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Segunda Lei da Termodinâmica

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Academic year: 2021

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Segunda Lei da Termodinâmica

(Análise restrita a um ciclo)

“Da observação experimental, sabe-se que se um dado ciclo termodinâmico proposto não viola a primeira lei, não está assegurado que este ciclo possa realmente ocorrer”

“Um ciclo somente ocorrerá se tanto a primeira como a segunda lei da termodinâmica forem satisfeitas”

“Processos ocorrem em uma certa direção, mas não na direção oposta. Exemplos:

• uma xícara de café quente esfria; ela não pode esquentar apenas pelo contato com o meio mais frio.

• um carro gasta gasolina para vencer um

desnível; o nível de combustível do tanque não é restabelecido se retornamos ao ponto original. • Se a válvula do bujão de gás é repentinamente aberta, o gás sofre uma expansão espontânea contra a atmosfera; a situação oposta (ar entrando no bujão) não ocorre naturalmente.

(2)

•Reservatório térmico: corpo que permanece sempre com sua temperatura constante, mesmo estando sujeito a transferências de calor.

• fonte: reservatório do qual se transfere calor

• sorvedouro: reservatório para o qual se transfere calor

•Reservatório de trabalho: fonte ou sorvedouro contínuo de trabalho.

Algumas definições básicas

• Motor térmico: sistema que opera segundo um ciclo, realizando um trabalho líquido positivo e trocando calor líquido positivo.

• Refrigerador (ou bomba de calor): sistema que opera segundo um ciclo, recebendo calor de um corpo a baixa temperatura e e cedendo calor para um corpo a alta temperatura (trabalho é necessário para a sua operação).

(3)

Os três postulados são a base de estudo da termodinâmica clássica, pois eles permitem montar

toda a estrutura analítico-teórica do modelo de

universo que a termodinâmica clássica tenta descrever

Os três postulados da termodinâmica

clássica:

•POSTULADO I: trata da existência de estados de equilíbrio termodinâmico (teorema de Durhem).

•POSTULADO II: Trata da tendência de todo ou qualquer sistema a aproximar-se de um e somente um estado de equilíbrio estável.

•POSTULADO III: trata do conceito de “processo

adiabático” que sempre será possível entre dois estados de equilíbrio termodinâmico.

(4)

Análise de processos possíveis e impossíveis

Vamos analisar diferentes processos ocorrendo entre os sistemas A e B que estão em estado de equilíbrio:

TA > TB Caso 1: Uma interação de calor ocorre entre A e B. Como sabemos, troca espontânea (W=0) de calor de um recipiente de alta temperatura (TA) para um recipiente de baixa

temperatura (TB) pode ocorrer, portanto o caso 1 pode ser realizado.

Caso 2: Uma interação de calor ocorre entre B e A (W=0), este processo incrementa a energia do sistema A, e

decresce a energia de B, o efeito líquido é incrementar a temperatura de A, (∆T= TA - TB). Como o sistema

composto (A + B), não tende a um estado de equilíbrio estável, (∆T não tende a zero), isto viola o segundo postulado.

(5)

Como não temos casos conhecidos, em que o calor pode ser transferido espontaneamente de um recipiente de

baixa temperatura (TB) para um de alta temperatura (TA), este processo é impossível.

“Clausius” no século passado obteve esta conclusão, chamada de Postulado da Segunda lei de Clausius.

Enunciado de Clausius: “É impossível construir um aparelho que opere ciclicamente produzindo

somente o efeito de transferir calor de uma fonte a baixa temperatura para outra fonte a alta

temperatura.”

Caso 3: Trabalho de um reservatório de trabalho é

fornecido à um aparelho E, e este realiza uma interação de calor com o sistema A. Este caso é bem conhecido (Ex: dissipação de energia mecânica em forma de calor por atrito), portanto é um processo possível.

(6)

Caso 4: Calor é fornecido por B a um aparelho E

(decresce o nível de energia de B) e toda esta energia se transforma em trabalho. Se o processo (4) pode ocorrer, poderíamos utilizar o processo (3) para extrair trabalho produzido do processo (4) e converte-lo em uma

interação de calor com A. Isto é impossível, pois viola o postulado II da termodinâmica, que exige que o sistema composto (A+B) tenha tendência a um estado de

equilíbrio estável.

Assim podemos concluir que qualquer processo cíclico no qual o resultado líquido seja a conversão de energia térmica (calor) de um sistema simples em trabalho é impossível.

Esta foi a conclusão de “Kelvin-Planck”, chamada de

postulado de Kelvin-Planck da Segunda lei.

Enunciado de Kelvin – Planck: “É impossível para

qualquer aparelho que operar em um ciclo termodinâmico receber energia por transferência de calor de um único reservatório térmico e produzir unicamente uma

quantidade resultante de trabalho (efeito de elevar um peso) sobre sua vizinhança”

(7)

Caso 5: Uma interação de calor ocorre entre o sistema A e o aparelho E; trabalho é produzido e armazenado no reservatório de trabalho; simultaneamente uma interação de calor entre o aparelho e o sistema B incrementa a energia de B. Nada impede este processo, e estes

processos são bem conhecidos (Ex: ciclo de potência a vapor, ver figura). Está é um motor térmico.

Caldeira Sistema Quente Qh Wt Turbina Condensador Qc Sistema Frio Wp Bomba de retorno de condensação

Ciclo de potência a vapor.

QL

QH

QH : calor transferido para o fluido de trabalho ou do corpo a alta

temperatura.

QL : calor transferido do fluido de trabalho ou para o corpo a baixa temperatura.

Obs: o motor de combustão interna é comumente associado aos motores térmicos, entretanto, estritamente falando, não o é, pois ele não operara segundo um ciclo termodinâmico.

(8)

Eficiência de um motor térmico

Definição geral de eficiência térmica:

“a razão entre o que é produzido (energia pretendida) e o que é usado (energia gasta)”

Para um motor térmico, a eficiência térmica é dada pela razão entre o trabalho realizado pelo aparelho (E) e o calor transferido da fonte quente (A):

(

)

(

energia

gasta

)

1

1

pretendida

energia

<

=

=

=

H L H L H H térmica

Q

Q

Q

Q

Q

Q

W

η

Obs.:

• note que para um motor térmico a eficiência nunca poderá ser superior ou igual a unidade.

• obtém-se a a eficiência máxima quando:

H

Q

ou

Q

L

0

(9)

Caso 6: As interações de calor e trabalho são invertidas: o efeito líquido e extrair trabalho do reservatório de trabalho, diminuição da energia de B, incremento da energia de A. Este processo não viola postulados e casos reais têm sido observados (Ex: ciclo de refrigeração,veja figura). Este é um refrigerador. Condensador Sistema Quente Qh Wc Compressor Evaporador Qc Sistema Frio Válvula de expansão Ciclo de refrigeração. QL QH (Vapor a baixa pressão) (Vapor a alta pressão) (Transferência de calor para o ar ambiente) (Líquido a alta pressão) (Mistura de líquido e vapor a baixa pressão) (Transferência de calor do espaço refrigerado) QH : calor transferido do fluido de trabalho ou para corpo a alta temperatura. QL : calor transferido para o fluido de trabalho ou do corpo a baixa temperatura.

(10)

A “eficiência” de um refrigerador é expressa em termos do coeficiente de desempenho ou coeficiente de

eficácia, β.

Considerando a definição geral de eficiência (a razão entre a energia pretendida e a energia gasta), temos que:

((((

))))

((((

energia

gasta

))))

1

1

pretendida

energia

−−−−

====

−−−−

====

====

L H L H L L

Q

Q

Q

Q

Q

W

Q

β

Nota:

β é freqüentemente representado na literatura por COP

(Coefficient Of Performance)

(11)

Observações relativas aos Enunciados da

Segunda lei da Termodinâmica (Clausius

e Kelvin-Planck):

1. Ambos são enunciados negativos, os quais não podem ser provados; entretanto, como qualquer outra lei da natureza, a segunda lei da

termodinâmica se fundamenta na evidência experimental

2. Esse dois enunciados são equivalentes

3. É impossível construir um moto-perpétuo de segunda espécie.

• 1a espécie: viola da 1a lei, produzindo trabalho

do nada ou criando massa e energia

• 2a espécie: viola a 2a lei, converte totalmente

energia térmica em trabalho mecânico e vice-versa

• 3a espécie: não teria atrito, operando

(12)

• Caso (1): processo possível.

• Caso (2): processo impossível (Clausius). • Caso (3): processo possível.

• Caso (4): processo impossível; ocorreria aproveitamento total (Kelvin-Planck; deve haver calor perdido).

• Caso (5): processo possível, porém com limitações (sem cair em 4).

• Caso (6): processo possível, porém com limitações (sem cair em 2) Sistema A, TA Sistema B, TB trabalho calor TA > TB (1) (2) (3) (4) (5) (6)

Resumo:

Referências

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