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Comparação do consumo alimentar e dietético em indivíduos com e sem câncer de tireoide não medular familiar de uma mesma família

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

CAMILA SOUZA COSTA DOS SANTOS

COMPARAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E DIETÉTICO EM INDIVÍDUOS COM E SEM CÂNCER DE TIREOIDE NÃO MEDULAR FAMILIAR DE UMA

MESMA FAMÍLIA

NATAL 2019

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CAMILA SOUZA COSTA DOS SANTOS

COMPARAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E DIETÉTICO EM INDIVÍDUOS COM E SEM CÂNCER DE TIREOIDE NÃO MEDULAR FAMILIAR DE UMA

MESMA FAMÍLIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do grau de Nutricionista.

Orientadora: Profa. Dra. Márcia Marília Gomes Dantas Lopes Co-orientadora: Profa. Dra. Camila Xavier Alves

NATAL 2019

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CAMILA SOUZA COSTA DOS SANTOS

COMPARAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E

DIETÉTICO EM INDIVÍDUOS COM E SEM CÂNCER

DE TIREOIDE NÃO MEDULAR FAMILIAR DE UMA

MESMA FAMÍLIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de

Nutricionista.

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Márcia Marília Gomes Dantas Lopes

Profa. Dra. Camila Xavier Alves

Ms. Aline Tuane Oliveira da Cunha

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Dedico esse trabalho a todos que travaram, junto de suas famílias, a batalha contra o câncer. Em especial, a inspiração dos meus dias, minha guerreira, Rosângela Souza Costa dos Santos, minha mãe.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, eu não poderia deixar de agradecer ao meu melhor amigo, a quem colocou as pessoas certas no meu caminho, me concedeu a sabedoria para buscar cada dia mais conhecimento e guiou meus passos até essa conclusão de trabalho, a Deus toda minha gratidão e amor.

Aos que me apresentaram o amor de Deus, me levaram nos braços quando eu ainda não podia caminhar, me educaram e apoiaram cada decisão que tomei com relação a minha vida profissional desde sempre, meus pais, Djailson e Rosângela, a vocês todas as minhas lutas serão travadas e por vocês eu tentarei ser melhor a cada dia.

Ao meu Irmão, Bruno, meu confidente e espelho de inteligência e discernimento, que nunca permitiu que eu me sentisse sozinha.

À minha avó materna, por acreditar que eu serei a melhor nutricionista do mundo.

Ao meu amor, João Carlos, pelo apoio, pela admiração, por comemorar comigo cada conquista, por ouvir todas as minhas reclamações, repor minhas energias e ser a dose diária de sorrisos extravagantes.

À família participante deste trabalho, pela disponibilidade e confiança na missão a mim conferida, para que tenham a certeza de que cada análise foi feita com amor em busca de melhoras na qualidade de vida deles e tantos outros.

Aos amigos fieis José Augusto, Janderson Pinheiro, Maria Eduarda Bezerra, Andressa Melo, Danna Calina, Tatiana Paes, Ana Francisca, Mariana Larissa e Diego Rabelo que em todas as etapas colaboraram para o desenvolvimento deste trabalho, e proporcionaram meus mais felizes momentos na graduação.

Á orientação que recebi como que um presente dos céus, a doçura e atenção da fantástica Márcia Marilia, para com todas as minhas dificuldades e medos, muito carinho terei sempre guardado por todo suporte nessa etapa tão delicada.

À minha xará e co-orientadora, Camila Xavier, por toda atenção, bondade, por disponibilizar tempo e energia tirando minhas dúvidas e melhorando cada vez mais a nossa obra construída.

Por fim, a todo o elenco de professores admiráveis que o curso de nutrição na UFRN tem, aos exemplos de profissionais e pelos conhecimentos que serão levados por toda vida o meu muito obrigada.

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“Em tudo amar e servir”. Santo Inácio de Loyola.

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SANTOS, Camila Souza Costa dos. Comparação do consumo alimentar e dietético em indivíduos com e sem câncer de tireoide não medular familiar de uma mesma família. 2019. 36f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.

RESUMO

Os casos de câncer têm crescido, sendo atualmente um grande problema de saúde pública. O carcinoma da glândula tireoide é a neoplasia maligna que ocorre com maior frequência dentro do sistema endócrino. Fatores dietéticos têm sido estudados a fim de prevenir o aparecimento e a progressão do carcinoma, sugerindo que a ingestão de certos micronutrientes pode trazer benefícios na diminuição do risco de câncer de tireoide. O objetivo desse trabalho foi comparar o consumo alimentar e dietético em indivíduos com e sem câncer de tireoide não medular familiar de uma mesma família. Participaram do estudo 5 pessoas, sendo 2 acometidos e 3 não acometidos. Os diagnosticados foram triados por médicos da Liga Contra o Câncer, no Rio Grande do Norte. Foi realizada a coleta de dados antropométricos e os dados de consumo foram coletados mediante a aplicação de dois recordatórios 24 horas, com intervalo de 30 a 45 dias, analisando energia, macronutrientes, fibra, cálcio, ferro, zinco, cobre, magnésio, selênio, vitamina C e D. Observou-se que houve uma tendência a um menor consumo energético no grupo dos acometidos sendo também inferior às recomendações. Ambos os grupos consumiram proteína e carboidrato acima das recomendações. Em relação aos micronutrientes, o consumo se encontrava dentro das recomendações apenas para o ferro em ambos os grupos, e para o zinco no grupo dos acometidos. Concluiu-se que o estudo não mostrou diferença estatística no consumo alimentar entre os grupos (p > 0.05), contudo foram encontrados valores abaixo das necessidades estimadas para macro e micronutrientes, especialmente no grupo dos acometidos com exceção da proteína, do carboidrato, lipídeo e ferro.

Descritores: Consumo de alimentos, Neoplasias da Glândula Tireoide, Avaliação nutricional, Nutrientes.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...09 2. OBJETIVOS...11 2.1. OBJETIVO GERAL...11 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...11 3. REVISÃO DA LITERATURA...12 3.1 CÂNCER DE TIREOIDE………...12

3.2 CARCINOMA NÃO MEDULAR FAMILIAR DE TIREOIDE………...13

3.3 CÂNCER DE TIREOIDE E NUTRIÇÃO…...…………...14

4. METODOLOGIA...16

4.1 POPULAÇÃO E DELINEAMENTO DO ESTUDO………...16

4.2 AVALIAÇÃO DE DADOS DE CONSUMO ALIMENTAR………..………...16

4.5 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO…...16

4.6 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL...17

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ………...17 5. RESULTADOS ………...18 6. DISCUSSÃO…...21 7. CONCLUSÃO…...23 REFERÊNCIAS...24 APÊNDICES...28

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1. INTRODUÇÃO

Câncer é a denominação para diversas doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Com rápida divisão, alta agressividade e difícil controle, determinando assim, a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. As diferenças nos tipos de câncer são correspondentes aos vários tipos de células do corpo. Quando iniciadas nos tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são denominados sarcomas, e quando nos tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, denominam-se carcinomas (INCA, 2019).

Os casos de câncer têm crescido no Brasil e no mundo, sendo atualmente um grande problema de saúde pública, considerando sua importância epidemiológica, econômica e social (BRASIL, 2011). A expectativa é de que até 2020, o impacto dessa doença na população mundial seja equivalente a mais de 17 milhões de casos, dos quais mais 342 mil deverão ser câncer de tireoide(IARC, 2014). Contudo, sabe-se que possivelmente um terço dos casos de câncer que ocorrem anualmente no mundo poderiam ser prevenidos (BRASIL, 2011).

Dentre as principais neoplasias malignas, representando cerca de 95% de todas as outras está o Carcinoma de tireoide, sendo também, o qual a incidência aumenta de forma mais frequente (LEITE; PIMENTA; TAVEIRA-GOMES, 2014). Identificado em anamneses por fatores como o desenvolvimento biológico, contato com irradiação previa e história familiar de câncer de tireoide (BRASIL, 2002).

No Rio Grande do Norte, o câncer da glândula tireoide acomete principalmente mulheres conforme dados do Registro Nacional de Câncer. Na Região Nordeste, este tipo de câncer ocupa a quinta posição, com uma taxa bruta de 7,55 por 100 mil habitantes. Ainda, segundo dados de 2018, ao considerar sexo e localização primária, as taxas brutas por 100 mil habitantes correspondem a 2,03 para homens e 9,38 para mulheres (BRASIL, 2018).

O carcinoma de tireoide pode ser classificado considerando a célula que o originou, sendo denominado de carcinoma medular da tireoide quando derivado de células parafoliculares e de carcinoma não medular da tireoide quando originado de células foliculares. Este, ainda, é subdividido entre papilar e folicular. A forma derivada de células foliculares ocorre, geralmente, de forma esporádica. Contudo, estudos recentes identificaram alterações genéticas que se relacionam com a presença de agregação familiar de carcinomas advindos de células foliculares da tireoide, sendo assim chamados câncer de tireoide não medular familiar (CTNMF) (LEITE; PIMENTA; TAVEIRA-GOMES, 2014).

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As formas familiares de CTNMF podem ser classificadas em sindrômicas e não sindrômicas. Quando sindrômica, ocorre como um integrante de uma das síndromes familiares de câncer (Adenomatosa familiar polipose, Síndrome de Gardner, Doença de Cowden, Complexo de Carney de tipo 1, Síndrome de Werner e Síndrome DICER1) das quais são conhecidos os genes de susceptibilidade. Quando não sindrômica pode ocorrer apenas um tipo de câncer (NOSÉ, 2011).

Diversos fatores justificam a participação do câncer na mudança do perfil de adoecimento da população brasileira. Dentre os quais podemos citar a maior exposição aos agentes cancerígenos, os atuais hábitos de vida associados ao trabalho, à alimentação e ao consumo, de modo geral, a exposição aos fatores ambientais advindos da mudança no estilo de vida das pessoas e do processo de industrialização cada vez mais intenso, entre outros fatores, como o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, a evolução da medicina e o uso de antibióticos e vacinas, a evolução dos métodos para se diagnosticar o câncer e a melhoria da qualidade e do registro da informação (BRASIL, 2011).

Dessa forma, fatores dietéticos têm sido estudados a fim de prevenir o aparecimento e a progressão do carcinoma, sugerindo que a ingestão ou suplementação de certos micronutrientes, especialmente cálcio e vitamina E, podem trazer benefícios na diminuição do risco de câncer de tireoide (EMAMI et al., 2017). O excesso de peso e a obesidade também são considerados fatores associados ao aumento do risco de CT, considerando os mecanismos envolvidos na inflamação (DOSSUS et al., 2017). É sugerido ainda que uma dieta rica em vegetais crucíferos no início da idade adulta poderia ter um impacto no desenvolvimento inicial de CT (ZAMORA-ROS et al., 2017).

Diante disso, o presente estudo busca identificar através da avaliação do consumo alimentar e dietético as possíveis relações no câncer de tireoide não medular familiar, objetivando a prevenção futura e auxilio no tratamento da doença, minimizando os danos causados pela mesma através da nutrição.

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2. OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:

 Avaliar o consumo alimentar e dietético em indivíduos com câncer de tireoide não medular familiar e de indivíduos da mesma família não acometidos pela doença.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Caracterizar os indivíduos biodemograficamente e mediante antropometria e composição corporal.

 Analisar o consumo alimentar e dietético de energia, carboidratos, lipídeos, proteínas, fibras, cálcio, ferro, zinco, cobre, magnésio, selênio, vitamina C e vitamina D.

 Comparar o consumo alimentar e dietético de indivíduos com câncer de tireoide não medular familiar e de indivíduos da mesma família não acometidos pela doença.

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 CÂNCER DE TIREOIDE

O carcinoma da glândula tireoide é reconhecido como a neoplasia maligna que ocorre com maior frequência dentro do sistema endócrino, costumando afetar de forma mais frequente o sexo feminino que o masculino, com a faixa de idade entre 25 e 65 anos. (LEITE; PIMENTA; TAVEIRA-GOMES, 2014).

Os tumores malignos da tiroide são raros e apresentam grande variedade nos quadros clínicos, em alguns, crescimento muito lento e compatíveis com a expectativa de vida normal, até aqueles com péssima evolução e que levam ao óbito em semanas ou meses. Originam-se de 3 tipos diferentes de células, as foliculares, as para–foliculares e as de origem não–tiroidiana. Nas foliculares, observa-se a maior frequência, responsável por cerca de 90% ou mais dos carcinomas tiroidianos. Os diferenciados são subdivididos em dois grupos, os papilíferos e os foliculares. Os indiferenciados ou anaplásicos constituem apenas 5% dos carcinomas tiroidianos. As células para–foliculares, são responsáveis pelos carcinomas tiroidianos medulares. As células de origem não–tiroidiana causam diversos tumores malignos da tireoide, com pouca frequência (MACIEL, 1998).

Para a classificação dos carcinomas de tireoide, são avaliados o tipo histológico, a idade e a denominação clínica do tumor. Juntas, estas informações permitem o agrupamento por estádios, que tem como objetivo estabelecer a extensão da doença, auxiliar na avaliação dos resultados do tratamento, facilitar a troca de informação entre os centros de tratamento e contribuir para a pesquisa contínua do câncer de tireoide (SOBIN; GOSPODAROWICZ; WITTEKIND, 2012).

Os casos de carcinomas diferenciados de baixo risco têm melhor resultado com o tratamento conservador, demonstrando em apenas 10% dos pacientes recidiva tumoral, em mais de dez anos de seguimento, e 2% podem vir a óbito por tumor tireoidiano. Entretanto, os casos de alto risco demonstram sobrevida de 10 anos, variando de 0% a 60%, sendo de grande importância os fatores de risco presentes em cada um dos casos (Brasil, 2002). Alguns estudos demonstram uma diminuição na taxa de mortalidade por câncer de tireoide no Brasil ao longo dos últimos 20 anos em ambos os sexos. Apesar dos resultados não identificarem os determinantes responsáveis por essa diminuição, uma possível explicação seria o aumento da sobrevida dentre os casos ao longo do período analisado (COELI et al., 2005).

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3.2 CARCINOMA NÃO MEDULAR FAMILIAR DA TIREOIDE

Para que o Carcinoma não medular familiar da tireoide (CTNMF) seja diagnosticado é necessário a identificação inicial com base na presença de dois ou mais parentes de primeiro grau afetados pelo câncer da tireoide (folicular, papilífero ou de células de Hürthle). Contudo, observa-se que a associação de carcinoma diferenciado da tireoide com síndromes familiares como a polipose adenomatosa familiar, doença de Cowden, complexo de Carney, como também a exposição a fatores ambientais conhecidos, por apresentar risco a predisposição a essa neoplasia invalidam esse diagnóstico. Estima-se que a cada dois membros da família que são afetados por CDT há uma chance significativa de que este câncer tenha uma origem familiar e uma menor chance de que aconteça de forma esporádica. Contudo, quando três ou mais membros da família são afetados, existe aproximadamente 100% de chances de esta doença ser de origem familiar (SANTOS; MELO; ASSUMPÇÃO, 2007).

Para os familiares de primeiro grau de pacientes afetados pelo CTNMF, seria importante a realização de investigação tiroideana ultrassonográfica inicialmente e, se não encontrada alteração, numa freqüência regular a cada 1 ou 2 anos. Isso levaria a uma detecção mais precoce do tumor e, consequentemente, melhor evolução (MALCHOFF, 2006).

Um estudo realizado por Uchino (2002) ao investigar a incidência e as características de famílias CTNMF não acometidos até aquele momento, identificou um ou mais nódulos presentes em mais da metade dos participantes, devido a isso recomenda-se que, pela alta incidência de neoplasia neste grupo estudado que todos os parentes de primeiro grau de pacientes com CTNMF devam realizar investigação ultrassonográfica da tiroide.

As formas familiares de CNMT não ocorrem de forma frequente, estimando-se que sejam responsáveis por 1 a 6,3% de todos os casos de carcinoma da tiroide. Contudo, a verdadeira incidência da associação familiar de CNMT ainda não é conhecida, entretanto, pode-se observar que quando 3 ou mais membros familiares são envolvidos, especialmente na ausência de história de exposição a agentes carcinogêneos da tiroide, a existência de uma causa genética de CNMFT é praticamente certa (LEITE; PIMENTA; TAVEIRA-GOMES, 2014).

O CNMFT costuma ter um comportamento biológico identificado com maior agressividade e uma taxa de reincidência superior quando comparado com o carcinoma esporádico. Os fatores que interferem com maior frequência na agressividade tumoral são a

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bilateralidade, a idade mais precoce de surgimento, multifocalidade, envolvimento ganglionar, tumores de maiores dimensões, invasão de tecidos moles peritiroideus, invasão vascular e maiores taxas de recorrência e de mortalidade (MAZEH; SIPPEL, 2013).

Contudo, Ito et al. (2010) ao analisar pacientes com CPT esporádico e com variante familiar verificaram que não houve diferenças entre idade de aparecimento, tamanho tumoral, invasão extratiroideia, envolvimento ganglionar, metástases e mortalidade entre CNMFT e esporádico. Verificando apenas diferenças relativas à multifocalidade e taxa de recorrência, cuja possível associação seja através das a abordagens terapêuticas mais limitadas.

As divergências de opinião na literatura podem se derivar do fato de se tratar de uma neoplasia rara e de excelente prognóstico em geral, o que significa que é necessário acumular conhecimentos profundos durante anos (MAZEH; SIPPEL, 2013).

3.3 CÂNCER DE TIREOIDE E NUTRIÇÃO

A associação entre alimentação e o câncer de tireoide, especialmente com relação ao iodo da dieta, está frequentemente presente em estudos realizados por muitos autores. Horn-Ross e cols (2001) identificaram um fator de proteção advindo da ingestão elevada de iodo, no desenvolvimento de câncer papilífero entre mulheres com baixo risco de desenvolvimento desse tipo câncer, contudo não identificou esse resultado no grupo das que apresentavam outros fatores de risco (exposição à radiação, histórico familiar, história de bócio ou nódulo tireoidiano benigno).

Entretanto, Bosetti e cols. (2001), em um estudo de meta-análise, observaram a não associação entre o alto consumo de peixes com o aumento do risco de câncer tireoidiano, o que poderia demonstrar influência favorável nas regiões onde a deficiência de iodo é corriqueira. O padrão de variação entre as regiões observado também não parece estar relacionado às variações da disponibilidade de iodo no meio em que vivem.

Outros possíveis fatores de risco são relacionados ao peso corporal e a obesidade, devido a associação dos mesmos a um aumento modesto no risco de CT, e os mecanismos que envolvem a inflamação. Considerando que o tecido adiposo secreta centenas de adipócitos, dentre os mais estudados a leptina, responsável pela regulação de importantes processos biológicos como apetite, sensibilidade à insulina, termogênese, oxidação de ácidos graxos e imunocompetência. Devido a isso, estudos identificam uma possível associação negativa do risco de CT com níveis circulatórios pré-diagnósticos de adiponectina em

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mulheres (DOSSUS et al., 2017).

Em pacientes com CMT identificou-se também uma diminuição de vários micronutrientes. Um baixo nível sérico de cálcio, vitamina D e E, e zinco foram observados, em comparação com os indivíduos saudáveis. A ingestão alimentar e / ou suplementação de micronutrientes, especialmente cálcio e vitamina E, pode ser benéfica na redução do risco de câncer de tireoide (EMAMI et al., 2017). A vitamina E constitui o antioxidante lipossolúvel com poder mais efetivo encontrado na natureza, e importante fator de proteção contra a peroxidação lipídica nas membranas celulares e na circulação sanguínea (Rock et al.,1996).

O consumo de frutas e vegetais também é considerado um provável protetor contra o risco geral de câncer, mas não se observou associações com o câncer de tireoide diferenciado, papilar ou folicular especificamente (ZAMORA-ROS et al., 2017).

Shen et al. (2015) identificou uma associação significativa entre os níveis séricos de Selênio, Cobre e Magnésio com câncer de tireoide, observando baixos níveis séricos de Selênio e Magnésio, considerando que a deficiência de Magnésio pode estar associada à inflamação e / ou aumento dos níveis de radicais livres e que em animais a deficiência d o mesmo apresenta susceptibilidade aumentada ao estresse oxidativo in vivo. Além disso, com relação ao Cobre identificou-se níveis séricos mais elevados do que os controles saudáveis. Considerando que esse micronutriente é o interruptor que ativa o processo de angiogênese nas células tumorais. Sendo também, cofator da superóxido dismutase, que previne o aparecimento e a progressão de tumores através de mecanismos de proteção celular contra a produção de radicais livres.

Um estudo realizado por Fildman, et al., (2014) traz a importância da vitamina D e das diversas vias de sinalização envolvidas na proliferação celular, diferenciação, apoptose, inflamação, invasão, angiogênese e metástase. Mostrando assim, a interferência que pode vir a causar no desenvolvimento e o crescimento do câncer. Mostrando ainda que baixos níveis circulantes de 25 (OH) D, associados com a localização, a dieta e a exposição solar estão associadas a um maior risco de incidência de câncer e piores conclusões, apesar de muitos estudos que não demonstram associações serem encontrados.

No entanto, observa-se controvérsias nos estudos, alguns relatam não encontrar relação entre os níveis séricos de 25(OH) D e risco de mortalidade (VILLASEÑOR et al., 2013;CHLEBOWSKI, 2013) enquanto outros sugerem que elevados níveis de 25(OH)D (>75nmol/L) reduzem a mortalidade de mulheres com câncer de mama (MAALMI et al., 2014).

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4. METODOLOGIA

4.1 POPULAÇÃO E DESENHO DO ESTUDO

Estudo transversal, de caráter descritivo, realizado em adultos e idosos com diagnóstico de CTNMF, identificados com base da presença de dois ou mais parentes de primeiro grau afetados pelo câncer da tireoide (folicular, papilífero ou de células de Hürthle) e seus respectivos familiares de 1º e 2º grau não acometidos pela doença. A amostra foi composta por uma família, englobando um total de 8 indivíduos. Dos quais 5 concordaram em participar. Os que possuíam o diagnóstico de CTMN foram triados pela equipe médica do hospital Liga Contra o Câncer (LIGA), no estado do Rio Grande do Norte, que estão enquadrados nos critérios de inclusão e exclusão. Os indivíduos foram agrupados considerando o acometimento pela doença, faixa etária e o sexo. A obtenção dos dados realizou-se mediante aplicação de formulário específico (APÊNDICE A). O estudo foi submetido ao o Comitê de Ética em Pesquisa da Liga Norte-riograndense contra o Câncer, nº. 860.934 com o CAAE: 36183214.0.0000.5293 (Anexo 1). O termo de consentimento livre esclarecido (TCLE) foi assinado por todos os participantes (Anexo 2).

4.2 AVALIAÇÃO DE DADOS DE CONSUMO ALIMENTAR

Para tornar possível a avaliação do consumo alimentar e dietético dos participantes aplicou-se dois recordatório 24 horas (R24h) (APÊNDICE B), com intervalo de 30 a 45 dias, a análise da composição química dos alimentos foi realizada com o auxílio do software Diet Smart 2.0. Para fins de análise, foram considerados os valores energéticos, dos macronutrientes, fibras e micronutrientes (cálcio, ferro, zinco, cobre, magnésio, selênio, vitamina C, vitamina A e vitamina D). A base de dados primária estabelecida foi a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), com inclusão de alimentos fontes de vitamina D, retirados da United States Departament of Agriculture (USDA) e adicionados como rótulos no software. Os resultados foram avaliados de acordo com os valores de referência da Dietary References Intakes (IOM, 2005, 2011).

4.5 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO

As medidas de peso e estatura foram mensuradas conforme as técnicas recomendadas pela World Health Organization (WHO). Para a tomada de peso foi utilizada

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balança digital da Welmy Modelo®, modelo W 200/50 com capacidade de 200kg e precisão de 100g. A estatura foi mensurada com um estadiômetro vertical fixado na parede reta com precisão de 1mm.

A classificação do IMC para adultos foi realizada de acordo com os pontos de corte estabelecidos pela WHO (2004); e para os idosos foram utilizados os pontos de corte propostos por Lipschitz (1994). A circunferência da cintura foi aferida no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca, com fita métrica inelástica da marca TBW (São Paulo, SP, Brasil), sendo classificada segundo as diretrizes da OMS (2011).

4.6 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Para a composição corporal foi realizada bioimpedância (BIA). Os parâmetros de R (Ω) e Xc (Ω), foram obtidos utilizando o analisador de composição corporal Quantum II® (RJL Systems, Clinton Township, EUA) com uma frequência elétrica única, segura e indolor (50 kHz). Este método tetrapolar foi aplicado com o indivíduo em posição supina. Quatro eletrodos autoadesivos foram colocados: dois na superfície dorsal da mão direita e dois na superfície dorsal do pé direito, conforme descrito por Lukaski et al. (1986.). Com os parâmetros obtidos pela BIA, calculou-se o percentual de massa gorda (% MG) e de massa livre de gordura (% MLG), mediante equação estabelecida com dados do III National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III), através do recurso Interative Online BIA do site da RJL Systems e os resultados classificados segundo LOHMAN, et al. (1997).

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística foi realizada observando a distribuição dos dados em uma curva normal usando o teste de Shapiro-Wilk. As variáveis quantitativas com distribuição normal foram expressas como média e desvio padrão, e as variáveis que não atenderem ao modelo gaussiano foram apresentadas como medianas e intervalos interquartis. Diferenças nas variáveis contínuas entre os grupos foram avaliadas com teste T. Os dados dietéticos foram ajustados pela variabilidade intrapessoal (Teste Anova) e pela energia (regressão linear). Em todos os casos, um p <0,05 foi considerado significativo. A análise estatística foi realizada com o pacote estatístico © GraphPad Software (versão 7.0; 2017, Inc.).

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5. RESULTADOS

A amostra inicial de 8 participantes foi comprometida devido ao não comparecimento a coleta de 3 indivíduos, sendo assim, participaram do estudo 5 membros da mesma família, adultos e idosos com diagnóstico de CTNMF e seus respectivos familiares de 1º e 2º grau não acometidos pela doença. Destes, dois eram acometidos, do sexo feminino e média de idade de 72 anos, sem desvio padrão por se tratar de irmãs gêmeas. O grupo dos não acometidos foram representados por indivíduos do sexo masculino e idade média de 28,67 (14,15) anos.

Tabela 1. Características biodemográficas da população estudada.

PARÂMETROS ACOMETIDOS n= 2 NÃO ACOMETIDOS n = 3 Média (DP) Média (DP) IMC (Kg/m²) 28,91 (5,70) 32,61 (5,53) Idade (anos) 72,00 (0,0) 28,67 (14,15) Peso (Kg) 72,97 (13,10) 98,02 (17,75) Altura (cm) 159,00 (1,41) 173,33 (4,73) Perímetro da cintura (cm) 97,00 (8,49) 99,63 (16,50) Gordura corporal (%) 36,30 (8,27) 34,80 (2,09) Massa livre de gordura (%) 63,70 (8,27) 65,20 (2,69)

Ao analisar o IMC e o perímetro da cintura, observa-se valores médios acima dos padrões de referência, classificando os pacientes acometidos pela doença com sobrepeso e os não acometidos com obesidade, e ambos com risco elevado para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, respectivamente (OMS, 2011). Os valores percentuais para a gordura corporal nos acometidos para os não acometidos encontram-se na classificação de muito alta, considerando que o valor adequado para o indivíduo saudável, segundo sexo masculino seria de 10 a 20% e para o sexo feminino de 15 a 25% (LOHMAN, et al., 1997).

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Tabela 2. Consumo de energia, macronutrientes e fibras pela população estudada. PARÂMETROS ACOMETIDOS n=2 NÃO ACOMETIDOS n=3 P VALOR Energia (kcal) 914 (801-948) 1915 (1260–2592) 0.055 Carboidrato (g) 170,28 (168,59 – 183,18) 172,00 (150,21– 178,30) 0.670 Lipídeo (g) 50,47 (48,51 – 55,42) 51,00 (44.07– 56.25) 0.670 Proteína (g) 88,26 (77,97 – 94,14) 101,12 (73,78–125,48) 0.390 Fibra (g) 15,20 (8,91 – 21,77) 16,26 (15,17–19,81) 0.830

Análises realizadas pelo teste Mann- Whitney (p < 0,05); Valores representados em mediana (intervalo interquartil).

Observa-se que o consumo energético foi menor no grupo dos acometidos e inferior as recomendações para a faixa de peso e idade (FAO/OMS, 2001). Com relação às proteínas, o valor recomendado é de 0,66g/kg/dia (DRI, 2006), entretanto ambos os grupos obtiveram valores acima das recomendações. Em referência ao carboidrato, tanto os valores observados no grupo dos acometidos e dos não acometidos, foram maiores do que os valores de referência para a faixa etária e sexo, que seria de 100g/dia. Quando observada a ingestão de fibras, houve uma baixa ingestão em ambos os grupos.

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Tabela 3. Consumo de micronutrientes pela população estudada. PARÂMETROS ACOMETIDOS n=2 EAR* NÃO ACOMETIDOS n=3 EAR** Cálcio (mg) 559,16 (317,26) 1000 405,26 (69,84) 800 Ferro (mg) 8,65 (3,94) 5 9,14 (2,36) 6 Zinco (mg) 9,50 (4,72) 6,8 8,69 (0,82) 9,4 Cobre (mg) 0,18 (0,09) 0,7 0,14 (0,04) 0,7 Magnésio (mg) 238,32 (54,26) 265 237,61 (53,65) 350 Selênio (mcg) 10,63 (9,10) 45 13,81 (1,29) 45 Vitamina C (mg) 42,67 (45,04) 60 37,57 (16,49) 75 Vitamina D (UI) 207,87 (172,99) 400 146,08 (87,13) 400 Valores representados por média (desvio-padrão);

*Valores de EAR para o sexo feminino; ** Valores de EAR para o sexo masculino;

Foram também avaliados os micronutrientes na alimentação, e com isso foi possível observar que o consumo se encontrava dentro das recomendações apenas para o ferro em ambos os grupos, e para o zinco no grupo dos acometidos. Todos os outros micronutrientes apresentaram-se abaixo da recomendação em ambos os grupos. Os valores de referência foram para indivíduos saudáveis, pois os acometidos foram previamente submetidos à procedimento cirúrgico para retirada do tumor.

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6. DISCUSSÃO

No Brasil e no mundo tem sido observado um crescimento nos números de casos de câncer, configurando assim um grande problema de saúde pública (BRASIL, 2011).

Esse crescimento pode possivelmente, ser justificado pela maior investigação medica atual e a maior acessibilidade aos exames diagnósticos. Além dos conhecidos fatores de risco, como a exposição à radiação ionizante e nódulos tireoidianos benignos, recentemente, estudos tem voltado as atenções para os fatores que podem ser modificados, como estado nutricional, obesidade e os hábitos alimentares(ENEWOLD, et al., 2009)

Vucenik e Stains (2012), verificaram o excesso de peso e a obesidade dentre os determinantes principais da incidência e prevalência de câncer. Identificando ainda, que uma quantidade relevante de casos de câncer poderia ser evitada diante da manutenção do peso saudável, da adoção da manutenção do peso e adoção de hábitos de vida saudáveis (alimentação quali e quantitativamente equilibrada e atividade física). Esse dado corrobora com o apresentado no presente estudo o qual a amostra apresenta inadequação na composição corporal e risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares elevado.

O consumo energético verificado no grupo dos acometidos apresenta-se semelhante ao observado por Venturini et al. (2015), os quais revelaram um percentual de inadequação de ingestão calórica significativamente maior no sexo feminino, mostrando que mais da metade das mulheres possui um consumo de calorias abaixo do valor energético total para o sexo e a faixa etária. Sendo a dieta dos homens mais calórica do que a dieta das mulheres. Apesar da baixa ingestão calórica observada na população acometida pela doença estudada, verifica-se valores acima dos padrões de referência para IMC, PC, gordura corporal, reforçando a relação entre câncer e excesso de peso.

Na literatura encontra-se a relação entre o ganho de peso excessivo e a obesidade na idade adulta, associados também a ingestão de nitrito e nitrato possuem relação com o aumento de risco de câncer de tireoide. Contudo, um efeito protetor é encontrado no consumo adequado de frutas, legumes e peixe, apesar disso, não existe ainda um consenso para a contribuição ou inibição do câncer de tireoide advindos dos fatores dietéticos (KITAHA, et al., 2012).

Com relação aos resultados da adequação dos micronutrientes, um estudo mostra a alta prevalência de inadequação na ingestão de cálcio, sódio, magnésio, vitaminas E, D, A e C em todas as regiões do Brasil, para a população adulta. Nessa pesquisa, foi identificado também a região Nordeste com principais prevalências de inadequação do zinco e ferro, este

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último principalmente entre as mulheres (ARAUJO, 2013). No presente estudo, não foi encontrado ingestão abaixo do recomendado de ferro nos dois grupos, contudo com relação ao zinco observa-se um consumo menor que os valores de referência para os não acometidos. O zinco realiza um papel indispensável em diversas vias de sinalização intracelulares, está presente na síntese de proteínas, DNA e RNA, é cofator de diversas enzimas. Além disso, a deficiência desse micronutriente pode acontecer em diversos tipos de câncer, considerando as às alterações nos transportadores de zinco e em níveis intracelulares (GUMULEC et al., 2011; PLUM et al., 2010).

Ainda com relação aos micronutrientes, ao também avaliar o cálcio sérico pré-operatório, zinco e vitaminas D e E em pacientes acometidos e não acometidos com câncer de tireoide, Emami, et al., 2017, constatou que uma diminuição de diversos micronutrientes nos pacientes diagnosticados, com valores significativamente baixos nos níveis séricos, sugerindo que a ingestão alimentar e ou suplementação de cálcio e vitamina E, podem trazer benefícios na diminuição do risco de câncer de tireoide. No presente estudo foram encontrados valores de cálcio abaixo da recomendação. Sabe-se da sua relevância no metabolismo ósseo, apresentando-se essencial para diversas funções, como coagulação sanguínea, atividade neuromuscular e contrações musculares, incluindo cardíacas, sua absorção acontece no intestino com o auxílio da vitamina D (VADILLO, 2011). Nesse trabalho também é encontrado um consumo inferior aos valores de referência para vitamina D, que os autores Fildman, et al., (2014), trazem que a mesma apresenta envolvimento na sinalização da proliferação celular, diferenciação, apoptose, inflamação, invasão, angiogênese e metástase, demonstrando um potencial de interferência no desenvolvimento e crescimento do câncer.

A literatura mostra ainda, em Garofolo (2004), a alimentação como fator de proteção para o desenvolvimento de vários tipos de câncer. Entretanto, o estudo não foi capaz de identificar completamente os nutrientes específicos, responsáveis pelos mecanismos anticarcinogênicos, trazendo ainda a importância de mais estudos, principalmente, no âmbito nacional, afirmando a necessidade de aplicação de inquéritos prospectivos, da validação, padronização e uso frequente dos questionários, para gerar maior confiabilidade dos resultados para elucidação do papel da dieta no desenvolvimento do câncer.

O estudo encontrou ainda um consumo menor que as recomendações para os micronutrientes cobre, selênio e magnésio para os dois grupos, esses resultados são associados em outros estudos a uma diminuição da ação regulatória sobre o sistema imunológico, podendo acarretar disfunções imunológicas e aumento na suscetibilidade a infecções (CUNNINGHAM et al., 2005; SINGH, 2005; KEUSCH, 2003).

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7. CONCLUSÃO

Este estudo não mostrou diferença estatística para os macronutrientes entre os acometidos e não acometidos. Porém, observou-se diversos valores abaixo das necessidades médias estimadas para macro e micronutrientes em ambos os grupos, com exceção da proteína, do carboidrato, lipídeo e ferro.

Neste sentido, a pequena amostra, a falta de participação da família por completo, os micronutrientes que poderiam ser acrescidos à análise e não foram, como iodo e a ausência da análise especifica das frações lipídicas, apresentam-se como limitações, assim como a ausência de acometidos do sexo masculino e de não acometidos do sexo feminino, se tratando de um tipo especifico de carcinoma que acomete majoritariamente indivíduos do sexo feminino. Acrescido a isso, está também as dificuldades em comparar os nossos resultados com os de outros estudos, devido à escassez de trabalhos avaliando o consumo alimentar e dietético em indivíduos com esta patologia e da mesma família.

Pela especificidade com que trata o diagnóstico, o estudo é relevante para a atenção que precisa ser voltada aos casos familiares de carcinoma não medular familiar da tireoide, possibilitando assim que os familiares não estejam expostos aos mesmos fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Além de apresentar como indispensável o acompanhamento com o profissional nutricionista no período pré e pós o desenvolvimento da doença, realizando intervenções nutricionais nesse grupo, para detectar a mudança nos hábitos alimentares diárias e uma possível dietoterapia para reduzir riscos associados à alimentação.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Formulário caracteristicas biodemográficas e antropometricas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

Análise do Carcinoma Familial Não Medular de Tiroide em famílias do Rio Grande do Norte FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS

Data da coleta: _____/_____/_____ Código de identificação: ______________________ Nome completo: _________________________________________________________ Escolaridade: ___________________________________________________________ Endereço completo: _______________________________________________________ ________________________________________________________________________ Telefones para contato: _____________________________________________________ Data de Nascimento: _____/_____/_____ Idade (anos): _______________________ Peso (kg): _________________________ Altura (m): _________________________ IMC (kg/m2): ______________________ Classificação: _______________________ CA (cm): _______________ R (Ohm): _______________ Xo (Ohm): ______________ %MM: _________________ %MG: _________________ %ACT: ________________ DCT ________DCB ________ DCSe ________DCSi_________ Observações:

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APÊNDICE B – Recordatório 24 horas (24R)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

Análise do Carcinoma Familial Não Medular de Tiroide em famílias do Rio Grande do Norte RECORDATÓRIO 24H nº1

Refeição Horário Alimento/preparação Quantidade

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ANEXOS

ANEXO 1: Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

LIGA NORTE RIOGRANDENSE CONTRA O CÂNCER DEPARTAMENTO DE ENSINO, PESQUISA

E EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

Natal, 06 de Novembro de 2014. Parecer Consubstanciado Nº. 860.934

CAAE: 36183214.0.0000.5293

Protocolo de Estudo: “Análise do Carcinoma Familial Não Medular de Tireoide em famílias do Rio Grande do Norte”.

Pesquisador Responsável: Dr. Luís Eduardo Barbalho de Mello Documentos presentes e analisados:

 Carta de Submissão;

 Carta de Responsabilidade;  Proposta do Projeto;

 Folha de Rosto;  TCLE;

 Carta de Anuência da LIGA;

 Carta de aceite para participar esta pesquisa- Laboratório Médico de Patologia Dr. Getulio de Oliveira Sales;

 Carta de aceite para participar desata pesquisa - Laboratório As Bases Genéticas dos Tumores da Tireoide – UNIFESP;

 Ficha de Coleta de Dados.

Parecer: Estabelecer alguma semelhança gênica entre membros acometidos em uma mesma família, objetivando responder questões frequentemente suscitadas por pacientes portadores

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dessa doença e sugerir orientações, propondo um aconselhamento terapêutico nessa situação, pois não se encontra abordagem dessa natureza descrita na literatura médica. Serão estudados pacientes com diagnóstico confirmado de carcinoma familial não medular da tireoide e que apresentam pelo menos três casos confirmados de doença na família em primeiro grau. Os dados clínicos serão coletados em entrevistas com os pacientes pelo autor do estudo na Clínica de Cirurgia de Cabeça e Pescoço - Natal/RN e os dados de prontuários serão anotados em formulários específicos para esse fim e mantidos em sigilo. Critério de Inclusão: Todos os pacientes submetidos à tireoidectomia por carcinoma familial não medular da tireoide, a partir de janeiro/1996 a dezembro de 2013. Não haverá restrição de gênero, idade, co-morbidade ou uso de medicação. Critério de Exclusão: Não há critérios de exclusão para este estudo. Objetivo Primário: Traçar o perfil molecular de pacientes com carcinoma familial não medular de tireoide assistidos na Cidade de Natal/RN. Objetivo Secundário: Rastrear os familiares de primeiro grau desses pacientes; Investigar alterações nos locus de suscetibilidade ao CFNMT já descritos na literatura, dosagens laboratoriais séricas de tiroglobulina e exames histopatológicos dos casos; Analisar o seguimento pós-cirúrgico: recorrência, metástases, intervalo livre de doença e sobrevida global; Selecionar casos negativos para as alterações genéticas descritas para busca de novas alterações genéticas por meio de WSG (do inglês, Whole Genome Sequencing). Riscos: As dificuldades esperadas são aquelas presentes em estudos que envolvem a participação e colaboração de pessoas, como por exemplo, a possibilidade de descontinuidade por parte de alguns pacientes. Além disso, fatores como atraso e onerosidade são esperados. Quanto ao procedimento de coleta sanguínea, poderá surgir algum pequeno hematoma no local da punção de uma das veias antecubitais, o qual será tratado com aplicações do medicamento Hirudoid Gel™ sob a responsabilidade do médico Luis Eduardo Barbalho de Mello. Benefícios: Não há benefício direto para o voluntário (e/ou familiares). Trata-se de um estudo experimental para verificar a presença de alterações em genes candidatos, as quais podem levar ao desenvolvimento de carcinoma de tireoide. Somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício. Tem sido observado dentre os pacientes submetidos à tireoidectomia total por carcinoma não medular de tireoide, a ocorrência de um expressivo número de casos de coincidentes em membros de uma mesma família. Algumas delas com mais de três familiares afetados pelo mesmo tipo histopatológico. Isso tem gerado grande expectativa e ansiedade entre os parênteses em primeiro e segundo grau. Para esse estudo, serão incluídos todos os pacientes submetidos à tireoidectomia por carcinoma familial não medular da tireoide, a partir de janeiro/1996 a dezembro de 2013. Não haverá restrição de gênero, idade, co-morbidade ou

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uso de medicação. Esses pacientes serão contatados por telefone para saber se terão interesse em participar do estudo e ainda fornecendo informações sobre o acometimento de outros membros da família com a mesma patologia. Os dados clínicos serão coletados em entrevistas com os pacientes pelo autor do estudo na Clínica de Cirurgia de Cabeça e Pescoço - Natal/RN e os dados de prontuários serão anotados em formulários específicos para esse fim e mantidos em sigilo. A coleta de lâminas e blocos de parafina, com respectivos laudos para confirmação diagnóstica de CFNMT será realizada no Laboratório Médico de Patologia Dr. Getulio de Oliveira Sales, Natal/RN. O DNA será extraído de sangue periférico dos pacientes. O Heredograma será elaborado pelos investigadores com a supervisão do Laboratório As Bases Genéticas dos Tumores da Tireoide - UNIFESP. Portanto, este Comitê de Ética da Liga Norte Riograndense após reunião realizada em 04/11/2014, expressa o seu parecer a este estudo como APROVADO.

Informações ao pesquisador: segundo a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP, através do Manual Operacional para Comitês de Ética em Pesquisa, e resolução nº 466/2012 do CNS, o pesquisador responsável deverá:

1. Entregar ao sujeito da pesquisa uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE, na íntegra, por ele assinada;

2. Desenvolver a pesquisa conforme foi delineada no protocolo aprovado;

3. Apresentar ao CEP/LNRCC eventuais emendas ou extensões ao protocolo original, com justificativa;

4. Apresentar ao CEP/Liga relatório parcial (a cada 6 meses) e final após conclusão da pesquisa.

OBS: Informamos também que nenhum dos pesquisadores envolvidos no estudo participou e também não aprovou ou expressou sua opinião através de procuração a membros do CEP para análise, aprovação ou não, dos documentos referidos.

(33)

ANEXO II: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para o participante

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO VOLUNTÁRIO: _____________________________________Idade: ______ (anos)

Investigador Principal: Luís Eduardo Barbalho de Mello

Co-investigadores: Janete Maria Cerutti (UNIFESP), José Brandão Neto (UFRN)

Pesquisadores envolvidos: Fernando José Pinto de Paiva (Clínica de Cirurgia de Cabeça e Pescoço), Ana Maria de Oliveira Ramos (UFRN), Adriana Bezerra Nunes (UFRN) e Sancha Helena de Lima Vale (UnP), Érika Urbano de Lima (UNIFESP) e Ileana G.S. Rubió (UNIFESP).

Estas informações estão sendo fornecidas de maneira clara e simples para sua participação voluntária neste estudo. Portanto, leia este termo com atenção e pergunte aos pesquisadores responsáveis sobre quaisquer dúvidas, sempre que considerar necessário. Após a leitura, caso concorde voluntariamente em participar, assine-o.

Este estudo tem por objetivo estudar os genes (material genético; DNA) envolvidos no carcinoma familiar da tireoide não medular em pacientes e familiares possivelmente afetados, além de correlacionar tais dados com os diferentes fenótipos (características clínicas) da doença.

A tireoide pode apresentar várias doenças e uma delas é o câncer de tireoide. Quando a tireoide é examinada (palpação) e apresenta alguma massa, nódulo ou aumento da glândula há necessidade de uma ecografia da glândula (pescoço) e outros exames laboratoriais com finalidade diagnóstica.

Assim, é importante o exame de sangue, no qual o material genético

(DNA) será examinado pelos pesquisadores acima mencionados, para a identificação de possíveis genes associados ao câncer da tireoide familiar não medular.

Para o exame, coletam-se 10 ml de sangue, obtido através de punção de veia do antebraço. A coleta de sangue é um procedimento de rotina e não apresenta riscos à saúde. Algumas vezes pode ocorrer o aparecimento de um pequeno hematoma no local da punção o que se resolve espontaneamente em alguns dias.

No caso de voluntários apresentarem material genético (DNA) com mutações, poderá ser sugerido um plano terapêutico, como a retirada cirúrgica da glândula tireoide, cirurgia esta

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que recebe o nome de tireoidectomia. Após a cirurgia é necessário fazer o acompanhamento para termos certeza de que a glândula afetada foi retirada e para evitar que a doença reapareça. Assim, são realizados diversos exames de sangue, urina e ultrassom do pescoço que vão nos mostrar se sobrou algum resto de tireoide afetada pela doença.

Dado que este tipo de carcinoma pode ser transmitido de forma hereditária, no caso do material genético (DNA) de voluntários apresentar a mutação (câncer de tireoide), deverá ser revelado aos familiares o risco de eles também apresentarem a mutação. Não há benefício direto para o voluntário (e/ou familiares). Trata-se de um estudo experimental para verificar a presença de alterações em genes candidatos, as quais podem levar ao desenvolvimento de carcinoma de tireoide. Somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício.

É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na Instituição.

Todas as informações obtidas sobre cada voluntário (e/ou seus familiares) para este estudo serão analisadas em conjunto e consideradas confidenciais, não sendo reveladas para outros, que não sejam os pesquisadores envolvidos. Dados que possam identificar o voluntário (e/ou seus familiares), como nome, serão mantidos em um arquivo separado das demais informações do estudo. O material biológico (sangue) e todas as demais informações sobre o voluntário (e/ou seus familiares) serão identificados somente por números.

Apesar de todos os cuidados para manter a informação sobre o voluntário confidencial, existe o risco que informação perceptível (como o fato de o voluntário ter câncer, ou de ter risco de ter câncer ou outra doença) possa ser descoberta ou inferida por seus familiares. Da mesma forma o próprio voluntário pode descobrir ou inferir sobre dados de seus familiares.

É importante também ressaltar que os resultados e/ou informações (Identificados somente por números) serão compartilhados com pesquisadores de outros centros colaboradores para um melhor entendimento desta doença no Brasil.

O voluntário tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas, quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores. Não há despesas pessoais para o voluntário em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa. Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos propostos neste estudo (nexo causal comprovado), o voluntário tem direito a tratamento

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médico na Instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos pesquisadores responsáveis pelo estudo para esclarecimento de eventuais dúvidas. O investigador principal é Luís Eduardo Barbalho de Mello, que pode ser encontrado na Clínica de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Rua Apodi, 471, Tirol, Natal/RN através dos telefones (84) 3211-4141 ou 999828365 (adui@uol.com.br) e, se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da LIGA Norte-rio-grandense Contra o Câncer (LNRCC) – Rua Dr. Mário Negócio, 2267, Quintas – Natal/RN ou pelo telefone (84) 4009-5494.

Comprometemo-nos em utilizar os dados, as amostras de sangue e os resultados obtidos somente para esta pesquisa. Todavia, há que se ressaltar que haverá estocagem de amostras de material biológico (sangue) e o pedido de permissão para o seu uso futuro deverá ser submetido e aprovado pelo CEP – LIGA Norte-rio-grandense Contra o Câncer.

Eu acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo: Pesquisa Molecular do Carcinoma da Tireoide. Eu discuti com os pesquisadores responsáveis sobre a minha decisão em participar neste estudo. Ficaram claros para mim quais são os objetivos, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de armazenamento de dados e materiais biológicos, e de esclarecimentos permanentes sobre estudos futuros. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

________________________________________RG: ___________________ Assinatura do voluntário / representante legal Data ____/____/_____

____________________________________________

(36)

Assinatura da testemunha Data ____/____/_____

Para os casos de voluntários menores de 18 anos, analfabetos, semianalfabetos ou portadores de deficiência auditiva ou visual.

(Somente para o responsável pelo estudo)

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo.

RG: ____________

____________________________________ Assinatura do responsável pelo estudo. Data ____/____/_____

Referências

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