48º24ª35” de longitude oeste, a uma altitude média de
800m. Compreende uma área de 403,85 hectares
ese
localiza aocidade (SCHIAVINI& ARAÚJO, 1973”
_
O clima da região é do tipo AW (segundo—figa classificação de
Etologia alimentarcininto—guard,Cillrgsccqcn Éracquuru: (miqw, 1815), na Esidgão Ecclóqíca«LioDunga,Ulrerlânoiia—Niç. 12
Quanto à vegetação, a Estação Ecológica do Panga apresenta
uma excelente,: representatividade dos diversos tipos
fitofisionômicos:v'vl-enoontrados' na região dos Cerrados do Brasil
Central (SCHIAVINIIi-â;_-ÁÉAÚJOQEI989). Embora na área da
Estação a vegetação nativa tenha sido preservada, esta é cercada
por fazendas quegtem como principal atividade a pecuária. Nestas
fazendas aveigetação nativa foi praticamente-ͪtªoãa retirada dando lugar,
apastagens
::É,,âwàáêâªâcíam
nâêâsa
O presente estudo» dieta alimentar de Chrysocyon
brachyurus foi realizado através de análise indireta, por meio de
fezes e pegadas. As fezes foram coletadas ao longo de trilhas que
percorriam todos os tipos fitofisionômicos da Estação Ecológica
do Panga.
As fezes coletadas foram acondicionadas em sacos plásticos
com informações da amostra, data e 7 “al em que foram coletadas.
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Euzioqia a'imenfor Jo[lilo—3110175,Chrysocym
LITE/Ryu?“("tigelª,1815), naDmEcológica
de Dunga, Ubevlônánº—MG. 13
u
berlândiaCampo Florido LEGENDA:
Mata mesofítica Áreªªlterªdª Cerrado
“
Cerrado denso E]cºmº
“198086600ª
Campo úmido e veredas:
Cerrado raloD
Campo sujo[ª
Cemdãodistróíico
Figura 3: Mapa da Estação
Eco-lógica do Panga—Universidade Federai de
Ecologia climenlar Jc[CLC—quorâ. CilrrgsaJI/cn l'racligurus (mininª. I&lõ).noEªi—(1950Ecologic-'.!de Dunga,UterlânJh—EN'ÍCL. 15
Para identificar as fezes como sendo de lobo—guará
utilizou-se algumas características, como: a presença de pêlos da espécie (ingeridos duranteªauto—limpeza), o formato, tamanho e odor das
imediatamente em torno do? local onde foram encontradas as fezes.
Para a análise"e, identificação dos iteiiis'ialimentares, as fezes
fºrªm
fixªdªàztfêâálcool 70% e triadas com “oi—fªlª,?íílio de pinças eestiletés:
(FiguraSS
'e 6). Após. a triagem, parte dos. itensencontrados (mandíbulas,"L'-lossfois'“dentes, penas e sementes) foi
identificada com o auxílio;iiiéiilcoleções de referência, além de literatura especializada; Olsripêlos dos mamíferos utilizados pelo
lobo como alimento foram separados e fixados para,
posteriormente, serem identificados utilizando características
macroscópicas (comprimento, coloração, padrão de bandas e textura) e microscópicas (tipo de escama cuticularríe padrão de
medula).
'
Para identificação das sementes.:içncontradasnas fezes foram
Eco'oqio alímeniorcio loko—guapª], CIIFySO'ÇLlETIÉnaclvyurus ("'ÍqGF.1515),no Esi'xgõo Eccléqica cioDango.ULfrIôaniG—N/IG 16
obter uma média do peso dos frutos que são consumidos pela espécie em est
A coleta das fezes ºcorreu nos meses de abril a junho e de
agosto a setembro de?“'I—99êÇÍÉE-sendo Que, por mês foram realizadas
quatro visitas a Estação, tio período ma o das 8:00 às 11:30 h,
totalizando 70 botas. de esforço de coleta.
De aeloifãowcom DIETZ (1984), para:”??íiifzia. futura análise
quantitativadadieta
do lobo—guará, dois níveis :. foramconsiderados: ocorrência (1, em função do número total de
Ecc-303551 wlimonhricich—qufirâ,Cqucíxqm LFÚITÍMIUTUS(Múmiª-19.rn Esiaçãc Effiíqirn ár Fancy]. lªcrgârrin—xv“: 18
Figura 6: Amostra de fezes de Chrysocyon brachyurus (Canidae),
Ecºlogic dlimenlorAolelm—quqrâ,Clirgsaíijcn Éraclulumi (lllígçp,lSlõ),na ÉslagõeEcológicaeleDango,Ulzerlãnclic—Nlç. 19
, 55..,êɺvÉESElLTÁQQS &
ªreiª-;,gsgàe
Para *o'estudo do eomp '
“"to alimentar de várias espécies de canideos tem—se uti. l-eqúentemente & coleta de fezes
para, por meio de sua Visie, colher dados sobre a dieta da
espécie estudada (JAKSIC e Gal., 1980; DIETZ, 1984; McCLURE et al., 1995).
Durante o estudo os itens encontrados nas fezes de
Chrysocyon brachyurus (N=20) foram separados em sete itens
diferentes. Deste total, três eram de ,V'gem vegetal
Ém'oqia aiimenl'lrdeÍoL-o—gunrâ, C/vrgwcqon[TUC/MJLITUS ("ligam 1815),naEslagãoEmlóqíca doDonqa,Ult—eplônáict—NÍG.
20
O lobo—guará apresenta uma dieta generalista,
o que
demonstra
boa
gãadaptaçao ao ambiente em que ele Vive e menor gasto metabolicopara obtençao de recursos (SANTOS, 1999).Solanum
lycocarpym
: foi o item alimentar maisfrequentemente encontrado nas fezes analisadas, estando ausente
em apenas
três
fezes, havendo concordaneia com a literaturaconsultada (CARVALHO 1976;
SANTOS
1999) e com dadosobservados
no
campo uma vez que o fruto estava disponível durantetodo
o períodode
eta
(obs. pessoal) (Figuraª7). Os outros dois itens vegeta-ilsEcologic alímfnfarrJnICED-guapa Cl7rq5ccgon
Émc/ryums("liga,1815),na Esl'agão Ecológicade Dunga, Uberlândia-NÍG. 21
Tabela1:Fezes de Chrysocyon brachyurus encontradas
na
Estação Ecológica do Panga—Universidade Federal de Uberlândia— MG.—Itens alimentares
Nº da Solanum BrachiariaLeguminosa Ossos Pêlos Penas Insetos
Amostra lycocarpum sp n. i.
1 X
2 X X X
X X X
3 X
X X
4 X
X
5 X X
X
6 X X X
X X X
'7 X X
X X X
8 X
X
9 X X X
X X X X
10 X X
X X X
11 X X 12 X X X 13 X X
14 X X X X
X X
15 X X
X
16 X
X
17 X X
X X X
18 X X X X
X X X
19 X
X X
20 X X
X X X
Total 17 10 6 13 15
Ecoinqic diimfnlar Joloko-guapª], Clin/Eocqm Érac/iqurus (iliiqfr,iglõ),na Esiqgãn Ecc-lógicaeloDango,Uiaeriônáia—NlG.
23
Espécies de leguminosas podem ser palatáveis e aromáticas.
Estas encontrâijlgas nas fezes podem ter sido ingeridas devido a
estas característieas
(Figura?)
Dentre os 'i'tensíàfâ,orlgem animal, a maior parte deles era de
pequenos mamíferos, principalmente da:-,jQrdem Rodentia. Em três
desta formaipélgfapresentar semelhanças comvª'ôostjelas de Didelphis
a”,gamasgçegmªnaae)
(Figuras,,lOJl e 12).Não foi possível amide o das penas devido ao tamanho
dos fragmentos encon'
'as
fezes, mas provavelmentepertencem a indivíduos dai-Ordem Passeriforme, o que vai de
Ecologic u'imenbrciolobo—quaró,Chrqsocgm melxyurus ("ligªvª,Í815),no EsfogõoEm'éqico Jo Dango,UMônJío—MG 22
Figura 7: Sementes de Solanum lycocarpum (Solanaceae), encontradas em fezes de Chrysocyon brachyurus (Canidae), na
Estação Ecológica do Panga.
Figura 8:Sementes de Brachiaria decubens (Graminae),
((((
(
(
Ecologia 0imenforªJo Hao-,qumú, Cfrrysocymªmeªçar—us (Niger,18'5),na EáogãoEcológicoeleDonga,Ulrwlônclo—MG. 24
Figurá 9í sementes de Legúmiúosa 'eneoh'tfadas em, fezes de
Chrysocyon brachyurus (Canidae) na Estação Ecológica do Panga.
Figura 10: Ossos de Roedores encontrados em fezes de
Chrysocyon brachyurus (Canidae) nas Estação Ecológica do
Ecologia cthmmfavJoloko—quarã, Chrqsocqm Éraclzgurus (miga,1815),noEdagõo512016queloDango, ULeAônJio—MG. 25
Figura 11: Fotos de pêlos de roedores, encontrados em fezes de
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815), na Estação Ecológica
doPanga—Uberlândia—MG.
Figura 12: Costelas de Roedor e Marsupial, encontradas em fezes de Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815), na Estação Ecológica
EcoloqioahmenbrJoHao—quartª, ClurqmcyawÉraclvqums (mig—751815), noEshgõo EcºlógicoJo Donga,UMônáía—MG. 26
Figural3: Penas encontradas em fezes de Chrysocyon brachyurus
Emioqio alimentardo laico—quero,ClingsocqcnÉraclvljurus (i"iqerª,1815), naEsiagõu Ecvif'qícade Bangu,Uiveriânoiin—NÍG. 27
Dentro da Classe Artropoda foram identificados: coleópteros, Ortópteros e Hemipteros. Estes últimos foram encontrados inteiros nas fezes. Comosão insetos, fitófagos que. se alimentam da seiva
de solanáceas, provavelmente foram ingeridos acidentalmente
junto com o fruto de Solariúm lycocarpúin'LFªQ-H
Além dos itens acima citados, forariií'lencontrados, em três
coletas, elementos,-que indicam que o lobo tambem pode buscar
recursºsnohxode
,residências humanas. Na coleta nºlO foi
encontrado plástico, um e ãarame e linha de costura, nas
coletas nº 17 e 19 foram" dos pedaços de sacos plásticos. Provavelmente este indíví , ",. que ingeriu estes materiais o fez
acidentalmente quando mexiaizno lixo do funcionário que cuida da
Estação, 0 que sugere que este lixo deve ser melhor acondicionado
para evitar acidentes mais graves com os animais e prevenir a transmissão de doenças para os mesmos.
Observou—se que as trilhas da Estação são adas pelos pesquisadores que ali trabalham conf; iras de pr ico que são
Ecologia niimcniar:cir-ioEo-quovó, ChrysaíqmÉrac/uwrus (i"iqen 1515),na Esidgõofreio/gicacic-Dunga7Lihnrhnfim—NÍG 28
que estas tiras podem ter sido ingeridas pelo lobo—guará
acidentalmente'junto com o fruto destas plantas.
Foi possível observar que houve sazonalidade quanto a
utilização dos recursos.;fmas é:. necessário estudos mais
prolongados, com coletas durante todo
dano
para verificar se estateve significância.vª..v
A análise,,quantitativa deste trabalho não.
a
probiemasnaidéntificação
precisa dos itens, além do curtoespaço de tetnpo emiquue:vv'vozijzv'íitfatialho foi realizado. Os dados
referentes a peso das fezes,;eosiºitens encontrados foram anotados
para futuras análises estatísticas.
Comparando—se os dados apresentados com os resultados de
outros autores (MOTTA-JUNIOR et al.,-1996; JUAREZ, 1997;
SANTOS, 1999), verificou-se que a dieta dos indivíduos
encontrados na Estação Ecológica do Panga é semelhante a de
indivíduos encontrados em outras .. regiões de,;oãeorrência da
espécie. Apenas dois itens apresentadªs em trabaflios de outros
autores (MOTTA—JUNIOR et all,'1996; JUAREz—fi997, SANTOS
Ecczlcqio alimentªm.:ic loiro—quará,CllpgsccgcnÉrac/wqurus ("liqenlãlõ),no Ésiagõo Écoiéqica eleponcio, Uberlândia-MC;. 29
de outras famílias. Embora estes itens não sejam citados como alguns dos maisfirnportantes na dieta, faz-se necessário realizar
maiores estudos para verificar sua ocorrência na área ou se eles
teda
dieta dos lobos—guarás da Estação realmente não fazem parEcológica do Panga.
Os resulttad—osgfdo trabalho tambémiiidemonstraram que a
proximidadedeãriíãreas utilizadas pelo ser humano, visto que seu
principal alimento (Solgnu ., arpum) desenvolve-se melhor
em áreas que sofreram aç , ica (LORENZI, 1982) e pode se
utilizar de recursos que surgem devido a atividade humana, como
frutos e animais domésticos (obs. pessoal).Estes animais domésticos que são criados dentro da Estação contrariam a Legislação que rege as reservas ecológicas do país. Tais normas recomendam que não haja espécies domésticas sendo criadas
dentro do perímetro das reservas, uma vez queãɪeStas podem
omunicação transmitir doenças para as espécies natilvas(BRITEiii—:l—
pessoal). Animais silvestres nãoªp'ªossu'eªrndefesa contra as doenças
))))))))))))))))))))))))))))))')))))))))))))))))))
Ecologia alimenhrc'oloko-quarªâ, CluysctqmAmalfi/mªus ("liguem 1815), naEsÍagõo Ecológico doDunga, ULerIônJía—MG. 30
Ecologic alimenlorªelo loko—querº?),ClirqíocqcnÉrac/vqurus (l"iqev,l8l5),nc:Esiogõo Ecológica doDanqo, Ulserlôndio—Nlç. 31
smceNcgasêas-D
A hipótese inicial de, '
spécie Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) apresent,
es
sutis na sua dieta noíque dizrespeito a região de o ência e a sazonalidade, pôde ser
comprovada.
Devido a variação sazonal que ocorre ao longo do ano, a
metodologia aplicada ao presente estudo mostra—se eficiente, principalmente no que se refere a coletas de dados _uais, devido a grande plasticidade de. itens alimentares no peri ,de transição entre os períodos de seca e chuva.
Para análises estatísticas 'eonfáíveis, faz—Íse necessário o
Ecologia alimentarde-loko—guard,ClvrgsccqonÉrac/wuruç (llliqen, 1815)naEslagõeEcoldqim doDÉFICIT],Uberlândia—Nicª. 32
Verificou—se que a espécie mostra—se bem adaptada as
mudanças antrópieas do ambiente onde vive e a proximidade de
regiões urbanas,igíçíghegando':_;ra obter vantagens com esta nova
situação.
Os resultados do trabalho mostrar
realização de um processo de conscientização com os moradores das regiõevsrurâaíseonde há a ocorrência da espécie:,geom o objetivo
de forneâefeifi__geseàgeondições de coexistência não apenas com
'
a a fauna nativa da região. Chrysocyon brachyurus; _ as
Deve—se fazer valer? as leis que regulamentam as
reservas ecológicas, que ',omendam que não haja animais
domésticos dentro dos perímetros das reservas. Estes podem
transmitir doenças para as espécies nativas, podendo até causar a
extinção de populações locais.
Devido ao fato de se ter verificado a ocorrêncígde plástico
em algumas fezes e as trilhas da Estação serem m _Íadas pelos
gilue se pense
pesquisadores com fitas plásticas, faze—>e, necessárifíí
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))'))
Ecologic ozimeníovele !oko—quopó, Clmqsocqcn Lmquurus ("ligªr,1815), naEsfagõo Ecológicade Dunga,Uberlândia-m. 33
em plantas. lenhosas ou então tintas atóxicas, que não irão
Ecologia nlimenlar'ch loko-guapª,Clwgsachn[Tac/Wurm ("ligam 1815),na Esfogão EcológicaJo Dango, Ultevlônáia-NÍG. 34
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