UNIYffiSIDADE
DE
ÉVORA
MESTRADO EM INTE RVE I.IçÃO SOCIO.ORGAN IZACIONAL TtA SEÚOC
Curso ministrado com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (DR
-
ll Série, n.o 250 de 29 de Outubro de 2002\Area de especialização ern
Políticas de Administração e Gestão de Serviços de Saúde
Prática da Avaliagão
do
Desempenho
-
Estudo
de caso
do
HSLE
Dissertação de [Vlestrado apresentada por: Elisabete Maria Campino Garcia
Orientador:
Prof. Doutor Nuno Rebelo dos Santos
[Esta dissertação não inclui as críticas e suge6tões feitas pelo júri]
Evora
Dezembro
2005
UNIVERSIDADE
DE
EVORA
MESTRADO EM INTERVENçÃO SOCIO-ORGANIZACIONAL NA SAÚDE
Curso ministrado com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (DR
-
ll Série, n.o 250 de 29 de Outubro de 2002)Área de especialização em
Políticas de Administração e Gestão de Serviços de Saúde
Prática da
Avaliação do
Desempenho
-
Estudo
de caso
do
HSLE
Dissertação de Mestrado apresentada por: Elisabete Maria Campino Garcia
Orientador:
Prof. Doutor Nuno Rebelo dos Santos
[Esta dissertação não inclui as críticas e sugestões feitas pelo júri]
Evora
Dezembro
2005
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
ABREVIATURAS E SIGLAS
AD
-
Avaliação do Desempenho GRH-
Gestão de Recursos Humanos HSLE-
Hospital de Santa Luzia de Elvas RCA-
Relatório Crítico de ActividadesElisabete Garcia PRATICA DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
AGRADECIMENTOS
A construção de qualquer trabalho de investigação não se realiza de modo
isolado,
e
feita
tambémcom todos
aquelesque
de
umaou
outra formacontribuem para que ele se torne realidade.
A elâboração desta dissertação teria sido mais difícil sem a ajuda, apoio e
colaboração de algumas peSSoaS que não podemos deixar no anonimato.
Em primeiro lugar, queremos dirigir
o
nosso mais reconhecidoe
sinceroagradecimento ao nosso orientador Professor Doutor Nuno Rebelo dos Santos,
petos ensinamentos
e
conselhosque
nos
transmitiupara
ultrapassar asdúvidas que foram surgindo ao longo desta pesquisa.
Ao Professor Doutor Carlos da Silva, Director do Mestrado em Intervenção Sócio-Organizacional na Saúde,
da
Universidadede
Évora, curso ministradocom
a
Escola Superiorde
Tecnologiade
Saúdede
Lisboa, pelas frutuosas pisÍas e ensinamentos para a consolidação do mesmo.Merece também lugar de destaque aqui
o
nosso profundo agradecimentoàs nossas colegas do grupo de trabalho sobre Avaliação do Desempenho, pelo
apoio
e
disponibilidade dispensadosao
longode
toda
a
construção destainvestigação.
À
Dr." Conceição Farinhae
à
Dr." Teresa Andrade, nossas colegas dogrupo de trabalho do NUD*IST, pelo apoio dispensado ao longo do tratamento
dos dados, colocando à nossa disposição todos os seus conhecimentos acerca
de análise de conteúdo.
E igualmente merece um lugar de destaque aqui o nosso apreço àqueles a
quem
roubámostempo
e
carinho,pela
Sua
presença constante, apoio incondicional e compreensão.3
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇAO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
PERFORMANCE EVALUATION PRACTICE
-
CASE STUDY OF THE HSLEABSTRACT
This
researchis
a
case
study
that
intendsto
analysethe
Nursingperformance evaluation process,
the
wayit
functionsand
is
applied,at
theHSLE.
We
'have selectedfor
the
study,the
different actorsof
the
process: Evaluators and Evaluated Nurses and the Hospital Board.In the data collection we have used the semi-structured interview, in data
analysis
we
used
the
content analysis technique,the data
results were processed on the NUDIST software.The main conclusions suggest that the performance evaluation process is
not
strictly carried
out
as
mentionedby
law.
At
the
same
time,
datainterpretation points out to the fact that participants seem not to agree with the qualitative standard. lt was observed the importance of a constant professional
development in interaction with the Management of Human Resources lead to
an increasing effectiveness of the whole process. The results refer to some of
the
difficultiesfelt
in
all
of
the
process. The final section presentsa
set
ofrecommendations about the issue of our study.
4
Elisabete Garcia PRÁTICA DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
RESUMO
Esta investigação trata-se de um estudo de caso, que visa essencialmente
analisar
o
processo de avaliação do desempenho em Enfermagem, tal comofunciona e é aplicado, no HSLE.
Seleccionámos
para este
estudo,os
diferentes actoresdo
processo, Enfermeiros avaliadores, Enfermeiros Avaliados e Orgãos de Gestão.O
instrumento de colheita de dadosfoi
a
entrevista semi-estruturada, notratamento e análise de dados utilizámos a técnica de análise de conteúdo e o processamento de dados foi feito no software NUD.IST.
As
principais conclusões sugeremque,
o
processode
avaliação dodesempenho
no
HSLE,não
é
operacionalizadocomo
preconizadona
lei.lgualmente
da
análise
dos
dados
se
verifica
que
os
participantes nãoconcordam com a menção qualitativa. Constatou-se a importância da formação
e
articulaçãocom
a
GRHna
valorizaçãodo
processoAD. Os
resultados mostram as dificuldades sentidas na utilização e aplicação deste processo. Sãosugeridas algumas alterações ao actual processo AD.
5
Elisabete Garcia PRATICA DA AVALIAÇÃO _ DO DESEMPENHO ESTUDO DE CASO DO HSLE
íuorce
TNTRoDUçÃo I PARTE
QUADRO TEORICO
1.1
-
AVALTAÇÃOoO
DESEMPENHO FORMALIZADA EM CONTEXTooRcRtrtizRcloNAL
1.1.1
-
Evo histórica da Avaliacão doD1.1.2-
Conceitos de Avaliação do Desempenho1.1.3
-
O que avaliar. como avaliar. quem avalia e para quê avaliar? 1.1.4-
Para que serve a Avaliação do Desemoenho?1.1.5
-
Jnstrumentos utilizados na Avaliacão do moenho1.1.6
-
Erros cos na Avaliacão do oenho1.2 -ABORDAGEM ACTUAL DA PROFISSÃO DE ENFERMAGEM 1.2.1
-
Evolução histórica da profissão de Enfermaoem1.2.2
-
Enfermaqem em contexto Hospitalar1.2.3
-
oue
se belecem eos
Profisde
mêoso
Profissiona de Saúde no oital1.3
cONTE)CrUALlzAÇÃoDA AVALnÇÃo
Do
DESEMPENHoFORMALI ZADA EM ENFERMAGEM
1.3.1
ob
s.o
e
actoda
Avali doDesemqenho
1.3.2-
Em que consisteo
processo de Avaliação do Desempenho?1 .3.2.1
-
Metodologia e Operacion altzação1.3.3
-
F sobre o de Avali acão do oenho1.3.4
Dificuldadesna
aplicaçãodo
processode
Avaliação doDesempenho
1.3.5
-
lmplicações cta AvaliaÇão do Desemoenho em Enfermaoem na Gestão de Recursos HumanosFolha 12 17 17 17 19 24 32 34 39 41 41 50 52 54 61 65 67 77 80 83 6 Mesúado em lntervenção na Saúde
Elisabete Garcia PRÁTICA DAAVALIAçÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
Folha
II PARTE
ESTUDO EMPíRIGO 2.1 _ METODO
2.1.1
-
Desenho do estudo2.1.2
-
Seleccão do terreno de pesquisa2.1.2.1
-
Caracterizaçáo do terrenode
pesquisa 2.1.3-
§ebcção de actores2.1.4
-
lnstrumentos de colheita de dados2.1.5
-
Aplicação do Instrumento de colheita de dados 2.1.6-
Modelo de tratamento e análise de dados 2.1.7-
Procedimentos formais e éticos2.1.8
-
Limitacões do estudo2.2-
REDUÇÃO DOS DADOS E DTSCUSSÃO2.2.1
-
Caracterização dos actores do estudo 2.2.2-
Apresentação do Sistema de Cateoorias 2.2.3-
Respostas ao Problema de lnvestioação 2.2.4-
Síntese da Contribuicão Teórica2.2.5
-
Proposta de lntervenção3
-
CONCLUSÕES4
-
REFERÊNChS BIBLIOGRAFICAS ANEXOSANEXO
l-
Decreto-Lei n.o 437t91de 8 de NovembroANEXO Il
-
Despacho n.o 2193 de 30 de MarçoANEXO lll
-
lnstrumentos de registo da Classificação em ServiçoANEXO lV
-
Pedido de autorização ao Conselho de Administração ANEXO V-
Quadro de apoio à construção do instrumento de colheitade dados
ANEXO Vl
-
lnstrumento de colheita de dadosANEXO Vll
-
lnstrumentos de registos da Avaliação do Desempenho dos enfermeiros do HSLE90 90 90 92 94 96 97 101 102 104 105 106 107 109 125 187 202 207 212 219 220 231 238 243 245 254 260
Ellsabete Garcia PRATICA DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
ANEXO Vlll
-
Normas e Critérios de Qualidade do HSLEANEXO IX
-
Mapa de cobertura do problema de investigaçãoANEXO X
-
Pedido de autorizaçáo aos ParticipantesFolha
266
274 276
Elisabete Garcia PRÁTICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
ínorce
DEeuADRos
Quadro 1. Quadro 2. Quadro 3. Quadro.4. Quadro 5. Quadro 6 Quadro 7. Quadro 8. Quadro 9. Quadroí0.
Quadro 11. Quadroí2.
Quadroí3,
Quadro 14. Quadroí5.
Quadroí6.
Quadro 17. Quadroí8.
Quadro 19. Quadro 20. Quadro2í.
Quadro 22.Finalidades/Objectivos
da
Avaliação
do
Desempenho perspectivados por vários autoresAbordagens da Avaliação do Desempenho
Categoria Género
Categoria Estatuto P rofi ssion al
Categoria lmplicações do Processo AD
Categoria Operacionalização do Processo AD Categoria Opinião sobre o Processo AD
Categoria Dificuldades no Processo AD Categoria Formação sobre o Processo AD Subcategoria Contributos da formação
Categorla Alterações ao processo formal AD
Estatuto P rofiss io nal/l m pl icações Org a n izacio na is
Estatuto Profissional/lmplicações Pessoais
Estatuto profissional/ Operacionalização do processo AD,
Estatuto p rof iss i o n a lA/a lo rização d a O p e racio n alizaçâo
Estatuto profissional/Grau de Concordância
Estatuto profissional/Formação sobre o Processo AD
Estatuto profissio na l/Co ntri butos d a fo rmação
Estatuto p rofiss io nal/l m portâ ncia/Uti I idad e do p rocesso AD
Estatuto profissional/Dificuldades do Processo AD
Estatuto profissional/Dificuldades de aplicação do processo Estatuto Profissional/Alterações ao Processo AD
Folha 27 35 112 112 114 116 117 119 121 122 124 153 154 155 155 156 157 161 164 169 171 179
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇAO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
íuorce
DE ESQUEMASFigura
í.
Sistemade
Avaliaçãodo
Desempenhona
Caneira
de
Folha
Enfermagem
57Figura
2.
Contributos da Avaliação doDesempenho
60Elisabele Garcia PRATICA DA AVALIAÇAO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
§e
se quer compreender o que é a ciência,deve-se olhar,
em
primeiro lugar,não para
assuas
teorias
ou
as
suas
descobertas, ecertamente não para
o
que os seus apologistasdizem sobre
ela,
mas parao
que os praticantesda ciência fazem" (Geertz, 1978,p.'15)
Mestrado em lntervenção Sócio-Organizacional na Saúde
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAçÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
TNTRODUçAO
Vivemos numa época
de
mudanças generalizadascom
tendência à globalização, fruto da evolução da ciência, da cultura e da evolução social.Na Enfermagem reflectem-se também essas mudanças, pelo que somos
confrontados com a exigência de sermos cada vez mais responsáveis, criativos e autónomos em todas as dimensões do cuidar.
A
presente representação socialda
enfermagemtem
assistidoa
umagrande evolução, feita pela construção
de
saberes próprios,da
elevação donível
de
conhecimentos teórico-científicos,e
tambémpelo
crescimento da autonomia da profissão.Ao nível da gestão dos serviços de saúde e no que respeita aos recursos
humanos
em
enfermagemas
mudançassão
inevitáveis,pese
embora a significativa carênciade
profissionaisde
enfermagem.A
noçãode
caneira associadaa
um
vínculo estávele
duradoiro,terá
um futuro sem
grande horizonte. A tendência para a gestão privada das unidades de saúde parece ter vindo para ficar. Assim, no contexto da mudança a que assistimos faz-se sentir cada vez maisa
necessidade das organizações na procurade
pessoas quesaibam
viabilizar-see
construir
um
caminho proprio
que
conduza
aosresultades pretendidos pelas organizações.
Neste
sentido,
a
gestão
do
desempenhosurge como uma
técnica importante na gestão dos recursos humanos, pois a Avaliação do Desempenhovê-se reconhecida desde
há
longa data, como detentorade
um
importantepapel nas organizações. Ao recuar no tempo, verificamos que as práticas de
avaliação não são recentes, desde o início do século, tem-se vindo a assistir a mudanças profundas, quer ao nível das organizações, quer ao nível dos seus processos formais de avaliação.
A
avaliaçãodo
desempenhono
seu
processo evolutivopassa
pelaorganização
do
trabalho, afirmando-se como um instrumento válido na áreaElisabete Garcia PRÁTICA DAAVALIAçÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
dos
recursos humanos.Tal
como refere Jean-Marie Perreti "um sistema deavaliação permite reunir as informações necessárias para construir os vários
programas (promoção, remuneração, formação...) e fundamentar as decisões
que
dizem respeitoàs
carreirasdos
colaboradores" (Perreti, 2001, p.250).Neste contexto,
a
avaliaçãodo
desempenho permiteàs
chefias apreciar aactuação da sua equipa durante um período de tempo delimitado, permitindo igualmente detectar dificuldades de formação e reforçar a comunicação.
Na
profissãode
Enfermagemo
processode
avaliaçãodo
desempenhoremonta
de
1967, masé
coma
restruturação da carreira de enfermagem de1981
e
posteriormente coma
publicação da portaria 1894/84 de 30 de Marçode
1984, quea
referida avaliação surge de forma organizada com exigências Iegais definidas.Desta forma, em í991 com o Decreto-Lei n.o 437191de 8 de Novembro de
(Anexo l), regulamentado pelo Despacho n.o 2193de 30 de Março (Anexo ll), o processo de avaliação do desempenho dos enfermeiros surge como um valioso
instrumento de trabalho, voltado para
o
desempenho dos enfermeiros, isto é,para aquilo que os enfermeiros efectivamente fazem no seu local de trabalho.
O
novo
processode
avaliaçãodo
desempenho prevê,em
termos defilosofia,
que
a
avaliaçãoseja um
processo contínuode
orientação, queenvolva
avaliador
e
avaliado
de
acordo
com
as
normas
e
critériosestabelecidos,
de
formaa
atingir determinados padrõesde
Qualidade dosCuidado§
de
Enfermagem. Este processo implicou alterações profundas no sistema de avaliação, as quais têm dificultado a sua aplicação.Tratando-se
de um
processoque
se
deseja rigorosoe
criterióso, queconduza a uma melhoria real da prestação de cuidados e desenvolvimento da
profissão
de
Enfermagem, pretendemos fazer referência no quadro teórico, àparticipação activa de todos os actores neste processo como contribuição para
a melhoria do seu desempenho, valorização pessoal e profissional e detecção
de necessidades de formação.
Contudo, é de salientar que o enfermeiro avaliador, no exercício das suas
competências, desempenha um papel primordial na orientação, esclarecimento
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
e
envolvimentoda
equipa,com vista
a
atingir
os
objectivos propostos,estimulando-a para a mudança.
A operacionalização do processo implica a compreensão de toda uma nova
fllosofia
que
o
orienta, prevendoa
atribuiçãode
uma
menção qualitativa,obrigatoriamente considerada na promoção e progressão na caneira.
Se
a
avaliaçãodo
desempenhoé a
apreciação sistemáticado
exercícioprofissional
do
enfermeirodentro
da
sua
categoria, reduzi-laapenas
àconcretização do relatório crítico de actividades, para terminar na atribuição de uma menção qualitativa, torna o processo no mínimo redutor.
Do mesmo modo e do ponto de vista organizacional, o que está em causa,
em qualquer sistema de avaliação, é a sua eficácia global e não a sofisticação
de um dos seus componentes, sendo importante analisar as relações entre os objectivos, os instrumentos e os procedimentos (Caetano, 1996).
Diversos
autores
têm
investigadoa
importânciada
avaliação
dodesempenho, tanto para os indivíduos como para a organização, em contexto
empresarial, nomeadamente
Drenth (1984),
Chiavenato(1998),
Almeida(1996), Caetano (1996), entre outros, tendo sido dada ênfase às vantagens da
sua importância para a organização.
No
que
respeitaà
Enfermagem,a
avaliaçãodo
desempenho, enquantosistema.formal
e
sistemáticode
apreciaçãodo
desempenho exercido pelosenfermeiros
na
organização, surge como elementode
gestãode
recursoshumanos.
Desde Ionga
data
se
tem tido
a
preocupaçãode
e§tudar aproblemática
da
gestão aplicadaà
Enfermagem,e
na áreada
avaliação dodesempenho
em
enfermagem, salientamosdas
pesquisas realizadas nesteâmbito, os estudos realizados por Moreira (2000) e Pereira (2001).
Face
às
mudanças anteriormente apresentadas,o
interessepor
estatemática
e
tendo
presentea
dinâmicaque
o
processode
avaliação dodesempenho
na
Carreirade
Enfermagem impõe,é
nossa intenção tentar identificaro
problema, tendo como pontode
partidao
objectivo geral desta pesquisa:Analisar
o
processode
avaliaçãodo
desempenhoem
Enfermagem, talcomo funciona e é aplicado, no caso do HSLE.
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇAO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
É neste contexto organizacional, no HSLE, que pretendemos efectuar esta pesquisa,
com
o
intuitode
percepcionaro
estadiode
desenvolvimento doactual p[ocesso de avaliação do desempenho.
Enquanto enfermeira envolvida no processo, a investigadora é confrontada frequentemente
com
opiniões desfavoráveis, relativamenteao
processo de avaliaçãOdo
desempenho,sendo
este
encaradocomo
"Complicado" e"utópico".
E,
sendo
esta
forma
de
avaliação contínua,que
permite umacompanhamento individual, assim como a orientação do enfermeiro, de modo
a
ajudá-loa
atingir níveisde
desempenhoque
mantenhamos
padrões dequalidade definidos pela Orga nizaçáo,
é
para nos difícil aceitarque
muitosenfermeiros continuem desmotivados e desiludidos com
o
actual processo deavaliação. Também como enfermeira avaliada neste processo de avaliação e da discussão que muitas vezes existe com outros actores do processo, sobre esta teniática, parece que a simples existência de legislação não é garantia de
sucesso,
visto que
se
assiste com frequênciaà
falta
de
cumprimento dopreconizado
pela
lei.
Esperamosque
a
realizaçãodeste
trabalho possaclarificar esta questão no HSLE.
Assim, muitas interrogações sobre
esta
problemática nostêm
levado à reflexão'e
discussão comos
nossos pares sobreas
causas que lhe estãosubjacentes. Face a esta problemática, surgem algumas questões, pelo que de
acordo de com
o
problema de investigação, traçamos os seguintes objectivosespecíficos, aos quais nos propomos dar resposta com este estudo:
Descrever
o
processo de avaliação do desempenho segundo cada.
grupo de participantes, comparando os diferentes pontos de vista;-
Descrevere
opinar sobrea
génesedo
processode
avaliação dodesempenho quanto à formação;
-
Identificar a atribuição ao processo formal e aplicado;-
ldentificar as dificuldades de utilizaçãoe
aplicação do processo de.
avaliação do desempenho aplicado;-
Descrever as prescrições dos diferentes participantes;-
Conceptualizar hipóteses para explicar a forma como o processo de avaliação do desempenho ocorre.Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇAO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
Dado que no processo de avaliação do desempenho existem avaliadores,
avaliadob
e
órgãos
de
gestão,
pretendemos
inquirir
estes
actoresorganizacionais, de forma
a
obter informação real, precisae
actual das suasvivências nesta problemática,
de
formaa
conhecero
caso concreto destaorganização. Só assim poderemos obter dados que nos possibilitem encontrar
um caminho com pistas de actuação futura, bem como
vir
a
contribuir paracolmatar lacunas eventualmente existentes.
Apesar
do
esforçona
elaboraçãode
um
estudo desta naturezae
dacomplexidade que envolve, estamos conscientes das limitações do mesmo, no
entanto, esperamos
que
possa constituirum
contributo paraa
gestão dosrecursos humanos em Enfermagem.
Esta. Dissertação
de
Mestrado está estruturada essencialmente em duaspartes, de forma afazer uma abordagem das diferentes estruturas políticas, ou
seja, estrutura macro-política (nível organizacional), meso-po!ítica (órgãos de
gestão e administração) e micro-política (estudo de caso do HSLE).
A
primeira parte envolveo
estudo teórico, como resultadoda
pesquisateórica realizada, onde na perspectiva de vários autores, e feita por um lado
uma
abordagemda
avaliaçãodo
desempenho formalizadaem
contextoorganizacional e por outro, uma abordagem actual à profissão de enfermagem.
E a
contextualizaçãoda
avaliação
do
desempenhoformalizada
em enfermagem.Na segunda parte, surge o estudo empírico, onde nos propomos especificar mais detalhadamente
o
problema de investigação, dar respostas às questõesque
emergemdo
estudo teórico. Apresentaruma
sínteseda
contribuiçãoteórica e apresentar uma proposta de intervenção organizacional.
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
I PARTE
QUADRO TEORICO
1.1
-
AVALTAÇÃODO
DESEMPENHO FORMALTZADAEM
CONTEXTOORGANIZACIONAL
1.1.1
-
Evolução histórica da Avaliacão do DesempenhoAs últimas décadas conduziram a grandes mudanças nas várias vertentes do conhecimento, cientifico, técnico, cultural e social. Ao nível dos sistemas de
saúde assistiu-se ao desenvolvimento de conceitos, metodologias
e
práticasligadas
à
gestãodas
organizações.A
gestãodos
serviçosde
saúde tematingido'nos
últimosvinte anos
um
grande desenvolvimentona
área doconhecimento e investigação, bem como no exercício profissional.
Nos dias de hoje, as preocupações da gestão das organizações de saúde
são
no
sentidodo
profissionalismo, equidistância, disciplinae
orientaçãoestratégica, avaliação do desempenho dos serviços e das pessoas, avaliação
dos
resultadose
orientação dos serviços parao
interessedo
cliente/utente(Moreira,2000).
As
práticasde
avaliação sempre acompanharamo
homem. Desde osprimórdios da humanidade que o homem tem tido como preocupação julgar os
outros. Qualquer que seja
o
contexto, profissionalou
não, estamosa
todo o momento a avaliar o desempenho das coisas e pessoas que nos rodeiam.Apesar das práticas de avaliação do desempenho formalizada não serem
recentes, é a partir da Segunda Guerra Mundial que começa a implementação
de sistemas formais de avaliação sistemáticos, escritos
e
com periodicidade,quer
a
níve! dos órgãos públicos, quera
nível das empresas (Oliveira, 1998).Inicialmente a ênfase era colocada na eficiência das máquinas como forma de
aumentar
a
produtividade,o
homemera
visto comoum
objecto sujeito àsElisabete Garcia PRÂTICA DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
mudanças
de
acordo
com
os
objectivosda
organização,e
facilmente manipu!ável,por
se
acreditarque
pudesseser
motivadoe
influenciadoexclusivamente por interesses económicos.
Com'o
aparecimentoda
Escoladas
Relações Humanas emerge comopreocupação fundamental dos gestores
o
homeme
nãoa
máquina como atéaquitinha acontecido.
Em 1842,
o
Serviço Público Federal dos Estados Unidos implementou umsistema de relatórios anuais para avaliar o desempenho dos seus funcionários (Moreira;2000).
Neste
sentido
e
de
acordo
com
Caetano (1996),
a
avaliação dodesempenho profissional, como sistema formal
de
apreciaçãodo
trabalho desenvolvido pelos colaboradoresde
uma organizaçáo, surgiucomo
umacomponente
da
gestãode
recursos humanos,desde
que
a
gestão das organiza.çôes começou a ser teoricamente elaborada e sistematizada, no iníciodeste século.
Surgiram então várias teorias administrativas, cujas técnicas tinham como
finalidade
criar
condiçõespara
uma significativa melhoriado
desempenhohumano nas organizações.
Nos anos 50 surge uma forma diferente de abordar o funcionamento das
organizações,
de
onde
emergem algumas
teorias
como,
a
Teoria Comportamentalou
Teoria
Behaviorista, abandonando assimas
posiçõesnormativistas e prescritivas da Teoria Clássica, Teoria das Relações Humanas
e Teoria Burocrática. Nesta abordagem defende-se que o comportamento dos
indivíduos é determinado pelo meio onde este se insere, é o meio que fomece os estímulos aos quais o indivíduo responde.
Nos meados da década de cinquenta verificam-se importantes mudanças
nas orientações
das
pesquisas efectuadas pela psicologia cognitiva, dandoorigem
a
uma abordagem mais globalem
alternativaaos
pressupostos do behaviorismo (Caetano, 1 996).Nos anos 80 do século XX surgem investigações que já não se preocupam em confrontar as cotações dos avaliadores com critérios externos mas, sim, em
analisar
os
processos cognitivos
dos
avaliadores
com
intenção
deElisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
compreender
as
fontesa
as
Gausasdos
enviesamentos (Caetanoe
Vala, 2002).A
avaliaçãodo
desempenho como sistema formaltem
evoluído com ocontributo das várias investigações de carácter interdisciplinar. Neste âmbito,
Curado (1997), acentua
a
evolução que tem ocorrido ao nível da abordagemindividual centrada
no
avaliadorpara uma
abordagemmais
conceptual,organizacional, social
e
política, dando especial importância ao avaliadoe
aoprocesso
de
construçãosocial
que
representaa
interacção avaliadoaval i ador
-
desenyo lv i mento organ izac ion al.Assim,
o
processode
avaliação do desempenhoé
um. sistema formal esistemático que permite apreciar o trabalho desenvolvido pelos trabalhadores
de
uma organização. Em termos gerais, qualquer sistemade
avaliação dodesempenho pode ser contextualizado como integrando um conjunto de três
componentes, interligadas dinamicamente,
e
que
incluem,os
objectivos, os instrumentos e os procedimentos (Caetano e Vala, 2OO2).Mais
à
frente,
no
quadro
teórico, serão
desenvolvidosestes
trêscomponentes,
mais
especificamente relacionadoscom
a
avaliação
dodesempenho em enfermagem, visto ser esta
a
área temática do trabalho. Noentanto, importa aqui salientar, que estas três componentes, os objectivos, os
instrumentos
e
os
procedimentos,estão
relacionadoscom
a
investigaçãoempírica porque nos ajudarão
a
especificar mais detalhadamenteo
problemade investigação e dar respostas às questões que do quadro teórico emergirem.
1.1.2
-
Conceitos de Ava do DesemoenhoAVALTAÇAO
a
De acordo com Machado (1981), avaliação é o "acto de avaliar; cálculo do
número de pessoas ou coisas; o valor dado pelos avaliadores; a determinação
do justo preço de qualquer coisa; a estimativa, juízo que se forma de alguma
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAçAO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
coisa". Avaliar, para
o
mesmo autor significa, "determinara
valia; apreciar omerecimento de; compreender, apreciar bem, reconhecer, julga/'.
Avaliar
é
uma actividade realizada várias vezesao
dia, durantetoda
a nossa vida e sempre que observamos algo ou alguém.Desde os primórdios que nos avaliamos uns aos outros, ou seja, desde que
o homem trabalha para outro que é feita a avaliação do trabalho de outrém. O
registo dessa avaliação tornou-se primordial, pois
a
mente humana tende aregistar sempre
os
aspectos negativos esquecendoos
aspectos positivos,assim, com o registo a margem de erro torna-se menor.
Neste sentido, avaliar pressupõe sempre um julgamento, desta forma as
"informações favoráveis ajudam
a
satisfazer as necessidades psico!ógicas decompetência e sucesso" (Beer, 1993, p.17), enquanto que qualquer informação menos favorável é sentida como um fracasso e constitui uma agressão à auto-estima.
O acto de avaliar é, por si só, controverso. lnclui tabus relacionados com a
avaliação de pessoas
e
conceito de sigilo, implica subjectividade relacionada com diversidade de critérios entre outros.a DESEMPENHO
Contiariamente ao conceito de avaliação, o conceito de desempenho não é
tão controverso.
Desempenho refere-se à actuação do profissional face ao cargo que ocupa
na organização, tendo em conta as responsabilidades e as actividades que lhe
foram atribuídas nesse contexto, bem como aos resultados que dele esperam
(Machado, 1981).
Desta forma, o desempenho está relacionado com os aspectos observáveis
em
acto,
face
a
parâmetros pré-estabelecidos,apos uma
análise
dosresultados atingidos em termos qualitativos
e
quantitativos.É
algo que serásempre avaliado tendo em conta os objectivos da organização.
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇAO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
De
acordocom
Femando Almeida (1996),o
desempenho resulta dainteracção
entre
chefia
e
colaborador,associado
a
um
conjunto
decaracterísticas es pecíficas e facto res s ituaciona is.
O
desempenho compreendea
actuaçãodo
indivíduono
seu
posto detrabalho, expressado em projectos, actividades ou funções que são atribuídas,
bem como os resultados que dele são esperados, defenidos por padrões de
desempenho. Assim, importa salientar que existem alguns factores de natureza
psicologica que podem influenciar
o
desempenhode
uma função. Pelo queFemando Almeida refere como aptidões específicas
as
emoções, atitudes,valores
e
motivações, cuja combinação "variade
indivíduo para indivíduo econtribui para
o
maiorou
menor sucessode
desempenhode
uma função"(Almeida, 1996, p.7).
As
emoções
são
uma força
poderosa,
capaz
de
influenciar
ocomportamento humano. Podem ser
a
basede
conflitos interpessoais, mastambém.o suporte das melhores acções. O mesmo autor refere-se às emoções como o "sal" da vida.
No que respeita às atitudes, são conhecidas como uma resposta pronta e
consistente
a
determinados estímulos quefoi
apreendidae
se
tornou num modo típico de resposta.Por
sua
vez,
os
valores interiorizados atravésda
culturae
subculturaexistente
no
meioem
quea
pessoaestá
inserida,são
normativos,o
queimplica
e
existênciade
sanções,o
que pode
provocarno ser
humanodesconforto psicológico
ou
sentimentode
culpa
perante situações
detransgressão.
Relativamente
às
motivações, estas sãoa
base fundamental da'conduta humana. De acordo com vários autores o seu estudo tem especial importânciana
Teoria
das
NecessidadesHumanas,
onde
as
necessidades sãoidentificadas e classificadas em categorias (Almeida, 1996).
Ainda segundo
o
mesmo autor, dos factores abordados anteriormente, omais facilmente influenciado pela chefia é
a
motivação. O que não quer dizer que os ôutros factores não possam sofrer alterações, mas se tais ocotreremsão
normalmente graduaise
lentas. Com dificuldadese
altera uma atitude,Elisabete Garcia PRATTCA DAAVALTAÇÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
valores
ou
interessesem
relaçãoao
trabalho,no
entanto,tal
facto poderáocorrer em determinadas circunstâncias. Mas, "no ponto de vista da liderança,
é a gestão das motivações que tem uma importância determinante no controlo
de desempenho" (Almeida, 1996, p.11) dos profissionais na organização.
AVALIAÇAO DO DESEMPENHO
Se, desde há longa data, se tem vindo a reconhecer o importante papel da
avaliação
do
desempenhonas
organizações,a
simples associação dosconceitos
de
avaliaçãoe
desempenho nãoé
suficiente para caractenzar oconteúdo
da
expressão,
como
actualmenteé
entendida
a
nível
docomportamento organ izacional.
Na
opinião
de
Amado (1978),
citado
por
Peretti,
"a
avaliação dodesempenho responde
a
uma necessidade humana:todo
o
indivíduo temnecessidade de se avaliar dentro do contexto do seu trabalho, de medir a sua própria efisácia" (Peretti, 2001, p250).
Neste contexto, todos somos avaliadores e avaliados em permanência. Ao longo dâ nossa existência, será difícil encontrar momentos em que as questões
de avaliação não se coloquem, uma vez inseridos numa organização, o acto de avaliar e de ser avaliado está implícito.
Segundo Fernando Almeida a "avaliação do desempenho pode ser definida
como
o
processo pelo qual uma organização mede a eflciência e eficácia dos seus colaboradores" (Almeida, 1996, p.15).Neste sentido, a avaliação do desempenho é um processo estratégico, que pode ser usado como ferramenta de gestão. É um processo através do qual, "o
desempenho
é
medidoe
dirigido
para
objectivos individuais,grupais
eorganizacionais" (Neves, 2001, p.227).
De
acordo
com
estes
autores,a
avaliaçãodo
desempenhoé
umasistemática apreciação do desempenho profissional de cada indivíduo, sendo
um processo para estimular as qualidades desse mesmo indivíduo. Pois para
além de comparar objectivos com resultados, visa
a
promoção da pessoa e aElisabete Garcia PRÁTICA DAAVALIAçÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
modificação do seu comportamento, tendo em consideração as suas aptidões, bem como outras características pessoais. É ainda de salientar que a avaliação
se
refere
ao
desempenho profissionalem
determinado cargo,,e
que,evidentemente
se
traduzem
determinados comportamentose
atitudes. Noentanto, as características da personalidade do profissional não são avaliadas,
embora sejam muitas vezes importantes
e
determinantesno
desempenho profissiohal.Chiavenato refere que
"a
avaliaçãodo
desempenhoé
uma sistemáticaapreciação do desenvolvimento
do
indivíduo no cargoe
no seu potencial dedesenvolvimento" (Chiavenato, 1998, p.85),
que
dá
ênfaseàs
motivações,objectivos
e
resultadosdo
trabalho, atingidos pelos profissionais, visando amelhoria
dos
resultadosno
futuro.
Constituindouma
técnica
de
gestãofundamental na actividade administrativa, pois
é
através dela queé
possíveldetectar
determinados problemas,tais
como,
supervisão
de
pessoal,integração do trabalhador na organização ou cargo e /ou discrepância de não
aproveitamento relativamente ao posto de trabalho que ocupa.
Neste âmbito,
o
processode
avaliaçãodo
desempenho surgecom
af,nalidade de melhorar
e
mantera
adaptação das aspiraçõese
resultados dodesenvolvimento individual,
de
acordo comos
objectivose a
evolução da organização.Deve-se ainda salientar que, actualmente,
a
avaliaçãodo
desempenhointerfere.directamente com os processos de gestão, na medida em que exige
uma gestão por objectivos, novos circuitos de transmissão de comunicação, a revisão da política de formação e do sistema de integração de pessoal, tendo
em conta as condições de trabalho.
Adaptando
estes
conceitosà
realidadevivida pelos
profissionais deenfermagem, Silva descreve-a desta forma,
"avaliação
do
desempenhoé a
apreciação sistemáticado
exercícioprofissionatdo enfermeiro,
no
seu cargo, na sua unidade de cuidado.s, noestabelecimento ou seruiço, e do seu potencial de auto-aprefeiçoamento,
para determinar o valor, a excelência, as capacidades do enfermeiro na
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAçÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
sua
prática com
a
finalidadede
o
ajudara
desenvolver pessaal e profissionalmentee
proporcionaraos
utentesdo
estabelecimento ouseruiço, cuidados
de
enfermagemde
melhor qualidade" (Silva, 1994,p.66).
Verificamos assim,
que
é
dada importânciaà
avaliação profissional doindivíduo, em função
do
papel que este desempenha na organizaçáo. Logo,existe uma interdependência entre as pessoas e a organização, não podendo
proceder
a
uma análise descurandoo
meio onde trabalham. É neste sentidoque a avaliação do desempenho deve considerar o contexto onde a avaliação
se realiza.
Para Viriato Moreira (2000), na perspectiva da organizaçáo, a avaliação é
vista como um dos meios ao seu alcance para atingir as suas finalidades. A
eficácia
da
avaliaçãoé
muitas
vezes
consideradaem
função
da
suacontribuição
para
essas finalidades, tambémelas
resultantesdo
processo social organizativo.Na nossa opinião toma-se assim importante definir o conceito de avaliação
do
desempenho. Neste contextona
presente dissertaçãoa
avaliação dodesempenho será entendida como
a
apreciação do desempenho profissionaldo avaliado em conjunto com
o
avaliador, em momentos formaise
informaisde avaliâção, com o objectivo de valorizar o profissional e o ajudar a identificar os aspectos onde deve apostar para se valorizar. E avaliação do desempenho
formalizada como,
a
apreciaçãodo
desempenho profissionaldo
avaliadoefectuada
em
momentos
formais
de
avaliação,
de
acordo
com
osprocedimentos inscritos na lei.
1.1.3
-
O que avaliar, como avaliar, quem avalia e para quê avaliar?A
evolução da avaliação do desempenho tem-se baseado em diferentesperspectjvas,
de
acordo
com
os
aspectos
mais
valorizados
pelos investigadores.Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAçAO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
Parece-nos pertinente referir o estudo realizado por Caetano (1996), pela
actualidade
da
informação que disponibiliza sobreo
sistema de avaliação do desempenho.Segündo
este
autor,
as
várias
abordagensefectuadas
resultaraminicialmente, de uma maior ênfase dada aos instrumentos utilizados, numa fase
posterior,
a
ênfase recai sobre
os
processos cognitivosdo
avaliador, erecentemente, no contexto em que
o
avaliadose
encontra, assim como naforma como se processa
a
avaliação.A
primeira perspectiva mencionada porCaetano'(1996), alvo de investigação até à década de setenta, é denominada
como metáfora do teste, que se traduz fundamentalmente num problema de medida de desempenho do avaliado.
A metáfora do teste tem como pressuposto a necessidade de se obter um
'Julgamento" exacto
do
avaliado,o
que
permite compreendera
constantepreocupação na construção e formato das escalas bem como na sua avaliação.
No
sentido
de
minimizar
erros
de
"julgamento"na
avaliação
dodesempenho profissional, torna-se necessário garantir a exactidão do conteúdo
desses julgamentos. Logo,
o
graude
exactidãoe
de
objectividadeque
sepretende numa avaliação dependerá principalmente do tipo de instrumento que
for utilizado pelo avaliador. O avaliador deve seguir critérios de forma a tomar a
avaliação o mais objectiva possível.
Quando se questiona o que avaliar, pressupõe desde logo a existência de
três
possibilidades, avaliara
pessoa
em
si
(capacidades, competências,personalidade
e
motivações),o
seu comportamento(o
que faze o
esforçodesenvolvido)
e
os
resultados
obtidos, comparadoscom
os
objectivosesperados, permitem conferir a medida de desempenho.
Assim, se a finalidade específica da avaliação do desempenho reside em
dar
'Íeed-backao
trabalhador sobreo
seu desempenho" (Caetanoe
Vala,2OO2, p.374), então a observação deverá incidir na capacidade de mudança em
termos de comportamento e de atitudes do avaliado.
Na opinião de Câmara et al., "os sistemas de avaliação do desempenho
ocupam um lugar central no conjunto das fenamentas da gestão de Recursos
Humanos" (Câmara
et
al.,
2001, p.336).
Dela
decorrem consequênciasÁ
z
2
Mestrado em lntervenção Sócio-Organizacional na Saúde
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
importantes
para
a
retenção, motivaçãoe
desenvolvimento pessoal dos avaliados.A
avaliaçãodo
desempenho tomou-seum
instrumento fundamental nagestão dos recursos humanos da organização e em particular no seu sistema
de
informação. Neste sentido,a
gestãoda
informação permite influenciardecisões
sobre
os
trabalhadoresou
fomecer-lhes feedbacksobre
o
seudesempenho (Moreira, 2000).
Ao utilizar um sistema de avaliação a organização fá-lo de acordo com os
objectivos
já
definidos,o
que implica que todosos
avaliados saibamo
queesperam
deles, quais
os
parâmetrosde
avaliaçãoe
calendarização dos resultados a obter.Mas, os objectivos a atingir com os sistemas de avaliação do desempenho
são específlcos quer se tratem de pessoas ou de organizações,
e
por vezescompatibilizá-los não é nada fácil (Câmara et al., 2001).
De
acordo
com
Caetano (1996),o
sistemaformal
de
avaliação dodesempenho não se traduz só nos instrumentos de avaliação, engloba sim um
conjunto
de
três
componentes interligados:objectivos, instrumentos
eprocedimentos.
Todas
as
pesquisas,à
luz
da
metáforado
teste,
têm-se
centradoessencialmente nas qualidades psicométricas dos instrumentos de avaliação e na fiabilidade das fontes que a emitem.
Relativamente
às
finalidadesda
avaliaçãodo
desempenho Caetano realizou uma vasta investigação da literatura de alguns autores, entre os quais,McGregor (1957), Jacobs et al. (1980), llgen e Schneider (1991), Locher e Teel
(1988), Levine (1986), Cleveland et.al. (1989),
e
integrouas
contribuiçõesdestes autores sobre
a
avaliaçãodo
desempenho, conceptualizando-as em"três categorias de objectivos gerais: objectivos que visam
a
manutençãoe
odesenvolvimento
da
organização, desenvolvimento individuale
centrados na gestão da recompensa" (Caetano, 1996, p.97).Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇAO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
'Quadro
1.
-
Finalidades/Objectivos da Avaliação do Desempenho perspectivados por vários autoresFonte: Adaptado de António Caetano (1996)
Autor
Finalidades/Objectivos da avaliação do desempenhoMcGregor (1957)
o
Fornecer julgamentos que fundamentam aumentos salariais,o
Permitir promoções e transferencias,.
Dar feedback ao avaliado sobre o seu desempenho,.
Constituir a base de aconselhamento para o avaliador.Jacobs et al
(1e80)
.
Disciplinar,o
Dar feedback e desenvolvimento do avaliado,o
Promover,.
Seleccionar,.
Formar e supervisionar,o
Desenvolver e efectuar o diagnóstico organizacional.Levine (1986)
o
Distribuir salários,o
ldentificar necessidades de formação,o
ldentificar o mérito.Locher e Teel (1e88)
o
Remunerar,o
Melhorar o desempenho,.
Dar feedback ao avaliadoCleveland et.al (1e8e)
.
Administrar salários,o
Dar feedback ao avaliado,.
Identificar
pontos
fortes
e
fracos
do
desempenho
do colaborador.llgen e Schneider
(1ee1)
o
Tomar decisões relativas aos colaboradores,.
Dar feedback sobre o desempenho.Caetano (1996)
.
Reconhecer o desempenho individual,.
Dar feedback da performance do colaborador,o
Decidir sobre remunerações,o
ldentificar as deficiências do desempenho.Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
No
quadro1,
foi
elaborada uma síntesedas
finalidades/objectivos daavaliação
do
desempenhona
perspectivados
autoresjá
anteriormentereferenciados, comparando com
o
estudo realizado por Caetano (1996), queincidiu sobre 300 empresas do sector secundário e terciário da zona de Lisboa
e
Vale do Tejo, que fazem parte das 500 melhorese
maiores empresas dopaís,
onde
são
apresentadosos
objectivos mais frequentemente atingidos pelas empresas que utilizam sistemas de avaliação do desempenho.Quanto
aos
instrumentosde
avaliação,o
mesmo autor, considerou a possibilidade de criar instrumentos de avaliação do desempenho, obedecendoa
quatro critérios fundamentais: fidelidade, validade, praticabilidadee
isençãode enos psicométricos. No entanto, as investigações realizadas neste âmbito
revelam
que
existem vários instrumentos psicometricamente equivalentes eque não
existe
nenhumtipo
de
instrumento perfeitodo
ponto
de
vista psicométrico, ou seja, isento de algum erro de cotação.No
que
respeita às fontes de avaliação, verificamos que existem algunsconjuntos
de
actores organizacionaisque
estão
habituadosa
realizar aavaliação
do
desempenho,tais
como:os
colegasdo
avaliador,o
próprioavaliado,
os
subordinadose os
clientes.A
fonte privilegiada para avaliar odesempenho
das
pessoas nas organizaçõestem
sidoa
chefia imediata doavaliado.(Caetano e Vala, 2002).
Segundo Caetano
(í996),
tem-se dado especial importânciaà
formaçãodos
avaliadores como
objectivode
evitaros
enviesamentos passíveis deperturbar
a
exactidãode
um
julgamento, devidoao
uso
inadequado dosinstrumentos. Para
tal, os
esforços devem centrar-se no desenvolvimento eaperfeiçoamento das competências dos avaliadores para que estes aprendam
a observar
e
registar o desempenho dos avaliados e que treinema
utilizaçãoapropriada dos instrumentos, procurando assim evitar os erros.
Todavia,
a
generalidadedas
pesquisasde
investigaçãoacerca
daavaliação
do
desempenhoà
luz
da
metáfora
do
teste
centram-seessencialmente na construção de vários formatos de instrumentos de avaliação
e nas suas qualidades psicométricas, descurando outros aspectos importantes
como,
a
informação
que
se
obtém
do
desempenho
dos
actoresElisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
organizacionais,
o
feedbackque
lhesé
fomecido,as
consequências dessaavaliação,
quer para
o
avaliado,quer para
a
organização,os
custosdespendidos e o contexto em que ocorrem o processo de avaliação.
A partir da década de 80, alguns investigadores como Landy e Farr, partem
do pressuposto que
a
avaliação do desempenho não se reduz apenasa
umproblema de medida, a um problema de instrumentos, mas sim a um problema
do seu utilizador, ou seja, o avaliador. Este passa a ser considerado como um
elemento fortemente activo, do qual depende
a
procuraa
processamento deinformação necessária à obtenção do resultado final da avaliação, ou seja, ao 'Julgamento do avaliado".
Surge então a metáfora do processador de informação, cujo interesse recai
no estudo dos "processos através dos quais os avaliadores produzem os seus
julgamentos, com vista a explicitar as fontes e as causas dos enviesamentos"
(Caetano, 1996, p.137),
que
resultamde
falhasna
utilizaçãode
regras de processamento da informação.Estas falhas traduzem-se nos julgamentos do avaliado, tal como referem
Landy
e
Fan
(1980),"é
tempode
parar
de
olhar para
os
sintomas deenviesamento
na
cotaçãoe
começara
examinaras
potenciais causas"(Caetano, 1996, p.137).
Segundo estes autores
a
resolução do problema da exactidãoe
eficáciaavaliação deve focalizar-se na análise dos processos cognitivos do avaliador e
não apenas no estudo dos instrumentos, uma vez que consideram a avaliação
do desempenho como um exemplo específico da percepção
de
pessoas, na qual os processos cognitivos têm lugar privilegiado.Esta viragem na investigação da avaliação do desempenho deve-se a uma
mudança ocorrida
na
área
da
psicologia experimental,que
nos finais
dadécada de 50 "começou a abandonar as teses de behaviorismo e desenvolveu
programas de pesquisa direccionados para os problemas cognitivos" (Caetano,
1996, p.141), centrados no estudo dos processos mentais que ocorrem no ser
humano.
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
Nesta nova abordagem, procede-se
a
análise dos processos em vez doconteúdo,
pois
é
atravésdeles que
os
avaliadores produzemos
seusjulgamentos e explicitam as fontes e as causas dos enviesamentos.
Noutra
perspectiva,Ana
Morais refere
que,
algumas empresas têmavançado com a "formalização de um sistema de avaliação do tipo Balanço de
Actividades,
que
veicula
uma
concepçãode
organizaçãobaséada
nadescentralizaçáo
da
tomadade
decisãoe
no
ajustamento interactivo entreunidades funcionalmente interdependentes" (Morais, 1996, p.9), na medida em
que
o
processo clássicode
avaliação nãoé
congruente coma
po!ítica degestão partilhada dos recursos humanos. Nesta visão, o processo de avaliação
é
conceptualizado comoum
processo (re)organizativoque
pode facilitar odesenvolvimento da relações mais funcionais e adultas, entre os operadores e
o
seu enquadramento; sustentara
descentralizaçáoda
gestãodo
processoprodutivo
e
contribuir paraa
concretizaçáo da gestão partilhada dos recursos humanos.Esta nova forma de avaliar
o
desempenho, que veicula uma filosofia degestão que reconhece
a
importância de ver e considerar as várias dimensões de uma situação, não é compatível com a tradicional concepção de gestão deuma organização. Partindo desta ideia,
e
atravésde
um
estudo realizadoacerca
dos
sistemas formaisde
avaliaçãodo
trabalho,a
autora explicita adiferença
entre
a
forma
"tradicional"de
avaliação, baseadano
controlo normativ.o e hierárquico e por isso compatível com a tradicional forma de ver a gestãoe
organização de uma empresa,e
uma forma de avaliar baseada nacomunicação
e
num processo decisional descentralizado que só se ajusta ásnovas formas de olhar a gestão e organização, como referimos anteriormente.
Ao considerar que "a efectiva implementação de um sistema avaliativo do tipo Balanço de Actividades implica uma verdadeira reformulação da forma normal de ver a organização" (Morais, 1996, p.170).
Relativamente ao "quem avalia", verifica-se tradicionalmente e com alguma
frequência como avaliador
a
chefia imediatado
avaliado.De
acordo comCaetano (1996) quando cita Latham e Wexley, tal facto prende-se por,um lado,
Elisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
com "a estrutura hierárquica da maioria das organizações que reforça o direito
dos supervisores para efectuar avaliações dos seus subordinados". Por outro Iado, e na perspectiva Taylorista, é o "supervisor que será a fonte em melhores
condiçôes
para
observar
e
apreciar
a
adequaçãodo
desempenho dosubordinado" (Caetano, í 996, p.75).
Segundo Kurgant (1991) e Almeida (1996), as fontes de avaliação são as seguintes:
.
chefiao
pât"ês do subordinado..
auto-avaliação.
subordinados do avaliado.
clientes.
combinação dos anterioresNa p.erspectiva de Caetano (1996), são quatro as fontes de avaliação do desempenho:
.
chefe imediatoo
subordinadoso
pârês do subordinado.
auto-avaliaçãoQuando
o
objectivoda
avaliaçãoé
apenas classificaro
desempenho, oavaliador mais indicado
é o
superior directo. Seo
objectivoda
avaliação éidêntico mas associa o desenvolvimento individual, então, deverá utilizar-se um
metodo misto,
ou
seja,o
chefee a
auto-avaliação. Neste sentido, Caetanorefere que "a auto-avaliação não tem sido utilizada nas organizaçôes devido ao
contexto de trabalho e de gestão tradicional aí predominante" (Caetano, í996,
p.e0).
Em
contexto organizacional,é
importante salientarde
acordocom
a perspectiva dos vários autores, as fontes de avaliação, tal como acima, referido,de forma a perceber que nem só o chefe imediato pode ser o avaliador, como
acontece
na
caneirade
enfermagem.De
acordocom
a
Regulamento daElisabete Garcia PRATICA DAAVALIAÇAO DO DESEMPENHO _ ESTUDO DE CASO DO HSLE
Avaliação
do
Desempenho, expressono
Decreto-Lein.o
437191de
8
deNovembro,
a
competênciade
avaliaro
desempenho profissional pertenceconjuntamente
ao
enfermeiro avaliadoe
aos
enfermeiros avaliadores. Osenfermeiros avaliadores
devem
possuir categoria superiorà
do
avaliado,podendo, excepcionalmente, ser designado enfermeiro avaliador de categoria igual à do avaliado.
Assim,
a
fontede
avaliaçãona
carreirade
enfermagem, toma especialimportância
para
esta
investigação,pelo
que
será
desenvolvido nacontextualização da avaliação do desempenho em enfermagem.
1.1.4
-
Para que serve a Avaliação do Desempenho?O
processode
avaliaçãodo
desempenho, não constitui uma prática demodificação
de
comportamentos. De acordo com Almeida (1996), deve serconsiderada
como
um
instrumento
de
levantamentode
dados
ounecessidades, que exprimam as condições que na organizaçáo, estejam, em
determinado momento,
a
prejudicar, dificultarou
até
mesmoa
impedir ocompleto aproveitamento dos seus recursos humanos.
Como
instrumentode
gestão
de
recursos humanos,a
avaliação dodesempenho,
deve
ser
capazde
dar
a
conhecerde
forma
específica ocomportamento
do
indivíduo
no
seu
local
de
trabalho,
em
contextoorganizacional,
no
que
ele
tem
de
condicionantes ambientais, políticas,procedimentos
e
elemento humano. Assime
tal
como refere Almeida, "oprimeiro objectivo da avaliação do desempenho
é
conhecef' (Almeida, 1996, p.18).A
conecta utilização deste instrumento, segundo Almeida (1996), podetransmitir determinados aspectos relativamente ao desempenho do indivíduo, como:
.
a sensação de verdadeira segurança em termos de carreira a curto, médio e longo prazo;Elisabete Garcia PRÂTICA DA AVALIAÇAO DO DESEMPENHO
- ESTUDO DE CASO DO HSLE
a
a
a satisfação de necessidades sociais e de integração, no sentido de
que quem trabalha
Íaz
parte de um grupoe
necessita de sentir-seadequadamente posicionado sob esse aspecto;
a
importância da própria actividade em relação às actividades dosoutros colegas de trabalho;
a
possibilidadedo
desenvolvimentodas
proprias competências e pontos fortes.o
d
De acordo como o mesmo autor, abrangência de um sistema de avaliação
do
desempenho deve ser total," todos, sem excepção devem ser avaliados.Ainda
que não
explicitamente,pelo
menos implicitamente" (Almeida, 1996,p.20). Assim, importante que
o
processode
avaliação do desempenho sejavisto, por
todosos
que
fazem parte integrante dele, como mais uma dasfunções de que é composta a sua prestação dentro da organização.
Caetano
e
Vala
(2002), referem
que
qualquer organização quandoimplementa
um
processode
avaliaçãodo
desempenho,tem
determinados objectivos, que pretende atingir com a sua aplicação. Neste sentido, McGregor (1957), considera que os principais objectivos que conduzem uma organizaçãoa
implementar um sistema de avaliação do desempenho se relacionam com asatisfação
de
três
necessidades,sendo uma
da
organizaçãoe
duas
doindivíduo. No que respeita à organização, avaliação do desempenho ajuda as
decisões
administrativas
ligadas
às
transferências,
bem como
àsremunerações, entre outras. Em relação ao indivÍduo, permite que
o
avaliadoconheça
a
análiseque
é
feita
acercado
seu
desempenhoe
permite aoavaliador aconselhar
o
trabalhador no seu percurso profissional (Caetano eVala, 2OO2).
Neste contexto, a avaliação do desempenho permite apoiar as decisões de
acção disciplinar,
dar
feedback, desenvolver profissionale
pessoalmente otrabalhador, servir de critério para promoções, para o recrutamento e selecção
de
pessoa!,para
a
formaçãoe
para
o
diagnósticoe
desenvolvimentoorganiacional.