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Desafios para a promoção, prevenção e tratamento do câncer: O panorama global e o Brasil

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Desafios para a promoção,

prevenção e tratamento do câncer:

O panorama global e o Brasil

André Medici

Economista de Saúde, Editor do Blog Monitor de

Saúde (

www.monitordesaude.blogspot.com

)

(2)

Sumário da Apresentação

• Alguns dados globais

• O hiato do financiamento

• Incidência de câncer no Brasil

• Cobertura e equidade do câncer no Brasil

• Alguns dados sobre o Financiamento

(3)

1. Alguns

Dados Globais

Em 2013, 70% das mortes

globais eram atribuíveis a

doenças crônicas.

Destas mortes, 15%

estariam associadas ao

câncer.

• Países de renda alta: 1,0

milhão de mortes.

• Países de renda

média:1,9 a 2,1 milhões

de mortes

• Países de renda baixa:

1,2 a 1,4 milhões de

mortes.

• Total: 4,4 milhões de

mortes

(4)

Entre as doenças crônicas, o câncer era em 2012 a

principal causa de mortalidade entre as pessoas de 0 a 69

anos de idade

(5)

A situação é mais

grave nos países de

renda média e baixa

• A mortalidade por câncer

representa mais de dois terços das mortes prematuras.

• A situação tende a se agravar

com o envelhecimento e o rápido declínio das mortes por doenças transmissíveis.

• 68% dos novos casos de

câncer se concentram em

regiões em desenvolvimento e só 32% na Europa e Ásia

Central e América do Norte.

• Mas 73% das mortes por

câncer se encontram em regiões em desenvolvimento.

• Portanto, a sobrevivência por

câncer é maior nas regiões de renda alta.

(6)

Incidência do Câncer por Idade e

Sexo: 2012 – Estimativas Globais

(7)

Distribuição regional estimada dos novos

casos e mortes por câncer em 2012...

4,4 milhões de mortes 13,0 milhões de novos casos

(8)

...

nas regiões mais pobres as mortes são

proporcionalmente maiores que os novos casos

(9)

Os impactos na mortalidade são diferenciados segundo o

tipo de câncer (existem tratamentos efetivos)

Incidência e Mortalidade por Cancer (por 1000 hab) em países de média e Baixa renda (2012)

(10)

Número de mortes (0 a 69 anos) anuais estimadas por

câncer segundo o tipo de câncer e o grupo de países

por nivel de renda -2012 (em milhares)

Tipo de Câncer Baixa Renda Renda Média Baixa Renda Média Alta Alta Renda Total*

Pulmão, Laringe, etc. 70 260 560 300 1,200

Figado 30 90 270 70 440 Seio 30 140 110 80 360 Estômago 20 80 210 50 360 Intestino 20 80 120 1-0 310 Cérvico-Uterino 40 90 60 20 200 Ovário 8 30 30 30 100 Leucemia 13 50 70 32 170 Prostata 4 10 20 20 60 Outros 110 330 470 310 1,220 Total 350 1,170 1,720 1,000 4,400 % de Todas as Causas 6% 6% 22% 37% 14%

(*) Por serem estimativas os totais não necessariamente fecham a soma das parcelas

(11)

Estimativa dos casos de câncer na

América Latina e Caribe: 2012

(12)

Mas apesar disso, avanços na medicina e na

saúde pública tem levando à redução do número

de mortes por câncer

.

Tipo de Câncer e Demais Doenças Países de Renda Baixa Países de Renda Média Baixa Países de Renda Média Alta Países de Alta Renda Todos os Tipos -6 -2 -13 -10

Pulmão, Boca, Exôfago (ligados ao tabaco)

-6 +1 -12 -9

Cervical, figado, estômago (ligados a infecções)

-13 -2 -24 -15

Demais tipos de câncer -4 -3 -12 -8

Todas as demais doenças -21 -15 -17 -19

Redução % do Número de Mortes por Câncer por Nível de Renda dos Países (2000-2010)

(13)

Algumas conclusões preliminares

• O câncer já é a maior causa de morte nos países de renda média.

• Continuará a crescer em função do envelhecimento da população e da redução relativa do peso de outras doenças.

• Nos países de alta renda, a maioria das pessoas que desenvolvem câncer atualmente são curadas, mas isso não ocorre nos países em

desenvolvimento, onde a prevenção é debil e a identificação tardia.

• Muitas causas são previníveis através de mudanças comportamentais e ações de saúde pública, como redução do uso do tabaco e a vacinação contra o HPV e a hepatite B.

• Muitos casos de câncer podem ser curados efetivamente se identificados de forma precoce, como o câncer de mama, cervical, alguns cânceres infantis e outros.

• Se houvesse prevenção, promoção e identificação precoce de novos casos, muitas das mortes por câncer nos países em desenvolvimento seriam evitadas.

• As mortes por câncer vem se reduzindo, mas não em menor proporção que a mortalidade geral por todas as causas.

(14)

2. O Hiato do

Financiamento

Os gastos com câncer aumentam exponencialmente, especialmente com tratamento.

Mas os gastos, ainda que aumentem, estão aquém das necessidades de financiamento. Por isso é necessário, por um lado, aumentar o compromisso dos governos com os gastos com promoção, prevenão e tratamento de câncer

Mas por outro, é necessário estabelecer estratégias custo-efetivas para implementar soluções sustentáveis para

enfrentar o câncer nos países em desenvolvimento.

(15)

Câncer: Novos Casos x Custos

13,2 milhões 21,6 milhões 2010 2030 US$290 bilhões US$ 458 bilhões 6,1 7,1 8,5 13,1

Paises Desenvolvidos Paises Em Desenvolvimento

Casos Novos de Câncer Segundo Nível de Desenvolvimento (milhões de casos)

2010 2030

(16)

...mais existem várias formas de

medir os impactos econômicos

As perdas econômicas associadas aos anos de vida precoce (por doença e por morte) do câncer ao nivel

mundial, chegariam a US$895.2

bilhões em 2012, de acordo com a pesquisa realizada pela Livestrong

para a America Cancer Society.

Quanto custaria em esforços dos governos e da sociedade para evitar estas perdas globais?

Qual destes custos estariam

associados à promoção, à prevençao e ao tratamento?

Quanto dos recursos disponíveis para financiar o câncer vão para as

populações que mais necessitam?

Perdas Econômicas Associadas Ao Câncer em 2012

(17)

Os custos do câncer dependem da

dimensão considerada

Impacto anualizado à longo prazo US$ 2,5 trilhoes + Custos Sociais US$ 1,16 trilhoes + Custos Econômicos US$ 895 bilhões Custos médicos US$290 bilhões

(18)

Conjuto de procedimentos e políticas

essenciais para a prevenção do câncer

• Medidas de carater geral

– Educação sobre riscos do tabaco

– Valor da vacinação contra HPV e hepatite B

– Valor do diagnóstico e tratamento precoce

– Tratamento paliativo, incluindo alguns opioides

• Medidas específicas

– Taxação do tabaco, eliminação da propaganda, proibição em locais públicos;

– Vacinação Obrigatória contra o HPV (escolas) e Hepatite B (incluindo dose ao nascer);

– Exames e tratamento de lesões pre-canceríginas de câncer cervical e tratamento precoce quando

identificado;

– Cirurgias desobstrutivas e tratamento precoce de câncer colo-retal

– Identificação e tratamento curativo contra câncer de mama em estágio precoce;

– Identificação e tratamento precoce de alguns tipos de câncer infantil.

Custo Per-capita Ano de todas estas Intervenções:

Países de Renda Baixa: US$ 1,70

Países de Renda Média Baixa: US$ 1,73 Países de Renda Média Alta: US$ 5,72

BRASIL (2016): US$1,194 milhões

(19)

3. A incidência

de câncer no

Brasil

• Terceira principal causa de

mortalidade em 2016, segundo o INCA.

• Atendimentos do SUS entre

2010 e 2015 passaram de 292 mil para 393 mil.

• A estimativa de casos em 2015

estava ao redor de 576 mil novos casos (incluindo não melanoma) e 394 mil

(excluindo não melanoma).

• Gastos do Ministério da Saúde

com câncer passaram de R$2,1 para R$3,5 bilhões (pouco mais de US$ 1 bilhão de aumento em 10 anos).

(20)

Taxas Brutas Estimadas por tipo de câncer no

Brasil (2014) - homens

(21)

Taxas Brutas Estimadas por tipo de câncer no

Brasil (2014) - mulheres

(22)

Coeficientes de incidência estimada

por Região: Homens 2014

(23)

Coeficientes de incidência estimada

por Região: Mulheres 2014

(24)

Incidência de Câncer x Idade no Brasil

(25)

Incidência de Câncer x Idade no Brasil

(26)

Incidência de Câncer x Renda Percapita

no Brasil

(27)

Comparação entre os principais tipos de

câncer: Países Ricos, Brasil e América Latina

Ranking Homens Mulheres Paises

Ricos

América Latina e Caribe

Brasil Paises Ricos América Latina e Caribe Brasil 1º. Pulmão, Traquéia e Brônquios (25%) Pulmão, Traquéia e Brônquios (14%) Próstata (32%)

Mama (22%) Mama (19%) Mama (28%) 2º. Colon-Reto (12%) Estômago (11%) Pulmão, Traquéia e Brônquios (9%) Pulmão, Traquéia e Brônquios (14%) Colo e Corpo de Útero (15%) Colo e Corpo de Útero (12%) 3º. Estômago (7%) Próstata (11%) Colon e Reto (7%) Colon-Reto (11%) Leucemia (7%) Colon-Reto (8%) 4º. Próstata (6%) Leucemia (9%)

Estômago (6%) Ovário (6%) Colon-Reto (7%) Glândula Tiróide (6%) 5º. Fígado (5%) Linfomas, Myelomas (8%) Cavidade Oral (5%) Colo e Corpo de Útero (5%) Pulmão, Traquéia e Brônquios (6%) Pulmão, Traquéia e Brônquios (5%) 6º. Linfomas, Myelomas (5%) Colon-Reto (7%) Esôfago (4%) Estômago (4%) Ovário 5% Estômago (4%)

(28)

Mas os problemas continuam a ser

comportamentos de risco: tabaco, por exemplo

(29)

4. Cobertura e

Equidade do

Câncer no Brasil

O Acesso é tardio,

precário e desigual.

A maioria da população é

atendida quando os

casos já estão

avançados.

O acesso a diagnóstico,

ainda está longe de ser

universal.

E o atendimento ainda é

bastante inequitativo.

(30)

Cobertura de Exame Clínico de Mama

(31)

Cobertura de Mamografia

(32)

Existe inequidade no acesso a

diagnóstico...

(33)

...ainda mais quando aumenta a

tecnologia

(34)

Mas a incidência de câncer ainda é

diretamente proporcional a renda...

(35)

...embora tenda a aumentar ao longo do

tempo para todos os níveis de renda.

(36)

As diferenças na incidência entre níveis

de renda estão se reduzindo....

(37)

...mas as diferenças no acesso não

estão!

(38)

5. Alguns

dados sobre

Financiamento

Gastos e financiamentos

sobre o cancer no Brasil

necessitam de maiores

dimensões

Os impactos da crise

poderão reduzir o

financiamento

Os gastos são muito mais

centrados em tratamento e

menos em promoção,

prevenção e detecção

precoce

(39)

Gastos Federais com Saúde

(40)
(41)

Gastos do SUS com Câncer

(Em R$ milhões)

(42)

Mas existem outros aspectos

a considerar

• Gastos dos Planos de Saúde

• Gastos das famílias

• Gastos com câncer entram na dimensão

de gastos catastróficos das famílias

• Faltam calcular as perdas indiretas

• O custo do impacto social nas famílias

• As perdas econômicas globais, dado que

afeta muitas pessoas em idade ativa.

(43)

Comentários Finais

• A sustentabilidade do câncer depende do mix de recursos

do SUS e da saúde suplementar. A prioridade dos recursos

públicos deve estar dirigida para quem não tem capacidade

de pagamento

• Maiores gastos com promoção e prevenção e tratamento

precoce evitariam mortes, melhorariam a qualidade de vida

e reduziriam custos.

• É imperioso reduzir as iniquidades, começando com o

acesso ao diagnóstico precoce, tratamento e

medicamentos

• A gestão do câncer para ser eficiente, como demonstra a

experiênci recente, deve ocorrar através de sistemas de

gestão autônomos (OSS, PPPs, etc.)

(44)

Muito Obrigado

mediciandre@gmail.com

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