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DE
GRADUAÇAO
EM
ENFERMAGEM
PRoMovENDo
0
AUTDCUIDADD
À
MULHER
NA
PREVENÇÃO
Do
CÃNCER
cERv1co-UTERIND
E
DE
OMAMA,
ATRAVES
DA
so(:1AL1zAÇÃo
Do
SABER
EM
SAÚDE
E
Do
CUIDAR
EM
ENFERMAGEM
Trabalho de Conclusão de
curso apresentadoao
Departamento
de
Enfermagem
da
Universidade Federal_
de Santa
Catarina,para obtenção
do
Título
de Enfermeiro
Orientadora:
Olga Regina
ZigelliGarcia
Supervisora: Rosita Sônia Trilha
Ç
A
águia
empurrou
osfilhotes
para
a
beira
do
ninho.Seu coração
trepidava
enquanto
sentiaa
resistência deles.“Por que
será
que a
emoção
de
voar precisa
começar
com
o
medo
de
cair?
pensou.
Como
na
tradição
da
espécie,seu
ninho
localizava-seno
altodo
rochedo
escarpado.
“Será
possível
que,dessa
vez
não
dará
certo?
”,pensou.
A
despeito
de
seus
medos,
a
águia sabia
que
era
tempo.
Sua
missão
materna
estava
praticamente
terminada.
Restava
uma
última
tarefa:o
empurrão.
Enquanto
os filhotes
não
descobrissem suas
asas,não
havia
objetivoem
suas
vidas.Enquanto
não
aprendessem
a
voar,não
compreenderiam o
privilégiode
ternascido
águia.O
empurrão
era
o
maior
presente
que
águia
mãe
tinha
para
lhe dar.E
por
isso,um
a
um,
elaos
empurrou,
e elesvoaram.
Foi
um
tempo
de muitas experiências comuns,um
tempo
em
queaprendemos
a
compartilhar indagações, ea
certeza de encontrar respostas.E
a
cada
resposta encontrada,o
impulsopara
novas perguntascomo
uma
força
que
nos levaa
entender ea
experimentarmais
intensamenteo
aprendizadodo
doce mistérioda
vida.A
DEUS:
Aquele que sempre
esteve presenteem
nossosmomentos
de estudos e reflexões, guiando-noscom
sua luz divinaa
cada
etapa alcançada, simplesmenteOBRIGADA.
Pedimos
orientaçãopara
alcançarmos
a
vitória,coragem para
enfrentarmos os obstáculos, sabedoria
para
criar e humildadepara
prosseguir.AOS
PAIS:
O
eterno agradecimentopor
todos osmomentos
de
nossas vidas, nos quais estiveramsempre
presentes, nos impulsionando nosmomentos
mais
di`fíceis ecompartilhando as nossas alegrias.
Sem
sua ajudanão
teriamoschegado
até aqui!Dedicamos
este trabalhoà
vocês.À
FAMÍLIA:
Pela compreensão
nosmomentos
de ausência e incentivopara
conclusão destajomada.
À
ORIENTADORA
oLGA.~
Por
nos
fazer sentir profissionais, valorizandocada
atuaçãodo grupo
ereforçando
sempre
a
importânciade
nossa profissão.Colocou-nos
no caminho
e nos fez percebero
valor de nosso trabalho.Mais
do
que orientadora,uma
amiga
estimável,mulher de
muitos valores eopiniões formadas.
Tudo
quepodemos
lhe dizer éOBRIGADA,
mais
uma
vez.incomparável.
Por
nos
dar oportunidadespara
atuar,sempre
orientando, auxiliando e nos transmitindo segurança.'
Obrigada
à
você, querida Rose!Certamente nos encontraremos pelos “bailes
da
vida Estarássempre
presenteem
nossos corações.AOS
QUE
CON
T
RIB
UÍRAM
PARA
O
DESEN
VOL
VIMEN
T
O
DO
TRABALHO:
A
vocêLÚ,
que nos recebeucom
carinho e quenos
ajudou tanto nestetempo
que convivemos juntas.T
omou-se
especialpor
seu descontraído jeitode
ser,deixando
a
certeza deuma
grande
amizade.Às
clientes que nos permitiram aperfeiçoar nossas práticas e nossos conhecimentos.À
todas as pessoas que colaborarampara
que os nossos objetivosfossem
alcançados.AOS
AMIGOS:
Existem
amigos
de muitas maneiras, aqueles que vão, aqueles que ficam;amigos
visíveis e invisíveis, os queagem
escondidosou
às claras, os quefalam ou
calam, aqueles
que
escondem
ou
tenegam a
mão.Enfim
vários amigos.Porém
agradecemos
à
todos, querendo-oscomo
verdadeiros amigos.p. 1.
INTRODUZINDO
O
TEMA
... ..09
2.ESTABELECENDO
os OBJETIVOS
... .. 15 2.1.OBJETIVO
GERAL
... .. 15 2.2.OBIETIVO
ESPECÍFICO
... .. 15 3.REVISANDO
A
LITERATURA
... .. 163.1.
ANATOMIA
DO
SISTEMA
REPRODUTOR
FEMININO
SEGUNDO
DÃNGELO
E
FATTINT
... ... _. 16 3.1.1.SISTEMA
REPRODUTOR
FEMININO
... ..1ó 3.1.2.FISIOLOGIA
DO
MECANISMO
DE PROTEÇÃO VAGINAL
SEGUNDO SMELTZER
E
PARE
... .. 213.1.3.
DOENÇAS
CERVICO-UTERINAS
... ..22
3.1.4.
CÂNCER
CERVICO-UTERINO
... .. 313.1.5.
TECNICA
PARA COLETA DE MATERIAL
DO EXAME
PREVENTIVO
DE PAPANICOLAU
... ..34
3.2.
ANATOMIA
DAS
GLÃNDULAS
MAMÁRIAS
... ..39
3.2.1.
TNCIDÊNCIA
DE
CÂNCER DE
MAMA
... ..4o
3.2.2.FATORES
DE
RISCO
... .. 413.2.3.
MANTFESTAÇÕES
CLINICAS
... ..43
3.2.4.
FISIOPATOLOGIA
... ..49
3.2.5.
EXAME
CLÍNICO
DAS
MAMAS
... ._ 514.2.1.
SER
HUMANO
... ..óó
4.2.2.MEIO
AMBIENTE
... _.67
4.2.3.AUTOCUTDADO
... ._67
4.2.4.ENFERMAGEM
... .. ós 4.2.5.SAÚDE
... ..ó9 4.2.6.EDUCAÇÃO
... ..7o
4.3.
A
TEORIA
DO
DÉFICIT
DO
AUTOCUIDADO
... .. 724.4.
A
TEORIA
DOS
SISTEMAS
DE
ENFERMAGEM
... ._ 734.5.
O
PROCESSO
DE
ENFERMAGEM
... .. 745.
ESTABELECENDO
As
AÇÕES METODOLÓGICAS
... ..77
5. I
.ASPECTOS
GERAIS
DO
CAMPO
DE
ESTÁGIO
... ._ 775.2.POPULAÇÃO
ALVO
... .. 785.3.PLANO
DE AÇÃO
... ..79
ó.I=AzENDO
O
CRONOGRAMA
... .. S47.DESCREvENDO
OS
RESULTADOS
DOS
OBJETIVOS
PROPOSTOS
... .. S5S.
DESCREVENDO
As
AÇÕES
REALIZADAS
E
NÃO
PROPOSTAS
NO
PROIETO
... ..97
9.
CONCLUINDO
O
TEMA
... .. 101Io.
FAZENDO
As
RECOMENDAÇÕES
... _. 10411.
CITANDO ABIELIOGRAPIA
UTILIZADA
... ..11oANEXOS
1.
INTRODUZINDO
O TEMA
Segundo
a Revista da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Pastore (1997), muitos estudostêm
abordado a temática câncer cérvico- uterino e demama,
trazendo dadosque
nosfazem
refletir sobre a extensão e gravidade dessa problemática mundial.Este tipo de câncer é
denominado
câncer ginecológicocompreendendo
asneoplasias localizadas
no
colo e corpo uterino, ovários, vulva, vagina e trompas.As
neoplasias malignas demama
têm
sido incluídasno
grupo ginecológico, por serconsiderada
uma
glândulado
sistema reprodutor. Neste grupo de neoplasiaspredomina
o
câncer demama em
todoo mundo,
seguidoem
ocorrênciado
câncer de colo uterino( Silveira, 1987).
Após
os tumores de pele, o câncer demama
é otumor
mais freqüentemente diagnosticadono
mundo
ocidental e o segundoem
mortalidade, ultrapassado somente pelo câncer de pulmão.No
Brasil o câncer demama
é vistocom
grande freqüência,diferentemente
do que
ocorre nos paises desenvolvidosonde
a tendência éo
diagnóstico precoce das lesões pequenas; a maioria dos pacientes apresenta grandes lesões tumoraise poucas chances de cura definitiva. Apesar da doença avançada muito se
pode
oferecer a estes pacientes, visto serum
tumor
que apresentaum
alto índice de resposta ao tratamento oncológico,mesmo
no
estádio metastático. (Lebarbenchon, 1998)No
Brasil, o câncer demama
é, juntamentecom
o carcinomado
colodo
útero, as neoplasias mais
comum em
mulheres.Em
1993,aproximadamente
114.000novos
casos foram diagnosticadosem
nosso país, sendo a doença responsável por 40.000 óbitos. (Lebarbenchon, 1998)Estima-se
em
35.000 onúmero
de casosnovos
para cada anono
Brasil,sendo
0
segundotumor
maligno mais incidenteem
mulheres (Sasse, 1999).Também
em
nível nacional, os óbitos por câncer demama
representam16%
da mortalidade por neoplasia maligna,ou
2,3%
de todas as causas de morte entre mulheres.Na
regiãosudeste-sul, o câncer de
mama
é a maior causa de morte por neoplasia. Estes dados,combinados
com
oaumento
de expectativa de vida ao nascer, alertam paraum
problema
deSaúde
Pública (Garcia, 1994).Em
Santa Catarina, segundo registrosdo
Centro de Estudos e Pesquisas Oncológicas (CEPON
), datados de 1996, o câncer que apresentou maior ocorrência foio
demama:
291 casos, sendo que36%
de casos registrados totalizados ocorreramno
sexo feminino, a idademédia
de ocorrências é aos 54 anos.Nos
Estados Unidos, 7 a9%
de todas as mulherescom
idadeacima
de 35 anosque
morrem
são portadoras de câncer mamário.A
maior incidência é após os40
anos de idade, muitoembora
os casos esporádicos sejam relatadosem
pacientes de até 13 anos.Dos
fatores de risco, certamente a história familiar positiva para o câncer demama
é o maior, aliado àmenarca
precoce emenopausa
tardia, nuliparidade e dieta ricaem
gorduras. (Lebarbenchon, 1998)Segundo Lebarbenchon
( 1998) a mortalidade pelo câncerde
colo uterinotem
decaído consideravelmente nos paises desenvolvidos nos últimos anos, graças aoaumento
significativo de casosem
que o
mesmo
é diagnosticado precocemente e,em
sua maioria, nas fases pré-malignas.
A
disseminaçãodo
exame
citológico de Papanicolau,sem
dúvida alguma, foi o principal responsável por esta redução, não só pela sua eficácia, mas,também,
pela facilidadedo
seuemprego
e por seu baixo custo.O
mesmo
autor citaque
já na maioria dos paises subdesenvolvidos, o usoorientação populacional,
concorrem
para que este tipo detumor
apresente elevada mortalidade.O
câncer de colo uterino, juntamentecom
o câncer demama,
é otumor
mais freqüente na mulher brasileira, sendouma
incidência superior aaproximadamente
20%
quando comparada
a todas as outras neoplasias malignas.Em
certas regiões,como
no
nordeste, a incidência é mais elevada.De
acordocom
dadosdo
CEPON
-
SC,no
ano de 1996,o
câncer de colo de útero aparececom
135 casos(16%)
sobre o total de casos de câncer registradosdo
sexo feminino, sendo maior na idademédia
de46
anos.Segundo
fontesdo
Ministério da Saúde, dentre as neoplasias malignas, o câncer cérvico-uterino e demama
constituem as principais causas de óbito na população feminina de 15 anosou
mais, oque
vem
a ser ratificado por Sardenberg (1996) équando
afirma
que o
câncer demama
no
Brasilmata
5.950 mulheres por ano.Este tipo de câncer se constitui
numa
enfermidade progressiva iniciadacom
transformações neoplásicas intra-epiteliais que
podem
evoluir paraum
processo invasor,num
periodo que varia de 10 a20
anos. (Souen,1992)Neoplasia deve ser entendida
como
um
“crescimento novo”,uma
massa
anormal de tecido, cujo crescimento é desordenado e excede ado
tecido normal,persistindo de maneira excessiva,
mesmo
após a parada dos estímulos quedesencadeiam a alteração. Este crescimento depende de fatores inerentes ao hospedeiro,
como
estado nutricional, imunitário, influência de hormônios, entre outros. (Murad
eKatz, 1996)
Pelas
normas
técnicasdo
controle de câncer cérvico-uterino e demama
do
Brasil (1986), “toda mulher, independente da idade
em
que inicia a atividade sexual (após primeira relação sexual) deve realizarexame
colpocitológico periodicamente”.Esta periodicidade é estabelecida segundo classes de resultados
como
segue:Classe III, IV, V: controle trimestral
com
controle médico;Classe Il: controle anual;
Classe I: controle anual, até dois
exames
consecutivoscom
Classe I.Após
estes dois
exames
controle trianual.As
atividades de saúde relacionadas à prevençãodo
câncer ginecológicotêm
por objetivo a diminuiçãodo
índice da morbi-mortalidade causada pelomesmo.
Para
Lebarbenchon
(1998), assimcomo
em
outros tipos de tumores,devemos
dar ênfase à prevenção primária ao câncer de colo uterino, que tantosofrimento causa às mulheres por ele acometidas,
mas
de tão fácil prevenção, desde queuma
ampla campanha
de saúde pública seja realmente deflagrada pelas autoridades desaúde.
A
prevenção deve ser feitano
plano coletivo e individual , o que já deantemão põe
em
evidência os inúmeros problemas que advirão de tais ações, do ponto de vista particularou
público ecomo
resolvê-las. Para o tratamento do câncer ginecológico,como
de qualquer neoplasia maligna, é de fundamental importância o diagnóstico precoce e as medidas terapêuticas adequadas.Importante ressaltar que a grande incidência de câncer ginecológico e os
altos índices de morbi-mortalidade
tem
sido relacionadoscom
a falta de conhecimentodo
corpo, à falta da realizaçãodo
auto-exame,bem
como
à insuficiente freqüência a consulta ginecológica.Oliveira (1996, p.
60
~
61), durante o desenvolvimento de seu trabalho, de conclusão de curso, junto à mulheres que procuraram os serviços de preventivo de câncerde
Florianópolis, salientaque
“as 103 clientes atendidasquando
indagadas sobrea razão de não realizarem o auto-exame apesar de
conhecerem
e estarem orientadas arespeito”, responderam na sua grande maioria que:
“-
Medo
de
achar algo ruim. " “-Não
conƒiavamno
auto-exame.” “- Esquecem. ”“-
Não
sabe dia certode
fazer.”“-
Confiam
mais
no exame
realizadopor
um
profissional. ” “-O
profissional de saúde sabe mais.”“-
Quem
procura, acha.”"-
Tem
dúvidasna
realizaçãodo
exame.”A
autora sugere, baseada nestas respostas, a necessidade de se rever a formacomo
são feitas as orientaçõesdo
auto-exame demama.
Kamers
eRamos
(1997)em
seu trabalho de conclusão de curso, cujo objetivo foi prestar cuidado deenfermagem
à mulherna
prevençãodo
câncer ginecológico a partir de experiências vivenciadasnum
Serviço de Preventivo de Câncer Ginecológico de Florianópolis, relataram que duranteo
desenvolvimento de seutrabalho,
72%
das 181 mulheres atendidasconheciam o
auto-exame demama
mas
não o praticavam rotineiramente.Tal fato, aliado ao
aumento
alarmante da incidênciado
câncer ginecológico,nos levou a pensar na importância de
um
trabalho educativo junto à mulher, objetivandoo
autocuidado à saúde, ressaltando que nossa motivaçãoem
desenvolverum
trabalho na área da saúde da mulher iniciou a partir de experiências vivenciadasno
curso,no
cuidado a esta clientela.
Baseados
nos dados da literaturaque
mostraram a importância e eficiência da prevençãodo
câncer ginecológico na redução de sua incidência,optamos
por realizarum
trabalhoque
visa, através de nossos conhecimentos e habilidades, contribuir para a prevenção e detecçãodo
câncer ginecológicoem
estágios precoces, pormeio
de ações educativas que estimulem à mulher a adotar condutas depromoção
à saúde.Para tanto, escolhemos
como
base teórica omodelo
de DorothéaOrem,
poispensamos
que omesmo,
através de ensino de autocuidado, adapta ao objetivo básico de nosso projeto,ou
seja, a prevençãodo
câncer ginecológico, por acreditarmos que amulher
ao receber e incorporar as orientaçõesque levam
à ações adequadas para seu autocuidado,têm
possibilidade de manter epromover
sua saúde,tomando-se
também
2.
ESTABELECENDO
OS OBJETIVOS
2.1.
OBJETIVO
GERAL
Prestar cuidado de
Enfermagem,
atravésdo
ensinodo
autocuidado à mulher na prevençãodo
câncer ginecológico, a partir de experiências vivenciadas na Policlínicade Referência Regional I de Florianópolis,
fimdamentado
nos princípiosda
teoria deDorothéa
Orem.
2.2.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
>
Conhecer
a estrutura fisica, operacional e normativado Programa
de prevenção de câncer cérvico-uterino e de-mama
da Policlínica e sua inserçãoem
todo OSUS.
>
Vivenciar a assistência prestadano programa
de prevençãodo
câncer cérvico- uterino e demama.
>
Desenvolver ações educativas à grupos de mulheres daGrande
Florianópolis,visando prestar orientações sobre a prevenção
do
câncer ginecológico.>
DesenvolverO
nível de conhecimento das mulheres atendidas, quanto às ações de prevençãodo
câncer ginecológico.>
Avaliar periodicamente O desenvolvimentodo
projeto.>
Buscar aprofundamento teórico-prático a respeitodo
câncer cérvico-uterino e de3.
REVISANDO
A
LITERATURA
3.1.
ANATOMIA
DO
SISTEMA
REPRODUTOR
FEMININO
SEGUNDO
DANGELO
E FATTINI
(1991)
3.1.1.
SISTEMA
REPRODUTOR
FEM1N1No
3.1.1.1.
oRGÃos
EXTERNOS;
~ ~
VULVA:
Os
órgaos reprodutores femininosextemos
saoem
conjunto conhecidoscomo:
vulva,no
qual inclui omonte
pubiano, os grandes lábios, ospequenos
lábios,o
clítoris, as glândulasdo
vestíbulo eo
hímen.MONTE
PUBIANO:
É
uma
elevação mediana, anterior à sínfise púbica econstituída principalmente de tecido adiposo. Apresenta pêlos espessos (pêlos pubianos) após a puberdade,
com
distribuição `caracten'stica.GRANDES
LÁBIOS:
São duas pregas cutâneas, alargadas, que delimitamentre si
uma
fenda, a rima;após
a puberdade apresentam-se hiperpigmentadas ecobertas de pêlo,
embora
suas faces internas sejamsempre
lisas e glabras(sem
pêlos).PEQUENOS
LÁBIOS:
São
duas pequenas pregas cutâneas localizadasmedialmente dos grandes lábios.
Na
idade adulta, a pele que os recobre é lisa,úmida
evermelha.
Ficam
escondidos pelos grandes lábios, exceto nas crianças ena
idade avançada,quando
os lábios maiorescontém
menos
tecido adiposo e consequentementemenor
volume.No
espaço entre os pequenos lábios e o vestíbuloda
vagina, encontram-se
o
óstioextemo
da uretra, o óstio da vagina e os orificios dos ductos das glândulasvestibulares.
_
CLITÓRIS:
Como
no
sexo masculino, são formadas por tecido erétil,homólogo
do
pênis,ou
mais exatamente, dos corpos cavemosos. Possui duas extremidadesfixadas
ao ísquio e ao púbis-
raízesdo
clitóris,que
depois sejuntam
formando o
corpodo
clitóris, e que termina poruma
dilatação-
a glandedo
clitóris.A
glande
do
clitóris é visívelno
localonde
se funde anteriormente os pequenos lábios.O
clitóris, e mais particularmente sua glande, é estrutura extremamente sensível e ligada à
excitabilidade sexual feminina.
GLÃNDULAS
vEsT1BULAREsz
sâd
em
número
de duas, situadasprofundamente e nas proximidades
do
vestíbulo da vaginaonde
seabrem
seus ductos.Durante
o
coito são comprimidas e secretammuco, que
serve para lubrificar a porçãoinferior
da
vagina.HÊVIEN:
É
delgada prega demembrana mucosa
vascularizada que separa a vaginado
vestíbulo.Pode
estar inteiramente ausenteou pode
revestiro
orificio vaginal (conhecidocomo
hímen
imperfurado). Anatomicamente,nem
a ausêncianem
a presençado hímen
podem
ser consideradocomo
critério para a virgindade.(Kamers
eRamos,
1997).PERÍNEO:
O
períneo é a região inferior da pelve delimitada anteriormenteda sínfise pubiana, anterolateralmente pelos
ramos
inferioresdo
púbis e pelastuberosidades isquiáticas, e, posteriormente pela extremidade
do
osso cóccix .Quando
as coxas estão totalmente abduzidas, o períneo
assume
aforma
deum
losango, epode
ainda ser divididoem
regiões anterior e posterior, poruma
linha feita entre astuberosidades isquiáticas.
O
triângulo anteriorda
linha échamado
de triângulo urogenital econtém
os órgãos genitais externos.O
triângulo posterior à linha éo
triângulo retal que
contém
o ânus.As
estruturas perineais são, as vezes, rompidas durante o parto.O
rompimento pode
estender-se ao oriñcio vaginal posteriormentedeliberadamente feita
no
períneo imediatamente antes dapassagem do
feto através da vagina. Esta incisão (episiotomia) , pemiite abertura suficiente para passar a criança,minimizando
assim as lesõesdo
períneo.FIGURA
1-
GENITÁLIA
EXTERNA
uv:
-«Z/= '.,‹ - »-; _- Monte de Vénus I. 'f ¬‹ _›~¶›,â/f;/ -\.f2%›,-E' ' mz fzf,fÍf\~ 1.ty
¡. ry, , \*':Í''Ú
¡ i ~ H Prepúcio -vi' z i ' ff' cmóns ) Pequeno lábio Me8iO U|'ináI'i0 Introito vaginal » Fm :Í .. /I e ..›.h_ . I l;...`.`:\l :`Í~'~‹ A Grandes lábios - Hímení
Permeo obstétnco Ânus z, _-Aí\\
3.1.1.2.ÓRGÃOS
INTERNOS;
VAGINA: É
0 órgão de cópula feminino.O
termo vaginavem
do
latim esignifica bainha,
nome
dado
a esta estrutura por analogia funcional, pois atuacomo
uma
bainha a ser penetrada pelo pênis durante a cópula.A
vagina éum
tubo cuja as paredesnormalmente
se tocam.No
exame
do
cérvix uterino 0médico
colocaum
aparelho (espéculo) para afastá-las.Comunica-se
superiormentecom
a cavidade uterina, e inferiormente abre-seno
vestíbuloda
vagina atravésdo
seu óstio.A
cavidade uterina e a vagina constituemno
conjunto o canaldo
parto, atravésdo
qualo
feto passano
momento
do
parto.Além
de sero
órgão de cópula, a vagina dápassagem
ao fetono
parto e, mensalmente, aos produtos da menstruação.
ÚTERO:
Envolvido pelo ligamento largo,tem
em
geral aforma
deuma
pêra invertida e nela se distinguem quatro partes: fundo, corpo, ístmo e cérvix.O
corpo
comunica-se de cada ladocom
as tubas uterinas e a porçãoque
fica
acima delas é o fundo.O
corpo
é a porção principal e se estende atéuma
regiãoestreitada inferior que é o ístmo. Este é muito curto ( l
cm
ou
menos), e a ele segueo
cérvix (ou colo
do
útero), que faz projeção na vagina e secomunica
pelo óstiodo
útero.O
útero varia de forma , tamanho, posição e estrutura; estas variaçõesdependem
daidade,
do
estado de plenitudeou
vacuidade da bexiga edo
reto, e sobretudo,do
estado de gestação.O
cérvixtem
sua extremidade voltada para trás e para baixo, deforma
queexiste
uma
discreta angulação ao níveldo
ístmo,com
relação ao eixo da vagina, o útero fazum
ângulo de cerca de 90°.Na
sua estrutura o útero apresenta três camadas:a) Interna
ou
endométrio,que
sofremodificações
com
a fasedo
ciclo menstrual,uterino
ou
na gravidez;b)
Média
ou
miométrio, de fibras musculares lisas e constituindo a maior parte da parede uterina;c) Externa
ou
perimétrio, representada pelo peritônio.As
camadas do
útero são espessasem
razãoda
musculatura,mas
a cavidade uterina é relativamente estreitano
útero não grávido.TUBAS
UTERINAS:
Transportam os óvulos queromperam
a superficiedo
ovário para a cavidadedo
útero. Por elas passam,em
direção oposta, os espermatozóides e a fecundação ocorre habitualmente dentro da tuba.A
tuba uterina está incluída na borda superiordo
ligamento largodo
útero; éum
tubo de luz estreitacuja extremidade lateral (óstio abdominal da tuba) se
comunica
com
a cavidadeperitonial.
O
óstio abdominalda
tuba permite acomunicação da
cavidade peritonialcom
omeio
exterior ( através da tuba, cavidade uterina ,vagina e vulva),comunicação
esta inexistente
no
sexo masculino,onde
a cavidade peritonial é dita fechada.A
tuba ésubdividida
em
quatro partes que, seguindodo
útero para o ovário, são: uterina (na parededo
útero), ístmo,ampola
e infundibulo.OVÁRIOS:
Produzem
os gametas femininosou
óvulos ao finalda
puberdade.Além
desta função gametogênica,produzem
também
hormônios, os quais controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundáriosatuam
sobreo
úteronos
mecanismos
de implantaçãodo
óvulo fecundado eno
iniciodo
desenvolvimentodo
embrião.Os
ovários estãofixados
pelo mesovário à face posteriordo
ligamento largodo
útero,mas
não
são revestidos pelo peritônio. Antes da primeira ovulação o ovário é liso e rosado,mas
depois toma-se branco acinzentado e rugoso, devido às cicatrizes deixadas pelas subsequentes ovulações.Na
velhice,diminuem
de tamanho.cavidade do útero
)
-Q
corpo do útero fimbriascolo do útero -
FIGURA
2-
ANATOMIA
DO
APARELHO REPRODUTOR
trompa de Falópio
endomelrto
hgamenros ovananos
›-`
3.1.2.
FISIOLOGIA
DE
PROTEÇÃO
VAGDIAL
SEGUNDO SMELTZER
E
BARE
(1994)A
vagina é protegida contra infecção por seupH
normalmente
baixo (3,5 a4,5),
que
é mantido pelas ações dos bacilos de Doëderlein (parte da flora vaginalnormal) e
do honnônio
estrogênio.O
risco de infecção toma-se maior se a resistênciada
mulher
for reduzida, opH
for alterado e onúmero
de organismos invasores aumentar.Os
distúrbios vulvovaginais são problemascomuns
em
mulheres.O
enfermeiro
desempenha
papel básicono fomecimento
de informaçõesque
auxiliarão na prevenção eno
tratamento de várias dessas condições.As
meninas e mulheres precisamcompreender
a anatomia feminina, higiene pessoaladequada
e as vantagens das roupas íntimas de algodão.O
epitélio da vagina é altamente responsivo ao estrogênio, o que induz aformação de glicogênio.
A
decomposição do
glicogênioem
ácido lático produzum
baixo
pH
vaginal.Quando
o
estrogênio diminui,como
durante a lactação e menopausa, háuma
reduçãodo
glicogênio.Em
adolescentes e mulheres jovens queusam
contraceptivos orais, a flora vaginal normal e a formação de glicogênio são reduzidas.
Tomando
o
problema ainda mais complexo, nessa faixa etária há o desenvolvimento de hacne,com
prescrição de tetraciclina para seu tratamento; essa droga destrói ainda mais aflora
vaginal normal, necessária para manter opH
baixo que inibe o crescimentoda
maioria dos organismos.Com
a redução da formação de glicogênio, as infecções sãocomuns
eexigem
cuidadoso diagnóstico paraque
seja prescrito tratamento adequado.À
medida que
o
epitélio vaginalamadurece
durante os anos reprodutores,outros fatores iniciam infecções,
como
a relação sexualcom
um
parceiro infectado,Durante o período da perimenopausa,
quando
cessa a produção deestrogênio, os lábios e tecidos vaginais
podem
tomar-se atrofiados e frágeis,tomando
aárea mais suscetível à lesão e infecção.
3.1.3.
DOENÇAS cÉRv1co-UTEmNAs
3.1.3.1.
INFECÇÕES
PoR
cHLAMYD1Az
A
infecçao sexualmente transmitida porChlamydía
trachomatís,uma
bactéria que está aumentando.
As
manifestações clínicasem
mulheres assemelham-seàquelas
da
gonorréia (cervicite e secreção mucopurulenta).A
clamídia afeta o tratogeniturinário e
pode
causar disúria.A
condiçãotambém
pode
ser assintomática.O
diagnóstico
pode
ser confirmado por esfregaço diretoou
cultura.O
centro de controle de doençasrecomenda o
tratamentocom
tetraciclina,doxiciclina
ou
eritromicina geralmente duranteuma
semana,em
doses prescritas.As
gestantes são aconselhadas a
não
tomar tetraciclina devido aos possíveis efeitosadversos sobre o feto.
Os
resultadosdo
tratamento geralmente são bons, se for iniciadosuficientemente cedo.
As
possíveis complicaçõesdo
tratamento tardio são doençatubária,
doença
inflamatóriapélvica, e infertilidade (Smeltzer e Bare, 1994).3.1.3.2.
vAG1NosE BAcTER1NA(1NFEcÇÃo
P011
GARDNERELLA
vAGrNAL1s)z
Trata-se de
um
coco-bacilogram
variável, imóvel e anaeróbio facultativo,denominado no
passado deHaemophilus
vaginalis.Quase
sempre a vulvovaginite por Gardnerella vaginalis está associadacom
outrosgennes
anaeróbios.A
transmissãopode
ocorrerno
ato sexual. (Brasil, 1998).A
vaginose bacteriana é caracterizada porum
desequilíbrio da flora vaginal normal, devido aoaumento
exagerado de bactérias,em
especial as anaeróbias. Esseaumento
é associado auma
ausênciaou
diminuição acentuada dos lactobacilosacidófilos ( que
normalmente
são os agentes predominantes na vagina normal).Os
principais sinais e sintomas seguem:>
Leucorréia vaginalcom
odor fétido, mais acentuado depoisdo
coito eno
período menstrual;>
Leucorréia vaginal acinzentada, de aspecto cremoso, algumas vezes bolhosos;>
Dor
às relações sexuais (pouco
freqüente); e>
Embora
o corrimento seja sintoma mais freqüente, quase ametade
das mulherescom
vaginose bacterina são completamente assintomáticas.O
diagnóstico da vaginose bacteriana seconfirma
quando
estiver presentetrês dos seguintes critérios,
ou
apenas os dois últimos:>
Corrimento vaginal, geralmente acinzentado e de quantidade variável;>
PH
vaginal maiorque
4,5;>
Teste deamina
positivo;>
Presença de “clue cells”no
exame
bacterioscópico, associada a ausência de lactobacilos.Para o tratamento são utilizados Metronidazol, Tinidazol, Secnidazol,
Tianfenicol, Clindamicina e «Clindamicina Creme.
Os
parceiros não precisam ser tratados.Alguns
autoresrecomendam
tratamento de parceiros apenas para os casos recidivantes (Brasil, 1999).3.1.3.3.
CANDIDÍASE vULVovAG1NALz
É
uma
infecçãoda
vulva e vagina, causada porum
fungo comensal que habita amucosa
vaginal e amucosa
digestiva, que crescequando o meio
se torna favorável para seu desenvolvimento.A
relação sexual jánão
é considerada a principalforma
de transmissão, vistoque
estes organismospodem
fazer parte daflora endógena
em
até50%
das mulheres assintomáticas.Os
fatores predisponentes da candidíase vulvovaginal são:>
Gravidez;>
Diabetes Mellitus (descompensada);>
Obesidade;>
Uso
de contraceptivos orais de altas dosagens;>
Uso
de antibióticos, corticóidesou
imunosupressores;>
Hábitos de higiene e vestuário inadequado (diminuem
a ventilação eaumentam
aumidade
e o calor local);>
Contatocom
substâncias alergênicas e/ou irritantes;>
Alterações nas respostas imunológicas (imunodeficiência).Os
sinais e sintomasdependeram do
grau de infecção e da localizaçãodo
tecido
inflamado;
podem
se apresentar isoladosou
associados, e incluem: prurido vulvovaginal, ardorou
dor à micção, corrimento branco, grumoso, inodoro ecom
aspecto caseoso, hiperemia,
edema
vulvar, fissuras e maceraçãoda
vulva, dispareunia, fissura e maceraçãoda
pele, e vagina e colo recobertos por placas brancasou
branco acinzentadas aderidas a mucosa.Para
o
tratamento utiliza-se Miconazol; Tioconazol; Terconazol; Clotrimazol e Nistatina.Os
parceiros não precisam ser tratados.Alguns
autoresrecomendam
o tratamento via oral de parceiros apenas para os casos recidivantes (Brasil, 1999).3.1.3.4.
COLPITES:
Segundo
Ribeiro (1981), ainflamação
da cavidade vaginal é a causacomum
defluxo
vaginalchamado
leucorréia,embora
algumas vezes possa ser devido a processos malignos da cérvice,do
úteroou
da vagina, à ectopiasda
mucosa
endocervical, a cervicites
ou
a modificações senis da menopausa.A
leucorréia eo
prurido vulvar que quase sempre aacompanha
são as queixas mais freqüentesque
os ginecologistas encontram.Causas: Irritações mecânicas, corpos estranhos, irritações térmicas,
químicas por radiações e microorganismos.
Uma
colpite ocorre sempre que,germes
patogênicos atacam a parede vaginal por alteraçãodo
seu meio: estesgermes
podem
ser consideradoscomo
patogênicos facultativos.Vivem
como
germes
inofensivos e só se manifestamquando
se altera o
pH
da vagina, adquirindo propriedades patológicas.A
ação protetora da vagina contínuapode
ser alteradaou
interrompida.a) Fisiologicamente:
>
A
menstruação-
é alcalina e neutraliza o ácido protetor;>
A
gestação;>
Qualquer fatorque
“quebre” a cadeiado
mecanismo
de proteção vaginal.a) Patologicamente:
>
Penetração maciça degermes
externos: coito; corpos estranhos; manipulaçãocom
material infectado;
>
Penetração degennes
em
caso deinflamação
purulenta da cervice, endometrite;>
Hipersecreçãoda
cérvice;>
Lavagem
com
solução alcalina-
sabões queaumentam
opH
eo
corpo estranho;>
Doenças
debilitantes: Ex: diabete mellitus;>
Transtomos
hormonais: colpites poraumento
de estrógeno;>
Tratamentocom
antibióticosou
radioterapia-
propagação de colpite e diminuição dos bacilos de Döederlein.Segundo
Ribeiro (1981), as quatro classes mais freqüentes de colpites são:>
Colpites porTrichomonas
vaginalis;>
Colpites por Cândida albicans;>
Colpite porHaemophilus
vaginalis;>
Colpite senil.As
duas primeiras classes são encontradascom
maior freqüência.3.1.3.5.
TR1coMoN1'AsE
GEN1TALz
É
uma
infecção causada peloTrichomonas
vaginalis (protozoário flagelado), tendocomo
reservatório a vagina e a uretra.Sua
principalforma
de transmissão é a sexual.Pode
permanecer assintomáticano
homem,
ena
mulher principalmente após a menopausa.Na
mulher,pode
acometer a vulva, a vagina e a cérvice uterina; causando cérvico vaginite.Os
principais sinais e sintomas são: corrimento abundante, amareladoou
amarelo esverdeado, bolhoso,com mau
cheiro; prurido e/ou irritação vulvar; dor pélvica(ocasionalmente); sintomas urinários (disúria, polaciúria); e hiperemia
da
mucosa,com
placas avermelhadas (colpite difusa e/ou focal,
com
aspecto de framboesa; teste de Schüller “onçóide”) (Brasil, 1999).O
tratamento visa primeiramente à erradicaçãodo
Trichomonas.A
irritaçãoe a dor que estão freqüentemente associados, desaparecem
quando
eliminamoso
agenteetiológico e o epitélio agregado regenera-se espontaneamente
(Kamers
eRamos,
1997).As
drogas mais utilizadas para 0 tratamento são Metronidazol, Tinidazol,Secnidazol. Tratar sempre ao
mesmo
tempo
a cliente eo
seu companheiro,com
omesmo
medicamento
e dose. Durante o tratamento deve-se suspender as relações sexuais (Brasil, 1999).3. 1 .3.6.
CERVICITE
MUCOPURULENTA:
Cervicite,
ou
endocervicite, é ainflamação
damucosa
endocervical (epitéliocolunar
do
colo uterino). Classicamente, as cervicites são classificadascomo
gonocócicas
ou
não gonocócicas, levandoem
consideração o seu agente etiológico.Novos
estudostêm
demonstrado que a etiologia das cervicites está relacionada principalmentecom
Neisseria gonorrhoeae eChlamydia
trachomatis,além
de bactériasaeróbicas e anaeróbicas da própria flora cérvico-vaginal.
Embora
assintomáticana
maioria das vezes, amulher
portadora da cervicitepoderá vir a ter sérias complicações,
quando
a doença não for detectada a tempo.Por
isso, é importante
como
rotina, a verificação da presença de fatores de risco, alémda
realização da
anamnese
edo
exame
ginecológico minunciosoem
todas as mulheres queprocuram
assistência médica, por qualquer motivo.Alguns
sintomas genitais levescomo
corrimento vaginal, dispareuniaou
disúria,podem
ocorrer na presença decervicite mucopurulenta.
O
colo uten`nofica
habitualmente edemaciado, sangrando facilmente ao toque da espátula, às vezespode
ser verificada presença demuco/pus no
orificioextemo do
colo.Uma
cervicite prolongada,sem
o tratamento adequado,pode
sesuas principais seqüelas,
ou
seja, esterilidade prenhez ectópica, dor pélvica crônica(Brasil, 1999).
Dada
à impossibilidade da realização dos procedimentos diagnósticosno
momento
da consulta e à alta prevalência degonococos
e clamídia nas cervicites e endocervicites, alémda
necessidade de se prevenir as seqüelasda
DIP, preservando-se assim a saúde reprodutiva da mulher, justifica-se O tratamento combinado: Azitromicina, Doxiciclina, Ofloxacina, Ciprofloxacina,Cefixima,
Ceftriaxina, Tianfenicol.3.1.3.7.
INFECÇÃO PELO PAPILOMAVÍRUS
HUMANO
(HPv)z
É
uma
doença infecciosa, de transmissão freqüentemente sexual,também
conhecida
como
condiloma acuminado, verruga genitalou
crista de galo.O
Papilomavíms
humano (HPV)
éum
DNA-virus não
cultiváveldo
grupo papilomavírus. Atualmente são conhecidos mais de70
tipos,20
dos quaispodem
infectar O trato genital. Estão divididos
em
3 grupo de acordocom
O
seu potencial de oncogenicidade.Os
tipos de alto risco oncogênico,quando
associados a outros co-fatores,
tem
relaçãocom
o desenvolvimento das neoplasias intra-epteliais edo
câncerinvasor
do
colo uterino.A
maioria das infecções são assintomáticasou
inaparentes.Podem
apresentar-se clinicamente sob a forma de lesões exofiticas.A
infecçãopode
também
assumir
uma
forma
denominada
subclínica, visível apenas sob técnicas demagnificação
e após a aplicação de reagentes,como
ácido acético. Este vírus ainda é capaz deestabelecer
uma
infecção latenteem
que não existem lesões clinicamente identificáveisou
subclínicas, apenas sendo detectável seuDNA
pormeio
de técnicas molecularesem
Alguns
estudos prospectivostêm
demonstrado queem
muitos indivíduos a infecção teráum
caráter transitório,podendo
ser detectada,ou
não.O
vírus poderá permanecer por muitos anosno
estado latente e após este período originar novas lesões.Os
fatoresque determinam
a persistência da infecção e sua progressão para neoplasiasintraepiteliais de alto grau (displasias moderada, displasia acentuada
ou carcimoma
insitu) são os tipos virais presentes e co-fatores, entre eles o estado imunológico,
tabagismo e outros de
menor
importância.Os
condilomas,dependendo do tamanho
e localização anatômica,podem
serdolorosos, friáveis e/ou pmriginosos.
Quando
presentesno
colo uterino, vagina, uretra e ânus,podem
também
ser sintomáticos.Na
forma
clínica as lesõespodem
ser únicasou
múltiplas, localizadasou
difusas e de
tamanho
variável,no
homem
localiza-se mais freqüentemente na glande, sulco bálano-prepucial e região perianal e, na mulher, na vulva, perínio, região perianal,vagina e colo.
O
diagnósticodo
condiloma é basicamente clínico,podendo
serconfirmado
por biópsia,
embora
isto raramente seja necessário.O
diagnóstico definitivo da infecção peloHPV
é feito pela identificação da presençado
DNA
viral pormeio
de testes de hibridização molecular.O
diagnóstico por colpocitologianem
sempre
está correlacionadocom
a identificaçãodo
DNA
do
HPV.
As
alterações celulares causadas peloHPV
no
colo uterinotêm o
mesmo
significado clínico que as observadas nas displasias levesou
neoplasia intra-epitelias de grau I.Mais
recentemente,ambas
as condiçõestêm
sidodenominadas
indistintamentecomo
lesão intra-epitelias
escamosa
de baixo grau (LSIL),com
grande chance de regressão~
O
objetivo principaldo
tratamento da infecção peloHPV
é aremoçao
das verrugas sintomáticas, levando a períodos livres de lesõesem
muitos pacientes.Verrugas genitais freqüentemente são assintomáticas.
Nenhuma
evidência indicaque
os tratamentos atualmente disponíveis erradicamou
afetam a história da infecção naturaldo
HPV.
A
remoção
da verrugapode ou
não diminuir sua intectividade.Se
deixadossem
tratamento, os condilomaspodem
desaparecer, permanecer inalterados,ou
aumentar
em
tamanho ou
número.Nenhuma
evidência indicaque
o tratamentodo
condiloma previnirá o desenvolvimento de câncer cervical.Os
tratamentos disponíveis para condilomas são: crioterapia,eletrocoagulação, podofilina, ácido tricloroacético
(ATA)
e exérese cirúrgica.Fatores que
podem
influenciar a escolhado
tratamento são o tamanho,número
e local da lesão, além de sua morfologia e preferênciado
paciente, custos,disponibilidade de recursos, conveniência, efeitos adversos, e a experiência
do
profissional de saúde.Mais
raramente, o tratamentopode
resultarem
síndromes dolorosas incapacitantes,como
vulvodíniaou
hiperestesiado
local tratado.Os
parceiros sexuais de pacientescom
condilomasdevem
ser buscados,uma
vez que poderão se beneficiardo
exame
médico
para avaliaçãoda
presença de condilomas não suspeitados,ou
de outrasDST.
Como
o tratamentode
.condilomas não elimina oHPV,
os pacientes e seusparceiros
devem
ser cientificados de quepodem
ser infectantes,mesmo
na
ausência delesões visíveis.
O
uso de preservativospode
reduzir,mas
não eliminar, o risco de transmissão para parceiros não contaminados.Pacientes
com
lesões intraepiteliais de alto grau(HSIL) ou
displasiasserviços especializados para
confirmação
diagnóstica, afastar possibilidade decarcinoma invasivo e realização de tratamento especializado.
Mulheres
com
históriaou
portadoras deDST
apresentam risco maior para câncer cérvico-uterino e para outros fatores queaumentam
este risco,como
a infecção peloHPV.
Estudos de prevalênciamostram
que as lesões precursorasdo
câncer cérvico-uterino são cinco vezes mais freqüentes
em
mulheres portadoras deDST
do
que naquelas queprocuram
outros serviços médicoscomo
por exemplo, para planejamentofamiliar (Brasil, 1999).
3.1.4.
CÂNCER
cÉRv1co-UTERINO
Para
Souen
(1992), o câncer cérvico-uterino éuma
doença progressivainiciada
com
doenças neoplásicas intraepteliais quepodem
se transformarem
um
processo invasivo dentro deum
períodomédio
de 10 a20
anos.O
objetivo principal dos programas de controledo
câncer cérvico-uterino é prevenir o carcinoma invasivoatravés da detecção, diagnóstico, e tratamento precoce da doença
em
suas etapasiniciais,
quando
ainda é possível seguiruma
taxa de curapróxima
a100%.
A
causa etiológicano
sentido biológicodo
carcinoma cervical,como
a de todos os outros cânceres, é desconhecida. Histológicamente, as lesões cervicais pré-invasoras se
desenvolvem
através de alterações celulares, interiormentedenominadas
displasia (leve,
moderada
e acentuada). Atualmente estas lesões são classificadascomo
neoplasias intraepiteliais cervicais(NIC
I, II e HI) sendo queNIC
III corresponde àdisplasia acentuada e carcinoma in situ (Pires, 1996).
No
Brasil , estima-se que o câncerdo
colodo
útero seja o segundo maisrepresenta
15%
de todos os tumores malignosem
mulheres.É
uma
doença possível deser prevenida estando diretamente vinculada ao grau de subdesenvolvimento
do
pais.De
acordocom
as estimativas sobre incidência e mortalidade por câncerdo
Instituto Nacional de
Câncer (INCA),
o câncer de colo do útero foi responsável pelamorte de
5.760 mulheresno
Brasilem
1997. Para 1998 a estimativa, é deque
21.725novos
casos sejam diagnosticados, representando8,08%
do
total denovos
casos de câncerno
país.A
doença deverá ocasionar, este ano, 6.815 mortes, das quais41,1%
em
mulheres aindaem
fase produtiva, entre40
e 59 anos de idade.Vários são os fatores de risco identificados para
o
câncerdo
colodo
útero.Os
fatores sociais, ambientais e os hábitos de vida, taiscomo:
baixas condições sócio-econômicas, atividade sexual antes dos 18 anos de idade, pluralidade de parceiros sexuais, vício de
fumar
(diretamente relacionado 'à quantidade de cigarros fumados),poucos
hábitos de higiene e o uso prolongado de contraceptivos orais, são os principais.Apesar
do
conhecimento cada vez maior nesta área, aabordagem
maisefetiva para o controle
do
câncerdo
colodo
útero continua sendo o rastreamento atravésdo
exame
preventivo.É
fundamentalque
os serviços de saúde orientem sobre o que éequal a importância
do exame
preventivo, pois a sua realização periódica permite reduzirem 70%
a mortalidadedo
câncerdo
colodo
útero na população de risco(INCA,
1999).Uma
vez que o câncer de colo de úterotomou-se
invasivo, elepode
envolver localmente a parte superior da vagina, e parede pélvica,
podendo
atingir até a bexiga, e ureteres, causando obstrução e insuficiência renal.O
tumor pode
também
invadir o sistema linfático atingindo linfonodos na parede pélvica. Metástases pelo sangue são muito raras (Sasse, 1999).
O
câncer invasivo de colo uterino éem
geral assintomático.Em
certos casos,pode
ocorrerfluxo
ou
forte sangramento pós-coito. Outras pacientespodem
apresentar adenopatias palpáveis,
edema
em
membros
inferiores, trombose venosaprofunda
ou
obstrução uretral.Uma
meta-análise revelou que a incidência de gângliospositivos
em
pacientescom
estádio I é de15,4%
e28,6%
em
estádio II (Pires, 1996).Em
geral é realizada cirurgiaou
radioterapia,ou
ambos
para o tratamento,dependendo do
estadiamento. Lesões pré-cancerosaspodem
ser eliminadas através de cauterizaçãoou
deuma
cirurgia local.Não
respondebem
à quimioterapia (Sasse, 1999).O
exame
preventivodo
câncer de colo do útero-
conhecido popularmentecomo
exame
preventivo de Papanicolau~
é indolor, barato e eficaz,podendo
serrealizado por qualquer profissional da saúde treinado adequadamente,
em
qualquer localdo
país,sem
a necessidade deuma
infra-estrutura sofisticada. Ela consiste na coleta dematerial para exame, que é tríplice,
ou
seja, da parte externado
colo (ectocén/ice), daparte intema
do
colo (endocérvice), edo
fundodo
saco posterior da vagina.O
materialcoletado é
afixado
em
lâmina de vidro, corado pelométodo
de Papanicolau e entãoexaminado
ao microscópio.Para a coleta
do
material introduz-seum
espéculo vaginal e prossegue-se àescamação
ou
esfoliação da superficiedo
colo e da vaginacom
uma
espátula de madeira.Em
mulheres grávidas, deve-se evitar a coleta endocervical.A
fim
de garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relaçõessexuais
um
dia antesdo
exame, não usar duchas,medicamentos
vaginaisou
‹
anticoncepcionais locais nos três dias anteriores ao
exame
e não submeter-se aoexame
durante o períodomenstmal (INCA,
1999).3.1.5.
TÉCNICA
PARA
COLETA
DE
MATERIAL
DO EXAME
PREVENTIVO
DE
PAPANICOLAU
(MANUAL
DO
MINISTÉRIO
DA
SAÚDE)
Recomenda-se
a coleta tríplice: fixndo de saco vaginal posterior, ectocérvicee endocérvice,
em
uma
única lâmina, previamente limpa e identificada.Etapas
da
ColetaLocal fundo de saco vaginal posterior: retirar o material
do
fundo de sacoposterior
com
a extremidade arredondada da espátula de madeira, tipo Ayre, colocando-se
em
seguida na extremidade distal da lâmina.Local ectocérvice:
com
a outra extremidadeda
espátula que apresentauma
reentrância, fazer
um
raspado da ectocéivice, perioñficial, realizandoum
movimento
rotativo de 360°.Em
seguida, colocar a amostrano
centro da lâmina.Local endocérvice: introduzir
no
canal cervical e colher o materialcom
um
movimento
rotativo, colocando na extremidadepróxima
da lâmina.Fixação
do
EsfregaçoAs
células da amostrado
colo de úterosecam
muito rapidamente,tomando-
se diñcil a visão para
exame
microscópico; assim, é essencialque
a lâmina sejapreparada e
fixada
rapidamente.O
ideal seriao
esfregaço ser preparado antes de seremover
o espéculo.Como
a lâmina não éencaminhada
imediatamente ao laboratório, énecessário
que
se tenhaum
recipienteadequado
para colocá-las, poisnão
devem
ficar acumuladasumas
porcima
das outras, prejudicando os esfregaços e misturando seus conteúdos, falsificando assim os resultados.São
três as técnicas de fixação recomendadas:b) Álcool a
95%
- lâminacom
materialsubmerso no
álcool95%,
em
vidros deboca
larga.
c) Fixador citológico
-
pingar duas gotas de soluçãofixadora
sobreo
material. Deixarsecar ao ar livre.
d) Citospray
-
borrifar a lâminacom
o spray fixador, auma
distância de20
cm. Testede
ShüllerO
teste de Shüller permite diferenciar as alteraçõesda
mucosa
cérvico-vaginal, dada a propriedade
que
as célulastêm
deimpregnarem
com
uma
solução delugol (corando-se
em
grau variávelconforme o
teor de glicogênio que contém).Este teste é feito
com
baseno
grau de fixaçãodo
iodo pelas células,como
descrito a seguir:
IMAGEM
1NT1‹:RPRETAÇÃo
Iodo positivo Schüller negativo
Iodo claro Schüller negativo
Iodo negativo Schüller positivo
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¡\k 8Toda
mulhercom
vida sexual ativa deve se submeter aoexame
preventivoperiódico, dos
20
aos60
anos de idade. Inicialmente, oexame
deve ser feito a cada ano.Se
doisexames
anuais seguidos apresentarem resultado negativo para displasiaou
neoplasia, oexame
pode
passar a ser feito a cada 3 anos.O
exame
deve ser feito nas seguintes eventualidades: período menstrual prolongado, alémdo
habitual, sangramentos vaginais entre dois períodos menstruais,ou
após relações sexuaisou
lavagens vaginais.O
exame
deve ser feito dezou
vinte dias após a menstruação, pois a presença de sanguepode
alteraro
resultado. Mulheres grávidastambém
podem
realizaro exame. Neste caso, são coletadas amostras
do
fundo-de-saco vagina posterior eda
ectocérvice,
mas
não da endocérvice, para não estimular contrações uterinas.NOMENCLATURA
UTILIZADA
NA
CITOLOGIA
DO
COLO
UTERINO
PAPANICOLAU
OMS
SISTEMA
BETHESDA
Classe I (ausência de atipia)
Normal
*negativo (normal) ClasseH
(célula anormalsem
Atipia reativo, alteraçõesmalignidade) regenerativas, células
sem
atipia
ou
de significadoindeterminado
(ASCUS)
Classe III (sugestiva
mas
não Displasia leveLGSIL
conclusiva de malignidade) moderada/centuadaHGSIL
ClasseIV
(fortemente sugestiva DisplasiaHGSIL
de malignidade) acentuada/CISClasse
V
(conclusivo paraCarcinoma escamoso
Positivo para malignidade malignidade)ou
adenocarcinoma adenocarcinomaESTADIAMENTO
DO
CARCINOMA
DO COLO
UTERINO
(FICO
-Câncer
Comitê,
1986,MODIFICADO,
1994)EsTÁGIo
COMPROMETIMENTO ANATÔMICO
O
Carcinoma
“in situ”I
Tumor
compromete
apenas 0 coloIa
O
carcinoma invasor é identificado apenas microscopicamenteIal
A
invasãodo
estroma não excede 3tmn
enão
é maiorque
7mm
de extensãoIa2
Componente
invasivomede
entre 3 a5mm
de
profundidade e não excede os7mm
de extensãoIb Ibl
Ib2
Tumor
mais extensoque
Ia2, limitando ao coloIblz lesões até
4cm
detamanho
Ib2: lesões maiores que
4cm
II
Tumor
estende-sealém
do
útero,mas
nãocompromete
a parede pélvicaou o
Terço inferior da vaginaIla
Há
extensão para o Terço superior da vaginaIIb
Comprometimento
parametrial. Porém, não atinge parece pélvicaIII
Tumor
estende-se até a parece pélvicaou
terço inferior da vaginaIIIa
Tumor
envolve o terço inferior da vaginaIIIb
Tumor
estende-se para a parece pélvicaou
causahidronefrose