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RICARDO VIEIRA COUTINHO GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA RÔMULO JOSÉ DE GOUVEIA VICE-GOVERNADOR

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RICARDO VIEIRA COUTINHO

GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA RÔMULO JOSÉ DE GOUVEIA

VICE-GOVERNADOR

MÁRCIA DE FIGUEIRÊDO LUCENA LIRA SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO APARECIDA DE FÁTIMA UCHOA RANGEL

GERENTE EXECUTIVA DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL ANA CÉLIA LISBOA DA COSTA

GERENTE EXECUTIVA DO ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL IÁRA ANDRADE DE LIMA

GERENTE DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO JERUSA PEREIRA DE ANDRADE

ASSESSORIA PEDAGÓGICA PROGRAMA DE AVALIAÇÃO

HUMBERTO BARBOSA DO NASCIMENTO IVANÊ LEITE DE ANDRADE

IVONETE NUNES MACHADO JÚLIA GISLÂNDIA DE ARAÚJO MARINEIDE LEITE MAIA MELO

THIAGO RAFAEL SOARES DE SOUZA GUEDES VALDA AVELINO ALVES

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RICARDO VIEIRA COUTINHO

GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA RÔMULO JOSÉ DE GOUVEIA

VICE-GOVERNADOR

MÁRCIA DE FIGUEIRÊDO LUCENA LIRA SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO APARECIDA DE FÁTIMA UCHOA RANGEL

GERENTE EXECUTIVA DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL ANA CÉLIA LISBOA DA COSTA

GERENTE EXECUTIVA DO ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL IÁRA ANDRADE DE LIMA

GERENTE DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO JERUSA PEREIRA DE ANDRADE

ASSESSORIA PEDAGÓGICA PROGRAMA DE AVALIAÇÃO

HUMBERTO BARBOSA DO NASCIMENTO IVANÊ LEITE DE ANDRADE

IVONETE NUNES MACHADO JÚLIA GISLÂNDIA DE ARAÚJO MARINEIDE LEITE MAIA MELO

THIAGO RAFAEL SOARES DE SOUZA GUEDES VALDA AVELINO ALVES

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CARO(A) EDUCADOR(A),

Como parte do todo que é a Secretaria de Estado da Educação, você é agente de uma construção coletiva, baseada na troca de saberes e experiências, que prima pela formação de sujeitos preparados para (re) posicionar-se diante do marcante dinamismo da sociedade atual.

Acreditamos que seu trabalho é da maior relevância para o Sistema de Avaliação da Educação da Paraíba - Avaliando IDEPB, um dos projetos do Plano de Gestão Paraíba Faz Educação, que visa não só obter informações sistematizadas sobre o desempenho escolar e estabelecer parâmetros de leitura e divulgação de informações, mas prioritariamente, fomentar o movimento de ação-refl exão-ação para investigar a prática pedagógica, de modo que as análises apontem caminhos para superação das demandas de ensino e de aprendizagem no cotidiano escolar.

Na construção da lógica de que avaliação não é um mero complemento do processo educativo, porém, é parte integrante e permanente da ação diária que precisa ser pensada, temos a incumbência de, num plano maior, redimensionar as políticas públicas, para a melhoria contínua da educação. Nesse percurso, nos deparamos com conceitos e valores que mexem com concepções didáticas construídas ao longo da nossa prática, sendo imprescindível nos apropriarmos de conhecimentos e experiências nessa temática. Por conseguinte, acreditamos ser essencial que abandonemos preconceitos, hábitos arraigados e abramo-nos para acolher mais serenamente as diversidades, para que continuemos verdadeiramente no caminho da melhoria da Educação da Paraíba e seguindo sempre em frente.

São dois anos de Avaliando IDEPB. Nesta revista, apresentamos os resultados da segunda edição-2013, que se permitem ser analisados comparativamente com os de 2012. São dados para serem divulgados e debatidos, uma vez que sinalizam desafi os de gestão, docência e currículo.

Somos gratos aos professores, técnicos, gestores e estudantes contribuintes dessa segunda edição do Avaliando IDEPB, que culmina com a produção dessa revista destinada aos educadores da rede estadual de ensino. Cada um individualmente e todos coletivamente somos responsáveis pelo êxito dessa proposta inovadora de avaliação no contexto escolar da Paraíba. Por isso mesmo, estamos fazendo nossa parte com muito cuidado e contamos com sua parceria para aprimorá-la por meio de seu trabalho, responsável, competente e crítico.

Márcia de Figueiredo Lucena Lira, Secretária de Estado da Educação

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SUMÁRIO

EXPERIÊNCIA

EM FOCO

PÁGINA 10

AS RELAÇÕES

ENTRE O CLIMA

ESCOLAR E O

DESEMPENHO

ESTUDANTIL

PÁGINA 16

O DESAFIO DA

GESTÃO ESCOLAR

AVALIAÇÃO E

QUALIDADE DO

ENSINO

PÁGINA 08

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OS RESULTADOS

DA AVALIAÇÃO

PÁGINA 42

EFICÁCIA

ESCOLAR: DESAFIO

DE GESTÃO

PÁGINA 28

PADRÕES DE

DESEMPENHO

PÁGINA 39

EXPERIÊNCIA

EM FOCO

PÁGINA 22

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1

Cara Equipe Gestora, a Revista da Gestão Escolar oferece informações gerais sobre a participação dos estudantes na avaliação e os resultados de proficiência alcançados, apresentando, de modo sintético, os Padrões de Desempenho estudantil, além de discussões em prol de uma educação de qualidade.

O DESAFIO DA GESTÃO ESCOLAR

AVALIAÇÃO E QUALIDADE DO ENSINO

A cidadania está ancorada nas metas públicas de uma educação de qualidade. Isso porque o indivíduo se torna cidadão não apenas quando o direito fundamental à vida lhe é assegurado, mas também quando está capacitado ao exercício da democracia, de modo a participar do destino da sociedade. Nesse sentido, a escola é uma das instâncias de referência para a formação deste sujeito crítico e ativo, sendo o papel formador um desafio para a gestão escolar. As atuais diretrizes federais propõem às instituições públicas de ensino autonomia no seu processo de decisões, tanto do ponto de vista pedagógico quanto financeiro.

Para garantir uma aprendizagem de qualidade, é preciso, antes de tudo, fazer um diagnóstico da educação nas redes de ensino que indique quais ações educacionais e gerenciais devem ser tomadas, função desempenhada pela avaliação em larga escala. Para que as ações sejam concretizadas em prol da excelência do sistema educacional, faz-se necessário que gestores, professores, estudantes e comunidade escolar

conheçam, entendam e se apropriem de seus resultados. As informações obtidas subsidiam a elaboração de políticas públicas voltadas à melhoria do processo de ensino-aprendizagem e ao planejamento de propostas pedagógicas que possam propiciar o avanço necessário.

Embora recente, a avaliação em larga escala no Brasil tem um respaldo legal. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB/96), em seu artigo 9º, inciso VI, estabelece que cabe à União assegurar o processo nacional de avaliação do rendimento escolar na Educação Básica e Superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade da educação. Neste contexto, as principais avaliações no país são o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Ao monitorar a qualidade do ensino, as

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TRAJETÓRIA

O SISTEMA PARAIBANO DE AVALIAÇÃO

O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba foi criado em 2012 e tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma educação de qualidade. Em 2013, os estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio, 4º ano do Curso Normal foram avaliados em Língua Portuguesa e Matemática. Na linha do tempo a seguir, pode-se verifi car sua trajetória e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que apresentam sobre o desempenho dos estudantes.

2012

2013

68,7%

74,3%

Nº previsto de estudantes 68.815 Nº efetivo de estudantes 47.260 % de Participação 68,7 Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF 3ª Série EM

Nº previsto de estudantes 65.861 Nº efetivo de estudantes 48.909 % de Participação 74,3 Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF 3ª Série EM

TRAJETÓRIA

O SISTEMA PARAIBANO DE AVALIAÇÃO

O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba foi criado em 2012 e tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma educação de qualidade. Em 2013, os estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio, 4º ano do Curso Normal foram avaliados em Língua Portuguesa e Matemática. Na linha do tempo a seguir, pode-se verifi car sua trajetória e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que apresentam sobre o desempenho dos estudantes.

2012

2013

68,7%

74,3%

Nº previsto de estudantes 68.815 Nº efetivo de estudantes 47.260 % de Participação 68,7 Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF 3ª Série EM

Nº previsto de estudantes 65.861 Nº efetivo de estudantes 48.909 % de Participação 74,3 Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF 3ª Série EM

TRAJETÓRIA

O SISTEMA PARAIBANO DE AVALIAÇÃO

O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba foi criado em 2012 e tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma educação de qualidade. Em 2013, os estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio, 4º ano do Curso Normal foram avaliados em Língua Portuguesa e Matemática. Na linha do tempo a seguir, pode-se verifi car sua trajetória e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que apresentam sobre o desempenho dos estudantes.

2012

2013

68,7%

74,3%

Nº previsto de estudantes 68.815 Nº efetivo de estudantes 47.260 % de Participação 68,7 Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF 3ª Série EM

Nº previsto de estudantes 65.861 Nº efetivo de estudantes 48.909 % de Participação 74,3 Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF 3ª Série EM avaliações fornecem aos gestores um importante

diagnóstico para embasamento de políticas públicas educacionais nas instâncias federal, estadual e municipal.

A partir dessa perspectiva, a Secretaria de Estado da Educação (SEE), em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/ UFJF), divulga os resultados do Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba. A Revista

da Gestão Escolar oferece informações gerais sobre a participação dos estudantes na avaliação e os resultados de proficiência alcançados, apresentando, de modo sintético, os Padrões de Desempenho Estudantil, além de discussões em prol de uma educação de qualidade. Também são disponibilizados nesta Revista depoimentos, baseados em relatos de experiência com o coordenador da avaliação e com um diretor de escola da rede de ensino, de modo a aproximar a apropriação dos resultados à prática educacional.

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É preciso ter dados verdadeiros, sérios, sobre

o resultado do trabalho que a escola oferece à

comunidade estudantil

Francisca Gisleine Candido de Sousa

Diretora da Escola Normal Estadual Ministro José Américo de Almeida

EXPERIÊNCIA EM FOCO

PELO FIM DA EVASÃO E REPROVAÇÃO ESCOLAR

“Não escolhi, fui escolhida”, assim se expressa Francisca Gisleine Candido de Sousa quando perguntada sobre sua profissão, tamanha é sua dedicação ao ofício. Educadora há dez anos, licenciada em Letras e pós-graduada em Metodologia do Ensino Médio, Francisca é hoje a atual diretora da Escola Normal Estadual Ministro José Américo de Almeida, do Município São João do Rio do Peixe, na Paraíba.

A escola oferece aos seus 503 estudantes, o Ensino Fundamental II e o Ensino Médio, na modalidade Normal. Para isso, conta com um corpo docente de 30 professores e 21 funcionários. Todo esse universo é dirigido por Francisca, uma gestora incansável na luta pelo fim da evasão e da reprovação escolar.

“Os desafios são inúmeros, porém os maiores são a evasão e a reprovação escolar, por mais que a escola se organize, trabalhe projetos, ainda não conseguimos diminuí-los, mas estamos trabalhando com esta finalidade”, desabafa a gestora.

Nesta empreitada, Francisca lança mão dos recursos oferecidos pelas avaliações externas. Em sua escola, os resultados são discutidos coletivamente com o “objetivo de intervir no processo educativo a fim de melhorar a parte pedagógica, ou seja, o processo de ensino e aprendizagem” ressalta Francisca.

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GESTÃO COMPARTILHADA

Para a gestora, os resultados das avaliações contribuem para que a escola amadureça pedagogicamente. Isso acontece em função da alta confiabilidade dos instrumentos utilizados para aferir a proficiência do estudante. “É preciso ter dados verdadeiros, sérios, sobre o resultado do trabalho que a escola oferece à comunidade estudantil”.

O esforço coletivo é muito valorizado na gestão de Francisca. A cada divulgação de resultados, ela reúne sua equipe para a proposição de encaminhamentos. Vale dizer que, não só, a avaliação externa é contemplada nas propostas pedagógicas, mas também a avaliação interna. “Sempre nos planejamentos, os professores discutem os resultados tanto da avaliação externa como interna e buscam trabalhar de forma que os resultados melhorem a cada dia”.

Deste modo, gestão e corpo docente colaboram mutuamente construindo uma relação de confiança. Quando atuam em conjunto, as ações passam a ser mais integradas produzindo, portanto, um clima mais favorável ao aprendizado do estudante. Ainda que os resultados não sejam os esperados, professores e gestão buscam respostas na

comparabilidade dos resultados atuais com o de anos anteriores.

“Reuni todos e fizemos uma comparação com os resultados anteriores, e a partir desse momento, começamos a desenvolver um trabalho voltado para o ensino-aprendizagem através de projetos, principalmente, nas disciplinas português e matemática”, declara Francisca.

A socialização dos resultados, entre os membros da comunidade escolar, é considerado um dos momentos mais preciosos, segundo a gestora. Trata-se de um espaço de reflexão sobre práticas, saberes e propostas. “No planejamento anual ou semanal sempre discutimos sobre possíveis melhorias no desenvolvimento do processo educativo e na forma de avaliação contínua. Momentos como esses são muito oportunos para repensar nossas práticas”, conclui Francisca.

Na Escola Normal Estadual Ministro José Américo de Almeida, a gestão é compartilhada e claramente direcionada para a melhoria dos indicadores de qualidade do ensino. Firme no propósito de combater a evasão e a reprovação escolar, Francisca não espera, procura. Procura ajuda, informação e experiência. Em sua caminhada coletiva, ela segue aprendendo, propondo mudanças e realizando projetos.

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Os professores utilizam as avaliações para

planejar atividades diversificadas, desenvolvendo,

assim, a capacidade de ler, escrever e interpretar de

seus estudantes

Petrucia Tomaz Fernandes

Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental de Bandarra

QUANTO MAIS REALIZAÇÕES, MELHOR!

Diretora há três anos, a professora Petrucia Tomaz Fernandes é licenciada em Geografia, especialista em Educação Profissional e mestranda em Ciências da Educação. Entusiasta das questões que cercam o universo escolar, a gestora vem investindo sistematicamente em sua formação. “Sempre me identifiquei com a educação, cresci querendo ser professora. Essa profissão me completa. Com o passar dos anos a gestão tem sido minha grande paixão”, declara.

Petrucia é professora e gestora. Ela divide seu tempo entre as redes estadual e municipal de ensino, de São João do Rio do Peixe, na Paraíba. Como gestora, atua na Escola Estadual de Ensino Fundamental de Bandarra que atende a 176 estudantes, distribuídos em três turnos. Atenta às demandas contemporâneas, acredita num modelo educativo que seja capaz de renovar o papel da escola. Segundo ela, “a escola hoje precisa ajudar o estudante a transformar informação

em conhecimento, percebendo como esse conhecimento o ajudará a atuar mais criticamente na sociedade em que vive”.

Envolvida com a proposta de elevar os índices de qualidade do ensino em sua escola, Petrucia faz bom uso das informações que recebe das avaliações externas. “A avaliação externa é uma importante ferramenta de análise e reflexão de resultados, os quais podem ser utilizados para o fortalecimento dos padrões de qualidade da educação”, sintetiza a gestora.

A mobilização em torno dos resultados é muito valorizada entre os profissionais da escola. Professores, estudantes, funcionários e comunidade conhecem a dinâmica de divulgação, participam das reuniões e estabelecem metas, a partir do diagnóstico do desempenho estudantil. “Sempre fazemos a mobilização da comunidade escolar para a efetivação do processo avaliativo

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externo, e o meu papel, enquanto gestora, é de articular as melhores condições para a realização desse processo. Ou seja, conversar com toda equipe escolar e com os estudantes mostrando a importância desse momento para o desenvolvimento e fortalecimento das redes de ensino”, conta Petrucia.

A equipe escolar está afinada com os instrumentos utilizados nas avaliações externas. A partir deles, os professores repensam práticas pedagógicas e buscam soluções para os casos críticos de aprendizagem. Nesse sentido, o planejamento escolar monitora o desenvolvimento dos estudantes nas disciplinas e reorienta determinadas estratégias de ensino. Para a diretora, “os professores utilizam essas avaliações para planejar atividades diversificadas desenvolvendo assim, a capacidade de ler, escrever e interpretar de seus estudantes”.

UMA VIA DE MÃO DUPLA

Em termos gerais, avaliação externa e escola colaboram entre si. Essa parceria fortalece os objetivos educacionais propostos na gestão de Petrucia. Segundo ela, “a escola pode e deve utilizar os resultados da avaliação em seu planejamento coletivo”. A realização de simulados,

por exemplo, é uma estratégia que vem sendo adotada, com a finalidade de tornar os testes mais familiares aos estudantes. Esses por sua vez, se sentem importantes ao representar a escola e poder contribuir para a criação de parâmetros entre as instituições de ensino avaliadas.

A partir das avaliações externas, muitas intervenções pedagógicas começam a surgir na dinâmica da escola. Petrucia conta, entusiasmada, sobre o impacto de algumas iniciativas na melhoria dos resultados acadêmicos dos estudantes. “Especificamente neste ano de 2013, a escola já desenvolveu alguns projetos que possibilitam o desenvolvimento efetivo da aprendizagem. Por exemplo, o projeto Eu conto, tu contas, nós contamos e recontamos e o Problematizando com a Geometria”. Todos eles voltados para a prática da leitura e escrita, produção de textos, raciocínio lógico e problemas matemáticos.

Iniciativas como essas enriquecem, pedagogicamente, o cotidiano dessa escola, promovendo trocas e descobertas valiosas entre seus pares. Na gestão de Petrucia, os inúmeros projetos refletem a disposição de uma equipe motivada e de uma gestora comprometida com o sucesso escolar.

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Quando os resultados são divulgados, é motivo de

grande alegria, de comemoração, é hora de fazermos

as comparações, ouvirmos as análises

Maria Rosimar Gomes dos Santos Rodrigues

Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor José Bento

AVALIAÇÕES EXTERNAS: UM

DIAGNÓSTICO PELA CIDADANIA

Formar cidadãos críticos e conscientes, preparados para o mercado de trabalho, é a missão da diretora Maria Rosimar Rodrigues, que atua na Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor José Bento, em Santa Helena, no sertão da Paraíba.

“Como pedagoga, sempre fui apaixonada pela educação, e sempre vejo que se pode fazer diferente”, acredita. Há dez anos atuando com gestora, Maria Rosimar procura fazer o melhor que pode com os recursos de que dispõe. Junto com a diretora, uma equipe de 16 professores e 17 funcionários atende aos 263 estudantes de sua escola.

Os objetivos da avaliação externa realizada pelo estado estão na ponta da língua da gestora. “Trata-se de uma avaliação realizada na escola por órgãos representativos do governo, a fim de se obter o perfil das instituições de ensino e do trabalho, ora desenvolvido pelos seus envolvidos”, explica.

Maria Rosimar enxerga positivamente a avaliação. Em sua visão, a divulgação dos resultados ajuda a verificar se as expectativas em relação à escola e seu trabalho estão condizentes com o desempenho dos estudantes. Essa prática, para a pedagoga, é importante no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. “É através das avaliações externas que se retrata a imagem do que se ensina e se aprende na escola”, considera Rodrigues.

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REFLETIR PARA APRIMORAR

Maria Rosimar pensa que a avaliação externa deve ser entendida como processo, e não como fim. “Através dos resultados, podemos traçar novas metas a serem alcançadas, uma forma de crescermos a cada dia enquanto instituição de ensino da rede pública”, reflete a pedagoga.

Como diretora, Rodrigues acredita que tem a obrigação de coordenar a mobilização da escola em favor da avaliação, através de incentivo e preparação para o processo. A divulgação dos resultados também é intensa, feita através de reuniões pedagógicas, exposição de cartazes e faixas nas dependências da escola, em redes sociais e emissoras de rádio da região.

“Quando os resultados são divulgados, é motivo de grande alegria, de comemoração, é hora de fazermos as comparações, ouvirmos as análises. Isso ajuda muito a credibilidade da escola e nos

incentiva a fazer melhor”, destaca a gestora. Muitas vezes, são traçados projetos de intervenções a partir desses dados.

Maria Rosimar vê, nas avaliações externas, um incentivo à implementação de ações voltadas para a melhoria do processo de ensino / aprendizagem, uma vez que os professores, sabendo do diagnóstico que será realizado, desejarão demonstrar o progresso de seus estudantes.

Exemplos reais aconteceram quando, a partir da reunião de estudos sobre os resultados e detecção dos pontos de melhoria, foi desenvolvido um projeto interdisciplinar dinâmico de incentivo à leitura com os estudantes do 2º ao 5º ano, e um estudo sobre as regiões brasileiras dividido entre as turmas, que repassaram o conhecimento umas às outras.

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• O clima escolar

Mais do que analisar os resultados da avaliação educacional em larga escala, cabe aos profissionais envolvidos com a educação compreender quais são os fatores que se associam ao desempenho estudantil e escolar; em que medida esta associação ocorre; e quais, dentre estes fatores, estão ao alcance da ação escolar, podendo, desta maneira, ser apropriados e utilizados por escolas e redes de ensino com o intuito de melhorar a qualidade da educação ofertada na Paraíba.

O conjunto de fatores que afetam o desempenho de estudantes e escolas é amplo e é importante que identifiquemos quais são eles e o que cada um deles tem a oferecer para nossas redes e escolas. Entre os fatores associados

ao desempenho que estão ao alcance da ação escolar, um dos que mais se destacaram, em 2012, foi o clima escolar. Mas, afinal, o clima escolar diz respeito a quê, especificamente?

O clima escolar, muitas vezes chamado de ambiente escolar, é um conjunto de características psicológicas, sociais e culturais de uma determinada escola, que afeta a aprendizagem e o desempenho dos estudantes. Ele é composto por uma série de elementos estruturais, pessoais e organizativos da escola, que interagem através de um processo dinâmico. O resultado das interações deste processo é o clima escolar, um ambiente próprio, uma espécie de estilo singular da escola, que influencia, significativamente, a forma como a escola desenvolve e conduz seus processos educativos.

AS RELAÇÕES ENTRE O CLIMA

ESCOLAR E O DESEMPENHO

ESTUDANTIL – UM ENFOQUE

SOBRE AS NORMAS ESCOLARES

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Esta concepção do clima escolar põe ênfase nas interações. Ou seja, o clima escolar está relacionado, das mais variadas maneiras, às interações estabelecidas no interior da escola. Isso envolve as relações que se dão entre os atores escolares, como os professores, os estudantes, os diretores, os funcionários, e mesmo os pais e a comunidade, quando presentes na escola. No entanto, as interações que constituem o clima escolar não ocorrem somente entre pessoas. As relações entre os agentes escolares e a instituição como um todo, com sua infraestrutura física, com as normas que regem suas ações, com a organização da escola, entre outros aspectos, são elementos muito importantes para a constituição do clima escolar.

No entanto, como medir o clima escolar? Afinal, não há nenhum instrumento específico que nos diga se o clima na escola é bom ou ruim. Para tanto, é preciso construir indicadores que nos permitam uma aproximação para mensurar o clima da escola. Isto é feito através da coleta de informações sobre a percepção que estudantes, professores e diretores possuem acerca das interações

na escola. Ou seja, o clima escolar não é medido diretamente, mas através da percepção que as pessoas têm em relação às interações estabelecidas no ambiente escolar. Desse modo, o questionário contextual, aplicado juntamente com os testes cognitivos, é fundamental, pois ele será o instrumento que fornecerá as informações necessárias para a construção desta medida de clima escolar.

O clima escolar, além de ser baseado nas percepções que os agentes escolares têm de suas interações na escola e com a escola, pode ser medido não como um bloco único de percepções, referente a um fenômeno homogêneo. Na verdade, o clima escolar pode ser dividido em diferentes contextos, todos eles importantes e partes componentes do clima, mas com características diversas. Os contextos do clima escolar são:

Contexto imaginativo: este contexto envolve a percepção do ambiente escolar no que diz respeito ao incentivo à criatividade e à imaginação, percebendo ou não a escola como um local onde os agentes escolares se sentem estimulados

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a compreender e a experimentar o mundo a partir de suas próprias percepções e concepções;

Contexto instrucional: envolve as percepções dos atores acerca da orientação acadêmica no contexto da instrução do ensino. No caso dos estudantes, como eles percebem o interesse, ou o desinteresse, dos professores pela aprendizagem, e também se o ambiente é propício para atingir os objetivos educativos e adquirir habilidades;

Contexto inter-relacional: este contexto está relacionado com a percepção da qualidade e da frequência com que as relações entre os atores são estabelecidas no ambiente escolar, bem como a percepção acerca da preocupação, no nível dos estudantes, que professores e diretores têm diante de seus problemas e dificuldades. Ou seja, diz respeito ao contexto de qualidade interpessoal de confiança e bem estar entre os agentes;

Contexto normativo: envolve as percepções acerca do nível de participação dos agentes no estabelecimento das regras que coordenarão suas ações, além da percepção sobre o efetivo cumprimento das normas na escola.

A divisão do clima escolar nestes quatro contextos é didática e importante para a análise que permite fazer em relação aos diferentes elementos que compõem a percepção do clima na escola. No entanto, na prática, estes contextos se influenciam e se relacionam de forma muito próxima, de modo que vários elementos se apresentam como componentes de mais de um contexto ao mesmo tempo.

Em regra, o clima escolar tende a ser entendido, única e exclusivamente, a partir de seu contexto inter-relacional, ou seja, a partir das relações estabelecidas entre as pessoas no interior da escola. Não há dúvida de que este é um elemento importante para a composição do clima escolar, mas não é o único.

• O cumprimento das normas escolares

nas escolas da Paraíba

Para a Paraíba, nos concentramos na análise dos efeitos do contexto normativo do clima escolar. Este contexto está relacionado com as normas da escola, em como elas são criadas e em como elas são cumpridas. No primeiro caso, se trata de investigar o processo de criação das normas, se de forma compartilhada, envolvendo diferentes atores escolares, ou se de maneira centralizada, através de que processos, entre outros aspectos. No segundo caso, o objetivo é investigar se, na percepção dos estudantes, o cumprimento das normas ocorre e em que medida isso é feito. É sob este segundo enfoque que a percepção do contexto normativo do clima escolar está sendo aqui analisada.

Para a construção do índice de percepção do contexto normativo do clima escolar, para a Paraíba, tendo como base os questionários aplicados aos estudantes, no bojo do Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba, utilizamos as seguintes variáveis:

• A escola é uma bagunça. Ficam muitos estudantes do lado de fora da sala fazendo barulho.

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• Quando alguém me ameaça ou agride, não adianta reclamar na direção. Tudo continua do mesmo jeito.

• A turma demora a fazer silêncio, depois que o(a) professor(a) entra em sala;

• Durante as aulas, há muito barulho e bagunça, o que atrapalha quem quer estudar.

• Por qualquer motivo, os estudantes são colocados para fora da sala pelo professor; • Perdemos muitas aulas porque o professor falta

com frequência.

Todas estas questões estavam dispostas nos questionários dos estudantes e contavam com quatro alternativas de resposta, organizadas em uma escala de concordância decrescente, conforme disposição a seguir:

• Concordo muito • Concordo pouco • Discordo pouco • Discordo muito

As respostas de cada uma destas variáveis receberam valores distintos e foram reorganizadas, em seguida, em uma escala que varia de 0 a 10. Através da escala, três grupos de respostas foram criados, de acordo com a percepção dos estudantes em relação ao clima escolar, em sua dimensão normativa. Os grupos de percepção são:

• Percepção de que o contexto normativo do clima escolar é ruim, segundo os estudantes. • Percepção de que o contexto normativo do clima

escolar é razoável, segundo os estudantes. • Percepção de que o contexto normativo do

clima escolar é bom, segundo os estudantes.

Para facilitar a análise, as escolas foram divididas em três grupos diferentes, de acordo com o valor que agregaram a seus estudantes. O valor agregado de cada escola foi estabelecido de acordo com a comparação entre o desempenho médio esperado para a escola, tendo em vista a condição socioeconômica média de seus estudantes, e o desempenho de fato obtido pela escola, com base nos resultados de 2012 para Matemática, no Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba. Os grupos de escolas por valor agregado são:

• Escolas sem valor agregado: são aquelas cujo desempenho esperado para elas é menor ou igual ao desempenho que elas, efetivamente, obtiveram nas avaliações. No gráfico a seguir, estão representadas pela cor azul;

• Escolas com baixo valor agregado: são aquelas cuja diferença entre o desempenho observado e o desempenho esperado para elas é maior do que zero e menor do que 12,5 pontos de proficiência (um quarto do desvio padrão). No gráfico a seguir, estão representadas pela cor vermelha;

• Escolas com alto valor agregado: são aquelas cuja diferença entre o desempenho observado e o desempenho esperado para elas é maior do que 12,5 pontos de proficiência (um quarto do desvio padrão). No gráfico a seguir, estão representadas pela cor verde.

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Gráfico: Percepção do contexto normativo do clima escolar e valor agregado

Como podemos observar no gráfico anterior, na medida em que avançamos nos grupos de percepção do clima escolar, maior se torna o percentual de escolas que agregam muito valor a seus estudantes. Isso quer dizer que, quanto melhor a percepção do clima escolar, em sua dimensão normativa, por parte dos estudantes, maior o percentual de escolas que agregam valor para o aprendizado de seus estudantes.

No grupo de escolas cujos estudantes percebem o contexto normativo do clima escolar como ruim, 78,6% das escolas não agregam valor algum a seus estudantes, ao passo que 12,5% delas agregam pouco valor e apenas 8,9% agregam muito valor.

Quando analisamos o grupo de escolas cujos estudantes percebem o clima escolar, em sua dimensão normativa, como razoável, podemos perceber uma significativa mudança. O percentual de escolas que não agregam valor a seus estudantes cai para 37,6%, enquanto que o

percentual de escolas que agregam muito valor sobe para 32,3%. As escolas que agregam pouco valor representam 30,1% do total.

As mudanças continuam a ser percebidas quando nossa análise recai sobre o grupo de escolas cujos estudantes melhor avaliam o contexto normativo do clima escolar. Neste grupo, o percentual de escolas que não agregam valor é de 27,2%. Para as escolas que agregam pouco valor, o percentual é de 17%, ao passo que 55,8% delas agregam muito valor.

A análise do gráfico é clara. Quanto melhor a avaliação do clima escolar, tendo em vista o cumprimento das normas, maior o percentual de escolas que agregam valor a seus estudantes. Isso significa que o clima escolar, em sua dimensão normativa, é um fator importante associado ao desempenho dos estudantes na Paraíba. Mas, como então, o contexto normativo do clima se relaciona com a gestão escolar?

• A gestão e seu vínculo com o clima

escolar

A gestão escolar passou por muitas modificações ao longo dos últimos anos, em relação a sua concepção e a suas formas de efetivação. De um administrador da escola, dedicado às tarefas burocráticas e logísticas, o gestor tornou-se uma figura central para a condução de processos relacionais e pedagógicos no ambiente escolar. Esta modificação se relaciona com a percepção de que a gestão escolar, além das atividades administrativas, é muito importante para o desenvolvimento de atividades pedagógicas na

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escola. Além disso, a construção e a manutenção de bons relacionamentos na escola podem ser pensadas, também, como atribuições de um gestor comprometido com a escola.

Diante disso, o gestor escolar vê seu papel sendo desempenhado, pelo menos, em três grupos distintos de atividade, mas igualmente importantes. As atividades administrativas, o desenvolvimento de boas relações entre os atores escolares e a condução de processos pedagógicos na escola são atribuições da gestão escolar contemporânea. Permeando estes diferentes aspectos, está o princípio da gestão democrática, que postula que a condução das atividades na escola, sejam elas administrativas ou pedagógicas, deve ser levada a cabo através da abertura à participação de todos os atores envolvidos com a escola e por meio de ampla publicidade em relação à tomada de decisões.

Com base nestas atribuições da gestão, podemos perceber sua relação com o clima escolar. O estabelecimento de um clima escolar favorável

à aprendizagem se relaciona a vários fatores, entre eles, à forma como o gestor conduz os processos de tomada e efetivação de decisões na escola, à maneira como conflitos são dirimidos, à forma como as relações são estabelecidas. Entre os componentes do clima escolar, como vimos, existem aqueles que estão associados ao cumprimento e efetivação das normas. A gestão é um elemento fundamental para que as normas sejam cumpridas, gerando, por sua vez, um ambiente de confiança e segurança nos demais atores escolares, em especial, nos estudantes.

A partir disso, e do entendimento de que a percepção do clima escolar está associada ao desempenho estudantil, podemos reconhecer a importância do papel do gestor e do estabelecimento de um clima escolar favorável à aprendizagem dos estudantes, o que, por sua vez, é um fator preponderante para que a escola obtenha um bom desempenho. Trata-se do reconhecimento da importância de uma gestão da escola, no lugar de uma gestão na escola.

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O mundo, que sonhamos e precisamos, necessita

ser construído e pensado a partir da escola, e,

para isso, devemos integrar todos os âmbitos da

sociedade.

Sandra de Medeiros Santos

Diretora da Escola Estadual de Ensino Fudamental e Médio Antonio Coelho Dantas

EXPERIÊNCIA EM FOCO

PARA A GESTORA A EDUCAÇÃO É O CAMINHO

POSSÍVEL PARA REALIZAR AS MUDANÇAS

QUE A SOCIEDADE MAIS NECESSITA

Entusiasmada com a possibilidade de realizar mudanças efetivas na sociedade por meio da educação, Sandra de Medeiros Santos, diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Antonio Coelho Dantas, no Município de Nova Palmeira, na Paraíba, percebe a avaliação externa como um importante instrumento para a orientação e o direcionamento do projeto político pedagógico da escola.

De acordo com a diretora, todo o debate e discussão em torno da avaliação externa têm trazido melhoras significativas para a escola o que já é possível perceber pelo crescimento do último IDEPB, tanto do 9º ano do Ensino Fundamental, como também das turmas da 3ª série do Ensino

Médio. Para Sandra, esse crescimento é fruto dos debates e do comprometimento de toda a equipe escolar que busca traçar metas, planejar ações e compartilhar com a comunidade escolar os resultados alcançados pelos estudantes e as ações planejadas e realizadas a partir dos mesmos.

Um ponto importante para o qual Sandra Santos chama a atenção é o fato de que, mesmo com os significativos avanços que a escola vem obtendo nas avaliações, é preciso refletir sobre as dificuldades e as necessidades de melhoria. E isso é feito de maneira também coletiva, cuja participação da comunidade escolar é constante e efetiva, motivada pelo fato de que a escola tem

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se mostrado preocupada com o desempenho e a aprendizagem dos seus estudantes.

As metas estabelecidas pela/para a escola não levam em consideração apenas os seus próprios resultados, mas buscam compará-los aos resultados de outras escolas. Sandra acredita que essa comparação é salutar para a escola, na medida em que estimula a melhorar a qualidade da educação ofertada. Segundo ela, "ninguém quer ficar conhecido como uma escola de baixo padrão, não é isso que se quer oferecer para a comunidade".

A postura da equipe da E. E. Antonio Coelho Dantas demonstra amadurecimento e comprometimento bastante significativos em relação à importância e aos objetivos das avaliações externas. Isso fica claro na maneira com que a escola trabalha seus resultados, envolvendo os professores e a comunidade, estimulando os estudantes e reavaliando suas propostas a partir do perfil dos estudantes e da escola. Tudo isso articulado a uma proposta curricular coerente, de acordo com as orientações da GRE de Cuité e com os Parâmetros Curriculares Nacionais. Alguns exemplos práticos dessa postura, citados pela diretora, são as diferentes estratégias para garantir

a aprendizagem dos estudantes e obter melhores resultados nas avaliaçõers, dentre elas: as aulas extras, oficinas e plantão de dúvidas. Tudo isso, articulado à proposta curricular da escola.

Sandra, que é gestora há apenas sete meses, vê com bastante otimismo o trabalho que a equipe vem realizando, sobretudo em relação às contribuições das avaliações. Fruto disso é o aumento significativo da procura por matrículas, na escola, pelas famílias, que buscam uma educação de qualidade para seus filhos.

Nesse curto período, Sandra tem trabalhado, juntamente com sua equipe, para melhorar ainda mais a escola e, para isso, desenvolve diferentes ações. Segundo a diretora, a avaliação externa "veio como uma conquista de tudo o que a escola vem passando".

Nesse sentido, Sandra e a equipe da E. E. Antonio Coelho Dantas têm buscado fazer com que a escola cumpra seu papel social que, segundo ela, deve extrapolar os muros da escola, pois "o mundo, que sonhamos e precisamos necessita ser construído e pensado a partir da escola, e, para isso, devemos integrar todos os âmbitos da sociedade".

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O consenso existente na escola é o de que somos

capazes de produzir frutos cada vez melhores.

José Euflávio da Silva

Diretor da Escola Estadual de Ensino Fundamental André Vidal de Negreiros

BOAS PRÁTICAS GERAM BONS RESULTADOS

A Escola Estadual de Ensino Fundamental André Vidal de Negreiros está localizada na zona urbana da cidade de Cuité, no Estado da Paraíba. Nela, estudam 872 estudantes que são assistidos por um grupo de 48 professores, fortemente engajado na luta pela qualidade do ensino paraibano. José Euflávio da Silva é o diretor da escola e batalha diariamente para atingir as metas educacionais estabelecidas, ainda que as condições de trabalho não sejam as mais adequadas. Para ele, “além do papel de educar, a escola deve preparar os seus estudantes para uma sociedade cada dia mais competitiva, sem perder de vista os princípios éticos”, declara.

As ações pedagógicas, de modo geral, sofreram um impacto positivo com a chegada das avaliações externas. Além disso, segundo o diretor, a avaliação tem sido percebida pela comunidade escolar como um ponto positivo. “A escola desenvolve um cuidado maior para com os estudantes, e isso tem se refletido diretamente nos índices alcançados”, ressalta José Euflávio. Nesse

sentido, a comunidade fica satisfeita ao ver os filhos progredindo nos estudos, a partir do trabalho realizado pela instituição da qual fazem parte. Não só a gestão, mas também os professores se beneficiam do potencial que os resultados das avaliações revelam. Cada um, a seu modo, recorre aos recursos disponíveis mais apropriados com a finalidade de ampliar o leque de atividades pedagógicas significativas para o aprendizado do estudante. Consequentemente, foram desenvolvidos inúmeros projetos pedagógicos com base nos resultados das avaliações internas e externas. “Só em 2013, a escola produziu um total de 35 projetos interdisciplinares”, conta o diretor. O notório compromisso dos profissionais dessa escola se reflete nos altos índices alcançados pelos estudantes nas avaliações externas. O clima vai se tornando cada vez mais propício às práticas bem sucedidas. Todos desejam manter as boas notas e, para isso, se sentem estimulados ao estudo, às pesquisas e à inovação.

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O esforço coletivo é percebido e valorizado pelo gestor, o que vem fortalecendo ainda mais o consenso acerca das questões educativas. "O consenso existente na escola é o de que somos capazes de produzir frutos cada vez melhores. A escola não abre mão dos resultados obtidos nas avaliações externas. Cada item é discutido pelos professores no planejamento coletivo da escola, sempre existe a ressalva de como tal item poderá ajudar a manter o bom nível já alcançado”, declara o diretor.

Para que esses índices continuem melhorando, a equipe gestora tem facilitado o acesso dos professores a um número significativo de materiais didáticos. Os recursos estaduais e federais têm sido mobilizados de forma que a escola seja atendida em suas necessidades básicas, para que, assim, os seus profissionais consigam trabalhar com a maior tranquilidade possível.

Outro aspecto fundamental diz respeito à divulgação dos resultados. Por meio da rádio local,

de postagens periódicas no blog da escola e o famoso “boca-a-boca”, a equipe gestora, liderada por José Euflávio, procura manter a comunidade sempre bem informada sobre os bons índices alcançados. Desse modo, não só os profissionais da escola se sentem reconhecidos, mas também a comunidade como um todo.

Altas expectativas têm produzido altos índices nesta escola. O efeito da responsabilização também assume grandes proporções na medida em que os profissionais se tornam cada vez mais confiantes do seu trabalho. De algum modo, é como se eles não se permitissem mais fracassar. “No momento em que a comunidade externa toma conhecimento dos bons resultados obtidos dentro da escola, aumenta a credibilidade e a visibilidade da instituição, bem como seu grau de responsabilidade para com toda a sociedade”, finaliza o gestor.

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A avaliação externa é uma resposta do trabalho

que realizamos enquanto gestores, professores,

funcionários

Maria das Graças Silva Garcia

Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Rolderick de Oliveira

LAÇOS FORTES COM A COMUNIDADE E

PARCERIAS INSTITUCIONAIS SÃO AS GRANDES

ARMAS PARA A MELHORIA DA EDUCAÇÃO

Maria das Graças Silva Garcia é diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Rolderick de Oliveira, localizada em Nova Floresta, na Paraíba. Responsável por quase mil estudantes e 65 funcionários, Maria das Graças destaca a importância das avaliações externas e das parcerias com outras instituições para o crescimento da sua unidade escolar. Tal postura tem rendido importantes frutos, colhidos por meio da melhoria dos indicadores educacionais - como o IDEB e o IDEPB -, bem como pela aproximação da escola com a comunidade.

A diretora reconhece e faz questão de frisar que esse trabalho não é fruto apenas do empenho dela, mas também de outros gestores que buscaram fortalecer o vínculo entre a escola e a

comunidade, buscando a melhoria do desempenho dos estudantes, segundo ela, fazendo com que a cada semestre ocorressem “avaliações mais positivas da comunidade em relação aos trabalhos desenvolvidos na escola”

Utilizando diferentes formas de divulgação dos resultados obtidos nas avaliações externas, inclusive as redes sociais, Maria das Graças ressalta que os resultados são analisados nas reuniões pedagógicas e nos conselhos escolar e de pais, a fim de que as reflexões e sugestões, ali debatidas, possam fortalecer os planos e metas da escola: a curto, médio e longo prazo. Esse é mais um exemplo dado pela diretora sobre a importância da participação da comunidade

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nos encaminhamentos da escola, a partir dos resultados das avaliações externas.

Na opinião da diretora, os resultados das avaliações externas, conjugados com as singularidades de cada local, contribuem significativamente para a tomada de decisões na escola. Segundo ela, em grande medida as avaliações externas são “uma fonte rica para nos ajudar, não somente como nossa avaliação institucional, mas também como norte para a tomada de decisões”.

Para finalizar, a diretora reforça a importância da utilização dos resultados da avaliação e das parcerias institucionais, destacando um projeto da escola com a Universidade de Campina Grande sobre a utilização e uso da água em tempos de seca. A sua expectativa é de que, com os “dados colhidos na avaliação, possamos ter mais um instrumento na formulação de nossas políticas educacionais, ferramenta que possibilite o repensar de nossas práticas cotidianas e nossa relação com a comunidade ”.

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3

As escolas são espaços que promovem interações entre diversos agentes. Nelas atuam expectativas, perspectivas e visões sobre seus rumos, suas funções, suas melhores práticas e sobre os melhores métodos para construir um ambiente de promoção da educação, baseada em valores mais ou menos compartilhados ou compreendidos pela comunidade escolar. No contexto da discussão sobre a promoção da qualidade e da equidade nos sistemas educacionais, a conjunção desses fatores deve sempre visar ao desenvolvimento da aprendizagem para todos os estudantes.

O processo ensino-aprendizagem é mediado por diversos fatores, já amplamente estudados pelas ciências sociais. Grande parte dos trabalhos se preocupa em destacar a forte influência que os fatores extraescolares têm sobre os resultados dos estudantes dentro das escolas. Nosso foco será diferente: enfatizamos a importância do clima escolar, das disposições e práticas de gestão, e das disposições e práticas pedagógicas. A consideração dos fatores extraescolares servirá apenas para guiar comparações mais adequadas sobre os diferentes fatores intraescolares. Afinal de contas, são os contextos administrativos e pedagógicos das instituições escolares em que podemos interferir de maneira mais objetiva. Torna-se, então, fundamental verificar em quais circunstâncias encontramos resultados escolares mais eficazes.

Os resultados a seguir são uma síntese de estudos mais amplos realizados pelos pesquisadores do CAEd/UFJF. A intenção é dialogar com aspectos práticos da gestão escolar, partindo de considerações gerais para elementos específicos, de maneira a possibilitar reflexões direcionadas à melhoria do sistema de ensino.

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A realidade escolar em números

As formas de mensurar as características das escolas associadas ao sucesso escolar variam amplamente. Sob a perspectiva das avaliações em larga escala, podemos mensurar tanto os resultados das escolas quanto os fatores internos e externos associados ao desempenho dos estudantes. Boas reflexões nascem da consideração simultânea entre: 1) as características externas dos estudantes relacionadas ao desempenho, como um controle para comparar contextos semelhantes; 2) as características administrativas e pedagógicas das escolas capazes de modificar os resultados; e 3) uma boa medida de desempenho das instituições, nitidamente associada às finalidades do ensino e à noção de “sucesso escolar”.

Para o trabalho que desenvolvemos a seguir, utilizamos como controle das características externas dos estudantes o Índice Socioeconômico dos mesmos (ISE), elaborado a partir de suas respostas ao questionário contextual. Como síntese dos aspectos administrativos e pedagógicos relevantes das escolas, construímos, com diferentes fontes de informação, três índices:

1. com base na opinião dos estudantes, um índice sobre a percepção da convivência e das práticas escolares de uma maneira geral;

2. também com base na percepção dos estudantes, um índice sobre as disposições e práticas pedagógicas dos professores (que chamamos de Índice da Dimensão Pedagógica – IDP); e

3. com base na percepção dos gestores, um índice sobre suas próprias disposições e práticas de gestão escolar (Índice da Dimensão de Gestão – IDG).

Como medida da eficácia, utilizamos o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado dentro das escolas, em todas as etapas avaliadas. A seguir, uma breve explicação de cada uma dessas variáveis antes de demonstrarmos os resultados encontrados.

• O Índice Socioeconômico dos Estudantes – ISE

O ISE nos fornece uma medida comparativa para as condições de vida dos estudantes avaliados, considerando não só aspectos econômicos, mas também alguns aspectos sociais e culturais, e fornecendo uma rica medida de controle para fatores externos classicamente associados ao desempenho escolar.

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Para evidenciar como tais condições afetam as escolas, após a elaboração das médias, criamos duas categorias: escolas com valores baixos e médios1 de ISE; e escolas com

valores mais altos para o ISE. Basicamente, a categoria de valores mais altos abrange pouco mais de 20% das escolas do sistema. A tabela a seguir mostra a relação entre o sucesso da escola, medido pela média do percentual de estudantes nos Padrões de Desempenho Adequado ou Avançado, segundo as categorias criadas para o ISE dos estudantes nas escolas do estado da Paraíba. Como é de se esperar, a melhor situação encontra-se nas escolas de ISE alto: sua média é maior, indicando maior sucesso escolar, e seu desvio-padrão é menor, indicando menor variação em torno desse sucesso, quando comparadas às escolas de ISE desprivilegiado.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado, segundo categoria do ISE – Paraíba 2012

ISE médio ou baixo ISE alto

Média 24,4 30,0

Desvio-Padrão 20,1 18,8

N° de escolas 531 145

• O Índice de Clima Escolar – ICE

Um melhor desempenho dos estudantes depende também da capacidade das instituições escolares em gerar um ambiente acadêmico Adequado para o desenvolvimento do conhecimento curricular. Uma forma de mensuração para tanto é captar a percepção dos estudantes sobre aspectos como convivência, cuidado, disciplina, exigência acadêmica, interesse e motivação, organização e segurança dentro da escola. Com as respostas acerca desses aspectos, foi construído o Índice de Clima Escolar (ICE).

Esse índice traduz em números a opinião positiva dos estudantes em relação ao ambiente da escola, e sua média é considerada aqui como a medida do clima da instituição. Para evidenciar as diferenças proporcionadas por essa variável, também criamos duas categorias: escolas com valores baixos e médios; e escolas com valores mais altos para o ICE. Basicamente, a categoria de valores mais altos abrange pouco mais de 30% das

1 As categorias dos índices são chamadas de “médio ou baixo” e “alto” por conta dos procedimentos utilizados na formulação dos mesmos. Num primeiro momento, foram construídas três categorias (baixo, médio e alto). De maneira a explicitar com maior ênfase os resultados atingidos pelos índices, optou-se por agregar as categorias “médio” e “baixo”, isolando, com isso, a categoria “alto”. Assim, inserem-se na categoria “alto” apenas aquelas unidades que atingiram os requisitos para tanto, localizando-se dentre os 20% superiores em relação a cada índice.

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escolas do sistema com os maiores valores de ICE. A tabela a seguir mostra a média do percentual de estudantes nos Padrões de Desempenho Adequado ou Avançado segundo as categorias criadas para o ICE das escolas do estado da Paraíba.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado, segundo categoria do ICE – Paraíba 2012

ICE médio ou baixo ICE alto

Média 19,3 39,4

Desvio-Padrão 14,5 23,3

N° de escolas 465 210

• O Índice da Dimensão Pedagógica – IDP

Esperamos que fatores como a atuação dos professores estejam mais diretamente relacionados ao processo de aprendizagem dos estudantes. Pensando desse modo, criamos também um índice a respeito da atuação e disposição pedagógica dos professores, segundo a percepção dos estudantes.

O índice da dimensão pedagógica também foi construído a partir de afirmações dos estudantes sobre o comportamento dos professores relacionados à assiduidade, clareza, abertura para esclarecer dúvidas e ouvir a opinião dos estudantes, persistência ao ensinar para todos, correção do dever de casa e uso de material didático. Também criamos duas categorias para esse índice: escolas com valores baixos e médios; e escolas com valores mais altos para o IDP. Na categoria de valores mais altos encontramos pouco mais de 17% das escolas do sistema com os maiores valores de IDP. A tabela a seguir mostra que, nas escolas do estado da Paraíba, o sucesso escolar para o grupo com alto IDP é quase o dobro daquele apresentado pelo grupo com médio ou baixo IDP.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado, segundo categoria do IDP – Paraíba 2012

IDP médio ou baixo IDP alto

Média 21,7 43,7

Desvio-Padrão 15,9 25,5

N° de escolas 557 117

• O Índice da Dimensão de Gestão – IDG

O índice da dimensão de gestão foi elaborado com a concordância ou discordância dos gestores a respeito de afirmações sobre sua própria atitude e comportamento com relação à centralização ou descentralização da gestão escolar (incluindo ou não a participação do conselho escolar), a prestação de contas da gestão para a comunidade

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escolar, além de diversas dimensões da capacidade discricionária e de iniciativa do gestor frente a imprevistos e esferas superiores de decisão. A média desse índice corresponde à percepção de elementos positivos sobre as atitudes e disposições dos gestores da escola quanto a aspectos de gestão.

Na categoria de valores mais altos encontramos aproximadamente 28% das escolas do sistema com os maiores valores de IDG. A tabela a seguir mostra apenas uma pequena diferença de sucesso escolar entre os grupos com alto e médio ou baixo IDG para as escolas do estado da Paraíba.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado, segundo categoria do IDG – Paraíba 2012

IDG médio ou baixo IDG alto

Média 25,0 27,7

Desvio-Padrão 20,1 19,8

N° de escolas 479 187

RESULTADOS

Sejamos sistemáticos: vamos avaliar um cenário de cada vez. Em primeiro lugar, é indispensável considerarmos as características socioeconômicas dos estudantes dentro das escolas para não beneficiarmos aquelas que recebem estudantes em condições socialmente favoráveis e penalizarmos escolas que recebem estudantes em condições socialmente desfavoráveis. Então, em todos os cenários a seguir, iremos sempre distinguir, dentre as escolas da rede estadual da Paraíba, aquelas com alto nível de ISE das demais.

Porque nossa ênfase de análise recai sobre os possíveis impactos de diferentes posturas de gestão escolar, a outra variável que também estará sempre presente em nossos gráficos será aquela que separa as escolas com um índice da dimensão de gestão (IDG) alto daquelas com um IDG médio ou baixo.

Para simplificar, precisamos comparar a importância da gestão diante de dois cenários: em escolas com diferentes condições de clima escolar (ICE); e em escolas com diferentes condições na dimensão pedagógica (IDP). A finalidade do estudo permanece a mesma: verificar se existem diferenças de sucesso entre as escolas diante de diferentes posturas de gestão, sucesso esse medido pelo percentual de estudantes com valor de proficiência dentro dos padrões Adequado ou Avançado.

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As condições do Índice de Clima Escolar (ICE)

O gráfico a seguir compara apenas as escolas identificadas pelo ICE como em baixo ou médio valor. Em outras palavras, estamos vendo apenas as escolas com clima escolar desfavorável. Dentro deste grupo, comparamos os gestores segundo o índice da dimensão de gestão, IDG. Observamos que, para as escolas com ISE desfavorável, as diferenças na postura de gestão pouco afetam o indicador de sucesso da escola (menos de 1% de diferença). Esses percentuais são menores do que os observados para as escolas com ISE considerado alto, conforme o esperado. No entanto, para as escolas do grupo de ISE alto, aquelas identificadas com uma gestão favorável (alto IDG) possuem 4,2 pontos percentuais a mais de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado do que aquelas nas mesmas condições de ISE, mas com uma gestão considerada desfavorável (IDG médio ou baixo).

Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em escolas com ICE médio ou baixo, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

Consideremos agora apenas as escolas com valores altos no índice de clima escolar. O cenário muda: esperamos que as médias do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado sejam maiores, porque encontramos nessas escolas um clima mais favorável para o desenvolvimento de posturas e práticas de ensino mais eficazes. Entretanto, o padrão observado anteriormente permanece.

O gráfico a seguir mostra que, para as escolas com clima escolar favorável, mas com ISE desfavorável, as diferenças na postura de gestão pouco afetam nosso indicador de sucesso. Em média, temos 37% de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado quando os diretores apresentam uma gestão desfavorável (IDG baixo ou médio), e 39,9% quando apresentam uma gestão considerada boa (IDG alto).

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No entanto, a maior diferença permanece entre o grupo de escolas com alto ISE: para as escolas com gestores na categoria de IDG médio ou baixo, a média do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado é de 44,9%; para escolas cujos gestores estão na categoria de IDG alto, essa média é de 52,6%; uma diferença de 7,7 pontos percentuais. Novamente, a diferença entre o grupo com IDG alto e o grupo com IDG médio ou baixo é maior para aquelas escolas com o ISE considerado alto. As diferenças tendem a aumentar para os grupos de escolas em melhor clima escolar.

Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em escolas com ICE alto, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

Tudo isso parece muito abstrato se nos afastarmos do significado de nossos índices. Um questionamento cabível seria: e o que isso tem a ver com o cotidiano da gestão? Não podemos esquecer que o IDG é um índice que resume uma série de atitudes do gestor perante a administração escolar. Vejamos a seguir uma ilustração para essas atitudes.

Dentre as 16 questões presentes na criação do IDG, selecionamos uma para o exercício abaixo. Aos diretores foi apresentada a seguinte afirmação: “É dever do diretor questionar e, no limite, não aplicar normas quando os prejuízos para a comunidade escolar forem evidentes”. Eles responderam em uma escala que vai de “concordo muito” a “discordo muito” em relação a essa afirmação. Concordar com ela significa esboçar um senso crítico em relação às normas, uma disposição a preservar as finalidades da organização escolar em detrimento de seguir “cegamente” regras superiores. O gráfico mostra que, para ambos os contextos de clima, os grupos de escolas cujos diretores tenderam a concordar com essa informação apresentam maiores proporções de estudantes nos Padrões de Desempenho Adequado ou Avançado; ou seja, essa atitude na liderança da organização estaria associada ao sucesso da escola.

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Associação entre a resposta dos gestores e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado controlada pelo ISE dos estudantes e pelo ICE na escola

As condições do Índice da Dimensão Pedagógica (IDP)

Os novos cenários a serem avaliados dizem respeito agora a diferenças na dimensão pedagógica das escolas. O gráfico a seguir compara apenas as escolas identificadas pelo IDP com valor baixo ou médio. Ou seja, estamos tratando das escolas em que os estudantes avaliaram desfavoravelmente as atitudes e disposições dos professores em relação ao ensino realizado em sala de aula.

Observamos que, para as escolas com ISE médio ou baixo, as diferenças na postura de gestão pouco afetam o sucesso escolar. Para o grupo de escolas com ISE desfavorável, a média no percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado é de 20,3% para o grupo de escolas com gestão desfavorável (IDG médio ou baixo); e 21,4% para o grupo com gestão considerada melhor (IDG alto): diferença de 1,1%. Conforme as nossas expectativas, para as escolas no grupo de ISE alto, os percentuais são um pouco maiores: a média do percentual é de 24,1% quando as escolas apresentam uma gestão desfavorável (IDG médio ou baixo); e de 29,4% quando apresentam uma melhor gestão (IDG alto). Uma diferença de 5,3 pontos percentuais a mais de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em favor das escolas com gestão considerada melhor.

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Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em escolas com IDP médio ou baixo, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

Mas também existe o cenário em que as escolas foram identificadas como possuindo um alto índice da dimensão pedagógica. Quer dizer, escolas em que os estudantes identificaram nos professores uma tendência a apresentar atitudes e disposições positivas em relação ao ensino em sala de aula. Nesse grupo de escolas esperamos, obviamente, um sucesso maior porque o corpo docente tende a adotar posturas e práticas mais favoráveis ao ensino.

No gráfico a seguir, não existe diferença na média do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado quando comparamos os grupos de escola por tipos de gestão, para aquelas em condições desfavoráveis de ISE. Para ambos os grupos de escolas, a média do percentual é de 40,9%.

A maior diferença ainda se encontra entre o grupo de escolas com alto ISE: quando as escolas estão associadas à gestão desfavorável, a média do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado é de 54,5%; para escolas cujos gestores estão na categoria de IDG alto, ou com boa gestão, essa média é de 59,7%; uma diferença de 5,2 pontos percentuais. Novamente, a diferença de sucesso escolar entre os diferentes perfis de gestão é maior para aquelas escolas com o ISE considerado alto.

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Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em escolas com IDP médio ou baixo, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

Mais uma vez precisamos nos lembrar da direta conexão entre a realidade dos números e a realidade das práticas. Considerando as respostas dos gestores à mesma afirmação apresentada anteriormente, comparamos a associação entre uma atitude mais autônoma dos diretores ao vetar regulamentos que prejudiquem a comunidade escolar e os resultados das escolas nos diferentes contextos da dimensão pedagógica. Podemos observar que quando o gestor concorda com a afirmação, a tendência é de um maior sucesso escolar. Essa diferença é especialmente expressiva no grupo de escolas com IDP alto, mas com ISE médio ou baixo. Até aqui, foi o único resultado positivo que evidenciou mais as escolas com condições desfavoráveis para o nível socioeconômico de seus estudantes. Todos os demais foram em favor do grupo de escolas com mais alto ISE.

Associação entre a resposta dos gestores e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado controlada pelo ISE dos estudantes e pelo IDP na escola

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em coerência com as análises que respeitam a complexidade e os paradoxos intrínsecos ao sistema educacional brasileiro, observamos nos resultados das escolas da Rede Estadual da Paraíba fatores positivos e negativos.

Como grande fator positivo, constatamos diferenças expressivas de sucesso das organizações escolares para os gestores identificados com atitudes e comportamentos relacionados à descentralização da gestão escolar (incluindo maior participação do conselho escolar), a prestação de contas da gestão para a comunidade escolar, e maior capacidade discricionária e de iniciativa frente a imprevistos e esferas superiores de decisão. Esse resultado se sustentou em diferentes contextos de condição socioeconômica, de clima escolar, e de condições pedagógicas na escola.

Como fator negativo, essas diferenças de sucesso estiveram relacionadas principalmente aos contextos de condição socioeconômica favorável, indicando que existe uma tendência a que as atitudes e comportamento de gestão se desenvolvam de modo a reproduzir a desigualdade social através do sistema escolar. Esses indícios levam a resultados que podem configurar um desequilíbrio na oferta de um ensino de qualidade equânime para os estudantes.

O desafio, então, é incorporar no cotidiano da gestão escolar, não somente os elementos favoráveis ao desempenho dos estudantes (melhores condições de clima escolar, de políticas e práticas pedagógicas positivas, bem como políticas e práticas de gestão favoráveis), mas também refletir como esses elementos se desenvolvem no cotidiano escolar. Nossos dados não são conclusivos, mas apontam para um cenário não desejável: as práticas de gestão favoráveis beneficiam mais os grupos privilegiados. Nesse sentido, o sistema de ensino do estado da Paraíba envidará maiores esforços na promoção de uma educação que busque a equidade. Desse modo, o sistema de ensino do referido estado fortalecerá a gestão escolar, tendo em vista a garantia da qualidade da educação para todos. O problema apresentado aqui consistiria em como podemos tornar os elementos da gestão favoráveis à promoção da qualidade da educação para todos os estudantes.

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4

Esta seção apresenta os Padrões de Desempenho agrupados em quatro níveis, de acordo com intervalos de desempenho dos estudantes na avaliação. Por meio desses Padrões, é possível planejar e realizar ações voltadas aos estudantes a partir do nível em se encontram.

Os testes aplicados aos estudantes trazem uma medida de seu desempenho nas habilidades avaliadas, denominada PROFICIÊNCIA. Os resultados de proficiência obtidos foram agrupados em quatro PADRÕES DE DESEMPENHO – Abaixo do Básico, Básico, Adequado e Avançado. Esses Padrões proporcionam uma interpretação pedagógica das habilidades desenvolvidas pelos estudantes e oferecem à escola o entendimento a respeito do nível em que eles se encontram. Por meio deles é possível analisar a distância de aprendizagem entre os estudantes que se encontram em diferentes níveis de desempenho, do mais baixo ao mais elevado. É importante atentar-se para os estudantes que estão nos Padrões mais baixos, pois são eles os mais vulneráveis à evasão e ao insucesso escolar.

Os níveis de proficiência compreendidos em cada um dos Padrões de Desempenho, para as diferentes etapas de escolaridade avaliadas, correspondem a determinados intervalos de pontuação alcançada nos testes e estão descritos mais detalhadamente na Revista Pedagógica desta Coleção. A seguir, são apresentados os Padrões de Desempenho e suas respectivas caracterizações.

PADRÕES DE DESEMPENHO

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