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Responsabilidade civil do estado por prisão ilegal.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO

CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

DULCÉIA MARIA DOS SANTOS ASSIS

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR PRISÃO ILEGAL

SOUSA - PB

2006

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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR PRISÃO ILEGAL

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Jurídicas e Sociais do CCJS

da Universidade Federal de Campina

Grande, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharela em

Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientador: Professor Dr. Jardel de Freitas Soares.

SOUSA - PB

2006

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DULCEIA M A R I A DOS S A N T O S A S S I S

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR PRISAO ILEGAL

BANCA EXAMINADORA

Prof. Esp. Jardel de Freitas Soares

Prof

3

. Maria de Lourdes Mesquita

Prof. Dr. Robson Antao de Medeiros

Sousa-PB 2006

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partiram de repente antes de ver concluido o sonho que c o m u n g a m o s juntos e sem que eu tivesse tempo de dar o ultimo abrago. Nao houve jeito, nao houve tempo, infelizmente. Mas onde quer que estejam, aceitem esta sincera h o m e n a g e m .

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Aos meus estimados pais, Pedro (In memoria) e Rita, por terem sido, durante toda essa caminhada, o meu porto seguro, onde eu sempre pude encontrar o conforto necessario e as mais sabias solucoes para os problemas surgidos.

Ao meu noivo Rivelino (in memoria), por ter contribuldo para que esse sonho se tornasse realidade, compreendendo as horas de cansago e me incentivando a enfrentar os obstaculos, tendo m e a m a d o m e s m o quando eu menos merecia, pois sabia que era quando eu mais precisava.

Aos meus irmaos, que sao as pessoas que fazem sorrir meu coragao.

A o s meus amigos e m especial a Marcia, por terem me ajudado a superar o momento mais dificil de minha vida, escutando minhas angustias e lamentagoes e acima de tudo por terem me feito acreditar que ainda era possivel sonhar.

Ao meu orientador Jardel de Freitas Soares, por ter entendido as minhas limitagoes e fazer desse trabalho uma pratica prazerosa. A minha eterna gratidao.

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RESUMO

Esse trabalho cientffico tern como objeto central a responsabilidade civil do Estado em face de prisao ilegal tendo e m vista a grande repercussao e importancia do tema para o mundo juridico. Essa pesquisa aprofunda o estudo sobre a responsabilidade civil do Estado enfocando a indenizacao do dano sofrido pelo particular, decorrente de conduta lesiva praticada pelo ente estatal, especificamente por parte de um dos seus poderes, qual seja, o Poder Judiciario, na decretagao e manutengao de prisao ilegal que se da atraves das prisoes cautelares proferidas sem observancia dos requisitos minimos erigidos por Lei. No primeiro capitulo elencamos as teorias da responsabilidade civil do Estado e dispusemos a cerca da evolugao da responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. Merecendo destaque e m face do atual regime Democratico de Direito que impoe ao Estado a obrigatoriedade de tambem se submeter ao ordenamento juridico, que prima pela obediencia ao direito de igualdade e o principio da legalidade. Em seguida, no segundo capitulo e delineado, o perfil da pena no ordenamento juridico brasileiro, destacando a protegao constitucional ao direito de liberdade, bem como as formas de prisoes admitidas no direito patrio e as exigencias para sua decretagao. Ao final, o terceiro capitulo se constitui no estudo da indenizagao do dano sofrido pelo particular, decorrente de conduta lesiva praticada pelo ente estatal, procurando basicamente comprovar se ao Estado compete arcar com o onus indenizatorio e m face da indevida restrigao a liberdade de locomogao. A analise se realizou por meio de pesquisas bibliografica e jurisprudencial.

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ABSTRACT

That scientific work has as central object the civil responsibility of the State in face of illegal prison tends in view the great repercussion and importance of the theme for the juridical world. That research deepens the study about the civil responsibility of the State focusing the compensation of the suffered d a m a g e for the matter, due to harmful conduct practiced by the state being, specifically on the part of one of your powers, which is, the Judiciary Power, in the diacritical and maintenance of illegal prison that he/she feels through the prisons catenaries uttered without observance of the minimum requirements erected by Law. In the first chapter elencamos the theories of the civil responsibility of the state and we disposed the about of the evolution of the civil responsibility of the State in the Brazilian right. Deserving prominence in face of the current Democratic regime of Right that imposes to the State the compulsory nature of also to submit to the juridical ordainment, that excels for the obedience to the right of equality and the beginning of the legality. Soon after, in the second chapter it is delineated, the profile of the feather in the Brazilian juridical ordainment, detaching the constitutional protection to the right of freedom, as well as the forms of prisons admitted in the right patriot and the d e m a n d s for your diacritical. At the end, the third chapter is constituted in the study of the compensation of the suffered d a m a g e by the matter, due to harmful conduct practiced by the state being, trying basically to be proven to the State competes to arch with the obligation indenizatorio in face of the improper restriction to the locomotion freedom. The analysis took place through bibliographical research and jurisprudencial.

l . i

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I N T R O D U Q A O 08 CAPITULO 1- DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 11

1.1 Teoria da Irresponsabilidade Civil 12

1.2 Teorias Subjetivistas 13 1.3 Teorias Objetivistas 15 1.4 Responsabilidade Civil no Direito Brasileiro 17

C A P I T U L O 2 - DA PRISAO 21 2.1 Especies 21 2.1.1 Prisao - Pena 22 2.1.2 Prisao - Processual 25 2.1.3 Prisao-.Extrapenal 37 2.2 Prisao Ilegal 39 C A P I T U L O 3 - R E S P O N S A B I L I D A D E CIVIL DO E S T A D O P O R PRISAO ILEGAL 43 3.1 Responsabilidade do Estado por atos jurisdicionais 44

3.2 Responsabilidade do Estado Face a Prisao Ilegal 47

3.3 O Dano e a Indenizagao Devida 50 3.4 Da Polemica do quantum indenizatorio 54

C O N C L U S A O 61 REFERENCES , 63

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I N T R O D U Q A O

O presente trabalho tem o finco de tratar a cerca da Responsabilidade Civil do Estado decorrente da prisao ilegal. Essa e uma tematica que se constitui atualmente, e m preocupagao constante, que transcende as fronteiras de u m Estado isoladamente e passa a inserir-se no contexto de questoes a serem resolvidas e m nivel nacional.

A liberdade do individuo como direito inalienavel, oponivel ate contra aquele que detem o direito de punir, ou seja, o proprio Estado, sempre foi objeto de garantia constitucional, inobstante o Estado, como detentor do ius puniendi possa restringir a liberdade individual e o direito de locomogao, atraves da prisao, haja vista que cabe-lhe, o dever de manter a paz social e garantir a ordem publica.

Sendo a liberdade u m dos direitos fundamentals do ser humano, foi esta elevada ao patamar de garantia constitucional, reconhecendo-se a preservagao do direito de locomogao, atribuindo-se, entretanto, a legislagao ordinaria processual penal, prever as hipoteses e m que tal direito de locomogao seja coibido ou restringido provisoriamente por meio de prisao.

Entretanto, se o Estado abusa na atividade de limitagao da liberdade, deve ressarcir a vitima do excesso ou arbitrariedade, tal como ocorre nas obrigagoes de indenizar decorrentes de atos praticados por particulares.

A responsabilidade civil do Estado e a obrigagao que Ihe i n c u m b e de reparar e c o n o m i c a m e n t e os d a n o s lesivos a esfera j u r i d i c a m e n t e garantida de o u t r e m e que Ihe s e j a m imputaveis e m decorrencia de c o m p o r t a m e n t o s unilaterais, licitos ou ilicitos, comissivos ou o m i s s i v o s , materials ou juridicos. A n c o r a d a na simples relagao d e c a u s a e efeito entre o c o m p o r t a m e n t o administrative e o evento d a n o s o .

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responsabilizado por qualquer lesao ao direito de a l g u e m , j a que na c o n c e p g a o absolutista, o Estado nao estava na m e s m a relacao q u e as p e s s o a s fisicas e j u r i d i c a s . P a s s o u , posteriormente, para a fase da responsabilidade civilista, q u a n d o

da d i s c u s s a o sobre a conceituagao de atos de imperio e de g e s t a o , onde c o m e c o u a ser firmada a responsabilidade da administragao publica por danos provenientes de atos de g e s t a o , no caso de culpa ou dolo do agente publico. C o m o e v o l u c a o da teoria da responsabilidade civilista, passa-se para a f a s e da culpa administrativa. Esta teoria inova p r o f u n d a m e n t e , pois se passa para a responsabilidade do Estado i n d e p e n d e n t e m e n t e da falta do agente publico, q u a n d o originaria d a Administragao, pelo m a u f u n c i o n a m e n t o do servigo publico ou pela sua inexistencia, cuja decorrencia deve ser c o n c r e t a m e n t e avaliada e analisada. Esta fase marca a transigao para a atual fase d a responsabilidade objetiva do Estado. E indiferente que o servigo publico tenha f u n c i o n a d o bem ou m a l , de f o r m a regular ou irregular. Neste tipo de responsabilidade nao ha necessidade de apreciagao do dolo ou culpa. E a c h a m a d a teoria do risco, porquanto tern c o m o p r e s s u p o s t o de que a atuagao do poder publico envolve u m risco de d a n o , que Ihe e insito.

O F u n d a m e n t o atual da responsabilidade do Estado encontra-se a m p a r a d o na Constituigao Federativa art. 37, § 6°, que d i s p o e : ' " A s p e s s o a s juridicas de direito publico e as de direito privado prestadoras de servigos publicos responderao pelos d a n o s que s e u s a g e n t e s , nessa qualidade, c a u s a r e m a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsavel nos casos de dolo ou culpa." C o n s a g r a n d a n d o a teoria da responsabilidade objetiva, na m o d a l i d a d e do risco administrativo.

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d a s f u n g o e s , causar prejuizos aos particulares, caso e m que e m e r g e a sua obrigagao, por forca de lei de r e c o m p o r as lesoes patrimoniais decorrentes de sua a c a o ou o m i s s a o motivadora do d a n o .

No primeiro capitulo e l e n c a m o s as teorias d a responsabilidade civil do estado e d i s p u s e m o s a cerca d a evolucao da responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. M e r e c e n d o d e s t a q u e e m face do atual regime Democratico de Direito que i m p o e ao Estado a obrigatoriedade de t a m b e m se s u b m e t e r ao o r d e n a m e n t o juridico, que prima pela obediencia ao direito de igualdade e o principio da

legalidade.

E m s e g u i d a , no s e g u n d o capitulo e d e l i n e a d o , o perfil da pena no o r d e n a m e n t o juridico brasileiro, d e s t a c a n d o a protecao constitucional ao direito de liberdade, b e m c o m o as f o r m a s de prisoes admitidas no direito patrio e as exigencias para sua decretagao.

A o final, o terceiro capitulo se constitui no estudo da indenizagao do dano sofrido pelo particular, decorrente de c o n d u t a lesiva praticada pelo ente estatal, procurando b a s i c a m e n t e c o m p r o v a r se ao Estado c o m p e t e arcar c o m o onus indenizatorio e m f a c e da indevida restrigao a liberdade de l o c o m o g a o . A analise se realizou por meio de pesquisa bibliografica.

Desta f o r m a , os objetivos desta atividade de pesquisa residem na p r e o c u p a g a o d e m o n s t r a d a c o m a decretagao de prisoes ilegais, pratica usual e m nosso cotidiano, o que caracteriza o desrespeito ao status libertatis do cidadao, a l e m de violar o principio da dignidade da pessoa h u m a n a , f u n d a m e n t o da Constituigao Federal de 1988, tudo c o m o intuito de c o m p r o v a r a obrigatoriedade que o Estado tern de arcar c o m o o n u s indenizatorio e m face d a prisao efetivada de f o r m a ilegal.

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C A P I T U L O 1 DA R E S P O N S A B I L I D A D E CIVIL DO E S T A D O

O Estado e n q u a n t o pessoa juridica se responsabiliza patrimonialmente por atos praticados m e d i a n t e a atuacao de p e s s o a s fisicas que a j a m na condigao de s e u s a g e n t e s , d e s e m p e n h a n d o fungoes relativas ao f u n c i o n a m e n t o do aparelho estatal. Esta responsabilidade extracontratual do Estado f u n d a m e n t a - s e , no principio da isonomia, e encontra-se r e g u l a m e n t a d a pela Constituigao Federal de 1988, e m seu art. 3 7 , § 6°.

C o n s o a n t e M E I R E L L E S (2002, p.617) a responsabilidade civil do Estado pode ser definida c o m o :

Responsabilidade civil da Administragao e, pois, a que impoe a Fazenda Publica a obrigagao de compor o dano causado a terceiros por agentes publicos, no desempenho de suas atribuigoes ou a pretexto de exerce-las.

Entretanto, o nascimento do Estado m o d e r n o nao trouxe de pronto, c o m o se poderia ter imaginado, a responsabilidade estatal por atos decorrentes d a s suas f u n g o e s . A o contrario, a teoria do direito divino d o s reis, impossibilitava qualquer tentativa de responsabiliza-lo, pois o rei, d e s i g n a d o por D e u s , era infalivel.

Hoje p o d e m o s dizer q u e a responsabilidade civil do Estado e aceita de f o r m a universal, o n d e o Estado tern de recompor o patrimonio d i m i n u i d o e m razao de seus atos. A Administragao Publica viveu f a s e s distintas, s e g u n d o Dl P I E T R O (2004, p. 548):

A regra adotada, por muito tempo, foi a da irresponsabilidade; caminhou-se, depois, para a responsabilidade subjetiva, vinculada a culpa, ainda hoje aceita em varias hipoteses; evoluindo-se, posteriormente, para a teoria da responsabilidade objetiva, aplicavel, no entanto, diante de requisitos variaveis de um sistema para outro,

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12 de acordo com normas impostas pelo direito positive

P a r e c e - n o s util examinar, sua trajetoria e a s s i m analisar as diversas teorias surgidas a respeito.

1.1 Teoria da Irresponsabilidade Civil

Essa teoria foi adotada na e p o c a dos Estados absolutos e repousava na ideia de s o b e r a n i a , o n d e o e n t e n d i m e n t o era de que o Estado nao tinha obrigagao de indenizar os prejuizos que seus a g e n t e s , nessa condigao, c a u s a s s e m aos administrados, havia o e n t e n d i m e n t o de q u e , e m n e n h u m c a s o , sob os mais variados f u n d a m e n t o s , o Estado deveria reparar u m prejuizo, derivado de agao ou o m i s s a o s u a , sofrido p o r t e r c e i r o .

Este f u n d a m e n t o encontrava-se descrito nos principios orientadores dos Estados absolutistas, o n d e imaginava-se ser o Estado a personificagao da nagao e por isso, non suitability (nao d e m a n d a v e l ) e The King can do no wrong (o rei nao pode errar), nao Ihe c a b e n d o por sua vez o d e v e r de reparar d a n o s c a u s a d o s por seus a g e n t e s , ou seja, qualquer responsabilidade atribulda ao Estado significaria coloca-lo no nivel do sudito, e m desrespeito a sua s o b e r a n i a .

O principio desta teoria era o de que os a g e n t e s do Estado, q u a n d o f a l t a v a m ao dever ou v i o l a v a m a lei seriam p e s s o a l m e n t e responsaveis pelo d a n o , mas j a m a i s o Estado. O particular, desta feita, nao ficava totalmente desprotegido

porquanto provada a culpa ou o dolo do agente este responderia individualmente pelo d a n o c a u s a d o .

C o m o r e c o n h e c i m e n t o d o s direitos d o s individuos perante o Estado e, c o m a difusao da ideia de s u b m i s s a o do Estado ao Direito, a teoria da irresponsabilidade

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do Estado esta totalmente s u p e r a d a , visto que os dois ultimos p a i s e s que a s u s t e n t a v a m , que e r a m a Inglaterra e os Estados Unidos, p a s s a r a m a admitir que d e m a n d a s indenizatorias, provocadas por atos de a g e n t e s publicos p o s s a m ser dirigidas d i r e t a m e n t e contra a administragao e m b o r a a Inglaterra ainda a adote e m relagao ao Rei e a alguns de seus funcionarios.

1.2 T e o r i a s Civilistas

Historicamente pode se afirmar que a base da responsabilidade civilista foi no final do seculo XIX, a p o s a revolugao industrial, c u m p r e ressaltar que o advento das revolugoes b u r g u e s a s e do Estado de Direito nao foi, c o m o e m principio se poderia supor, razao d a imediata aceitagao da responsabilizagao civil do Estado. A aplicagao pratica da teoria d a separagao d o s poderes obstaculizava sua efetivagao, sob a excusativa de que a c o n d e n a g a o da Administragao por parte do Poder Judiciario significaria u m a intromissao indevida deste na orbita de a u t o n o m i a do Executivo, o que era inadmissivel.

O inicio da responsabilidade do Estado s o m e n t e foi possivel a p o s o d e s e n v o l v i m e n t o de u m a teoria que p r o p u g n a v a agir o Estado e m d u a s diferentes r o u p a g e n s , ora c o m o pessoa publica, ora c o m o pessoa civil. S e p a r o u - s e , entao, a atividade do Estado e m atos de imperio e atos de gestao, para obriga-lo a reparar os d a n o s c a u s a d o s no d e s e m p e n h o destes ultimos e m relagao aos servigos publicos, por se e n t e n d e r que nestes casos a sua atuagao a s s e m e l h a v a - s e a d o s cidadaos c o m u n s . A partir d a distingao destes dois tipos de atuagao foi possivel ao Estado adentrar a seara civil, e n q u a n t o empresario, e passou a ser viavel a sua responsabilizagao quanto a atitudes e m p r e e n d i d a s dentro desta s e g u n d a acepgao.

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14 E m relagao as d e m a i s , p e r m a n e c i a a sua i m u n i d a d e , fruto de sua soberania e de seu p o d e r d e imperio.

T o d a v i a , esta situagao ainda se apresentava muito d e s v a n t a j o s a para o individuo, que muitas v e z e s ficava irressarcido ante a impossibilidade de se distinguir entre as d u a s e s p e c i e s de atos e m seu caso c o n c r e t e u m a vez que f r e q u e n t e m e n t e se entrelagavam a m b o s os tipos e m u m a m e s m a situagao.

C o n s o a n t e preleciona Dl P I E T R O (2004, p. 550):

Embora abandonada a distingao entre atos de imperio e de gestao, muitos autores continuaram apegados a doutrina civilista, aceitando a responsabilidade do Estado desde que demonstrada a culpa. Procurava-se equiparar a responsabilidade do Estado a do patrao, ou comitente, pelos atos dos empregados ou prepostos. Era a teoria

da culpa civil ou da responsabilidade subjetiva.(grifo do autor)

Desta f o r m a , a responsabilidade do estado passou a ser direta, atendidas as provas d a existencia do d a n o , da c o n d u t a culposa por parte de u m funcionario d e t e r m i n a d o e do nexo de causalidade entre o d a n o e a c o n d u t a .

C o m base nos fatos, o p e r i o d o de responsabilidade civilistica, e m que o Estado se encontrava e m posigao de igualdade f a c e ao particular, pode ser dividido e m dois principals m o m e n t o s : o d a culpa provada e o d a culpa presumida. O n d e e m u m primeiro m o m e n t o , a responsabilidade estatal a s s e m e l h o u - s e a do preponente pelo ato do preposto, s e n d o indispensavel a d e m o n s t r a g a o da culpabilidade do funcionario publico para deduzir-se a responsabilidade d a entidade publica, sendo q u e , aos poucos a teoria da responsabilidade civil do Estado evoluiu dessa c o n c e p g a o individual, para a prevalencia da constatagao do d a n o sobre a prova da culpa.

S e n d o a s s i m , a t e s e da teoria d a irresponsabilidade do Estado ficou s u p e r a d a , p a s s a n d o - s e a admitir a responsabilidade civil do Estado. Entendia-se

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q u e a culpa da administragao derivava d a circunstancia de seus a g e n t e s ostentarem a qualidade de prepostos. O Estado passa a r e s p o n d e r de m o d o indireto pelos atos de seus funcionarios.

1.3 T e o r i a s Publicistas

S e g u i n d o a evolugao das teses acerca da responsabilidade civil do estado, a teoria da responsabilidade objetiva do Estado e a s s i m c h a m a d a por prescindir de apreciagao dos e l e m e n t o s subjetivos (dolo e c u l p a ) , e t a m b e m c h a m a d a de teoria do risco, p o r q u e parte d a ideia de que a atuagao estatal e n v o l v e risco de d a n o , que Ihe e inerente.

Foi a partir do caso Blanco e m 1873 que surgiram as teorias publicistas da responsabilidade do Estado, que c o m p r e e n d e m a teoria da culpa do servigo ou culpa administrativa e teoria do risco.

Atraves d a teoria da culpa do servigo, passou-se a considerava a falta do servigo (seu m a u f u n c i o n a m e n t o , nao f u n c i o n a m e n t o ou f u n c i o n a m e n t o tardio) c o m o c a u s a de incidencia da responsabilidade do Estado i n d e p e n d e n t e d a conduta de qualquer funcionario. A culpa a ser a p u r a d a p a s s o u , do funcionario para a administragao.

Ja a teoria do risco administrativo representou passo decisivo na doutrina da responsabilidade estatal. A adogao desta teoria, ora a mais d i v u l g a d a , entende que basta que se prove que o d a n o sofrido decorreu da atividade publica, ainda que esta nao tenha exorbitado sua esfera de ingerencia. O particular tern a p e n a s de d e m o n s t r a r o nexo de c a u s a l i d a d e entre o ato da Administragao e o d a n o , e que para este nao contribuiu c o m atitude culposa.

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16 C o n f o r m e se extrai do p e n s a m e n t o de Dl P I E T R O (2004, p. 551):

Essa doutrina baseia-se no principio da igualdade dos onus e encargos sociais: assim como os beneficios decorrentes da atuagao estatal repartem-se por todos, tambem os prejuizos por alguns membros da sociedade devem ser repartidos.

Na m e s m a esteira de raciocinio, a autora c o m e n t a que nesta teoria, a ideia de culpa e substituida pela de n e x o de c a u s a l i d a d e (grifo da autora) entre o f u n c i o n a m e n t o do servigo publico e o prejuizo sofrido pelo administrado. E indiferente que o servigo publico tenha f u n c i o n a d o bem ou m a l , de f o r m a regular ou irregular.

Desta f o r m a , a responsabilidade civil do Estado por atos comissivos ou omissivos de s e u s a g e n t e s , e de natureza objetiva, ou seja, d i s p e n s a a c o m p r o v a g a o de culpa. Para que se configure a responsabilidade objetiva do ente publico, basta a prova d a o m i s s a o e do fato d a n o s o e que deste resulte o dano material ou moral e que o responsavel pelo ato revista-se d a qualidade de funcionario da Administragao Publica, a d e m a i s e f u n d a m e n t a l , entretanto, que haja o

nexo c a u s a l , isto e, u m a relagao de c a u s a e efeito entre a c o n d u t a do a g e n t e e o d a n o que se pretende r e p a r a r . L e m b r a n d o que a d i s p e n s a de c o m p r o v a g a o de culpa d a Administragao pelo administrado nao quer dizer que aquela esteja proibida de c o m p r o v a r a culpa total ou parcial da v i t i m a , para excluir ou a t e n u a r a indenizagao. Verificado o dolo ou a culpa do a g e n t e , cabe a f a z e n d a publica acionar

regressivamente para recuperar deste, tudo aquilo que d e s p e n d e u c o m a indenizagao da v i t i m a .

Outra teoria bastante discutida e a teoria do risco integral, o n d e preceitua que existe responsabilidade civil do estado e m qualquer c a s o , se presentes o d a n o ao particular e a c a u s a por agente ligado ao m e s m o . A s s i m , nao seriam consideradas

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quaisquer e x c l u d e n t e s de responsabilidade, tais c o m o o caso fortuito, a forca maior, a culpa exclusiva ou concorrente da v i t i m a , a culpa exclusiva de terceiro, entre outros. Portanto, s e g u n d o essa teoria, a Administragao r e s p o n d e invariavelmente pelo d a n o suportado por terceiro, ainda que decorrente de culpa exclusiva deste, ou ate m e s m o de dolo. E a e x a c e r b a c a o da teoria do risco administrativo.

Entretanto a doutrina majoritaria nao faz distincao do risco integral e o risco administrativo, e m e s m o os que o f a z e m a d m i t e m as causas excludentes da responsabilidade na teoria do risco integral. Concluindo-se que as divergencias sao terminologicas q u a n t o a maneira de designar as teorias, p r e v a l e c e n d o a c o n c o r d a n c i a e m que se trata de responsabilidade objetiva e que a l g u m a s circunstancias e x c l u e m ou d i m i n u e m a responsabilidade do Estado.

1.4 R e s p o n s a b i l i d a d e Civil do Estado no Direito Brasileiro

A s constituicoes de 1824 (Art. 179) e de 1891 (Art. 8 2 ) , ja previam a responsabilizagao d o s funcionarios publicos por a b u s o s e o m i s s o e s no exercicio de s e u s cargos. M a s a responsabilidade era do funcionario, v i n g a n d o ate a i , a teoria da irresponsabilidade do Estado.

A t e a promulgagao do Codigo Civil Brasileiro de 1916, leis ordinarias previam a responsabilidade solidaria do Estado e m caso de o m i s s a o ou a b u s o praticado por funcionario. A partir d a q u e l e d i p l o m a , a teoria que i m p e r o u no o r d e n a m e n t o juridico patrio foi a de que o Estado respondia por t o d o ato culposo a d v i n d o de servigo por ele prestado ou de agao de agente seu no exercicio de sua fungao, a base legal para a sua sustentagao residia no artigo 15 do C o d i g o Civil brasileiro de 1916:

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18 As pessoas juridicas de direito publico sao civilmente responsaveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo contrario ao direito ou faltando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra os causadores do dano.

O artigo a c i m a citado subordinava o d e v e r do Estado de ressarcir os d a n o s c a u s a d o s por s e u s agentes a c o m p r o v a g a o de t e r e m procedido de f o r m a contraria ao direito, ou seja, de t e r e m praticado u m ato ilicito. Esta teoria evoluiu atraves da jurisprudencia para permitir o direito de requerer indenizagao nao obstante a nao d e m o n s t r a g a o de culpa do a g e n t e c a u s a d o r do d a n o , bastando c o m p r o v a r a culpa do servigo.

Para essa teoria, tendo e m vista que o a g e n t e administrativo age e m n o m e do Estado, e u m a vez que toda pessoa juridica procede atraves de s e u s o r g a o s , e responsavel pelos d a n o s por estes c a u s a d o s , c h e g a n d o - s e desta f o r m a , a c o n c e p g a o da responsabilidade direta do Estado atraves da teoria da responsabilidade civil subjetiva, s e n d o necessaria a configuragao de dolo ou culpa d o a g e n t e para a responsabilizagao civil do Estado, a s s i m s e n d o , bastava estar c o m p r o v a d a a responsabilidade por falta do servigo, falha do servigo ou culpa do servigo.

A doutrina subjetiva foi perdendo espago c o m o a d v e n t o da teoria objetiva, entretanto, a t u a l m e n t e , no que se refere ao d a n o por c o m p o r t a m e n t o omissivo, a responsabilidade de pessoa juridica de direito publico e subjetiva, porquanto s u p o e dolo ou culpa e m suas m o d a l i d a d e s negligencia, imprudencia ou impericia, e m b o r a possa tratar-se de culpa nao individualizavel na pessoa d e tal ou qual funcionario, m a s atribuida ao servigo estatal g e n e r i c a m e n t e .

A s Constituigoes de 1934 e 1937 a d o t a r a m a sistematica anterior ao Codigo da responsabilidade solidaria, o n d e o lesado podia m o v e r agao contra o Estado ou

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contra o servidor, ou contra a m b o s . S o m e n t e a partir da Constituigao de 1946, a teoria da responsabilidade objetiva foi a d o t a d a no Brasil, c o m a possibilidade de agao regressiva contra o servidor no caso de culpa. Note-se que, a partir da Constituigao de 1967 h o u v e u m a l a r g a m e n t o na responsabilizagao d a s pessoas juridicas de direito publico por atos de seus servidores. Saiu a palavra interno,

p a s s a n d o a alcangar tanto as entidades politicas nacionais, c o m o as estrangeiras. Esse a l a r g a m e n t o ampliou-se c o m a Constituigao de 1988, que estendeu a responsabilidade civil objetiva as p e s s o a s juridicas de direito privado, prestadoras de servigos publicos, aos servigos nao essenciais, por c o n c e s s a o , permissao ou autorizagao.

A responsabilidade acolhida no dispositivo constitucional atual e objetiva quanto ao Estado. A s s i m , o c o r r e n d o d a n o , prescinde-se do dolo ou culpa, bastando ficar p r o v a d o o nexo de causalidade entre e s s e d a n o e a c o n d u t a estatal. T o d a v i a , relativamente ao funcionario e subjetiva, ainda que c o n s a g r e o texto constitucional a responsabilidade objetiva, nao ha c o m o se verificar a a d e q u a b i l i d a d e da imputagao ao Estado na hipotese de o m i s s a o , a nao ser a subjetiva.

A teoria do risco administrativo tern suporte no o r d e n a m e n t o juridico patrio, no artigo 3 7 , §6°, da Constituigao Federal de 1988.

As pessoas juridicas de direito publico e as de direito privado prestadoras de servigo publico responderao pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso nos casos de culpa ou dolo.

C o m este f u n d a m e n t o p o d e m o s dizer que o' Estado brasileiro e m qualquer das suas tres esferas - Federal, Estadual ou Municipal - e responsavel i n d e p e n d e n t e m e n t e de c o m p r o v a g a o de culpa, pelos d a n o s c a u s a d o s por seus a g e n t e s administrativos a p a r t i c u l a r s , ai incluidos os funcionarios de qualquer

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entidade estatal e seus d e s m e m b r a m e n t o s . Resta a p e n a s observar que, para que haja o prejuizo, e necessario que nao tenha contribuido de f o r m a culposa a v i t i m a , q u a n d o sera a responsabilidade mitigada (culpa concorrente), ou afastada (culpa exclusiva da v i t i m a ) .

M E I R E L L E S (2002, p.623) destaca que:

A atual Constituigao Federal usou acertadamente o vocabulo

agente, no sentido generico de servidor publico, abrangendo, para

fins de responsabilidade civil, todas as pessoas incumbidas da realizagao de algum servigo publico em carater permanente ou transitorio, sendo essencial que o agente da Administragao haja praticado o ato ou omissao administrativa no exercicio de suas atribuigoes ou a pretexto de exerce-las.

Muito discutido pela nossa doutrina patria e o fato de q u e c o m o a nossa Constituigao Federal nao disciplina a questao d a s e x c l u d e n t e s de responsabilidade, c o m o , por e x e m p l o , o caso fortuito, poderia ter a d o t a d o a teoria do risco integral. P o r e m e de b o m alvitre mencionar que esta d i s c u s s a o a c a d e m i c a nao gerou g r a n d e repercussao, ficando, todavia, certo de que o nosso sistema j u r i d i c o nao adotou no c a m p o d a responsabilidade civil do Estado esta teoria, e sim a do risco administrativo.

V a l e c o m e n t a r , por f i m , que, e m caso de debilidade do f u n c i o n a m e n t o do servigo publico, nao e necessario invocar a teoria do risco, por restar caracterizada a culpa do servigo publico. A s s i m , o Estado sera responsabilizado pela ma prestagao, pela nao prestagao ou pela prestagao tardia do servigo publico.

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C A P I T U L O 2 D A P R I S A O

A sangao penal pode ser definida c o m o a reprimenda a u m a c o n d u t a , previamente c o n d e n a d a pelo o r d e n a m e n t o juridico, m e d i a n t e a p r o m e s s a de restricao de u m direito. Para M I R A B E T E (1998, p.356) "a sangao penal consiste na perda ou privagao de exercicio de direito relativo a u m objeto juridico". Desta f o r m a , a prisao, e m sentido j u r i d i c o , e a privagao d a liberdade d e l o c o m o g a o , ou seja, do direito de ir e vir, por motivo ilicito ou por o r d e m legal.

A prisao, por ser medida e x t r e m a contra o estado de liberdade do individuo, direito universalmente garantido, s o m e n t e se admite q u a n d o d e t e r m i n a d a por o r d e m legal e e m a n a d a de autoridade c o m p e t e n t e e respeitado o devido processo legal.

N u m autentico estado de direito, nos quais as liberdades individuals d e v e m ser respeitadas, a prisao de qualquer individuo antes que seja proferido j u l g a m e n t o definitivo (transito e m j u l g a d o ) , s o m e n t e se justifica por razoes de n e c e s s i d a d e e m manter-se a o r d e m e seguranga da s o c i e d a d e e m detrimento d a liberdade individual, e d e v e ter por finalidade a efetividade do processo.

2.1 Especies

No Direito brasileiro existem especies distintas de prisao. T e m o s a prisao-pena (prisao-penal), a prisao processual e a prisao extraprisao-penal. A prisao prisao-penal e claramente repressiva, se d a q u a n d o a p o s o transito e m j u l g a d o e proferida u m a sentenga c o n d e n a t o r i a e m que se impoe u m a pena privativa de liberdade.

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22 A prisao processual de natureza cautelar, cuja finalidade e resguardar a efetividade dos fins da p e r s e c u c a o criminal, caracteriza-se pela provisoriedade, incluindo a prisao e m flagrante (arts. 301 a 310 C P P ) , a prisao preventiva (arts.311 a 316 C P P ) , a prisao resultante de pronuncia (arts. 282 e 4 0 8 , inc. I do C P P ) , a prisao resultante de sentenga penal condenatoria (art. 3 9 3 , inc. I) e a prisao temporaria (lei 7 9 6 0 / 8 9 ) .

Ja a prisao extrapenal inclui a prisao civil que e a d e c r e t a d a e m casos de d e v e d o r de alimentos e de depositario infiel, unicas, na esfera do Direito civil permitida pela constituigao (art 5°, LXVII). A prisao administrativa, que apos a constituigao de 1988 so pode ser decretada por autoridade judiciaria, e prevista pelo artigo 3 1 9 , inc. I do C P P e leis especiais. P o r f i m , existe a prisao disciplinar permitida na propria constituigao para as transgressoes militares, crimes propriamente militares (art 5°, LXI e 142, § 2 ) .

S e g u n d o o nosso codigo de processo penal, c o m excegao do flagrante delito, a prisao s o m e n t e podera efetuar-se nos casos d e t e r m i n a d o s e m lei e mediante o r d e m escrita de autoridade c o m p e t e n t e . Esta o r d e m escrita livra o cidadao de arbitrios e e x c e s s o s c o m e t i d o s por parte de a g e n t e s do Estado.

2.1.1 Prisao-pena

Prisao pena e a prisao definitiva f u n d a d a no c u m p r i m e n t o de u m a sentenga penal c o n d e n a t o r i a , transitada e m j u l g a d o , oriunda de processo crime. Tern ela carater v e r d a d e i r a m e n t e repressor, punitivo, sancionador, a p a r e c e n d o no o r d e n a m e n t o j u r i d i c o brasileiro sob varias f o r m a s , que pode ser de reclusao, detengao e prisao simples.

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A prisao resultante de sentenga condenatoria transitada e m j u l g a d o e imposta atraves de u m processo criminal no qual, d e v e ser e f e t u a d o sob a egide dos principios constitucionais do devido processo legal, d a presungao d a inocencia e do contraditorio e a m p l a d e f e s a , sob pena e nulidade do processo d e s d e o inicio, por manifesto c e r c e a m e n t o de d e f e s a .

O julgador, ao c o n d e n a r o reu, d e v e f u n d a m e n t a r sua d e c i s a o , nao p o d e n d o levar e m conta m e r a m e n t e indicios, m a s provas serias e robustas produzidas no processo.

A o final, se e s g o t a d a s t o d a s as possibilidades de modificagao do destino do processo, c o m as vias recursais d e v i d a m e n t e ultrapassadas, o Estado d e v e , por sua vez, cumprir seu papel perante a s o c i e d a d e , c o m a imposigao da devida execugao d a pena por ele m e s m o imposta.

Neste d i a p a s a o cite-se o conceito de prisao-pena e l a b o r a d o pelo ilustre d o u t r i n a d o r Q U I R I N O (1999, p. 22):

A prisao-pena e, portanto, a restrigao da liberdade individual em razao da aplicagao de uma pena ou sangao definitiva ao infrator da lei penal, decorrente do legitimo exercicio do direito punitivo do Estado e que tern como premissa maior a protegao da sociedade, livrando-a dos maus cidadaos transgressores da norma penal, e num segundo piano, sempre que possivel, tentar a reintegragao desses cidadaos a vida social.

Dentro da evolugao d a sangao penal, a prisao s o m e n t e surgiu c o m o pena e m m e a d o s do seculo XVIII, pois e m b o r a se e n c o n t r e m registros d e s d e a Antiguidade da existencia do e n c a r c e r a m e n t o , e s s e s e m p r e foi a d o t a d o c o m u m sentido custodial.

Na Idade Media t a m b e m nao se viu a prisao c o m o carater de p e n a . Nesse m o m e n t o historico, perpetuou-se a prisao custodial c o m o f o r m a de guardar os c o n d e n a d o s ate o m o m e n t o d a ostentagao da sua punigao, n o r m a l m e n t e

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24 a m p u t a g o e s , mutilacoes e q u e i m a d u r a s , ocorridas a ceu aberto, c o m o f o r m a de espetaculo para u m publico fiel.

No entanto, j a na Idade Media, havia a prisao destinada a detencao temporaria ou perpetua de inimigos de Estado, alem da prisao eclesiastica, cujo s u r g i m e n t o era propicio para u m a e p o c a e m q u e a religiosidade se manifestava de f o r m a e x a c e r b a d a .

C o m a afirmacao do catolicismo, s e u s preceitos se e s t e n d e r a m a religiosos e leigos e g r a d a t i v a m e n t e f o r m a r a m o corpo juridico da Igreja Catolica, c o m i n a n d o c o m o s u r g i m e n t o do direito c a n o n i c o , cuja contribuicao se deu pela a d o c a o dos principios humanitarios na aplicacao da p e n a , a qual era dado o sentido de corregao e reabilitagao do delinquente.

Durante a Idade M o d e r n a , e m f a c e do d e s e n v o l v i m e n t o das c i d a d e s , a crescente criminalidade e ante a impossibilidade de se dizimar toda u m a populagao de delinquentes, a autoridade do direito penal viu-se o b r i g a d a a limitar os casos de adogao da pena de morte. Essa conjuntura social permitiu o s u r g i m e n t o das casas de corregao, nas quais se pretendiam reformar o infrator, n o t a d a m e n t e , atraves de u m regime de disciplina e trabalho. Outro a n t e c e d e n t e na M o d e r n i d a d e da pena de prisao foi a pena d a s gales, na qual os criminosos e r a m c o n d e n a d o s a cumprir a pena de trabalhos forgados e m e m b a r c a g o e s de velas, r e m a n d o sob a coergao de castigos corporais.

A d e m a i s , outra raiz do surgimento da privagao da liberdade c o m o pena se encontra no contratualismo do seculo XVIII. O contrato social, se violado, mereceria u m a sangao, entretanto, c o m o a s o c i e d a d e d a q u e l e t e m p o nao dispunha de g r a n d e s riquezas, decidiu-se privar o individuo daquilo que Ihe era mais precioso, sobretudo no lluminismo: a liberdade.

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T o d a v i a , para muitos doutrinadores o s u r g i m e n t o da pena de prisao teria ocorrido muito m e n o s motivado por ideais reformadores e mais c o m o reflexos do capitalismo. Para u m a e p o c a e m que nao se admitia o d e s p e r d i c i o de m a o de obra, as prisoes celulares, nas quais se i m p u n h a m trabalhos forgados, t o r n a r a m - s e uma o t i m a proposta de via punitiva.

2.1.2 Prisao processual

Por prisao processual e n t e n d e - s e toda a f o r m a de prisao provisoria ou cautelar e m sentido a m p l o , assim considerada e m razao de recair sobre o individuo m e s m o s e m que haja sentenga definitiva.

E revestida de carater precario, por nao ser definitiva, p o d e n d o ser d e c r e t a d a ou c a s s a d a a qualquer t e m p o , no curso da fase informativa ou d a instrugao p r o c e s s u a l .

Sua decretagao nao deflui de c o n d e n a g a o e tern c o m o finalidade resguardar o p r o c e s s o de c o n h e c i m e n t o , pois, e m alguns c a s o s , se esta m e d i d a nao for adotada, privando a s s i m o individuo d e sua liberdade m e s m o s e m u m a sentenga definitiva, q u a n d o esta for proferida, ja nao sera possivel a aplicagao d a lei penal.

Tern, pois, a natureza d a prisao provisoria, carater de urgencia e n e c e s s i d a d e , que serve de instrumento para se atingir o fim e s p e r a d o pelo processo de c o n h e c i m e n t o , ou seja, a satisfagao d a pretensao.

E aquela prisao anterior a c o n d e n a g a o e que consiste e m u m a limitagao mais ou m e n o s intensa d a liberdade fisica de u m a p e s s o a , por u m a finalidade processual penal. Pode ser considerada c o m o u m a e s p e c i e de autodefesa do proprio o r d e n a m e n t o juridico, ante o perigo de que seja burlado.

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26 Saliente-se q u e , a prisao provisoria ou cautelar nao pode ser vista c o m o u m r e c o n h e c i m e n t o antecipado da culpa, pois o j u i z o que se faz, ao decreta-la, e de periculosidade e nao de culpabilidade.

A o se verificar a decretagao da medida cautelar, s e m que se e x p o n h a , f u n d a m e n t a d a m e n t e , a justa causa para tal, estara se c o m e t e n d o u m a coagao ilegal, s e g u n d o o artigo 6 4 8 , inc. I, do Codigo de P r o c e s s o Penal.

Isso significa que o instituto da prisao cautelar, considerada a fungao processual que Ihe e inerente nao pode ser utilizado c o m o objetivo de p r o m o v e r a antecipagao satisfativa da pretensao punitiva do E s t a d o , pois, se a s s i m fosse licito entender, subverter-se-ia a finalidade da prisao preventiva, d a i resultando grave c o m p r o m e t i m e n t o do principio da liberdade. A o contrario, constitui instrumento destinado a atuar e m beneficio da atividade desenvolvida no processo penal.

C o n f o r m e preleciona o r e n o m a d o processualista C A P E Z (2005, p. 2 2 9 ) :

Trata-se de prisao de natureza puramente processual, de natureza cautelar, destinada a assegurar o bom desempenho da investigagao criminal, do processo penal ou da execugao da pena, ou ainda a impedir que, solto, o sujeito continue praticando delitos. Depende do preenchimento do periculum in mora e do fumus boni iuris.

Por c o n s e g u i n t e , verifica-se u m j u i z o de probabilidade, ou seja, se houver probabilidade de c o n d e n a g a o , e o interesse social a s s i m requerer, a providencia cautelar podera ser d e c r e t a d a a n t e c i p a d a m e n t e .

De a c o r d o c o m o e n t e n d i m e n t o de Q U I R I N O ( 1 9 9 9 , p. 2 3 ) :

Para evitar abusos e arbitrariedades, a mais autorizada doutrina reconhece principios informadores concernentes as medidas de cautela adotadas no processo penal, que devem ser observados pelos operadores do Direito, principalmente para aferir a necessidade de restrigao da liberdade de locomogao por meio da prisao provisoria.

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Principio da legalidade: o principio da legalidade determina que as

medidas de cautela impostas ao individuo somente podem ser aquelas previstas expressamente pela lei e devem possuir pressupostos de cabimento proprios, nao podendo a liberdade pessoal do individuo ser restringida ou limitada por outro meio.

Principio da adequagao e proporcionalidade: segundo esse

principio, as medidas de cautela adotadas para garantir a efetividade do processo penal devem ser adequadas ao caso concreto e proporcionais a gravidade do crime e a pena que possivelmente possa ser aplicada ao mesmo. Para atender a esse principio o legislador deve colocar a disposicao do magistrado tantas medidas de cautela quanto sejam possiveis, para que, em razao da gravidade do crime e a situagao de fato possa haver um elenco maior de medidas, aplicando-se aquela que melhor seja adequada ao caso concreto, ao mesmo tempo em que seja uma garantia da efetividade do processo penal, restrinja o menos possivel a liberdade pessoal do individuo.

Principio da precariedade: segundo o preceito deste principio, as

medidas de cautela sao sempre precarias (notadamente quanto a prisao provisoria), em razao do principio da presungao de inocencia que nao admite a antecipagao do cumprimento de pena privativa de liberdade antes do transito em julgado de sentenga penal condenatoria, pois tal antecipagao representaria uma inversao de valores (por pressupor a presungao de culpa do individuo).

Principio da subsidiariedade: o enunciado desse principio informa

que essa especie de custodia |deve ser de carater subsidiario, somente aplicando-se em casos nos quais outras medidas de cautela sejam inadequadas e ineficientes em face da presenga de algumas condigoes, a saber: a gravidade do crime praticado; a pena a este cominada; os obstaculos causados pelo agente do fato delituoso para a efetividade do processo penal; o perigo de grave perturbagao da ordem publica ou continuagao da atividade criminosa. Decorre naturalmente deste principio tambem o principio

da necessidade, segundo o qual as prisoes processuais somente se

efetivam se o caso concreto determinar a sua real necessidade.

Para qualquer u m a das m o d a l i d a d e s de prisao provisoria, e necessario a o b s e r v a n c i a do devido processo legal por exigencia indeclinavel do art. 5°, inc. LIV, da Constituigao da Republica, s e g u n d o o qual " n i n g u e m sera privado d a liberdade ou de s e u s bens s e m o devido processo legal". Deste m o d o , a decretagao da prisao provisoria, seja qual for a e s p e c i e e i n d e p e n d e n t e m e n t e do m o m e n t o processual e m que e d e c r e t a d a , ate m e s m o antes do processo, devera atender nao s o m e n t e aos pressupostos legais, mas t a m b e m aos requisitos processuais da autoridade c o m p e t e n t e e o r d e m escrita e f u n d a m e n t a d a . s o b pena de ser i m e d i a t a m e n t e

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28 relaxada pela autoridade judiciaria c o m p e t e n t e (artigo 5°., inc. L X V , d a Constituigao Federal), ou ter sua decretagao r e v o g a d a , a l e m da garantia do remedio constitucional do habeas corpus, nos casos e m que a l g u e m sofrer ou se achar a m e a g a d o de sofrer violencia ou coagao e m sua liberdade de locomogao por ilegalidade ou a b u s o de poder (artigo 5°., inc. L X V I I I , da Constituigao Federal).

A t u a l m e n t e t e m o s cinco especies de prisao cautelar, quais s e j a m : a) a decorrente de flagrante; b) a preventiva; c ) a t e m p o r a r i a ; d) por sentenga de pronuncia, e e) por sentenga pena condenatoria recorrivel, as quais p a s s a r e m o s a ver a d i a n t e , analisando s e u s pressupostos e eficacia.

A) O flagrante

Prisao e m flagrante e a prisao provisoria efetuada q u a n d o a infragao penal esta o c o r r e n d o ou acaba de ocorrer, q u a n d o o delito esta f l a m a n d o , q u e i m a n d o . E o que se d e n o m i n a de estado de flagrancia.

A prisao e m flagrante esta prevista nos artigos 301 a 3 1 0 , do Codigo de P r o c e s s o Penal. E u m ato administrativo, no e n t e n d i m e n t o d o artigo 3 0 1 , C P P , revestindo-se c o m o u m a medida acautelatoria de natureza processual que d i s p e n s a o r d e m escrita e tern previsao e x p r e s s a na Carta Politica d e 1988 e m seu artigo 5°, inc. L X I .

A prisao e m flagrante e a unica excegao a n e c e s s i d a d e de o r d e m escrita e f u n d a m e n t a d a l de juiz c o m p e t e n t e . Da m e s m a f o r m a , t a m b e m e unica prisao que pode ser e x e c u t a d a por qualquer do povo. T a n t o a s s i m e que preleciona o artigo 310 do C P P que qualquer do povo podera e as autoridades policias e s e u s a g e n t e s

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por certo que p o d e r a o popular e m p r e g a r a forga necessaria, dentro d o s limites d a lei, pois atua no exercicio regular de u m direito.

M I R A B E T E (1998, p.367) envoca que sao tres o s estados de flagrancia que autorizam a prisao:

a)o flagrante proprio, que ocorre quando o agente esta cometendo a infragao ou acaba de comete-la; b) o flagrante improprio ou quase-flagrante, que se da quando o agente e perseguido logo apos o ilicito, em situagao que se faga presumir ser ele o autor da infragao; e, c) o flagrante presumido, que e aquele em que o agente e encontrado logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papeis que fagam presumir ser ele o autor da infragao.

Fala-se, ainda, e m flagrantes preparados e e s p e r a d o s . A primeira f o r m a tern sido identificada c o m as situagoes nas quais existe a indugao do agente ao delito, o s t e n t a n d o , portando, carater de ilegalidade. M a s diversa e a situagao do flagrante e s p e r a d o , no qual inexiste a figura do agente provocador, ou seja, a atividade d a s autoridades reside e m colocar-se e m posigao de vigilancia, nao h a v e n d o atuagao positiva na cadeia causal. Por outras palavras, a agao e s o m e n t e m o n i t o r a d a , s e m interferencia direta da autoridade policial.

O flagrante nao pode ser revogado, revogar e retirar o c o m a n d o , e na prisao e m flagrante nao ha u m c o m a n d o , u m a decisao anterior, ja que ela decorre do fato e m si. A o receber o flagrante, o juiz o h o m o l o g a ou n a o , e no s e g u n d o caso t e m o s u m r e l a x a m e n t o da prisao, pois a ilegalidade da constrigao enseja o seu relaxamento.

M a s se o flagrante e h o m o l o g a d o , ou seja, se e afastado o relaxamento, cabe, entao, analisar se a hipotese e de liberdade provisoria ou n a o . A t u a l m e n t e , c o n s o a n t e a redagao do artigo 310, paragrafo unico, do C P P , a m a n u t e n g a o d a

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30 prisao s o m e n t e ocorrera se e s t i v e r e m presentes os requisitos d a prisao preventiva ou se houver v e d a g a o legal a liberdade provisoria.

B) Prisao Preventiva

A prisao preventiva, c o m previsao nos artigos 311 a 3 1 6 d o Codigo de P r o c e s s o Penal, e medida c a b i v e l , por d e s p a c h o f u n d a m e n t a d o da autoridade judiciaria, e m qualquer fase do inquerito policial ou da a c a o penal, antes de transitar e m j u l g a d o a sentenga penal condenatoria, p o d e n d o ser d e c r e t a d a de oficio pelo Juiz ou a pedido do Ministerio Publico, do querelante ou por representagao da autoridade policial.

So sera admitida a decretagao da prisao preventiva nos c a s o s e x p r e s s o s no artigo 3 1 3 do C o d i g o de Processo Penal, ou seja, nos crimes dolosos: a) punidos c o m reclusao; b) punidos c o m detengao, q u a n d o o indiciado e vadio ou existe duvida sobre a sua identidade; e, c) se o reu tiver sido c o n d e n a d o por outro crime doloso, c o m sentenga transitada e m j u l g a d o , salvo a hipotese descrita no paragrafo unico do artigo 4 6 do Codigo Penal.

Entretanto, e m se d e p a r a n d o o Juiz c o m u m a das hipoteses a c i m a m e n c i o n a d a s , ainda assim devera analisar o caso c o n c r e t o , u m a v e z que a prisao preventiva so e cabivel e m casos excepcionais.

V a l e lembrar que a representagao da autoridade policial nao difere do requerimento do Ministerio Publico. A m b o s d e v e m e x p o r os fatos, enquadra-los dentro d o s permissivos legais, declinando as razoes d a custodia e f o r m u l a n d o seu pedido. A particularidade reside no fato de que a representagao da autoridade policial e remetida ao Ministerio Publico para parecer previo.

(32)

Para decretagao da prisao mister a presenga de dois requisitos basilares, dentre outros. Ha necessidade de prova d a existencia do delito e indicios suficientes de autoria (artigo 312 do C P P ) .

Devera haver, portanto, prova segura de que ocorreu fato apto a caracterizar crime, ficando sua exata c o m p r o v a g a o , sob crivo do contraditorio, e qualificagao p o s t e r g a d a para f a s e seguinte.

Ja q u a n t o a autoria, b a s t a m indicios, significa dizer, fatos provados s u m a r i a m e n t e , ou c o n h e c i d o s , que indiretamente a p o n t e m para o a c u s a d o . E evidente q u e fica u m largo c a m p o dentro do qual o j u l g a d o r pode transitar a fim de c o n s i d e r a r ou nao presentes indicios suficientes de autoria. T o d a a cautela e r e c o m e n d a d a portanto, pois trata-se da liberdade de u m a pessoa que ainda nao pode ser c o n s i d e r a d a c u l p a d a .

A l e m da presenga destes requisitos basicos, d e v e m estar presentes os f u n d a m e n t o s da custodia que sao referidos t a m b e m no artigo 312 do C P P . Sao eles: garantia da o r d e m publica ou o r d e m e c o n o m i c a , conveniencia d a instrugao criminal ou para assegurar a aplicagao da lei penal.

M a s ha, ainda outros requisitos, estes previstos no artigo 3 1 3 do C P P , c o n f o r m e e x p o s t o a n t e r i o r m e n t e , o n d e e m regra, s o m e n t e os delitos a p e n a d o s c o m reclusao a d m i t e m a prisao preventiva. Por e x c e g a o , os delitos a p e n a d o s c o m pena de detengao a a d m i t e m q u a n d o o a c u s a d o e vadio e ha duvida sobre sua identificagao, nao f o r n e c e n d o elementos para seu e s c l a r e c i m e n t o .

A s s i m , c o m o ocorre c o m a prisao e m flagrante, a prisao preventiva e incompativel c o m a presenga d a s excludentes da ilicitude, c o n f o r m e o artigo 3 1 4 do C P P .

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32 A prisao preventiva podera ser relaxada, se ilegal, ou r e v o g a d a , se houver alteracao da situagao fatica.

C) Prisao T e m p o r a r i a

A prisao t e m p o r a r i a e u m a m o d a l i d a d e de custodia cautelar que tern f u n d a m e n t o na Lei n° 7.960/89. Trata-se de u m a m o d a l i d a d e de custodia q u e e exclusiva d a fase inquisitorial, e tern por p r e s s u p o s t o a existencia de u m p r o c e d i m e n t o de inquerito policial, c o n s o a n t e se d e p r e e n d e do artigo 1°, inc. I, da referida lei.

A prisao temporaria e mais u m a especie de prisao provisoria ou cautelar. E u m a medida acautelatoria, restringe a liberdade de locomogao por t e m p o d e t e r m i n a d o e tern c o m o objetivo facilitar as investigagoes a respeito de d e t e r m i n a d o s c r i m e s , d u r a n t e o inquerito policial. A s s i m , p o d e m o s dizer q u e a prisao provisoria decorre de norma processual de carater instrumental.

E certo que a prisao temporaria s o m e n t e pode ser d e c r e t a d a pelo juiz, nao pode ser d e c r e t a d a de oficio, c a r e c e n d o representagao da autoridade policial ou r e q u e r i m e n t o do Ministerio Publico, ao contrario da prisao preventiva. T a m b e m esta limitada a u m requisito t e m p o r a l , no caso 5 dias, no m a x i m o , prorrogavel, e m caso de n e c e s s i d a d e f u n d a m e n t a d a , por igual prazo. C o m excegao da lei dos crimes hediondos que estabelece u m prazo de trinta dias (artigo 2°, § 3° da citada lei), p o d e n d o ser igualmente prorrogado por igual p e r i o d o , e m casos de extrema n e c e s s i d a d e . Este prazo s o m e n t e se conta a partir da execugao da o r d e m , ou seja, a partir da prisao, pois sao prazos de duragao m a x i m a da custodia.

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O artigo 1° d a Lei n. 7.960/89 e taxativo ao e n u m e r a r as situacoes e m que pode ser d e c r e t a d a a prisao temporaria, quais s e j a m : q u a n d o imprescindivel para as investigagoes do Inquerito Policial; q u a n d o o indiciado nao tiver residencia fixa ou ainda nao fornecer os e l e m e n t o s necessarios para o esclarecimento de sua identidade; q u a n d o houver f u n d a d a s razoes, de a c o r d o c o m qualquer prova l e g a l m e n t e admitida, que a p o n t e o indiciado c o m o autor ou participe de homicidio doloso, sequestra ou carcere privado, roubo, extorsao, extorsao m e d i a n t e s e q u e s t r a , estupro, atentado violento ao pudor, rapto violento, e p i d e m i a c o m resultado morte, e n v e n e n a m e n t o de agua potavel ou substancia alimenticia ou medicinal qualificado pela morte, quadrilha ou b a n d o , g e n o c i d i o , trafico de drogas e crimes contra o Sistema Financeiro.

C A P E Z (2005, p. 2 4 8 ) , e n t e n d e que:

Para a decretagao da prisao temporaria, o agente deve ser apontado como suspeito ou indiciado por um dos crimes constantes da enumeragao legal, e, alem disso, deve estar presente pelo menos um dos outros dois requisitos, evidenciadores do periculum

in mora. Sem a presenga de um destes dois requisitos ou fora do rol

taxativo da lei, nao se admitira a prisao provisoria.

A prisao temporaria podera ser relaxada ou r e v o g a d a . O r e l a x a m e n t o se destina aos casos de ilegalidade, inclusive de falta notoria d o s p r e s s u p o s t o s , pois a prisao realizada s e m os requisitos formais ou materiais e ilegal. A revogagao, ao reves, destina-se aos casos de alteragao da situagao fatica que f a g a m d e s a p a r e c e r os motivos e n s e j a d o r e s da prisao.

E) Prisao decorrente de pronuncia

O p r o c e d i m e n t o do Juri, destinado aos delitos d o l o s o s contra a vida, tentados ou c o n s u m a d o s , a p r e s e n t a - s e dividido e m d u a s fases no primeiro grau de

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34 jurisdigao. O judicium acusationis, que inicia c o m o recebimento da denuncia e vai ate a fase dos artigos 4 0 8 e seguintes, e o judicium causae, que tera inicio a partir do transito e m j u l g a d o da sentenga de pronuncia.

A o julgador, c o l o c a m - s e quatro alternativas ao fim do judicium acusationis. Se estiver c o n v e n c i d o da existencia de crime e de indicios de autoria na(s) p e s s o a ( s ) do (s) a c u s a d o ( s ) , acolhera a denuncia p r o n u n c i a n d o , o c a s i a o e m que d e t e r m i n a r a os dispositivos legais nos quais incidiu o reu, s e j a m ou nao e x a t a m e n t e os da d e n u n c i a , r e c o m e n d a n d o - o na prisao ou d e c r e t a n d o - l h e a prisao, salvo se primario e de bons a n t e c e d e n t e s .

Se estiver c a b a l m e n t e c o m p r o v a d a c a u s a de exclusao da ilicitude ou dirimente d a culpabilidade, absolvera s u m a r i a m e n t e o reu, r e m e t e n d o , de oficio, esta d e c i s a o a r e e x a m e pelo s e g u n d o grau de jurisdigao.

Se nao se c o n v e n c e r d a existencia de crime ou de indicios de autoria, i m p r o n u n c i a .

Por f i m , se o magistrado se c o n v e n c e de que o delito nao e crime doloso contra a vida, procedera a desclassificagao do delito, r e m e t e n d o o feito ao juiz c o m p e t e n t e , se ele nao o for, ocasiao e m que sera reaberto prazo para defesa e oitiva de novas t e s t e m u n h a s .

A prisao por pronuncia s o m e n t e ocorrera e m caso de ser o reu pronunciado. Nesta hipotese, a prisao por pronuncia passa a ser o novo f u n d a m e n t o da custodia se o reu ja estava preso preventivamente ou por forga de flagrante.

A prisao d e c o r r e n t e da sentenga de pronuncia esta prevista no C o d i g o de Processo Penal, no Capitulo d e s t i n a d o ao p r o c e d i m e n t o de crimes de c o m p e t e n c i a do Tribunal do Juri, mais e s p e c i f i c a m e n t e e m seu artigo 4 0 8 .

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seu c o n v e n c i m e n t o , p r o c l a m a n d o , desta f o r m a , ser a d m i s s i v e l a acusagao para que esta seja decidida pelo Plenario do Juri.

A pronuncia e institute processual admitido hoje a p e n a s para os crimes d o l o s o s , c o n s u m a d o s ou t e n t a d o s , contra a vida e c o n e x o s c o m estes. A s s i m , e certo que a pronuncia e u m a m e d i d a processual que se exercita u n i c a m e n t e nos casos a s e r e m j u l g a d o s pelo tribunal do juri. A pronuncia e u m a d e c i s a o t o m a d a pelo juiz presidente do tribunal do juri e m que pronunciara o reu, ou seja, admitira a a c u s a g a o , c o m a procedencia da d e n u n c i a ou queixa, se estiver c o n v e n c i d o da existencia do c r i m e e de indicios de que o reu seja o seu autor. Nesta caso, o juiz nao julga o merito, m a s , por decisao, a p e n a s emite u m j u i z o de admissibilidade r e m e t e n d o o j u l g a m e n t o para o tribunal do juri. A d e c i s a o de pronuncia, c o m o toda d e c i s a o judicial, d e v e ser f u n d a m e n t a d a , sob pena de nulidade, d e v e n d o - s e limitar a indicar os e l e m e n t o s probatorios que c o m p r o v e m a existencia dos requisitos legais, e n q u a d r a n d o o a c u s a d o nos dispositivos da infragao penal. O Juiz, a s s i m , deve ater-se a p e n a s a indicar os dispositivos infringidos, a prova e n c o n t r a d a q u a n t o a existencia do crime e referir-se aos indicios d a existencia da autoria.

F) Prisao d e c o r r e n t e de sentenga penal condenatoria recorrivel

Esta f o r m a de custodia cautelar encontra f u n d a m e n t o nos artigos 3 9 3 , inc. I, e 594 do C P P .

A o ser proferida a sentenga final, e m agao penal, e m qualquer j u i z o , podera ele, se for condenatoria, impor penas privativas de liberdade, restritivas de direito ou multa. E m algumas situagoes, podera, antes m e s m o de transitar e m j u l g a d o a

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36 sentenga penal c o n d e n a t o r i a , haver o recolhimento do reu a prisao ou a c o n s e r v a g a o do m e s m o la, se ja estiver preso. S e n d o a s s i m , a p o s c o n d e n a r o reu, o magistrado, analisando as condigoes concretas do c a s o , devera c o n c e d e r ao reu, ou nao, o direito de apelar e m liberdade.

O que nao se pode admitir e o simples fato de a l g u e m ter sido c o n d e n a d o , d e c i s a o esta ainda sujeita a reforma, servir de base exclusiva para u m e n c a r c e r a m e n t o , o m e s m o a r g u m e n t o valendo para a sentenga de pronuncia.

O artigo 6 6 9 , do Codigo de Processo Penal estabelece q u e , a sentenga so sera e x e q u i v e l depois de passar e m j u l g a d o . A s s i m , e m regra, a prisao penal so tera inicio q u a n d o transitada e m j u l g a d o o c o m a n d o judicial que impuser a pena privativa de liberdade.

C o n t u d o , determina o artigo 5 9 4 , do m e s m o codex, que nao podera o reu apelar s e m recolher-se a prisao, ou prestar fianga, salvo se ficar reconhecido na sentenga que e primario e de bons a n t e c e d e n t e s , ou se c o n d e n a d o por crime que se livre solto.

A s s i m , antes m e s m o do transito e m ' j u l g a d o d a sentenga, e possivel o recolhimento do reu a prisao, ou a sua conservagao ali, se ja estiver preso, salvo se for caso de livrar-se solto s e m fianga, se for beneficiado c o m a s u s p e n s a o da pena o u se a sentenga condenatoria reconhecer que o a c u s a d o e primario e de bons a n t e c e d e n t e s , caso e m que podera apelar s e m recolher-se a prisao.

A prisao decorrente de sentenga penal condenatoria podera ser relaxada, se ilegal, ou revogada, s e m p r e que na instancia ad quern, seja apreciada a questao c o m o materia de apelagao (preferencialmente c o m o preliminar), ou c o m o objeto de

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Importante ressaltar que a prisao de que trata o artigo e m c o m e n t o e prisao p r o c e s s u a l , s e m p e n a , pois o reu ainda pode interpor recurso.

2.1.3 Prisao extrapenal

C o n f o r m e preleciona Q U I R I N O (1999, p. 38) a prisao extrapenal e assim d e n o m i n a d a por nao possuir natureza de pena imposta e m c o n s e q u e n c i a de pratica de ilicito penal, dividindo-se e m :

a) prisao administrativa, atualmente prevista no artigo 329, incisos I e II, do Codigo de Processo Penal e leis especiais, como a Lei n°. 6.815/80 (artigos 6 1 , 69 e 81), que, com o advento da Constituigao Federal de 1988, somente e permitida quando determinada por autoridade judiciaria competente;

b) prisao civil, nos casos previstos expressamente pela lei civil e que atualmente sao restritos ao alimentante inadimplente injustificado e ao depositario infiel (artigo 5°., inciso LXVII, da Constituigao Federal);

c) prisao disciplinar, aplicavel excepcionalmente aos casos de transgressoes militares, cujo permissivo legal esta no artigo 5°., inciso LXI e 142, § 2°., da Constituigao Federal e artigo 18 da Lei n°. 1.002/69.

A prisao administrativa tern cabimento contra a q u e l e s que retardam a entrega do que e seu d e v e r de oficio recolher aos cofres publicos e aqueles que nao os entrega. A s s i m dispoe o artigo 319 do C P P ;"tera c a b i m e n t o contra os remissos ou o m i s s o s e m entrar para os cofres publicos c o m os dinheiros a seu cargo,a fim de compeli-los a que o f a g a m " . C a b e r a ainda, "contra estrangeiros desertos de navio de guerra ou m e r c a n t e , surto e m porto nacional". Nesse caso a prisao administrativa sera solicitada ao juiz pelo consul do pais a que pertenga o navio.

E m relagao a prisao administrativa alguns discutem a legitimidade d e s s a m o d a l i d a d e de custodia e m f a c e da atual Constituigao Federal, e n t e n d e n d o que

(39)

38 a p o s o seu advento s o m e n t e pode haver a restricao d a liberdade e m decorrencia da pratica de infragao penal, t r a n s g r e s s a o ou crime militar, e, tratando-se do d e s c u m p r i m e n t o de obrigacoes civis, s o m e n t e nos c a s o s de d e v e d o r voluntario e inescusavel de alimentos e do depositario infiel (artigo 5°., inc. LXI e L X V I I , da C.F.).A Constituigao Federal de 1988 parece nao ter r e c e p c i o n a d o a prisao administrativa.

Q u a n t o a prisao civil o art. 5 °, inc. LXVII da Constituigao da Republica Federativa do Brasil de 1988 preconiza que nao havera prisao civil por divida, salvo a do responsavel pelo i n a d i m p l e m e n t o voluntario e inescusavel de obrigagao alimenticia e a do depositario infiel.

A prisao civil configura meio coercitivo para o b t e r a e x e c u g a o da obrigagao alimentar ou restituir o deposito, c e s s a n d o de imediato sua eficacia tao logo o e x e c u t a d o c u m p r a a obrigagao i m p o s t a , s e n d o certo q u e , por isso m e s m o nao pode ser c o n f u n d i d a c o m a prisao penal.

E m se tratando de delitos de natureza militar, t e m - s e , de logo, c o m o incompetentes para apura-los, as instituigoes policiais civis, n o t a d a m e n t e pelo disposto na Carta Politica vigente q u e , de f o r m a taxativa, e x c e p c i o n a tais crimes, ao disciplinar a c o m p e t e n c i a da policia civil, c o n f o r m e adiante disposto:

Artigo 144, § 4° - "As policias civis, dirigidas por D e l e g a d o s de Policia de carreira, i n c u m b e m , ressalvada a c o m p e t e n c i a da Uniao, as f u n g o e s de policia judiciaria e a apuragao de infragoes penais, exceto as militares".

A c o m p e t e n c i a da Justiga Militar v e m tragada na Carta Politica, e m seu art. 124, caput, que estabelece o seguinte: " C o m p e t e a Justiga Militar processar e julgar os crimes militares definidos e m lei".

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A s s i m e q u e , o crime so sera militar: primeiro se estiver disciplinado no C o d i g o Penal Militar, na sua parte especial; s e g u n d o , se s u b s u m i r - s e a u m a das hipotese previstas no art 9°, incisos II e III do m e s m o D i p l o m a .

2.2 Prisao ilegal

A prisao ilegal se apresenta c o m o toda providencia d e c r e t a d a e m processo penal que prive a l g u e m de sua liberdade de l o c o m o g a o , s e m observancia dos requisitos m i n i m o s exigidos e m lei. T o d a prisao que nao ocorre e m flagrante delito ou c o m m a n d a d o judicial e ilegal, esta e u m a regra que esta na Constituigao. Prisao ilegal, portanto, significa, antes de t u d o , ilegalidade e invasao lesante do status

dignitatis e libertatis.

O legislador constitucional brasileiro trouxe para o direito positivo n o r m a de garantia, inscrevendo e m dispositivo apropriado que a indevida privagao de liberdade, c o m o direito f u n d a m e n t a l do cidadao, seria alvo de recomposigao por conta do Estado, ao lado da garantia que t a m b e m outorgou quanto ao erro judiciario (art. 5°, LXXV, "O Estado indenizara o c o n d e n a d o por erro judiciario, a s s i m c o m o o que ficar preso a l e m do t e m p o fixado na sentenga").

O erro judiciario e aquele advindo de ato jurisdicional que ocorre por e q u i v o c a d a apreciagao d o s fatos ou do Direito aplicavel, levando o juiz a proferir sentenga passivel de revisao. E n q u a n t o o excesso de prisao ocorre no p e r i o d o da execugao d a p e n a , q u a n d o o c o n d e n a d o por d e s s i d i a ou erro nao e liberado do presidio apos regular c u m p r i m e n t o de pena fixada e m sentenga condenatoria.

C a b e advertir, que a Constituigao Federal, ao garantir o direito a indenizagao pela atuagao do Judiciario o fez e m n o m e a p e n a s da d e n o m i n a d a prisao indevida,

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40 visto que a doutrina e n t e n d e que a prisao indevida constitui g e n e r o , d a qual sao e s p e c i e s , as prisoes a d v i n d a s do erro judiciario e a que e x c e d e o t e m p o de c u m p r i m e n t o de pena estabelecida e m sentenga condenatoria, d e i x a n d o de lembrar, explicitamente da prisao ilegal, desta f o r m a , resta-nos indagar a respeito do c a b i m e n t o da indenizagao e m se tratando de prisao ilegal que por sua vez e n c o n t r a -se intimamente ligada a decretagao de prisoes provisorias.

Q U I R I N O (1999, p. 53) elucida q u e :

O art. 5°, inciso LXXV, assegura o direito a indenizagao ao

"condenado" por erro judiciario e aquele que ficar preso por tempo

superior ao fixado em "sentenga". A primeira parte do dispositivo assegura a indenizagao, restringindo-a a "efetiva condenagao do

acusado pelo judiciario". A segunda parte restringe a indenizagao

aos casos em que a prisao, justificada e decretada por "sentenga", tenha excedido o prazo de sua duragao. Pela analise do dispositivo nos ocorre que o constituinte se esqueceu de amparar de forma mais enfatica os outros casos de prisao ilegal (nos quais, nao e respeitado o "principio do devido processo legaf, prestigiado pelo art. 5° inciso LIV), notadamente aqueles creditados a ma apreciagao dos pressupostos faticos que fundamentam as prisoes cautelares, pois, nestas situagoes a rigor, nao podemos falar na existencia de

"condenagao" (principalmente em face do "principio do estado de inocencia", previsto no art. 5° inciso LVII da Constituigao Federal),

nem muito menos em "prisao justificada por sentenga".

Interpretando o art. 5°, inc. LXXV, alguns autores e n t e n d e m que a intengao do legislador constituinte foi clara o suficiente ao delimitar t a x a t i v a m e n t e os c a s o s que c o m p o r t a indenizagao por conta do Estado, na esfera do Poder Judiciario: prisao indevida (advinda de sentenga penal condenatoria c o m transito e m j u l g a d o ) e no caso do erro judiciario.

P o r e m , o referido permissivo legal nao obstou a possibilidade do Estado vir a indenizar o particular por prisoes ilegais. Pois, a p e s a r d a Constituigao ter previsto explicitamente a indenizagao e m casos de erro judiciario e prisao indevida, o que ocorre c o m maior f r e q u e n c i a e a ilegalidade d a prisao, surgida c o m os decretos de

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