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25/03/2014 SEGUNDA TURMA : MIN. CELSO DE MELLO

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(1)

Ementa e Acórdão

25/03/2014 SEGUNDA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 794.180

PARANÁ

RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO

AGTE.(S) :GIOMBELLI MÁQUINAS AGRÍCOLAS LTDA

ADV.(A/S) :CARLOS JOSÉ DAL PIVA E OUTRO(A/S)

AGDO.(A/S) :ESTADO DO PARANÁ

PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERALDO ESTADODO PARANÁ E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO (LEI Nº 12.322/2010) – ICMS – SALDO ESCRITURAL – CORREÇÃO MONETÁRIA PRETENDIDA PELO CONTRIBUINTE –

INADMISSIBILIDADE – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de não reconhecer, ao contribuinte do ICMS, o direito à correção monetária dos créditos escriturais excedentes, enfatizando, ainda, que essa recusa não configura hipótese caracterizadora de ofensa aos postulados constitucionais da não-cumulatividade e da isonomia.

Precedentes.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do

Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência da Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator.

Brasília, 25 de março de 2014.

CELSO DE MELLO – RELATOR

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal

(2)

Relatório

25/03/2014 SEGUNDA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 794.180

PARANÁ

RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO

AGTE.(S) :GIOMBELLI MÁQUINAS AGRÍCOLAS LTDA

ADV.(A/S) :CARLOS JOSÉ DAL PIVA E OUTRO(A/S)

AGDO.(A/S) :ESTADO DO PARANÁ

PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERALDO ESTADODO PARANÁ

R E L A T Ó R I O

O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO – (Relator): Trata-se

de recurso de agravo, tempestivamente interposto, contra decisão que

conheceu do agravo (previsto e disciplinado na Lei nº 12.322/2010), para negar seguimento ao recurso extraordinário, eis que o acórdão recorrido está em harmonia com diretriz jurisprudencial prevalecente nesta

Suprema Corte.

Eis o teor da decisão que sofreu a interposição do presente recurso

de agravo (fls. 1.664/1.667):

“O recurso extraordinário a que se refere o presente agravo

revela-se processualmente inviável, eis que se insurge contra

acórdão que decidiu a causa em estrita conformidade com a orientação jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou na matéria em exame.

Com efeito, ambas as Turmas desta Suprema Corte, apreciando a controvérsia ora em análise, acolheram o

entendimento no sentido de não reconhecer ao contribuinte o direito de corrigir monetariamente crédito escritural de ICMS:

Supremo Tribunal Federal

25/03/2014 SEGUNDA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 794.180

PARANÁ

RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO

AGTE.(S) :GIOMBELLI MÁQUINAS AGRÍCOLAS LTDA

ADV.(A/S) :CARLOS JOSÉ DAL PIVA E OUTRO(A/S)

AGDO.(A/S) :ESTADO DO PARANÁ

PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERALDO ESTADODO PARANÁ

R E L A T Ó R I O

O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO – (Relator): Trata-se

de recurso de agravo, tempestivamente interposto, contra decisão que

conheceu do agravo (previsto e disciplinado na Lei nº 12.322/2010), para negar seguimento ao recurso extraordinário, eis que o acórdão recorrido está em harmonia com diretriz jurisprudencial prevalecente nesta

Suprema Corte.

Eis o teor da decisão que sofreu a interposição do presente recurso

de agravo (fls. 1.664/1.667):

“O recurso extraordinário a que se refere o presente agravo

revela-se processualmente inviável, eis que se insurge contra

acórdão que decidiu a causa em estrita conformidade com a orientação jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou na matéria em exame.

Com efeito, ambas as Turmas desta Suprema Corte, apreciando a controvérsia ora em análise, acolheram o

entendimento no sentido de não reconhecer ao contribuinte o direito de corrigir monetariamente crédito escritural de ICMS:

(3)

Relatório

ARE 794180 AGR / PR

TRIBUTÁRIO. ICMS. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS ESCRITURAIS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA NÃO-CUMULATIVIDADE.

A questão constitucional está devidamente prequestionada no acórdão recorrido.

A ausência de previsão na legislação estadual de correção monetária dos créditos escriturais não fere os princípios da isonomia e da não-cumulatividade, conforme assentado na jurisprudência desta Corte.

Agravo regimental a que se nega provimento.’

(AI 318.277-AgR/RS, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA)

‘TRIBUTO. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Inadmissibilidade – ICMS. Crédito escritural. Correção monetária. Não incidência. Art. 155, § 2º, I, da CF/88. Recurso extraordinário não admitido. Agravo regimental improvido. Precedentes. Contribuinte do ICMS não tem direito a correção monetária dos créditos escriturais.’

(AI 487.391-AgR/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO)

‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS. LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ. CREDITAMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA DO CRÉDITO FISCAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA E AO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. IMPROCEDÊNCIA.

1. Creditamento do ICMS decorrente de entradas nos estabelecimentos da empresa de combustíveis, lubrificantes, pneus e câmaras de ar, bem como de serviços de manutenção, utilizados no exercício de suas atividades de transporte. Benefício vedado pela Lei nº 8.933/89, do Estado do Paraná, e que somente com a edição do Decreto estadual nº 3.768/94 foi estendido às empresas transportadoras, desde que formalmente demonstradas as aquisições dos produtos relacionados.

2. Inexistência de escrituração contábil das despesas.

2

Supremo Tribunal Federal

ARE 794180 AGR / PR

TRIBUTÁRIO. ICMS. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS ESCRITURAIS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA NÃO-CUMULATIVIDADE.

A questão constitucional está devidamente prequestionada no acórdão recorrido.

A ausência de previsão na legislação estadual de correção monetária dos créditos escriturais não fere os princípios da isonomia e da não-cumulatividade, conforme assentado na jurisprudência desta Corte.

Agravo regimental a que se nega provimento.’

(AI 318.277-AgR/RS, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA)

‘TRIBUTO. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Inadmissibilidade – ICMS. Crédito escritural. Correção monetária. Não incidência. Art. 155, § 2º, I, da CF/88. Recurso extraordinário não admitido. Agravo regimental improvido. Precedentes. Contribuinte do ICMS não tem direito a correção monetária dos créditos escriturais.’

(AI 487.391-AgR/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO)

‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS. LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ. CREDITAMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA DO CRÉDITO FISCAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA E AO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. IMPROCEDÊNCIA.

1. Creditamento do ICMS decorrente de entradas nos estabelecimentos da empresa de combustíveis, lubrificantes, pneus e câmaras de ar, bem como de serviços de manutenção, utilizados no exercício de suas atividades de transporte. Benefício vedado pela Lei nº 8.933/89, do Estado do Paraná, e que somente com a edição do Decreto estadual nº 3.768/94 foi estendido às empresas transportadoras, desde que formalmente demonstradas as aquisições dos produtos relacionados.

2. Inexistência de escrituração contábil das despesas.

2

(4)

Relatório

ARE 794180 AGR / PR

Meras alegações. Conseqüência: não-deferimento do pedido de creditamento, dada a imprescindibilidade da prova da existência do fato constitutivo do direito postulado.

3. Correção monetária de créditos fiscais eventualmente verificados e comprovados. Direito que, por não estar previsto na legislação estadual, não pode ser deferido pelo Judiciário sob pena de substituir-se o legislador em matéria de sua estrita competência.

Recurso extraordinário não conhecido.’

(RE 255.340/PR, Rel. p/ o acórdão Min. MAURÍCIO CORRÊA)

‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ICMS. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS ESCRITURAIS.

Permanece firme a jurisprudência de ambas as Turmas deste Supremo Tribunal no sentido de que o fato da legislação estadual desautorizar a correção monetária dos créditos escriturais de ICMS não viola os princípios da isonomia e não-cumulatividade.

Agravo regimental desprovido.’

(RE 328.136-AgR/SP, Rel. Min. ELLEN GRACIE)

Essa mesma orientação tem prevalecido também no

Plenário do Supremo Tribunal Federal, valendo referir, dentre

outras, as seguintes decisões:

‘RECURSO. Embargos de divergência. Inadmissibilidade. Tributo. ICMS. Correção monetária de créditos escriturais. Não incidência. Recurso extraordinário provido. Violação ao princípio da legalidade. Matéria constitucional não prequestionada. Acórdão que, ademais, reflete a jurisprudência da Corte. Recurso não conhecido. Aplicação do art. 332 do RISTF. Não se conhece de embargos de divergência que arguem matéria constitucional não prequestionada e impugnam acórdão proferido de acordo com jurisprudência assentada do Supremo.’

(RE 213.583-EDv/RS, Rel. Min. CEZAR PELUSO)

Supremo Tribunal Federal

ARE 794180 AGR / PR

Meras alegações. Conseqüência: não-deferimento do pedido de creditamento, dada a imprescindibilidade da prova da existência do fato constitutivo do direito postulado.

3. Correção monetária de créditos fiscais eventualmente verificados e comprovados. Direito que, por não estar previsto na legislação estadual, não pode ser deferido pelo Judiciário sob pena de substituir-se o legislador em matéria de sua estrita competência.

Recurso extraordinário não conhecido.’

(RE 255.340/PR, Rel. p/ o acórdão Min. MAURÍCIO CORRÊA)

‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ICMS. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS ESCRITURAIS.

Permanece firme a jurisprudência de ambas as Turmas deste Supremo Tribunal no sentido de que o fato da legislação estadual desautorizar a correção monetária dos créditos escriturais de ICMS não viola os princípios da isonomia e não-cumulatividade.

Agravo regimental desprovido.’

(RE 328.136-AgR/SP, Rel. Min. ELLEN GRACIE)

Essa mesma orientação tem prevalecido também no

Plenário do Supremo Tribunal Federal, valendo referir, dentre

outras, as seguintes decisões:

‘RECURSO. Embargos de divergência. Inadmissibilidade. Tributo. ICMS. Correção monetária de créditos escriturais. Não incidência. Recurso extraordinário provido. Violação ao princípio da legalidade. Matéria constitucional não prequestionada. Acórdão que, ademais, reflete a jurisprudência da Corte. Recurso não conhecido. Aplicação do art. 332 do RISTF. Não se conhece de embargos de divergência que arguem matéria constitucional não prequestionada e impugnam acórdão proferido de acordo com jurisprudência assentada do Supremo.’

(RE 213.583-EDv/RS, Rel. Min. CEZAR PELUSO)

(5)

Relatório

ARE 794180 AGR / PR

‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS. IMPOSSIBILIDADE DE EXIGÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE CRÉDITOS ESCRITURAIS. PRECEDENTES DAS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

1. A incidência de correção monetária sobre o crédito foi objeto de apreciação anterior deste Supremo Tribunal, concluindo-se no sentido de que, em se tratando de irregular lançamento de crédito em decorrência do recolhimento do ICMS, não há incidência de correção no momento da compensação com o tributo devido.

2. Essas operações de creditamento têm natureza meramente contábil: são os chamados créditos escriturais. Aplica-se a eles técnica de contabilização para viabilizar a equação entre débitos e créditos, para fazer valer o princípio da não-cumulatividade.’

(RE 386.475/RS, Rel. p/ o acórdão Min. CÁRMEN LÚCIA)

O exame da presente causa evidencia que o acórdão

impugnado em sede recursal extraordinária ajusta-se à diretriz jurisprudencial que esta Suprema Corte firmou na matéria em referência.

Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas, conheço do presente agravo, para negar seguimento ao recurso

extraordinário, eis que o acórdão recorrido está em harmonia com diretriz jurisprudencial prevalecente nesta Suprema Corte (CPC, art. 544, § 4º, II, ‘b’, na redação dada pela Lei nº 12.322/2010).

...

Ministro CELSO DE MELLO Relator”

4

Supremo Tribunal Federal

ARE 794180 AGR / PR

‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS. IMPOSSIBILIDADE DE EXIGÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE CRÉDITOS ESCRITURAIS. PRECEDENTES DAS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

1. A incidência de correção monetária sobre o crédito foi objeto de apreciação anterior deste Supremo Tribunal, concluindo-se no sentido de que, em se tratando de irregular lançamento de crédito em decorrência do recolhimento do ICMS, não há incidência de correção no momento da compensação com o tributo devido.

2. Essas operações de creditamento têm natureza meramente contábil: são os chamados créditos escriturais. Aplica-se a eles técnica de contabilização para viabilizar a equação entre débitos e créditos, para fazer valer o princípio da não-cumulatividade.’

(RE 386.475/RS, Rel. p/ o acórdão Min. CÁRMEN LÚCIA)

O exame da presente causa evidencia que o acórdão

impugnado em sede recursal extraordinária ajusta-se à diretriz jurisprudencial que esta Suprema Corte firmou na matéria em referência.

Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas, conheço do presente agravo, para negar seguimento ao recurso

extraordinário, eis que o acórdão recorrido está em harmonia com diretriz jurisprudencial prevalecente nesta Suprema Corte (CPC, art. 544, § 4º, II, ‘b’, na redação dada pela Lei nº 12.322/2010).

...

Ministro CELSO DE MELLO Relator”

4

(6)

Relatório

ARE 794180 AGR / PR

Inconformada com esse ato decisório, a parte ora agravante interpõe o presente recurso, postulando o provimento do agravo que

deduziu (fls. 1.683/1.691).

Por não me convencer das razões expostas, submeto, à apreciação

desta colenda Turma, o presente recurso de agravo.

É o relatório.

Supremo Tribunal Federal

ARE 794180 AGR / PR

Inconformada com esse ato decisório, a parte ora agravante interpõe o presente recurso, postulando o provimento do agravo que

deduziu (fls. 1.683/1.691).

Por não me convencer das razões expostas, submeto, à apreciação

desta colenda Turma, o presente recurso de agravo.

É o relatório.

(7)

Voto - MIN. CELSO DE MELLO

25/03/2014 SEGUNDA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 794.180

PARANÁ

V O T O

O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO – (Relator): Não assiste razão à parte recorrente, eis que a decisão agravada ajusta-se, com integral

fidelidade, à diretriz jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou na matéria ora em exame, inexistindo, por isso mesmo, motivo que justifique o acolhimento da postulação recursal em causa.

Com efeito, ao versar a questão ora em exame, a jurisprudência do

Supremo Tribunal Federal consolidou-se no sentido de não reconhecer, ao contribuinte do ICMS, o direito de corrigir, monetariamente, os créditos escriturais excedentes.

Essa orientação jurisprudencial – confirmada em sucessivos julgamentos sobre a matéria em causa (RE 195.902/SP, Rel. Min. ILMAR GALVÃO – RE 206.833/SP, Rel. Min. MOREIRA ALVES – RE 213.583/RS, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA – RE 217.931/SP, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI, v.g.) – apoia-se no entendimento de que o aproveitamento de créditos extemporâneos ou acumulados de ICMS deve ser feito sem atualização monetária, não configurando, a recusa do direito à correção, hipótese caracterizadora de ofensa aos postulados da não-cumulatividade

e da isonomia:

“TRIBUTÁRIO. ICMS. ESTADO DO RIO GRANDE DO

SUL. PRETENDIDA CORREÇÃO DOS CRÉDITOS

ACUMULADOS, EM HOMENAGEM AOS PRINCÍPIOS DA

ISONOMIA E DA NÃO-CUMULATIVIDADE.

O sistema de créditos e débitos, por meio do qual se apura o ICMS devido, tem por base valores certos, correspondentes ao tributo incidente sobre as diversas operações mercantis, ativas e passivas

Supremo Tribunal Federal

25/03/2014 SEGUNDA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 794.180

PARANÁ

V O T O

O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO – (Relator): Não assiste razão à parte recorrente, eis que a decisão agravada ajusta-se, com integral

fidelidade, à diretriz jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou na matéria ora em exame, inexistindo, por isso mesmo, motivo que justifique o acolhimento da postulação recursal em causa.

Com efeito, ao versar a questão ora em exame, a jurisprudência do

Supremo Tribunal Federal consolidou-se no sentido de não reconhecer, ao contribuinte do ICMS, o direito de corrigir, monetariamente, os créditos escriturais excedentes.

Essa orientação jurisprudencial – confirmada em sucessivos julgamentos sobre a matéria em causa (RE 195.902/SP, Rel. Min. ILMAR GALVÃO – RE 206.833/SP, Rel. Min. MOREIRA ALVES – RE 213.583/RS, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA – RE 217.931/SP, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI, v.g.) – apoia-se no entendimento de que o aproveitamento de créditos extemporâneos ou acumulados de ICMS deve ser feito sem atualização monetária, não configurando, a recusa do direito à correção, hipótese caracterizadora de ofensa aos postulados da não-cumulatividade

e da isonomia:

“TRIBUTÁRIO. ICMS. ESTADO DO RIO GRANDE DO

SUL. PRETENDIDA CORREÇÃO DOS CRÉDITOS

ACUMULADOS, EM HOMENAGEM AOS PRINCÍPIOS DA

ISONOMIA E DA NÃO-CUMULATIVIDADE.

O sistema de créditos e débitos, por meio do qual se apura o ICMS devido, tem por base valores certos, correspondentes ao tributo incidente sobre as diversas operações mercantis, ativas e passivas

(8)

Voto - MIN. CELSO DE MELLO

ARE 794180 AGR / PR

realizadas no período considerado, razão pela qual tais valores, justamente com vista à observância do princípio da não-cumulatividade, são insuscetíveis de alteração em face de quaisquer fatores econômicos ou financeiros.

De ter-se em conta, ainda, que não há falar, no caso, em aplicação do princípio da isonomia, posto não configurar obrigação do Estado, muito menos sujeita a efeitos moratórios, eventual saldo escritural favorável ao contribuinte, situação reveladora, tão-somente, de ausência de débito fiscal, este sim sujeito a juros e correção monetária, em caso de não recolhimento no prazo estabelecido.

Recurso não conhecido.”

(RE 195.643/RS, Rel. Min. ILMAR GALVÃO – grifei)

Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas, nego provimento ao presente recurso de agravo, mantendo, em consequência, por seus próprios fundamentos, a decisão ora questionada.

É o meu voto.

Supremo Tribunal Federal

ARE 794180 AGR / PR

realizadas no período considerado, razão pela qual tais valores, justamente com vista à observância do princípio da não-cumulatividade, são insuscetíveis de alteração em face de quaisquer fatores econômicos ou financeiros.

De ter-se em conta, ainda, que não há falar, no caso, em aplicação do princípio da isonomia, posto não configurar obrigação do Estado, muito menos sujeita a efeitos moratórios, eventual saldo escritural favorável ao contribuinte, situação reveladora, tão-somente, de ausência de débito fiscal, este sim sujeito a juros e correção monetária, em caso de não recolhimento no prazo estabelecido.

Recurso não conhecido.”

(RE 195.643/RS, Rel. Min. ILMAR GALVÃO – grifei)

Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas, nego provimento ao presente recurso de agravo, mantendo, em consequência, por seus próprios fundamentos, a decisão ora questionada.

É o meu voto.

(9)

Extrato de Ata - 25/03/2014

SEGUNDA TURMA

EXTRATO DE ATA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 794.180

PROCED. : PARANÁ

RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO

AGTE.(S) : GIOMBELLI MÁQUINAS AGRÍCOLAS LTDA ADV.(A/S) : CARLOS JOSÉ DAL PIVA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : ESTADO DO PARANÁ

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: A Turma, por votação unânime, negou provimento ao

agravo regimental, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, 25.03.2014.

Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Teori Zavascki.

Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco.

Ravena Siqueira Secretária Substituta

Supremo Tribunal Federal

SEGUNDA TURMA

EXTRATO DE ATA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 794.180

PROCED. : PARANÁ

RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO

AGTE.(S) : GIOMBELLI MÁQUINAS AGRÍCOLAS LTDA ADV.(A/S) : CARLOS JOSÉ DAL PIVA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : ESTADO DO PARANÁ

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: A Turma, por votação unânime, negou provimento ao

agravo regimental, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, 25.03.2014.

Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Teori Zavascki.

Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco.

Ravena Siqueira Secretária Substituta Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9

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