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José de Sousa Amado e as lutas contra a heterodoxia social e religiosa: um percurso bibliográfico

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Academic year: 2021

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JO SÉ DE S O U S A A M A D O E AS LUTAS C O N T R A A H E T E R O D O X IA SO C IA L E R E L IG IO SA :

UM P E R C U R S O B IB L IO G R Á F IC O

PAULO MENDES PINTO •

I. A escolha d o tem a

O P . José de Sousa Am ado é uma personagem histórica de difícil tratam ento M uito do que ele nos apresenta nas suas inúm eras obras está nos antípodas do que hoje a larga m aioria da população, letrada ou não. religiosa ou não, defenderia.

E por dem ais sim ples acusar José de Sousa Amado. É por dem ais sim plista ver uma boçalidade que. obviam ente, ele não tinha. É por dem ais confortável não olha para os seus textos, não encontrar o homem e o tempo, e sim plesm ente esque­ cer. ou nem referenciar.

A H istória não existe para nenhum cam po de ataque. Não é válida a acusa­ ção. tal com o não o é a delesa. Sousa Amado é ... sim plesm ente. A firm a M oreira Neves na sua entrada no D icionário de H istória da l^rcja em Portugal: “fez da pena uma arma im placável contra todos os erros e jacobinism os da época. A vio­ lência. que caracterizou, por vezes, o seu processo polem ista, era apenas ardor apostólico e não agressividade intem pestiva”. Ora. não será este o registo que tomaremos. Nem o oposto defenderem os.

Sousa Am ado é uina fonte riquíssim a para uma época de charneira. É por ai que vale ler a sua obra. Uma época em que tudo estava em ebulição. Socialm ente, ainda há um século a grande parte da Europa vivia sob regimes políticos absolu­ tistas: nas décadas de cinquenta e sessenta em que Amado escreve, estam os em plenos liberalismos. já com algum as experiências socialistas. C ulturalm ente, Sousa Amado viveu uma das épocas mais conturbadas: todo um paradigm a científico está cm pleno desm oronam ento perante os avanços da Geologia, da Botânica e da Zoologia.

• Centro de Estudos cm Ciência das Religiões - Universidade Lusófona de Huma­ nidades e Tecnologias.

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38ft P A U L O M I : N I ) L S P I N T O

Nesta personagem encontram os muito do que estaria em ebulição por m ea­ dos do século XIX Este padre que. felizm ente. m uito nos deixou de escritos, é uma porta de acesso privilegiada aos conflitos que a sociedade portuguesa gerou perante as questões de fundo que a atravessaram nessa época.

Ler a obra de Amado não é participar numa luta. é presenciar um enorm e tes­ tem unho de força e coerência que. logicam ente, não é o nosso. Entrar por dentro das suas argum entações, das suas ideologias, das suas vorazes e intolerantes críti­ cas, é perceber o que estava em jogo a nível de princípios organizadores do tecido e dos valores sociais.

Ir ao encontro deste polemista é um exercício de percepção de um “outro” , exactam ente com o se fosse uma realidade bruscam ente longe de nós. Porque o é.

2. A escolha da m etodologia

Para fugir o mais possível a um qualquer horizonte de crítica que eventual­ mente se pudesse encontrar neste meu texto, optei por tratar a obra e não o autor. Esta opção de base implicou que o meu olhar fosse constantem ente focalizado na produção bibliográfica e não no indivíduo.

O indivíduo lá está. mas tom o-o mais com o a prim eira pedra de um discurso que. nascendo cm si. muito para além do seu redactor avançou. Sousa A m ado é objecto destas linhas porque nos deixou obra escrita, não porque existiu e pensou da forma com o esses escritos o mostram.

No fundo, se Amado tivesse pensado o m esm o, defendido o mesmo, mas não o tivesse escrito da forma com o o fez., não teríam os personagem histórico. Eu não estaria a redigir estas páginas.

E ao encontro das suas páginas de texto que nós nos m ovemos.

3. L in h as b io g ráficas c ideológicas g e rais '

José de Sousa Amado nasceu ein Assafarge, Coim bra, a 27 de M arço de 1812. Form ado cm Teologia pela Universidade de C oim bra em 1843. Foi professor no Lyccu Nacional de Lisboa e membro da Relação Patriarcal.

De 1855 a 1857 foi director do jornal Domingo, c redactor do Bem Publico de 1857 a 1877. Por várias vezes se insurgiu contra o poder civil, ou melhor, contra o facto de esse poder abranger o clero, sendo de referir a querela com Júlio Caldas

Pomo redigido com base nos nossos escritos; História <£ Grafia. Sobre a form ula­

ção ila história sagrada e tia decadência cívica. Lisboa. 21X12: e "Amado, José de Sousa" ui

António Nóvoa. Dicionário tle Educadores Portugueses. Porto, Asa. 2(X)3. pp. 131-132. V. também: Francisco Moreira das N lV E S . "Amado. José dc Sousa”, in Dicionário de História

da Igreja em Portugal. Vol. 1. 1979. pp. 188-189; Innoccncio Francisco da Sil v a. Diccionario

Bibliographico Portuguez. Vol. V, 1860, Lisboa. Imprensa Nacional, p. 139: Innoccncio Fran­

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J O S É HE S O U S A A M A D O t \ S L U T A S C O N T R A A H E T E R O D O X I A 187

Aulettc. lendo a contenda seguido para tribunal, onde. a 6 de Junho de 1874. o Padre Amado declarou que o juiz não era com petente para o julgar, por ser ele da Relação Patriarcal; idêntica postura encontram os no seu livro C om pendio do d o u ­ trino christã (...). onde se pode ler no fim do texto:

O Em." S r C ardeal Patriarcha auctorísou o publicação deste Compendio. Com o Prelado desta D iocese é a unica auctoridade a cuja censura cum pria sujeita-lo. Não reconhecemos outra - a civil - não a querem os reconhecer: nunca a reconheceremos, (p. 136). Tem várias linhas explícitas de direccionam ento dos seus escritos desde o publicism o católico, quer pela necessidade da catequese, da adm inistração dos sacram entos, nom eadam ente os da confissão e da extrem a-unção, e das indulgên­ cias. quer pela refutação do protestantism o, ao insurgimento contra a forma com o a igreja foi espoliada dos seus bens. ou sim plesm ente a crítica às reform as de Pombal, ou ainda à constante refutação de Voltaire a quem acusa de ser responsá­ vel por todos os atentados às relíquias c às hóstias consagradas, as "Sagradas Partículas" ("D esacato em O divelas". O Domingo, suplem ento ao n° 28. I1) de N ovem bro de 1855. pp. 1-4). à luta contra a medicina praticada por laicos; indo ainda ao ensino da geografia, através de manuais escolares.

Não fazendo qualquer separação entre a aprendizagem das letras e a das "v er­ dades" da fé católica, vê o ensino com o forma de instruir mais profundam ente num sentido preventivo contra o pecado, de forma a que a criança reconheça o mal; ao “enferm o corpo" e ao pecado inevitável, contrapõe a elevação do espírito à qual é essencial a leitura (“ Um C ollegio em O eiras". O Domingo, n” 19. 15 de Setem bro de 1855. pp. 150-151).

Neste sentido, a sua Selecta Portugueza para uso dos alum nos de Instrucção Primaria :. é uma direccionada Historia Sagrada, com preendendo-se m uito do seu pensam ento e acção, a diversos níveis, pelo “desfasam ento" de paradigm a que o Pc. Amado apresenta nesta questão.

Ora. para este padre . a H istória Sagrada recommenda se p o r si m esm a para ser adoptada com o linha conducente e ilustrativa deste manual *.

José de Sousa Am a d o. Selecta Portugueza. Para uso dos alumnos de Instrucção Primaria e Secundaria /.../. Lisboa. Typ. de G. M. Martins. 1867.

Ver que este autor é uma das principais vozes ultraniontanistas eni Portugal É da sua lavra o livro Roma e Portugal. Ou exposição sut cinta dos beneficias que os portugue-

zes tem recebido dos Romanos Pontífices desde a Fundação da Monarquia ate hoje /.../,

Lisboa. 1877 Também é da sua lavra a refutação que à Selecta de Caldas Aulcte. abrindo dessa forma uma longa querela uilra-conscrvadora c ultramonlamsta Ver. Refutação de

Ijrituras Inconvenientes e Erros Manifestos contra a Religião Catholica Apostolica Romana publicada p or F. Julio Caldas Aulete /.../. Lisboa. Tip. Universal. 1874.

* Cf. José de Sousa Amauo. Selecta Portugueza /.../. Lisboa. Typ. de G M. Marlins, 1867, p. iv.

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P A U L O M E N D E S P I N T O

No que diz respeito à sua visão da cronologia da criação, é de referir que o autor m ostra ter feito algumas leituras, mas apenas no sentido de m anter a visão tradicional que se recusava a integrar qualquer dado vindo do horizonte científico. Vejamos:

Qual fo sse a duração dos dias da c reação é / tonto sobre que os m es­ mos Philosophos bem intencionados não estão de accôrdo.

Cuvier, Champollion. e A ugusto N icolás determ inam -se pelo sentido de épocas indefinidas: Sorginet. Jean. e o cardeal Wisemen defendem o sentido littcral da palavra dia. Este di:.: com quanto seja louvável (a theoria das épocas indeterm inadas) em seu objecto, não é decerto satisfatória nos resultados.

Cumpria fa zer esta observação, para que se não lenha como averiguado um ponto de tanta transcendência, e que affecta a simplicidade da lin ­ guagem biblica. segundo Aras citando o cavalheiro Drach: o qual crê ser perigosa a tendencia de sacrificar a simplicidade santa do texto da Riblia eis exigências variaveis de uma sciencia. que caminha ás apalpa- dellas, e que destruirá, talvez, ámanhã. o que hoje edificou (p. 5). Este autor é essencial para com preender o choque entre muito da postura reli­ giosa católica no século de novecentos e os novos saberes científicos. Amado carac­ teriza o novo conhecimento científico para o m ostrar não operativo para as questões em causa (com quanto seja louvável em seu objecto, não é decerto satisfatória nos resultados ), o autor mostra um conhecimento efectivo do cam po em causa.

Efectivam ente, neste texto não existe uma refutação sim plista da ciência. Ficamos com a clara ideia de que o Pe. José Am ado sabe o que é C iência - ap e­ nas não a tom a com o válida para o objecto em causa. Não hesita cm dizer que os cientistas são bem intencionados, mas a sua questão não é essa. O fulcro reside na caracterização da leitura teológica c no m étodo científico.

O seu pensam ento centra-se em dois pontos. Por um lado, a teologia assenta na sim plicidade da linguagem bíblica, isto é. na sim plicidade santa do texto da Riblia. Q uer isto dizer que a natureza da própria escritura, santa, inclui, por natu­ reza. uma sim plicidade inevitável das coisas sagradas.

Por outro lado. a Ciência apresenta um método que cm nada se adapta ao campo teológico. Começamos logo pela definição de Ciência com o um todo: se. por um lado. os cientistas são. de facto, bem intencionados, a verdade é que não estão de accôrdo. Mais, a Ciência, por definição, apresenta soluções variaveis. e caminho ás apalpadellas. Por último e totalmente destruidor de qualquer resquício de confi­ ança. a Ciência destruirá, talvez, ámanhã, o que hoje edificou. Um filósofo Põs- -M odemo não caracterizaria melhor o mundo cartesiano vitorioso anterior a Einstein.

Ora. qualquer possibilidade de entendim ento entre o "seu" mundo, onde a ciência não era operativa, e o mundo novo que nascia com o Liberalism o e com a Revolução Científico-Tecnológica. seria pura fantasia.

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J O S I D E S O U S A A M A D O E AS L U T A S C O N T R A A H E T E R O D O X I A 389

4. B ib lio g rafia a tr ib u íd a a Jo sé de S ousa A m ado (O rdenarão cro n o ló g ica)

1. O m ez de M aio ou m ez da Jam ilia em honra de Maria Santíssim a, 2. ed., 1X42 Inova cd.. 1857 ou IXX8|.

2. Noticia breve dos exercid o s do m e: de M aria em Lisboa, no anno de 1851, seguida de reflexões para m aior fervor no proxim o mez de M aio. 1852.

3. Compendio de Doutrina Christâ. Seguido de respostas ás objecções dos incrédulos contra a religião e dos princípios geraes de moral. Lisboa. Typ. IX-G. M Martins. |4* ed. 1856. 6* ed. 1860; 7* ed. 1861; 8* ed. 1862; 9* cd. 1863; 16* ed. 1875 com u indicação de: adoptado para uso dos fi a s do P a trianhado /... / 1.

4. O respeito nos templos, ou observações moraes e religiosas acerca do com portam ento dos christãos nos templos. 1853.

5. Belley. Bispo de. Novena em beneficio das almas do Purgatório |tradu- ção da 14* ed. de 1850). (tradução anónima]

6. Rosário vivo, m odo novo tle resar o rosário de M aria Santíssim a, 1855 |o b ra anónim a].

7. A necessidade da confissão para a felicidade d este m undo e do outro. 1856.

8. D outrina cristã que se deve saber para receber com proveito o sacra­ m ento da Confirm ação, 1857.

9. A ssociação de supplicas para alcançar de N osso Senhor Jesus Christo presente no Santíssim o Sacram ento do Altar o triumplio da Igreja. 1857. 10. Livrinho de desaggravo em honra do Santíssim o Sacram ento para os dias

dos desacatos tpie constam da tabela junta. 1857.

1 \ . Cautela com os m édicos ou observações e exem plos sobre a conveniência e necessidade de não convidar nunca senão os m édicos religiosos, e ile rejeitar sempre os m édicos ímpios. 1858

12. Vida de Santa Siepliania, 2 cds. em 1868.

13. M em ória do M osteiro do Sacram ento em Alcântara, 1868 (volum e inte­ grado na 2* edição da Vida de Santa Stephania |.

14. () quarto m andam ento da lei de Deus, ou exemplos de amor... (suple­ mento da 5* ed. do Com pendio da Doutrina C hristâ ( 1858.

15. C om pendio de chorographia de Portugal seguido de uma carta choro- grapliica para uso dos alunnos de Instrucçâo prim aria. 1858 |4* ad.. acrescentada, em 18 6 2 1.

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.190 P A U L O MHNDF. S P I N T O

16. O s conventos de religiosas em Portugal e na Inglaterra... com ruma breve noticia das Irmãs de Caridade em Lisboa e outros togares, 1859 (contém ainda alguns livros religiosos cm latim],

1 7 .0 governo portuguez mostrado à Hespanha. à Bélgica, à Inglatena. à França, e outras nações da Europa, ou a questão da venda dos bens das religiosas em Portugal e a prohibição das profissões, s/d.

18. Algum as reflexões acerca da prim eira com unhão, 1860.

19. Com pendio de geographia deis províncias e colonias potuguezas de alem- mar. na Europa. Asia. África e O ceania..., 1861.

20. N ovo atlas dos p ro vin d a s portuguesas de alem -m ar na Europa. Africa e Australasia. conforme as melhores cartas geographicas nacionaes e estrangeiras. 1863.

2 1 . Exposição universal do fim do mundo, 1883 |obra anónim a].

22. Guilherm e Abott, Historia da reforma protestante em Inglaterra e Irlanda, fazen d o ver que este acontecim ento abateu e em pobreceu a m aior parte dos habitantes d'estes paizes..., 1864.

23. A o II. "' e Er."“' Sr. l)r. Vicente Ferrer N eto de Paiva. Carta sobre o casa­ m ento civil. 1865.

24. P m gram m a para o curso dos tres annos da Lingua portuguesa nos lyceus, etc. Suguido de lições de portuguez. 1866.

25. Algum as com posições de verso latino em dez metros, 1867.

2 6 .0 mez de Jesus ou o mez de Janeiro consagrado a Jesus Christo, 2. ed. 1867 |3*cd. em 1882].

2 7 .0 mes de Maria portuguez ou o mez de Maio. m editações para Iodos os dias do mez, tiradas dos melhores auctores po rtu g u ezes..., 1867.

28. Selecta Portugueza para uso dos alum nos de Instrucção Primaria. 1867 29. D ocumentos e reflexões para o processo, em prim eira e segunda instan­

cia. do sr. Padre João M anuel Cardoso de Nápoles, nas lojas m açónicas ir. . • B aillv» e « Lam ennais*, nom eado para arcebispo coadjutor de Goa. e do sr. Padre Antonio Ayres de Gouveia, na loja maçónica ir. . «Eurico» apresentado para bispo do Algarve. N ão podem ser confirm ados em Roma como neste opusculo se m ostra.... 1871.

3 0 .4 com pra da egreja do extincto convento de N. Senhora dos Rem edios p o r uma seita protestante..., 1872.

3 1. 4.í coristas nas egrejas dos Martyres, Santa catharina, Soccorro. e Conceição Velha. Ou O bservações theologicas contra os parochos das tres prim eiras, e capellâo da quarta, p o r perm ittirem a m ulheres a cantar na novena da Conceição. 1872.

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J O S É D E S O U S A A M A D O E AS L U T A S C O N T R A A H E T E R O D O X I A 391

33. ,4.s coristas nas egrejas dos Martyres. Santa Catharina, Socorro e Conceição Velha, ou refutação de erros lambem contra a doutrina da reli­ gião catholica. que tem publicado o padre Brito no « Diário de N oticia v». e o padre Vieira no jo rn a l «A N ação».... 1873.

34. Os protestantes desm ascarados, ou os protestantes de hontem , de lioje e de am anhã. 1873.

35. C horographia da Lusitania acom panhada de uma carta geographica para uso dos alunnos do segundo anno de geographia. e principalm ente no exam e fin a l da disciplina, 1874 |obra anónim a|.

36. Refutação de leituras inconvenientes e erros m anifestos contra a religião catholica apostolica romana que se encontram na Selecta N acional publicada p o r F. Julio Caldas Aulete, 1874.

37. M odo de ganhar com aproveitam ento a indulgência plenária do jubileu universal neste ano de IR75. 1875.

38.L eituras tiradas do Evangelho, 1875.

39. Exposição contra os protestantes da doutrina catholica acerca da pre sença real de Jesus Christo no Sacram ento da Eucharistia. segundo a doutrina dos Sanctos Padres. I a opusculo desde o sec. I até ao sec. VI. 1875.

AO. Refutação da «Selecta Nacional». 2" Parte. Erros nuiis e m enos graves dos artigos prim eiro e ultim o da mesma -Selecta». 1876.

41. Rom a e Portugal, ou exposição succinla dos benefícios que os portugue- zes te em recebido dos romanos pontífices desde a fu n d a d o da m onarchia até hoje. 1877.

42. O bservações m oraes e cannonicas contra os erros do jo rn a l O Bem P u b lic o /.../. 1877.

43. O bservações m oraes, religiosas e históricas contra o sr. Dr. J. F. Garcia Diniz /.../. 1879.

44. Av prisões da Junqueira durante o m inidterio do marques de Pombal, escriptas alli m esm o p ello marquez de Allorna. uma das suas vitimas. Publicadas conform e o original, 1882.

45. Heroísmo da jovem e ilustre senhora portugueza D. Izahel Juliana de Souza, visavõ da actual duquesa de Palmella e dos marqueses de M onfalim e de Cezimbra, ou o marques e a marquesa de Pombal humilhados, con­ fundidos. vencidos. Publicação de dois manuscriptos e observações sobre

os mesmos, 1882.

46. O m ez de Outubro, ou o mez de Nossa Senhora do Rosário. 1883. A l .A questão nuncio, ou observações sobre apresentação de presbyteros para

bispos e não aceitação delles pelo nuncio, seguida de breves reflexões, a cen a da necessidade de nova divisão esclesiaslica das diocese, 1883.

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392 P A l i L O M E N D E S P I N T O

48. Com pendio de geographia acom panhado de cartas geographicas geraes e especiaes da Eum pa. 1884.

4 9 .0 m ez de Julho ou o m ez da adm iravel e prodigiosa Sancta Isahel, ra i­ nha de Portugal. 1887.

Publicou ainda:

50. H istoria de F.greja C atholica em Portugal, no B rasil e nas possessões ( I o Vol. 1870; 2o Vol. 1871; 3o Vbl. 1871; 4° Vol. 1872; 5o Vol. 1873; 6o Vol. 1873; 7“ Vol.. Parte 1* 1875; Parte 2* 1876; 8o Vol. 1877; 9o Vol.

1879) | Damião Peres foi o editor da 2" edição desta obra].

São ainda de ter em conta os m uitos artigos que publicou nos jornais que diri­ giu. Entre eles, destacamos:

- “ Um C ollegio em O ciras”, O Domingo. n° 19, 15 de Setem bro de 1855, pp. 150-151.

- "O M arque/ de Pombal, e a Reforma da U niversidade de C oim bra". O D om ingo, n° 23. 13 de Outubro de 1855, p. 181.

- “ D esacato em O divelas”, O Domingo, suplem ento ao n” 28. 19 de Novem bro de 1855, pp. I -4.

5. T em áticas c e n tra is nas suas o b ra s

Ao olhar para alonga lista de obras, exclusivam ente para a sua produção m onográfica, verificam os a existência de algum as dom inantes tem áticas. Tom e­ mos atenção a elas.

M a n u a is escolares:

A primeira, que se enquadra na sua actividade lectiva. <5 a manualística. E fala­ mos, quer dos manuais escolares de língua, quer dos m anuais de oração. E uma faceta pedagógica sempre presente nas suas obras, m esmo que de forma indirecta.

Inevitavelm ente, é na confluência entre esta acção educativa e o fervor reli­ gioso que encontram os as obras de conflito com Caldas Aulette. que se exprim iu em duas obras (Refutação de leituras inconvenientes..., 1874. e Refutação da »Selecta N acional».... 1876) c uma ida a tribunal logo cm 1874.

Seguindo as datas de edição deste núcleo, verificam os que apenas com eçou a produzir m anuais mais de década e meia depois da sua licenciatura Obviam ente este "atraso" apenas tem a ver com a quase inexistência de um sistem a de ensino secundário em Lisboa na época (apenas a partir da década de cinquenta a estru­ tura escolar ganha peso social e dem ográfico).

O grosso da sua produção nesta área encontra-se na década de sessenta. Interessante verificar que esta produção, este centro nos anos 60. exclui em muito

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J O S I D 1-. S O U S A A M A D O 1 AS I l TAS C O N T R A A Hl I I R O D O M A

as suas produções em cam pos mais estritam ente ligados a prática religiosa. Com o verem os im ediatam ente, os seus livros de piedade, marianos ou sobre questões de ritos são. na sua esm agadora maioria, anteriores ou posteriores ao auge da sua pro­ dução m anualíslica.

Obras dos anos: 1858. 1861. 1863. 1866, 1867. 1872. 1874. c 1884: - C om pendio de chorographia..., 1858.

C om pendio de geograpliia..., 1861. - N ovo atlas dos p r o v in d a s.... 1863. - P m gram m a para o cu rso ..., 1866. - Selecta P ortugueza.... 1867. - Lições d e Portuguez, 1872. - C horographia da Lusitânia ... 1874 - Selecta, 1874. - C om pendio de g eographia..., 1884. P ied ad e pessoal:

No que d i/ respeito a estes dois grupos, verificam os que se trata, obviam ente, da sua base ideológica. A sua prim eira obra. em termos absolutos, m esm o ainda de term inar a sua licenciatura, integra-se neste grupo. As últim as também.

D estacam -se as obras dedicadas a um mês. tentando aprofundar uma piedade e uma prática religiosa em muito próxim a da ciclicidadc quotidiana.

No cam po m ariano encontram os um dos seus temas m ais fortes: 5 obras a ele dedicadas de form a explícita e prim eira.

C om o já afirm ado antes, é de notar que entre 1857 e 1868 nada Sousa Am ado produz neste tem ática. Estam os na sua plena actividade m anualíslica. uma clara opção de discurso interventivo. Lembremos apenas, com o já aqui foi afirm ado no seu esquiço biográfico, que a sua activ idade de redacção de m anuais era com o que subalterna á de pregação e de catequese. O bom manual de língua era a prim eira ferram enta para fazer um bom cristão.

Obras dos anos: 1857. 1858. 1867. 1868, 1875 c 1887: - C om pendio da doutrina...

- Bellcy. Bispo de. N ovena... - A ssociação de su pplicas..., 1857. - Livrinho de desaggravo.... 1857. - Vida de Santa Slephania. 1868. - O quarto m andam ento..., 1858. - O m ez d e Jesus ou 1867.

- Leituras tiradas d o Evangelho. 1875. - O m ez de Ju lh o ..., 1887.

S u h - /»úcleo m a ria no:

O bras dos anos: 1842. 1852. 1855. I867 e 1883: - O mez de M aio .... 1842.

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394 P A U L O M E N D E S P I N T O

- N oticia breve..., 1852. - Rosário vivo..., 1855. - O m es d e M aria..., 1867. - O ntez de O utubro..., 1883.

Kitos e com portam entos:

O ritm o de produção das obras aqui elencadas integra-se perfeitam ente, e sem qualquer motivo de espanto, no grupo anterior.

Estas obras, que no fundo são apenas duas (as de 1872 e 1873 são uma quase reedição), incidem sobre mom entos e lemas que Am ado achou limites no cam po das práticas religiosas nos tem plos católicos.

O centro esta, com o em polém icas recentes, na forma com o os fiéis se devem com portar em pleno rito. O seu grande ataque vai para as liberdades dadas às m ulheres cm alguns locais, que Amado justifica com uma sistem ática e rebuscada argum entação biblica.

Poderíam os integrar neste grupo as polém icas em torno de publicações perió­ dicas, nom eadam ente: Observações moraes e cannonicas contra os erros do jo r ­ nal O Bcin Publico /...j, 1877, e O bservações moraes, religiosas e históricas contra o sr. Pr. J. F. Garcia P iniz /.../. de 1879.

Tal com o estas obras, também a relativa às coristas, de 1873, tem com base os escritos do Pe Brito no Pitírio de Noticias, c do Pe Vieira no jornal A Nação.

O bras dos anos: 1853. 1872 e 1873: - O respeito..., 1853.

- A s coristas nas egrejas..., 1872. - A s coristas nas egrejas..., 1873. E x a c e rb a ç ã o d as p rá tic a s in stitu íd a s:

Noutro patam ar de intervenção directa nas práticas religiosas, tem os as suas obras dedicadas a sacram entos e práticas católicas que no século XIX são profun­ dam ente afirm adas e implementadas.

Vemos neste grupo textos que tratam a necessidade da confissão auricular, sempre m ostrando a sua funcionalidade na salvação vindoura. Encontram os ainda um livro que é quase um manual direccionado para a Confirm ação. Temos uni texto sobre a Prim eira Com unhão. As indulgências, é claro. E, por fim, a situação do sacram ento ju n to ao leito de morte.

Destas obras, é esta última a única que tem um claro tom polem ista e inter- ventivo fora do estrito âm bito da Igreja Católica. De facto, o volum e que aparenta, pelo título, um conteúdo médico, nada é senão um apelo a que se procurem ap e­ nas os médicos que não descurem , para além da cura física dos males do doente, a necessidade de o m oribundo não m orrer sem o sacram ento final.

Nesta obra é interessante uma certa m aleabilidade do discurso, muitas vezes fundam entalista e radical, de Sousa Amado. Aqui. sabendo-se lido pior indivíduos

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J O S É DE S O U S A A M A D O E A S L U T A S C O N T R A A H E T E R O D O X I A

fora do seu horizonte de normal argum entação, procura uma justificação que é quase do cam po da psicologia: não só se deve receber a Extrem a-unção por m oti­ vos de salvação eterna, com o por descanso e conforto no m om ento da morte para o doente que. sabendo-se ungido, sofre menos com a torm enta final.

Obras dos anos: 1856. 1857, 1858. I8 6 0 e 1875:

- A necessidade da confissão para a felicidade d 'este m ando e do outro, 1856.

— D outrina cristã que se deve saber para receber com proveito o sacra­ m ento da C onfirm ação, 1857.

- Cautela com os m édicos ou observações e exem plos sobre a conveniência e necessidade de não convidar nunca senão os m édicos religiosos, e de rejeitar sem pre os m édicos ímpios, 1858.

Algum as reflexões acerca da prim eira comunhão. 1860.

— M odo de ganltar com aproveitam ento a indulgência plenária do jubileu universal neste ano de 1875, 1875.

C o n fro n to com o E sta d o :

Este ponto é, decerto, o de m aior continuidade da actividade bibliográfica de Sousa Amado.

A análise da produção neste capítulo não apresenta nenhum a época em que se note um increm ento especial ou significativo da escrita: ao contrário, verifica­ mos que. de forma regular e constante, o nosso autor leva regularm ente ao prelo um título enquadrável neste tópico.

A prim eira obra situa-se já em plena idade adulta; com eçou a editar em 1842, edita neste ponto o seu prim eiro livro em 1859.

A nível de tem áticas, estam os num cam po eni que a contiguidade com os temas seguintes é bastante rica. Só podemos com preender os seus confrontos com o Estado liberal se tiverm os em conta a situação de espoliam ento e de recuo social a que a Igreja C atólica é obrigada.

Após as perseguições das décadas de vinte c de trinta. A m ado é a im agem de quem encontra em vários horizontes, em várias realidades, os "bodes-expiatórios" que justificam o estado das coisas: os protestantes, os maçons, os liberaris.

Nesta leva de im propérios contra a acção do Estado, a principal pedra de arrem esso será o confisco dos bens das ordens religiosas e, mais perto do seu tem po, a situação das religiosas ainda existentes ou em tentativa de nova im ple­ m entação (o caso das Irm ãs da Caridade). Usará também a sua retórica na fam i­ gerada questão do casam ento civil, onde muitos outros nomes fazem correr tinta, com o Herculano, Saldanha, entre outros.

Numa forma quase vexatória para o cidadão nacional, Sousa Am ado não se inibe de lançar do prelo obras aparentem ente direccionadas para expor ao exterior, ao estrangeiro, algum as situações pátrias. De facto, numa ardilosa retórica, em livros que apresenta com o se fossem para ser lidos por estrangeiros. Sousa Amado

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396 PAUl - O M E N D E S P I N T O

intenta induzir o leitor nacional às suas ideias através da vergonha que espera lan­ çar nos leitores portugueses.

De resto, em várias passagens das suas obras, Sousa Amado não deixa de afirm ar de forma clara que. na sua condição de religioso, o Estado nada lhe pode fazer a nível jurídico e judicial. A querela com Júlio Caldas Aulettc. que foi co n ­ duzida para tribunal, teve o seu m omento alto quando o Padre Am ado declarou que o ju iz não era com petente para o julgar, por ser ele da Relação Patriarcal. Lem brem os ainda, e mais uma vez, a sua idêntica postura no fim do seu Com pendio ila doutrino christã (...), onde afirm a, tam bém de forma inequívoca, que apenas se debruça perante os poderes eclesiais a si superiores: Como Prelado desta Diocese é a unica auctoridade a cuja censura cum pria sujeita-lo / P atriar- c a d o /. Não reconhecemos outra - a civil não a queremos reconhecer: nunca a reconheceremos. Simples e directo.

Obras dos anos: 1859. 1865, 1868, 1877 e 1883: O s conventos de religiosas... 1859.

- O governo portuguez mostrado à H espanha, s/d. - A o //.~ e ELx - Sr. Dr. Vicente.... 1865.

- M em ória do M osteiro..., 1868. - Roma e Portugal.... 1877. - A questão nuncio..., 1883.

C o n fro n to com o p ro testa n tism o :

É. em especial, nos anos setenta de oitocentos, que Sousa Am ado arma o seu confronto contra os protestantes. A obra de 1864 é uma tradução, apenas. As de sua verdadeira lavra são de 1872. 1873 e 1875.

Algum as destas obras relacionam -se directam ente com outras deste m esmo autor, integradas na secção sobre piedade.

Os dois títulos de 1857 onde é tratado o .... Santíssim o Sacram ento.... é. no fundo, uma das vertentes de uma questão doutrinal que lhe ocupa inúm eras pági­ nas nos seus livros: a questão da presença real de Jesus C risto na eucaristia, ques­ tão que levará a pena de Sousa Amado a redigir, por vezes, de forma tão intempestiva.

O protestantism o é, tam bém , o elo com a filosofia m oderna, o racionalism o e a ciência que ele tanto abom ina. Aqui. a figura de Voltaire, a par com os hom ens da Revolução Francesa, é o grande crim inoso que lançara no m undo os elem en­ tos que o conduziram ao desaire actual. Interessante que, para ju stificar as suas opções teológicas e de práticas religiosas, chega a ir buscar o exem plo de Voltaire para m ostrar o torm ento que teve no leito da morte por não ter recebido a extrem a-u n ção ...

Obras dos anos: 1864. 1872. 1873 c 1875:

- G uilherm e Abott, Historia da reform a..., 1864. - A compra da egreja do extincto convento... 1872.

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J O S l Dl S O U S A A M A D O K AS L U T A S C O N T K A A H E T E R O D O X I A

- Os protestantes desm ascarados... I87.V - Exposição contra os protestantes.... 1875. C onfronto com a m açonaria:

O confronto com o mundo m açónico não é. na obra de Amado, uma parte significativa. Traia-se de uma inevitabilidade face ao seu posicionam ento que, obviam ente, cm nada teria acolhim ento a nomeação de bispos maçons.

Supostam ente, é o que terá ocorrido (c. seguram ente, não foram casos úni­ cos) com os Padres João M anuel C ardoso de Nápoles e Antonio Ayres de G ouveia, um nom eado para arcebispo coadjutor de Goa. e o outro para bispo do Algarve.

No fundo, tal com o na sua argum entação contra o Estado que confiscou bens às congregações religiosas, trata-se de um discurso que pretende elim inar do inte­ rior da Igreja, e até da sociedade, todos os elem entos que lancem algum a dúvida sobre a sua total e aberta adesão aos princípios católicos.

E neste sentido que Am ado também escreve contra Pombal, a sua época. as suas medidas, e enaltece os indivíduos que lhe li/.eram frente e que ele castigou. O sub-tem a seguinte é. desta forma, um com plem ento, a nível da mem ória an ti­ clerical. deste ponto.

Obras dos anos: 1871:

- D ocum entos e reflexões ... 1871.

S u b -n tíc le o a n ti-P o m b a l:

Obras dos anos: 1882:

- As prisões <la Junqueira... 1882. - Heroísmo da jo v e m ..., 1882.

6. Term inando: o com bate à heterodoxia

Em je ito de conclusão, o Pc. José de Sousa Amado é. acim a de tudo. e pelo que da sua escrita podem os ver, um fervoroso lutador pela ortodoxia religiosa e social.

Vemos a sua luta contra todas as alterações de ritos, liberdades dadas às m ulheres, alteração de interpretações dos sacram entos ou da eucaristia.

Vemos com o ainda levanta o fantasm a de Pombal para ilustrar a perseguição à Igreja C atólica. Vemos ainda com o usa de todas as armas, m esm o das m ais ines­ peradas. contra o Estado Liberal que lhe retirou a sua instituição religiosa do lugar que até então tinha ocupado.

Vimos tam bém com o Sousa Amado se afirma como um paladino da retirada de solo nacional de tudo o que não fosse credo católico: protestantes, m açons e m esm o ateus são constante peça de luta nas suas obras.

M as m ais que o co m b ate seg u n d o estas linhas, não d escu ra a fo rm ação . À destruição do que está mal. há que transform ar e instruir. E nesta linha que se com preende a sua actividade com o m anualista de língua portuguesa.

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No fundo, é toda uma versatilidade intelectual que em com um apresenta esse móbil, essa vontade de uniformizar. E trata-se de uma uniform ização interna à Igreja católica, e externa a ela, uma uniform ização que ele deseja para uma socie­ dade que, sendo liberal, está cada vez mais em mutação.

Referências

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