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Estudos Sectoriais para o Ribatejo (Sector agro-alimentar)

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Academic year: 2021

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Estudos Sectoriais para o Ribatejo

( S e c t o r a g r o - a l i m e n t a r )

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E S R

S u m á r i o E x e c u t i v o

N

a actual conjuntura económica, financeira, política e social nacional discute-se fre-quen temente sobre quais serão as melhores soluções e quais as medidas e acções mais ade-quadas a adoptar por forma a assegurar um futuro de crescimento e prosperidade econó-mica e social.

Neste contexto, acções que envolvam inovação, internacionalização, exportação, diferenciação no produto e serviço, valor acrescentado, co ope ração, imagem e qualificação de recursos huma-nos são apontadas como as melhores soluções para o crescimento.

Tem-se verificado a nível nacional e regional um esforço neste sentido, através da identificação e implementação de medidas de curto, médio e longo prazo a que o Ribatejo não é alheio. Durante muitos anos, o Ribatejo conseguiu as -su mir a nível nacional um papel bastante rele-vante em diversos sectores onde, entre outros, se destacam o agroalimentar, a construção ci -vil, a madeira e mobiliário, a metalomecânica e os minerais não metálicos.

A NERSANT, consciente das realidades ligadas à inovação e à competitividade e reconhecendo a necessidade de definir uma estratégia susten-tada para que o Ribatejo esteja em condições de desenvolver práticas inovadoras, decidiu ela-borar 5 estudos sectoriais de carácter prospec-tivo, os quais foram financiados pelo FEDER, no âmbito do Sistema de Apoio a Acções Colecti-vas do Programa COMPETE.

Assumindo que o reforço das actividades de inovação e de internacionalização é condição sine qua non para o aumento da

competitivi-dade das empresas da região, a NERSANT pre-tende, assim, aprofundar uma estratégia orien-tada para cinco sectores chave, nomeadamen-te: agro-alimentar, construção civil, madeira e mobiliário, metalomecânica e minerais não metálicos, procurando dar resposta à necessi-dade de criação de condições de médio e lon-go prazo que permitissem fomentar a inovação e a competitividade nas empresas e outras organizações da região.

O presente documento sistematiza os resulta-dos relativamente ao sector agro-alimentar. O objectivo geral deste documento consiste na realização de um diagnóstico para o sector agro-alimentar ao nível do Ribatejo e na apre-sentação de propostas de acção a serem implementadas com o objectivo prioritário de au -mentar as actividades de inovação e de inter-nacionalização.

Tendo em linha de conta o objectivo definido, a preparação do relatório decorreu em duas fases distintas, realizadas entre Agosto e De -zembro de 2010, nomeadamente:

• Fase 1 - Diagnóstico;

• Fase 2 - Definição da estratégia e das pro-postas de acção.

A preparação do presente documento envol-veu um trabalho alargado de recolha de infor-mação a vários níveis. Num primeiro momento foi feita a identificação de agentes locais conhe-cedores da realidade empresarial do sector. As entrevistas realizadas a estes actores tiveram uma elevada importância, enquanto instru-mento privilegiado de obtenção de informação

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E S R de natureza qualitativa e como forma de envol-ver e sensibilizar estes mesmos agentes para possíveis soluções para as dificuldades que atra-vessam. Estas entrevistas foram desenvolvidas em moldes semi-directivos, com o apoio de um extenso guião desenvolvido para o efeito. A identificação de estudos de caso ligados à inovação e internacionalização resultou de casos de sucesso de empresas nacionais com as quais as empresas do Ribatejo se podem iden-tificar e inspirar a vários níveis.

Paralelamente foi realizado um levantamento de documentação e informação complementar em diversas fontes bibliográficas identificadas como sendo fontes de informação de referên-cia.

Tendo em conta o diagnóstico desenvolvido para o sector agro-alimentar, que envolveu a respectiva Caracterização, Análise SWOT e Casos de Estudo, foi delineado um Cenário de Evolução sobre o qual assenta uma Visão e uma Missão bem como Princípios Orientadores e res-pectivas Acções Prioritárias.

Assim, para o sector agro-alimentar do Ribate-jo propõe-se como cenário de evolução a “Valorização dos produtos alimentares”, que tem como principal objectivo oferecer aos con-sumidores uma vasta gama de produtos ali-mentares seguros, saudáveis, nutricionalmente ricos, economicamente acessíveis e produzidos de forma sustentável numa das regiões mais férteis do país.

Por forma a alcançar o cenário de evolução “Valorização dos produtos alimentares”, suge-re-se que o sector agro-alimentar do Ribatejo possa seguir uma estratégia organizada em tor-no de três princípios orientadores, tor- nomeada-mente: Reforço da competitividade industrial, suportada por um bom funcionamento dos mercados, indo ao encontro dos desafios da globalização e consolidando as condições para uma melhor e maior internacionalização; Refor-ço da confiança dos consumidores, baseada no diálogo, numa ciência idónea e numa aproxi-mação séria e equilibrada aos assuntos relacio-nados com a alimentação, estilos de vida e saú-de; e Desenvolvimento sustentável da cadeia de valor, através de uma gestão equilibrada, supor-tando a criação de valor e reforçando as práti-cas de responsabilidade social.

Tendo como objectivo principal alavancar a implementação da estratégia para o sector agro-alimentar do Ribatejo, foi definido um conjunto de acções prioritárias que visam ope-racionalizar os princípios orientadores definidos, nomeadamente.

Através da integração do cenários definido e da implementação das acções consideradas como prioritárias, pretende-se melhorar a performan-ce actual das empresas e impulsionar as mes-mas para um patamar de competitividade supe-rior, por forma a que possam vir a tornar-se players de relevo a nível nacional e sobretudo a nível internacional, onde se encontra o futuro para muitas das empresas portuguesas.

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E S R Sumário Executivo . . . . i 1. Introdução . . . 11 1.1 Âmbito do Estudo . . . 11 1.2 Ribatejo . . . . 12 1.3 População . . . 13 1.4 Infra-estruturas . . . 16

1.4.1. Infra-estruturas de Apoio à Envolvente Empresarial . . . 16

1.4.2. Infra-estruturas de Ensino e Formação . . . 20

1.5 Sectores de Actividade . . . 21 1.6 Dinâmica Empresarial . . . 25 2. O Sector Agro-Alimentar . . . 29 2.1 Caracterização . . . 29 2.1.1. Enquadramento . . . 29 2.1.2. Dinâmica Empresarial . . . 30 2.1.3. Inovação e Internacionalização . . . 37

2.2 Análise SWOT do Sector . . . 41

2.3 Estudos de Caso . . . 43

2.3.1. Queijo Saloio - Indústria de Lacticínios, S.A. . . 43

2.4 Estratégia para o sector agro-alimentar do Ribatejo . . . 45

2.4.1. Cenário de Evolução . . . 45

2.4.2. Visão . . . 46

2.4.3. Missão . . . 46

2.4.4. Princípios Orientadores . . . 46

2.5 Proposta de acções prioritárias para o sector agro-alimentar do Ribatejo . . . 48

3. Referências Bibliográficas . . . 53

4. Anexo . . . 54

Questionário das entrevistas . . . 54

Í n d i c e

Projecto co-financiado por: Estudo elaborado por:

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Agradecimentos

G

ostaríamos de agradecer a todas as pessoas e entidades que generosamente se disponibi-lizaram para a discussão de temas relevantes para a elaboração dos “Estudos Sectoriais para o Ribatejo”, contribuindo com a sua visão para uma análise multifacetada da realidade e facilitan-do significativamente a reflexão apresentada no presente facilitan-documento.

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1. Introdução

O desenvolvimento empresarial para novos patamares que permitam às empresas compe-tir no palco global tem visto a sua importância a crescer a cada dia que passa. A concorrência de países emergentes, com uma elevada mão--de-obra disponível e disposta a trabalhar em condições e preços muito diferentes daqueles a que os países mais industrializados estão habi-tuados, despertou nas empresas a necessidade de evoluir para um nível de desenvolvimento acima do da concorrência. Perante a nova rea-lidade, a evolução que é premente ser realiza-da envolve essencialmente mais Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI) e mais valor acrescentado para os clientes particulares e empresariais, realidade a que as empresas por-tuguesas não são alheias.

Neste sentido, e para o sector agro-alimentar do presente estudo, foi desenvolvido um

diag-nóstico sobre o panorama nacional em geral e de Santarém em particular, com o objectivo de identificar as oportunidades de melhoria e con-sequentemente delinear uma estratégia e res-pectivo plano de acções. Importa, portanto, definir primeiro para onde as empresas devem ir e só depois determinar os vários passos para atingir os objectivos e estratégia proposta. 1.1 Âmbito do Estudo

Para efeitos do presente Estudo definem-se em seguida os âmbitos territoriais e sectoriais, nomeadamente:

• Âmbito Territorial: O Ribatejo é composta pela NUTS III Médio Tejo (NUTS II Centro) e Lezíria do Tejo (NUTS II Alentejo) e pelo Con-celho de Mação;

• Âmbito Sectorial: Para efeitos do presente Estudo são consideradas as actividades a pre-sentadas na Tabela seguinte.

E S R

Tabela 1

Subsectores de actividade considerados para o presente Estudo

10110, 10120, 10130, 10201, 10202, 10203, 10204, 10310, 10320, 10391, 10392, 10393, 10411, 10412, 10413, 10414, 10420, 10510, 10520, 10611, 10612, 10612, 10613, 10620, 10711, 10712, 10720, 10730, 10810, 10821, 10822, 10840, 10850, 10860, 10891, 10892, 10893, 10911, 10912, 10913

Sector Subsector CAE (Rev.3)

Agro-Alimentar Alimentar

Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento, CAE, Rev 3

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12 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR) 1.2 Ribatejo

Entendeu-se, para efeitos do presente Estudo, que o Ribatejo (6.981 Km2) inclui uma parte do seu território na NUTS II Centro (NUTS III Médio Tejo com 10 municípios - 2.306 Km2, acrescida do concelho de Mação com 400 Km2) e outra parte na NUTS II Alentejo (NUTS III Lezíria do Tejo com 11 municípios correspondentes a 4.275 Km2) (Figura 1). Em termos administra-tivos, o Ribatejo é constituída por 22 concelhos (Tabela 2) e 201 freguesias. Figura 1 Mapa do Ribatejo 11011, 11012, 11013, 11021, 11021, 11030, 11040, 11050, 11060, 11071, 11072 12000

Sector Subsector CAE (Rev.3)

Bebidas Tabaco Tabela 2 Concelhos do Ribatejo Abrantes Alcanena Almeirim Alpiarça Azambuja Benavente Cartaxo Chamusca Constância Coruche Entroncamento Ferreira do Zêzere Golegã Mação Ourém Rio Maior Torres Novas Santarém Sardoal Tomar Salvaterra de Magos Vila Nova da Barquinha Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento, CAE, Rev 3

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E S R Até 2003, ambas as NUTS III Médio Tejo e Lezí-ria do Tejo pertenciam à NUTS II do Vale do Tejo, enquanto o concelho de Mação já pertencia à NUTS II Centro, NUTS III Pinhal Interior Sul. Na sub-região da Lezíria do Tejo, onde se loca-liza Santarém, o rio Tejo é o principal elemento caracterizador. As suas margens são constituí-das por solos muito férteis, onde se encontram importantes culturas hortícolas e frutícolas, bem como unidades de criação de gado tauri-no e cavalar.

A sub-região do Médio Tejo é caracterizada pela diversidade dos seus solos, possuindo igual-mente bons recursos hídricos. No Médio Tejo destaca-se uma importante actividade turística, potenciada tanto pelas características naturais e paisagísticas como pela presença do Santuário de Fátima.

Em termos de localização, o centro geográfico do Ribatejo situa-se a 1 hora de distância da principal cidade do País (Lisboa) e a 2 horas da segunda maior cidade (Porto). Há também a destacar a sua localização entre a Área Metro-politana de Lisboa (AML) e a fronteira espa-nhola (a cerca de 1 hora de distância). A região constitui assim, a nível logístico, um elemento fundamental na articulação entre o Norte e o Sul e o Litoral e o Interior.

1.3 População

A estimativa efectuada em 2008 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta para uma população residente de 487.708 habitantes no Ribatejo, representando cerca de 4,6% da po -pulação residente em Portugal e uma densida-de populacional densida-de cerca densida-de 69,9 hab/Km2, bastante inferior à média nacional (115,4 hab/Km2).

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14 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR) Tabela 3

População residente no Ribatejo entre 2001 e 2008 e respectiva variação

Mação 8.442 7.061 -1.381 Médio Tejo 226.090 231.059 +4.969 Abrantes 42.235 39.987 -2.248 Alcanena 14.600 14.657 +57 Constância 3.815 3.751 -64 Entroncamento 18.174 21.751 +3.577 Ferreira do Zêzere 9.422 9.126 -296 Ourém 46.216 50.890 +4.674 Sardoal 4.104 3.808 -296 Tomar 43.006 41.951 -1.055 Torres Novas 36.908 36.968 +60 Vila N. da Barquinha 7.610 8.170 +560 Lezíria do Tejo 240.832 249.588 +8.756 Almeirim 21.957 22.937 +980 Alpiarça 8.024 8.266 +242 Azambuja 20.837 21.841 +1.004 Benavente 23.257 28.312 +5.055 Cartaxo 23.389 25.156 +1.767 Chamusca 11.492 10.976 -516 Coruche 21.332 19.624 -1.708 Golegã 5.710 5.533 -177 Rio Maior 21.110 21.822 +712 Salvaterra de Magos 20.161 21.491 +1.330 Santarém 63.563 63.630 +67 Ribatejo 475.364 487.708 +12.344

Concelhos População Residente em 2001

População Residente em 2008

Variação

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Fonte: : INE, Censos 2001, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008, Anuário Estatístico da Região Centro 2008

E S R

Ao desagregar os dados por sub-regiões e con-celhos é visível a heterogeneidade da população residente e a sua variação. Em termos sub-regio-nais, a Lezíria do Tejo, apesar de integrar menos um concelho, teve um crescimento demográfico mais acentuado (mais 3,64% ou 8.756 novos habitantes), enquanto na parte seten trional da região, os 10 concelhos que integram o Médio Tejo experimentaram uma evolu ção populacio-nal menos significativa (4.969 habitantes, no uni-verso territorial da sub-região).

Em 13 concelhos (sendo 8 na Lezíria Tejo) ocor-reram variações positivas da população, enquan-to 9 municípios, com especial destaque para Abrantes, Coruche e Tomar, sofreram um cimo demográfico. No enquadramento inter--regional, comparando o Ribatejo, em termos de crescimento demográfico, com a variação popu-lacional das principais sub-regiões que a delimi-tam (Tabela 4), verifica-se que o ní vel de cresci-mento demográfico da região ficou aquém das principais sub-regiões vizinhas, nomeadamente, a Grande Lisboa, o Pinhal Lito ral e o Oeste, e além do indicador médio do continente.

Tabela 4

Análise comparativa do crescimento demográfico entre 2001 e 2008 Sub - Região Taxa de Crescimento

Médio Tejo +2,2% Lezíria do Tejo +3,6% Grande Lisboa +3,7% Oeste +7,5% Península de Setúbal +10,6% Ribatejo +2,6% Continente -2,7%

Para além do crescimento populacional pouco significativo, o Ribatejo é também caracterizada por um relativo envelhecimento caracterizada sua po -pulação (Figura 2). A classe etária compreendi-da entre os 15 e os 25 anos sofreu um decrés-cimo nos últimos 7 anos, ao passo que o núme-ro de idosos cresceu significativamente (Figura 3).

Figura 2

Estrutura etária do Ribatejo em 2008

Figura 3

Comparação entre a estrutura etária do Ribatejo em 2001 e 2008

Fonte: : INE, Censos 2001, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008, Anuário Estatístico da Região Centro 2008 Fonte: : INE, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008, Anuário Estatístico da Região Centro 2008

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ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

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1.4. Infra-estruturas

1.4.1 Infra-estruturas de Apoio à Envolvente Empresarial

o Ribatejo conta com um conjunto de importantes infraestruturas, a nível de apoio à en -volvente empresarial, as quais podem desem-pe nhar um padesem-pel relevante nos sectores em estudo.

Parques de Negócios do Vale do Tejo

Os Parques de Negócios são espaços para instalação de empresas que oferecem condições qualificadas e de exigente qualidade no desenvolvimento de actividades empresariais de natureza industrial, logística, comercial e de serviços. Foram já constituídas empresas que são responsáveis pela gestão dos Parques de Negócios da Região (distribuídos pelos Concelhos de Rio Maior, Torres Novas, Santarém, Fátima/Ourém e Cartaxo).

Nestes espaços localizar-se-ão: empresas; centro de incubação de empresas; escolas profis-sionais e/ou tecnológicas; serviços às empresas; escritórios; centro empresarial: salas de for-mação, salas de reuniões, auditório; área residencial e comercial; estruturas complementares de acolhimento dotadas de: posto de abastecimento; restauração; agências bancárias; cre -ches; e hotel/residencial.

NERSANT – Associação Empresarial do Ribatejo

A NERSANT – Associação Empresarial do Ribatejo possui uma forte capacidade empreende-dora através dos seus corpos sociais e colaboradores, o que tem permitido a dinamização da Associação e a realização de iniciativas concretas no sentido de promover a capacidade empresarial do Distrito e de se afirmar como a principal associação empresarial do Distrito. A NERSANT possui ainda núcleos locais, fruto da sua política de descentra lização, possuin-do infra-estruturas próprias (como auditórios, salas de formação, etc.), nos quais realiza diversas actividades com vista à promoção do desenvolvimento do tecido empresarial e, por conseguinte, ao crescimento sustentado da própria Região.

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E S R

OTIC.IPT

A Oficina de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento do Instituto Politécnico de Tomar assume-se como entidade mediadora nas relações entre o meio académico, institu-ições parceiras, o mundo empresarial e a sociedade em geral, com a finalidade de identi-ficar e promover a transferência e desenvolvimento de ideias e conceitos novos e inovadores (produtos, processos, etc.), contribuindo para um crescente desenvolvimento económico, social e empresarial da Região e do País e promovendo a cultura da Inovação Tecnológica e da Sociedade de Informação e Conhecimento. A oferta tecnológica da Oficina inclui, entre outras temáticas, a computação, a engenharia mecânica, o design de produtos, o mobiliário urbano, a ergonomia e a tecnologia e ciência de materiais.

Instituto Nacional de Recursos Biológicos

Centro de Actividades Pólo de Investigação da Quinta da Fonte Boa

O Centro de Actividades Pólo de Investigação da Quinta da Fonte Boa, antiga Estação Zootécnica Nacional, tem como missão prestar apoio especializado à investigação, experi-mentação e desenvolvimento nas áreas da produção, reprodução e melhoramento animais, nomeadamente no que concerne à gestão de infra-estruturas e meios de uso comum nes-tas áreas.

É neste centro que se encontra o recentemente inaugurado Banco Português de Germo-plasma Animal (BPGA), no qual se pretende preservar o património genético animal por-tuguês de 46 raças autóctones nacionais, nomeadamente de bovinos, caprinos, ovinos, equídeos, suínos e aves, com o objectivo de se promover investigação na área da genética animal e estudos de aspectos relacionados com a reprodução.

LINE.PT

Laboratório de Inovação Industrial e Empresarial do Instituto Politécnico de Tomar O LINE.IPT surge para responder às necessidades das empresas relativamente ao desen-volvimento de novos produtos, equipamentos, tecnologias e processos, detendo um forte conhecimento do tecido empresarial da região onde se encontra e contribuindo assim para a competitividade das empresas.

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ECTORAGRO-ALIMENTAR)

Inov.Linea – Centro de Transferência de Tecnologia Alimentar

Criado em 2008, o Centro de Transferência de Tecnologia Alimentar (Inov.Linea), localiza-do em Abrantes, surge da iniciativa conjunta localiza-do Município de Abrantes, da NERSANT, da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, da A. Logos - Associação para o Desenvolvi-mento de Assessoria e Ensaios Técnicos, da empresa Sistemas e Técnicas Empresariais (STI) e de outras empresas do sector.

Assumindo-se como uma oficina tecnológica, tem por objectivo tornar-se o principal pólo de suporte de desenvolvimento na indústria Agro-Alimentar de Portugal, focalizando as indústrias que utilizem métodos produtivos e matérias-primas específicas portuguesas. Neste sentido, pretende responder às necessidades tecnológicas do País e da Região.

No que respeita às actividades desenvolvidas pelo Inov.Linea, o Centro divide-se em três grandes áreas de actuação: nos processos industriais correntes e na inovação do produto e processo. Ao nível da intervenção nos processos industriais correntes, o centro pretende reunir um conhecimento profundo dos processos de produção adoptados pela indústria, dando particular atenção aos produtos específicos do mercado e tradição nacionais e regio -nais e contribuindo para a formação dos quadros e operadores. Relativamente às activi-dades no domínio da inovação do produto, o centro pretende acompanhar as tendências de mercado e apoiar a criação de produtos totalmente inovadores e o desenvolvimento de novas embalagens, facilitando a adequação dos produtos às exigências do mercado de exportação. Por fim, ao nível da inovação de processo, a sua intervenção poderá incidir na alteração, melhoramento ou mesmo modificação de processos de produção para uma maior qualidade ou redução de custos de transformação, na divulgação, junto das empresas, das novas tecnologias de produção e processo e no apoio à implementação de sistemas como o Good Manufacturing Practice (GMP) e o Hazard Analysis and Critical Control Point (HAC-CP).

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E S R

Tagusvalley

Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Tecnopolo do Vale do Tejo A Tagusvalley é uma Associação que, entre outros objectivos, visa prestar serviços de ino-vação e desenvolvimento tecnológico, dinamizar as relações entre entidades e empresas na área do conhecimento e promover actividades de investigação e formação com interesse empresarial. A Tagusvalley inclui um Parque Tecnológico que oferece às empresas e aos intervenientes económicos e sociais da região, um conjunto de infra-estruturas de acolhi-mento e serviços de alta qualidade e inovação e promove a inovação, a investigação e o desenvolvimento tecnológico orientado para as actividades económicas regionais em coo-pe ração e estreita ligação com instituições académicas e científicas locais, nacionais e inter-nacionais. Esta infra-estrutura, localizada em Abrantes, apresenta-se como um instrumen-to privilegiado para promover a inovação e internacionalização das PME da Região e refor-çar a atractividade do território para novas empresas.

DET – Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico, S.A.

A DET – Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico, S.A. é uma incubadora de empresas, cujas actividades incluem a prestação de serviços às empresas e o apoio à criação, expan-são, modernização e desenvolvimento de pequenas e médias empresas, visando a promoção do desenvolvimento económico dos Distritos de Santarém e Leiria e do concelho de Azam-buja, através da criação de novos postos de trabalho. Os serviços prestados por esta enti-dade incluem: Tutoria e Acompanhamento; Consultoria; Formação e Apoio às empresas em criação na obtenção de financiamentos externos.

CIN.IPT

O Centro de Incubação de Ideias e Negócios do Instituto Politécnico de Tomar (CIN.IPT) é uma estrutura informal integrada no IPT que visa contribuir para o fomento de iniciativas empresariais inovadoras e para o desenvolvimento de produtos inovadores, de interesse quer para o IPT quer para a região em que se encontra inserido. O CIN.IPT tem por missão contribuir para transformar o tecido empresarial e as organizações em geral, da região em que o IPT se insere, promovendo uma cultura de inovação, qualidade, rigor e empreende-dorismo, assente num sólido relacionamento ensino superior/empresa e actuando em três frentes que se reforçam e complementam: 1) investigação, desenvolvimento tecnológico, consultoria e serviços especializados, 2) incubação de ideias e empresas e 3) formação espe-cializada e divulgação de ciência e tecnologia.

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ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

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1.4.2 Infra-estruturas de Ensino e Formação

O Ribatejo possui 381 escolas pré-escolares, 511 escolas de Ensino Básico, 45 de Ensino Se -cun dário e 10 de Ensino Superior (Figura 4). No que respeita ao Ensino Básico, existe pelo menos uma escola deste nível em cada fregue-sia, sendo que, para o Ensino Secundário, exis-te pelo menos uma escola em cada um dos 22 concelhos da região.

Figura 4

Estabelecimentos de ensino no Ribatejo em 2008

A nível de Ensino Superior, a região possui qua-tro institutos que integram várias escolas supe-riores, distribuídas pelas cidades de Santarém, Rio Maior, Abrantes e Tomar (Tabela 5).

Tabela 5

Estabelecimentos de ensino superior no Ribatejo

ENSINO SUPERIOR PÚBLICO POLITÉCNICO

Instituto Politécnico de Santarém: • Escola Superior Agrária de Santarém; • Escola Superior de Desporto de Rio Maior; • Escola Superior de Educação de Santarém; • Escola Superior de Gestão de Santarém.

INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR:

* Escola Superior de Gestão de Tomar; * Escola Superior de Tecnologia de Abrantes; * Escola Superior de Tecnologia de Tomar.

ENSINO SUPERIOR PARTICULAR E COOPERATIVO UNIVERSITÁRIO

Instituto Superior de Línguas e Administração de Santarém

ENSINO SUPERIOR PARTICULAR E COOPERATIVO POLITÉCNICO

Instituto Superior de Educação de Torres Novas Fonte: : INE, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008,

Anuário Estatístico da Região Centro 2008

Centro de Empresas de Constância

No âmbito das suas actividades, a NERSANT criou, em 2003, o Centro de Empresas de Con-stância, em parceria com o Município de ConCon-stância, que tem como objectivo incrementar e facilitar a instalação de empresas na Região.

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No que respeita a instituições de formação, existem actualmente 12 Escolas Profissionais, distribuídas por diversos concelhos da região (Tabela 6).

Tabela 6

Escolas Profissionais no Ribatejo Escola Profissional de Coruche

Escola Profissional de Ourém Escola Profissional de Rio Maior Escola Profissional de Salvaterra de Magos

Escola Profissional de Tomar Escola Profissional de Torres Novas

Escola Profissional de Tremês Escola Profissional do Vale do Tejo

Escola Profissional de Tomar Escola Profissional de Fátima Escola Profissional do Entroncamento

Escola Profissional de Abrantes

O Ribatejo conta ainda com importantes infra-estruturas de apoio tanto ao nível da envolven-te empresarial como ao nível do turismo e lazer, entre outras, que contribuem para refor çar o seu potencial em termos de competitividade no mercado nacional e/ou global.

1.5. Sectores de Actividade

o Ribatejo caracteriza-se pela forte dinâmica de alguns sectores de actividade, entre os quais se destacam os seguintes:

E S R

Agricultura

A Lezíria do Tejo detém a nível nacional os melhores solos para a prática agrícola. Nesta subregião é principalmente explorado o potencial da policultura de regadio (culturas arven -ses e horto-industriais), da vinha, da pecuária semi-intensiva, da silvo-pastorícia, da fruti-cultura e da hortifruti-cultura. É também de destacar a longa tradição vinícola da região e a sua apetência para produzir vinhos de qualidade, sendo que os vinhos Ribatejanos assumem uma parcela cada vez mais significativa na produção vinícola nacional.

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Agro-indústria

Em virtude das excelentes condições existentes na região para a prática agrícola, nomeada-mente a existência de extensões de terrenos de grande fertilidade, bem como dos bons recursos hídricos (percorrida pelos rios Tejo, Nabão, Almonda e Zêzere) verifica-se uma forte implementação das agro-indústrias. Este é um dos principais sectores exportadores da região.

Maior concentração: Almeirim – Cartaxo – Coruche – Rio Maior

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ECTORAGRO-ALIMENTAR)

Curtumes e Têxteis

A indústria dos curtumes tem especial tradição no Ribatejo, sendo que 80% das empresas de curtumes nacionais se situam em Alcanena. Embora tradicionalmente este sector esteja muito ligado à indústria do calçado, tem sido feito um esforço positivo de diversificação para outros sectores de actividade, nomeadamente para o automóvel, mobiliário e moda. Outras aplicações importantes residem na produção de biodiesel a partir dos resíduos sóli-dos da indústria sóli-dos curtumes e o desenvolvimento e produção de nanorevestimentos (arti-gos em pele com programas funcionais estão a ser desenvolvidas em coope-ração com o CTIC).

Maior concentração: Alcanena Automóvel

A indústria automóvel encontra suporte na tradição do Ribatejo em actividades de fundição e de travamento de metais.

A indústria automóvel é o principal sector de exportação da região. Maior concentração: Abrantes – Azambuja – Benavente

Exploração Florestal

Ao nível da floresta verifica-se que 10% da floresta nacional se localiza no Ribatejo, asse-gurando 27% da produção de cortiça e 10% da produção de madeiras e resinas.

Maior concentração:

(23)

E S R

Madeira, Mobiliário e Papel

Em especial no Médio Tejo, o coberto florestal suporta actividades de serração e carpintaria e fabrico de aglomerados de madeira, de mobiliário e de pasta de papel.

A madeira, mobiliário e papel têm um peso bastante significativo nas exportações da região. Maior concentração:

Chamusca – Constância – Tomar – Torres Novas

Almeirim – Alpiarça – Coruche – Ferreira do Zêzere – Mação – Ourém Salvaterra de Magos – Sardoal

Metalomecânica

O sector da metalomecânica tem um peso considerável na indústria do Ribatejo. Este sec-tor compreende um vasto conjunto de segmentos que fornecem o secsec-tor industrial, quer o extractivo, quer o transformador e também outros importantes sectores como o agrícola, a construção civil e o comércio.

Maior concentração:

Abrantes – Benavente – Cartaxo – Ourém – Santarém – Tomar – Torres Novas

Construção Civil

O Ribatejo possui um número considerável de empresas relacionadas com a construção ci -vil, que se subdividem em três áreas: “promoção imobiliária”, “actividades especializadas de construção” e “engenharia civil”. Esta última área tem particular expressão no que respei-ta à intensidade de mão-de-obra.

Maior concentração: Santarém – Ourém – Almeirim - Benavente

Minerais Não Metálicos

Os elementos decorativos em pedra, revestimentos, lareiras, telhas etc., estão a alimentar uma indústria em crescimento e que, juntamente com o fornecimento de pedra de calça-da, tem um potencial significativo, apesar do baixo valor acrescentado que representa.

(24)

24 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR)

Desporto

O concelho de Rio Maior alberga o Centro de Estágios de Formação Desportiva de Rio Maior e a Escola Superior de Desporto do Instituto Politécnico de Santarém, que lecciona cinco licenciaturas na área do desporto.

A existência de parques ambientais, como por exemplo o Parque Almourol em Vila Nova de Barquinha, tem promovido actividades desportivas na região como o tiro com arco, slide, rappel, trilhos e paredes de escalada, paintball e BTT, bem como diversas modalidades náu-ticas. O desporto afigura-se assim como um novo factor de dinamização económica, com um enorme potencial para o desenvolvimento de actividades complementares como o tu-rismo.

Maior concentração: Rio Maior – Vila Nova da Barquinha Serviços

No sector dos serviços, o comércio e as actividades ligadas ao turismo, como a hotelaria, são as principais actividades geradoras de emprego, sendo de evidenciar a atracção do San-tuário de Fátima e o potencial do Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros. Nos transportes e distribuição existem na região áreas que polarizam estas actividades, aprovei-tando as condições especiais existentes.

Maior concentração: Ourém - Azambuja – Benavente – Entroncamento – Torres Novas

Ambiente/ Tratamento de Resíduos

o Ribatejo tem um importante conjunto de infra-estruturas ambientais, em particular no concelho de Chamusca, o que tem vindo a fomentar o aparecimento de empresas ligadas a este sector.

(25)

E S R 1.6. Dinâmica Empresarial

De acordo com as estatísticas dos Quadros de Pessoal do Ministério do Trabalho e da Soli-dariedade Social (MTSS), o número de empre-sas sob a forma societária com sede no Ribate-jo passou de 13.814 unidades, em 2002, para 18.360, em 2007, representando um acrésci-mo de 32,9% de novas unidades empresariais (Tabela 7).

Lisboa 68.128 93.299 +36,9%

Leiria 17.512 23.078 +31,8%

Santarém 13.814 18.360 +32,9%

Continente 28.8678 400.210 +38,6%

Fonte: MTSS, Quadros de Pessoal, 2002 e 2008

Tabela 7

Número de empresas no contexto distrital em 2002 e 2008

Distrito Nº Empresas 2002 Nº Empresas 2008 Variação

Nos últimos anos, o crescimento percentual do número de empresas no Ribatejo foi ligeira-mente superior ao observado no distrito de Lei-ria e inferior ao verificado no distrito de Lisboa, reforçando o peso empresarial que o distrito vem adquirindo no contexto inter- regional. No entanto, se por um lado o crescimento do número de unidades económicas sob a forma societária foi um facto relevante nos últimos anos, por outro a redução da dimensão média das empresas constituiu também um fenóme-no que marcou o Ribatejo. Em 2008, 95,5% das empresas detêm menos de 10 funcionários, en quanto empresas com mais de 50

funcioná-rios correspondem a uma percen tagem residual que não chega a atingir 1% (Figura 5).

Figura 5

Dimensão do tecido empresarial do Ribatejo por número de funcionários em 2008

Fonte: : INE, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008, Anuário Estatístico da Região Centro 2008

(26)

26 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR) No Médio Tejo, os concelhos de Alcanena,

Ourém, Torres Novas e Abrantes possuem os valores médios mais elevados no que respeita à dimensão empresarial; na Lezíria do Tejo, os va -lo res médios mais elevados encontram-se nos concelhos de Cartaxo, Benavente, Rio Maior e Santarém.

No contexto regional importa realçar que, para além de Santarém, o concelho de Ourém tem conseguido reforçar e manter uma actividade empresarial assinalável, constituindo o segun-do concelho mais representativo em termos de número de empresas, seguido de Tomar e Tor-res Novas.

Analisando a evolução da estrutura do tecido empresarial do Ribatejo, por grandes sectores de actividade (Tabela 8) verifica-se que

“Comér-cio e Hotelaria” é o ramo de actividade econó-mica com maior número de unidades, nomea-damente na área do pequeno comércio a reta-lho e da restauração, sendo aquele em que a dimensão média das empresas é menor. “Transportes e Comunicações” e “Bancos, Se gu ros, Serviços de Prestação Empresarial” fo -ram as actividades que regista-ram as maiores taxas de crescimento (n.º empresas) no Ribatejo ao longo dos últimos anos. Igualmente im -por tante será salientar que no período entre 1995-2000, o sector da “Construção Civil e Obras Públicas” havia atingido as maio res per-centagens de variação positiva (255,3%), valo-res não comparáveis com os registados actual-mente.

Actividade Económica Nº Empresas 2002 Nº Empresas 2008 Variação

Agricultura, Pecuária e Silvicultura 922 1.299 +40,9% Indústria Transformadora 1.804 1.897 +5,2% Construção Civil e Obras Públicas 2.089 2.404 +15,1% Comércio e Hotelaria 5.357 7.549 +40,9% Transportes e Comunicações 399 946 +137,1% Bancos, Seguros,

Serviços Prest. Empr. 838 1.268 +51,3%

Serv. Prest. à Colect.

e Serv. Sociais e Pess. 957 1.042 +8,9%

Fonte: MTSS, Quadros de Pessoal, 2002 e 2008

Tabela 8

Evolução da estrutura do tecido empresarial no Ribatejo entre 2000 e 2008, por grandes sectores do Código de Actividades Económicas (CAE)

(27)

E S R Importa salientar ainda que, para além das importantes PME presentes no Ribatejo, encon-tra-se também aí sediado um considerável número de grandes empresas, que em muito contribuem para o aumento da produtividade e emprego.

Na Tabela 9 é apresentada a posição das empresas do Ribatejo segundo o ranking das 25 melhores empresas de 2010, apurados segundo o índice de Cash-Flow de 2008.

1 Tejo Energia Abrantes Água, Electricidade e Gás

2 Silvicaima Constância Exploração Florestal

3 Renova Torres Novas Celulose e Papel

4 Mitsubishi Fuso Truck Europe Abrantes Automóvel

5 Lusical Santarém Minerais não Metálicos

6 Transportes BROLIVEIRA Ourém Transportes

7 Caima Energia Constância Energia

8 Silicalia Portugal Abrantes Minerais não Metálicos 9 Rodoviária do Tejo Torres Novas Transportes

10 PEGOP Abrantes Energia

11 Sugalidal Benavente Agro - Indústria

12 DAI Coruche Agro - Indústria

13 ITS Coruche Agro - Pecuária

14 J. Justino das Neves Ourém Minerais Metálicos e não Metálicos 15 Sibelco Portuguesa Rio Maior Minerais não Metálicos

16 Caima Constância Celulose e Papel

17 Arrozeiras Mundiarroz Coruche Agro - Indústria

18 SCA Benavente Comércio

19 Tagusgás Santarém Agua, Electricidade e Gás

20 Robert Bosch Travões Abrantes Automóvel 21 João de Deus & Filhos Benavente Automóvel 22 J. J. Louro Pereira Santarém Mobiliário

23 Rustirigor Golegã Imobiliária

24 ArcelorMittal Cartaxo Metalomecânica

25 Rentaco Benavente Serviço Aluguer

Tabela 9

As 25 melhores empresas de Santarém

Ranking Empresa Concelho Sector

(28)
(29)

A indústria agro-alimentar é reconhecida como o maior sector produtivo da Europa e constitui um sector essencial para o amplo desenvolvi-mento da economia europeia. O sector agro--alimentar oferece não só um potencial de cres-cimento económico para o desenvolvimento das economias locais e regionais, como tam-bém, oportunidades para explorar a riqueza cultural europeia e a sua diversidade gastronó-mica e tradições.

2.1. Caracterização

2.1.1. Enquadramento

O consumidor é hoje mais informado e exigen-te do que no passado e as suas aspirações e desejos cruzam com as suas possibilidades e disponibilidades, o que obriga a uma renova-ção constante e a um ritmo intenso, nem sem-pre fácil de atingir pelo sector.

A esta dinâmica tem-se juntado, nos últimos anos, a competição de economias emergentes, onde a mão-de-obra é mais barata e os custos de produção mais baixos. Incapaz de competir pelo preço com países como a China, a Índia e o Brasil, a indústria alimentar europeia vê-se obrigada a competir pela qualidade, através da criação de produtos de valor acrescentado pelo que, e considerando este enquadramento, as empresas têm plena consciência da necessida-de necessida-de adoptar uma inovação diária a vários níveis, nomeadamente nos produtos, no pro-cesso, no marketing, na organização, nos canais de distribuição, entre outros.

Quando associada à procura de novos merca-dos, a inovação e a internacionalização são

duas das mais comuns e eficientes estratégias para escoar a produção e obter resultados posi-tivos.

A qualidade dos produtos, associada a uma enorme rede de contactos dentro e fora da União Europeia, dá agora os primeiros passos prevendo-se, daqui a alguns anos, importantes ganhos não só ao nível da dimensão do sector como das economias europeias.

E S R

(30)

2.1.2. Dinâmica Empresarial

O sector agro-alimentar é composto por um número muito diversificado de produtos e indústrias, cujo denominador comum reside na transformação de matérias-primas em bens ali-mentares. Este sector integra várias actividades

que vão desde a produção de matérias-primas das várias indústrias, até à comercialização, pas-sando pela transformação. Na Figura 6 encon-tra-se ilustrado o posicionamento da indústria em relação aos restantes intervenientes do sec-tor.

30 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR) Figura 6

Posicionamento industrial do sector agro-alimentar

(31)

Os produtores e as cooperativas constituem o primeiro estádio da cadeia de valor do sector agro-alimentar e são considerados como os mais vulneráveis às influências dos intervenien-tes a jusante da cadeia de valor. Confrontados todos os dias com as especificações da maté-ria-prima, estes intervenientes vêem diaria-mente o preço dos seus produtos definido pelos intervenientes do segundo e terceiro estádios. Os preços apresentam, por essa razão, uma grande volatilidade, o que, quando compara-do com outros sectores, condiciona gravemen-te as decisões de investimento nesgravemen-te estádio. Se o primeiro estádio tem, de alguma forma, sido ignorado ao longo dos últimos anos pelos investidores, o mesmo não pode ser aplicado ao segundo estádio, na medida em que a indústria transformadora tem sabido aproveitar bem as suas especificidades e inovar, dando assim resposta às novas necessidades e expec-tativas do consumidor e do mercado. Nas últi-mas décadas a indústria agro-alimentar sofreu uma verdadeira revolução para conseguir res-ponder aos novos desafios. Até há cerca de 20 anos, a indústria agro-alimentar funcionava num mercado protegido, com pouca

concor-rência e sem grandes exigências de higiene e segurança. Desde então, e especialmente a par-tir dos anos 90, houve necessidade de se adap-tar a um mercado totalmente aberto, investin-do simultaneamente nas suas estruturas pro-dutivas para não só competir com as economias emergentes, como para minimizar os efeitos da sua actividade sobre o ambiente, segurança e higiene, dando cumprimento à legislação cada vez mais exigente e sempre em constante mudança.

Actualmente, a indústria agro-alimentar repre-senta o maior sector industrial, não só em Por-tugal, como na Europa. De acordo com a Fede-ração das Indústrias Portuguesas Agro-Alimen-tares (FIPA), a indústria agro-alimentar portu-guesa apresentou em 2008 um volume de negócios na ordem dos 15.181 milhões de eu -ros, representando 16% do total da indústria transformadora e 7,6% do PIB nacional. Constituída por 10.839 empresas e 111.000 trabalhadores, a indústria agro-alimentar nacio-nal é fortemente regionacio-nalizada, funcionando essencialmente em pólos distritais, em que tan-to fornecedores como consumidores se encon-tram num espaço físico próximo.

E S R

Nº de Empresas 10.839 1,0%

Pessoal ao serviço 111.408 2,9%

Volume de negócios (Milhões €) 15.181 € 4,1%

VAB (Milhões €) 2.822 € 3,3%

Fonte: INE, Estatísticas Territoriais, 2008

Indicador Valor Peso a Nível Nacional

Tabela 10

(32)

Em termos europeus, conforme os dados da CIAA - Confederação das Indústrias Agro-Ali-mentares da União Europeia, a indústria agro-alimentar continua a ser a maior indústria euro-peia, não só em termos de volume de negócios, como em valor acrescentado e em número de trabalhadores. Só neste sector existem 309.700 empresas, das quais 99,1% são PME que geram aproximadamente 48,1% da sua rique-za e são responsáveis por empregar 61,6% dos trabalhadores (4,4 milhões de pessoas). Por outro lado, as grandes empresas representam os cerca de 0,9% do restante do universo das indústrias do sector e representam 51,6% do volume de negócios. Ou seja, o tecido

empre-sarial europeu neste sector é maioritariamente constituído por PME, como acontece natural-mente em Portugal e no Ribatejo em particu-lar.

A indústria agro-alimentar portuguesa é uma indústria constituída por PME com um elevado nível de pulverização onde, porém, a produção está concentrada principalmente num número reduzido de empresas. Em 2008, de acordo com os dados da FIPA, as empresas com menos de 10 trabalhadores do sector correspondiam a cerca de 80% do total, mas representavam apenas 7% do volume de negócios. Só as dez maiores empresas produzem 25% da produção nacional (Tabela 11).

32 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR)

1 10510 Lactogal - Produtos Alimentares, S.A. 707.803.707

2 10860 Nestlé Portugal, S.A. 631.818.996

3 11050 SCC- Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, S.A. 344.355.288 4 10414 Sovena Portugal - Consumer Goods, S.A. 229.176.333

5 10413 Sovena Oil Seeds Portugal, S.A. 225.156.600

6 10510 Danone Portugal, S.A. 198.690.575

7 11072 Refrige - Sociedade Industrial de Refrigerantes, S.A. 189.993.314 8 10320Compal - Companhia Produtora de Conservas Alimentares, S.A.162.432.967

9 11021 Sogrape Vinhos, S.A. 142.702.008

10 10810 Tate & Lyle - Açúcares Portugal, S.A. 116.159.464 Fontte: AEP, http://www.aeportugal.pt/

Posição CAE Empresa Volume Negócios ()

Tabela 11

(33)

Comparando com os 27 estados-membros, Portugal é o 13º maior produtor da União Euro-peia, tendo gerado em 2008 uma produção no valor de aproximadamente 11.000 milhões de euros. A nível europeu, os cinco principais pro-dutores são a França, a Alemanha, a Itália, a Espanha e o Reino Unido, que juntos produzi-ram em 2008 o equivalente a 524.000 milhões de euros que corresponde a 68% da produção da União Europeia.

Complexa e diversificada, esta produção tem em conta três subsectores nomeadamente, Ali-mentar, Bebidas e Tabaco. A Tabela 12 apre-senta alguns indicadores para cada um dos três subsectores a nível nacional.

De acordo com os indicadores apresentados, o subsector das Bebidas é o que apresenta a maior intensidade de mão-de-obra, com uma média de 15 trabalhadores por empresa, sendo também o mais produtivo com um Valor Acres-centado Bruto (VAB) por trabalhador de apro-ximadamente 47 mil euros. No subsector das Bebidas destacam-se três grandes indústrias nomeadamente, vinho, refrigerantes e outras bebidas não alcoólicas e cerveja.

Mais diversificado, e por isso com um maior

número de empresas quando comparado com o subsector das Bebidas (10.076 empresas ver-sus 861 empresas no subsector das Bebidas), o subsector Alimentar apresenta um menor vo-lume de negócios por empresa que o subsector das Bebidas, sendo de destacar dentro do pri-meiro, a indústria dos lacticínios e produtos cár-neos.

Em 2008, a indústria agro-alimentar no Ribate-jo era caracterizada pelos valores a presentados nas Tabelas 13 e 14. E S R 10,28 9,85 14,84 … 1.400.580 1.232.884 3.153.415 … 25.331 22.159 47.261 Indicador Sector Agro-Alimentar Nacional

Alimentar Bebidas Tabaco

Tabela 12

Indicadores do sector agro-alimentar no Ribatejo, por subsectores, em 2008

Nº colaboradores por empresa Volume negócios por empresa () VAB por pessoal ao serviço ()

(34)

Comparando os valores nacionais, verifica-se que, para os mesmos indicadores, os resultados do Ribatejo são, relativamente aos primeiros, superiores.

Com mais colaboradores por empresa que no resto do país, o sector agro-alimentar do Riba-tejo em particular apresenta uma produtividade (VAB) superior à nacional. Desde a produtivida-de ao mercado produtivida-de trabalho, não há dúvida que este é um dos sectores mais importantes da região e sobre a qual a economia local se en -contra sustentada.

Quando comparada com a União Europeia, a produtividade nacional, que inclui o Ribatejo, é muito baixa (Produtividade = 50.500 euros), o que segundo as entrevistas ao sector se deve, em grande parte, às barreiras administrativas e a uma envolvente da fileira ainda bastante complexa.

Realizando para os diferentes subsectores a mesma comparação, verifica-se que as empre-sas do Ribatejo dedicadas ao subsector alimen-tar apresentam, em média, mais trabalhadores por empresa que as empresas nacionais (12 ver-sus 10).

34 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR)

Nº de Empresas 647 13%

Pessoal ao serviço 7.780 32%

Volume de negócios (Milhões €) 1.225 55%

VAB (Milhões €) 198,5 37%

Fonte: INE, Estatísticas Territoriais, 2008

Indicador Valor Peso na Região

Tabela 13

Dados estatísticos para o sector agro-alimentar no Ribatejo em 2008

10,28 10,02 1-400.580€ 1.893.442€ 25.331€ 25.516€ Indicador Agro-Alimentar Nacional Agro-Alimentar Santarém Tabela 14

Dados comparativos do sector agro-alimentar, a nível nacional e do Ribatejo, em 2008

Nº colaboradores por empresa Volume negócios por empresa () VAB por pessoal ao serviço ()

(35)

Observando a proporção de colaboradores ao serviço do subsector Alimentar no Ribatejo (92%) com o mesmo indicador a ní vel nacional (87%), verifica-se que o primeiro é superior em 5%, o que explica a discrepância quanto ao número de colaboradores das áreas analisadas. Com mão-de-obra superior à média nacional, as empresas do subsector Alimentar conse-guem fazer face às encomendas e obter melho-res melho-resultados, o que se traduz num volume de negócios superior ao valor médio nacional (aproximadamente 750 mil euros).

Ao contrário do subsector Alimentar, o subsec-tor das Bebidas no Ribatejo apresenta, em média, menos colaboradores por empresa que a nível nacional. Se aplicada novamente a pro-porção anterior, verifica-se que, para o Ribate-jo, o número de colaboradores do subsector é inferior em 5% ao número de colaboradores determinado para Portugal. Isto significa que existe menor mão-de-obra na região que a nível nacional, o que poderá constituir uma causa, entre outras, para a diferença de 2 milhões de euros no volume de negócios.

Para poderem chegar com os seus produtos até ao consumidor, as indústrias associadas aos

diferentes subsectores recorrem à distribuição -estádio constituído por grandes empresas. A maioria é inclusivamente conhecida do grande público e encontra-se muitas vezes associada a lojas de retalho (quarto estádio) como os Gru-pos Jerónimo Martins, Sonae e Auchan, deten-tores das lojas Pingo Doce, Continente, Mode-lo, Jumbo e Pão de Açúcar. Estas empresas assumem-se, no que toca ao acesso ao produ-to, como o único ponto de contacto entre a indústria e o consumidor final e é, essencial-mente, por este motivo que em relação aos dois estádios anteriores, estas empresas têm maior poder de negociação, sendo na maioria das vezes as responsáveis pela definição dos preços de compra à indústria e venda ao consumidor. Considerado a força motriz do sector, o consu-midor é cada vez mais difícil de satisfazer, dan-do origem a vários segmentos. Enquanto algu-mas empresas apostam claramente no do de especialidade, outras procuram o merca-do de grande consumo. Obviamente estas dife-rentes opções reflectem-se não só em diferen-tes escalas de produção como também nos argumentos de competitividade desenvolvidos. Ainda que as empresas entrevistadas na região

E S R

Fonte: INE, Estatísticas Territoriais, 2008 Nº colaboradores por empresa Volume negócios por empresa () VAB por pessoal ao serviço ()

14,84 3.153.415 47.261 9,85 1.232.884 22.159 9,87 1.005.714 15.982 12,26 1.989.207 26.344

Indicador Alimentar Bebidas Alimentar Bebidas

Tabela 15

Dados comparativos dos diferentes subsectores, a nível nacional e do Ribatejo, em 2008

(36)

se refiram à qualidade do seu produto, torna -se evidente que para as empresas maiores conse-guir preços mais competitivos é uma questão crucial, enquanto que para as empresas mais pequenas é mais importante recorrer a aspectos de diferenciação como (1) a diversidade de oferta, (2) características “especiais” do produ-to e (3) e/ou serviço alargado.

Às empresas entrevistadas foi também requeri-do que identificassem aquelas que julgam ser as dificuldades do sector no Ribatejo. As res-postas obtidas tornam evidente que existem diferentes dificuldades, que podem ter origem em várias causas. Algumas prendem-se com a reduzida dimensão do mercado nacional, com o aumento da concorrência internacional (espe-cialmente proveniente de países próximos como a Espanha e a França, considerados dois dos grandes produtores do sector) e com a actual conjuntura económica e social. Para além destas dificuldades, os entrevistados alertaram ainda para a falta de fiscalização dos produtos, para a falta de mão-de-obra e de competências especializadas, para a legislação em termos de higiene e qualidade que muda diariamente,

aumentando a exigência, para a falta de coo-peração entre os intervenientes locais e para a inexistência de parceiros adequados que aju-dem as empresas durante o processo de comer-cialização.

Apesar de todas estas dificuldades, a mentali-dade das empresas da região tem durante os últimos anos relevado uma grande mudança. Como forma de responder à concorrência nacional e internacional, claramente identifica-das, algumas empresas têm estabelecido par-cerias com entidades externas como universi-dades e associações. Outras, devido à pressão imposta pelo sector, têm apostado na inovação dos produtos. Consciente da necessidade de evoluir, o sector agroalimentar da região en -con tra-se ainda muito atrasado em relação à média do sector europeu, sendo necessário rea-gir e responder on-time aos reptos levantados. Na Tabela 16 encontram-se enumeradas algu-mas dessas entidades que ajudam, diariamen-te, a ultrapassar os desafios do sector, através da divulgação de informação e apoio especiali-zado.

36 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR)

http://www.assimagra.pt/ http://www.anipb.pt/ http://www.apeb.pt/ http://www.ctcv.pt/ http://www.ineti.pt Entidade Website Tabela 16

Entidades relevantes a nível nacional para o sector agro-alimentar

FIPA

Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares ASAE

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica Agência Portuguesa do Ambiente

Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica

(37)

E S R

2.1.3. Inovação e Internacionalização

A inovação continua a ser um desafio para a indústria agro-alimentar, nomeadamente na relação com os principais aspectos económicos, sociais e demográficos e na garantia da com-petitividade da maioria das empresas, através da identificação de oportunidades que estejam de acordo com as políticas e regulamentação da União Europeia, que garantam a segurança alimentar e possibilitem ir ao encontro das necessidades gerais e das expectativas, com-portamentos, padrões de consumo e atitudes específicas dos consumidores.

No sector agro-alimentar, a inovação é possível através da introdução de um novo conceito de produto o qual pode envolver ou não inovação tecnológica, e a inovação tecnológica pode não ter reflexo no produto em si, mas melhorar o processo de produção, tornando-o mais com-petitivo e/ou sustentável.

Um bom exemplo na União Europeia é o cres-cente segmento dos alimentos funcionais, ou

seja, alimentos que para além do seu papel convencional na alimentação, possuem carac-terísticas que os tornam benéficos para deter-minado aspecto da saúde humana ou têm efei-tos de prevenção contra determinadas doen-ças.

Em Portugal, a evolução tecnológica do sector tem passado por uma adopção limitada de novas tecnologias de fabrico nomeadamente, um aumento dos níveis de automatização dos processos, mas com muita margem de desen-volvimento especialmente nas primeiras fases do processo, estando as fases de embalamen-to já bastante auembalamen-tomatizadas, e uma adopção significativa de sistemas de controlo de quali-dade, sobretudo no caso de empresas exporta-doras ou cujos clientes incluem grandes distri-buidores. O desenvolvimento de produtos ver-dadeiramente novos tem sido residual, tendo a vasta maioria sido introduzida no mercado por empresas estrangeiras.

62.412 5.610 2.132

600 128 49

Indicador Portugal Região

Centro Ribatejo

Tabela 17

Despesas e recursos humanos associados à actividade de I&D no sector agro-alimentar, em Portugal, na região Centro e no Ribatejo, em 2008

Despesa em I&D no sector empresas (milhares de euros)

Recursos humanos em actividades de I&D no sector empresas (ETI)

Fonte: GPEARI, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2008 http://www.gpeari.mctes.pt

(38)

ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTORAGRO-ALIMENTAR) 38 |

Com base na informação facultada pelo Obser-vatório da Ciência e do Ensino Superior verifica-se que as empresas agro-alimentares são res-ponsáveis por 5,2% das despesas totais em I&D empresarial em Portugal, com um montante de 6,7 milhões de euros. Destes, 8,32% corres-pondem à região Centro e à região do Alente-jo, onde se localizam os municípios em estudo. Tendo em conta que para o sector agro-ali-mentar o Ribatejo é responsável por 38% do volume de negócios das regiões Centro e Alen-tejo e perante a ausência de indicadores para a

região, procedeu-se a uma estimativa arredon-dada da despesa de I&D no valor de 2.132.000 euros. Da mesma forma estimaram-se 49 recur-sos humanos em Equivalente a Tempo Integral (ETI) no Ribatejo.

No que toca aos dados das candidaturas de empresas do sector agro-alimentar aos sistemas de incentivo existentes em Portugal, pode-se verificar que o Ribatejo não foge à regra já veri-ficada pelos indicadores acima, ou seja, pouca aposta em actividades de I&D e em projectos de inovação.

A nível nacional, o sector apresentou, até Dezembro de 2010, no âmbito do QREN, 29 projectos de I&D, 32 projectos de Inovação e 63 de Qualificação, dos quais apenas 18 per-tencem ao Ribatejo.

Apesar de apontarem, em entrevista, o finan-ciamento como entrave à inovação, o que é facto é que as empresas não recorrem eficaz-mente aos apoios ao financiamento existentes para desenvolver novos produtos. Ao invés dis-so, as empresas sustentam a actividade em

pro-cessos e produtos consolidados, fazendo nes-tes apenas ligeiras modificações, a que desig-nam inovação. É a partir destes produtos, e com base numa gestão eficaz de marcas, que as empresas competem com os seus concorrentes, o que a longo prazo poderá constituir uma pro-blemática face a uma escala global, quando comparada com mercados/nichos nacionais ou até mesmo regionais. É importante realçar que estes sistemas de incentivo contemplam, para além do desenvolvimento de produtos ao nível

Indicador Número de Empresas investimento Elegível () Incentivo () Tabela 18

Financiamento obtido pelas empresas do sector agro-alimentar do Ribatejo através do QREN

SI I&DT 2 1.352.143 827.319

SI Inovação 3 32.944.993 15.177.795

SI Qualificação 13 3.105.768 1.451.782

Total 18 37.402.904 17.456.896

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individual, a oportunidade de estabelecer par-cerias com entidades do SCTN para o mesmo fim. O que é facto é que nem com este incenti-vo se verificaram parcerias ao nível do sector agro-ali mentar no Ribatejo.

A internacionalização tem, nos últimos anos, constituído uma forma de inovar. A internacio-nalização é realizada sobretudo através da exportação, onde se podem criar sinergias entre produtos (os mais competitivos e/o diferencia-dos arrastando consigo outros). Em 2008, os países pertencentes à União Europeia exporta -ram produtos agro-alimentares no valor de cer-ca de 58,2 mil milhões de euros (um aumento de 6,4% se comparado com 2007) e importa -ram 57,1 mil milhões de euros (um aumento de 8,4% se comparado com 2007), resultando numa balança comercial positiva em cerca de 1,1 mil milhões de euros. A União Europeia exporta os seus produtos agro-alimentares para os EUA, que representam 17% (embora o valor tenha caído 9,6% se comparado com 2007), Rússia, Suíça e Japão. Por oposição, as importa-ções de produtos agro-alimentares para a União

Euro peia são oriundas do Brasil, Argentina, EUA e China de onde, entre os países exportadores, é possível notar a presença significativa de eco-nomias emergentes.

No que diz respeito a Portugal, as exportações agro-alimentares portuguesas12, nos primeiros dez meses de 2008, cifraram-se em 2,9 mil mi-lhões de euros, contra a importação de 4,6 mil milhões de euros, o que se traduz num saldo comercial negativo na ordem dos 1,7 mil mi-lhões de euros. Os vinhos, cerveja, leite e natas e azeite são os produtos agro-alimentares por-tugueses mais exportados para os principais mercados externos.

Os números mais recentes sobre comércio externo destacam a Espanha como o maior importador dos produtos agrícolas portugue-ses, representando, entre Janeiro e Outubro, um pouco mais de um terço, cerca de 35%, das vendas totais de Portugal em bens agro-ali-mentares ao exterior. Seguem-se, para o mes-mo período temporal, Angola, com um forte crescimento, França (aumentou 5,2%) e a

Itá-E S R

Subsector Alimentar Subsector das Bebidas Subsector do Tabaco

Tabela 19

Principais destinos de exportação dos produtos agro-alimentares

País Espanha Angola França Brasil Reino Unido 846 175 165 106 92 Angola França Espanha Reino Unido Bélgica 147 108 63 57 42 Itália Espanha França África do Sul Finlândia 126 115 9 6 5 Vendas (Milhões ) País Vendas (Milhões ) País Vendas (Milhões )

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lia (caiu 30%), com o volume de exportações de Portugal para estes dois últimos países a situar -se em 281 e 205 milhões de euros res-pectivamente.

Portugal importa principalmente de Espanha, com valores a totalizar quase os 3 mil milhões de euros (a maioria dos quais são produtos

ali-mentares), que representam cerca de 47% do total das importações. Outros países exporta-dores para Portugal são a França, a Alemanha e os Países Baixos.

Algumas empresas agro-alimentares portugue-sas têm actualmente no mercado africano, entre outros, unidades fabris que permitem

40 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR) satisfazer in loco as necessidades dos clientes.

No que diz respeito às regiões onde se loca li-zam os municípios em estudo, e considerando um período temporal de 2004 a 2008,

verifica--se que as exportações portuguesas relativas às transacções de produtos alimentares13 para as NUTS II Alentejo e Centro cresceram 19,1%, sobretudo devido à região do Alentejo, onde o

Subsector Alimentar Subsector das Bebidas Subsector do Tabaco

Tabela 20

Principais origens de importação dos produtos agro-alimentares

País Espanha França Alemanha Países Baixos Bélgica 2.032 50 282 239 106 Espanha Reino Unido França Alemanha Itália 161 60 27 25 14 Alemanha Reino Unido Espanha Dinamarca Grécia 13 8 3 3 2 Vendas (Milhões ) País Vendas (Milhões ) País Vendas (Milhões )

Fonte: EUROSTAT, http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/external_trade/data/database

2004 2005 2006 2007 2008

Taxa Crescimento (2004-08) Exportações de Produtos Alimentares (milhares €)

Tabela 21

Exportações de Produtos Alimentares das regiões Centro e Alentejo

Centro Alentejo Total 229.556 200.439 259.405 221.228 231.098 0,7% 147.385 158.617 187.377 235.363 234.749 37,2% 376.941 359.056 446.782 456.591 465.846 19,1% Fonte: AICEP, http://www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Estatisticas.aspx

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E S R aumento foi de 37,2%. Quanto às importa-ções, entre 2004 e 2008 cresceram 20,1%, sendo que no Alentejo a taxa de crescimento foi de 15,3% e na região Centro de 22,5%. Se for aplicada a mesma metodologia da ino-vação, é possível constatar que o Ribatejo é res-ponsável por pelo menos 177 mil milhares de euros no que concerne às exportações e por 112 mil milhares de euros no que diz respeito às importações de produtos alimentares - valores correspondentes a 5,1% e a 2,0% das expor-tações e imporexpor-tações nacionais do sector, o que se traduz numa balança comercial positiva.

2.2. Análise SWOT do Sector

A criação de uma estratégia para o sector agro--alimentar no Ribatejo implica uma análise pré-via das capacidades do Sector e das condições que o envolvem, de forma a possibilitar a con-cepção de linhas de acção sustentadas nos seus pontos fortes e coerentes com as tendências de evolução dos mercados nacional e internacio-nal. Analisam-se assim, em seguida, os pontos fortes e fracos do sector na região, bem como as principais ameaças e oportunidades que o envolvem, no âmbito das áreas de actuação consideradas prioritárias.

2004 2005 2006 2007 2008

Taxa Crescimento (2004-08) Exportações de Produtos Alimentares (milhares €)

Tabela 22

Importações de Produtos Alimentares das regiões Centro e Alentejo

Centro Alentejo Total 150.635 131.476 152.392 168.711 194.492 22,5% 85.120 92.785 112.002 136.919 100.491 15,3% 235.755 224.261 264.394 305.630 294.983 20,1% Fonte: AICEP, http://www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Estatisticas.aspx

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42 | E(SSTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

ECTORAGRO-ALIMENTAR)

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E S R Enquadramento

Criada em 1968 por Victório Alves, a Queijo Saloio - Indústria de Lacticínios S.A. deu início à sua actividade na zona de Torres Vedras, fabri-cando pequenas quantidades de queijo regio-nal segundo um método artesaregio-nal e com leite proveniente da exploração agrícola do funda-dor.

Motivado pelo crescimento dos produtos, Vic-tório Alves decide expandir o negócio, tornando mecânico o processo de produção. A em -presa passa então a apresentar uma nova ima-gem e consequentemente um novo posiciona-mento no mercado, o qual, mais tarde, em 2001, é consolidado com a aquisição da Baral - Indústrias Lácteas, S.A.

Caracterização da Empresa

Especialista na produção de queijos, a Queijo Saloio - Indústria de Lacticínios S.A. transforma anualmente 24 milhões litros de leite em 20 milhões de queijos. A empresa, com 170 cola-boradores e 300 produtores de leite, opera actualmente nos seguintes segmentos de mer-cado do queijo: curados, frescos, requeijão, ralados e fundidos, com uma forte presença nos três primeiros.

Conhecida por marcas como a Palhais (queijo de cabra), a Alavão (queijo de vaca e cabra), a Moinho (-50% de gordura) e a Regional (quei-jo de vaca, cabra e ovelha), a empresa é hoje o

número três do mercado total do queijo em Portugal, com uma quota de 6%.

Inovação e Internacionalização

A Queijo Saloio - Indústria de Lacticínios S.A. apresenta-se no mercado como a empresa mais inovadora do sector dos queijos em Portugal. Sob a assinatura “A arte do queijo tradicional”, a Queijo Saloio - Indústria de Lacticínios S.A. consegue conjugar o melhor de dois mundos: a tradição das receitas e sabores, e a qualidade dos seus produtos. Embora presa a estes dois mundos, a empresa aposta claramente na com-ponente inovação de forma a responder, em cada momento, aos desejos e necessidades do consumidor, através da concepção de novos produtos. Em média, são criados por ano 10 novos produtos, com o apoio de algumas das instituições universitárias, nacionais e estran-geiras.

A nova gama de queijos cremosos é mais um exemplo de inovação que alia a conveniência ao prazer dos autênticos queijos tradicionais portugueses. Depois do sucesso das gamas anteriores (Saloio Gourmet, Saloio 2Go), a Queijo Saloio - Indústria de Lacticínios S.A. ofe-rece agora aos seus clientes uma forma prática de comer queijo. A ideia é poupar ao consumi-dor o tempo consumido a cortar e a retirar a casca do queijo, transformando o mesmo num produto cremoso para barrar.

A Queijo Saloio - Indústria de Lacticínios S.A. pretende com esta gama diversificar as ocasiões 2.3. Estudos de Caso

Referências

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