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Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?

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(1)Revista de Ciências Gerenciais. ATIVOS INTANGÍVEIS: PODE-SE AVALIAR GOODWILL E CAPITAL INTELECTUAL?. Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010. Oswaldo Gomes da Silva Junior Centro Universitário Anhanguera unidade Leme gsilvajr@lancernet.com.br. Fábio Fernando Pereira Centro Universitário Anhanguera unidade Leme fabiopereira@lancernet.com.br. RESUMO A partir da Lei 11.638/07 o Ativo Permanente passa a incorporar uma nova nomenclatura contábil: Os Ativos Intangíveis. São considerados intangíveis os softwares, patentes, direitos autorais, listas de clientes, franquias, relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes, participação no mercado e direitos de comercialização. Os três maiores produtores de ativos intangíveis referem-se às descobertas, práticas organizacionais e recursos humanos. São ainda divididos em dois grupos: identificáveis e não identificáveis. O primeiro compreende ativos para os quais se pode dar um nome, como marcas, patentes etc., sendo avaliado por vários métodos. Os não identificáveis são ligados aos ativos humanos e outros, como qualidade, confiabilidade, tecnologia, lealdade dos clientes etc. A este grupo dá-se o nome de Goodwill. Trata-se de um ativo intangível que resulta na diferença entre o valor contábil e o valor financeiro de uma organização. O Capital Intelectual é resultado do conhecimento, da expertise e das competências do trabalhador do conhecimento, gerando valor e benefícios futuros difíceis de serem mensurados pela contabilidade. Palavras-Chave: ativos intangíveis; Goodwill; capital intelectual.. ABSTRACT. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 4266 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 rc.ipade@aesapar.com. From Law 11,638/07 on, the Permanent Asset starts to incorporate a new countable nomenclature: The Intangible Assets. Software, patents, copyrights, lists of customers, franchising, relationships with customers or suppliers, allegiance of customers, participation in the market and rights of commercialization are then considered intangible. The three biggest intangible assets producers are related to discoveries, organizational practices and human resources. They are also divided in two groups: identifiable and not identifiable. The first one comprehends the assets to which it is possible to give a name as marks, patents etc., being evaluated by different methods. The not identifiable ones are related to the human assets and others, as quality, trustworthiness, technology, loyalty of the customers etc. This group is known as Goodwill. It is an intangible asset that results in the difference between the book value and the financial value of an organization. The Intellectual Capital is result of the knowledge, expertise and the abilities of the worker, generating value and future benefits which are hardly measured by the accountancy. Keywords: intangible assets; Goodwill; intellectual capital.. Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Artigo Original Recebido em: 31/08/2009 Avaliado em: 30/03/2011 Publicação: 15 de março de 2012. 9.

(2) 10. Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?. 1.. INTRODUÇÃO Toda atividade econômico-empresarial desenvolvida de forma profissional pressupõe um retorno ou lucro, uma vez que estes se tornam necessários para manter a sobrevivência da empresa constituída e de seus investidores, na medida em que disponibilizam seus recursos, capital financeiro ou não. Paralelamente, não se pode esquecer a questão dos riscos inerentes a essas atividades: “Empresário é a pessoa que assume o risco do negócio, investe capital em mercadorias, máquinas etc., contrata força de trabalho e administra esses fatores econômicos, visando obter lucro” (FABRETTI, 2003, p.33). Tem-se, portanto, em um primeiro momento, que o resultado é algo inerente à atividade empresarial e, sem dúvida, quanto maior (positivo) melhor, pois garante a sobrevivência da empresa em um mercado altamente dinâmico e competitivo, e o retorno necessário ao investidor. Pode-se considerar que, modernamente, não há uma certeza de perenidade. No entanto, fica claro que não existe “morte súbita” para um organismo vivo, saudável. Isto é, renovando-se (tal quais as células humanas), através das atividades inerentes às organizações: operacionais, de investimento e financiamento. Quanto ao retorno, além da geração de riqueza continuamente, sem interrupções, “o exercício financeiro anual ou semestral é uma ficção determinada pela necessidade de se tomar o pulso do empreendimento de tempos em tempos” (IUDÍCIBUS, 2000, p.50). Logo, gerar e acompanhar a vida (resultados) de uma empresa ou Entidade contábil, não é uma “aventura”, não pode ser “um tiro no escuro”, pois as conseqüências de atos dessa natureza implicam prejuízos que ultrapassam as fronteiras financeiras, deixando seqüelas em todos os envolvidos. Entende-se que, na maioria das vezes, o empresário tem pouco conhecimento ou não se interessa pela questão da análise de seus ativos e suas conseqüências, uma vez que está tão somente preocupado com o resultado final, ou seja, o lucro. Entretanto, é interessante ter-se uma visão mais abrangente de “como está o seu negócio” e, principalmente, o que se pode melhorar, financeira e economicamente, a fim de se obter um resultado que satisfaça não só as necessidades, como empresário e investidor, mas também atenda aos desejos gerados como pessoa humana. Ora, ninguém investiria seus recursos, na grande maioria das vezes conseguida com esforço e sacrifício, em um negócio que, primeiro, não acreditasse em sua perenidade; segundo, que não visasse retorno (lucro); terceiro que não atendesse às suas expectativas presentes e futuras. A empresa é constituída de ativos tangíveis e intangíveis. Estes, combinados com a força de trabalho, que contrata mais a adoção de tecnologia condizente e métodos de. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(3) Oswaldo Gomes da Silva Junior, Fábio Fernando Pereira. 11. administração eficientes e modernos, organizam sua atividade econômica, distribuem seus produtos ou oferta seus serviços, para obter o lucro necessário para seu crescimento e a remuneração adequada pelo capital investido. Um ativo sob o aspecto econômico representa a totalidade de bens de uma empresa ou pessoa, incluindo dinheiro, créditos, mercadorias, imóveis, investimentos, etc.; pela visão contábil o conjunto de contas que registram a aplicação de recursos da empresa. Em 28 de dezembro de 2007, foi sancionada a Lei n° 11.638, que modificou a Lei das Sociedades por Ações, de n° 6.404/76, principalmente em suas disposições de natureza contábil. Desse momento em diante passou-se a se dar maior importância, entre outros itens, aos ativos intangíveis, sendo que a conta de Ágio por conta de expectativa de rentabilidade futura, ou seja, fundo de comércio, conhecido também por Goodwill, agora não será mais registrado na conta de Investimentos: “Art.179. [...] “no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido” (IUDÍCIBUS et al., 2009, p.30). O objetivo deste artigo é apresentar o ativo intangível sob a ótica da Lei 11.638, principalmente no que se refere ao Goodwill e Capital Intelectual e sua avaliação. Portanto, não se pretende aprofundar a questão, mas esclarecer, ainda que de forma primária, sobre a existência desses ativos e sua importância no mundo dinâmico moderno, globalizado, competitivo, que têm na informação e no conhecimento as armas termonucleares competitivas da nossa era.. 2.. OS ATIVOS PERMANENTES E A LEI 11.638/07 Todas as aplicações de recursos efetuadas pelas empresas de forma permanente, que constituem bens adquiridos por estas, assim como ações ou quotas de outras empresas, desde que com caráter permanente, são classificadas no Ativo Permanente (Balanço Patrimonial). O Ativo Permanente, segundo a Lei 6.404/76, estava dividido em três grupos: Investimentos, Imobilizado e Diferido. Com o advento da Lei 11.638/07, o Ativo Permanente passa a ter uma nova configuração: Investimentos, Imobilizado, Intangível e Diferido. Foi criada a categoria de intangível para abrigar os ativos incorpóreos, ainda, a reavaliação de ativos imobilizados não é mais efetuada. Saliente-se que bens corpóreos que tenham seus benefícios, riscos e controle transferidos à empresa, inclusive leasing financeiro deverão ser contabilizados no. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(4) 12. Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?. ativo imobilizado. Ainda, periodicamente esses ativos estarão sujeitos a análise de recuperabilidade (impairment test). Portanto, a nova lei exclui do Ativo imobilizado os bens incorpóreos: marcas, patentes etc., conforme Iudícubus et al. (2009, p.25): “os ativos intangíveis, não corpóreos, que estavam no Imobilizado, passam agora para o grupo de Intangíveis, que também incluirá ativos que estavam em outros lugares que não o Imobilizado.” Destaque-se que a figura de ativos corpóreos e não corpóreos, além do aspecto físico – tangíveis: que pode ser tocado, apalpado, sentido e intangíveis: que não se pode tocar, não tem existência física . Art. 179. [...] VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638 de 2007). Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.. O Pronunciamento Técnico CPC – 04 – Ativo Intangível, tem como objetivo, entre outras considerações, definir o tratamento contábil dos ativos intangíveis, assim como definir a mensuração do valor contábil desses ativos. Ainda, considera que: As entidades frequentemente despendem recursos ou contraem obrigações com a aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou o aprimoramento de recursos intangíveis como conhecimento científico ou técnico, desenho e implantação de novos processos ou sistemas, licenças, propriedade intelectual, conhecimento mercadológico, nome, reputação, imagem e marcas registradas (incluindo nomes comerciais e títulos de publicações).. Diferentemente da pouca importância, pelo menos em tese, quando no tratamento dado pela Lei 6.404/76, a mudança operada a partir da Lei 11.638/07, inclui itens fundamentais para o mundo moderno, definindo-os como Intangíveis: softwares, patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes cinematográficos, listas de clientes, direitos sobre hipotecas, licenças de pesca, quotas de importação, franquias, relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes, participação no mercado e direitos de comercialização; todos com expectativa de benefícios econômicos futuros.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(5) Oswaldo Gomes da Silva Junior, Fábio Fernando Pereira. 13. Fonte: (MARION, 2003, p.357).. Figura 1. A Empresa. A ênfase dos relatórios contábeis tem sido o passado, avaliação objetiva. [...] O exemplo da árvore explica como é muito mais simples avaliar o patrimônio visível das entidades. Mostra, ainda que, pelo fato de não se avaliar a parte invisível (raízes da árvore), podese prever o futuro da árvore. (MARION, 2003). Está nas raízes (cuja função fundamental é fixar o organismo vegetal e retirar do substrato os nutrientes e a água necessários à vida da planta) a saúde da árvore, sua sustentação, em termos contábeis a perenidade (continuidade) e, por conseguinte, a dinâmica das atividades principais de uma organização: operacional, de investimento e financiamento. É a seiva que gerada nas raízes sobe por toda a estrutura da árvore dandolhe vida, isto é, o fluxo de caixa. Cabe aos Administradores tomar os devidos cuidados a fim de que as raízes se mantenham saudáveis. Cabe, ainda, conforme Schmidt e Santos (2009, p. 05), que ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física. Logo, para um ativo ser considerado intangível deve ser: š. Identificável (se ele for separável ou se resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais);. š. Controlado pela entidade (se ela detém o poder de obter benefícios econômicos futuros e é capaz de restringir o acesso a terceiros);. š. Gerador de benefícios econômicos futuros (os quais podem incluir a receita de venda de produtos ou serviços, redução de custos ou outros benefícios resultantes do uso do ativo pela entidade).. Há muita discordância entre os pesquisadores do assunto quanto à natureza de um ativo intangível, mas compreende-se que deve possuir as quatro características que identificam um ativo: š. Corresponde à definição apropriada;. š. É mensurável;. š. É relevante;. š. É preciso.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(6) 14. Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?. Logo, pressupõe-se que um ativo intangível deve proporcionar a geração de benefícios econômicos futuros prováveis, obtidos ou controlados pela entidade em conseqüência de transação ou eventos passado (CAVALCANTE; ZEPPELINI, 2009). De acordo com Baruch apud Schmidt e Santos (2009, p. 39), “os três maiores produtores de ativos intangíveis podem ser distinguidos pela sua relação com o gerador de ativos: descobertas, práticas organizacionais e recursos humanos.” Entenda-se que a questão dos recursos humanos (Capital Intelectual) pareça, a princípio, um ativo físico ou tangível, o ser humano, caracteriza-se como uma fonte de benefícios intangíveis futuros, na medida do uso da capacidade mental, habilidades, idéias e outras contribuições não mensuráveis, mas que são significativas no resultado das empresas – a forma de administrar, ter visão de futuro, aplicar as melhores tecnologias, relacionar-se interna e externamente com seus clientes e outros -, e representam, no mundo moderno, o diferencial competitivo que não pode ser mensurado, mas sim avaliado em suas mais intrínsecas particularidades. A partir dessas luzes, Cherman (2003) identifica dois grupos de ativos intangíveis: identificáveis e não identificáveis. Identificáveis, são aqueles ativos para os quais se pode dar um nome: marcas, patentes etc., sendo que para tal há várias formas de avaliação. Não Identificáveis ligados aos Ativos humanos (Capital Intelectual), ainda, outros elementos como qualidade, confiabilidade, tecnologia, lealdade dos clientes e outros. A estes se costuma chamar Goodwill (Fundo de Comércio). Segundo o Statement of Financial Accounting Standards (SFAS) 141, define as principais espécies de ativos intangíveis, separadamente do Goodwill, classificando-os em cinco grupos: š. Ativos intangíveis relacionados ao marketing;. š. Ativos intangíveis relacionados aos clientes;. š. Ativos intangíveis relacionados às artes;. š. Ativos intangíveis baseados em contratos;. š. Ativos intangíveis baseados em tecnologia.. Ativos intangíveis relacionados ao marketing: pode-se citar marcas registradas, nome comercial; marcas de serviços, marcas coletivas e marcas de certificação; nome de domínio na Internet. š. Marcas registradas, nome comercial: palavras, nomes (marca nominal – Anhanguera, Coca-Cola, Nescafé), símbolos – a parte da marca que não. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(7) Oswaldo Gomes da Silva Junior, Fábio Fernando Pereira. 15. pode ser expressa em palavras (exemplo: A de Anhanguera, os arcos dourados do McDonald’s), e outros dispositivos utilizados no mercado para distinguir uma empresa ou um produto de outros. O valor da marca está ligado a valores como qualidade percebida, consciência do nome, lealdade à marca, associações da marca e outros ativos da marca. Sem dúvida, no mundo globalizado, posicionar uma marca no mercado é fator de vantagem e manutenção competitiva, que “cria imediatamente uma identificação com o produto na mente dos consumidores, de forma que sua existência amplia as possibilidades de vendas” (SCHMIDT; SANTOS, 2009, p.46). Ainda, o valor da marca, proporciona valor para o cliente por aumentar: interpretação/processamento de informações; confiança na decisão de compra; satisfação de uso etc. Também, proporciona valor para a empresa por aumentar: eficiência e eficácia no programa de informações de marketing; lealdade à marca; preços/margens de lucro; extensões da marca; alavancagem comercial; vantagem competitiva etc. Nunes e Haigh apud Schmidt e Santos (2009, p.47): [...] argumentam que a marca cria valor econômico valor econômico para as empresas devido a um fator muito simples: o impacto que ela causa nas curvas de oferta e demanda, uma vez que ‘a marca estabelece uma demanda estável no longo prazo através de uma relação funcional, emocional e filosófica com seus consumidores e todos os stakeholders’, além de criar barreiras à entrada de novos concorrentes, representando, então, grande diferencial competitivo.. š. Marcas de serviços, marcas coletivas e marcas de certificação: marca de serviço identifica a origem do serviço prestado. Marca coletiva serve para distinguir as mercadorias ou serviços de membros de uma associação – exemplo: cooperativas. Marca de certificação dá aos consumidores a garantia da qualidade do produto, exemplos: “INMETRO”, “ABIC”, “ISO” e outros.. š. Trade dress (cor, modelo ou design da embalagem): imagem ou à impressão global de um produto. Conforme Neves e Castro (2003, p.42): “a embalagem atrativa é um mini-outdoor do produto, que disputa, na gôndola, a atenção do consumidor com inúmeros outros.”. š. Nome de domínio na Internet: sites (sítios) ou lugares virtuais na Internet, com endereço exclusivo.. Ativos intangíveis relacionados aos clientes: alguns exemplos incluem relação de clientes; pedidos ou produção acumulados; contratos de clientes; relacionamentos contratuais com clientes. Ativos intangíveis relacionados à arte: são os decorrentes de direitos autorais ou direito legais: peça teatral ou cinematográfica, óperas e balés; livros, periódicos, jornais e outras obras literárias; trabalhos musicais, tais como composição, poesia lírica e jingles publicitários; quadros, fotografias; material de vídeo e audiovisual, incluindo filmes, vídeos musicais e programas de televisão. Ativos intangíveis baseados em contratos: representam dos direitos que acontecem em decorrência de arranjos contratuais. Alguns exemplos: licenças; royalties; contratos de publicidade; contratos de construção; contratos de gestão; arrendamento;. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(8) 16. Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?. franquias; direitos de operação e transmissão (rádio e televisão); direitos de uso – perfuração, água, ar, minerais, corte de árvores, concessão de rodovias e outros. Ativos intangíveis baseados em tecnologia: diz respeito a inovações e avanços tecnológicos. Pode-se citar exemplos como tecnologia patenteada; softwares; tecnologia não patenteada; base de dados; segredos de comercialização, incluindo fórmulas secretas, processos e receitas.. 3.. GOODWILL Considerando a contabilidade e finanças, pode-se definir o Goodwill como a diferença entre o valor da empresa (valor avaliado) e o seu valor de mercado. Ainda, o valor de mercado que excede ao total do Capital investido em seus ativos. “O preço que um investidor pagaria por uma empresa a mais do que gastaria na hipótese de construí-la na atual estrutura de investimento” (ASSAF NETO, 2003, p.244). Cabe destacar que o termo fundo de comércio foi utilizado durante muito tempo como sinônimo de Goodwill, mas segundo Martins (1972, p.55), [...] não se pode considerar verdadeira essa afirmativa, uma vez que esse ativo não se caracteriza realmente como um fundo, pois este se refere ao conjunto de recursos monetários usados como reserva ou para cobrir despesas extraordinárias e, além disso, o mesmo nem sempre é derivado ou relacionado com o comércio.. O Valor Econômico Agregado está intimamente ligado ao valor do Goodwill, pois indica a valorização do preço de mercado da empresa em relação ao valor de seus ativos (criação de riqueza). De maneira simplista pode-se colocar que o Valor da empresa é igual ao valor do Investimento mais o Goodwill. Segundo Iudícibus apud Schmidt e Santos (2009), o Goodwill pode ser analisado sob as seguintes perspectivas: š. excesso de preço pago na compra de um negócio sobre o valor de mercado de seus ativos líquidos;. š. nas consolidações, é o excesso de valor pago pela investidora por sua participação sobre os ativos da subsidiária;. š. valor atual dos lucros futuros esperados, descontados por seus custos de oportunidade (Goodwill subjetivo).. Por conseguinte, Goodwill é aquela “mais valia” paga sobre o valor de mercado do patrimônio das entidades adquiridas, devido a uma expectativa (subjetiva) de lucros futuros, em excesso de seus custos de oportunidade.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(9) Oswaldo Gomes da Silva Junior, Fábio Fernando Pereira. 17. Por sua vez, Assaf Neto (2003, p. 177) traça um paralelo entre Goodwill e MVA (Market Value Added): “é uma avaliação do futuro, calculada com base nas expectativas do mercado com relação ao potencial demonstrado pelo empreendimento que cria valor. Nesse enfoque, o MVA pode ser apurado pela diferença entre o valor total de mercado da empresa e o montante de capital investido pelos acionistas e credores (investimento total).” Assim, entende que valor de mercado menos investimento total constitui-se no valor do intangível do negócio – goodwill produzido pela qualidade da gestão da empresa, isto é, na capacidade da empresa de gerar riqueza para os acionistas a partir de estratégias financeiras e diferenciais competitivos implementados.. 4.. GOODWILL SUBJETIVO Conforme Iudícibus apud Schmidt e Santos (2009) define goodwill subjetivo como a diferença entre o valor subjetivo da entidade e o valor da aquisição dos ativos, e a capacidade da mesma em gerar lucros que superem o custo de oportunidade. Schmidt e Santos (2009) abordam algumas metodologias, dais quais se citará alguns exemplos, sem, no entanto, se aprofundar nas formulações apresentadas, pois o intuito é trazer à luz do conhecimento de todos os interessados a existência de tais modelos avaliativos: š. Método do custo de reposição ou custo corrente: um dos métodos mais utilizados na avaliação de ativos intangíveis e uma de suas limitações é a utilização do lucro líquido com base de mensuração em vez do fluxo de caixa. n. G. ∑ t 1. LLt - PLcc (1  j ) t. (1). Onde: LLt. = lucro líquido no momento t;. PLcc. = patrimônio líquido e custos correntes;. J. = custo de oportunidade do investimento de igual risco;. T. = duração do lucro.. Método do valor econômico: considerado ideal para avaliação de ativos em geral, mas de difícil implementação; com várias limitações, como por exemplo, a utilização do resultado econômico como base de mensuração em vez do fluxo de caixa e não apresenta como é calculado o custo do empreendimento de igual risco, entre outros.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(10) 18. Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?. Ai. n. Vt (1 j )t. . ∑ t 1. Rt (1 j )t. (2). Onde: Ai. = valor econômico do ativo;. Vt. = valor residual do ativo;. J. = custo de oportunidade de empreendimento de igual risco;. Rt. = resultado econômico produzido pelo ativo;. N. = horizonte de tempo.. Método do valor de realização: o Goodwill subjetivo é expresso pelo seu valor líquido de realização: “[...] diferença entre o lucro projetado para os períodos futuros, menos o valor do custo de oportunidade (risco zero), dividido pela taxa desejada de retorno (ou custo de capital)” (IUDÍCIBUS, 1997). n. G. ∑ i 1. L i - rPL i - 1 (1  j ) i. (3). Onde: PL. = patrimônio líquido a valores de realização;. r. = taxa de retorno de um investimento de risco zero;. Li. = lucro projetado para o período i;. J. = taxa de retorno desejada.. Método do excesso de valor econômico sobre o valor corrente: proposto por Martins (1972) apud Schmidt e Santos (2009) em sua tese de doutoramento, o Goodwill é a diferença entre o valor do ativo avaliado a valor econômico e o valor do ativo avaliado a valor corrente. A dificuldade reside, entre outras, na não definição de como pode ser obtido o valor econômico do ativo e cálculo do custo de oportunidade do empreendimento de igual risco.. EVE. Vt  (1  j )t. n. ∑ t 1. Rt - Acc (1  j )t. Onde: EVE. = excesso do valor econômico sobre o valor corrente;. Acc. = ativo avaliado a custo corrente;. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26. (4).

(11) Oswaldo Gomes da Silva Junior, Fábio Fernando Pereira. Vt. 19. = valor residual do ativo;. j. = custo de oportunidade de um empreendimento de igual risco;. Rt. = resultado econômico produzido pelo ativo;. n. = horizonte do tempo.. Modelo residual para avaliação de ativos intangíveis: Santos (2005) apud Schmidt e Santos (2009), propôs em sua tese de doutoramento, que utiliza o fluxo de caixa futuro a ser produzido pelo ativo, e não o lucro líquido. Segundo Damodaran (1997): [...] a questão básica é saber se os investidores se preocupam mais como o lucro líquido ou com o fluxo de caixa, quando determinam os preços de mercado dos valores mobiliários, isso porque algumas ações tomadas pela empresa impactam positivamente no lucro líquido, enquanto reduzem o fluxo de caixa, e vice-versa.. t n. AI. ∑ t 1. FCFFt ( 1  WACC ). t. . FCFFn  1 / WACCn - g n ( 1  WACC ). n.  Alcl  PC - ATcc (5). Onde: AI. = valor dos ativos intangíveis;. Alcl = valor dos ativos intangíveis que não estejam produzindo receita atualmente, calculados pelo modelo de Black-Scholes; ATcc. = ativos tangíveis avaliados a custo corrente;. FCFFt. = fluxo de caixa da empresa no ano t;. FCFFn. = fluxo de caixa da empresa no ano n (período estável);. WACC. = custo médio ponderado de capital (Kpl utilizando CAPM). WACCn. = custo médio ponderado de capital em um estado estável;. PC. = passivo circulante a valor de mercado;. gn. = taxa de crescimento no período de estabilidade.. Cabe ressaltar que o WACC (Weighted Average Cost of Capital) ou Custo Médio Ponderado de Capital é obtido pela média ponderada de todos os custos de financiamentos utilizados pela empresa para financiar as suas atividades: custo do capital próprio (patrimônio líquido) e custo de terceiros (dívidas onerosas). De forma mais simplificada permite se encontrar o percentual de rentabilidade mínimo para se atender os custos dos investidores – próprios (sócios, acionistas etc.) e terceiros (empréstimos, financiamentos etc.) -, e, assim, determinar o retorno mínimo desejado pela empresa em suas decisões de investimento (ASSAF NETO, 2003, p.366).. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(12) 20. Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?. n. WACC. ∑ W xK J. j. (6). j 1. Onde: WJ. = participação relativa de cada fonte de capital no financiamento total;. Kj. = custo específico de cada fonte de financiamento.. O modelo de Precificação de Ativos (CAPM – Capital Asset Pricing Model), citado, explica como devem ser relacionados e mensurados o risco e o retorno em uma avaliação de ativos, assim como se apura a taxa de retorno requerida pelos investidores através do coeficiente Beta ( E ). O coeficiente beta, por sua vez, exprime o risco sistemático de um ativo e revela como o retorno em excesso de um ativo se move em relação ao retorno em excesso do mercado todo. Cabe ressaltar que a Teoria da Arbitragem (APT – Arbitrage Pricing Teory) define dois tipos de risco: sistemático e não sistemático ou diversificável; este é o que pode ser total ou parcialmente diluído pela diversificação da carteira, enquanto o sistemático não pode ser eliminado ou reduzido mediante a diversificação da carteira. Segundo Paula Leite apud Assaf Neto (2003, p. 222): [...] esse risco tem origem nas flutuações a que está sujeito o sistema econômico como um todo, sendo suas principais fontes as variações das taxas de juros da economia, o processo inflacionário, a situação política [...].. De qualquer maneira mensurar (avaliar) um ativo intangível como o Goodwill não é uma tarefa fácil, pois envolve muitas variáveis não mensuráveis que envolvem conhecimento e sua gestão. A Lei 11.638/07 presume que todo o ativo permanente deverá estar, periodicamente, sujeito a análise de recuperabilidade (impairment test). Ainda, que o Goodwill e os demais ativos intangíveis possuem uma vida útil indefinida e não devem ser amortizados, mas testados, no mínimo anualmente, para se verificar se houve perda de utilidade. O teste de impairment consiste na comparação entre o valor contábil do ativo intangível e o seu valor justo. Os ativos intangíveis que possuam vida útil finita continuarão a ser amortizados sobre suas vidas úteis (SCHIMIDT; SANTOS, 2002), como aborda Marion (2003): “Por efeitos econômicos, contratuais, pela obsolescência ou pela natureza do negócio o Goodwill desaparecerá ao longo dos anos do Ativo da empresa, devendo, portanto, existir amortização, ou seja, a transformação do Ativo que deixa de trazer benefícios futuros em despesa.” Portanto, diante de opiniões convergentes ou divergentes, no mundo globalizado a importância dos ativos intangíveis cada vez mais. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(13) Oswaldo Gomes da Silva Junior, Fábio Fernando Pereira. 21. representará um fator de diferencial para as empresas e, devem ser tratados com o todo o cuidado, para que não se perca espaço nesse mercado.. 5.. CAPITAL INTELECTUAL O crescimento industrial tem pouco mais de cem anos, ultrapassando a “era da agricultura” em uma fase em que perdurou por muito tempo o trabalho artesanal. Neste período, o artesão detinha todo o conhecimento do processo produtivo, o que lhe dava um destaque dentre as demais pessoas, não só pela habilidade que manuseava os artefatos, mas também, e principalmente, pelo conhecimento acumulado e colocado à disposição da sociedade. Este conhecimento adquirido pelo artesão, dentro das limitações da época, constitui atualmente o que mais se valoriza nas organizações: o capital intelectual. Esta expertise (perícia) do artesão foi substituída pela mecanização da Era Industrial. A natureza da produção de bens e serviços passou a ser executada de forma mecânica e segmentada. Os operários passaram a executar tarefas individuais, que simplesmente somava-se às demais tarefas exercidas por outros operários. A sinergia, o trabalho em equipe, a multifuncionalidade, eram palavras não presentes no vocabulário da época. Com a nova “Era da Informação” o conhecimento, a competência e o trabalho intelectual retomam seu devido lugar; agora, com uma intensidade muito mais acentuada que na fase artesanal.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(14) 22. Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?. Fonte: Chiavenato, 2007.. Figura 3. As características da Era Industrial e da Era da Informação.. A partir da década de 90 a informação, ou então, a era da informação vem provocando profundas mudanças no modo como as organizações desenvolvem seus produtos, executam seus serviços, se relacionam com os vários grupos de interesse – clientes, funcionários, fornecedores, acionistas, sociedade, governo -, exigindo dos trabalhadores do conhecimento uma capacidade de adaptabilidade e inovação nunca vista. O Capital Intelectual se torna, no presente, um dos ativos com maior geração de riqueza para as empresas. O valor de uma empresa não é só determinado pelas suas máquinas, equipamento, propriedades, marca; é resultado, em grande parte, pela percepção do mercado em relação às informações, a experiência e as competências do trabalhador do conhecimento. As empresas geralmente são avaliadas sob um ponto de vista social: os ativos intangíveis (como conhecimentos, habilidades, talentos, relacionamento com clientes e consumidores, com a comunidade e sociedade etc.) estão agora modificando a avaliação da empresa por parte dos vários grupos de interesses. Cada vez mais, o valor de mercado das empresas está mais relacionado com seus ativos intangíveis (patrimônio intelectual) do que com seus ativos tangíveis (patrimônio físico e contábil). Além disso, as empresas prestam contas aos diversos grupos de interesses responsáveis pelo seu sucesso (stakeholders). (CHIAVENATO, 2007, p.39). Um recente acontecimento do mercado financeiro relata exatamente o valor de uma empresa pela percepção dos grupos de interesse. Steve Jobs, diretor-presidente da Apple, esteve afastado da empresa por licença médica durante seis meses. Durante este. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(15) Oswaldo Gomes da Silva Junior, Fábio Fernando Pereira. 23. período de afastamento o valor da ação da Apple situava-se por volta de US$ 140,00. Quando do retorno de Steve Jobs à companhia, em poucas semanas o valor da ação disparou para algo em torno de US$ 170,00, um aumento surpreendente de mais de 19%. Não foi o fato de o diretor-presidente ter retornado às atividades da companhia que justifica a crescente liquidez e valorização das ações da Apple. Diversas organizações poderiam ter situações parecidas e nem por isso suas ações teriam tamanha valorização. O que realmente impulsionou as ações da Apple foi a expertise de Steve Jobs. A confiança que os investidores depositam nele se deve pelo seu histórico de empreendedorismo, inteligência, inovação, e adaptabilidade à ambientes turbulentos. Quando o mercado de ações avalia empresas em três, quatro ou dez vezes mais que o valor contábil de seus ativos, está contando uma verdade simples, porém profunda: os ativos físicos de uma empresa baseada no conhecimento contribuem muito menos para o valor de seu produto (ou serviço) final do que os ativos intangíveis – os talentos de seus funcionários, a eficácia de seus sistemas gerenciais, o caráter de seus relacionamentos com os clientes – que, juntos, constituem seu capital intelectual. (STEWART, 1998, p. 51). O grande desafio das organizações é saber gerenciar o conhecimento, identificar as potencialidades de cada colaborador e provê-lo de recursos financeiros, tecnológicos e materiais, para extrair a sua capacidade intelectual em prol da organização. Mas, quantas empresas ainda não se deram conta da importância do capital intelectual? Por se tratar de um ativo de difícil mensuração, muitas empresas negligenciam o poder do trabalhador do conhecimento e o quanto este pode gerar de riqueza a uma marca. Trata-se de uma vantagem competitiva que pode levar empresas ao sucesso rapidamente, assim como levar outras ao fracasso, quando não dão a importância devida a este valioso capital. A Era da Informação têm como grande aliada o crescimento tecnológico em todas as áreas do conhecimento. As informações chegam aos mais distantes pontos do planeta de forma instantânea e as pessoas mais providas de informação destacam-se no ambiente turbulento e em constante mudança. Assim, as empresas que mais se valorizam no mundo, estão ligadas de alguma forma à geração e disseminação da informação. Elas se valorizam pela capacidade de seus funcionários encontrarem soluções inovadoras e serviços diferenciados para seus clientes. Em análise realizada pela consultoria americana Millward Brown mostra o Google como a marca mais valiosa do mundo, mesmo sendo uma das empresas mais novas no ramo empresarial. Outras cinco empresas da área da tecnologia estão entre as dez marcas mais valiosas do mundo.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(16) 24. Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?. Fonte: Adaptado de http://www.millwardbrown.com.. Figura 4. As dez marcas mais valiosas do mundo.. A indagação pertinente e que renderá muita discussão entre os estudiosos é como avaliar corretamente o Goodwill. No caso da recente valorização da ação da Apple, fica transparente a influência do capital intelectual, ou seja, a credibilidade que os investidores depositam na pessoa do diretor-presidente Steve Jobs. Portanto, o rendimento das ações seria um indicador de valorização do Capital Intelectual. Na crise financeira de 2008 houve um a queda de 20% do valor da ação da mesma Apple, sendo que nesta época Steve Jobs estava em plena atividade à frente da empresa e os investidores não consideraram, ou não enxergaram isto como relevante no momento em que venderam suas ações. Considerar, portanto, simplesmente a valorização das ações de uma empresa como medida de seu capital intelectual não retrata a realidade. Conforme Stewart (1998, p. 201-203), a pior medida do capital intelectual seria a diferença entre seu valor de mercado e seu patrimônio contábil. Outros métodos de avaliação do capital intelectual seriam o “q de Tobin” - uma comparação do valor de mercado de um ativo e seu custo de reposição -, e o “valor intangível calculado” (VIC), uma medida que compara a capacidade de uma empresa superar o desempenho de um concorrente médio que possui ativos tangíveis semelhantes. Esta superação é considerada o valor dos ativos intangíveis da empresa.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(17) Oswaldo Gomes da Silva Junior, Fábio Fernando Pereira. 25. Por mais claro que seja a participação efetiva do capital intelectual na valorização de uma empresa, serão sempre subjetivas as formas de avaliação deste importante e crescente ativo intangível das organizações.. 6.. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desse artigo foi o de apresentar as modificações geradas pela Lei 11.638/07 no ativo permanente das empresas, a partir de janeiro de 2008, principalmente no que tange ao grupo dos intangíveis e, mais particularmente, quanto à possibilidade de se avaliar Goodwill e Capital Intelectual. Sabemos que se trata de um assunto complexo, que envolve muitas variáveis em razão da própria natureza desses ativos e sua subjetividade, pois o valor dos mesmos está ligado a outros intangíveis não identificáveis. A alteração na contabilidade em virtude da referida lei, demonstra mais um avanço no sentido da importância que os ativos intangíveis acarretam às empresas. Com os avanços da tecnologia, tornando a informação o bem mais precioso, cada vez mais as organizações serão avaliadas por conceitos subjetivos, retratados por seus ativos intangíveis. Caberão aos estudiosos, principalmente da área contábil, competências diversas e uma grande capacidade discernimento para entender os mecanismos que envolvem o ambiente organizacional em constante mudança. Mesmo que todas as questões referentes aos ativos intangíveis não tenham sido tratadas, ficamos satisfeitos em trazer à tona a existência e importância desses ativos. Estudiosos de condutas comportamentais nos alertam como deixamos de observar o que está à nossa volta, e isso serve para a vida pessoal e também no ofício profissional que exercemos quanto a ações que geram tomadas de decisões, que por sua vez, no mundo moderno, determinam o sucesso ou o fracasso de uma instituição, pois é a pessoa humana que decide, erra, acerta, corrige: “O espaço do que pensamos e fazemos é limitado pelo que deixamos de observar. E porque deixamos de observar que deixamos de observar, pouco podemos fazer para mudar, até que observemos como a falta de observação molda nossos pensamentos e feitos.”. REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2003. BRASIL. Lei n° 11.638, de 31 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n. 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <http//www.planalto.gov.br/ccivil_03/ato2007-2010/2007/lei/11638.htm>. Acesso em: 15 jul. 2009. CAVALCANTE, Francisco; ZEPPELINI, Paulo Dragaud. O que é Ativo Intangível? Disponível em: <http://www.expresstraining.com.br>. Acesso em: 05 ago. 2009. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

(18) 26. Ativos Intangíveis: pode-se avaliar Goodwill e Capital Intelectual?. CHERMAN, Bernardo. Goodwill. Disponível em: <http://www.vemconcursos.com>. Acesso em: 15 ago. 2009. CHIAVENATO, I. Administração: Teoria, Processo e Prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. FABRETTI, Laudio Camargo. Prática Tributária da Micro, Pequena e Média Empresa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. IUDICIBUS, Sergio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. São Paulo: Atlas, 2000. ______. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. Rumo às Normas Internacionais. São Paulo: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2003. MARTINS, Eliseu. Contribuição à avaliação do ativo intangível. 1972. Tese (doutorado) – FEA, Universidade de São Paulo, São Paulo. NEVES, Marcos Fava; CASTRO, Luciano Thomé (Org.). Marketing e estratégias em agronegócios e alimentos. São Paulo: Atlas, 2003. PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC – 04 (R1) Ativo Intangível.www.cpc.org.br SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz dos. Avaliação de Ativos Intangíveis: Goodwill, Capital Intelectual, Marcas e Patentes, Propriedade Intelectual, Pesquisa e Desenvolvimento. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009. STEWART, T.A. Capital Intelectual. Rio de Janeiro: Elsevier, 1998. Oswaldo Gomes da Silva Junior Graduado em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Economia de São João da Boa Vista FAE (1990) e mestrado em Educação, Administração e Comunicação pela Universidade São Marcos (2001). Especialização em Administração de Marketing pelo Instituto Nacional de Pós-Graduação Limeira - SP (1998) e Contabilidade, Planejamento Tributário e Auditoria pela FUNDACE USP Ribeirão Preto SP (2003). Atualmente é professor de graduação do Centro Universitário Anhanguera - unidade Leme e Pós-Graduação em diversas instituições. Fábio Fernando Pereira Analista financeiro da Companhia Muller de Bebidas e professor do Centro Universitário Anhanguera - unidade Leme. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração Financeira.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 9-26.

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