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FATORES QUE INFLUENCIAM A PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES EM FUNCIONÁRIOS DE UMA EMPRESA MULTINACIONAL

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Academic year: 2021

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FATORES QUE INFLUENCIAM A PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS

OSTEOMUSCULARES

EM

FUNCIONÁRIOS

DE

UMA

EMPRESA

MULTINACIONAL

CORREIA, L. A.¹; RIBEIRO, H. S.²; BORGES, G. A. C.³; MADRID, B.4

¹Acadêmico do curso Bacharelado em Educação Física no Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA. Voluntário no PROICT do CEULP/ULBRA. E-mail: lucasallvescorreia@gmail.com.

²Bacharel em Educação Física pelo Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA . Mestrando em Educação Física da Universidade Católica de Brasília.

³Acadêmico do curso de Educação Física no Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA. Bolsista no PROICT do CEULP/ULBRA.

4Doutor em Educação Física, Docente e Coordenador dos cursos de Educação Física Licenciatura e Bacharelado do Centro Universitário

Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA.

RESUMO: A atividade física é amplamente aceita como estratégia fundamental na promoção da

saúde e qualidade de vida das pessoas. Participaram do estudo 26 funcionários. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o Nível de Atividade Física (NAF), percepção de estresse e Distúrbios Osteomusculares (DO) em funcionários de uma empresa multinacional em Palmas-TO. Os instrumentos utilizados foram os seguintes, IPAQ - versão curta; Escala de Percepção de Stress (EPS-10); Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO). Em relação ao NAF, constatou que 23,1% são muito ativos e 30,8% são ativos, já para a percepção de estresse foi obtido 17,3 (±5,4), e tratando-se de DORT foi verificado maiores prevalências nas regiões cervical (50,0%) e região lombar (42,3%).

PALAVRAS CHAVE: atividade física; distúrbios osteomusculares; estresse.

INTRODUÇÃO: Com a industrialização global, mecanização do trabalho agrícola e utilização de

tecnologias e computadores nas empresas, novos problemas de saúde estão surgindo, como, por exemplo: hipertensão arterial, distúrbios no sistema locomotor, doenças respiratórias crônicas (WHO, 1985). Com isso, a World Health Organization (WHO) sugere que todo indivíduo adulto deva alcançar níveis mínimos suficientes de atividade física: 150 minutos de atividade física aeróbia de intensidade moderada ao longo da semana ou 75 minutos de atividade física aeróbia de intensidade vigorosa (WHO, 2010). Nesse sentido, alcançar NAF suficientes também tem importante relação com a redução do risco de morte, visto que não cumprir as recomendações suficientes de atividade física pode se transformar em um fator de risco para a saúde. Por outro lado, atualmente, os trabalhadores têm apresentado altos níveis de estresse, refletindo diretamente sobre o desempenho no trabalho, manifestando-se quando os funcionários têm pouco apoio e suporte vindo dos superiores e colegas, além de alta demanda de trabalho (WHO, 2003). Não obstante, os Distúrbios Osteomusculares também aparecem como fator de diminuição do rendimento no trabalho, devido a alta demanda de trabalho e ambiente desfavorável, impactando diretamente na saúde do trabalhador. Assim, a condição socioeconômica apresenta-se como importante fator relacionado a capacidade de trabalho (AITTOMÄKI; LAHELMA; ROOS, 2003; MARTINEZ; LATORRE, 2006), pois a remuneração advinda do trabalho é elemento essencial relacionado a motivação e a capacidade de executar tarefas (MORIM, 2001; BALASSIANO; SEABRA; LEMOS, 2005). Desta forma o presente estudo tem como objetivo avaliar o Nível de Atividade Física (NAF), percepção de estresse e Distúrbios Osteomusculares (DO) em funcionários de uma empresa multinacional em Palmas-TO.

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MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa caracterizou-se como quali-quantitativa, descritiva e

transversal. A investigação foi realizada com funcionários de uma empresa multinacional do setor de fertilizantes, localizada na cidade de Palmas-TO, durante os meses de fevereiro a março de 2017. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do CEULP/ULBRA (parecer 1.859.738/2017). O estudo teve como população 55 funcionários de uma empresa multinacional, sendo todos convidados, para inclusão foram adotados os seguintes critérios: funcionário registrado na unidade de Palmas-TO, ter 18 anos ou mais e exercer cargo de função administrativa. Como critério de exclusão foi: não concordar em participar, não responde os instrumentos e não ter assinado o TCLE. Na pesquisa, foram disponibilizados quatro questionários validados para coleta de dados. 1°) Questionário Internacional de Atividade Física, versão curta, para avaliar os NAF (MATSUDO, et al., 2002), que permite que permite estimar o gasto calórico em METs de acordo com o tempo gasto em diferentes tipos de AF, de diferentes intensidades (moderado e vigoroso) e em diferentes contextos do cotidiano, tais como; trabalho transporte, tarefas domesticas e lazer. 2°) Escala de Percepção de Estresse (EPS-10) que avaliou os níveis de Estresse Percebido (EP), sendo este um questionário composto por 10 perguntas onde o entrevistado responde de acordo com a sua percepção, o que permite verificar em que grau as situações da vida são percebidas como fatores estressores (REIS, et al., 2010). 3°) Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), composto por duas partes, sendo a primeira para avaliar os distúrbios osteomusculares (DO) quanto à ocorrência de sintomas nas diversas regiões anatômicas, devendo considerar os últimos doze meses, já a segunda parte traz perguntas de múltiplas escolhas relacionadas aos fatores que influenciam na prevalência de Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) (PINHEIRO; TROCCÓLI; DE CARVALHO, 2012). 4°) Questionário Socioeconômico que aborda perguntas sobre itens do domicilio para efeito de classificação socioeconômica, além de saneamento básico, infraestrutura e grau de instrução do chefe da família (ABEP, 2016). Para análise estatística foi realizada a tabulação dos dados em planilha no programa Microsoft Excel, posteriormente foram submetidos às análises estatísticas descritivas por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 22.0, sendo realizado teste de normalidade de Shapiro-Wilks. Para análise de correlação entre as principais variáveis medidas foi utilizado o teste de correlação de Spearman.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As variáveis quantitativas do estudo (Estresse, classificação

socioeconômica e NAF) são descritas na Tabela 1. Tratando-se do estresse percebido os participantes apresentaram escores médios de 17,3 (±5,4). Sendo que, pelo instrumento utilizado quanto mais próxima a pontuação estiver de 40 maior é a percepção do estresse, e quanto mais próximo de zero menor é a percepção do estresse.

Tabela 1 – Análise descritiva das variáveis (n=26)

Variável Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

Estresse 7,0 29,0 17,3 5,4

Classificação Socioeconômica 19,0 51,0 32,3 7,7

MET 0,0 6597,0 1787,5 1936,6

MET = Metabolic Equivalent of Task (Estimativa do equivalente metabólico)

Quanto aos NAF, destaca-se que 53,9% dos participantes apresentaram níveis suficientes de prática de atividade física, conforme tabela 2.

Tabela 2 – Níveis de Atividade Física (NAF)

Classificação n %

Muito Ativos 6 23,1

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Insuficientemente Ativos 8 30,8

Sedentários 4 15,4

Conforme observa-se na tabela 3, destaca-se a região lombar com o maior porcentual de participantes que relataram “sempre” sentir dor, desconforto ou formigamento (19,2%) e, também 30,8% relataram que com frequência sentem os sintomas na mesma região. A região do pescoço/cervical também apresentou alta prevalência dos que relataram sentir dor “com frequência” (46,1%), valor próximo dos relatados também para ombros (34,6%) e região dorsal (38,5%).

Tabela 3 – Análise da prevalência de Distúrbios Osteomusculares (DO)

Local Não Raramente Com Frequência Sempre

N % N % n % n % Pescoço/cervical 3 11,5 10 38,5 12 46,1 1 3,8 Ombros 5 19,2 10 38,5 9 34,6 2 7,7 Braços 12 46,6 14 53,8 0 0,0 0 0,0 Cotovelos 19 73,0 6 23,0 1 3,8 0 0,0 Antebraços 19 73,0 6 23,0 1 3,8 0 0,0 Punhos/mãos/dedos 12 46,1 6 23,1 6 23,1 2 7,7 Região dorsal 11 42,3 4 15,4 10 38,5 1 3,8 Região lombar 6 23,1 7 26,9 8 30,8 5 19,2 Quadril/membros inferiores 14 53,8 6 23,1 6 23,1 0 0,0

O QNSO nos permite avaliar qual relação o participante considera que os DO relatados anteriormente (Tabela 2) tem com a atividade laboral. Com isso, foi observado que a região do pescoço/cervical é a que tem maior relação (50,0%), seguida pela região lombar (42,3%), o que pode se confirmar com os dados da Tabela 2, que trazem essas regiões como maiores prevalentes de dor.

Tabela 4 – Relação dos sintomas osteomusculares com o trabalho (DORT).

Local n % Pescoço/cervical 13 50,0 Ombros 3 11,5 Braços 4 15,4 Cotovelos 1 3,8 Antebraços 2 7,7 Punhos/mãos/dedos 7 26,9 Região dorsal 7 26,9 Região lombar 11 42,3 Quadril/membros inferiores 4 15,4

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Reis et al. (2005) relatam em um estudo com professores universitários na região Sul do Brasil que o nível de estresse percebido foi de 17,1 (±7,37), valor muito próximo ao aqui encontrado e considerado baixo em comparação à outros estudos (HAIDER; MASROOR, 2017). Um dos fatores que pode ter levado ao baixo nível de estresse percebido é devido a idade média da amostra 29 anos (±5,2), valor também abaixo de outros estudos (VIANA et al., 2010; CACCIARI; HADDAD; DALMAS, 2016). Por outro lado, em estudo realizado por Petroski et al. (2005) onde foram avaliados professores universitários, obteve-se NAF de sedentários em 8,2% (n=30), 32,3% (n=118) insuficientemente ativos, 45,3% (n=166) ativos e 14,2% (n=52) muito ativos, destacando que 59,5% da amostra apresenta níveis ideais para a prática de atividade física, valor correlato ao encontrado no presente estudo (53,9%). Por outro lado, em documento apresentado por (BERNARD et al., 1997), 35 estudos apresentaram prevalência de DORT na região pescoço/cervical acima de 70%, enquanto 3 tiveram menos que 70%, sendo discutido como uma região que se deve dar atenção devida à alta prevalência. No presente trabalho, 50% dos participantes relataram DORT na mesma região. Tratando-se de DORT na região lombar, Merisalu et al. (2011) verificaram em trabalhadores de escritório a prevalência de DORT na região lombar, tendo como resultado 42%, valor similar ao encontrado neste estudo (42,2%), destacando a especificidade do trabalho com a utilização de computadores aliada à alta jornada de trabalho.

CONCLUSÃO: Concluímos através do presente estudo que indivíduos mais ativos, com melhor

condição socioeconômica e menor estresse percebido apresentaram uma menor tendência para prevalência de distúrbios osteomusculares. Ainda, das variáveis analisadas, somente as características socioeconômicas e estresse percebido se correlacionaram significativamente. Com isso, sugere-se que a adoção de um programa de ginástica laboral, associado a um programa de valorização quanto a remuneração dos funcionários pode ser uma importante estratégia para a manutenção da saúde dos trabalhadores. Levando em consideração a escassez de estudos regionais/nacionais com o público em questão.

REFERÊNCIAS:

AITTOMÄKI, Akseli; LAHELMA, Eero; ROOS, Eva. Work conditions and socioeconomic inequalities in work ability. Scandinavian journal of work, environment & health, p. 159-165, 2003.

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério Brasil 2015 e atualização da distribuição de classes para 2016

BALASSIANO, Moisés; SEABRA, Alexandre Alves de; LEMOS, Ana Heloisa. Escolaridade, salários e empregabilidade: tem razão a teoria do capital humano? Revista de Administração

Contemporânea, v. 9, n. 4, p. 31-52, 2005.

BERNARD, Bruce P. et al. Musculoskeletal disorders and workplace factors: A Critical Review of Epidemiologic Evidence for Work-Related Musculoskeletal Disorders of the Neck, Upper Extremity, and Low Back. National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), 1997.

CACCIARI, Pâmella; HADDAD, Maria do Carmo Lourenço; DALMAS, José Carlos. Worker stress level with functional rearrangement and readaptation in a public state university. Texto &

Contexto-Enfermagem, v. 25, n. 2, 2016.

HAIDER, Ali; MASROOR, Uzma. Perceived stress among nurses of psychiatric ward patients with and without suicidal behavior. International Journal of Advanced Nursing Studies, v. 6, n. 1, p. 7-10, 2017.

MARTINEZ, Maria Carmen; LATORRE, Maria do Rosário. Health and work ability among office workers. Revista de Saúde Pública, v. 40, n. 5, p. 851-858, 2006.

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MATSUDO, Sandra Mahecha et al. Nível de atividade física da população do Estado de São Paulo: análise de acordo com o gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição geográfica e de

conhecimento. Rev Bras Ciênc Mov, v. 10, n. 4, p. 41-50, 2002.

MERISALU, Eda et al. Prevalence of musculoskeletal disorders among office workers, nurses and caregivers in Estonia. Occupational and Environmental Medicine, v. 68, n. Suppl 1, p. A70-A70, 2011.

MORIN, Estelle M. Os sentidos do trabalho. Revista de administração de empresas, v. 41, n. 3, p. 08-19, 2001.

PETROSKI, Elio Carlos et al. Qualidade de vida no trabalho e suas relações com estresse, nível de atividade física e risco coronariano de professores universitários. Repositório Institucional da UFSC, 2005.

PINHEIRO, Fernanda Amaral; TRÓCCOLI, Bartholomeu Torres; DE CARVALHO, Cláudio Viveiros. Validação do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares como medida de morbidade. Revista de Saúde Pública, v. 36, n. 3, p. 307-312, 2002.

REIS, Rodrigo Siqueira et al. Comportamentos de risco à saúde e percepção de estresse em professores universitários das IFES do Sul do Brasil. Repositório Institucional da UFSC, 2005. REIS, Rodrigo Siqueira; HINO, Adriano Akira Ferreira; AÑEZ, Ciro Romélio Rodriguez. Perceived Stress Scale reliability and validity study in Brazil. Journal of Health Psychology, v. 15, n. 1, p. 107-114, 2010.

VIANA, da Silveira Maick et al. Nível de atividade física, estresse e saúde em bancários. Motricidade, v. 6, n. 1, p. 19-32, 2010.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global recommendations on physical activity for health. 2010 WORLD HEALTH ORGANIZATION. Identification and control of work-related diseases. Geneva: The Organization; 1985. Technical Report Series No. 714

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