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Enfrentando as perdas dentárias na terceira idade: um estudo de representações sociais

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Academic year: 2021

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Saúde Coletiva

cadernos

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C a d e r n o s S a ú d e C o l e t i v a / U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o R i o d e J a n e i r o , N ú c l e o d e E s t u d o s d e S a ú d e C o l e t i v a , v . X I V , n . 4 ( o u t . d e z 2 0 0 6 ) . R i o d e J a n e i r o : U F R J / N E S C , 1 9 8 7 - . T r i m e s t r a l I S S N 1 4 1 4 - 4 6 2 X 1 . S a ú d e P ú b l i c a - P e r i ó d i c o s . I I . N ú c l e o d e E s t u d o s d e S a ú d e C o l e t i v a / U F R J .

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D I T O R I A L

A criação do IESC – Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Direção do IESC – gestão 2006-2008 ... 559

A

R T I G O S

Conhecimentos e atitudes dos cirurgiões-dentistas do Programa Saúde da Família de Aracaju-SE em relação aos pacientes com HIV/Aids

Valéria Noia Ribeiro, Allan Ulisses Carvalho de Melo, Liana Nascimento Freire ... 561 Grandes represas e seu impacto em Saúde Pública I: efeitos a montante

Fabíola A. S. Oliveira, Jörg Heukelbach, Rômulo C. S. Moura, Liana Ariza,

Alberto N. Ramos Jr., Márcia Gomide ... 575 Enfrentando as perdas dentárias na terceira idade: um estudo de representações sociais Grasiela Piuvezam, Aurigena Antunes de Araújo Ferreira, Maria do Socorro

Costa Feitosa Alves ... 597 Professores afastados da docência por disfonia: o caso de Belo Horizonte

Adriane Mesquita de Medeiros, Sandhi Maria Barreto, Ada Ávila Assunção ... 615 A “Influenza hespanhola” em Cataguases, Minas Gerais

Alen Batista Henriques ... 625 O risco ocupacional no setor de raio-X diagnóstico de um hospital universitário Eduardo Borba Neves; Marcia Gomide ... 643 Avaliação de sistemas de pontuação para o diagnóstico da tuberculose na infância Ethel Leonor Noia Maciel, Reynaldo Dietze, Cláudio Struchiner ... 655

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Luiz Geraldo Santos Wolmer, James Anthony Falk ... 665

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E S E S

O beber feminino: a marca social do gênero feminino no alcoolismo em mulheres Beatriz A. Lenz Cesar ... 683 A transição para a parentalidade e a relação de casal de adolescentes

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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

The dental losses on the third age: a study of social representation Grasiela Piuvezam1, Aurigena Antunes de Araújo Ferreira2, Maria do Socorro

Costa FeitosaAlves3 RESUMO

A saúde pública tem destacado a perda dentária como uma temática relevante para a área de saúde. O estudo buscou compreender as perdas dentárias através das representações sociais em sujeitos da terceira idade. Utilizou-se como suporte metodológico o Teste de Associação Livre de Palavras com o estímulo indutor “perdas dentárias”, e uma entrevista do tipo grupo focal. A amostra foi composta por 120 indivíduos do grupo “Conviver para Melhor Viver” da Unidade Básica de Saúde de Felipe Camarão – RN e da Unati (Universidade Aberta da Terceira Idade), e a entrevista foi realizada com 36 sujeitos. A análise dos dados foi realizada pelos softwares Evoc 2000, SPSS 10.0 e Alceste. O núcleo central das representações sociais das perdas dentárias para o grupo Conviver emergiu a partir das categorias

dificuldade de comer, observando relação entre necessidade fisiológica, desejo e prazer

em alimentar-se. A dor foi evocada no sentido de justificar as perdas dentárias. Ambas as categorias constituíram os temas das classes na análise dos discursos. Para o grupo da Unati, emergiram as categorias dificuldade socioeconômica, demonstrando uma estreita relação entre a pobreza, o acesso à saúde e à educação, e estética, que traduz a associação entre a perda dentária e o envelhecimento. Estas categorias também emergiram no discurso dos sujeitos. Pôde-se, através do estudo, revelar a realidade na perspectiva dos sujeitos sociais, contemplando as múltiplas facetas da realidade sociocultural vivenciada.

PALAVRAS-CHAVE

Perda de dente, representações sociais, assistência odontológica para idosos ABSTRACT

The present study seeks to understand tooth loss by investigating the social representations in the daily life of elderly individuals. The Free Association of Words Test was used, whose inducing stimulus were the words “tooth loss”, in which each subject was asked to associate 3 words, to respond to a questionnaire related to socio-economic and odontological status and a focus group interview. The study sample consisted of 120

1 Doutoranda em Ciências da Saúde. Professora Substituta do Departamento de Odontologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) E-mail: gpiuvezam@yahoo.com.br

2 Doutora em Ciências da Saúde. Professora Adjunta do Departamento de Biociências da UFRN. 3 Doutora em Odontologia Preventiva e Social. Professora Adjunta do Departamento de Odontologia da UFRN.

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individuals 60 years of age or over, resident in Natal, RN, Brazil and participants of the “Live Together to Live Better” group of the Basic Health Unit of Felipe Camarão Residential District and Unati (Open University of the Elderly); an interview was performed with 36 subjects. Data analysis was performed using the Evoc 2000, SPSS 10.0 and Alceste softwares. The central nucleus of the social representations of tooth loss for the “Live Together” group emerged from the difficulty in eating categories, showing a

relation between physiologic necessity, desire and pleasure from eating, not to mention the pain that resulted from justifying the tooth loss, both categories comprised the class themes of the group interview. For the Unati group the central nucleus emerged from the socio-economic difficulties categories, demonstrating a narrow relation between poverty, access to health and education and esthetics, confirming in the discourse of common sense, the association between tooth loss and aging, these categories constitute the class themes of the of the group interview. Thus, through the study of the social representations, we can reveal a reality in the perspective of the social subjects, contemplating the multiple facets of the social-cultural reality experienced by these individuals.

KEYWORDS

Tooth loss, social representation, dental care for aged

1. INTRODUÇÃO

A saúde pública vem destacando a perda de dentes (mutilação dentária/ desdentamento/edentulismo) como uma temática de grande relevância, sobretudo por ser considerada conseqüência das doenças bucais mais prevalentes. Este enfoque destaca sobremaneira uma abordagem numérica orientada pelo paradigma biologicista, que aponta as doenças como responsáveis pela elevada incidência de mutilação dentária e desconsidera a ineficiência observada nas políticas públicas em saúde bucal.

Entretanto, a evolução das pesquisas na área da saúde aponta para a busca de novos paradigmas que possibilitem associar conhecimentos das ciências médicas, das sociais e da psicologia (Medina-Walpole et al., 2002). Assim, conforme Arruda (2002), as representações sociais podem auxiliar nesta discussão, sobretudo na medida em que contribuam com informações que, associadas aos indicadores epidemiológicos, permitam compreender como determinadas doenças afetam a rotina diária dos indivíduos.

Para a área de saúde bucal, a combinação entre indicadores clínicos e pesquisas psicossociais possibilita uma avaliação multidimensional das condições de saúde, mostrando como as desordens bucais e dentárias interferem no cotidiano, bem como estabelecem conexões entre as condições de saúde, o estilo de vida, o

status socioeconômico e o acesso aos serviços de saúde em cada grupo social

(Piuvezam, 2004).

Os indicadores epidemiológicos em saúde bucal, no Brasil, ao longo do tempo, têem revelado indivíduos de terceira idade com lesões de mucosa bucal, presença

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de grande quantidade de bolsas periodontais e uso de próteses inadequadas, além de denunciar uma prática odontológica mutiladora (Rosa et al., 1993; Neves, 1994; Saliba et al., 1999).

O Projeto SB Brasil 2003, um recente levantamento das condições de saúde bucal da população brasileira, realizado pelo Ministério da Saúde nos anos de 2002 – 2003, constatou que, para a faixa etária de 65 a 79 anos, a média nacional de indivíduos desdentados no arco superior é de 57,9%, e no arco inferior, de 24,8% (Ministério da Saúde, 2004).

Considerando, então que as extrações dentárias são definitivas, há de se observar que, para este grupo etário, as perdas dentárias trazem outros agravos à saúde, como comprova Moriguchi (1992) ao afirmar que o edentulismo após os 60 anos afeta a mastigação, digestão, gustação, fonação e estética.

Extrapolando as implicações fisiológicas do edentulismo e considerando-se a dimensão psicossocial, os significados da ausência dos dentes irão variar depen-dendo da relação deste indivíduo com seu corpo e com o grupo social de pertença. Observa-se, então, que as expectativas e as representações destas perdas dentárias sinalizam a necessidade de múltiplos olhares no sentido de compreender suas conseqüências no cotidiano dos grupos (Ferreira et al., 2006).

Portanto, o presente estudo teve como objetivo apreender as Representações Sociais das perdas dentárias em idosos dos grupos “Conviver para Melhor Viver” da Unidade Básica de Saúde do Bairro de Felipe Camarão e da Unati/Unp (Universidade da Terceira Idade da Universidade Potiguar).

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, explorando aspectos qualitativos e quantitati-vos, fundamentado na Teoria das Representações Sociais, para subsidiar a apreensão do significado das perdas dentárias em idosos. O estudo foi realizado com 120 idosos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, desden-tados em pelo menos um dos arcos dentários, pertencentes aos grupos “Conviver para Melhor Viver”, da Unidade Básica de Saúde do Bairro de Felipe Camarão, RN, e da Unati/Unp (Universidade da Terceira Idade da Universidade Potiguar). A definição do número de sujeitos se fez suportada no corpus da investigação. Dessa forma, foi o conjunto de palavras evocadas, que, através da saturação (repe-tição) constatada no processo de análise dos dados, pôde determinar a limitação da variedade representacional. Assim, a inserção de novos sujeitos em nada acrescenta, pois a representação é limitada no tempo e no espaço social (Bauer & Aarts, 2002). O estudo foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN, de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (Conselho Nacional de Saúde, 1995).

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Os instrumentos para a coleta dos dados foram um questionário, contendo dados socioeconômico e questões sobre saúde bucal, o Teste de Associação Livre de

Palavras e entrevistas do tipo grupo focal.

O questionário destinou-se à caracterização socioeconômica, determinada pelo critério da Associação Brasileira de Anunciantes – ABA e da Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado – ABIPEME (Gil, 1999). As questões relativas às condições de saúde bucal contemplaram as perdas dentárias, a neces-sidade de tratamento odontológico, bem como o acesso e o tipo de serviços odontológicos utilizados pelos sujeitos, baseado no protocolo de pesquisa do Projeto SB Brasil 2003 (Ministério da Saúde, 2004). Os dados foram organizados num banco construído pelo software Epi-Info 2002 (Bennet, 1993) e a análise estatística foi realizada com auxílio do software SPSS (Statistical Packet for Social Science, 1999).

O Teste de Associação Livre de Palavras foi utilizado no sentido de captar as representações sociais dos sujeitos a respeito das perdas dentárias. Trata-se de um teste projetivo, utilizado em psicologia clínica, com o objetivo de fazer surgir espontaneamente a partir de um estímulo indutor, associações relativas ao objeto de estudo. Sendo assim, as diversas evocações ocorridas, uma vez listadas, compõem um conjunto heterogêneo de unidades semânticas, que exigem um trabalho de classificação para facilitar as análises descritivas e explicativas, necessá-rias para chegar às representações do objeto considerado (Bardin, 1977).

O estímulo indutor utilizado nesta investigação foi a expressão “perdas dentárias”. Para cada idoso foi solicitada a evocação de três palavras, com o objetivo de apreender o Núcleo Central das Representações Sociais (Abric, 1993; Sá, 1996). Os dados foram submetidos a uma classificação através da Técnica de Análise de Conteúdo Temática (Bardin, 1977) e a uma análise quantitativa executada pelo software EVOC 2000 (Vergès, 1998).

A entrevista do tipo grupo focal foi utilizada como recurso para a obtenção de material discursivo, pois fornece dados para a compreensão das relações estabelecidas entre os atores sociais e a situação, possibilitando a compreensão do mundo de vida dos entrevistados.

O grupo focal é uma técnica que objetiva obter dados de natureza qualitativa, através de grupos de discussão. O número de componentes de cada grupo pode variar entre seis a 15 pessoas, que compartilham características comuns (Costa, 2004). Assim, foram formados três grupos focais de seis indivíduos do “Conviver para Melhor Viver” e três grupos focais com os participantes da Unati, totalizando 36 indivíduos entrevistados.

O critério de escolha dos sujeitos para a entrevista foi a acessibilidade dos mesmos. As entrevistas foram gravadas em fitas cassete, transcritas e processadas

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pelo software de análise quantitativa de dados textuais, o Alceste – Analyse Lexicale

par Contexte d‘um Esemble de Segments de Texte (Reinert, 1990).

3. RESULTADOS

O perfil socioeconômico dos dois grupos foi determinado segundo os critérios ABA/ABIPEME e, assim, os indivíduos dos grupos estudados foram classificados em estratos sociais, conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1

Organização das classes sociais, segundo critérios ABA/ABIPEME para os grupos Conviver e Unati, na cidade de Natal/RN, 2006.

A análise estatística utilizando o teste Qui-quadrado (agrupando as classes sociais A e B e as classes C, D e E) permitiu demonstrar que existe diferença estatística extremamente significativa (p<0,0001) da condição socioeconômica entre os grupos Conviver e Unati.

O delineamento das condições de saúde bucal vivenciadas pelos sujeitos da pesquisa considerou como variáveis o uso e necessidade de próteses, os tipos de próteses utilizadas, o acesso ao serviço odontológico, tipo de serviços utilizado, o motivo e a freqüência das consultas odontológicas (Tabela 2).

A análise do teste qui-quadrado para o uso regular de próteses totais superior ou inferior demonstrou que não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Entretanto, no item necessidade de prótese, observou-se que os sujeitos pertencentes ao grupo Conviver apresentaram necessidade de tratamento reabilitador, tanto no arco superior quanto no inferior, maior que o verificado nos indivíduos da Unati (OR= 17,1 para necessidade de prótese total superior; OR=40,6 para necessidade de prótese total inferior).

Os resultados referentes à freqüência de visitas ao dentista e ao motivo da consulta demonstraram que existe uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos, observando-se que a maioria dos sujeitos do grupo Conviver foi ao

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Tabela 2

Uso e necessidade de prótese, motivo da última consulta e freqüência de visita ao dentista, para os grupos Conviver e Unati, da cidade de Natal, RN, Brasil, 2006.

dentista pela última vez há mais de 3 anos e motivados pela dor de dente, enquanto que, para o grupo da Unati, a maioria dos sujeitos visitou o dentista há menos de 2 anos e o motivo principal da consulta foi preventivo.

*Estatisticamente significante; ** OR = razão de chance.

As condições de saúde bucal demonstram que estes sujeitos pertencem a uma geração que sofre as conseqüências de um modelo odontológico extracionista e elitista. Cabe finalmente ressaltar que os achados desta investigação assemelham-se aos dados coletados no Projeto SB 2003 e na Pesquisa Mundial sobre Saúde Bucal, realizada em 2003, que investigou o sistema de saúde de 71 países, e, no Brasil, foi desenvolvida sob a coordenação da Fundação Oswaldo Cruz.

O Teste de Associação Livre de Palavras resultou em 176 unidades de signi-ficado para o Grupo Conviver, e em 176 unidades de signisigni-ficados para o Grupo da Unati. Para cada uma delas foi calculada a OME – Ordem Média de Evocação, e, em seguida, essas unidades de significado foram agrupadas em 14 categorias para o Conviver e 12 categorias para a Unati, como mostram as Tabelas 3 e 4.

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Tabela 3

Associação das palavras para o estímulo “perdas dentárias”, por ordem de evocação, dos 60 idosos do grupo Conviver em Natal/RN, 2006.

OME=Ordem Média de Evocação.

Tabela 4

Associação das palavras para o estímulo “perdas dentárias”, por ordem de evocação, dos 60 idosos do grupo Unati em Natal/RN, 2006.

OME=Ordem Média de Evocação.

Calculou-se, também: a média das OME (MOME) para o grupo Conviver, obtendo-se 1,99; a feqüência intermediária (Fi) das palavras evocadas foi 13; e a freqüência mínima foi 11, e que o ponto de corte baseou-se no percentil 25 das evocações. No grupo da Unati, estes valores foram: 1,98 para a MOME; 22 para a Fi; 12 para a freqüência mínima.

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Os esquemas figurativos (Figura 1) foram baseados num gráfico de dispersão no qual o eixo das abscissas (x), que corresponde aos valores referentes às OME, e o eixo das ordenadas (y), aos valores da freqüência. Desse modo, cada evocação corresponde a um ponto no gráfico, o que sugere uma correlação positiva entre as variáveis, segundo o modelo proposto por Beaufils (1996). Ao se deslocar o eixo para o ponto que representa o valor de suas médias, ficam estabelecidos os quatro quadrantes que estão representados nos esquemas figurativos das Figuras 1 e 2.

Figura 1

Identificação dos possíveis elementos do Núcleo Central das Representações Sociais das “perdas dentárias” por idosos do Grupo Conviver da cidade do Natal/RN, 2006.

Figura 2

Identificação dos possíveis elementos do Núcleo Central das Representações Sociais das “perdas dentárias” por idosos do Grupo Unati da cidade do Natal/RN, 2006.

As evocações que figuram no quadrante superior esquerdo são as que mais provavelmente fazem parte do núcleo central; as que estão no quadrante inferior direito pertencem ao sistema periférico, enquanto as demais são con-sideradas intermediárias.

O material discursivo resultante das entrevistas de grupo focal foi transcrito e submetido à análise quantitativa através do software Alceste. O processamento do

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de Contexto Inicial), que correspondem ao material discursivo das seis entrevistas de grupo focal, com aproveitamento de 70,65% na composição das sete classes léxicas obtidas.

Assim, a classificação descendente hierárquica executada pelo Alceste ao tratar o material discursivo determinou sete classes temáticas pertencentes a ambos os grupos pesquisados, que podem ser observadas na Figura 3.

Figura 3

Perfil das Classes da análise do Alceste entre os idosos dos grupos estudados em relação às “perdas dentárias”, Natal/RN, 2006.

4. DISCUSSÃO

A riqueza e a diversidade das informações descritas sobre as perdas dentárias nos grupos Conviver e Unati apontam para representações sociais consensuais em relação às suas vivências com as mesmas. Tocam em aspectos particularmente próximos à existência pessoal de cada sujeito, sendo, então, conteúdos cheios de significados, mostrando distintas formas de processar a temática.

Observou-se que, na dimensão psicossocial, a boca ocupa um lugar de im-portância para as pessoas da terceira idade, que expressa através do sorriso os sentimentos de alegria, de sedução, além de também estar vinculada a uma idéia de sobrevivência e bem-estar pessoal. A boca desdentada, então, no processo de envelhecimento adquire significados que interdependem de fatores históricos, sociais, culturais, psicológicos e fisiológicos.

Assim, o núcleo central das representações sociais das perdas dentárias, para o grupo Conviver emergiu a partir do tema dificuldade de comer. Esta categoria evidencia a limitação imposta pelas ausências dentárias a uma condição essencial à vida. Esta dificuldade interfere na mastigação da comida, trazendo conseqüências negativas para a digestão, além de facilitar o aparecimento de determinadas doenças. O ato de comer pode retratar a satisfação de um desejo, o que estabelece uma relação entre a alimentação e o prazer, e, assim, os sujeitos encontram-se

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impelidos a suprimir seus desejos. Estes achados foram confirmados pelos discur-sos dos sujeitos através das entrevistas analisadas pelo Alceste e encontrados na Classe 5, como pode-se observar nos fragmentos abaixo:

“...tenho dificuldade pra comer, pra morder, pra comer uma maçã, eu coloco um pedaço pequeno, mas na hora de morder eu não consigo...” (J, grupo focal 2 - Conviver)

“...muito difícil comer, eu corto tudo bem cortadinho é o único jeito... e bem devagarzinho... não mastigo nada”. (M, grupo focal 1 - Conviver) Nesta fase da vida, o organismo naturalmente apresenta determinadas fragi-lidades, como reporta Beauvoir (1990), ao definir o envelhecimento como um processo progressivo de mudança desfavorável, geralmente ligado à passagem do tempo, tornando-se aparente depois da maturidade e desembocando invariavel-mente na morte, e que somadas à dificuldade de se alimentar comprometem a qualidade de vida.

À luz destas considerações, as dificuldades socioeconômicas cotidianas enfrentadas por estes sujeitos que pertencem às classes sociais D (média pobre), com 31,7%, e E (pobre), com 60%, repercutem na frustração de não ter acesso à prótese dentária, mostrando que uma parte significativa dos entrevistados não recebeu atendimento reabilitador, tornando mais sofrido o ato de comer.

A ausência dos dentes traduz-se ainda em um sentimento - a dor, elemento da centralidade da representação social apreendida por estes sujeitos. A dor enquanto sintoma biológico reflete uma condição individual e subjetiva com repercussão na qualidade de vida dos indivíduos, suscitando modos de enfrentamento e receio de um novo episódio. A análise dos discursos dos sujeitos realizados pelo Alceste (Classe 7) confirma e detalha estes achados, conforme as falas que se seguem:

“eu não agüentava a dor de dente e eu mandava arrancar, a gente não pode nem trabalhar.” (F, grupo focal 3 - Conviver)

“eu tinha muita dor de dente. Teve uma vez que eu extrai dois dentes...” (T, grupo focal 1 - Conviver).

As perdas dentárias também revelam toda uma história da relação do indivíduo com o acesso aos serviços de saúde, em que o modelo tradicional o expôs a uma prática que solucionou pontualmente a dor, sendo confirmados através do questionário, que apontou a dor em 60% dos casos como o motivo principal da

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última consulta ao dentista. Os indivíduos produzidos por este modelo têm que re-aprender a viver com as perdas dentárias, enfrentando dificuldades e tentando tornar esta nova e estranha situação algo familiar.

Os elementos periféricos estruturaram-se de forma a contextualizar ainda mais a convivência com as perdas dentárias. Neste sentido, o elemento periférico

dificuldade de adaptação à prótese, tema também identificado na análise do discurso,

através da Classe 3, representa uma resistência ao novo, pois o indivíduo traz consigo uma memória biológica e afetiva em relação aos dentes naturais. Ao ser exposto à inevitabilidade do edentulismo, o sujeito terá que se readaptar aos processos da mastigação, deglutição e digestão. O senso comum evidencia esta resistência ao novo, uma vez que no discurso social existe um conhecimento circulante a respeito das limitações impostas da prótese, que não devolve ao indivíduo a condição de saúde bucal advinda dos dentes naturais, fato que pode ter contribuído para que 46,7% dos indivíduos não fizessem uso de nenhum tipo de prótese superior e 66,7% de prótese inferior.

A dificuldade de falar representa mais um dos comprometimentos sentidos pelos

sujeitos em relação a uma boca desdentada, que, agregada ao núcleo central, representado pela dificuldade de comer e dor, trazem à tona o enfrentamento cotidia-no destes sujeitos com as múltiplas limitações impostas por uma prática odontológica mutiladora. Além da limitação fonética vivenciada através da dificuldade e, até mesmo, da impossibilidade de pronunciar corretamente as palavras, a categoria

dificuldade de falar adquire uma dimensão psicossocial ao impor ao sujeito uma

comunicação/expressão desfavorável. Sendo assim, a ausência dos dentes prejudica a interação social do indivíduo com o seu grupo e compromete substancialmente a sua qualidade de vida.

E, finalmente, para o grupo Conviver, a categoria tratamento, que também

constituiu o tema da Classe 6, resultante da análise dos discursos, emerge numa

tentativa de descrever a relação deste indivíduo com os serviços odontológicos e

com os outros meios encontrados por estes sujeitos para enfrentar as dores de dentes, o que se observa na seqüência dos discursos:

“Os dentes iam se furando, se furando, até que eu tive que tirar.” (FC, grupo focal 3 – Conviver)

“... a gente usava muito mato naquela época, usava o que o pessoal ensina-va no interior...” (E, grupo focal 2 – Conviver)

“Se doer você já sabe o que procura, né? Só Deus ou a benzedeira pra benzer.” (E, grupo focal 2 – Conviver)

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O núcleo central das representações sociais das perdas dentárias para o grupo Unati emergiu a partir do tema dificuldade socioeconômica, e confirmou-se através da análise do discurso identificado na Classe 4 (dificuldade de comer) e na Classe 1 (história odontológica). Pode-se observar que, embora este indivíduo da Unati tenha condições econômicas de utilizar uma prótese bem adaptada, o fato de ser desdentado pode lhe trazer desconfortos no seu ambiente social, sobretudo atualmente, em que o discurso hegemônico circulante o submete ao padrão dos dentes brancos e perfeitos.

Entretanto, ao não se enquadrar nesse padrão, por ser desdentado, o indivíduo pode estar sujeito à rejeição social e ao preconceito, e, provavelmente, esta inquietação o faz ter dificuldade em assumir-se desdentado, fato que faz emergir a categoria dificuldade socioeconômica como núcleo central.

Portanto, considerando que estes interlocutores pertencem a classes sociais privilegiadas neste país, classes A (rica) e B (média alta), poder-se-ia imaginar que as dificuldades socioeconômicas não seriam a motivação primeira para as extrações dentárias. Assim, quando falam das perdas dentárias, nesta dimensão socioeconômica, estes indivíduos as tratam como algo externo a eles e as remetem ao “outro”, demonstrando o árduo enfretamento psicossocial do grupo ao assumir-se também desdentado. Os fragmentos dos discursos extraídos da Clasassumir-se 1 explicitam esta situação:

“Eu acho que a falta de dentes é motivo de exclusão social...” (R, grupo focal 1 – Unati)

“...eu acho que não ter dentes exclui a pessoa, pois eu já vi muita coisa. É motivo de gozação.” (G grupo focal 2 – Unati)

“Uma pessoa banguela pra mim não aparenta ser uma pessoa normal, porque normal é com dente, não é verdade?” (N grupo focal 2 – Unati) Portanto, pode-se afirmar que o “outro” é aquele excluído social que, sem condições econômicas, não tem direito a uma assistência digna de saúde, nem acesso à educação, revelando uma estreita relação entre pobreza e estes direitos sociais. No caso específico da saúde bucal, a literatura confirma que o número médio de dentes presentes pode variar consideravelmente de acordo com fatores como escolaridade e renda (Pinto, 1993).

Assim, é possível que o desdentamento presente hoje nos sujeitos da Unati seja fruto de uma odontologia do passado, cujo caráter extracionista esteve assen-tado na teoria explicativa da infecção focal (Cunha, 1967). O grupo construiu

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para si um discurso permeado pelo conhecimento formal, no sentido de amenizar o significado social de ter seus dentes mutilados.

Portanto, o grupo da Unati elaborou uma justificativa para as perdas dentárias que pode ser encarada como uma teoria explicativa, oriunda do senso comum e que, em outra análise, pode ser corroborada pela ciência formal. Isso se justifica porque as representações sociais podem ser vistas como uma coleção de teorias populares diferentes, advindas do senso comum e do conhecimento cotidiano (Wagner, 1985).

A categoria estética, o outro constituinte do núcleo central da representação,

também foi encontrada nos discursos dos sujeitos através das entrevistas de grupo focal analisadas com o Alceste, na Classe 2, cujo tema foi a estética.

Esta categoria remete os sujeitos ao comprometimento do aspecto físico promovido pela mutilação dentária, que se constitui como manifestação da expressividade corporal vivenciada por eles internamente. As perdas dentárias assinalam mudanças físicas, biológicas e emocionais, uma vez que a ausência dos dentes produz uma auto-percepção de estranhamento bucal, de mudança de hábitos bucais e cotidianos (Reis & Marcelo, 2006).

A categoria estética permite, então, observar como estes sujeitos, assumem-se e enxergam-se desdentados, fazendo emergir a relação entre o feio/bonito. Esta relação é uma questão inerente ao processo de envelhecimento, e a ausência dos dentes acentua as linhas de envelhecimento e as rugas, deformando o rosto, e que pode-se observar nas falas abaixo:

“... mas quando eu coloquei (as próteses), os meus dentes não apareciam, a minha boca ficou funda, então é este o problema da estética.” (R grupo focal 1 – Unati)

“...o retrato depois que tira os dentes é horrível, eu fiquei com o rosto deformado.” (S grupo focal 2 – Unati)

“E por isso meu rosto está mais envelhecido, o lábio inferior baixou de-mais.” (C2 grupo focal 3 – Unati)

Mesmo o uso de prótese, que é um tratamento reabilitador, não consegue devolver a este sujeito a mesma conformação da face quando da presença dos dentes naturais. Outro fator que corrobora esta relação é que a maioria (90%) dos sujeitos participantes da investigação é do sexo feminino.

Este rosto envelhecido e deformado pelas perdas dentárias tem sido repre-sentado nas artes numa associação natural entre o envelhecimento e o

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desdentamento, fato confirmado por Wolf (1998) ao afirmar que o imaginário popular ainda contém a idéia de que a velhice significa ausência de dentes, bem ilustrado nas artes, literatura, pintura e fotografia em que o idoso é representado como indivíduo desdentado.

O único componente do sistema periférico encontrado para o grupo da

Unati foi a dificuldade de adaptação à prótese e encontra-se como elemento comum em

ambos os grupos, revelando uma relação de intersubjetividade entre os grupos Conviver e Unati. Assim, a dificuldade de adaptação à prótese também representa uma resistência ao novo, ao estranho, considerando a memória biológica e afetiva em relação aos dentes naturais. Portanto, o senso comum evidencia esta resistência ao novo, uma vez que assume o discurso social a respeito das limitações da prótese. Sendo assim, observa-se que os grupos desenvolvem formas específicas de produção de significados, ou seja, cada grupo social, dependendo da sua inserção no todo social e de suas relações com os outros grupos, desenvolvem formas específicas de estruturar suas Representações Sociais. Os sujeitos estudados, e inseridos em grupos sociais distintos, apresentam nos seus discursos, um amálgama de saberes que claramente demonstram as formas como eles enfrentam a proble-mática das perdas dentárias.

5. CONSIDERAÇÕESFINAIS

O estudo das representações sociais das perdas dentárias para os sujeitos dos grupos de idosos Conviver para Melhor Viver e Unati permitiu observar o cruzamento do saber científico com a realidade sociocultural para o fortaleci-mento da identidade e dos valores circulantes nos seus grupos de pertença, além de evidenciar a teia de significados em que estes sujeitos estão imersos.

As elaborações sobre as ausências dos dentes foram diversas, demonstrando sempre os prejuízos sobre a qualidade de vida e o bem-estar destes sujeitos, sejam mediadas pelas limitações biológicas/fisiológicas, pelos constrangimentos estéticos e os sociais, e pelas implicações psicológicas da condição de mutilado.

As perdas dentárias no grupo Conviver para Melhor Viver tiveram como constituintes do núcleo central da representação social e temas das classes na análise das entrevistas as categorias dificuldade de comer e a dor, demonstrando as limitações impostas pela prática odontológica mutiladora, que são acentuadas pela condição socioeconômica do grupo, fato confirmado pelos elementos periféricos dificuldade de falar e tratamento.

No grupo da Unati, as categorias que estruturam o núcleo central das representações sociais das perdas dentárias foram dificuldade socioeconômica e a estética, e parecem demonstrar a incapacidade do grupo em aceitar a condição imposta pelo edentulismo. Estas categorias constituíram temas das classes obtidas na análise

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dos discursos. Os sujeitos utilizam a categoria dificuldade socioeconômica, embora não vivenciem estas dificuldades socioeconômicas no seu cotidiano, no sentido de reportar ao “outro” o desdentamento e não a si mesmo, assumido o discurso hegemônico e justificando para si e para o grupo a sua condição de mutilado. A categoria estética tenta demonstrar como estes sujeitos enfrentam o seu meio social diante das limitações emocionais e físicas decorrentes das ausências dentárias. O elemento periférico dificuldade de adaptação à prótese, comum a ambos os grupos estudados, também constituinte de uma classe na análise das entrevistas, corresponde à interface entre o núcleo central e a realidade, garantindo a ancoragem das representações sociais na realidade do momento. Permite, ainda, a interação das experiências e histórias individuais, sobretudo ao evidenciar as dificuldades sentidas pelos sujeitos ao enfrentarem a novidade da prótese.

A contribuição deste trabalho está no sentido de oferecer dados sobre o modo de enfrentamento das ausências dentárias pelos sujeitos da terceira idade estudados, no intento de estimular a discussão sobre as repercussões das práticas odontológicas no ambiente social.

E, finalmente, pode-se apontar que estudos de natureza qualitativa, como os estudos em representações sociais para a área de saúde, permitem revelar uma realidade na perspectiva dos sujeitos sociais, contemplando as múltiplas facetas da realidade sociocultural.

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E F E R Ê N C I A S

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I B L I O G R Á F I C A S

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Ana Beatriz Azevedo Queiroz – EEAN/UFRJ Maria Helena Ruzany – NESA/UERJ Clemax do Couto Santanna HUCFF/UFRJ Pauline Lorena Kale – NESC/UFRJ Márcia Gomide – FM/UFC

Elaine Reis Brandão – NESC/UFRJ Kátia Vergetti Bloch – NESC/UFRJ Marisa Palácios – NESC/UFRJ

Carlos Eduardo Aguilera – NESC/UFRJ

Mônica Maria Ferreira Magnanini – NESC/UFRJ Claudia Medina Coeli – UERJ

Mônica Silva Monteiro de Castro – SMS - Belo Horizonte Saint Clair dos Santos Gomes Junior – COPPE/UFRJ Maria Inez Pourdeus Gadelha - INCA

Kenneth Rochel de Camargo Jr. – UERJ Fátima Palha de Oliveira – UFRJ Maria Lucia Bosi – NESC/UFRJ

Mônica Loureiro dos Santos – NESC/UFRJ Heloisa Pacheco-Ferreira – NESC/UFRJ Armando Meyer – NESC/UFRJ

Hermano Castro – ENSP/FIOCRUZ

Dilene Raymundo do Nascimento – Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ Ângela Porto – ENSP/FIOCRUZ

Márcia de Assunção Ferreira – EEAN/UFRJ Adriano da Rocha Ramos – NESC/UFRJ Angela Albuquerque Garcia – FM/UFRJ Marco Antonio Ratzsch de Andreazzi - IBGE Silvia Helena Menezes Pires – CENPEL/PETROBRAS Ivani Brusztyn – NESC/UFRJ

Maria de Lourdes Tavares Cavalcante – NESC/UFRJ Roberto Macoto Ichinose – COPPE/UFRJ

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Os Cadernos Saúde Coletiva publicam trabalhos inéditos considerados relevantes para a área de Saúde Coletiva.

SERÃO ACEITOS TRABALHOSPARA ASSEGUINTES SEÇÕES:

Artigos (resultantes de pesquisa de natureza empírica, experimental ou conceitual,

ou ensaios teóricos e/ou de revisão bibliográfica crítica sobre um tema específico; máximo de 25 páginas); Debate (a partir de apresentações orais em eventos científicos, transcritos e

sintetizados; máximo de 20 páginas); Notas (relatando resultados preliminares ou parciais

de pesquisas em andamento; máximo de 5 páginas); Opiniões (opiniões sobre temas

ligados à área da Saúde Coletiva, de responsabilidade dos autores, não necessariamente refletindo a opinião dos editores; máximo 5 páginas); Cartas (curtas, com críticas a artigos

publicados em números anteriores; máximo de 2 páginas); Resenhas (resenhas críticas de

livros ligados à Saúde Coletiva; máximo de 5 páginas); Teses (resumo de trabalho final

de Mestrado, Doutorado ou Livre-Docência, defendidos nos últimos dois anos; com nome do orientador, instituição, ano de conclusão, palavras-chave, título em inglês, abstract e

key words; máximo 2 páginas).

APRESENTAÇÃO DOS MANUSCRITOS:

Serão aceitos trabalhos em português, espanhol, inglês ou francês. Os originais devem ser submetidos em três vias em papel, juntamente com o respectivo disquete (formato .doc ou .rtf), com as páginas numeradas. Em uma folha de rosto deve constar: Título em português e em inglês, nome(s) do(s) autor(es) e respectiva qualificação (vinculação institucional e título mais recente), endereço completo do primeiro autor (com CEP, telefone e e-mail) e data do encaminhamento. O artigo deve conter título do trabalho em português, título em inglês, resumo e abstract, com palavras-chave e key

words. As informações constantes na folha de rosto não devem aparecer no artigo.

Sugere-se que o artigo seja dividido em sub-itens. Os artigos serão submetidos a no mínimo dois pareceristas, membros do Conselho Científico dos Cadernos ou eventual-mente ad hoc. O Conselho Editorial dos Cadernos Saúde Coletiva enviará carta resposta informando da aceitação ou não do trabalho.

A aprovação dos textos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos autorais de publicação nesta revista, a qual terá exclusividade de publicá-los em primeira mão. O autor continuará a deter os direitos autorais para publicações posteriores.

Caso a pesquisa que der origem ao artigo encaminhado aos Cadernos tenha sido realizada em seres humanos, será exigido que esta tenha obtido parecer favorável de um Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, devendo o artigo conter a referência a este consentimento, estando citado qual CEP o concedeu, e cabendo a responsabilidade pela veracidade desta informação exclusivamente ao autor do artigo.

• Formatação: Os trabalhos devem estar formatados em folha A4, espaço duplo, fonte Arial 12, com margens: esq. 3,0 cm, dir. 2,0 cm, sup. e inf. 2,5 cm. Apenas a primeira página interna deverá conter o título do trabalho; o título deve vir em negrito e os subtítulos em versalete (PEQUENAS CAPITAIS) e numerados; palavras estrangeiras e o que se quiser destacar devem vir em itálico; notas explicativas, caso existam, deverão vir no pé de página; as citações literais com menos de 3 linhas deverão vir entre aspas dentro do corpo do texto; as citações literais mais longas deverão vir em outro parágrafo, com recuo de margem de 3 cm à esquerda e espaço simples. Todas as citações deverão vir seguidas das respectivas referências.

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das em impressão de alta qualidade, e devem ser enviadas em folhas separadas e em formato .tif. As legendas deverão vir em separado, obedecendo à numeração das ilustra-ções. Os gráficos devem ser acompanhados dos parâmetros quantitativos utilizados em sua elaboração, na forma de tabela. As equações deverão vir centralizadas e numeradas seqüencialmente, com os números entre parênteses, alinhados à direita.

• Resumo: todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão ter resu-mo na língua principal (Resuresu-mo ou Resumen, de 100 a 200 palavras) e sua tradução em inglês (Abstract); os artigos em francês deverão ter resumo na língua principal (Résumé) e em português e inglês. Deverão também trazer um mínimo de 3 e um máximo de 5 palavras-chave, traduzidas em cada língua (key words, palabras clave, mots clés), dando-se preferência aos Descritores para as Ciências da Saúde, DeCS (a serem obtidos na página http://decs.bvs.br/).

• Referências: deverão seguir a Norma NBR 6023 AGO 2000 da ABNT. No corpo do texto, citar apenas o sobrenome do autor e o ano de publicação, seguido da página no caso de citações (Sobrenome, ano: página). No caso de mais de dois autores, somente o sobrenome do primeiro deverá aparecer, seguido da expressão latina ‘et al.’. Todas as referências citadas no texto deverão constar nas REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS ao final do artigo, em ordem alfabética, alinhadas somente à esquerda, pulando-se uma linha de uma referência para outra, constando-se o nome de todos os autores. No caso de mais de uma obra do mesmo autor, este deve ser substituído nas referências seguintes à primeira por um traço e ponto. Não devem ser abreviados títulos de periódicos, livros, locais, editoras e instituições.

Seguem exemplos de, respectivamente, artigo de revista científica impressa e veicula-do via internet, livro, tese, capítulo de livro e trabalho publicaveicula-do em anais de congresso (em casos omissos ou dúvidas, referir-se ao documento original da Norma adotada): ESCOSTEGUY, C. C.; MEDRONHO, R. A.; PORTELA, M. C. Avaliação da letalidade hospitalar do infarto agudo de miocárdio do Estado do Rio de Janeiro através do uso do Sistema de Informa-ções Hospitalares/SUS. Cadernos Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.7, n.1, p. 39-59, jan./jul. 1999. PINHEIRO, R.; TRAVASSOS, C. Estudo da desigualdade na utilização de serviços de saúde por idosos em três regiões da cidade do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v.15, n.3, set. 1999. Disponível em: <http://www.scielosp.org/cgi-bin/wxis.exe/iah/>. Acesso em: 2 jan. 2005.

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Referências

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