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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

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CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM DIREITO AOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

JAYONARA SARAFIM DE SOUSA

LUÍS GOMES-RN 2016

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JAYONARA SARAFIM DE SOUSA

Educação inclusiva: um direito aos alunos com deficiência

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia, na modalidade a distância, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da professora Esp. Carmélia Regina Silva Xavier.

LUÍS GOMES - RN 2016

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM DIREITO AOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

Por

JAYONARA SARAFIM DE SOUSA

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia, na modalidade a distância, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________ Esp. Carmélia Regina Silva Xavier (Orientadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________________ Ms. Cleucy Meira Tavares Lima

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________________________ Ms. Klébia Ribeiro da Costa

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM DIREITO AOS ALUNOS COM DEFICIÊNCA

Jayonara Sarafin de Sousa1 Carmélia Regina Silva Xavier2 RESUMO

A educação inclusiva deve atender aos princípios legais que têm a premissa de acolher em sala de aula os alunos com deficiência, ao passo que lhes permitem maior inserção no contexto escolar e social. É um tema profícuo e de extrema importância, haja vista a quantidade de alunos que chega às escolas a cada ano colocando ainda mais em evidência essa discussão no cenário educacional atual. Este trabalho tem como objetivo refletir de forma sucinta acerca das características da educação inclusiva e os desafios que essa modalidade de ensino revela para os docentes. É uma pesquisa bibliográfica, que não pretende oferecer respostas prontas, mas tem a intenção de refletir de maneira crítica e analítica a respeito da educação inclusiva. O trabalho tem como base teórica os autores Nogueira e Blat (2002), César (2003), Marciel (2000), dentre outros. Ao final da pesquisa foi possível concluir e a educação inclusiva é uma área que merece maior atenção, respeito e principalmente, formação adequada aos professores.

Palavras-Chave: Educação Inclusiva. Educação. Pedagogia.

ABSTRACT

Inclusive education must meet the legal principles that are the premise of receiving classroom students with disabilities, while enabling them to greater integration in the educational and social context. This work aims to reflect briefly on the characteristics of inclusive education and the challenges that this type of education reveals for teachers. It is a useful and extremely important issue, given the number of students arriving at school each year putting even more in evidence this discussion in the current educational scenario. It is a literature search, which is not intended to provide ready answers, but intends to reflect critically and analytically about inclusive education. The work was theoretical basis Nogueira actors and Blat (2002) Caesar (2003) Marciel (2000) It is expected that the reading of this work will contribute to the training and expand the theoretical and practical knowledge on this topic. At the end of the study was concluded and inclusive education is an area that deserves greater attention, respect and above all, appropriate training for teachers.

Keywords: Inclusive Education. Pedagogy. Student. Teacher

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Graduanda em Pedagogia pela UFRN – jayonara_sousa@hotmail.com 2

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1 INTRODUÇÃO

A educação inclusiva deve atender aos princípios legais que têm a premissa de acolher em sala de aula os alunos com deficiência, ao passo que lhes permitem maior inserção no contexto escolar e social. É um tema profícuo e de extrema importância, haja vista a quantidade de alunos que chega às escolas a cada ano colocando ainda mais em evidência essa discussão no cenário educacional atual. Com base nessas ideias o objetivo deste trabalho é tecer reflexões acerca da Educação Inclusiva, mediante perspectiva prática, com intuito de identificar como ocorrem os desafios da inclusão na sala de aula.

A educação inclusiva consiste em uma importantíssima proposta educacional que além de reconhecer e garantir o direito de todos os alunos visa conseguir o avanço que precisamos para dirimir o preconceito que os envolve, de modo que os referidos alunos compartilharem um mesmo espaço onde não haja discriminação, e, portanto, sintam-se incluídos no ambiente escolar.

A temática possui uma relevância acadêmica considerável, uma vez que essa discussão é cada vez mais necessária no chão da sala de aula devido ao expressivo número de alunos frequentes na escola a cada ano. Durante a pesquisa bibliográfica, será analisada a eficácia das leis estabelecidas nessa área da educação e as propostas pedagógicas utilizadas com os alunos que apresentam alguma deficiência.

O artigo inicia apresentando um breve histórico sobre a educação inclusiva, analisando as legislações existentes e os avanços já alcançados nessa temática. Na sequência serão apresentados os desafios da inclusão na sala de aula, tentando com isso provocar algumas reflexões de como é difícil promover a inclusão de forma efetiva e satisfatória. Em seguida, dando continuidade, o trabalho apresenta reflexões sobre o papel do professor na educação inclusiva, terminando a escrita com as considerações finais e as referências.

O artigo não pretende apresentar respostas prontas, até por que isso não seria possível, tendo em vista a complexidade do assunto ora abordado, mas tem intenção de promover e iniciar um debate crítico-reflexivo acerca da inclusão do aluno com deficiência na sala de aula.

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2 DIFERENÇAS E INCLUSÃO: BREVE HISTÓRICO

Na antiguidade a exclusão de pessoas deficientes, ou melhor, de discípulos portadores de necessidades especiais era gritante. Esses sujeitos eram escamoteados das praças e lugares de conhecimento. Essa postura era sustentada por uma moral vigente na época, “a sociedade movia-se na busca daquilo que considerava perfeição: a arte, a ciência, a técnica da retórica. Portanto a dedução, o silogismo, o raciocínio perfeito, argumentação sem erros e a forma de expressão sobre qualquer assunto eram fundamentais” Amaral (1994, p.250).

Assim os que não se adequavam na lógica de perfeição que balizava a lógica social, era ignorado e retirado do convívio social. Os portadores de necessidades eram reclusos em casas, especialmente nos quartos, e jamais poderiam frequentar aulas com preceptores, uma espécie de professores particulares, ou qualquer variação de professor.

Ao passo que ao longo do tempo, vai surgindo novas formas de reger o pensamento social, o trato com os sujeitos detentores de necessidades especiais vai ganhando novos contornos. A partir do momento que o cristianismo se massifica e passa a ter domínio sobre o pensamento social, as pessoas que possuíam a menor anormalidade passavam a ser vistas como um pobre sofredor. Nesse momento, Pessotti (1984) afirma que

Não há mais lugar para a irresponsabilidade social e política, diante da deficiência mental, mas ao mesmo tempo, não há vantagens para o poder público, para o comodismo da família, em assumir a tarefa ingrata e dispendiosa em educá-lo. A opção intermediária é a segregação; não se pune, nem se abandona, mas também não se sobrecarrega o governo e a família com sua incômoda presença(p.24).

Nesse sentido, o pensamento dessa época não reconhecia o abandono como prática legítima, e nem tão pouco como princípio humano e religioso digno, todavia na sociedade não havia espaços para aqueles diferentes aos olhos da maioria, ao passo que ninguém estava disposto, dentro do círculo de convivência social, a lidar com as diferenças. A única solução percebida naquele momento era criar uma rede de apoio que cumprisse o papel de cuidar dos sujeitos deficientes e de retirar de todos os outros cidadãos o peso de lidar com tais pessoas.

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Essa postura não conseguia igualar, nem integrar o indivíduo dentro da lógica social. O que se tinha era uma segregação, com lugares demarcados e fronteira rígida que separava os aptos dos não aptos, os capazes dos incapazes e assim por diante.

Nesse momento o agente de inclusão era a prática da caridade, somente ela poderia alcançar os diferentes, os ditos anormais e que não se encaixavam nos protótipos de cidadão e de pessoa. A Igreja toma a iniciativa de criar hospitais e casas de apoio para abrigar essas pessoas. Um exemplo disso é a firmação de Aranha (2001) quando diz que

Até meados do século XIX, a deficiência intelectual era confundida com doença mental e tratada exclusivamente pela medicina por meio da institucionalização que se caracterizava pela retirada das pessoas com deficiência de suas comunidades de origem, mantendo-as em instituições situadas em localidades distantes de suas famílias, permanecendo isoladas do resto da sociedade, fosse a título de proteção, de tratamento, ou de processo educacional(p.90).

No que se refere às diferenças, havia muitas distorções e confusões ao longo do tempo. A linha entre problemas mentais, físicos e intelectuais ainda não estava claramente definida. Por isso, ao menor sinal de diferença o indivíduo era externalizado do convívio e colocado fora do convívio escolar, familiar e consequentemente, social Somente no fim da Idade Moderna, e no início da chamada pós- modernidade é que se começa a separar as necessidades físicas das mentais e consequentemente das intelectuais.

A década de sessenta foi decisiva para a Inclusão. Nela as discussões foram potencializadas e esclarecidas ainda mais. Nesse momento foi elaborado e posto em vigência “um paradigma sustentado na integração das pessoas com deficiência” Mantoan (1997, p. 33).

Nas escolas é implantada a proposta da educação inclusiva, que representa um processo de transformação das concepções teóricas e das práticas da Educação Especial (GLAT, FONTES e PLETSCH, 2006). Somente assim os ditos diferentes e excluídos passaram a ter espaços reservados nas escolas saindo, assim, dos hospitais e das chamadas casas de apoio.

Em 1988, a Constituição Federal trouxe os princípios básicos da dignidade da pessoa humana, o direito reservado à pessoa com deficiência. Nos anos 90, com a Convenção da Guatemala, a Declaração de Salamanca e a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB (Lei nº 9.394/96), foram decisivas para que a educação especial tomasse uma visibilidade maior e fosse encarada com mais seriedade e legalidade.

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Depois de então, os alunos com deficiência passaram a ter o direito de ser matriculado em qualquer escola da rede pública ou privada, não podendo essas instituições negar o acesso desses alunos, seja por qual for o motivo, tendo ainda de oferecer a essa clientela recursos estruturais de acessibilidade, por exemplo, e humano, caso esse discente necessite de um acompanhamento constante e específico.

Para que o aluno com deficiência receba todos os benefícios garantidos por lei, é necessário que sua família tenha clareza desses direitos garantidos por todas as leis, resoluções e demais documentos legais. Em alguns casos o que ocorre é a ausência desses benefícios por parte da escola ou do poder público, ficando o aluno sem o atendimento correto e necessário, por falta de informação e esclarecimento dos responsáveis.

3 LEGISLAÇÕES E AVANÇOS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O acesso à educação, bem como a inclusão são aspectos garantidos no nosso país. A Constituição Federal Brasileira (1998), a Lei de Diretrizes e Bases – LDB (Lei nº 9.394/96), e o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA(1990), comprovam essa realidade. A legislação brasileira “é avançada relativamente às garantias de direito à educação na rede regular de ensino e o sistema educacional está gradualmente mudando sua política em relação a matricular e a aceitar estudantes com deficiência nas escolas públicas e privadas” Ferreira (2009, p.178).

O Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 11, apresenta e discute os princípios da Inclusão escolar tanto para os jovens como para os adolescentes. Defendendo não só uma convivência integrada e agregadora, mas também atendimentos especializados para os sujeitos que possuam qualquer tipo de necessidade especial sejam, física ou mental. Sendo assim, apresenta propostas tanto de reabilitação como de atendimento ao público alvo.

A Constituição Federal Brasileira (1988), assegura que a educação é um direito de todos, entretanto, quando se trata do ingresso de crianças com deficiência nas escolas, ainda existe um grande desafio para que esse direito seja de fato garantido e cumprido de forma plena, pois não basta somente matricular o aluno portador de necessidades especiais na escola, faz-se necessário que tal aluno receba uma educação de qualidade, ou seja, que atenda suas necessidades, de forma que ele seja incluído verdadeiramente no ambiente escolar.

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A LDB/96 no seu artigo 58, inciso III, defende a necessidade de “professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educando nas classes comuns”.

Trata-se de uma lei de extrema importância para a sociedade brasileira, pois seu surgimento aconteceu para tornar a escola pública e privada um espaço aberto para a diversidade cultural de nossa gente, com o objetivo de atender a todos os cidadãos, sem distinção. Ela assegura a todos uma educação de qualidade, baseado num ensino amplo e digno.

Os objetivos da LDB /96, inspirados nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana consistem em garantir a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana; o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem; o desenvolvimento integral da personalidade humana; o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional; a preservação e expansão do patrimônio cultural e a condenação a qualquer tratamento desigual por motivos de convicção política cultural ou filosófica.

Vale ressaltar que, a lei permite o professor com ensino médio atuar no atendimento especializado dos alunos com deficiência, o que de certa forma vai de encontro com a orientação dada para o professor titular de sala de aula, pois deste é exigido a formação no ensino superior.

Ainda sobre a LDB/96, ressalta-se o artigo 58 quando afirma que “entende-se por educação especial, para os efeitos dessa lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos com deficiência, transtornos globais no desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação” (BRASIL, 2013).

No artigo 59, a lei apresenta o que a escola deverá contemplar no seu currículo como métodos de ensino, terminalidades específicas e professores especializados para trabalhar com educação especial. Complementando, no artigo 60, destaca-se que a lei diz que o governo estabelecerá condições propícias para receber os alunos com deficiência nas diferentes redes de ensino, seja pública ou privada. Haverá ampliação do sistema de ensino e consequentemente adequadas condições de acessibilidade.

Tomando a sala de aula como campo e como produto social, a LDB/96 acredita que a inclusão e a exclusão escolar causam o mesmo efeito no campo social. Sendo impossível estabelecer uma interação social apartada de um convívio igualitário nas escolas.

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Essa lei foi uma conquista para todos, educandos e educadores e apesar de para algumas instituições escolares ela existir apenas no papel, sua existência é imprescindível para o nosso desenvolvimento educacional, cultural e profissional, assim como também para os responsáveis por esses alunos com deficiência que podem utilizar da mesma para lutar pelos direitos de seus filhos e parentes.

As propostas veiculadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN objetivam concorrer para a construção de um cidadão participativo, notadamente possuidor de u ma postura crítica frente à sociedade em que está inserido.

Por meio de suas proposições os PCN buscam desenvolver, nos alunos, princípios como autonomia, interação e cooperação. Destacam também, a necessidade de respeito às diversidades. Segundo esse documento:

A escola, ao considerar a diversidade, tem como valor máximo o respeito às diferenças- não o elogio à desigualdade. As diferenças não são obstáculos para o cumprimento da ação educativa; podem e devem, portanto, ser fator de enriquecimento. (PCN, 2001, p.97) Partindo desse princípio, o respeito às diversidades pressupõe o direito de todos os alunos aprenderem de forma isonômica. A partir de sua formulação, passa -se a preterir uma educação mais abrangente e contextualizada, que respeite e atenda as necessidades particulares de cada aluno. Além disso, passa-se a contemplar as alteridades e a fluidez das identidades. Todos esses intentos objetivam alcançar a construção de um cidadão crítico, reflexivo e engajado nas lutas do seu tempo.

As leis e documentos que defendem a educação inclusiva concordam que, “Não se compreende, hoje, uma educação especial para uma fatia de crianças jovens, não se compreende que seja necessário separar as pessoas para educá-las, para ensiná-las a viver com os outros, para as juntar depois” (SANCHES,2006, p.68). Nesse sentido, é possível afirmar que, todas as legislações buscam uma interação e uma inserção dos sujeitos de forma igualitária.

É importante lembrar que, essa interação entre os sujeitos e a proposta de um atendimento igualitário, já foi bem diferente no passado, onde as pessoas que apresentavam algum tipo de deficiência eram totalmente excluídas do convívio social, excluídas até mesmo do convívio com a família.

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4 OS DESAFIOS DA INCLUSÃO NA SALA DE AULA E O PAPEL DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A discussão acerca da temática Inclusão na Escola ganha força a partir do momento que se reconhece a necessidade de acomodar no ambiente escolar a pluralidade de novos sujeitos, e novos tipos de aluno que surgem trazendo para as salas de aula novos anseios, novas inquietudes e novas necessidades.

As novas identidades, ou seja, o perfil dos que adentram às nossas escolas, fruto de uma sociedade midiática, com alguns distúrbios de aprendizagens ou com deficiência, é uma das realidades que faz surgir demandas para uma educação inclusiva, pois “só construímos a nossa identidade por contraponto à existência de outros que se distinguem de nós, então a inclusividade faz todo o sentido” (CÉSAR,2003, p.119).

Assim é engano pensar que a inclusão é benéfica somente para os alunos que apresentam alguma deficiência, ao contrário, a inclusão traz contribuições positivas para a formação identitária dos alunos ditos normais, e também para todos os envolvidos nesse desafio: professor, escola e família.

Inclusão pressupõe um ensino articulado na heterogeneidade e nas diversidades e fundamentado nas diferenças, que desemboca do fato de que se “a sala de aula é uma janela aberta para o mundo e para a sociedade e ambos são multifacetados, não fa z sentido à prática de um ensino e aprendizagem distante das necessidades dos alunos” (SANCHES, 2006, P.46).

Um processo educacional baseado numa proposta inclusiva é aquele que possui o desejo de proporcionar a interação entre alunos com deficiência e toda a comunidade escolar, garantindo que mesmo frente as suas aparentes limitações eles consigam acesso a um ensino de qualidade, a uma aprendizagem significativa e mais, que os alunos formem um conjunto heterogêneo nas especificidades e homogêneos no acesso ao conhecimento.

Garantir a acomodação e a efetiva participação do aluno no cotidiano da escola, fazendo-se sujeito ativo e participativo da produção do conhecimento é o grande objetivo e ao mesmo tempo desafio, da inclusão escolar.

Dessa forma, incluir é operacionalizar as necessidades do aluno, de modo que ele não seja um elo perdido na atmosfera escolar. “A inclusão traz no seu bojo a equiparação de oportunidades, a mútua interação de pessoas com e sem deficiência e o pleno acesso aos recursos da sociedade” (MACIEL, 2000, p.52).

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A igualdade oferecida pela inclusão prevê um acesso igualitário e democrático ao conhecimento escolar, mesmo que seja em ritmos diferentes e irregulares, pautado no diálogo e convivência das diferenças. Dessa forma, percebemos que:

Todos os defensores da inclusão devem unir-se no reconhecimento de que as escolas que implementam práticas educacionais sólidas são boas para todos os alunos. [...]. O fator mais importante é ter coragem para fazer o que é certo, apesar dos desafios e das barreiras que surgem. O resultado é um sistema educacional mais forte e mais eficiente para todos os alunos (STAINBACK & STAINBACK, 1999, p. 85).

A inclusão social e educacional é um ato de coragem, pois a cada dia, a cada aula o professor supera os desafios e transpõe barreiras que podem desenvolver o cognitivo dos alunos com deficiências. Desta feita, é necessário desafiar-se sempre na perspectiva de evidenciar uma escola mais inclusiva.

É possível afirmar que a inclusão não se faz na delimitação de territórios nem tão pouco na separação no decorrer do processo de ensino e aprendizagem, pelo contrário, a inclusão deve acontecer quando as necessidades e as normalidades, ou seja, aquele comparativo entre as atitudes do aluno com deficiência e aqueles educandos considerados “normais” se mesclam e se juntam para a aquisição dos saberes.

As demandas do ensino inclusivo obrigam os profissionais da educação repensar, inclusive, a própria concepção de ensino, tendo em vista que “o modo como os professores entendem o que é ensinar afeta grandemente o que efetivamente fazem na sala de aula” (HIRST, 2001, P.65-66). Assim sendo, toda prática escolar é regida por concepções de ensino e de fazer docente, mas o docente vai necessitar ser sensível o suficiente para modificar sua prática caso ele perceba que a sua forma de mediar não estar atendendo aquele aluno que apresenta alguma deficiência.

O acesso e a permanência dos discentes com necessidades especiais não deve acontecer apenas com o objetivo de cumprir as determinações legais, é preciso que a integração deles na escola seja efetivada, de modo que a inclusão ocupe o lugar da exclusão.

Para isso, a escola como instituição capaz de acolher e minimizar as causas das rejeições que excluem o indivíduo, deve desenvolver novos métodos e recursos eficazes para atender as necessidades desse tipo de aluno, ou seja, novos projetos escolares, que possuam a finalidade de aprimorar e ampliar significativamente as propostas

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pedagógicas, os procedimentos avaliativos institucionais, além da aprendizagem dos alunos. Conforme Glat E Nogueira (2002):

Vale sempre enfatizar que a dimensão de indivíduos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino não consiste apenas na sua permanência junto aos demais alunos, nem na negação dos serviços especializados àqueles que deles necessitem. Ao contrário, implica uma reorganização do sistema educacional, o que acarreta a revisão de antigas concepções e paradigmas educacionais na busca de se possibilitar o desenvolvimento cognitivo cultural e social desses alunos, respeitando suas diferenças e atendendo às suas necessidades(p.26).

A Constituição Federal de 1998 em seu artigo 208 afirma que: “o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino"(BRASIL,1998). Esse artigo faz menção ao Atendimento Educacional Especializado - A.E.E esclarecendo que esse atendimento seja ofertado à pessoa com deficiência na rede regular de ensino.

A LDB/96 explica que os professores que trabalham nas salas de atendimento educacional especializado devem ter uma formação específica para que o trabalho seja melhor direcionado. Porém, como já foi citado anteriormente, essa formação não precisa, necessariamente, ser em nível superior.

Atualmente, o aluno com deficiência estuda na sala regular, com toda a turma e a professora titular da sala a qual está matriculado. Em seu contra turno, este discente retorna a escola para receber o Atendimento Educacional Especializado - AEE numa sala específica. Nessa sala com recursos multifuncionais estará um profissional que foi contratado, selecionado, especificamente para realizar um trabalho mediante parceria com o docente titular da sala de aula, onde o aluno estuda.

Diante desta realidade, os dois profissionais se reúnem e dialogam sobre as dificuldades e em que área cognitiva, o aluno deverá avançar. O atendimento ocorre uma ou duas vezes por semana no período de 3 horas na sala de A.E.E. Os materiais que compõem essa sala são ofertados pelo governo federal e atende as necessidades específicas dos alunos.

Dentre esses materiais, estão dominós, bolas, quebra-cabeça, alfabetos em braile, programas de computadores e outras infinidade de materiais que foram desenvolvidos com o propósito de estimular, motivar e ajudar o aluno em sua dificuldade específica.

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O atendimento educacional especial surge como um complemento para a formação cognitiva e pessoal do aluno com deficiência na rede regular de ensino. Para que esse atendimento seja efetivamente positivo, é necessária que o profissional atuante tenha uma formação adequada, além da participação da família para levar o aluno de forma contínua e acompanhá-lo em seu desenvolvimento.

As condições de acesso e permanência na escola pelos alunos com deficiência são desafios postos que a educação e os sujeitos nela envolvidos precisam enfrentar para obter resultados significativos durante o processo. A grande finalidade é, pois, ou deve ser, a defesa da educação escolar para todos como um princípio. Sendo dessa forma, o sistema de ensino e aprendizagem precisa estar preparado, com estrutura física acessível, professores com formação adequada para receber, acolher e mediar o avanço dos alunos que precisam de acompanhamento específico.

As normas, os projetos internos de cada escola, seja regimento escolar, projeto político pedagógico ou as próprias políticas públicas previstas na educação brasileira que tratam da educação e inclusão desse público são relevantes. No entanto, é na hora de colocar em prática que não há, na maioria das vezes, um bom funcionamento, faltando estrutura física acessível e corpo docente adequado para lidar com crianças diagnosticadas. Além disso, é importante que o profissional tenha consciência do potencial e da capacidade que esses alunos possuem em se desenvolver, dentro dos seus limites.

Perceber a potencialidade do aluno é o primeiro passo para se obter bons resultados no seu acompanhamento. A credibilidade do professor passará confiança e estímulo para o aluno, servindo de elemento facilitador em todo o processo. Caso contrário, irão ficar dentro de sala de aula, num canto esquecido e sendo visto como coitado e incapaz de interagir e evoluir cognitivamente, afetivamente e socialmente. Segundo Mendes (2002):

No contexto da educação, o termo inclusão admite, atualmente, significados diversos. Para quem não deseja mudança, ele equivale ao que já existe. Para aqueles que desejam mais, ele significa uma reorganização fundamental do sistema educacional. Enfim, sob a bandeira da inclusão estão práticas e pressupostos bastante distintos, o que garante um consenso apenas aparente e acomoda diferentes posições que, na prática, são extremamente divergentes(p.70).

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Desse modo, é urgente que haja uma revisão do que está sendo realizado nas instituições escolares no que diz respeito à inclusão e com o que ainda precisa ser trabalhado, ou seja, no campo da luta contra a exclusão na sala de aula. Existem os que apenas cumprem os pressupostos e os que sonham e idealizam um novo cenário numa real inclusão educacional brasileira.

É sabido que a inclusão é um clamor social, em que todos querem e anseiam a abordagem afetiva e eficiente para que os alunos com deficiência sejam acolhidos e possam de fato e de direito ter acesso a uma educação de qualidade, capaz de minimizar suas dificuldades e angústias e realizar uma inclusão real.

O fato é que esse é um tema que merece bastante atenção não só do governo, mas de toda a sociedade. Embora existam inúmeras teorias a esse respeito, não se conseguiu ainda sanar as dificuldades de incluir pessoas com deficiência na sala de aula, ainda há uma longa estrada a ser percorrida. De acordo com Xavier (2003),

A construção da competência do professor para responder com qualidade às necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva, pela mediação da ética, responde à necessidade social e histórica de superação das práticas pedagógicas que discriminam, segregam e excluem, e, ao mesmo tempo, configura, na ação educativa, o vetor de transformação social para a equidade, a solidariedade, a cidadania(p.259).

Nesse sentido, é indispensável que o docente busque enriquecer e potencializar cada vez mais a sua formação, para que esta lhe dê subsídios e lhe qualifique para trabalhar com alunos especiais. Todo o Estado precisa estar engajado na luta pela inclusão na sala de aula contemporânea. Nessa perspectiva Glat e Nogueira (2002) aponta que

As políticas públicas para a inclusão devem ser concretizadas na forma de programa de capacitação e acompanhamento contínuo, que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuição gradativa da exclusão escolar, o que visa a beneficiar não apenas os alunos com necessidades especiais, mas, de uma forma geral, a educação escolar como um todo(p.27).

Segundo Sousa e Pietro (2006) “tal constatação causa estranheza quando se trata da formação de um profissional que, para além do domínio de habilidades exigidas para o

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exercício profissional no ensino comum, deverá ter qualificação para concretizar o especial da educação”(p.131).

Podemos perceber o quanto é complexo tudo que envolve o ingresso e a permanência dos discentes com necessidades peculiares na escola. Não é somente matricular o aluno, é necessário que haja de fato a sua efetiva participação no processo de ensino e aprendizagem, para que ele seja um sujeito incluído.

A inclusão é um programa a ser instalado no estabelecimento idem ensino a longo prazo. Não corresponde a simples transferência de alunos de uma escola especial para uma escola regular, de um professor especializado para um professor de ensino regular. O programa de inclusão vai impulsionar a escola para uma reorganização. A escola necessitará ser diversificada o suficiente para que possa maximizar as oportunidades de aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais (ROSSETO, 2005, p. 42).

Diante de todos esses desafios, percebe-se que efetivar a inclusão não é algo simples, porém não se pode perder o foco e a vontade de fazer melhor no que diz respeito ao atendimento desses alunos com deficiência. Mas isso não significa que, conseguir uma escola inclusiva seja algo impossível, pelo contrário é um grande desafio que poderá ser alcançado se todos os envolvidos abraçarem essa causa. Nesse sentido, mais uma vez se faz necessário falar sobre a formação do professor como ponto crucial nessa empreitada e sendo assim, citar GLAT e NOGUEIRA (2002) aponta que

A oferta de uma formação continuada que possibilite aos professores analisar, refletir, acompanhar e contribuir relevantemente significativamente para o aprimoramento dos processos regulares de escolarização, no sentido de que possam dar conta das mais diversas diferenças existentes entre os seus alunos(p.33).

A formação dos professores é um dos maiores desafios apresentados quando o assunto é atendimento a alunos com deficiência. Nesse sentido, é possível citar autores que discutem essa temática. Para Diniz (2000) a formação de professores nos cursos de licenciaturas no Brasil, tem sido constantemente desvalorizada em relação à atividade de pesquisa, gerando com isso, cada vez mais, o distanciamento entre teoria e prática, bem como a falta de interação entre o que se aprende nas universidades e o que se ensina nas escolas de Ensino Básico.

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A partir dessas críticas, tornou-se corrente a ideia de que é preciso associar o ensino à pesquisa na perspectiva de ensinar por meio da investigação e da descoberta. O que implica num profundo redirecionamento das práticas em sala de aula, no sentido de aproximar o conhecimento ensinado do experimentado pelos alunos, sem, contudo, reduzi-lo à mera banalidade e incluindo o aluno com deficiência.

Nessa mesma perspectiva, Demo (1996), afirma que

(...) a educação (...) não corresponderá ao desafio da cidadania moderna, se permanecer na mera transmissão, cópia, reprodução do conhecimento, no puro ensino e na pura aprendizagem, nos treinamentos domesticadores. Onde o aluno é objeto de aprendizagem, copiam-se lacaios, não se fazem cidadãos competentes. Onde o professor apenas ensina reproduz-se a sucata, não projeto próprio de desenvolvimento(p.33).

Desse modo, formação e pesquisa não devem apenas passar pela transmissão e/ou narrativa de conhecimentos, mas levar à produção do conhecimento, como meio para a formação da cidadania do pesquisador. A preocupação do autor acima citado se faz muito pertinente, pois se uma educação nesse formato não atende aos alunos ditos normais, o que dizer daqueles que precisam de uma atenção especial?

É preciso entender que a formação do professor deve ter como preocupação principal, o tipo de educador que se está formando e como princípio básico a indissociabilidade entre a produção, o indivíduo e a socialização do conhecimento, pensando sempre na qualificação do indivíduo para o exercício profissional e para a vida na sociedade, tenha esse indivíduo, ou não, uma deficiência.

Sendo assim, os professores têm como dever observar e considerar as diferenças individuais dos alunos e suas implicações pedagógicas, para que ele possa fazer um planejamento sistemático e preciso, focando as necessidades dos discentes. É de fundamental importância que isso aconteça para que identificando às dificuldades dos alunos, o professor possa então elaborar até com mais segurança e controle seu roteiro de ensino e que este seja eficiente na solução dos problemas pertencentes a cada um dos alunos. A inclusão escolar é garantida por lei, com intuito de garantir mais acessibilidade e melhor preparação aos alunos com deficiência. Nesse sentido, ressalta-se que

Num momento em que o direito ganha novos espaços e abre novas áreas por meio das grandes transformações pelas quais passa o mundo contemporâneo, é importante ter o conhecimento de

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realidades que, no passado, significaram e no presente ainda significam passos relevantes no sentido da garantia de um futuro melhor para todos. O direito à educação escolar é um desses espaços que não perderá sua atualidade (CURY, 2002, p. 07).

A realidade educacional hodierna demonstra que a cada dia os alunos com necessidades especiais são mais frequentes nas escolas e precisam receber educação de qualidade, capaz de contribuir para a sua formação cidadã. Outro grande desafio é inserir a família como parte integrante dessa grande missão de educar a todos sem distinção. Nesse sentido,

A família tem dupla função no contexto educacional da criança: função socializadora - quando transmite e condiciona a herança cultural e social da criança; e, função social - quando proporciona a conquista de diferentes status, como étnico, nacional, religioso, entre outros (BARBOSA, 2011, p. 16).

É necessário e importante a participação dos pais interagindo junto ao profissional da instituição, comunicando-se e interagindo no acompanhamento positivo do aluno, acolhendo a família no processo de transformação e trabalhando de forma diferenciada e não apenas inserindo o aluno no contexto educacional. A participação da família/escola tem por finalidade uma parceria que poderá desenvolver maiores competências ao aluno. Esse aluno precisa ser tratado como todos os demais, visando desenvolver no mesmo, autonomia e criticidade, dentro de suas possibilidades, preparando-o para os desafios que possa a vim enfrentar.

Em relação a essa participação, ainda é preciso citar outra barreira a ser encarada de frente. Antes de qualquer inclusão escolar ou social, a própria família tem que aceitar que existe em seu meio um deficiente e que o mesmo precisa de atendimento especializado para se desenvolver, não o escondendo e achando que o mesmo não tem capacidades para se desenvolver e conviver com as pessoas ditas normais. Dependendo da deficiência, esse aluno poderá precisar de alguém durante vinte e quatro horas para realizar as suas necessidades naturais e consequentemente seu atendimento escolar e médico, porém isso não deve ser motivo para retirá-lo do convívio em sociedade.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao chegar ao término deste artigo, é possível elencar alguns posicionamentos que merecem ser desvelados, como por exemplo, afirmar que a educação inclusiva se propõe a atender os alunos com deficiências, para que estes sujeitos tenham maiores chances de frequentar a escola e qualquer outro ambiente, na perspectiva de aprender e superar suas dificuldades, tendo possibilidade de conviver com seus pares e desenvolver mediante suas reais possibilidades.

Além disso, o processo de escrita deste texto proporcionou realizar algumas reflexões que poderão fortalecer a formação profissional e pessoal dos prováveis leitores. Dentre as reflexões, é possível citar que o reconhecimento da educação inclusiva no Brasil existe em termos legais, mas que a sua efetivação ainda apresenta muitas falhas.

Um exemplo disso é a sala de Atendimento Educacional Especializado- AEE que atende no contra turno aos discentes com deficiência, como foi explicado no trabalho, mas que não existem em quantidade suficiente para dar conta de toda demanda existente, atualmente, nem possuem profissionais especializados para atender a todos os tipos de deficiência apresentadas pelos alunos.

É preciso evidenciar progressos no que concerne a oferta desses atendimentos educacionais especializados, mesmo em quantidade insuficiente. As políticas educacionais e os muitos autores brasileiros que escrevem acerca deste assunto tem contribuído para a formação efetiva dos professores. Ainda é possível registrar como ponto positivo, a oferta de cursos de formação continuada para melhorar a prática dos docentes, ajudando fortalecer o contexto da sala de aula.

Durante o desenvolvimento dessa pesquisa, percebeu-se que as formações iniciais e continuadas dos professores estão sendo vistas com mais atenção no que se refere a uma proposta inclusiva e que merece uma constante reflexão, pois o profissional que irá receber alunos com deficiência precisa ter formação específica.

Apesar do amparo legal existente nos dias de hoje, ainda há muitas dificuldades para implantar de fato uma proposta de educação inclusiva, a maior e mais visível de todas as dificuldades é a ausência de formação adequada dos professores que atuam com alunos que apresentam alguma deficiência, como foi apresentado durante a escrita do artigo.

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O que tem ocorrido é que, o professor não se prepara para receber e/ou para saber lidar com as possíveis deficiências que poderão chegar a sua sala. Na verdade, os docentes recebem os alunos com diversos diagnósticos e só então, irão procurar formas de trabalhar pedagogicamente com esses alunos.

Não é fácil ser um professor de aluno com deficiência, mas esse desafio pode ser vencido por esse profissional ao longo da sua prática pedagógica, desde que o mesmo se permita pesquisar, estudar, se capacitar cada vez mais, investindo na sua formação continuada e aprendendo como lidar com essa clientela de forma mais eficaz.

Apesar dos entraves, é possível afirmar que, com muita persistência a inclusão está sendo visualizada com novos olhares, se compararmos com o atendimento que essa clientela recebeu no passado, e a cada dia o processo educativo está tentando ser mais inclusivo e novos espaços estão sendo abertos para que todos os alunos sejam protagonistas de seu processo de aprendizagem, recebendo as orientações e atenção necessárias ao seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor.

A educação inclusiva se apresenta cada vez mais importante e necessária no cenário educacional, pois se trabalhada da forma como é orientada por estudiosos da área e documentos oficiais, favorece aos alunos com deficiência dando-lhes a oportunidade de ser tratado de forma igualitária, sendo incluído nas aulas e participando do processo de ensino e aprendizagem escolar.

A função social da escola é trabalhar a diversidade de forma natural efetiva e com o pressuposto de formar os alunos em um padrão que seja direcionado à aceitação do diferente, afinal, somos seres plurais, capazes de viver em coletividade.

O aluno que apresenta qualquer tipo de deficiência necessita de compreensão, apoio e principalmente, tem o direito de ser olhado como um ser capaz de aprender, talvez em ritmo diferente e com algumas limitações, mas jamais poderá ser tachado como um ser incapaz de desenvolver determinadas habilidade e fazer parte do convívio social com familiares e amigos.

Durante a pesquisa ficou claro também a importância da parceria com as famílias de cada aluno com deficiência, pois a mesma é a primeira instituição educadora e muito poderá contribuir para o desenvolvimento desse aluno. Se a família admite o problema da criança, por exemplo, isso se torna mais fácil para a escola poder realizar um bom trabalho, caso contrário, tudo se tornará mais difícil.

Depois de apresentar pontos positivos e negativos que fazem parte dessa trajetória rumo a uma proposta inclusiva, não se pode negar que o conceito de aluno com deficiência

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ganhou uma nova abordagem nas últimas décadas e isso foi de grande valia para que a educação inclusiva avance o ponto desejado por escola, docentes e familiares.

Vale salientar, que os cursos de Pedagogia das instituições de ensino superior também tem dado sua contribuição, formando seus alunos com um olhar mais amplo, mais sensível, menos segregado, visualizando novas possibilidades, superando os limites e avançando na perspectiva de contribuir para que as escolas sejam locais de inclusão, por excelência.

Atualmente, a própria noção de deficiência foi resignificada e hoje percebe-se que na maioria das vezes, ela já não é um entrave, mas um começo de superação para que cada um possa avançar no sentido de melhorar seu conhecimento e aprender a lidar com as dificuldades que surgiram no processo. O termo “deficiência” tem hoje uma conotação menos preconceituosa e mais inclusiva, passou a ser uma condição que não deve ser vista como impedimento para o desenvolvimento do aluno.

Sabe-se que não é fácil, mas é possível atuar de forma inclusiva para que o aluno com dificuldade desenvolva sua proatividade, ou seja, sua autonomia, sua capacidade de lutar pela conquista de espaços que contribuam para sua autoafirmação social e pessoal. A educação inclusiva é uma realidade e precisa ser encarada com garra, com sabedoria e ética.

O compromisso com dias melhores dependerá de como os alunos com deficiência estão sendo tratados nas nossas escolas. A educação é um direito de todos e precisa ser acessível ao grande número de alunos que possuem deficiências físicas e/ou cognitivas. É preciso dizer não a segregação e assumir uma condição de educadores preocupados a inclusão de todos.

É verdade que ainda há muito a ser feito e pensado quando o assunto é a uma efetiva educação inclusiva, mas é importante ter a consciência de que todos precisam se envolver em prol desse objetivo, bem como praticar ações para concretizar esse objetivo.

A educação numa perspectiva inclusiva é uma das medidas mais importantes, atualmente, para amenizar os problemas que assolam nossa escola, escolas essas muitas vezes fragilizadas pela falta de equipamentos, ausência de sala onde possa acontecer o AEE e escassez de profissionais preparados para atuar com os diversos tipos de deficiência que surgem nessas instituições escolares.

É preciso envolver tudo e todos para que a educação inclusiva seja de fato efetivada, o currículo, as metodologias e os objetivos do ensino devem estar apoiados em

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perspectivas inclusivas e que leve em consideração o nível de aprendizagem de cada aluno, para que a cada dia as barreiras sejam diminuídas e a inclusão venha de fato ocorrer.

Assim, é possível concluir afirmando que a educação inclusiva, na atualidade, tem uma perspectiva de crescimento e que apesar de ser uma área muito complexa, é também muito desafiadora e encantadora. Esta modalidade de ensino promove uma humanização para os alunos com deficiência, mas para que isso aconteça, o professor/escola precisa receber e acolher os educandos de forma igualitária, estimulando a aprendizagem de todos e respeitando os limites individuais.

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