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ÓíCzJcUCO^, i c/o oac/zt^. jjf fazaác *

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(3)

V / •

■ * V

(4)

ü

ÓíCzJcUCO^, i c/o oAc/Zt^.

jj

f fazAáC *

(5)

ARTE DE CURAR

O s

BOIS,

EM QUE SE DECLARÁO QUARENTA e oito enfermidades, a que está qual¬

quer rez Vacúa sugeita. . COMPOSTA

POR

MANOEL MARTINS CAVACO, Natural de Baleizao, Mestre examinado *

/

na faculdade de Alveitaria de gado Va¬ cum.

LISBOA:

Na I MPJIESSÁO DE J. F. M. CaMP.OS,’

akno de i3 i 5.

Cem licença da Meza do Desembargo do Paço.

Acha-se d venda na Cidade do Porto

em casa de Costa Paiva e Companhia > \gociantes de Livros

.

(6)
(7)

PROLOGO

A O

LEITOR.

S

E a minha insirffí ciência , Leitor ami¬ go, poderá ser igual ao desejo, que tem quem possue gado , de lhe conservar a saude por meio de medicamentos, mos¬ trara com razoes mais vivas , e eloquentes o desempenho ,v que pedia semelhante vo¬ lume ; porém como o rústico da assistên¬ cia , que desde minha infanda tive com gado , cerrou os olhos para o sentencio- so , e mos abiio por meio de varias ex¬ periências , que sobre esta matéria hz , para poder tratar delia.; suprirá nos ef- feitos de mal explicado o zelo , com que, o faço t e tanto assim , que abri varias rezes, que estando curando me mórrêrao para que com mais acerto pudesse ver, e mostrar a rodos , os meios , que se haviãa buscar para conservação dos seus gadosr Attendendo tnmbern que- pçlo trato ser rústico, e humilde, he o motivo? de que

(8)

quem podéra com acerto compor , nfio

tem faliado até hoje neste particular, não sendo de tão pouca importância o valor das rezes, que estivera o remedio da saude delias em silencio, e como eu vá mais fia¬ do no louvor , experimentando como eu os bons successos das enfermidodes , que no bem explicado deste volume , antes me <í]uero pago do louvor da fortuna, que do outro, que me negou a natureza.

(9)

I

CAPITULO I.

Como se conhecerá buma rez douda

,

e co* mo se curará esta enfermidade

.

P

Ercebe-se esta enfermidade quando se vir, que a rez se aparta do mais gado, e faz cs mais effeitos , que todos sabem , faz huma cousa douda , convém que logo se sangre , a primeira sangria no rabo ; e como pela maior parte não sobrevenha este achaque senão a gado novo , necessita de mais sangrias, as quaes se devem fazer em as mãos; attando a liga , çom que se ha de apertar7, porsima do joelho, da rez.; e fei¬ ta a sangria com a descarga de sangue, que a disposição de rez pedir, deixarão fi¬ car a attadura na mesma parte por alguns dias , tomando a sizura da sangria , e es¬ tancando-a , e reconhecendo-se alguma me¬ lhora , lha tirarão, e lhe darão alguns de-

(10)

6 Arte de Curar

fumâdouros cie réstias de alhos , alecrim } ê arruda, e de pennas, quaesquer que se- jão, levando este defumadòuro também al¬ guma migalha de cebo , os quaes se de¬ vem dar nosprimeiros dous dias de manhaa , e noite; e aos quatro dias lho darão hum dia, e outro níò ; advirtindo-se, que no dia da sangria senão deve usar de défuma- douros; e quando se não reconheça perfeita melhora, se lhe dará huma verga de fogo entre os cornos em roda de donde tem o miollo ; e lhe deitarão çm alguns dias, sendo nos da sangria, sua pinga de vinagre èm cada venta , para que possa espirrar al¬ gumas viscosidades , que no miollo tivef; os quaes remedios se lhe devem fazer atéo tempo de oito dias, que passados; elles não aproveitarád

(11)

âs Bois.

7

C A P I T.U L O II.

Como se curará o mal de Pasmo

,

e seco*

nhecerá esta enfermidade

.

C

Onhecer-se-ha , que a rez padece este achaque quando se vir, que a rez -anda douda 5 e tem alguma grossura em as; orelhas, e os olhos alvoraçados, e quan¬ do anda, se não pode ter bem em os pés, e mãos , por cuja causa anda cambiando , ©as não, que ande á roda, e algumas ve^ zes se lhe enxevilhao os dentes, c beiços, e não podem abrir a boca. Convem, que não sobrevindo este achaque com muita efficacia, se lhe dem os defumadouros decla¬ rados no primeiro Capitulo , e vendo-se # que lie comefficacia, se deve sangrar no ra^ bohuma.vez, e sendo necessárias mais san¬ grias se lhe farão nas mãos , ádvirtindo-se , que no dia da sangria, se nao deye usar de defumadouros; e nao se reconhecendo melho¬ ra , se lhe darão tres vergas de fogo por detraz do matadouro , deitando-lhe algu¬ mas pingas de yinagre em

as

ventas, não

(12)

/

Arte

ãè Curar

sendo em os dias da sangria; e no fim de todos estes remedios, se lhe dará huma be¬ bida de agua de alecrim quantidade de hu¬ ma canada ; porém depois de cosida , se lhe dará estando fria a dita agua ; e se lhe deitará dentro dos ouvidos huma rodilha pequena em cada hum molhada em azeite rosado espremendo-a , que caia dentro nos ouvidos 5 porém frio o azeite.

CAPITULO III.

Como se conhecerá em huma rez

o

mal de Tara feira.

r

Onhecer-se-ha padece este achaque

,

quando se vir, que a rez anda carre¬ gada da cabeça , triste , e estrangilhada , e que não póde comer, ainda sendo em tem¬ po fresco, e líiuito menos pela calma; an¬ tes algumas vezes se aparta a rez das^ou- tras buscando algumas moitas com a cabe¬ ça , como que quer enchoèar alguns mos¬ quitos que tem em a cabeça, e orelhas; e as orelhas com alguma pequena grossura, a qual enfermidade lhe não costuma dar,

(13)

os Bois.

9

senão desde o mez de Junho até o fim de Serembro : Convem que logo se sangre conforme as forças , e disposição da rez , as quaes sangrias se devem fazer em as mãos, e no vCaso, que á disposição da rez baste huma só sangria, lhe darão antes duas pequenas, e lhe dardo huma verga de fogo á roda de cada orelha á tarde , sendo de manhãa a sangria.

CAPITULO IV.

Como

se conheserá

o

mal de Asma 9

e se

curara esta enfermidade.

C

Onhecer-se-ha este achaque, quando se vir, que á rez huma só orelha lhe engrossa , e por baixo da mesma orelha tem hum caroço de humor, e o olho da mesma parte também inchado em roda, se vai sobmetendo para dentro da cavdra com muitos dias de enfermidade , e que a boca da mesma rez se lhe vai entortando, dila— tando-se muito tempo a cura , e até os dentes dianteiros daquella parte queixosa se lhe fazem amarellos , e chegão muitas

(14)

to Artt de Curar

vezes apodrecer, por cujas causas não po¬ de levar a agua' para dentro. Gonvera que logo se sangre hum a vez em a mão da mes- * ma parte queixosa; e em o dia seguinte se i lhe dará outra sangria em a outra mão, g í sendo sangrada de manhãa , lhe darão d$ tarde huma verga de fogo em roda da orelha queixosa, e outra da orelha para baixo pe¬ la junta dos queixos, que vá a dita verga de fougó por cima do carquço; e lhe porão? por não assombrar o olho 5 sobre eiie hum parche com algum pez em forma , que fi¬ nque tapado, e lhe darão á roda do mesmo olho outra verga do fogo , de sorte que chegue o fogo, ou verga delle ao que se deo em roda da orelha \ todos os dias hu- naa vez lhe espremerão dentro do ouvido queixoso hum paninho envolto em azeite ro- zado frio, para que lhe caia dentro do ouvi¬ do , e fará hum roilião de panno em hpm pau¬ zinho, e molhado em mel, lheesfnegaraó os dentes da parte queixosa de manhãa , e noite ; e ao diante huma só vez no dia , e lhe busca¬ rão para comer alguma verdura , quecoraão, por nao poder mastigar o seco, antes se¬ rá acerto nieí ter-lhe o comer em a boca pa-

(15)

&s Bois,

xx

ra a parte que não estiver molesta, para que assim melhor o possa mastigar \ e fk-* zendo-se todas estas diligencias, ainda que as melhoras venhão com dilação não deve v o desco inar do bom successo; costuma dar esta enfermidade em tempo quente.

CAPITULO V.

Como se conhecerá o mal do Unheiro que dá em os olhos

,

e se curará*

C

Onhecer-se-ha estaenfermidade guan¬ do se vir que á rez tem algum olho molesto ? e algum tanto vermelho , e se lhe vai cobrindo o olho parte do lagri¬ mai , por causa da bellida j que do mesmo lagrimai lhe sahia : Deve-se tomar huma agulha quadrada, enfiada em huma linha,

e

com elia subtilmente se furará aquellevéo- sinho, qije está sobre o mesmo, unheiro',

ou

delle vai nascendo ; e depois de estar o dito véo passado de huma á outra parte , pegarão pelas duas pontas da linha ,

que

levante o véosinho alguma cousa , para que

delle se corte qualquer cousa

limitadamente

(16)

12

Arte de Curar

■ v / , g

com liutra tisoura, c molhando hum dedo em mel , lhe untaráo dentro do olho ; e no día seguinte lhe cortaráõ hutna miga- lhinha de orelha da parte queixosa, quan¬ to l|ie saia algum sangue, que lho possao espremer dentro do mesmo olho, e no dia seguinte, ou nos tres dias para melhor ser, lhe tornafáõ a untar o olho com mel , e lhe deitaráo por cima do olho pós de Giba.

CAPITULO VI.

Como se curará o mal de humor

,

que cahe ás rezes nos olhos

,

e çomo se co¬

nhecerá esta enfermidade

.

C

Onhecer«se-ha quando se vir , que se lhe vai cobrindo o olho, por causa de algum carnegãoj que sobre a menina lhe nasce: Convem, que se pize liun] pouco de seixo Uno, è domais brancoi,-eduzente, e se lhe deitem estes pós dentro do olho muito bem peneirados, e molhando a plu¬ ma de huma penna em mel lhe untaráo o o olho por dentro ; advirtindo que seja o seixo, que digo, e não se enganem pela

(17)

os Bois,

t3

brancura com alguma pedra de cal: e isto

se deve fazer nos primeiros quatro', ou cin¬ co dias huma vez cada dia : e ao diante, hum dia , e outro não ; e os pós da Ciba tem a mesma virtude deitandc-lhosalgumas vezes : como no Capitulo cinco declara¬ mos , e o seixò para amai de unheiro tem a mesma virtude.

C A P ÍT Ü L O VII.

Cowo

se

conhecerá o

mal

de Lombinhos

quei

-

xaes y e

je curará esta enfermidade

.

C

Onhecer se-ha esra enfermidade quan¬ do sc vir que a rez lhe nasce em al¬ guma das partes dos queixos, ou selheajua*» ta algum humor do tamanho de hum ovo pouco mais, ou menos: Convem , que de¬ pois de passados oito dias, que possa este Lumoróter algum cosimento*, se lhe fure a inchação, para que o pcssa lançar fóra ; e logo se lhe dará em roda da inchação huma veiga de fogo, e outro botão de fogo pe¬ lo buraco , que se fez para lançar o hu¬ mor, advertindo, que a sarjadura, ou bu¬

raco

(18)

14 Arte de Curar

raco se deve fazer pela parte debaixo da in¬ chação , para que melhor possa lançar o hu-. mor fora ; advertindo que todas as quei- 1 •maduras se devem untar com azeite , não i

sendo o mal de Lobega , e lobinho , que -estes depois de sãos , he que se untão.

CAPITULO VIII.

Como se curará o mal da Ersipela

,

que

por causa âa carga de sangue sotre

»

vem a qualquer rez

,

e maior men¬ te eni a cabe ca.

C

Onhecer-se-ha esta enfermidade; qinti¬ do se vir, que a rez tern a cabeça in¬ chada, e olhos , orelhas , e beiços *, e coai huma grande quentura em a cabeça* Con¬ vem que logo se sangre em as mãos duas vezes , huma logo , e dahi a huma hora outra ; e que se fação humas papas de fari¬ nha , e se poder sersejao desenteid.com fi¬ tei Io , e vinagre, e se lhe cubra com ellas toda a inchação, e que a rez esteja a som¬ bra , e de quando em quando com a ma o se borrife o corpo da rez com agua fria, eem as papas se secando, se chapijaráõ com vi-

(19)

es Bois

.

15 nagre pafa que estejão brandas, e cora isto se continuará até haver melhora.

CAPITULO IX.

Como s: curará 0 mal dè Ronqueira y e se

conhecerá esta enfermidade

,

C

Onhecer-se-ha

,

que a rez padece este achaque, quando a rez por não po» der tomar a respiração, está com ronquei® ra em a garganta , ainda que a causa da queixa tem o seu nascimento era o fígado, por causa do demasiado calor , que nelle tem: Convem, que se lhe acuda cora be¬ bidas formadas de azeite , e cebolla crúa pizada, é dous, ou tres ovos y e outras be¬

bidas também de azeite, e sumo de folhas de abobaras de agüa com dous , oujtresovos cada huma, e assim se lhe deitaráí pela boca hum dia de humas, e outro,dia de outr2s: a entfradâ ‘da calma huma , e .çte tarde outra e*stando a rez á sombra; e não se reconhe¬ cendo melhora se sangrará nas mãos huma vez, ou duas 2 conforme a disposição da rez# - *

(20)

ló Arte de Curar

. / ; -

CAPITULO X,

G?77ft? ^ conhecerá o mal de Má , £ cu¬

rará esta enfermidade.

Onhecer-se-Iia padece a rez este acha- v que, quando se vir, que a rez tem formada ronqueira, de que fizemos menção

em

o Capitulo IX. e algum carregume em a cabeça, e as orelhas algum tanto grossas,

e

quentes , que sendo rez nova , se vem chegando para alguma creatura r que vê, como que se lhe quizera pedir. remedio á sua queixa. Convem , que abrindo-lhe a boca, se lhe tire a língua delia fora, e

se

lhe achar huma bolha do tamanho de huma nòz , se lhe deve com huma tizoura cortar a metade da pelle da mesma bolha , e desde a reigada da língua lha viráo espremendo, para que pela-sarjadura lance algumas visco* sidades, qu&tiyer, e se a língua estiver de¬ masiada mente grossa , lha terão fora da bo¬ ca por espaço de meia hora; ou huma ho¬ ra inteira.

(21)

os Bois.

17

i ;-nytr... 1 ’ \ : • _• • f

C

APITC.LO XI.

Klòmo ,r<? curara o mal de- ÍLscniinencia,

e

se conhecerá esta enfermidade.

T

Em este achaque muitas apparericias da Má 5 e Ronqueira', e só se distinguerh Fm se lhe não achar bolha debaixo da língua > a queixa he ter em o no da gueilá huma, e muitas vezes duas bolhas s que com a ma¬ lignidade do humor, que alli se gera , lhe faz inchar a lingoa, e tomai* á resuiracao. Convém que logo arez seja sangrada ém as. mãos duas tezes com brevidade , e em a lingua duas picadas em humds sifbtís veas, que debaixo, da lingua correm direito á guel- 1*1, e que lhe tenha o, para melhor sangria

>

a lingua fóra espaço de.huma hora^p se buscará hum pausiriho com sua queda ' e iielle se §jàrá%*i»uitç"bem huma -rodilha , e íriolhada' em azeite se lhe me terá-, pela boca àté o nó da guella, como quem faz tenção cqm este rolho esborrachar-lhe as ditas bo- %as, e isto se fará algumas vezes. •

(22)

1:8

Arte de Curar

C API T U L O XII.

Como se conhecerá o mal de Ranilha

5

e se curará esta enfermidade*

Qnhecer-se-ha esta enfermidade} ven¬ do-se que arez ainda querendo comer, não pdde, por causa deter alingua enfrea¬ da, e dura sem poder movella de huma a outra parte; e que pela parte de fora entre os queixos juntos á reigada da lingua tem Jiuttia pequena inchação do tamanho de Irtuna laranja, e outras vezes maior, ou menor : Convém que logo se lhe cortem dous freios, com que tem a lingua pre^a, e se exprema a lingua , ese lave com sal, e vinagre duas vezes no dia, e se sangre hu- ma vez, ou duas,, conforme á disposição da rez, em as mãos > e se sangre oinchaco, que tiver-entre os.qüeixqs dapdo^se-lhe hum botão de fogo por dentro da‘sarjãdura, e no caso qqé tome bichos, por ser em tempo quente, se deixará estar até tres dias, eno fim delles c$ra as folhas, esuimno depe^h; gueiro se matarao ? e sarasá

CA

(23)

ôs Bois

.

I9

CAPITULO XIII.

Como se curará

o

mal de

Gapeira

,

e se

co¬ nhecerá esta enfermidade

.

C

Onbecer*se*ha se.padece a rez este acha¬ que, vendo-se , que a fez tem algu¬ ma inchação debaixo da barba, _a qual en¬ fermidade costuma dar pela maior par té eru a rez, que está magra, e desde Setembro alé J^arço : Convém que se lhe dem alguns defumadouros com os ingredientes declara¬ dos em o primeiro Capitulo , e huma sar- jadura, ou duas na parte queixosa, ealgu¬ mas vergas de fogo em roda da inchação,' e outras pelo meio delias ; dando lhe algu¬ mas beberagerís de azeite, e mel sendo em? tempo quente*; que conste de hüirPquar-; tilho de mel, e meio de azeite : e sendo em temdprfrfo*; descaída de azeitonas, e al~ ‘gunlas1 de ‘agoa de alecrim coizido , e os defurtíadouros se lhe continuarão pifo dias,

► *e huma vez cada dia,

'i

jc-

'.

(24)

to Arte de Curar

f ■ V ' ..\ S • '

Em o Capitulo IX* que 'trata da Ronqueira

,

ficou por dizer

,

que a rez para o tal

mal

,

se lhe pode deitar nas ventas pela ynanhãa mel

,

e de tarde vinagre

,

e se lhe dará também huma

,

ou duas sangrias \ em as vêas dos lagrimaes

t 'V ^ ~

CAPITULO XIV.

Como se curará o mal de Lobèga

,

e se co¬ nhecerá esta enfermidade

.

Set* ■ . r $,

C

Onbecer-sedia que a rez padece este achaque ? quando se vir, que a rez mostra alguma inchação no pescoço, por¬ que ainda que também dê pelas mais par¬ tes do corpo 3 áqui acode com mais força : Çonvem que dogo se sangre em as mãos .' duas vezes estancio a rez forçosa, que en¬ tão sê-p^4ejji fazçr algumas mais em as per¬ nas , e se "deve logo sarja f aMnqkação, donde quer que estiver, com’ cautela qi|e* nao assombre vêas , ou nervos, e quei¬ mando-se em roda, e pelo meio com alj\ gumas vergas de fogo, também. ce ooráo" Immas papas de almagre com vinagre sòbm

(25)

os Bois. 21

a inchação \ e em se enxugando, selhecha- pijaráó com vinagre, para que estejão fres¬ cas. ,

CAPI.T DL O XV.

Como se conhecerá o mal do Lobão, e se curará esta enfermidade.

C

Onhecer-se-ha que a rez padece este achaque , quando se vir, que a rez arrimada á massa do peito de huma, e ou¬ tra parte maiormente; e ás vezes em hu¬ ma só, se lhe faz duas, ou huma incha- cáo do tamanho de huma bolha, e outras o 9 *

vezes maior nouco mais, ou menos, oue lhe faz nao dezenvolver bem as mãos : Qpnvem que lhe ponhao em skna humas pa-. pas de almagre, e vinagre, e no fim de se usar dous dias das ditas papas, se cortará em redondo hum emprasto de pa*no~de li¬ nho, que baste a tomar as ditas inchações, ou iuni Patada e 'deitará6 em fedôndb huma -çfiigalha cie pez para queo emprasto pegue ; éem o meio do dito emprastè se lançará hum vintém de solirnão, e se lhe porá em (simg^gi^fempo de tres dias , no fim dos fa/es se lh<? tirará 3 e não estando por vir- 1-, tu-

(26)

32 Arte de Curar

fede deste emprasto já furado o incha çcr, se lhe dará liurna lancetada , continuando sempre com as sobreditas papas em roda do dito inchaço.

GAP

1

: T Ü L O XVI,

\ • •• ■ . ; „ .

Como se conhecerão mal de Verrugas , e se curará esta enfermidadehJ . *

4

Onhecer-se-ha esta enfermidade, quan- _do a rez em o pescoço maiormente lhe nascem humas em poli nhas, como bexi¬ gas , mas maiores: Convem , que ás ditas verrugas se corte alguma pellinha por si ma guanto se sangtem, e deitem em sima lei¬ te de figueira brava 5 e em roda da dita bo¬ lha, ou verruga, cuja enfermidade se devá curar em tempo fresco 5 por não ser tao nocivo o mal 5 que não espere dilação ? antes defeito da formosura da rez.

; *'

C-A^-I T u L Q xvpu;

■ t

Como se curará o mal de Cargueira* '

fc v .

Uando se vir , a rez , que trabalha W em o pescoço, ou inchação^ pn oi*

^ zadura , devem frigir-se humas

á / . v ®ho- ' b—

■'

(27)

os Bois

W

nhocas em azeite, e cora este oleo untar as ditas partes queixosas ; de manhaa, e á noite lhas chapijaráo cora sal , e vinagre ; e quando aos quatro dias nao haja melhoras lhe darão em a inchação huraa lancetada, em forma que lance o humor, que tiver dmtro; e quando a rez tivçr somente es¬ foladura , ainda que não haja inchação; tendo o limar da caima com inflammacao, e pizadura , se lhe deve' untar a parte queixo¬ sa cora unto de porco ; e algumas vezes com oleo de minhocas, ou chapijando-lha com ourina.

• CAPITULO XVIII.

Cçmo se curará o mal de Carcada , ou vao Mas tripas, que dd d rez junto dos

peitos. J ' ~ .

IJáncfo' se vir , que a re^-nao pode lançar bem as mãos, corad huma ca¬ valgadura , que está aberta dos pei- convem, que sendo a rez nova , e •£'f^'^eríiigre duns vezes, huma 'm ca-

mao;

e

sendo

yellfa

?

e

magra P nãone-

(28)

Arte de Curar

cessita de sangrias, antes se lhe dera bebe- ragens cie azeite, e mel, manha, e noi- tè,- e ás rezes novas se pode dar também , j passado o dia da sangria ; das quaes bebe¬ ra gens será sua quantidade meia'canada ca¬ da h urna, hum quartilho de cada cousa ; e sendo em tempo frio , áçabndas as ditas be- beragens , lhe daráo de calda dp azeitonas huma cada dia.

C A ? I T ü L Q XIX. '

Como se curará o mal de Cidra,

Onhecer-se-ha este achaque , quando

j se vir que a rez coxêa de algum pé, ou m a o ; en t re a s unhas, cuj o effei to m os- trará trazer as-unhas algum tanto apartadas luima.-ck’outra : Convém, que estando a rez gprda^ se sangre em o pé, ou raao, que tiver ^u^ixosa hum a «6 cor*, reráo por entre as unhas hum, cedenho até v lhe fazer aljgum sangue; e lhe faraq hum

cozimento de Alecrim , e Murta, e Aro, < Esteva, e Roxella , ^as quaes causas, se fer^ v yeráó em hum taxo | sendo “ quantidty ^

(29)

GS Bois

.

2$- s

iguaes 5 e que fiquem cobertas de agoa com liuma tijeila pequena de saí-, em o qual de¬ pois de feryido, e fora do lume, deitarão meia canada de vinagre, e com elia lavarãS o pé 3 ou mao queixosa até liaver melhora. *

CAPITULO XX.

Como se conhecerá o mal dê Hydropesia ,

e cg mo se estrard esta enfermidade.

C

Onh ecer-se-ha

,

quando a rez mostrar

alguma inchação,, ou grossura em os- pés , ou mãos, desde as unhas até os ma- . xinhos com alguma quentura em a mesma inchação: Convêm que estando a rez gor¬ da sesangre cm o pé , ou mão queixosa hu- ma vez ; e estando os pés , e mãos quei¬ xosas, se devem fazer duas sangrias no dia; com advertência , que sendo sangrada na mão direita , se fará outra no pé esquprdo ,"r e no^jdiáíTãfeginutes 3 se faraerfas- outras da

sorte trocadas ; elevando quatro san- ’gviasp ,erao pequenas , e Ihexiajaobastantes 7 iv a to oos de manha, e á noite com oqosirnen- f,

íxo dpdaradp no Capitulo XXX/, e nao li aven¬ te. IlHÍioraíhe abrirão o couro junto ao maxL

(30)

tê . Arte de Ctirar

nho quanto caiba hum pausinho de trovisco j esbrügádo do tamanho de hum couto, ou nüais pequeno, e Ihq metteráo por entre a pèlle, e carne, o qual trará mettido cousa de vinte e quatro horas ; no fim das quaes se lhe tirará, para que á maneira de fonte, pur¬ gue pelo buraco o liumor, que tiver , usan¬ do sempre dos lavatórios, queassimadisse¬ mos.

CAPITULO XXL

C&fnose conhecerá o mel de Flemao, e se

curará esta enfermidade.

Onhecef-se-ha esta enfermidade, quan¬ do se vir, que a rez mostra, que as

unhâs do pé, ou mão lhe vao crescendo fÓra: dò seu lemite; ou lhe cresce huma tshha sá darsprfe, que temos ditò : Convem que a-^uma tynhà , ou ambas estando enfer- ntas , se" lhe corte as pontas l que estm^em queixosas , q'ue fação .sangue, e lhe 'derrr

3

i\ima 4sangri^ma mão, ou pé* queixoso ; e !; passado o dia'da sangria lhe darão quatro* ' bordes' de fogo entre as unhas,

xinhòs, advertindo não sélhe assombre ol

(31)

es Bois

.

2f

nervos, porque o fogo se deve dar de lado ie outra parte , e lhe darão lavatórios do co¬ ei mento , -que ji disse no Capitulo XIX. Iiuma vez no dia até haver melhora.

CAPITULO XXII.

Como se conhecer At o mal cie Ovas, e se cu¬ rará esta enfermidade, e a de shhre Canas;

C

Onhecerão o mal de Ovas quando a rez em os joelhos tem» alguma incha¬ ção, ecoxêa da mão, ou pé: Deve-se esta furar para lançar o humor, que dentro* ti¬ ver, unrando-a os primeiros dois dias com junto de porco, e depois de furada lhe po- yão por si ma humas papas de ahmgre , e vi nagre ; e depois lhe darão em roda da in¬ chação hurqas vergas de fogo, e hum bo¬ tão de fogo em a sarjadura , e 1 h e-e li a p i ja— ráò as ditas papas com vinagre, fpara que estejão frCsefeg'^'tendo inchação do“jôelho ^

4

-osdriaxinhos, ou seja pé, oamao, lhe cSrão humas vergas de fogo em cruz, elhe lavarão o pé, ou mão queixosa^com o la*

■>;ítoriodq^Çil)itulo XIX. tres dias seguin-

í ihe poíão as papas-assim^ declaradas. CA-

(32)

28

Arte de Curar

v ;* CAPITULO XXIII.

Como se conhecerá o mal de-Perneira, e"se \ curará esta enfermidade.

Gnhecer-se-ha esta enfermidade, quan¬ do a rez coxear cje algum pé, ou mão mostrando algum inchaço , ou grande, ou pequeno nas ditas partes , que apalpando- se a parte queixosa com a mão se achará bastantemente duro o couro, como se dentro do dito couro estivera vento. Convem que logo com muita brevidade se sangre o pé, ou ffiãq^queixosa, quanto mais bem san¬ grado melhor , e logo se lhe dará liuma ver¬ ga de fogo , ou duas nao muito junto da Inchação, e se lhe abra a inchação em for¬

ma

, que dentro se lixe accommode hum favo de mel, forma que a inchaçao'o requerer; e lhe darãíp outras vergas de fogo sobre a parte c^Dei^esa, advirtincftr^e^èure^a rez fora do rebanho quanto poder ser ; qiíe

íando o taf algum tanto iscado, sé ;ifeyerri todos sangràr em a mão esquerda nao sendo , boi velho, ou vaca parida ; até os de mezes se devem sangrar, e daí defumai <» ■ ms de alecrim , e arruda. >C

(33)

CAPITULO XXIV.

Como se curar do quebraduras^ e desmanchos;

V

Endo-se que a rez coxêa de pé , ou

mão lancando-a contra vontade , e vagar como que arroja o pé, ou mão, te» rá a quebradura em- a espadoa , ou em a coxa3 elançando o pé, ou mão á vontade, que somente sinta a moléstia da queixa, es-» ta tal estará dos maxinhos para baixo: Con¬ vém que sendo a queixa dos maxinhos pa¬ ra cima se lhe deite, ou faça, sendo quebra¬

dura , duas ralas para apertar a quebradura , pondo-lhe primeiro hum emprasto, que os Alveitares mandão deitar ás bestas, è"co¬ xeando da coxa do pé y ou mão se lhe deitará o mesmo emprasto.

■ C A P I T U L O ^XV,

/ / X ' ' l-

Conp' ’se curara o mal de dor de Fedra,

que sómente dá aos Bois.

Q

Liando se vir, que a rtz não pode jQuijp.gr Por ter a v*a impedida ; e menêa" mal. pernas , convém que

(34)

1 - ' V ■ -v. -.W®

'■ V t . ' ■ 1: -s

■ \ . ", I

Arte de Curar

os testículos até o imbigo ) com oleo de alacraos alguns dias, cubertas i as partes com alguma baeta, e dc noite se

deve recolher a rez donde lhe nao possa dar algum ar.

CAPITULO XXVI. -

Como se conhecerá o mal de Cingida, e se curará esta enfermidade,

Q

Uando se .vir , que a rez se deita , e ergue muitas vezes com mostras , de , que tem dor de bârriga , ainda que a dôr he com mais effiçacia , e nunca se lhe despede: Convém que se lhe dem bas¬ tantes bebidas de vinho, canella, e gingi- / -vre j e nao melhorando, se deve purgar a rez com os medicamentos seguintes:

Hum

cozimento com quantidade de meia cana- /da com séis oitavas de sene , onça e meia de caYilieãò", oitava e meiaXíe pós de jallapa , seis onças de xarope Persicó-êer“

nove infusões 5 sendo a rez grande , è coai bastantes foiças; e sendo pequena, e ma- )

gra , se deve purga, com menp£4ptetida~ ( - de destes medicamentos*. * / 1

'[fi Destes

■'-:3o

7

_

(35)

os Bois Desta sorte.

i

3

*

O mesmo cozimento com meia onça de sene, huma oitava ^ie j^Hapa, huma onça de catilicão , e quatro onças de xarope Pérsico, deitando-lhe suas ajudas commuas de calda de azeitonas, sal, ortigas mortas, malvas, e azeite*

v /•! \ . ’ ‘v V v / ■ lf : , ; í. ^ x-:

CAPITULO

XXVII.

Como se curará o mal de der de Barriga.

\ * I ‘'Ui ' .• T - ;

VEndo-se que a rez se deita, e çrgue

muitas vezes j e que quasi tem seme¬ lhança a dor Cingida, mas não , que adôt seja tao grande: Convém dar^se-lhe algoj- mas beberagens de vinho, e çanella , egin- givre andando com a rez de huma parte pa¬ ra outra , para que aqueça.

CAPITULO Xlvill.

,

»■

Como se conhecerá o mal de Fluxo de sangue.

C

Gnliecer-se-ha que a rçjz padece este achaque , quando se vir que ás opri¬ mas, <&ãç dcvnasiadamente vermelhas , acce-

zas,

(36)

(■

gx \ AYie ãè Curar

zas 3 e que a rez não quer comer, é tem demasiado calor em o corpo,, e qiier cor¬ rendo-lhe a mião pelo lombo áe derreia , como que teiii mal de Rema : Convém, que logo se sangre ctirás vêas das bargadas ,

a

que os Alveitares-chamao vêas filheiras, huma, ou duas vezes, è lhe darão ídgo be¬ bera genf em o mesmo dia da sangria de ca¬ ra mel í o de assucar , e alguns ovos cruz, tudo lançado em quantidade de caramello, que será huma quarta., e de agoa tres quaf* tillios ^ dando-lhe duas beberagcns de azejU td 5 e cebolla crua pizada, e assim se jlie deve fazer muita diligencia até*5 os qtntro dias, e passados eiies ha esperanças de me- llíora. Também humas miadas cosidas em senradas, e postas quentes sobre os rins , e cübertas com âlgurti fato , lie grdnde reme- já-iò para e fluxo de sangre.

WÊÊÈ GA PI T U L O^XXIX.

Como se curará o mal deCorrenca de sâim }

(37)

os Bo is. 33

0%ve usar logo de remedios, senão aos dous dias, e passados elles, e não parando os cursos, se lhe dará a temer linhaça, e não Querendo cofiier, lha deitaráô*á força pela boca, erguendo-lhe a cabeça , para que a não lance fóra,e lhedeitaráõ;álgumasaju¬ das de agua de cevada somente, e lhe po¬ rão sobre òs rins huiís mentrastos saborra- íhados em o borralho, e os cobriráÕ com algum facto Continuando com ás sobreditas ajudas dous , ou tresdias ; e os mentrastos $e devem pôr á noite, pára que a rez a passe com elles.

CAPÍTULO XXX. r Como se curará o mal de Buxo grande

,

ã

què se chama empauládo

.

: ... .. ’ . i .

17

Endo-se que a rèz está empantUrrMar V por causa de não digerir , o que tem iiô dito- buxo, ê qué passa de dòus dias sem faze? curso, hem abaixar o enchimento, tjüe tem: Convem lhe dem logo bebera- gens, sendo em tempo frio, de calda de azeitonas, eácndó ein tempo quente, lhas darão de azeite cru, e decebolla criia pi-1 5a d a, e passados quatro dias se lhe abrirá o

(38)

34

dírte de Curar

Coiro em o vão do Vazio, e a carne, até que o' dito buxo lhe appareca, em tal for- #iá, que se lhe não toque senão com hums agulha quadrada, com que se lhe fará hum buraco, em o qual deixarão estar a agulha ? pafá que pelo dito buraco saia o vento, que dentro tiver ; e a rotura do coiro se¬ rá feita da parte direita quatro dedos abai- xo da costa meminha, e não havendo me¬ lhora, se deve purgáf, com a purga, de que fizemos menção em o Capitulo XXVL deitando-lhe também suas ajudas * corno dissemos em o mesmò Capitulo.

c 4 fül

m u

o- xxxfc

Como se curara o mal de Empant urrado.

Q

Uando se vir, que a rez está demasia* damente larga do yao das tripas, a -qual cousa lhe nascel.de comer hervas nocivas, ou malvas ; deve-se-ííie dar algu¬ mas bebidas de agua morná com azeite r e não melhorando, se deve sangrar huma vez em

o rabo

* e nao melhorando ? em as per-

(39)

9

os Bois.

35

f ~ ■ -y-; ■ ■ • ✓ ■■ -■* ■ ■

CAPITULO XXXÍI. "Como se curará o mal de 'Entrefoiho ?

je* gera em o buxo ntetéer* . -

Q

Uando se vir, que a rez d ao pode de¬ sistir , e anda com bastante ençhimeji* to ; convem que se ]Íie dem em os i primeiros dois dias algumas beberagens de azeite crú , e cebolla crua pisada , e se iíie tnetta a ma o esquerda pelo poisadeiro, e com elia se lhe tire alguma bosta seca, que não póde deitar, e não havendo melhora até os tres dias, se lhe dará a purga declara¬ da no Capitulo XXVI., e se lhe darão a$ aju¬ das declaradas no mesmo Capitulo.

CAPITULO XXXIILd

a ^

Como se curará o mal de Bateira verde.

Q

Uando se vir, que ú réz tem àlgum empáchamento em á barriga, e que . - dá alguns mugidos como gente, qüè geme , e não lança o pé esquerdo tambent como o dirbito; convem que estando a rez gorda , e forçosa se lhe dê hiirna sangria^m as bargadas, e lhe ponhão sobre o lugar do basso humas papas de tramoços, e mel,

(40)

Arte âe Cutrar

deixandò-llie entre â costa rnerninha * e â segunda, lugar para se lhe dar hum carga de fogo, e naodeixaráÓ beber a rez por es¬ paço de vinte e quatro horas , e em os primeiros dias não- lhe deixarem beber quan¬ ta agua qútzer*

CAPITULO XXXIV,

Como se curara o de Basseira secca

.

Q

Uando se rir , que a rez lança o ex¬ cremento solto; e sem temperamento por eaiísa de muito beber , e pouco comer , tem enchimento na barriga, antes atida estrangilhada s Convém que se íhe fa¬ ção os roesmoá remedios, que se applicaa para a Basseira verde , qúe só se dividem es¬ tas enfermidades nos signaes ;*e advirta-se

beba a rez quanta agua quizer.

C A

t í

T

Ü

LO. xxxy.

Como se curará o mal de Breqtia

,

e se* co+

nhecerd este achaque.

Uando se vir * que â fez tem escumas erílâbòca, e qúe está co>n grande an¬ ciã

i

comõ sé fôta huma creafurá, que está

com

hum accídehte j contém que fo¬

(41)

es Bois*

371

go, (2 brevemente lhe dem algumas bebe-

ragens de azeite com marmelio pisado, e huns defumadouros de alecrim , e arruda

\

e os mesmos defumadouros , e beberagens se devem dar ás mais rezes , que com a enfer¬ ma andarem , por ser muitp pegadiçq, por cuja causa se deve curar a rez enferma á parte , e morrendo alguma rez desse mal, deve, quem a esfollar, lavar primeiro as mãos em vinagre ,

por

sç livrar de alguns çarbunçulos. Procede esfe mal do coração*

I ' - y . ■ .« : * r’">" '

CAPITULO XXXVI.

Como

se

conhecerá huma fez danada*

Q

Uando se vir, que a rez anda alvora- çada, e espantadissa , e que quando anda, não vai direita, eqqe nao po¬ de ter socego, e dando muitos berros, e com escumas na boca , então .se entenderá estar danada, por cuja causa se deve Jogo apartar das mais rezes, e levar a S\

(42)

Ç A

P I T

U L O XXXVII, \

Coala se conhecem

o

mal

de- Alfavaca dõ»

Q

Ua.ndo se vir , que a rez anda com semelhanças de douda sem embarga, de nao andar á roda , com escumas, na boca : Convém , que lhe dem a comer palha de trigo, eram a de oliveira; e quan¬ do virem a não. quer comer , lhe deitarão alguns gargarejes de agua para lavatorio das escumas, que tiver na boca, e lhe darão 2 bebidas de azeite, e marmello , e isto. co,m: hrevidede.

CAPITULO XXXVIII.

Cpmo se curará o mal deFie Ima-, que dé em os bofes <* e caxolhu '

nao Uando se vir

5

que a

* beber , ainda que faça algunía dili« gencia , e anda bastantemente trrste Convém , que logo se lhe dem algumas beberagens de triaga, e mel; a triaga se¬ rá a quantidade de valor de dpze vinténs, e o mel hum quartilho ; o qual mel es- taxido; grosso se amornará para. ir mais sol-

(43)

os Bois.

ta a bebida , e lhe continuarád quatro dias ; e quando se der a bebida da triaga , terá a rez a cabeça alta para não lançar fora a bebida , e para mais certeza do conheci¬ mento desta enfermidade ; -se verá , que deírando-lheagua em a. boca, a lança, por ter a serventia da agua tomada; e quando a rez não melhora até o seteno, morre.

CAPITULO XXXIX.

Copio se conhecerá o

mal de

Reira

,

que

dd em os rins

.

C

Onheeer-se-ha esta enfermidade

,

quan- do se vir , que a rez se deita algu¬

mas vezes, com signaes de, que se espre- e qu.e pondo-lhe a mão sobre o lom¬ ba y é correndo-lha por sima do lugar delles

s^Mjerrea , e que quando for andando arroja algum tanto as unhas dos pés; e se a fize¬ rem páSsar por cima de hum pão, que esti¬ ver* no chão , o não fará sem lhe tocar com as unhas: Couvém, que sendo rez gorda se sangre huma vez no rabo, e depois de sangrada lhe dem duas vergas de fogo sobre os rins, huma de cada parte , e passadas quatro horas , lhe darão huma bebida de vi*

(44)

Arte de Curar*

C A P I T ütQ XL,

Como se curara ° ty&l de Resfriado

,

que

dá dos rins fara traz.

O

Uàndo se vir , que a rez rpeaêa mal as pernas, e como quem as tem dor¬ mentes , e quasi as troca, e que pas¬ sados alguns, dias de enfermidade , cada, vez entropece mais delias , até que chega a não poder levantalas , mas não lhe estor¬ vando o comer, se diante delia selhepoe: Convem que se lhe acuda antes, que a

rez

acabe de entropecer; que em se não levan¬ tando, corre risco, em melhorar , dar-lhe^ hão, á noite algumas beber age ns de vinha, com algum sal, e lhe pprao sobre a cadeira hum saco com quantidade de meio alqu^Ir#, de arêa torrada espalhando-a sobre a çadçi ra, ccobrindo o saco com algum fato paf$^% a quentura da arêa se coramunique á parte queixosa, ataíido muito bem a saca "de hu« ma perna da rez á outra , para que lhe nap caia; e lhe porão algumas vezes, também so-? bre a cadeira o engos sob.orraihados ern o, forno; ou borralho cubertos na forma de arêa, que não melhorando com estas medi*

çinas corre perigo,

C A*

* -Ci -.

V

(45)

os Bois.

CAPITULO XLI. -

Como se curara a Vaca parida

,

que nao lança fórq as parias*

C

Gnvem

,

que a esta se lhe dem algu¬ mas beberagens de azeite, e mel mor¬ no , e lhe dem a comer verdura pc?r ser mais purgativa, e a levarão de mannãa se¬ do a comer, para que goze das orvalhadas;

t

em cada bebida se dará meia canada a be¬ ber, e com isto lhe continuarão gté melhorar.

CAPITULO XLIL

(Jorno se curará a Vaca

,

que pare

,

e nao recolhe a madre

*

deitando-a fora

.

C

Onvem

,

que se faca hum cozimento de alecrim , murta , aro , e esteva , estevão , Rozella , vinho quantidade de meio almude, e feito o cozimento com el- le<, lhe-lavarão a madre muito bem , indp o cozimento some are morno : e lha metteráò para dentro , e darão dous pontos em o vaso da rez com hum a guita em agulha quadrada, que íiquem muito bem seguros, que não venha outra vez a madre para fora,,

(46)

Arte de Curar

não lhe tomando de todo os pontos e vaso, S se a vaca engeitar o bezerro mettella-hão era hum curral cora a cria, edeítardhe-hao dentro alguns cães, a quem deitarão para a parte do bezerro alguns pedaços de pão, para que vendo a mãi os cães ir para o bezerro, tome motivo de llie tomar outra vez amor,

CAPITULO XLIIÍ.

Como se curara o mal de Rendimento*

Q

Uando se vir, quea rez por qualquer respeito , que seja , tem rendido em qualquer .parte d# corpo , o que se conhecerá por ter alguma tosse , convém que se lhe dem bebidas de solda , emelad- virtindo ao boticário , quando se for pela solda, que se quer solda sómente, por ser para se beber f e deiraráó de solda huma onça, e de mel meia canada sendorez gran% de , dandodhe cada dia huma bebida , e

com isto se continuará até haver melhora.

(47)

CAPITULO XLÍV< f

Corno se curará o mal de assafrado , que so* brevem ds alguma enfermidade mal cu¬ rada , ou de algum excesso de

t

rabalho,\

Q

Uando se vir

,

que a rez anda arque-? jando , e nhaiormente pela calma, e que se alguma cousa come, he de ma- nhaa, qu de tarde; convém que se lhe dem bebidas pela calma, de azeite, e cebolla crua pisada, levando alguns ovos crus, e ou¬ tras bebidas de caramello de assucar derreti¬ do em agua, e lhe darao hum par de san¬ grias , huma cada dia em as mãos, dando- lhe de manhaa a sangria , e de tarde a be- ragem , ou pela calma ; e 3 rez estará pela calma á sombra' borrifando-a com agua aí- gum^S vezes , e não trabalharão com ella èm quanto estiver queixosa.

CAPITULO XLV. ’

. * ' t • - ■- ,• •• * - i

s • *

Como se curara o mal de doença de sangue geral por todo o corpo.

Q

Uando se vir

,

que a rez anda carre¬ gada , e come pouco , e por algu-» mas vezes tem o cabello arripiado: convém que a primeira sangria se lhe dê

(48)

44 -

Arte de Curar

• . i .

era o pescoço, e em outro dia se lhe dará outra sangria era a perna em a parre contra¬ ria , sendo a do pescoço na parte direita, se lhe dará a outra da parte esquerda , e não havendo melhora, e entendendo-se ser car¬ ga de sangue, e que a rez está gorda , se fará outra sangria era huraa mão, e a sangria do pescoço seja pequena , e lhe darão aigiH mas bebidas de azeite, e eebo.Ua,

C A P I T U L Q XLVU

Como se c tirará a hum a rez a rotura que ti-, ver de alguma cornada, o,u pisadura, que

tinha, ainda não estando a couro roto.

Q

Uando tenha cm qualquer parte algu¬ ma ferida , conviera se lhe lave çom vi¬ nho morno, e sendo funda, lhe deite por huma xeringa, para que melhor leve, e chegue á ferida ; e criando nella alguma car^ ne pobre , se lhe deitará huns pós de pedra u- me assada , que assaráÔ em hum testo sobre q borralho , advirtindq, quç todas as ve?es, que se lhe deitarem pás, se lavará primeiro a ferida , pondo em roda delia para defensivo íiumas papas de vinagre , e almagre ; e tan¬ to que vier sarrando com carne nova, se lhe metterá huraa méxa de lã grosseira, eri¬

(49)

0f Bois*

rolada muito bem com liuma lihlia paráquê na ferida, quando tirarem à mexa , não fi¬ quem alguns fioé ; e sendo inchaço feitò dé alguma pisadura , que delle se getao as ro¬ turas : Convem , que se abfa a pisadura cora cautella , que se a rotura estiver já corrom-

f

)ida , deve-se abrir com cuidado, qüe não he cheguem a offender as tripas ; somente lance Fóra a dita inchação alguma matéria, que em si tiver, e se lhe ponha em ròdá pa¬ ra defensivo papas dé vinagre , e almngre

\

e não havendo aihdà rotura para dentro

p ò

que sesàbe pòndò-lhè amaoèmcitna do in¬ chaço; porque se recolher a dita ibchaçao para dentrò , então se deve por hum ern- prasto de contra fotufa apertado muito bem , e não havendo rotura lhe porão no inchaço as papas dè vinagré, é álmagre*

CAPITULO XLVII;

Gompfe curará o màt de Ama relia

,

e

$% conhecerá esta enfermidade que pre¬

cede de beber agua ruim

*

Q

Uando sé vir que a rez

,

depois de beber, se mostra triste , e arripia- dâ do cabello , e pela maior parte de tarde , convém , que logo se sangre

(50)

4

®

Arte de Curaf

duas vezes em as vêas da bargada, e se dem algumas bebidas de azeite, c eebòíia, Sendo em témpo quente; e sendo etri tem¬ po frio , de calda de azeitonas; e lhe darão. Inins defumadouros de arruda , e alecrim ; e os mesmos defiupadoütos se devem dara to¬ do o gado , que andar com a rez queixosa, porque poderá ter bebido da mesma agua ; pelo qual respeito lhe darão também humas

beberagens de azeite, ê ceboila.

E advírta-sc , qUe d mal de Lòbegã, dd Perneira, de Breca , e de Asma §ão tão máos > e pegadiços, que se deve curar á parte a rez por não iscar ao tnais gado, até que a rez Sare , cii morra ; e ainda morrendo se devem enterrar os ossos, porque o ar, que por elles passa também vai inficionado. E advirta-se, qud as queimaduras se devem uritar de azei¬ te , qiie se der tí fogo, exceptuandó no maí de Lòbega, Lobinho , e Lobão * porque enverdecem, e só se deve untar, quandò & tez estiver sãa.

C A f ITÜL O XLVIIT.

Da Explicação das sangrias , è de como sé devem fazer.

 duas vêas nos lagrima es , huma de j., eadíf lado, as quaes vão direitas ás

(51)

ôs ÈoiSi

Ventas; e a sangria se deve fazer no meio da vêa, e á fez terá a cabeça levantada até se lhe dar a picada , e dada se lhe baixará. E .para se estancar, se molhará huma lageasi» nha, ou hum pedaço de telha em agua fria, e se porá sobre a sangria, tendo mão nellat âté que esranque.

Em o pescoço ha duas vêas , huma de ca¬ da lado, e a sangria/se faz apertando huma ponta de corda no pescoço , com nó corre¬ dio , que fique quasi junto aos peitos, d Com a outra poma se dará huma volta á ro¬ da da rez , que^ passe por baixo do rabo, d èe venha a juntar com a laçada do pescoço, para que lhe não corra para a guella ; e feita a sangria, se aífroxe a corda , e com os dedos apertarão o corte do couro, até que estan¬ que , e lhe deitaráó na cabeça alguma agua fria, pafâ mais depressa estancar.

Em as mãos ha outras duas , em cada hu¬ ma sua, e a sangria se faz, atando em a mão por sima do joelho huma corda j algum tan¬ to apertada , para que a vêa dê melhor ta¬ cto , tendo-lhe a outra levantada; e a vêa da sangria se achará pela parbrdr dentro , algum tanto por baixo do joelho ; e para que estanque ? lhe porão huma rodilha mo-

. ' í lha-

(52)

48 cte Cura?

Ihada em agua fria, quando não vede, lk porão a mesma rodilha cotò hüma atadüfáé Em as bargadas ha outras duas vêas, áàí quaes vão de entre as maòs direitas á veri- trisca, e se picão hum palmo dò embigo pa¬ ra diante , pouco mais, ou meíiòs; e as vêás vão por hum, e outro lado do embigo; e para se fazer sangria se peàrá a réz , é se es- rançará com lage, ou telha $í Em as pernas ha outras duas , hunia de cada ládò, eavéa vai por síma do cotvilhao, pela partè de fo¬ ra hum palmo pouco mais* ou menos, à a picada se dará onde a vêa fazJiúm ratno * como que cruza a mesfna vêa, e se estanca¬ rá eom huma rodilha molhada em agua, tendo mão nejla até que estanque ; e pela parte de dentro vai outra vêa direita aôs tu~ beros, oti ás têtaá, sendò fémea; e fará d sangria palmo é meio distante; e se estanque com á rodilha molhada em agua*

Em o rabo vaò duas vêas pelas párte dê baixo , nas quaes se fará a sangria , -distan¬ cia da raiz do dito rabo * hüm palmo , e sé

estancará a sangria com a atadura, e para se melhor&sáan-cát, se não cortará CábelJo* onde se der a picada.

(53)
(54)
(55)
(56)

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