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A comunicação audiovisual na era das redes sociais. Como promover um produto na Azorean?

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Academic year: 2021

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Relatório de Estágio apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Comunicação Cinema e Televisão

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Aos meus pais, Carlos e Beatriz

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Agradecimentos

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que, direta ou indiretamente me apoiaram e contribuíram para que conseguisse chegar até aqui.

Agradeço ao meu orientador, Professor Doutor Jorge Martins Rosa, em primeiro lugar por ter aceite orientar-me neste percurso, e em segundo, por toda a disponibilidade (e paciência) que demonstrou nestes últimos meses, sempre pronto a ajudar e a aconselhar.

À minha orientadora de estágio, Doutora Cristina Gouveia, da Azorean, pelo acompanhamento e preocupação, assim como pela sugestões e partilha de conhecimentos.

À Azorean, pela oportunidade da realização deste estágio.

Não menos importante, agradeço aos meus pais, que foram a minha base de apoio durante todo o processo, em alturas em que me senti menos motivada, obrigada por continuarem a acreditar que eu conseguiria ultrapassar as minhas dificuldades.

Por último, aos meus amigos, principalmente à Alice, pelas palavras de incentivo, por me ter dito para não baixar os braços nos momentos de maior desalento.

Sem todas estas pessoas, este relatório de estágio não seria uma realidade. Um enorme obrigado a todos vós.

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A COMUNICAÇÃO AUDIOVISUAL NA ERA DAS REDES SOCIAIS Como promover um produto na Azorean?

Inês Marques Condessa de Sousa Ribeiro

RESUMO

O presente relatório de estágio enquadra-se no mestrado em Ciências da Comunicação, na vertente de Cinema e Televisão. O referido estágio, na empresa Azorean – Aquatic Technologies, teve a duração de três meses, tendo o seu início a 1 de outubro de 2013 e o seu término a 31 de dezembro de 2013.

Com o principal objetivo de perceber como é feita a comunicação audiovisual na empresa, este trabalho foca-se em assuntos como a comunicação empresarial e a adaptação desta às redes sociais, nos dias de hoje. Na segunda parte, encontra-se um relato detalhado da minha experiência na empresa de acolhimento e das atividades que desenvolvi, aplicando os conhecimentos que adquiri no curso de uma forma prática. Procuro ainda realçar a vantagem competitiva que a recente possibilidade do recurso a suportes audiovisuais nas redes sociais, designadamente no âmbito da comunicação organizacional, representa para uma empresa num contexto de comunicação cada vez mais bidirecional. A partir da análise e monitorização quantitativa e qualitativa dos conteúdos publicados nestas redes, verifica-se que estas práticas são, atualmente, essenciais para perceber a visibilidade e alcance da comunicação do produto. Finalmente, apresento algumas sugestões no sentido de melhorar a comunicação do Ziphius.

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THE AUDIOVISUAL COMMUNICATION THE SOCIAL MEDIA ERA How to promote a product in Azorean?

Inês Marques Condessa de Sousa Ribeiro

ABSTRACT

The present internship report falls within the Masters in Communication Sciences, in the Cinema and Television specialty. This internship, done at Azorean – Aquatic Technologies, had a duration of three months, from October 1st 2013 to December 31st 2013.

Its main goal was to understand how the audiovisual communication is held in the company. This work focuses in subjects like business communication and its adaptation to the social media today. In the second part, there is a detailed report concerning my experience in the company and the work that I have done, putting what I learned in my course to practice. Then I highlight the competitive advantage of the recent possibility to use audiovisual content in social media within business communication, what it represents to a company in a context of increasingly bidirectional communication. From the analysis and quantitative and qualitative monitoring of the content published in social media, we state that these practices are, today, essential to understand the visibility and reach of the product communication. Finally, I present some suggestions in order to improve Ziphius’ communication itself.

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Índice

Introdução... 1

1. Apresentação da Entidade Acolhedora: Azorean – Aquatic Technologies ... 3

1.1. Azorean ... 3

1.2. Ziphius: O Produto ... 3

2. As Redes Sociais como Meio de Comunicação ... 6

2.1. Primeiras Visões de Integração entre as Redes Sociais e Meios de Comunicação... 6

2.2. Redes Sociais ... 9

2.2.1. Sites de Redes Sociais – O Espaço Social da Web ... 10

2.3. Comunicação Organizacional ... 14

2.4. A Comunicação das Empresas nas Redes Sociais... 15

2.5. A Presença das Marcas nas Redes Sociais Dominantes... 18

2.6. Problematização do Tema do Trabalho... 21

3. Tarefas Desenvolvidas na Azorean... 22

3.1. Objetivos a Atingir ... 23 3.2. Descrição de Atividades ... 24 4. Resultados ... 33 Conclusão... 36 Glossário ... 38 Anexos...45

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Introdução

Este trabalho pretende constituir um suporte teórico, resultante do meu estágio curricular realizado durante 3 meses na empresa Azorean – Aquatic Technologies S.A.. Todo o corpo de trabalho focar-se-á, deste modo, tanto na experiência que tive como nos conhecimentos que adquiri e conclusões que retirei.

No decorrer do estágio, e procurando não me afastar da temática do meu curso, fui responsável por toda a área da comunicação e do audiovisual, ficando com a responsabilidade de a produzir e divulgar. Tendo como suporte principal a Internet, os conteúdos criados foram comunicados nas redes sociais do produto da empresa, o Ziphius (ver anexo 1), do qual falarei mais adiante.

Este meio de comunicação baseia-se numa relação “B to C”1 (dizendo a letra B respeito a business e a letra C a client), ou seja, é uma comunicação unidirecional que a empresa faz ao seu mercado/público-alvo, que se diferencia da comunicação produzida entre empresas (comunicação “B to B”). No entanto, como iremos perceber, esta comunicação tem vindo a revelar-se cada vez mais bidirecional. Dentro deste contexto, os materiais que produzi inserem-se em várias áreas (marketing, fotografia, vídeo, escrita, etc.).

Tenho interesse no tema da comunicação na era das redes sociais; daí que o tenha escolhido como tema para este trabalho, cujo objetivo principal é estudar e analisar as formas que as empresas encontram, em pleno século XXI, de comunicar os seus produtos e como se adaptam à cada vez maior variedade de vias de comunicação que a Internet oferece (aqui, com principal foco nas redes sociais). Outro dos objetivos que espero conseguir alcançar com este trabalho é o de entender quais os materiais de divulgação que são criados e como são criados, de modo a satisfazer uma sociedade cada vez mais exigente. De tudo o que é criado, qual é a resposta geral do público? Acima de tudo, qual é o trabalho de um(a)

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responsável pela comunicação de uma empresa, designadamente, na área dos conteúdos audiovisuais?

O presente trabalho encontra-se dividido em quatro capítulos principais, sendo eles: 1. Apresentação da entidade acolhedora; 2. As redes sociais como meio de comunicação; 3. Tarefas desenvolvidas na Azorean; 4. Resultados.

O primeiro capítulo serve de contextualização ao estágio. Nele forneço informações, tanto sobre a entidade acolhedora como sobre o seu produto, o Ziphius. No segundo capítulo foco-me em conceitos como as redes sociais e a comunicação organizacional e contextualizo a posição do Ziphius nas redes sociais. No terceiro, descrevo o trabalho que desempenhei durante o meu estágio de 3 meses. Por último, no quarto capítulo, apresento e analiso os resultados a que cheguei, decorrentes do meu trabalho sob forma de uma reflexão crítica, procurando responder à pergunta inicial. Nesta parte, darei conta de análises estatísticas que pretendem averiguar quais foram as minhas publicações com componente audiovisual, entre outras, mais bem conseguidas, de forma a poder retirar algumas conclusões sobre a melhor forma que a empresa tem de comunicar e como conseguir ser mais eficiente a passar a mensagem ao seu(s) cliente(s).

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1. Apresentação da Entidade Acolhedora:

Azorean – Aquatic

Technologies

1.1. Azorean

A empresa Azorean - Aquatic Technologies, S.A. é uma spin-out da YDreams, uma empresa portuguesa com grande visibilidade nacional e internacional especializada no campo das tecnologias de Realidade Aumentada e no desenvolvimento de projetos em que predomina a interatividade entre produto e cliente.

Fundada em 2012, a Azorean centra-se no desenvolvimento de produtos direcionados para a exploração oceânica. O seu objetivo é tornar-se pioneira na criação de sistemas robóticos autónomos e em gadgets de baixo custo que possam ser usados em qualquer ambiente aquático e possibilitar esta experiência para toda a gente, já que atualmente estas atividades de exploração subaquática estão confinadas a cientistas e a profissionais da área. Exemplo disso é o primeiro produto que está a ser desenvolvido pela Azorean, o Ziphius, impulsionado pelo facto de os Açores estarem rodeados de água e pelo historial já longo que a empresa “mãe” YDreams tem no campo da robótica e dos jogos.

1.2. Ziphius: O Produto

O Ziphius2 é o primeiro drone (ver glossário) aquático controlado via wi-fi, por uma aplicação desenvolvida para smartphones ou tablets. Através destes dispositivos móveis, é possível tanto manobrar os poderosos motores do Ziphius como também capturar imagens ou vídeo, pois o gadget possui uma câmara de alta resolução (ver anexo 2). A sua bateria, em condições normais, dura até uma hora, e

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as turbinas dos seus motores atingem os 10 quilómetros por hora. É, sobretudo, o facto de possuir uma câmara que diferencia o Ziphius de um simples barco telecomandado (um tipo de ROV3). A sua câmara consegue captar imagens acima e abaixo da linha de água (com uma rotação vertical de 160 graus). O drone é também inovador na sua inclusão de jogos de realidade aumentada (AR4 games) e em permitir comportamentos autónomos – poderá, por exemplo, perseguir uma bola. O produto assume assim duas vertentes, uma de monitorização ambiental e outra de entretenimento, isto é, pode ser utilizado como brinquedo ou como gadget tecnológico, existindo a hipótese de a sua utilização se estender a áreas como a fotografia, o mergulho ou o surf (ver anexo 3). A comunidade do Ziphius já chegou a contribuir também com ideias sobre utilizações que o Ziphius pode vir a ter, que foram compiladas no seu blog, como por exemplo o seu uso para salvamento na praia5.

O ano de 2013 foi sorridente para o Ziphius: em março, foi o grande vencedor na final do Insert Coin, um concurso promovido pelo website de tecnologia Engadget (cujo objetivo é premiar projetos tecnológicos inovadores orientados para o crowdfunding), arrecadando os dois prémios: o “Grand Prize” – votado pelo público presente no evento, em São Francisco, e pelo júri – com um prémio de 20 mil dólares (15.300 €) e um artigo no Engadget; e o “Reader's Choice”, decidido através de uma votação online, com um prémio no valor de 5 mil dólares (3.800 €).

Alguns meses mais tarde, em junho, aventurou-se no mundo das plataformas de crowdfunding (ver glossário), recorrendo ao Kickstarter (plataforma de financiamento online), o que demonstrou ter sido uma boa decisão, já que a campanha foi bem sucedida: dos 125.000 dólares que eram pedidos, a equipa reuniu fundos no valor de 127.000 dólares, o que em muito ajudou o projeto a seguir em frente.

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Remotely Operated Vehicle.

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Augmented Reality.

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O pequeno Ziphius é apenas o primeiro de uma geração de drones que a Azorean planeia levar aos mercados internacionais, fazendo deste um projeto promissor e aliciante. Trata-se de um produto criado para o mercado global, com caraterísticas específicas (de inovação tecnológica), destinado a um cliente sofisticado, moderno, eventualmente consumidor de dispositivos recém lançados (early adopter) e com preocupações ambientais.

O Ziphius, por enquanto, ainda não vai poder submergir por razões de ordem tecnológica e financeira. A tecnologia necessária para o efeito seria demasiado dispendiosa e exigiria mais tempo para uma primeira versão do produto em que se pretendia chegar rapidamente aos mercados por uma via mais lúdica e, deste modo, adquirir financiamento para produtos mais desenvolvidos. Todavia, prevê-se que o próximo aparelho seja um submarino com aplicações e usos mais profissionais do que o antecessor.

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2.

As Redes Sociais como Meio de Comunicação

2.1. Primeiras Visões da Tecnologia como Forma de Mediação Social

A evolução recente do papel da comunicação organizacional e o uso das redes sociais, embora não constitua o tema central do presente relatório, não pode deixar de merecer uma breve abordagem histórica, para melhor compreensão das suas características na atualidade.

Apesar de o conceito e utilização da tecnologia como forma de mediação social das redes sociais serem relativamente recentes, existem idealizações que remontam ao início do século passado. Por mais impressionante que pareça, pensadores, artistas e criativos anteviram, já nessa altura, que a sociedade poderia vir a ser condicionada por estas atualmente denominadas redes sociais, conceito este que, como adiante veremos, só veio a ser utilizado na década de 50. Nos exemplos a seguir referidos, apresento algumas visões futuristas, em que novas tecnologias permitiam um elevado nível de interação entre os membros de uma determinada comunidade. Esta interatividade é uma das principais componentes das redes sociais, tal como hoje as entendemos.

No campo da literatura, entre outros exemplos, destacamos o romance visionário Brave New World (Admirável Mundo Novo), publicado em 1932 por Aldous Huxley. Nele se descreve, num mundo distópico para o ano de 635 d. F. (depois de Ford6), uma sala de cinema: o Cinema Sensível, uma forma diferenciada da sétima arte, criada para o estímulo audiovisual, táctil e olfativo do espectador, através de sensores na pele (Gosciola, s.d.).

Outra ideia interessante encontra-se no livro Fahrenheit 4517, publicado em 1953 por Ray Bradbury, que descreve a TV Mural (Bradbury, 2003: 18, apud

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Referência à implantação das linhas de montagem na indústria automobilística por Henry Ford. De acordo com o calendário oficial, a história ocorreria num ano próximo de 2548.

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Gosciola, 2013: 3), para o ano 2453, uma televisão com programas interativos, personalizados e, simultaneamente, massivos.

Em 1966, François Truffaut adapta o livro para um filme com o mesmo nome, e configura a TV Mural como um aparelho de televisão de ecrã plano e wide screen com câmaras para permitir a interatividade com este tipo de programa (Magno, 2009).

O filme conta a história de Montag, um bombeiro que tinha como função queimar livros que fossem considerados perigosos, porque traziam a infelicidade. Em todas as casas, a televisão era um grande mural que ocupava uma das paredes, e as personagens intitulavam-se primos, portanto, todos pertenciam a uma grande família que, ao assistir aos programas, acreditava estar a interagir com aquelas imagens e pessoas (Teles, 2007). Os afetos e os sentimentos tornavam-se cada vez mais efémeros e o que se instalava era o esquecimento.

Assistimos, portanto, a fenómenos que são muitas vezes associados à exagerada utilização das novas tecnologias, como a desumanização, o alheamento, ou, em casos extremos, a perda da memória por falta de experiências “reais” e de comunicação entre as pessoas.

Mesmo sabendo que a televisão deixou de ser o suporte máximo dos multimédia, sendo ultrapassada pelo computador, que, além de unificar “a palavra, o som e as imagens em si, introduz nos objetos visíveis realidades simuladas, isto é, virtuais” (Sartori, 2001: 20, apud Magno, 2009: 131) o estudo da televisão neste filme tornou-se necessário porque foi com ela que houve, segundo alguns teóricos, o ponto de viragem do contexto da fala para o da imagem, e a modificação da própria natureza da comunicação.

Os exemplos acima referidos, aparentemente distantes, podem ser contextualizados com a história e com as próprias práticas e códigos sociais que o mundo pós-moderno adotou e, nesse sentido, ao anteciparem a realidade do século XXI, colocaram questões e preocupações, que não só permanecem atuais como ganharam indiscutível pertinência, tais como o papel dos meios de comunicação nas sociedades modernas, em particular das redes sociais.

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Anos mais tarde, depois da publicação de Admirável Mundo Novo, o sociólogo francês Jean Baudrillard aprofundou a discussão do simulacro na sociedade pós-moderna: um ambiente caracterizado pelo aparente desaparecimento das ideologias, pelo excesso e rapidez das informações, pela confusão entre o real e o imaginário.

Baudrillard faz a sua crítica a partir da reflexão sobre a tecnologia e as suas implicações: um cenário em que o ser humano se afasta cada vez mais do mundo real e natural, e se concentra no mundo das imagens da televisão e dos meios de comunicação de massa.

No Admirável Mundo Novo, a sociedade está controlada pela sedução mediática, condicionada para o consumo (de massas) e para aderir cada vez mais a um simulacro de realidade, da felicidade eterna e perfeita, tão sedutor quanto vazio de significado. O mais importante é sentir-se parte daquela hiper-realidade, experimentar o toque, o sabor, a dor de outro através da imagem.

Deste modo, também, Baudrillard vê na sociedade atual a alienação das massas através do encanto narcísico dos sistemas eletrónicos e informáticos, uma sedução que manipula as massas através de múltiplas possibilidades de informação e entretenimento: “E o contrato social tornou-se um pacto de simulação, selado pela mídia e pela informação” (Baudrillard, 1991, apud Caperuto et al., 2008: 7).

Mais recentemente, Sherry Turkle, professora de Estudos Sociais no MIT, seguindo a visão de Baudrillard sobre as simulações que efetuamos a partir de outras simulações, apresenta o desenvolvimento da nossa relação com o computador como uma metáfora da primazia da superfície sobre a profundidade, da simulação sobre o real, do lúdico sobre o sério: “erosão das fronteiras entre o real e o virtual, o animado e o inanimado, o eu unitário e o eu múltiplo” (Turkle, 1997: 12, apud Raleiras, 2007: 113).

Mas será que tudo isto significa que a crítica, o pensamento, a imaginação ficam em segundo plano na sedução exercida pela soma da imagem e sensação, será que a sociedade se está a tornar anti-intelectual, ao ponto de as pessoas preferirem

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o consumo e o entretenimento imediatos, em vez de ler um livro ou refletir sobre temas profundos? Ou a pensarem por si mesmas?

Mesmo que não haja uma resposta única para esta problemática, e não deixando de reconhecer como válidas as apreensões de Baudrillard, o que este não previu foi como boa parte dos media que consumimos foi criada por nós, e não por alguma corporação mediática sem rosto, que tivesse como objetivo a alienação e a manipulação das massas ou a garantir-nos um falso sentimento de segurança.

Porém, este assunto mereceria outro tipo de reflexão, mais profunda, que não cabe nos limites do objeto do presente trabalho. Vale a pena, seguidamente, perceber o que são as redes sociais e como são utilizadas, no contexto organizacional e, em particular, nas empresas.

2.2. Redes Sociais

Em 1954 John A. Barnes, um antropólogo social australiano, introduziu o conceito científico de Redes Sociais como conjuntos de nós que representam as pessoas e as suas interligações, que podem ir das relações mais supérfluas às mais estreitas, como os laços familiares (Albino, 2012: 4).

Apesar de ser uma definição que obviamente não tem ainda nenhuma ligação às novas tecnologias, se a analisarmos neste momento esta continua atual e não se distancia assim tanto de uma definição que poderíamos enunciar hoje em dia. No fundo, as redes sociais são isso mesmo, interligações de maior ou menor grau entre pessoas. O que faltaria acrescentar aqui é que estas são ligações ao nível virtual. Claro que são as pessoas que fazem as redes sociais: se não fossemos nós a usar os websites, eles eram apenas plataformas. Estes necessitam de ser povoadas para se tornarem redes sociais.

No mesmo sentido, Raquel Recuero, professora e investigadora de redes sociais, salienta que, “Embora os sites de redes sociais atuem como suporte para as interações que constituirão as redes sociais, eles não são, por si, redes sociais. Eles podem apresentá-las, auxiliar a percebê-las, mas é importante salientar que são, em

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si, apenas sistemas. São os atores sociais, que utilizam essas redes, que constituem essas redes.” (Recuero, 2010: 103, apud Sperb, 2013: 8)

Para existir uma rede social são necessários dois elementos: atores e conexões. “Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores” (Recuero, 2010: 24, apud Sperb, 2013: 8). Os atores são os nós desta rede, que fazem as conexões com os outros nós para formar o todo.

Ainda de acordo com esta autora, a maneira mais popular para compreender as redes sociais na Internet é através dos sites de redes sociais. “Esses sites, defenderemos, não são exatamente um elemento novo, mas uma consequência da apropriação de ferramentas de comunicação mediada pelo computador pelos atores sociais.” (Recuero, 2010: 102, apud Sperb, 2013: 8)

2.2.1. Sites de Redes Sociais

– O Espaço Social da Web

No início dos anos 90, já com a Internet8 a começar a tomar presença na vida das pessoas, surgem novas ideias e conceitos. Na Internet, encontra-se a Web, que pode ser entendida como o conjunto das páginas ligadas umas às outras por estruturas de hipertexto. Mais do que uma tecnologia informática que interliga os computadores, a Internet é um meio de comunicação, que influencia as relações pessoais, de trabalho e comunicação entre os indivíduos (Castells in Moraes, 2003, apud Sperb, 2013: 7). No decorrer dos anos 90, os novos media (ver glossário) expandiram o nosso potencial de comunicação. A Internet permitiu ao sujeito a possibilidade de “estar ligado”, de se assumir como utilizador nas plataformas online. Neste contexto, emergiram os sites de redes sociais, ambientes virtuais que permitem aos seus utilizadores estabelecer relações entre eles e conversar,

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Rede informática largamente utilizada para interligar computadores através de modem, à qual pode aceder qualquer tipo de utilizador, e que possibilita o acesso a toda a espécie de informação.

Esta não deve ser confundida com a Web - World Wide Web – um modo de acesso a informação através da Internet, usando o “hypertext transfer protocol” (HTTP) e os navegadores.

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tomando partido de mecanismos de interação e decisão em tempo real9 (Lopes, 2012).

Danah Boyd e Nicole Ellison (2007), no artigo “Social Network Sites: Definition, History, and Scholarship” definem rede social como: “um serviço alojado na Internet que permite aos utilizadores (1) criar um perfil público ou semipúblico dentro de um sistema fechado, (2) ter acesso a listas de pessoas com quem o utilizador tem uma ligação (3) ver e transmitir a sua lista de ligações e a de outros dentro do sistema” (Lopes, 2012: 7).

De acordo com estes autores, a primeira rede social foi lançada em 1997, o SixDegrees.com, que seria a primeira a permitir a criação de perfis individuais e a dar a possibilidade de adicionar amigos à nossa rede virtual de contactos, algo que ainda não estava disponível num só website (Lopes, 2012: 8).

Entre elas, a mais conhecida e o mais utilizada é, sem dúvida, o Facebook, um caso de sucesso que não poderia deixar de referir. Fundado em 2004 (ver anexo 4), o que começou por ser uma plataforma de comunicação interna entre alunos da universidade de Harvard, frequentada por Mark Zuckerberg, o seu criador, passou a ser uma ferramenta de comunicação à escala global.

O crescimento das redes sociais tem sido galopante. Erik Qualman (2009), no seu livro Socialnomics: Como os Media Sociais estão a Transformar o modo como Fazemos Negócios, afirma que as redes sociais “em menos de três anos [de 2004 a 2007] tornaram-se a atividade mais popular na Web” (Lopes, 2012: 17).

Nesta comunicação em rede (ver glossário) formamoscomunidades virtuais que nos proporcionam momentos de conversa e discussão todos os dias. Estas comunidades têm por base a formação de relações sociais, tal como no conceito tradicional – a única diferença é que o espaço agora é o ciberespaço, o que faz com que seja muito mais abrangente. Neste âmbito, a territorialidade limitada a espaços geográficos deixou de existir, passando de comunidades locais a redes sociais. Como referem Barry Wellman, Jeffrey Boase e Wenhong Chen no artigo “The Networked

9 De notar que os primeiros sites de redes sociais não possuíam ainda interação em tempo real

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Nature of Community: Online and Offline”, “The internet’s effects on society will continue and intensify the interpersonal transformation from neighborhood groups to social networks.” (Wellman, Boase & Chen, 2002 , online, apud Lopes, 2010: 6).

As redes sociais representam poderosos centros de informação e facilitam, em larga escala, a sua disseminação e partilha, de uma forma rápida e fluida como nunca antes se viu. Temos conhecimento do que se passa no mundo de uma maneira diferente. Nas redes sociais, contrariamente ao que acontece com os motores de busca, em que o utilizador tem que pesquisar para obter conhecimentos, é a informação que vem ao nosso encontro (o que nos poupa algum trabalho quando queremos saber as notícias do dia). Muitas pessoas já nem sequer veem noticiários. Basta navegar pelo feed (ver glossário) do Facebook para ficar a par de notícias sobre os mais variados assuntos (Qualman, 2010: 106 apud Lopes, 2010: 21).

A esfera social criada por utilizadores das redes sociais é o que a transforma em algo verdadeiramente mágico. São por demais conhecidos casos como o que ocorreu na Praça Tahrir, no Egito, quando as pessoas que ali se encontravam, assim como em outros lugares, como na Tunísia, no movimento mais conhecido como “primavera Árabe”, arriscaram as suas vidas para nos mostrar imagens e vídeos de um conflito. Outro exemplo foi o que aconteceu há quase um ano na Turquia, quando uma multidão de turcos acampou no parque Gezi, adjacente à Praça Taksim, para evitar que no dia seguinte fossem abatidas as 600 árvores centenárias para ser construído um centro comercial. Deste modo, através das redes sociais, interpelaram-nos e ajudaram-nos a compreender os factos mais de perto do que qualquer outro tipo de noticiário faria. Ou como, noutro exemplo recente, são convocadas e organizadas manifestações de movimentos cívicos em Portugal, de uma forma espontânea e eficiente, por redes sociais como o Facebook. Existe também outro tipo de motivações, de cariz artístico-cultural, e que sem a ajuda de ferramentas como as redes sociais não seriam concretizáveis, ou pelo menos, não teriam a adesão que tiveram (pense-se por instantes, em eventos como o “Dia sem Calças” em que as pessoas andam de metro de roupa interior, e que acontece todos anos simultaneamente em vários países do mundo).

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Na verdade, as ferramentas de que dispomos agora são capazes de muito mais e há muitas pessoas que as usam para esses fins – e os potenciais benefícios disso são quase ilimitados. Estas redes sociais adquiriram tal importância que já instalam o medo no poder político. Veja-se o caso do primeiro-ministro turco, Erdogan, que, em Março de 2014, numa entrevista a um canal televisivo, ameaçou proibir o acesso no país ao Facebook e ao YouTube. Recorde-se que a legislação recém-aprovada sobre Internet confere ao executivo turco a possibilidade de bloquear páginas web sem ter de pedir autorização judicial prévia.

Para esta grande disseminação de informação, muito contribuem as câmaras disponíveis nos smartphones ou tablets que, em poucos segundos, nos deixam carregar para as redes sociais uma fotografia ou um vídeo – com cada vez maior qualidade – de forma instantânea. E se até há pouco tempo aqueles dispositivos móveis sofriam de algumas limitações técnicas (imagens diminutas, de baixa resolução, com grande nível de compressão, “pixelizadas” e com atrasos e pausas na reprodução, devido às flutuantes taxas de transferência), hoje em dia a qualidade de captação e reprodução evoluíram e evoluem constantemente, de tal modo que o seu potencial comunicacional parece não ter limites. O facto de as redes sociais suportarem, cada vez mais, a presença de material audiovisual nas suas plataformas potencia estas práticas. Exemplo disso é o facto de os próprios repórteres, em direto nos noticiários, comunicarem via smartphone, ao invés da tradicional câmara de filmar e, outras vezes, solicita-se aos telespectadores o envio de material audiovisual.

Como veremos mais pormenorizadamente adiante, o Facebook e o Instagram são redes sociais mais dedicadas à imagem. No entanto, o Twitter, que começou por ser uma rede social estritamente textual, suporta agora imagem, algo que é muito aproveitado pelas celebridades que utilizam este site, que fazem upload de fotografias do seu dia a dia.

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2.3. Comunicação Organizacional

Comunicação empresarial, comunicação corporativa, comunicação institucional, marketing relacional, relações públicas, são termos usados para designar uma mesma atividade, como se fossem todos sinónimos. Porém, não são. Na verdade, em cada momento histórico a atividade foi diferente, e também foi denominada de formas diversas (Kunsch, 2009, apud Sperb, 2013: 4).

Gaudêncio Torquato10 (2009, apud Sperb, 2013: 4), relembra o conselho de Quinto Túlio Cícero ao irmão, o político romano Marco Túlio Cícero, relacionado com a atividade de comunicação organizacional a nível da sociedade: dar atenção à cidade inteira, todas as associações, todos os distritos e bairros. Ou seja, há uma rede social estruturada em que as empresas privadas, instituições públicas e demais organizações se devem apoiar e pelas quais devem trabalhar (Sperb, 2013: 4).

O termo “comunicação organizacional” começou por ser adotado por Torquato, obviamente adequado ao contexto presente. O autor defendia que nem todos os entes sociais produtivos são empresas e que não faz sentido restringir a comunicação ao mundo empresarial, pelo que, todas as formas de organização, fossem sindicais, associativas, partidárias ou de outros tipos, passaram a ser referência para a nova realidade. Nas próprias palavras de Torquato, “Substituí o termo ‘comunicação empresarial’ pelo guarda-chuva mais largo da ‘comunicação organizacional’” (Torquato in Kunsch, 2009: 26, apud Sperb, 2013: 4).

Os públicos, públicos-alvo (targets) ou stakeholders são os grupos com os quais as organizações se procuram relacionar. A adequada perceção da organização por esses públicos depende em grande parte do trabalho da comunicação. De acordo com Cecato e Mafei (2011), o perfil da organização e o seu setor de negócio,

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Gaudêncio Torquato é precursor do uso da expressão Comunicação Organizacional, para além do termo comunicação empresarial (este último convenientemente restrito ao campo das empresas), Torquato elucida o caminho evolutivo da comunicação nos diversos espaços sociais, uma vez empregada em moldes mais profissionais nos diversos tipos de entidades sem finalidades lucrativas, bem como na esfera pública no seu livro Tratado de Comunicação Organizacional e Política (Fernandes, 2004).

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vai definir qual o seu público-alvo. Em geral, os stakeholders são públicos de interesse, que podem ser empregados, acionistas, clientes, formadores de opinião, investidores, fornecedores, classe política ou empresarial, organizações do setor terciário, órgãos de defesa do consumidor. Há públicos-alvo que simultaneamente recebem as informações e as transmitem a outros. É o caso dos utilizadores da Internet e dos jornalistas (Sperb, 2013).

Em suma, a comunicação organizacional compreende um complexo conjunto de atividades, ações, estratégias, produtos e processos desenvolvidos por uma entidade (e.g. sindicato, governo, organização não governamental, universidade, associação) junto dos stakeholders ou da opinião pública. Concluindo, “a comunicação é um processo multidisciplinar e abrangente” (Torquato, 2010: 35, apud Sperb, 2013: 5).

A comunicação é, assim, cada vez mais uma função fundamental da administração para o bom desempenho das organizações, reunindo todas as atividades na empresa ou instituição, pública ou privada, que envolvem o fluxo de informação(Bittencourt, Nogueira & Avelar, 2013).

2.4. A Comunicação das Empresas nas Redes Sociais

“O processo de comunicar, quando bem integrado, cria uma identidade para a empresa e suas marcas, que passam a ser reconhecidas pelos atributos informados a seus stakeholders” (Mafei & Cecato, 2011: 18, apud Sperb, 2013: 6).

Inicialmente, os sites de redes sociais tinham basicamente um uso pessoal e individual. No entanto, esta situação tem vindo a mudar, visto que estes estão a ser tomados também por organizações ou empresas, que se registam nas redes sociais para marcarem a sua presença também online. Conscientes de que as redes sociais são cada vez mais ferramentas que, se adequadamente usadas, atingem vários objetivos (nomeadamente o de perceber melhor as necessidades dos seus destinatários) é normal que, para atingir mais clientes e, para entenderem as suas

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preferências, estas organizações tenham de estar em todos os sítios onde estas pessoas estão, ainda que virtualmente.

As mudanças nos canais de divulgação das mensagens, bem como as novas formas de os consumidores se relacionarem e consumirem informação, são consideradas pontos-chave para a compreensão das grandes transformações na maneira de propagar os produtos ou serviços. Percebe-se a tendência das empresas em migrarem de um meio para outro, inicialmente sem se adaptarem aos novos formatos. Todavia, esta adaptação nem sempre é fácil, dado que a comunicação online é muito diferente da presencial.

A Internet sofreu várias alterações ao longo dos anos: apesar de a World Wide Web (WWW) se sustentar numa linguagem hipertextual, a migração de conteúdos para a nova plataforma começou por ser apenas a reprodução de conteúdos textuais. Numa segunda instância, começaram a utilizar-se imagens e recursos de áudio. Posteriormente, deu-se a inclusão de vídeos, animações e sistemas interativos como fóruns, inquéritos e comentários. Com isso, a sinergia dos media trouxe um novo tipo de leitura da informação. Para que o sucesso deste meio fosse possível, não bastou apenas o embaratecimento do acesso aos computadores e da banda larga, mas também a transformação do recetor em produtor de conteúdo, graças ao surgimento, no século XXI, das ferramentas e interfaces amigáveis que deixaram de exigir o conhecimento das linguagens de programação como pré-requisito para interagir na rede. Nesse contexto, as pessoas puderam começar a publicar e a produzir conteúdo em páginas pessoais, como os blogs. Deu-se, portanto, a passagem da Web 1.0 para a Web 2.0 (ver glossário), ou seja, de uma Internet destinada ao consumo de conteúdos, na maioria textuais, para uma Internet povoada pelos mais variados tipos de media (fotografias, vídeos, animações, etc.) e com uma enorme abertura e participação do utilizador (ver anexo 5).

As redes sociais contribuíram em muito para esta revolução na comunicação e relação entre utilizadores na rede, e vieram a confirmar que a comunicação, em termos das marcas, é unidirecional (ou unilateral) mas cada vez mais bidirecional (ou bilateral). Ou seja, os consumidores ganharam uma voz e respondem, discutem, perante o material que lhes é apresentado. É agora muito mais fácil contactar as

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marcas, coisa que não era tão acessível antes da presença destas nas redes sociais, em que os consumidores eram meros destinatários. Hoje em dia, não só temos o poder de contestar e de questionar o que nos é dito, como também somos criadores e difusores de mensagens sobre as marcas. Quantas vezes já não nos aconteceu um amigo ou familiar falar-nos de um produto X que adorou, ou mesmo sermos nós a transmitir um contentamento ou descontentamento face a produto Y? Atualmente, o público-alvo dá muito mais valor à recomendação de alguém de confiança do que ao que o Google, por exemplo, lhe aconselha. Estamos perante uma comunicação em rede, como discutido no ponto 2.2.1.

Com a emergência destas redes sociais e a velocidade vertiginosa a que os fluxos contínuos e gigantescos de informação se propagam, as empresas não podem ficar para trás e têm que se adaptar aos novos tempos, migrando a sua presença para o mundo virtual, criando e atualizando os seus perfis online. Sites, blogs, Facebook e Twitter tornaram-se nos principais canais de comunicação para interagir com o público-alvo.

Hoje, possuir uma cultura de comunicação é insuficiente. É necessário ter uma cultura de comunicação em tempo real. As redes sociais trabalham com a instantaneidade. Por isso mesmo, o planeamento em comunicação digital para as redes é tão ou mais importante que o planeamento em comunicação que envolve as outras áreas. É preciso planear muito bem o quê, como, quando e onde se vai publicar determinada coisa. Há que ter em conta também o que já foi referido acima, mas que é importante recordar: os veículos de imprensa deixaram de ser os únicos produtores de informação e de opinião (Rebelo, 2011).

Na verdade, a realidade tem vindo a demonstrar que as organizações que ainda não perceberam as mudanças estão votadas ao fracasso, pois o mercado segue a lógica da evolução darwinista: as espécies que não se adaptam ao meio são fadadas à extinção.

Podemos então retirar algumas conclusões sobre a comunicação empresarial. Em tempos de hipercompetitividade entre as organizações, produtos e marcas, a gestão da comunicação empresarial deve estar preparada para tudo: antever os cenários, reações do público e descobrir como ampliar as vantagens no

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mercado. Desse modo, é fundamental conhecer mais profundamente o perfil etnográfico e comportamental dos targets e ajustar o conteúdo que se disponibiliza nas redes sociais para estas descobertas. No fundo, tem tudo a ver com a experiência que se vai ganhando com o tempo e com a aprendizagem que se retira dessas mesmas experiências (Bittencourt, Nogueira & Avelar, 2013).

2.5. A Presença das Marcas nas Redes Sociais Dominantes

Um ponto em comum entre os diversos tipos de rede social é a partilha de informações, conhecimentos, interesses e esforços em busca de objetivos comuns. Os perfis online são um fator de identificação do próprio utilizador; é desta forma que ele se dá a “conhecer” nas redes sociais (Lopes, 2010).

Como vimos anteriormente, as organizações e empresas estão cada vez mais a servir-se das redes sociais, que outrora eram somente para uso pessoal e não corporativo. Nas próprias redes sociais existentes tem havido também uma maior abertura para a inserção de páginas desse género (vejamos o caso do Pinterest, que dá agora a opção de passar de uma conta standard para uma conta business11 ou do Facebook que criou as Facebook pages12 em 2007).

Acresce que as redes sociais se multiplicam a grande velocidade, surgindo em cada vez maior quantidade e diversidade de temáticas. Aparte isso, regista-se uma evolução também a nível de tipologias. Existem redes de relacionamentos, redes profissionais, redes musicais; públicas ou privadas; em que temos amigos ou seguidores; mais ou menos restritas (ou seja, com necessidade de friend request ou simplesmente um follow que é automaticamente consentido).

Por isso, as empresas têm de estar atentas ao facto de cada rede social ter um propósito ou objetivo diferente (apesar de, obviamente, haverem várias para o mesmo propósito).

11

Disponível em: http://business.pinterest.com/

12

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Vejamos as redes sociais mais utilizadas pelas empresas e respetivas funcionalidades:

Facebook – existem Facebook pages, reservadas para negócios, divulgação de emprego ou trabalho, marcas, famosos, filmes, bandas… As páginas mais conhecidas têm mais “likes”, isto é, quanto mais likes tiver a sua página, mais bem sucedida esta é. A sua disseminação é também fácil devido à opção de “share”, que publica determinada página ou “post” no “feed” dos amigos.

Google+ – rede social da Google. Tem vindo gradualmente a ganhar adeptos. Verifica-se a presença das empresas nesta rede social, embora o foco destas ainda seja o Facebook, em detrimento do Google+.

Instagram – outra rede social com grande crescimento, cada vez mais usada pelos jovens, que estão progressivamente a deixar o Facebook13, e que, por isso, poderá ser um bom nicho para empresas com este público-alvo terem a sua presença. Partilha de fotos e vídeos.

LinkedIn – ao contrário de todas as anteriores, esta é uma rede social estritamente profissional, ótima para fazer contactos e dar a conhecer empresas. Mais restrita do que as outras.

Pinterest – esta rede social é das que mais tem registado um aumento de popularidade nos últimos anos. É utilizada para partilha de fotos, e muitas vezes funciona como base de dados para inspiração (por exemplo, ideias de decoração para a casa). No contexto empresarial, pode ser utilizada como montra virtual para os produtos.

13

Os adolescentes estão a perder o interesse pelo Facebook? (Disponível em:

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Tumblr – plataforma que veio revolucionar a maneira de “blogar”. Muito utilizada por profissionais na área das artes para divulgar o seu trabalho, pelo quão fácil é partilhar conteúdos: basta um clique e publicação “x” é “reblogada”, isto é, postada no blog. Grande variedade também no que se pode partilhar: textos, fotos, vídeos, citações, links e diálogos.

Twitter – também para publicação de posts, só que, neste caso, a terminologia é outra: tweets. É chamado microblog porque tem um limite de 140 carateres por cada publicação. O mote aqui é a partilha de estados pessoais em tempo real. Em vez de “friends”, no Twitter existem “followers”/seguidores.

Wordpress – uma plataforma de alojamento de blogs. Possui uma grande variedade de opções úteis para edição das publicações, sendo, sob este ponto de vista, bem mais completo que o Tumblr.

YouTube – rede social para partilha de vídeos. Um vídeo carregado para um canal de YouTube pode tornar-se viral (ver glossário), o que pode ser muito positivo para a visibilidade de uma empresa.

De entre todas estas redes sociais, há que tomar atenção especial às potencialidades que algumas têm em termos de propagação de conteúdos audiovisuais e ao facto de serem mais ou menos direcionadas para esse campo. Se o conteúdo, fotográfico ou videográfico, for de qualidade, original e apelativo, ainda maiores são as possibilidades de sucesso.

Tendo em conta todas as funcionalidades que referi, as redes sociais que são mais apelativas para as empresas são: o Facebook (pela sua poderosa ferramenta de share), o Tumblr (pela possibilidade de se poder agregar várias fotografias num só post pela ferramenta de reblog) e o Instagram (a rede social mais virada para a imagem e vídeo, dentro das referidas). Redes sociais como o Twitter e principalmente o LinkedIn, não são as mais indicadas para fotografia e vídeo.

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2.6. Problematização do Tema do Trabalho

Como se promove, então, um produto, neste caso o Ziphius, na Azorean? É esta a questão central do meu trabalho, que volto a enunciar, como modo de introdução ao próximo capítulo. Nas páginas seguintes, procurarei fazer um retrato o mais fiel possível do meu percurso na empresa, descrevendo as minhas atividades e funções e demonstrando o que produzi.

Outras questões que pretendo abordar neste relato passam por clarificar: Como se faz a comunicação do Ziphius? Como se adapta o discurso a cada rede social?

(28)

3.

Tarefas Desenvolvidas na Azorean

A compreensão da importância estratégica assumida hoje pela Comunicação nas organizações (de cariz empresarial, mas não só), sobretudo pelo poder e rapidez de disseminação de informações na sociedade contemporânea, graças às novas tecnologias da informação e comunicação e às redes sociais, exigiu da administração da Azorean um modelo de gestão da comunicação ajustado às necessidades de promoção de um produto inovador e comercializável à escala global.

A comunicação e marketing de um produto como o Ziphius requer a produção de conteúdos audiovisuais para diferentes media, nos quais se destacam os meios de comunicação online, incluindo as redes sociais. A criação e dinamização das redes sociais implica não só a produção de conteúdos adequados mas também o desenvolvimento de estratégias de comunicação que permitam aumentar o envolvimento e participação dos clientes do produto.

A estratégia de comunicação da empresa é um desafio, e foi pensada e discutida várias vezes no decorrer do estágio: comunicar um produto que ainda não se tem (neste momento, o protótipo final está a ser testado), ao contrário de outras empresas, que têm o produto à venda. O principal objetivo é ter, globalmente, reconhecimento como marca antes de chegar aos mercados, de modo a já se terem clientes interessados quando sair o produto. Há portanto que conseguir criar uma comunidade do Ziphius, o que tem vindo a fazer-se desde a campanha do Kickstarter, a partir da qual se obtém muita atenção por parte dos media (se a campanha for bem sucedida, naturalmente). Este acesso aos media é também essencial para esta construção de comunidade14 e para levar o produto a ser conhecido em todo o mundo. A partir da campanha do Kickstarter, que funciona como introdução do produto ao público, interessa manter a comunidade interessada e informada, com atualizações sobre o desenvolvimento do Ziphius (não deixar ninguém “às escuras”).

14 No contexto deste tipo de atividades de comunicação da empresa, “comunidade” define-se como o

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Dentro das mais utilizadas pela Azorean, cada rede social tem um público e um conteúdo diferente: no Twitter estão os “formadores de opinião” e as empresas, sendo a comunicação essencialmente escrita e B2B; no Facebook é onde se tem tido maior preocupação em construir uma comunidade “ziphiana”, através da aposta na publicação de imagens/vídeos (em que o assunto principal é o Ziphius ou a equipa do Ziphius) ou de clipping (ligação a artigos que saíram na imprensa) pois o seu público é maioritariamente o consumidor final; o blog é utilizado para o público em geral e, como tal, possui conteúdo mais trabalhado e extenso (com muito uso de imagens e vídeos, também).

Em suma, pretende-se que os posts sejam de qualidade, de maneira a que tenham uma grande capacidade de propagação e que aumentem os likes da página do Facebook e, consequentemente, a comunidade de interessados.

3.1. Objetivos a Atingir

Foram definidos alguns objetivos a cumprir, aquando do início do meu estágio, os quais apresento seguidamente:

 Participação na definição e produção de conteúdos audiovisuais sobre o Ziphius com vista a apoiar o seu plano de comunicação e marketing;

Análise do impacto online dos diferentes conteúdos produzidos;

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3.2. Descrição de Atividades

Foi também especificado, a priori, um conjunto de tarefas que eu deveria desempenhar no decurso do meu estágio, como responsável pela comunicação da marca:

Tarefa 1 – Produção de conteúdos audiovisuais (fotografia, vídeo)

Documentar as atividades de desenvolvimento, assim como próprio produto através de captura de imagens e vídeos. Implica a criação de storyboards que melhor se adequam aos públicos-alvo. Inclui ainda produção e montagem de diferentes ambientes e setups adequados a capturar os conteúdos definidos.

A minha produção de conteúdos audiovisuais consistiu em projetos diferentes. A nível fotográfico, atribuíram-me várias tarefas diárias: a documentação do ambiente de trabalho sempre tirada do mesmo ângulo (ver anexo 6); a captação, também diária, da deterioração dos motores do Ziphius (os motores estavam inseridos numa caixa de plástico com água, e iam, em períodos de tempo regulares, ficando debaixo de água e subindo para fora de água) (ver anexo 7); uma espécie de diário fotográfico do meu trabalho/experiência na empresa (ver anexo 8).

Aquando da primeira compra oficial do Ziphius, decidiu-se que se devia, de alguma maneira, surpreender o comprador com um pequeno presente. Optou-se por um postal do Ziphius (ver anexo 9), assinado por toda a equipa envolvida. Mas, mais do que isso, o objetivo aqui também era demonstrar que recompensamos e tratamos bem os clientes. Documentou-se então, num stop motion, essa mesma assinatura no postal (ver anexo 10). Neste projeto, participei na pré-produção e na produção, como assistente.

No Natal foi produzido um postal que consistia numa fotografia do Ziphius forrado a vermelho com luzes natalícias (ver anexo 11). Neste projeto, participei na pré-produção e produção. Esta fotografia foi, no dia 20 de dezembro de 2013, divulgada por mim nas redes sociais e também enviada por e-mail para toda a comunidade e clientes do Ziphius. De salientar que também documentei

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fotograficamente o making of deste projeto (ver anexo 12). Tirei também fotografias a membros da equipa para incluir na montagem que foi feita para celebrar o primeiro aniversário do Ziphius15, publicada no Facebook e no blog (ver anexos 13 e 14).

A nível videográfico, fiz assistência à produção de um vídeo que divulga a loja online da marca Ziphius, e a possibilidade de fazer pré-encomenda do produto (ver anexo 15). Fui também assistente na pré-produção (montagem de setup fotográfico) e na produção de um vídeo sobre a empresa Azorean e o seu percurso desde a sua fundação até ao momento. Baseado em vídeos populares no YouTube denominados “Draw My Life”16, este vídeo pretendia adaptar essa ideia mas através da escrita. Neste vídeo, fui eu que escrevi, em papel, as várias etapas e acontecimentos importantes por que a Azorean passou (ver anexo 16). Este trabalho teve como objetivo incentivar as pessoas a votar na empresa para um concurso internacional do Web Summit (um evento de tecnologia), que pretendia premiar a startup mais trabalhadora do ano.

Tanto para o vídeo da loja online como para o stop motion do primeiro comprador, realizei estudos prévios, para decidir que imagens e que encadeamento estas teriam, no formato de storyboards (ver anexos 17 e 18). Ainda relativamente ao Web Summit, documentei fotograficamente a preparação dos membros da equipa antes do dia de partida para o evento (ver anexo 19).

15

A apresentação pública do Ziphius no Facebook é o marco a que se refere este “aniversário”.

16

“Draw my life” é exatamente o que o nome indica, um YouTuber pega numa tela e filma-se a desenhar a sua vida desde o nascimento até à atualidade, ao mesmo tempo que serve de narrador da mesma.

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Tarefa 2 – Pós-produção de conteúdos audiovisuais (fotografia, vídeo)

Pós-produção de vídeos e fotografias de modo a adequá-los a diferentes públicos e media. Implica a utilização de diferentes técnicas e ferramentas na área da pós-produção de vídeo.

No âmbito desta tarefa, por exemplo, editei, utilizando a ferramenta de edição de imagem Adobe Photoshop, uma fotografia que foi tirada a um membro da equipa no evento do Web Summit, em Dublin17 (ver anexo 20). Colaborei na pós-produção do vídeo da loja online, no stop motion para o primeiro comprador e no vídeo sobre a Azorean e na pós-produção da montagem para celebrar o aniversário do Ziphius.

Tarefa 3 – Escrita de publicações para o blog

Produção frequente de artigos de divulgação sobre o Ziphius para publicação no blog do produto e criação de uma comunidade de seguidores. Implica um conhecimento detalhado das atividades de desenvolvimento do produto.

O blog foi a plataforma que ficou da minha inteira responsabilidade. Todas as publicações publicadas entre 1 de outubro e 31 de dezembro são da minha autoria. É de mencionar que cada publicação era automaticamente publicada no Twitter, enquanto para o Facebook era publicado manualmente, de modo a poder-se escrever um texto personalizado a acompanhar. Seguidamente, enumerarei cada post que escrevi para o blog.

1/10 – Special day – Ziphius Online Store18

O primeiro dia do meu estágio foi também o dia em que a loja online do Ziphius ficou disponível, dando a possibilidade aos interessados de fazerem

17

A empresa não só concorreu ao concurso “most hard working start up” como esteve presente no evento no final de outubro de 2013.

18

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encomendas. Este post serviu para divulgar essa informação e anunciar também que haveria um desconto no preço por um tempo limitado.

2/10 – Maker Faire19

O objetivo desta publicação era dar a conhecer um evento tecnológico que iria acontecer nos dias seguintes, a Maker Faire, dedicada a vários assuntos, entre os quais tecnologia DIY (do it yourself) e engenharia. Este post funciona como uma forma de informar a comunidade de leitores do blog sobre eventos que poderão ser do seu interesse.

11/10 – One hell of a year!20

Este foi o primeiro post no blog inteiramente dedicado à empresa Azorean. O vídeo sobre o percurso da empresa, que referi anteriormente, representa uma retrospetiva dos sucessos da empresa desde a sua fundação.

18/10 – Deep-sea Internet: a near future?21

Nesta publicação, tive de escrever sobre a possibilidade de criar uma rede wireless a largos metros de profundidade, no mar. O texto foi formulado a partir da pesquisa sobre o assunto e a partir de artigos já existentes na Internet; portanto, exigiu também a procura de informação sobre a matéria.

29/10 – Azorean at Web Summit22

Esta publicação tinha dois objetivos: o primeiro, e principal, era o de dar informação sobre a presença da empresa no evento Web Summit, incluindo horários e localização da banca da Azorean no local, que se realizaria nos dias 30 e 31 de

19

Disponível em: http://myziphius.wordpress.com/2013/10/02/maker-faire/

20

Disponível em: http://myziphius.wordpress.com/2013/10/11/one-hell-of-a-year/

21

Disponível em: http://myziphius.wordpress.com/2013/10/18/deep-sea-internet-a-near-future/

22

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outubro de 2013; o segundo era o de divulgar o vídeo sobre a nova loja online, intitulado “Pre-order your Ziphius now!” (ver anexo 21).

15/11 – Ziphius showcasing at Portugal’s Global Entrepreneurism Week23

Mais uma publicação sobre um evento, desta vez sobre a Semana Global de Empreendedorismo, que se realizou em Lisboa entre os dias 18 e 24 de novembro de 2013, e que contou com uma apresentação sobre o Ziphius.

3/12 – Sending t-shirts to backers: task completed!24

Na campanha de Kickstarter do Ziphius, existiam vários valores que podiam ser doados à causa e, um deles, o de 35 dólares, tinha como recompensa a entrega de uma t-shirt do Ziphius a cada pessoa que contribuísse com esse valor. No mês de novembro foram enviados questionários a essas pessoas, que nos forneceram a sua morada para lhes podermos enviar as t-shirts. Nesta publicação, anunciei que o primeiro conjunto de t-shirts tinha sido enviado.

6/12– To our first buyer25

Este post teve como objetivo a divulgação do vídeo para o primeiro comprador do Ziphius na loja online. Representou uma oportunidade de lhe agradecer de uma maneira ainda mais pessoal do que através de um vídeo, ou seja, através de um texto sentido no blog da marca.

10/12– Virtual Aquariums26

Este foi o primeiro post dedicado à YDreams e a um produto da YDreams. Quisemos divulgar um projeto que está a ter grande sucesso além-fronteiras e que

23

Disponível em: http://myziphius.wordpress.com/2013/11/15/ziphius-showcasing-at-portugals-global-entrepreneurism-week/

24 Disponível em:

http://myziphius.wordpress.com/2013/12/03/sending-t-shirts-to-backers-task-completed/

25

Disponível em: http://myziphius.wordpress.com/2013/12/06/to-our-first-buyer/

26

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está em cada vez mais locais: os Virtual Aquariums, um tipo de jogo interativo em que cada pessoa pode criar e cuidar do seu peixe. Funciona como uma forma de promoção.

19/12 – Ziphius birthday27

Neste post celebrámos o primeiro aniversário do Ziphius, a nível online (foi no dia 19 de dezembro de 2012 que o produto foi mostrado primeiramente ao mundo, através da criação de uma conta no Facebook). Um dia tão especial merecia também um post especial. Foram recolhidas (em parte por mim) várias imagens produzidas ao longo do ano de 2013, e foi feita uma montagem que representasse o decorrer de um ano de trabalho.

20/12 – Ziphius wishes you28

Publicação para desejar um feliz Natal e um ano de 2014 cheio de alegrias a todos os seguidores do blog. Inclui a fotografia (postal natalício) do Ziphius forrado a vermelho, que referi anteriormente.

Tarefa 4 – Divulgação do produto nas redes sociais

Produção e adaptação de conteúdos audiovisuais para as características das diferentes redes sociais como por exemplo o Facebook ou o Twitter.

A Azorean tem procurado tirar partido das redes sociais desde o início. O Facebook é a ferramenta de divulgação mais usada pelo Ziphius, logo a seguir ao blog. Do blog surge a maioria do conteúdo, mas este passa sempre pelo Facebook para ser divulgado e visto por mais pessoas.

O Twitter sempre funcionou como uma ferramenta secundária, que divulga hiperligações que redirecionam para as outras redes sociais (Facebook, blog e Pinterest, neste caso).

27

Disponível em: http://myziphius.wordpress.com/2013/12/19/ziphius-first-bday/

28

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Sempre que postava uma nova publicação no blog, o segundo passo era a divulgação e promoção desse post no perfil do Facebook e no Twitter. Quando se carregaram vídeos para o canal do YouTube, esse carregamento era feito também por mim, assim como a escrita das descrições que o acompanham.

No Pinterest, existem vários álbuns que têm a ver com tópicos de Interesse para o Ziphius (por exemplo: Underwater World, Ocean Lovers, Azores, respetivamente de fotos debaixo de água, do oceano e dos Açores), que eu também tive a responsabilidade de alimentar, de forma a manter a atividade do Ziphius bem proeminente numa rede social em expansão como esta.

Para se ter uma ideia da presença geral do produto na Internet, enumero, seguidamente, uma lista das redes sociais onde o Ziphius tem conta e do “status” de cada uma dessas contas (número de seguidores, likes)29.

Rede social Fundada em Número de gostos/seguidores Facebook Dezembro de 2012 2.037 Google+ Dezembro de 2012 35 YouTube Dezembro de 2012 196 Vimeo Março de 2012 N/D Pinterest Março de 2012 117 Instagram Março de 2012 23 Twitter Dezembro de 2012 488 Tumblr Dezembro de 2012 2 Wordpress30 Abril de 2012 42 N/D – não disponível 29

Nota: Dados retirados a 12 de março de 2014.

30

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Tarefa 5 - Community management

Estabelecimento de um diálogo com os potenciais clientes através dos canais disponíveis nas diferentes redes sociais e media online. Análise da performance da comunicação realizada através de estatísticas e ferramentas online.

Além das tarefas de social media management (ver glossário) que enunciei até ao momento, fui também o que se chama community manager, isto é, fiquei responsável por estabelecer diálogo com potenciais clientes e com a comunidade do Ziphius. Isto inclui a resposta a mails, a mensagens que cheguem da plataforma do Kickstarter, e a comentários em qualquer das redes sociais em que o Ziphius esteja inserido. Em suma, tudo o que tenha a ver com a comunicação empresa-cliente (B2C). Fui também a autora de dois comunicados de imprensa, enviados para os media (anúncio da loja online e da participação da empresa no Web Summit) – ver anexo 22. Tratei de organizar os inquéritos recebidos pelos backers (apoiantes) do Kickstarter e monitorizei todo o processo de envio das rewards (recompensas).

Outra vertente do community management é a recolha e análise de dados estatísticos, algo que fiz semanalmente. As ferramentas que utilizei foram:

- Alexa31 (ver anexo 23): um website utilizado para benchmarking, isto é, a comparação entre a nossa empresa e empresas com produtos semelhantes a nível de desempenho (neste caso, da Sphero32 e da Parrot33).

- Estatísticas do Wordpress (ver anexo 24): para analisar as visitas e visualizações do blog.

31 Disponível em: http://www.alexa.com/ 32

Pequena bola controlada remotamente por um smartphone ou tablet. Também possui jogos de realidade aumentada. Disponível em: http://www.gosphero.com/sphero-2-0/

33

O Ar.drone, da francesa Parrot, é um drone aéreo muito popular controlado por smartphone ou tablet, que também tem câmara de alta definição e conexão wi-fi. Disponível em: http://ardrone2.parrot.com/

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- Facebook Insights34 (ver anexo 25): para analisar o desempenho da página do Ziphius no Facebook (reach/engagement).

- Twitonomy35 (ver anexo 26): para analisar o estado da página do Twitter. - cPanel36 (ver anexo 27): ferramenta para analisar o desempenho do

website do Ziphius.

Tarefa 6 – Participação em reuniões editoriais

Participação na definição dos conteúdos a produzir e capturar.

Foram realizadas várias reuniões editoriais ao longo dos 3 meses de estágio, tendo como objetivo procurar novas estratégias e soluções comunicacionais. Nestas reuniões foram discutidos vários assuntos (nomeadamente brainstorming de ideias para campanhas e vídeos, definição de tarefas para a semana, etc.) mas o tema central foi o blog, e a definição e calendarização das suas publicações.

34 Facebook Insights – estatísticas que a rede social disponibiliza para o dono de uma determinada

página do Facebook, disponibilizando métricas úteis para determinação da presença e promoção da página, tais como a performance dos Facebook ads, flutuação do número de gostos ou a demografia dos fãs (Albino, 2012; Lopes, 2010).

35

Disponível em: http://www.twitonomy.com/

36

(39)

4. Resultados

Para retirar algumas conclusões sobre a comunicação do Ziphius, decidi analisar a minha produção de conteúdos durante o período de estágio, nas redes sociais em que mais me foquei, o blog e o Facebook, através de, respetivamente, a análise das estatísticas do Wordpress e das Facebook Insights. Após a recolha de dados, produzi para cada uma dessas redes uma tabela com os dados de cada publicação, desde a mais popular à menos popular (ver anexo 28). Foquei-me no número de visitas para o blog e no “reach” (quantas pessoas atingiu) para o Facebook (estas duas métricas são equivalentes nas duas redes sociais).

Pela observação da tabela correspondente ao blog, verificamos que a publicação com mais êxito foi a “Special Day – Ziphius Online Store”, que se referia ao lançamento da loja online, cujo número de visitas foi de 232. A que tal se deve esta popularidade? A meu ver, o próprio título e tema são apelativos, e as tags utilizadas também foram bem escolhidas: Campaign; discount campaign; online; sale; store; são tudo palavras que chamam atenção, principalmente “discount” e “sale”, porque significa que os clientes pagam um preço reduzido pelo Ziphius. Se não fossem estes fatores, provavelmente teria passado mais despercebido, visto que muitas vezes as publicações apenas textuais não recebem tanta atenção como aquelas que utilizam elementos audiovisuais.

No Facebook, é importante analisar três fatores diferentes: o conteúdo, a forma e o tempo. Vejamos qual foi a publicação com mais sucesso nesta plataforma.

A publicação que mais pessoas atingiu (com mais visualizações) no Facebook foi a “Pre-order your Ziphius now”, com 26592 visualizações, em que figurava o vídeo promocional das encomendas. No entanto, para atingir este valor em muito contribuiu o facto de ter sido paga (isto é, pagou-se uma quantia para esta ter maior divulgação através dos Facebook ads37). O post com um maior reach orgânico38 foi

37

Um sistema de anúncios que permite às empresas ganharem uma maior visibilidade online do seu conteúdo, com a possibilidade de os restringir a um determinado público, ou seja, de escolher e limitar muito bem o público que se quer atingir. Existem várias formas de se fazer a promoção, como

Referências

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