• Nenhum resultado encontrado

Crescimento e terminação de Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, linhagem chitralada, em tanques-rede: o modelo de produção da fazenda tarumã, Pacajus-Ce, visualizado na forma de estágio supervisionado

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Crescimento e terminação de Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, linhagem chitralada, em tanques-rede: o modelo de produção da fazenda tarumã, Pacajus-Ce, visualizado na forma de estágio supervisionado"

Copied!
36
0
0

Texto

(1)

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA

CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO DE TILÁPIA DO NILO, Oreochromis niloticus, LINHAGEM CHITRALADA, EM TANQUES-REDE: O MODELO DE PRODUÇÃO DA FAZENDA TARUMÃ, PACAJUS-CE, VISUALIZADO NA FORMA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO.

ANTÔNIO RONALDO MELO DA SILVA JÚNIOR

Relatório de Estágio Supervisionado apresentado ao Departamento de Engenharia de Pesca do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como parte das exigências para a obtenção do título de Engenheiro de Pesca.

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL JULHO DE 2007

(2)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Biblioteca Central do Campus do Pici Prof. Francisco José de Abreu Matos S578c Silva Júnior, Antônio Ronaldo Melo da.

Crescimento e terminação de Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, linhagem chitralada, em tanques-rede: o modelo de produção da fazenda tarumã, Pacajus-Ce, visualizado na forma de estágio supervisionado / Antônio Ronaldo Melo da Silva Júnior. – 2007.

35f. : il. color.

Monografia (Graduação)–Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Engenharia de Pesca, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 2007.

Orientação: Profa. Dra. Elenise Gonçalves de Oliveira. Orientador Técnico: Bel. Jaime Pinheiro de Almeida.

1. Tilápia (Peixe) – Brasil, Nordeste. 2. Tilápia-do-Nilo - Produção. 3. Engenharia de Pesca. I. Título.

(3)

Profa. Elenise Gonçalves de Oliveira, D.Sc. Orientador

Prof. Francisco Hiran Farias Costa, M.Sc. Membro

Eng. de Pesca Antônio Roberto Barreto Matos, M.Sc. Membro

Orientador Técnico:

Jaime Pinheiro de Almeida, Médico Veterinário

VISTO

Prof. Moisés Almeida de Oliveira, D.Sc. Chefe do Departamento de Engenharia de Pesca

Prof. Raimundo Nonato de Lima Conceição, D.Sc. Coordenador do Curso de Engenharia de Pesca

(4)

Dedicado aos meus avós José Ribamar e Iolanda Cunha, mais que avós, eles foram, são e sempre serão pai e mãe na minha vida.

À minha avó Maria Salete e meu avô José D'aguia (in memoriam).

(5)

Quero antes de tudo agradecer a Deus, por sempre ter me dado forças nos momentos mais difíceis da vida, permitindo assim a conquista desse objetivo. Aos meus pais Antônio Ronaldo e Maria José, pelo esforço e dedicação em sempre buscar me mostrar o caminho certo a seguir.

Aos meus irmãos Thiago Nascimento e Victor José, pela verdadeira amizade que existe entre nós, amigos incondicionais.

Aos meus tios Luiz Carlos, Pedro Jorge e Margarida Maria, sempre presentes em momentos importantes dando força e orientação.

À Brenda Camila, pessoa muito importante nessa minha caminhada, quando eu tropecei me ajudou a levantar muitas vezes e me fez perceber que todas as conquistas são mais valiosas quando nos dedicamos por inteiro.

À amiga Karine Celedônio que por muitas vezes foi meus braços e pernas durante o curso, me fazendo entender que tudo é possível.

Às amigas Leilamara e Emanuele Magalhães, pelo carinho, consideração, respeito e amizade, hoje sei que não teria conseguido sem elas.

Aos amigos Allison Paulino e Carol Vieira, que me abriram uma porta enorme, possibilitando a concretização desse objetivo.

Ao grande amigo Alan de Lima, que diversas vezes foi e ainda é um grande incentivador dos meus objetivos.

À Gerci Batista, com quem aprendi que somos a soma de nossas atitudes, e que somente nós somos responsáveis por sermos ou não felizes.

À amiga Melissa Germana que me apresentou ao curso de Engenharia de Pesca dando um rumo novo a minha vida.

À minha orientadora Elenise, excelente profissional, portadora de um conhecimento valioso em aqüicultura.

Ao grupo PET pela oportunidade de abrir novos horizontes.

Finalmente quero agradecer a todos que de alguma forma me ajudaram nessa caminhada tão importante, deixando também sinceras desculpas se não os citei.

(6)

SUMÁRIO

Página LISTA DE FIGURAS

LISTA DE QUADROS E TABELA vi

RESUMO vii

1. INTRODUÇÃO 1

2. PROCESSO PRODUTIVO 5

2.1. Caracterização do local de realização do estágio 5

2.2. Atividades Desenvolvidas 8

2.2.1. Produção de Juvenil 9

2.2.2. Produção de peixes para consumo — terminação ou engorda 9

2.2.2.1. Instalações 9

2.2.2.2 Despesca, transporte e estocagem 11

2.2.2.3 Biometria e uniformização dos peixes 13

2.2.2.4 Limpeza dos tanques-rede 15

2.2.2.5. Manejo alimentar e controle da qualidade da ração 16

2.2.2.6 Despesca para comercialização 20

2.2.2.7 Comercialização 21

3. SUGESTÕES E APLICAÇÕES 23

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 26

(7)

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1 Localização do município de Pacajus/CE 5

Figura 2 Açude Ererê, Pacajus/CE 6

Figura 3 Barragem utilizada para realizar reversão sexual em hapas 7

Figura 4 Tanques-rede destinados à estocagem de tilápia na fase de

terminação 8

Figura 5 Plataforma para manejo das tilápias estocadas nos tanques-

rede 8

Figura 6 Comedouro instalado dentro de um tanque-rede berçário 10

Figura 7 Telas de 2,0 e 5,0mm, utilizadas para confecção dos comedouros de acordo com o tipo de ração ofertada 10

Figura 8 Posicionamento dos tanques-rede no açude Ererê 11

Figura 9 Estocagem de juvenis no tanque-rede berçário 12

Figura 10 Detalhe da captura de peixes no tanque-rede, fazendo uso de

puçá 13

Figura 11 Pesagem dos peixes em balança tipo dinamômetro 14

Figura 12 Tanque-rede erguido na plataforma, para biometria e limpeza 15

Figura 13 Colmatação das telas do tanque-rede 15

Figura 14 Tanque-rede na margem do açude para ser submetido a

reparos 16

Figura 15 Fornecimento de ração para tilápias no tanque-rede 17

Figura 16 Pesagem de ração a ser administrada para tilápia nos

tanques-rede 18

Figura 17 Armazenamento de ração sobre paletes de madeira 20

Figura 18 Acondicionamento de tilápia viva para transporte e posterior comercialização no mercado público de Pacajus/CE 22

Figura 19 Protótipo do recipiente (balde) projetado para o manuseio de

(8)

LISTA DE QUADROS E TABELA

Página Quadro 1 Ficha de controle de mortalidade, utilizada na Fazenda

Tarumã, Pacajus/CE 17

Quadro 2. Modelo de tabela utilizada na Fazenda Tarumã para

controle da alimentação. Referência para 1000 peixes 19 Tabela 1. Custo de cada material utilizado para montar a

(9)

RESUMO

O relatório foi elaborado com base nas atividades desenvolvidas durante a realização do Estágio Supervisionado na Fazenda Tarumã, em Pacajus/CE, no período de agosto de 2006 a março de 2007. Com o Estágio objetivou-se acompanhar as atividades relativas à fase de recria e terminação da tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, em tanques-rede. Para isto práticas de manejo tais como seleção por tamanho, biometria, recebimento e fornecimento de ração, despesca, transporte e comercialização foram observadas. As observações feitas permitem dizer que em cada tanque-rede com 4 m3, são estocados 700 juvenis/m3, com peso médio inicial inferior a 40g (peixes provenientes de viveiros de recria) ou 170 peixes/m3, com peso médio inicial de 40 ou 55,0g (peixes provenientes de tanques-rede berçários). Os peixes são alimentados com ração extrusada contendo 40, 35 e 32% de PB, sendo estas administradas em 6 a 3 refeições/dia. Mensalmente são estocados e despescados 10 tanques-rede, que atingem produção de 122,4 kg/m3. A conversão alimentar fica em 1,8:1 e a mortalidade não ultrapassa 10%. A produção é comercializada no mercado local, para pequenos vendedores varejistas a domicílio, comerciantes estabelecidos no mercado público municipal e para pesques-pague. Após 135 dias da fase de terminação o peixe é comercializado vivo ou abatido (eviscerado ou não), com peso médio de 800g, e preço entre R$ 3,70 e 4,20/kg. Mediante as práticas realizadas pode-se dizer que o Estágio é uma etapa importante na formação do Engenheiro de Pesca, dando oportunidade de ampliar os conhecimentos teóricos e práticos sobre os sistemas de produção, incluindo neste contexto a visão produtiva e econômica da tilapicultura, uma atividade em ascensão no Ceará e no Brasil como um todo.

(10)

CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO DE TILÁPIA DO NILO, Oreochromis niloticus, LINHAGEM CHITRALADA, EM TANQUES-REDE: O MODELO DE PRODUÇÃO DA FAZENDA TARUMÃ, PACAJUS-CE.

ANTÔNIO RONALDO MELO DA SILVA JÚNIOR 1. INTRODUÇÃO

A aqüicultura no mundo vem crescendo significativamente e durante os últimos 50 anos passou de uma produção de menos de 1 milhão de toneladas, na década de 50, a incríveis 59,4 milhões de toneladas em 2004. Este nível de produção apresentou um valor equivalente a US$ 70,3 bilhões. Possivelmente é o setor de produção de alimentos que apresenta um crescimento mais acelerado, representando hoje quase 50% dos produtos pesqueiros mundiais destinados à alimentação (FAO, 2004).

A atividade está consolidada, com capacidade de abastecer à incessante demanda por produtos pesqueiros, frente ao estancamento das capturas observado desde o final dos anos 80. Tal fato pode ser justificado pelos índices médios anuais de crescimento de 9,2% que a aqüicultura mundial vem apresentando a partir de 1970, comparados com apenas 1,4% da pesca e 2,8% da produção de animais terrestres. A importância que a aqüicultura tem para o homem moderno baseia-se no fato desta servir como promissora alternativa para o extrativismo, o qual chegou ao seu limite máximo sustentável em 1995, com um total de 100 milhões de toneladas ao ano (IBGE, 2001).

No Brasil, a aqüicultura teve início no começo do século XX alcançando um melhor desempenho durante a década de 90, onde a produção total aumentou de aproximadamente 30 mil toneladas no começo da década, para 176,5 mil toneladas em 2000 e posteriormente para 246,2 mil toneladas em 2002 (FAO, 2004).

A aqüicultura no Brasil vem se desenvolvendo muito modestamente, se comparada com outras partes do mundo, ocupando um lugar de destaque com produtos de exportação por excelência. Isto se dá, principalmente, devido à falta de uma política setorial que priorize linhas de apoio governamental à produção e,

(11)

da necessidade de uma definição das alternativas de maior impacto sócio-econômico com vistas ao aproveitamento das potencialidades naturais de cada região. O Brasil ocupa a vigésima posição mundial entre os produtores de pescado cultivado e já aparece como 6° produtor mundial de tilápias (FAO, 2004).

No Nordeste os cultivos comerciais de tilápia eram praticamente inexpressivos até o ano de 2000. A partir daí, a tilapicultura cresceu em ritmo intenso, fazendo da região a maior produtora de tilápia do país. O clima favorável e a disponibilidade de açudes públicos gerenciados pelo Estado favorecem a rápida expansão dos cultivos em tanques-rede, impulsionado por um mercado regional receptivo aos produtos da tilápia (PANORAMA DA AQÜICULTURA, 2007).

De um modo geral, a região Nordeste tem se apresentado como a maior produtora aqüícola do País, com uma produção de 118,3 mil toneladas de pescado, equivalente a 42,5% produção nacional (IBAMA, 2004), o que é favorecido pelas excepcionais condições climáticas, hidrobiológicas e de infra-estrutura. O potencial da região para a produção de peixes através da piscicultura e tão expressivo, que é possível afirmar que o Nordeste poderá se transformar no maior centro de produção mundial nesse setor, caso sejam priorizadas as medidas requeridas.

A aqüicultura é considerada uma atividade promissora para a produção de alimentos ricos em proteínas, geração de empregos e, especialmente para a criação de uma nova base de sustentação econõmica no meio rural. Neste contexto o Ceará, com uma produção de 39,1 mil toneladas de pescado, sendo 1/3 dessa produção referente ao cultivo de tilápias, Oreochromis sp, merece destaque (IBAMA, 2004).

Um fator que justifica a crescente produção da tilapia no Estado do Ceará, além das condições climáticas, que é extensiva a toda região Nordeste, é a grande quantidade de reservatórios disponíveis para a atividade (PANORAMA DA AQÜICULTURA, 2007).

A tilapicultura no Ceará é sustentada pela tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, uma espécie precoce que apresenta excelente desempenho em

(12)

diferentes regimes de criação. O cultivo da tilápia tem se expandido no mundo inteiro e, no Brasil, foi iniciado no Nordeste, pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), em setembro de 1971. Os primeiros exemplares foram oriundos da Costa do Marfim, África, tendo sido colocados em viveiros no Centro de Pesquisas Ictiológicas Rodolpho Von Ihering em Pentecoste, Ceará (SILVA et aí, 1983).

As tilápias podem ser cultivadas em diferentes tipos de ambientes, entre os quais estão viveiros, tanques-rede e canais de irrigação e com diferentes graus de intensificação, com níveis de produtividade atingindo até 50.000 kg/há/ano, no caso de viveiros, e cerca de 600 kg/m3/ano, no caso de tanques-rede (ZIMMERMANN; FITZSIMMONS, 2004).

A produção de peixes em tanques-rede é definida como a criação de peixes em um volume delimitado e que permite a livre e constante circulação de água. Esse sistema de cultivo é uma excelente alternativa para o aproveitamento racional de represas, lagos e outros corpos de água que apresentam dificuldades para a prática da piscicultura convencional (McGINTY, 1991; DUARTE et al., 1992).

Segundo BEVERIDGE (1996) existem vários fatores que afetam o sucesso do cultivo de peixes em tanques-rede, entre eles a capacidade de suporte, o desempenho e a sobrevivência, sendo que a escolha da espécie, qualidade da água, dimensões do tanque-rede, alimentação e a densidade de estocagem, são os principais fatores.

A apesar dos fatores limitantes, acredita-se que a expansão na oferta de tilápia seguramente virá dos cultivos em tanques-rede nos grandes reservatórios do Nordeste do Brasil. Esta expansão será caracterizada pela implantação de empreendimentos de grande porte com produção verticalizada, possibilitando maior segurança na qualidade do processo — desde alevinos até os produtos industrializados — redução nos custos e constância no abastecimento da indústria e do mercado (PANORAMA DA AQUICULTURA, 2007).

Ainda de acordo com a revista acima citada, pequenos e médios produtores serão eventuais fornecedores de tilápia para a indústria se estes puderem, de

(13)

alguma forma, contar com os benefícios da economia de escala dos grandes produtores, do contrário terão que se dedicar a ofertar seus produtos em nichos de mercado onde a indústria não for capaz de competir.

A tilapicultura e o uso de tanques-rede tem sido fundamentais para o desenvolvimento da aqüicultura no Nordeste e de forma especial para o Estado do Ceará. Diante disto, com a realização do presente Estágio Supervisionado, o objetivo foi acompanhar as práticas de manejo de tilápia nilótica (Oreochromis niloticus), durante a fase de recria e terminação em tanques-rede, visando à capacitação profissional e obtenção de conhecimentos técnicos sobre uma tilapicultura comercial.

(14)

2. PROCESSO PRODUTIVO

2.1 Caracterização do local de realização do estágio

O estágio foi realizado na Fazenda Tarumã, localizada no município de Pacajus, distante 51,1 km da capital Fortaleza, Estado do Ceará (Figura 1), às margens do açude Ererê, parte integrante do Canal do Trabalhador, com águas provenientes do açude Castanhão.

Figura 1. Localização do município de Pacajus/CE

(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

O açude Ererê (Figura 2) abastece a fazenda Tarumã e apresenta uma área de 832.559 m2, com capacidade volumétrica de 2.500.000 m3. O açude mantém uma vazão efluente de água de 306,00 m3/seg, com uma lâmina de sangria de 4,22 m. Apresenta ainda uma profundidade média de 3,5 m e ótima taxa de renovação de água, tendo em vista que faz parte do Canal de Abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza.

(15)

Figura 2. Açude Ererê, Pacajus/CE

(Origem: Google Earth — 4° 09' 38" S / 38° 26' 52" O)

A Fazenda Tarumã iniciou suas atividades em Agosto/2006, realizando desde a produção de alevinos até a fase de terminação em tanques-rede, e vem desenvolvendo todo o ciclo de produção da tilápia nilótica (Oreochromis niloticus) em suas instalações. Por se tratar de uma piscicultura comercial, se fez necessário a obtenção de todas as licenças e documentações junto aos órgãos responsáveis e de fiscalização.

A fazenda apresenta a seguinte infra-estrutura:

• Casa sede com uma área construída de 452,16 m2 onde ficam escritório, cozinha, dormitórios, banheiro, depósito para armazenamento de ração, utensílios e ferramentas;

• 08 (oito) viveiros para recria perfazendo uma área total de 14.000m2 e profundidade média de 1,00m;

• 02 (dois) viveiros, denominados barragens — o primeiro utilizado para a reprodução, com aproximadamente 900m2 e profundidade média de 1,20m e o segundo utilizado para reversão sexual em hapas, com aproximadamente 750m2 e profundidade média de 2,0m (Figura 3);

(16)

• 10 (dez) tanques-rede berçários com volume útil de 4,0 m3 (2,0 x 2,0 x 1,2 m), abertura de malha de 5,0 mm e com comedouros circulares acoplados; • 46 (quarenta) tanques-rede (Figura 4) para terminação com volume útil de

4,0 m3 (2,0 x 2,0 x 1,2m), abertura de malha de 19,0 mm, confeccionados com arame galvanizado revestido de PVC e estrutura de suporte em tubo galvanizado de 3/4. Nos dois tipos de tanques-rede bombonas plásticas de 50 L são utilizadas para flutuação (uma bombona em cada vértice do tanque-rede). Também são utilizados comedouros circulares com malha de 2,0 a 5,0 mm, sendo estes utilizados de acordo com o tamanho do pellet da ração ofertada.

• 12 (doze) calhas em alvenaria, localizadas ao fado do viveiro (barragem) de reprodução, destinada a manutenção de pós-larvas durante a primeira semana do processo de reversão sexual;

• 01 (um) barco para realizar arraçoamento e outros procedimentos nos tanques-rede;

• 01 (uma) plataforma de manejo (Figura 5);

• Equipamentos e utensílios em geral - baldes (5L, 10L, e 60L), puçás, peneiras, monoblocos, carro-de-mão, balanças, oxímetro, cilindro de oxigênio, motores para bombeamento de água do açude, 02 (dois) transfish (1000L cada), selecionadores (tamanho da malha de acordo com o uso), cordas, caixa de isopor.

(17)

Figura 4. Tanques-rede destinados à estocagem de tilápia na fase de terminação.

Figura 5. Plataforma para manejo das tilápias estocadas nos tanques-rede.

2.2 Atividades desenvolvidas

O estágio ocorreu entre o período de Agosto de 2006 a Março de 2007 e possibilitou o acompanhamento de todas as atividades realizadas na fazenda, havendo um direcionamento maior para a fase de crescimento e terminação da tilápia nilótica (O. niloticus) em tanques-rede. As atividades desenvolvidas compreenderam produção do juvenil e produção de tilápias na fase de terminação.

(18)

A produção de juvenil é feita em duas etapas — a primeira em viveiros berçários e a segunda em tanques-rede. Tanto na produção de juvenil, quanto de animais em terminação foram acompanhadas as atividades relativas a seleção do peixe por tamanho, biometria, recebimento de ração, manejo alimentar, despesca, comercialização e transporte, conforme descritas a seguir.

2.2.1 Produção de juvenis

Os juvenis utilizados foram produzidos na própria fazenda e sua produção pode ser dividida em duas etapas:

1. Larvicultura — nessa fase adota-se a técnica de coleta total de pós-larvas em viveiros e o processo de reversão sexual com hormônio masculinizante (17a - metiltestosterona), adicionado à ração que é administrada por um período de 28 dias. A [arvicultura é feita em hapas de 3 m3, instalados no viveiro barragem;

2. Recria — feita nos viveiros de recria. Nestes viveiros os peixes provenientes do processo de reversão sexual, com aproximadamente 1g, são estocados na densidade de 16 peixes/m2 alimentados com ração comercial, inicialmente na forma farelada com 40% PB e depois extrusada com pellets de, com 40% de PB, administrada 4 vezes/dia, na proporção de 4,0% do peso vivo (p.v.). Nestes viveiros os peixes permanecem por 45 dias até atingirem o peso médio de 30 a 40 g. Em seguida são estocados respectivamente em tanques-rede berçário e tanques-rede de cresimento/terminação.

2.2.2 Produção de peixes para consumo — terminação 2.2.2.1 Instalações

Os tanques-rede de crescimento/terminação apresentam volume útil de 4,0 m3 (2,0 x 2,0 x 1,2m), são confeccionados com tela de arame galvanizado

(19)

revestido de PVC com abertura de malha de 19,0 mm e estrutura de suporte de tubo galvanizado de 3/4. Nestes tanques-rede, bombonas plásticas de 50 L são utilizadas para flutuação (uma bombona em cada vértice do tanque-rede) e comedouros para fornecimento da ração.

Os comedouros (Figura 6), com diâmetro aproximado de 1,2 m e 0,60 m de altura, são confeccionados em tela plástica com malha de 2,0 a 5,0 mm, de acordo com o tamanho do pelete da ração (Figura 7), que é fixada a um anel formado por eletroduto de'/2 polegada.

Figura 6. Comedouro instalado dentro de um tanque-rede berçário.

Figura 7. Telas de 2,0 e 5,0mm, utilizadas para confecção dos comedouros de

(20)

Os tanques-rede berçários e de terminação são posicionados considerando as correntes de ventos e da água do açude, ficando dispostos perpendicularmente a esta condição. Estes são posicionados em fileiras (Figura 8), mantendo uma distância mínima de 3,0 m entre eles, e 15,0 m entre as fileiras, de forma a garantir uma boa condição para renovação de água dos mesmos. Na área onde os tanques-rede estão instalados, a profundidade média varia de 3,0 a 4,0 m.

Para a fixação dos tanques-rede no açude, são utilizadas cordas, poitas, estacas, e bombonas plásticas de 50L.

Figura 8. Posicionamento dos tanques-rede, no açude Ererê.

2.2.2.2 Despesca, transporte e estocagem

A despesca é sempre feita nas primeiras horas do dia a fim de minimizar o estresse. A prática tem início com o esvaziamento do viveiro de recria, procedimento este que dura cerca de uma hora e trinta minutos. Neste procedimento, quando a água encontra-se no nível da caixa de despesca, os juvenis começam a ser capturados com auxílio de puçás, acondicionados em basquetas plásticas e conduzidos até a caixa de transporte.

A caixa tem capacidade para 1.000L e nesta são transportados de 3.000 a 5.000 mil peixes. Na água da caixa é adicionado cloreto de sódio (sal), na concentração de 6 ppt. O sal é adicionado com o objetivo de melhorar a regulação

(21)

osmótica desta forma minimizando o efeito do estresse dos animais em decorrência do manejo de despesca.

Chegando ao açude Ererê, os peixes passam por uma seleção por tamanho em selecionador de malha de 20 mm, depois são contados, pesados e agrupados em dois tamanhos: abaixo de 40 g e acima de 40 g. O grupo de tamanho menor é estocado nos tanques-rede berçários e o de tamanho maior diretamente nos tanques-rede de terminação.

Nos tanques-rede berçários os juvenis com peso médio inicial inferior a 40g ficam por 14 dias, numa densidade de 700 juvenis/m3. Ao final desse período, atingem peso médio de 55,0g e são então transferidos para os tanques-rede de terminação.

Nos tanques-rede de terminação são estocados 170 peixes/m3, com peso médio inicial de 40g (peixes provenientes dos viveiros de recria) ou 55,0g (peixes provenientes dos tanques-rede berçários). Nesta etapa há uma previsão de 10% de mortalidade, de modo que, ao final de 135 dias da estocagem cada tanque-rede apresentará densidade média de 153 peixes/m3 com peso médio individual de 800,0g e produção de 122,4 kg/m3.

A estocagem é feita cuidadosamente, mediante mistura da água do açude com a água de transporte dos peixes, de forma a evitar mortalidade dos peixes por choque térmico ou químico (Figura 9).

(22)

2.2.2.3 Biometria e uniformização dos peixes

O principal objetivo das biometrias é garantir a correta oferta de ração em cada tanque-rede. Através das biometrias é possível também verificar se o peixe está crescendo dentro do cronograma estabelecido, ou mesmo se apresenta qualquer debilidade. As biometrias são realizadas semanalmente dentro de um cronograma previamente estabelecido.

Na biometria em cada tanque-rede é obtida aleatoriamente uma amostra de peixe, para isto o tanque-rede é erguido na plataforma e com o auxílio de um puçá, são capturados 30 e 50 peixes em toda a extensão do tanques-rede (Figura 10). Após este procedimento, os peixes são pesados dentro de monoblocos com capacidade para 30 kg ou de baldes de 60 L. A pesagem é feita em balança tipo dinamõmetro com capacidade de 20 Kg e precisão de 100 g (Figura 11). Logo em seguida os indivíduos são contados e devolvidos ao tanque-rede. Nesta operação participam no mínimo 3 pessoas tendo em vista a agilidade e praticidade, minimizando desta forma o estresse para o animal e o uso de mão-de-obra.

(23)

Figura 11. Pesagem dos peixes em balança tipo dinamômetro.

A fazenda mantém 46 tanques-rede de terminação em produção, sendo estes divididos em quatro lotes de 10 tanques-rede e um lote de 6 tanques-rede. O lote de 10 é dividido em dois sub-lotes de 5 tanques-rede, e o lote de 6 em dois sub-lotes de 3 tanques-rede. Cada lote é estocado em um mesmo dia e após a estocagem, semanalmente é amostrado um sub-lote, tendo em vista que os indivíduos de um mesmo lote apresentam similaridade de idade e peso. Assim, os dados obtidos para um sub-lote são extrapolados para todo o lote. Este procedimento permite acompanhar semanalmente o desempenho dos peixes e minimizar o estresse causado pelo manejo e, ainda, diminuir o uso de mão-de-obra.

Quando o peixe está próximo a ser despescado para comercialização, já próximo de 600g, procede-se o manejo de uniformização do lote, comumente conhecido como repicagem. A seleção é manual e os peixes são agrupados em dois ou mais tamanhos, e re-estocados nos tanques-rede para posterior despesca, quando os peixes atingem em média 800g.

Todos esses procedimentos são sempre realizados de segunda a sexta feira pela manhã, não ultrapassando às 09h:00min. Para os sub-lotes, que vão ser manejados, é eliminada a primeira refeição do dia, sendo este diluído nas refeições subsequentes.

(24)

2.2.2.4 Limpeza dos tanques-rede

A operação de limpeza é realizada dentro de um cronograma previamente estabelecido, ou seja, de acordo com a realização das biometrias. Assim, quando o tanque-rede é erguido na plataforma de manejo (Figura 12), procede-se a limpeza por meio de escovação manual. Esse processo é indispensável devido a constante colmatação (formação de fouling) das malhas (Figura 13), a qual dificulta ou impede a renovação de água dentro do tanque-rede.

Figura 12. Tanque-rede erguido na plataforma, para biometria e limpeza.

(25)

Após a despesca total o tanque-rede é retirado do açude, levado até a margem deste para procedimento de limpeza e inspeção (Figura 14). Devido ao processo de corrosão das malhas, é comum ocorrer avarias. Assim, no momento da inspeção se for detectado danos procede-se os reparos necessários nos tanques-rede, feito isto ele é então devolvido para o açude para então ser novamente estocado.

Figura 14. Tanque-rede na margem do açude para ser submetido a reparos.

2.2.2.5. Manejo alimentar e controle da qualidade da ração

O manejo alimentar segue as recomendações do fabricante (Quadro 1) e acompanha o desenvolvimento dos peixes. Assim, após a estocagem os peixes passam a receber ração extrusada com 40 % de proteína bruta, depois passa para 35 e 32% de (PB). As taxas alimentares variam entre 8 % do peso vivo no início a 1,7% no final do cultivo e o número de refeições fica entre 6 a 3 por dia, em horários pré-definidos.

A ração é distribuída nos comedouros (Figura 15) e reajustada semanalmente. O consumo em cada tanque-rede é controlado (Figura 16), de forma a determinar a conversão alimentar.

(26)

Quadro 1. Programa Alimentar adotado na Fazenda Tarumã. Referência para

1000 peixes.

RAÇÃO SEMANA PESO MÈDIO TAXA ALIMENTAR (% p.v.) RAÇÃO SEMANA (Kg)

1 30,0 8,0 16,80 FRI-ACQUA 2 45,3 7,0 22,18 40%PB - 2mm 3 65,4 5,2 23,82 4 87,1 4,5 27,43 FRI-ACQUA 5 111,0 4,0 31,07 35%PB - 3mm 6 138,0 3,6 34,77 FRI-ACQUA 32%PB - 4mm 7 166,9 8 201,0 9 239,3 3,5 3,4 3,3 40,90 47,84 55,28 FRI-ACQUA 32%PB - 6mm 10 281,8 11 328,6 12 379,5 13 434,5 14 493,2 15 550,7 16 607,9 17 663,8 18 720,1 19 776,5 3,2 3,1 3,0 2,8 2,5 2,3 2,1 2,0 1,8 1,7 63,13 71,30 79,70 85,16 86,31 88,67 89,37 92,93 95,78 97,83 Fonte: Fri-Ribe

(27)

Figura 16. Pesagem de ração a ser administrada para tilápia nos tanques-rede.

No momento de fornecer a ração o arraçoador observa o consumo e também a presença de animais mortos. Havendo animais mortos o número é anotado em uma ficha (Quadro 2), de modo a realizar o controle de mortalidade e fazer ajustes imediatos no fornecimento de ração. Estas observações são importantes, pois através dela pode-se diagnosticar possíveis problemas existentes, os quais podem interferir no resultado final do cultivo.

A ração é sempre adquirida a cada 15 dias sendo que toda a ração recebida na fazenda passa por testes de flutuabilidade e presença de finos e caso não apresente bom resultado, essa ração é trocada.

Para o teste da flutuabilidade é utilizado um aquário com água e nele são colocados cerca de 300 péletes de ração. Feito isto é contado o número de péletes que permanecem na superfície e os que afundam, obtendo assim a porcentagem de flutuabilidade da ração. De acordo com o tamanho do pelete, o recebimento da ração só é permitido se a mesma apresentar taxa de flutuabilidade entre 90 e 98%.

No teste de finos (presença de pó), só é permitido o recebimento da ração, se o percentual de finos chegar a, no máximo, 2%. O teste é realizado com o auxílio de uma peneira, onde toda a ração é peneirada e caso a quantidade de finos ultrapasse o limite estabelecido, a ração é devolvida.

(28)

Quadro 2. Ficha de controle de mortalidade, utilizada na Fazenda Tarumã, Pacajus/CE. LOTE: MÊS: CONTROLE DE MORTALIDADE DIA TR-01 TR-02 TR-03 TR-04 TR-05 TR-06 TR-07 TR-08 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35

Toda a ração é estocada no depósito sobre paletas de madeira (Figura 17), com o cuidado de se estabelecer uma distância mínima de 30,0 cm entre o

(29)

Figura 17. Armazenamento de ração sobre pallets de madeira. 2.2.2.6 Despesca para comercialização

A despesca para comercialização é sempre realizada quando os peixes alcançam peso médio de 800g. Esta despesca é feita de acordo com cronograma estabelecido.

Para os peixes serem despescados, é estabelecido um período de jejum de 24 horas, para limpeza do trato digestório. No dia em que começa o jejum os tanques-rede são rebocados e posicionados próximos à plataforma de manejo, para uma maior agilidade da operação.

Para realizar a despesca o tanque-rede é erguido na plataforma de manejo, os peixes são retirados com puçá, acondicionados em monoblocos ou baldes para em seguida serem contados e encaminhados para o destino final.

Em algumas situações pode ocorrer despesca parcial do tanque-rede. Neste caso, após retirar a quantidade de peixes desejada, os tanques-rede retornam para o local de origem e no dia seguinte o fornecimento de ração é restabelecido.

Os dados obtidos em um ciclo de produção permitiram observar que o consumo médio diário de ração em cada tanque-rede é de aproximadamente 5,2 kg. Ao final deste ciclo foram despescados um total de 10 tanques-rede totalizando uma quantidade de aproximadamente 500 kg por tanque-rede, obtendo-se taxa de sobrevivência de 90% e conversão alimentar de 1,8:1.

(30)

2.2.2.7 Comercialização

A forma de comercialização do peixe produzido na Fazenda Tarumã é basicamente de dois tipos: peixe inteiro vivo e peixe eviscerado, não sendo adotado técnicas de processamento que agreguem maior valor ao produto.

A comercialização é feita para comerciantes de Pacajus/CE, que absorvem toda a produção da Fazenda. A venda é feita principalmente para varejistas estabelecidos no mercado público municipal e para varejistas que entregam à domicílio em suas bicicletas ou motos, os chamados vendedores de porta em porta. Também é feito venda para donos de pesques-pague.

Cada comerciante com venda a domicílio, compra entre 20 e 30 kg a cada dois dias e comercializam o produto em cordas, contendo cada uma de 1,0 a 1,5 kg de peixe e custando em média R$ 5,50 ao consumidor final. Esta forma de comercialização é bastante rápida, ocorrendo com maior freqüência na parte da manhã.

Os comerciantes do mercado público compram o peixe em geral nas terças e sábados, adquirindo em média 70 a 80 kg de peixe, tendo em vista possuírem uma melhor condição de acondicionamento, podendo, portanto passar mais tempo com esse produto até sua venda.

Os clientes de pesques-pague compram em média 250 kg de peixe a cada dois meses. Para o pesque-pague é realizada a entrega utilizando uma caixa plástica de 1000 L, adaptada para o transporte de peixe vivo (Figura 19).

Apenas um cliente compra peixe vivo para comercializar no mercado publico, sendo estes acondicionados no mesmo tipo de caixa plástica usada para transportar os peixes para os pesques-pagues e sem qualquer tipo de aeração ou suprimento de oxigênio. Os demais clientes do mercado compram o peixe inteiro ou eviscerado e acondicionam em caixas de isopor com gelo.

A maioria dos comerciantes do mercado público vem pegar o peixe na fazenda e um pequeno grupo, recebe o peixe no mercado.

O preço de venda chega a R$ 3,70/kg para o peixe inteiro na fazenda, R$ 4,00/kg para pesques-pague e R$ 4,20/kg para o peixe eviscerado.

(31)

Figura 18. Acondicionamento de tilápia viva para transporte e posterior

(32)

3. SUGESTÕES E APLICAÇÕES

Durante o período do estágio, foram verificadas algumas necessidades de ajustes, principalmente no que diz respeito ao manejo. O manejo, hoje, é considerado uma das principais causas de estresse nos peixes, gerando conseqüentemente taxas de mortalidade indesejadas. Esse estresse pode ser minimizado através de boas práticas de manejo, as quais são desenvolvidas de acordo com a necessidade e realidade dos produtores.

Pontos críticos foram observados na fazenda entre os quais está o transporte de pós-larvas (PLs). Isto foi possível porque a fazenda Tarumã também conduz as atividades relativas à larvicultura de tilápia e durante o estágio houve oportunidade de vivenciar as atividades relativas a estas.

Assim, foi visto que o transporte das PLs, do viveiro de reprodução, onde são coletadas, até sua estocagem final, em hapas ou mesmo em tanques de alvenaria na maioria das vezes é realizado em baldes ou em caixas de isopor, entre outros apetrechos. Mesmo tentando realizar o manejo o mais rápido possível, em geral ocorre redução nas concentrações de oxigênio, este fato aliado ao manejo que se segue, seleção, profilaxia, pesagem, contagem e estocagem, gera estresse e mortalidade.

Diante da situação, surgiu a idéia de oferecer uma melhor condição de manejo para PLs, adaptando um compressor de ar à bateria ao recipiente usado no transporte das PLs. O modelo (Figura 19) foi projetado considerando que deveria melhorar as condições de transporte das PLs, ter custo baixo e ser de fácil operacionalização.

O modelo foi testado na fazenda, em um dia de manejo com PLs e apresentado em uma atividade da Disciplina Aqüicultura Il.

(33)

..411. BALDE 60 L

-N. MANGUEIRAS

--111. COMPRESSOR

♦ TORNEIRA PEDRAS POROSAS

Figura 19. Protótipo do recipiente (balde) projetado para o manuseio de PLs,

modelo proposto por Ronaldo Melo em 2007.

Na construção do recipiente foram utilizados os materiais, conforme apresentado na tabela 1.

Tabela 1. Custo de cada material utilizado para montar a estrutura de transporte

de PLs.

Item Quant. Valor Unit. (R$)

Balde de 60L 01 14,00

Compressor de ar à bateria (12 W) 01 45,00

Bateria (Grande) 02 1,20

Pedras porosas 02 0,75

Mangueiras (metro) 02 2,00

Bastão de silicone (cola quente) 01 0,50

Torneira de distribuição de ar 02 1,50

Pistola de cola quente 01 5,00

Durante todo o manejo com as PLs, que durou cerca de uma hora e meia, foram feitas observações, sendo evidenciado que:

a) As PLs suportaram mais tempo antes de sentirem a ausência de 02, conseqüentemente houve uma menor mortalidade, quando comparada com o método usual de transporte;

(34)

b) Não foi observado qualquer tipo de desconforto ou mesmo dificuldade em manusear o recipiente;

c) As baterias suportaram bem todo o período de manejo, não havendo necessidade de substituí-las;

d) Foram coletadas aproximadamente 80 mil PLs, e todas tiveram a mesma condição de manejo;

Após todo o manejo foi observada a necessidade de realizar alguns ajustes conforme mencionados a seguir:

a) Usar compressor com potência maior do que o que foi usado; b) Usar baterias recarregáveis, visando diminuir os custos;

Diante do desafio pode-se dizer que o invento proporcionou melhores condições de manejo para as PLs e abriram novas perspectivas para a geração de tecnologia simples e mais adequadas à realidade da fazenda.

(35)

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A fazenda Tarumã localizada em Pacajus/CE, fecha todo o ciclo de produção da tilápia do Nilo, Oreochromís niloticus, linhagem chitralada. A reprodução é feita em viveiros, à reversão é feita em hapas instalados em viveiros, a recria em viveiros ou tanques-rede berçário, e a terminação em tanques-rede instalados no açude Ererê;

A fase de terminação tem início quando os peixes atingem peso igual ou superior a 40 g e é concluído 135 dias depois, quando os peixes atingem peso médio de 800g;

A produção da fazenda é destinada ao consumo e pesques-pague no próprio município, sendo os peixes comercializados vivos, ou abatidos com e sem evisceração;

Os clientes da fazenda adquirem quantidades entre 20 e 250 kg, caracterizando-se por clientes de pequeno porte, que comercializam a domicílio, no mercado público de Pacajus ou nos pesque-pagues;

As atividades da fazenda seguem um planejamento cuidadoso, de forma a facilitar a operacionalização das atividades, a redução de mão-de-obra, redução de estresse nos peixes e escalonamento da produção;

A produção, taxa de sobrevivência e conversão alimentar registradas, indica que a fazenda adota boas práticas de manejo, embora o aprimoramento ainda esteja sendo buscado;

O aprimoramento é continuado, sendo os resultados de cada ciclo analisado para identificação dos pontos críticos passíveis de correções;

A realização do Estágio Supervisionado permitiu estreitar bastante a relação teoria e prática, possibilitando, desta forma, adquirir segurança e capacitação nas principais práticas de manejo de uma piscicultura comercial de tilápia nilótica, O. niloticus, considerando ser de fundamental importância para a obtenção do título de Engenheiro de Pesca.

(36)

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BEVERIDGE, M. C. M. Cage Aquaculture. Oxford: Fishing News Books. 1996, 346 pp.

DUARTE, A. S.; NELSON, R. G.; MASSER, M. P. Profit maximizing stocking rates for channel catfish in cages. Journal of the World Aquaculture Society. v. 25, n. 3, p 442-447, 1992.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO). The State of the World

Fisheries and Aquaculture 2004. Rome: FAO, 2004, 153p. Disponível em:

<http://www.fao.org/sof/sofia/index_en.htm.> Acesso em: 23 maio de 2007. IBAMA, 2004. Estatística da Pesca no Brasil — 2003. Brasília: IBAMA, 98p. McGINTY, A.S. Tilápia Productionin Cages: Effectsof Cages Size and Number of Non-caged fish. The Progressive Fish Culturist, v.53, p.246-249, 1991.

KUBITIZA, F. Tilápia na bola de cristal. Panorama da Aqüicultura. Rio de Janeiro, v. 17, n. 99, p. 14 - 21, jan/fev. 2007.

SILVA,J. W. B. et al. Resultados de ensaio sobre a criação de machos de

alevinos de tilápia do Nilo Oreochromis Niloticus L., 1976 em viveiros no Centro de Pesquisas Ictiológicas do DNOCS (Pentecostes, Ceará, Brasil).

Boletim Técnico DNOCS. Fortaleza, 41 (1):55-84, jan/jun,1983.

ZIMMERMANN, S.; FITZSIMMONS, K. Tilapicultura intensiva. In: CYRINO, J.E.P., URBINATI, E.C., FRACALOSSI, D.M., CASTAGNOLLI, N. (eds.), Tópicos Especiais em Piscicultura de Água Doce Tropical Intensiva. São Paulo, TecArt, 2004, p.239-265.

Referências

Documentos relacionados

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

Tabela X - Eteito da submissão de camundonqos a duas condi còes de estresse. sobre a 1atencia para a primeira convulsão induzida por 60 ma/kg de

Dependendo das condições climáticas, da disponibilidade de mão-de-obra e da quantidade e qualidade das sementes disponíveis, a produção de mudas através de sementes pode ser feita

O presente estudo teve como objetivo determinar a acurácia diagnóstica da imagem obtida a partir de diferentes tomógrafos de feixe cônico na avaliação da presença ou ausência de

Carmo (2013) afirma que a escola e as pesquisas realizadas por estudiosos da educação devem procurar entender a permanência dos alunos na escola, e não somente a evasão. Os

É importante destacar também que, a formação que se propõem deve ir além da capacitação dos professores para o uso dos LIs (ainda que essa etapa.. seja necessária),

Fonte: elaborado pelo autor. Como se pode ver no Quadro 7, acima, as fragilidades observadas após a coleta e a análise de dados da pesquisa nos levaram a elaborar

Na experiência em análise, os professores não tiveram formação para tal mudança e foram experimentando e construindo, a seu modo, uma escola de tempo