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Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição.

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Controladoria-Geral da União

Ouvidoria-Geral da União

PARECER

Referência: 37400.013070/2013-58

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Restrição de acesso:

Sem restrição.

Ementa: Seguridade Social – Interesse público – Formato inexistente – Não conhecimento.

Órgão ou entidade recorrido (a):

Instituto Nacional do Seguro Social - INSS

Recorrente: A.A.F.S.

Senhor Ouvidor-Geral da União,

1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado:

RELATÓRIO Data Teor

Pedido 28/11/201

3

“Eu, A. A. F .S., com fundamento na Lei Federal 12.527/2011 “Lex Libertatis Informationis” vem requerer o acesso (e eventualmente cópia), até 20 dias corridos, a partir desta data, conforme o artigo 11, parágrafo 1º, da Lei Federal 12.527/11, aos seguintes dados: Informações do número de recursos de transformação de auxílio doença B-31 por auxílio doença acidentário B-91 nos últimos cinco anos no Estado de Alagoas; E dos recursos de transformação B-31 para B-91 quantos foram deferidos nos últimos cinco anos no Estado de Alagoas pelo INSS e quantos indeferidos; Insta salientar, que este pedido de informação têm prevalência do interesse público primário. Na eventualidade das informações solicitadas não serem fornecidas, requeiro que seja apontada a razão da impossibilidade ao acesso, bem como, se for o caso, o eventual grau de classificação de sigilo (ultra-secreto, secreto ou reservado), tudo nos termos do artigo 24, parágrafo 1º da Lei Federal nº 12.527/2011.”

Resposta Inicial 26/12/201 3

“Informamos que para análise da sua solicitação será necessária uma extração especial junto à Empresa Dataprev. Esclarecemos que esta solicitação não se enquadra no formato dos relatórios que esta Autarquia poderia realizar, portanto o mesmo tem que ser solicitado à DATAPREV verificar a possibilidade de tal extração, que, neste caso, cobra de acordo com uma tabela de serviços extraordinários (homem/hora,) conforme contrato de prestação de serviço entre o INSS

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e a DATAPREV. Conforme previsto no art. 4º do Decreto nº 7.724/2012,que regulamenta a Lei de Acesso à Informação, a busca e o fornecimento de informações são gratuitos, ressalvada a cobrança do valor referente ao custos dos serviços e dos materiais utilizados , tais como reprodução de documentos, mídias digitais e postagem. No seu caso específico enquadra-se em custo de serviços. Dessa forma, caso persista o interesse, sugerimos entrar com um novo pedido a fim de que façamos uma consulta dos custos deste formato de relatório de serviço junto à DATAPREV.”

Recurso à Autoridade Superior

26/12/201 3

“Recorro inconformado, revoltado e ofendido com quem me deu a resposta de uma superfluidade desnecessária. Não obstante, reitero o pedido de informação só dos últimos dois anos para facilitar ao INSS.”

Resposta do Recurso à Autoridade

Superior

03/01/201 4

“Mantemos a resposta inicial, uma vez que, conforme já informado em outras solicitações o banco de dados do INSS possui limitações em suas ferramentas de busca em função da estrutura atual dos sistemas corporativos, cuja atualização, também conforme informado em solicitações anteriores, já está em andamento. Necessário reafirmar que o INSS não tem qualquer interesse em omitir informações, sendo que a impossibilidade de fornecer é decorrente de, conforme já informado, impossibilidade técnica relativamente ao banco de dados do INSS único no país e não ser possível o controle local dos dados. Em relação à quantidade de recursos para transformações do B-31 (auxílio doença) em B-91 ( auxílio acidentário), o impedimento técnico é referente à condição do benefício no sistema do INSS. Isto porque o benefício é ativo (concedido) e, havendo o recurso, será feita revisão no benefício dentro do SABI ( Sistema de Administração de Benefício por Incapacidade). Assim, repisamos que não se trata de sigilo imposto aos dados, mas, sim, inexistência da informação na forma requerida. Deste modo, esclarecemos que a resposta inicial foi a alternativa para que seja franqueado acesso à quantidade de transformações do B-31 em B-91 - não somente feitos em função de recurso, mas que haverá necessidade de extração especial a ser feita pela DATAPREV e que gerará ônus extra ao INSS em função de não ser relatório gerencial padrão e já constrante do orçamento do INSS. Deste modo, por ser uma extração não usual, faz necessário cobrança de custos para ressarcimento da despesa gerada, conforme permissão no Dec. 7724/2012 e Lei 12527/2011. Finalmente, caso o senhor tenha interesse na obtenção dos dados mediante pagamento das despesas, pedimos que encaminhe e-mail para a caixa postal sic@inss.gov.br ratificando o interesse. A partir da confirmação solicitaremos à Dataprev análise da viabilidade da extração especial e formulação de orçamento prévio para sua aprovação ou não.”

Recurso à Autoridade Máxima

03/01/201 4

“Indignado, revoltado, surpreso e ofendido com uma instituição que supostamente se comporta como se a

informação publica fosse dela.

O ente estatal tem o dever de fornecer o bem jurídico solicitado.

Eles falam da data prev como se não existisse dinheiro público.

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Resposta do Recurso à Autoridade

Máxima

06/01/201 4

“Tendo em vista o teor da manifestação recursal, bem como a resposta da área conter a necessária explicação e fundamentação, não conhecemos o presente recurso. Por fim, informamos que cabe recurso à CGU da presente de-cisão.”

Recurso à CGU 07/01/201

4

“Revoltado, inconformado, ofendido com o INSS por responder com sofismas ocultos por detrás de argumentações lógicas. Peço a CGU mais uma vez freios inibitórios.” Informações Adicionais e Negociações 02/04/201 4 e 16/05/201 4

O INSS informou que:

“Não houve confecção do orçamento prévio para o presente NUP, uma vez que o interessado optou por manter se silente quanto ao interesse em custear a extração especial. Assim, como faz prova os textos dos recursos de 2ª e 3ª instância, o Sr. A.A. em momento algum menciona interesse em arcar com as despesas extra-orçamentárias do INSS. Não fazendo sentido, portanto, a apresentação dos valores.”

Esclareceu, ainda:

“Saliento que inexiste, também, registro sistematizado dos requerimentos de revisão (recurso) formalizados pelo titulares de benefícios para a alteração da espécie do benefício e, portanto, não há como fornecer a quantidade de pedidos já solicitados. Assim, não temos dados a fornecer ao interessado que substituam a extração especial mencionada e que atendam o objeto do pedido inicial, qual seja, transformação de auxílio doença previdenciário (B31) em auxílio doença por acidente de trabalho (B91).”

É o relatório.

Análise

2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e §1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis:

Lei nº 12.527/2011

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da

União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:

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§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.

Decreto nº 7724/2012

Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar

recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à

Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.

3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão. Do mesmo modo, consta que a autoridade que proferiu a decisão de provimento, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade.

4. Preliminarmente, observa-se que o cidadão solicitou ao INSS acesso a dados concernentes ao número de recursos cujos objetos seriam a transformação do benefício previdenciário de Auxílio Doença (Espécie B-31) em Auxílio Doença Acidentário (Espécie B-91), nos últimos cinco anos, no Estado de Alagoas. Em resposta, o Instituto comunicou que tais dados não se enquadram no formato dos relatórios que a Autarquia poderia expedir e que, para a produção de relatório nos moldes indicados, seria necessária a formulação de consulta à Dataprev – Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social quanto à possibilidade da realização de extração especial e também quanto aos custos envolvidos no processo de obtenção dos dados. No recurso dirigido à primeira instância, o interessado reitera o pedido inicial, reduzindo o universo de sua consulta aos dois últimos anos. O INSS indefere o recurso e indica a caixa postal sic@inss.gov.br para que o cidadão expresse formalmente seu interesse na realização da extração especial. O recurso movido à segunda instância, não conhecido pelo Instituto, e também o recurso à CGU, restringem-se a manifestações de inconformismo quanto às respostas expedidas pela Autarquia.

5. Durante a instrução do recurso nesta Controladoria foram realizadas interlocuções com o recorrido por telefone e por e-mail, oportunidades nas quais foi esclarecido que a transformação do benefício de Auxílio-doença (B-31) em Auxílio-doença Acidentário (B-91) se dá por procedimento de revisão da espécie e que não há registro sistematizado dos requerimentos, não sendo possível fornecer a quantidade de pedidos de revisão de espécie já formalizados perante o INSS. A análise da transformação da espécie é realizada no bojo do mesmo processo administrativo de concessão inicial do Auxílio-doença, mantendo-se, caso haja transformação, os mesmos dados do benefício

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concedido inicialmente no Sistema de Administração de Benefícios por Incapacidade - SABI do Instituto, o qual não emite relatório acerca desse item em específico. Assim, o INSS afirma não dispor de dados a fornecer ao interessado que substituam a extração especial mencionada e que atendam o objeto do pedido inicial. Também informou que os custos da extração não foram levantados junto à Dataprev pelo fato de o cidadão não ter demonstrado formalmente seu interesse na realização do procedimento.

6. Ponderemos que o quantitativo de benefícios de Auxílio-doença e Auxílio-doença Acidentários concedidos no estado de Alagoas é demonstrado nos Anuários Estatísticos da Previdência Social, publicados no site da Previdência Social na Internet (www.previdenciasocial.gov.br/estatisticas/). Porém, a individualização dos dados conforme os parâmetros apontados pelo requerente não existe em formato que possibilite sua disponibilização, sendo necessária sua consolidação por meio de sistemas informatizados.

7. Considerando que compete à Dataprev a análise de sistemas, a programação e execução de serviços de tratamento da informação, o processamento de dados através de computação eletrônica e o desempenho de outras atividades correlatas de interesse da previdência social, nos termos da Lei nº 6.439/1977, verificou-se que o INSS depende de procedimento a ser executado por aquela empresa pública para prestar as informações demandadas nestes autos, tendo sido oferecida ao cidadão a possibilidade de realização extração especial onerosa mediante a manifestação de interesse, o que não ocorreu. Dessa forma, entende-se que a Autarquia justificou

satisfatoriamente a negativa de acesso e, muito embora não tenha comunicado ao requerente o

valor dos custos da extração, de modo que o mesmo pudesse avaliar a pertinência do prosseguimento de seu pleito, o que não soa razoável, confirmou-se não haver qualquer indício que presumisse seu interesse jurídico em propor o presente recurso.

8. Por fim, destaque-se que o INSS e a Dataprev são entidades componentes do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social e que o advento da Lei nº 12.527/2011 tornou indispensáveis os esforços de aprimoramento das relações interinstitucionais entre órgãos e entidades no sentido de facilitar a produção de respostas conclusivas e tempestivas aos pedidos de acesso à informação, propiciando que o controle social e a transparência prevaleçam perante questões atinentes às competências organizacionais e aos fluxos operacionais.

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Conclusão

9. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso, uma vez que a informação inexiste no formato solicitado. Oportunamente, recomenda-se que o INSS considere, ao renovar o seu contrato de prestação de serviços junto à Dataprev, a existência das demandas dos cidadãos no âmbito da Lei de Acesso à Informação, a fim de garantir a viabilidade econômica no cumprimento do art. 4o do Decreto 7.724/12.

ISABELLA BRITO

Analista Administrativo

D E C I S Ã O

No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº 37400.013070/2013-58, direcionado ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

JOSÉ EDUARDO ROMÃO

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Controladoria-Geral da União

Folha de Assinaturas

Referência: PROCESSO nº 37400.013070/2013-58

Documento: PARECER nº 1939 de 30/05/2014

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Ouvidor

Assinado Digitalmente em 30/05/2014 JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO

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