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OS FATORES DE RISCO PARA O TROMBOEMBOLISMO VENOSO ENTRE PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIAS ORTOPÉDICAS E A PROFILAXIA UTILIZADA.

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VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão

do Centro de Educação e Letras.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do

Iguaçu, PR.

OS FATORES DE RISCO PARA O TROMBOEMBOLISMO VENOSO ENTRE PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIAS ORTOPÉDICAS E A

PROFILAXIA UTILIZADA.

Caroline Guarda Lara (Apresentador)¹, Lilian Lessa Cardoso (Orientadora)².

Curso de Enfermagem1 (caroline.g.lara@hotmail.com); Curso de

Enfermagem2 (lilian.lessacardoso@gmail.com).

Palavras-chave: Tromboembolismo venoso, Profilaxia, Enfermagem. Introdução

A Trombose venosa (TV) se caracteriza pela formação de trombos em veias relacionada com fatores de risco, obstruindo as artérias de forma oclusiva total ou parcial (FRANCO et al., 2006).

A embolia pulmonar (EP) se origina na formação de um trombo do sistema venoso profundo, que depois de solto, migra e acaba obstruindo a artéria pulmonar, ou um de seus ramos (CARAMELLI et al., 2010).

Os estudos epidemiológicos apresentam que a incidência de TEV ocorre em um caso para cada 1000 habitantes por ano, sendo responsável pela morte de cerca de 50000 norte-americanos anualmente (RIZZATTI; FRANCO, 2001).

No Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é possível encontrar cerca de 28 mil internações por ano em consequência ao tromboembolismo venoso, com número de óbitos de 4.247 pacientes (CASTRO, 1997 apud BENEFÍCIO DA PROFILAXIA EM PACIENTES CLÍNICOS, 2010).

Os fatores que predispõem à TVP estão diretamente relacionados à tríade de virchow (estase venosa, ou seja, alteração do fluxo sanguíneo, discrasia sanguínea e alterações no endotélio), sendo reconhecidos esses fatores para o risco trombótico potencial em cada paciente (FRANCO et al., 2006).

Os fatores de risco relacionados para o desenvolvimento do TEP estão ligados à idade superior a 40 anos, AVC (isquêmico ou hemorrágico), paralisia de membros inferiores, infarto agudo do miocárdio, imobilidade, trombofilias, gestação, anticoncepcionais orais, obesidade, neoplasia/quimioterapia/radioterapia, doença inflamatória intestinal, cateteres venosos centrais, procedimentos cirúrgico de médio e grande porte (RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DO TROMBOEMBOLISMO VENOSO, 2000).

A avaliação de risco em pacientes cirúrgicos é dividido através de três graus de risco, baixo risco, médio risco e alto risco. Baixo risco são cirurgias em pacientes com menos de 40 anos, com tempo de cirurgia inferior a 30 minutos e sem necessidade de repouso prolongado; médio risco são cirurgias de grande porte em pacientes acima de 40 anos de idade, com fatores de risco associados, como o uso de anticoncepcionais orais e necessidade de repouso prolongado; alto risco são cirurgias em pacientes

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acima de 40 anos com vários fatores de risco, pacientes com história de TVP ou TEP, cirurgias ortopédicas, neoplasias malignas e traumas múltiplos com fratura de pelve, quadril e membros inferiores (RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DO TROMBOEMBOLISMO VENOSO, 2000).

A profilaxia poderá ser dividida em três níveis de risco: baixo risco, médio risco e alto risco, de acordo com os fatores de risco apresentados por cada paciente, seja clínico ou cirúrgico.

Em pacientes de baixo risco será utilizado apenas métodos como deambulação precoce e o uso de meias elásticas de média compressão, já em pacientes de médio e alto risco se atribui o uso de drogas anticoagulantes como o uso de heparina, o qual é indicado inclusive no tratamento (TVP), no uso de profilaxia (TEV) e recidivas associadas à cirurgia ortopédica. A heparina também estará indicado a pacientes com fatores de risco associados recomendados pela 8º edição da Diretriz para a prevenção do Tromboembolismo Venoso do American College of Chest Physicians (GEERTS et al, 2008).

Entre as complicações mais citadas encontramos: insuficiência respiratória, insuficiência cardíaca congestiva (ICC), hipertensão pulmonar, infarto pulmonar e embolia pulmonar (CASTRO, 1997 apud BENEFÍCIO DA PROFILAXIA EM PACIENTES CLÍNICOS, 2010).

Em 85% dos casos ocorre uma embolia pulmonar periférica, através de bloqueios de vasos periféricos por êmbolos menores. Neste caso, os pacientes podem ser assintomáticos, ou podem apresentar insuficiência respiratória e dor torácica pleurítica, devido a pequenos infartos, desenvolvendo em consequência um tromboembolismo maciço (STEVENS; LOWE, 2002).

Em pacientes que apresentem fatores de risco, o enfermeiro deverá avaliar sinais clínicos de TVP em membros superiores e membros inferiores como edema, petéquias, aumento da temperatura, dor e rubor. Atribuir o uso de meias elásticas de média compressão e de compressão pneumática, retirando-as, a cada 6 horas e descansar os membros por 1 hora. Lembramos que, estará contra indicado o uso destas meias em pacientes com infecções na pele, incompatibilidade com o material das meias de compressão, neuropatia periférica avançada como diabetes mellitus e insuficiência cardíaca (RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DO TROMBOEMBOLISMO VENOSO, 2000).

A assistência de enfermagem poderá contribuir efetivamente na prevenção a ocorrência de embolia pulmonar fatal, recidivas, diminuição do risco de complicações e sequelas crônicas em pacientes com diagnóstico de TEP. Entre os seus cuidados, o enfermeiro deverá estar atento quanto a administração de medicações anticoagulantes, observando tempo e dose correta (SMELTZER; BARE, 2000).

Outras observações realizadas pela equipe de enfermagem serão consideradas indispensáveis ao paciente susceptível a TVP e TEP, como a presença de tosse, dispnéia, hemoptise, cianose, quedas de saturação de

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oxigênio, perfusão do membro afetado, edema, dor e sinais de hemorragias (SMELTZER; BARE, 2000).

Objetivos

Identificar os pacientes submetidos à cirurgias ortopédicas com susceptibilidade ao tromboembolismo venoso e descrever a profilaxia utilizada nos pacientes com fatores de risco para desenvolver tromboembolismo venoso que foram internados entre janeiro de 2010 e dezembro de 2010 no hospital Ministro Costa Cavalcanti no município de Foz do Iguaçu-PR.

Materiais e métodos

Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva, com caráter quantitativo. A pesquisa que relaciona os fatos, fenômenos, características sem alterá-los, apenas descrevendo-os como realmente acontece.

O método retrospectivo justifica-se pelo fato de buscar conhecer o tema em estudo em prontuários de pacientes que foram submetidos a cirurgias ortopédicas com susceptibilidade ao tromboembolismo pulmonar.

Os dados foram coletados a partir dos prontuários fornecidos pelo setor de arquivo geral e da ortopedia, através de um instrumento pré estabelecido, pela 8º edição da Diretriz para prevenção do Tromboembolismo Venoso do American College of Chest Physicians.

As variáveis do estudo que foram observadas são: idade, sexo, peso, altura, diagnóstico, tipo de cirurgia realizada, fatores prévios de riscos, tempo de internamento, profilaxia utilizada, complicações e alta.

A população foi composta por todos os pacientes que foram submetidos a cirurgias ortopédicas entre o período de janeiro de 2010 a dezembro de 2010.

Conforme as normas da Resolução 196/96, o presente estudo foi submetido à análise do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estatual do Oeste do Paraná/UNIOESTE, sendo aprovado sob número 506/2010 – CEP.

Resultados e Discussão

Foram realizadas 666 cirurgias ortopédicas no ano de 2010, das quais foram analisadas 538 cirurgias. Entre as cirurgias que não foram analisadas, 50 cirurgias não continham dados suficientes para análise e 78 cirurgias eram de pacientes menores de 18 anos que não estão inclusos do protocolo estabelecido pela 8º Diretriz para prevenção do Tromboembolismo Venoso do American College of Chest Physicians.

Destas 538 cirurgias, 207 (38,48%) foram realizadas no sexo feminino e 331 (61,52%) no sexo masculino como mostra a figura 1. A média de idade dos pacientes submetidos à análise foi de 45,5 anos. Todos os pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas apresentaram algum grau de risco; 188 cirurgias (34,9%) apresentaram baixo risco para desenvolver TEV; 153 cirurgias (28,4%) apresentaram risco intermediário para desenvolver TEV;

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197 cirurgias (36,6%) apresentaram risco alto para desenvolver TEV, como mostra a figura 2.

Figura 1 Figura 2

Em pacientes cirúrgicos, a idade, os fatores de risco associados ao tipo de cirurgia, a duração e o tempo de internação são decisivos para a indicação da profilaxia medicamentosa, sendo inapropriado aguardar o aparecimento dos sintomas para diagnosticar um episódio de TEV pela alta frequência de complicações como o TEP fatal.

O medicamento mais utilizado foi Heparina de Baixo Peso Molecular (CLEXANE) prescrito em 179 cirúrgias. Foi indicado o uso de profilaxia medicamentosa em apenas 21,2% das pré cirurgias e em 78,8% das pós cirurgias como mostra a figura 3.

Somente 245 (45,5%) cirurgias receberam algum tipo de profilaxia medicamentosa, os pacientes de risco intermediário e alto risco devem receber quimioprofilaxia conforme 8º Diretriz para prevenção do

Tromboembolismo Venoso do American College of Chest Physicians. Contudo observa-se que em 293 (54,5%) cirurgias não fizeram uso quimioprofilaxia como mostra a figura 4.

Figura 3 Figura 4

Conclusões ou Considerações Finais

Espera-se melhorar a qualidade de vida do paciente susceptível a TEV, para que receba a profilaxia medicamentosa com intuito de diminuir o

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risco da formação do trombo, diminuindo as chances do paciente desenvolver o TEP fatal pós-cirúrgico.

Como acadêmica do Curso de Enfermagem sei que esse estudo contribuirá primeiramente através da conscientização dos médicos e da equipe de enfermagem a respeito da importância da profilaxia da TEV durante as internações hospitalares no pré e pós – cirúrgicos, usando a profilaxia adequada para cada paciente relacionado com os fatores de risco apresentados e avaliação clínica desse paciente.

Referências

BENEFÍCIO DA PROFILAXIA EM PACIENTES CLÍNICOS. Manual TEV. Safety Zone. Sanofi Aventis. São Paulo, 2010.

CARAMELLI, B et al . Diretriz de Embolia Pulmonar. Arq. Bras. Cardiol.,

São Paulo, 2010 . Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2004002000001&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2010. doi: 10.1590/S0066-782X2004002000001.

FRANCO, RM; SIMEZO, V; BORTOLETI, RR; BRAGA, EL; ABRÃO, AR; LINARDI, F; COSTA, JA. Profilaxia para tromboembolismo venoso em um hospital de ensino. Jornal vasc. bras. vol.5 no.2 Porto

Alegre June 2006.

GARCIA, ACF et al. Realidade do uso da profilaxia para trombose venosa profunda: da teoria à prática. J Vasc Br 2005;4(1):35-41.

GEERTS, WH et al. 8ª Edição da Diretriz para prevenção do tromboembolismo venoso do American College of Chest Physicians. São Paulo, 2008.

RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DO TROMBOEMBOLISMO VENOSO. J. Pneumologia, São Paulo, v. 26, n. 3, June 2000 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862000000300011&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2010. doi: 10.1590/S0102-35862000000300011.

RIZZAT EG; FRANCO RF. Tratamento do tromboembolismo venoso. Medicina, Ribeirão Preto, 34; 269 – 275, julho./dezembro. 2001.

SMELTZER S.C; BARE BG, Tratado de Enfermagem Médico – Cirúrgica. Volume 3, 8° edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, RJ, 2000.

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