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CONFISSÕES RELIGIOSAS. Cristãos Católicos Circunscrições eclesiásticas 10. SUPERFÍCIE km 2 POPULAÇÃO

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Academic year: 2021

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LegislaçãoA Constituição da Etiópia, um Estado tipicamente multiétnico e multi-confessional, reconhece a liberdade religiosa a todos os seus cidadãos, incluindo a liberdade de propagar as convicções próprias e a conversão para outra religião. O Governo federal respeita e aplica habitualmente todos estes direitos. Porém, a nível local e regional, as leis constitucionais e os princípios relativos à liberdade religiosa são violados com frequência e sem que as autoridades federais interve-nham para se assegurarem de que são respeitados. Existe uma hos-tilidade social muito intensa nas várias regiões para com as minorias religiosas, em particular para com as comunidades de Cristãos Evan-gélicos e Pentecostais que recentemente, ou relativamente recente-mente, apareceram nessas regiões.

A Etiópia é uma República Democrática Federal formada por nove regiões administrativas, criadas através da Constituição de Dezembro de 1994 para proporcionar a representação dos interesses políticos dos vários grupos étnicos. As religiões principais são o Cristianismo Ortodoxo Tradicional Etíope, o Islão (oficialmente representado pelo Conselho Supremo Etíope para os Assuntos Islâmicos) e o Protestan-tismo, incluindo as comunidades Evangélicas e Pentecostais recente-mente formadas. Além destas, existem pequenas minorias de Cató-licos de rito etíope e latino (menos de 1%), as Testemunhas de Jeová, crentes de religiões africanas tradicionais, Judeus e Mórmones. As estatísticas sobre estes vários grupos não são inequívocas. Os Cris-tãos Ortodoxos são predominantes nas regiões de Amhara e Tigray, os Muçulmanos em Somali, Afar e partes de Oromiya. Os Cristãos Pente-costais e Evangélicos são numerosos em algumas zonas de Oromiya, na Região das Nações, Nacionalidades e Povos do Sul, em Gambela e nas áreas urbanas.

O Governo central é chefiado pela Frente Democrática Revolucionária Popular da Etiópia, no seio da qual os Tigrays da extinta Frente Popu-lar para a Libertação de Tigray têm um papel hegemónico. Os Tigrays, que se encontram em inferioridade numérica (7% da população) ten-tam evitar qualquer situação que possa ofender as sensibilidades da população de maioria muçulmana e Amhárica, e comprometer o deli-cado equilíbrio político. É por esta razão que a intolerância, a discrimi-nação e a violência, dirigidas a representantes de religiões minoritá-rias em regiões onde os muçulmanos ou os cristãos Amháricos estão

ETiÓPiA CONFISSÕES RELIGIOSAS Cristãos 56,6% Muçulmanos 34,7% Animistas 8,4% Outros 0,3% Cristãos 43.315.390 Católicos 5815.000 Circunscrições eclesiásticas 10 SUPERFÍCIE 1.104.300 km2 POPULAÇÃO 84.976.000 REFUGIADOS 121.886 DESALOJADOS 300.000-350.000

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em maioria, e ocasionalmente com a aprovação e cumplicidade das autoridades locais, rara-mente são contrariadas ou punidas pelas autoridades federais.

A Constituição estabelece a separação entre o Estado e a religião, e a lei proíbe a criação de partidos políticos com base confessional. Para obter o reconhecimento do seu estatuto legal, as Igrejas e os grupos religiosos têm de solicitar o registo junto do Ministério da Jus-tiça e renová-lo a cada três anos. Na ausência deste registo não podem, por exemplo, abrir uma conta bancária ou ser representados em tribunal. A Igreja Ortodoxa Etíope e o Conselho Supremo Etíope para os Assuntos Islâmicos estão isentos de registo. Instituições baseadas em Igrejas e organizações dedicadas a obras de beneficência e a programas de desenvol-vimento têm de se registar em separado da instituição religiosa que representam e estão sujeitas à legislação actual aplicável para todas as Organizações Não-Governamentais (ONG), incluindo um limite de 10% de fundos provenientes do estrangeiro para inclusão no total dos seus orçamentos se operarem em determinados sectores (como, por exemplo, os direitos humanos).

São reconhecidos como feriados nacionais os principais dias festivos dos Cristãos Ortodoxos e dos Muçulmanos e os trabalhadores muçulmanos têm direito a uma pausa de duas horas para as suas orações de sexta-feira.

A lei considera um crime qualquer incitamento a conflitos religiosos feito através dos meios de comunicação social e o mesmo se aplica à difamação de figuras religiosas. As iniciativas do Governo e da sociedade civil têm como objectivo promover a coexistência entre as várias confissões religiosas prevenindo e solucionando os conflitos inter-religiosos.

Na Etiópia todos os terrenos são propriedade do Estado ou das instituições que governam o país e, tal como os cidadãos e as empresas privadas, os grupos religiosos têm de apresentar um pedido a estas autoridades se desejarem ver-lhes atribuídos terrenos. Por conseguinte, às Igrejas são atribuídos terrenos gratuitos para nestes construírem os seus lugares de culto, escolas, hospitais e cemitérios; porém, os terrenos e os edifícios nesses terrenos (incluindo escolas e hospitais) podem em qualquer altura ser expropriados pelo Estado e ser-lhes dado um uso diferente. Muitos grupos religiosos pediram a restituição de propriedades confisca-das pelo Governo central entre 1977 e 1991, mas apenas algumas destas foram devolviconfisca-das, em Adis-Abeba e em Oromia, propriedades essas que tinham sido colocadas sob controlo fede-ral, enquanto que nenhumas das que ficaram sob o controlo dos governos regionais foram devolvidas.

Vários grupos religiosos minoritários queixaram-se de injustiças e discriminação locais na questão da atribuição de terrenos para a construção de edifícios religiosos. Os protestantes relataram tratamento discriminatório perpetrado pelas autoridades locais relativamente a pedidos apresentados para a atribuição de áreas para a construção de igrejas e cemitérios. Os Muçulmanos queixam-se de que não foi concedida a autorização para construir a primeira mesquita na cidade de Axum, no Norte da Etiópia, cidade santa para os ortodoxos etíopes na qual nem mesmo as outras denominações cristãs têm autorização para construir

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quer edifício. Queixam-se também de outras recusas por parte das autoridades regionais em Tigray e em Ahmara.

O Governo não aprova vistos permanentes para pessoal religioso estrangeiro a menos que ele faça parte de programas de desenvolvimento administrados pela ONG registada que cor-responda à Igreja à qual o missionário estrangeiro pertence. Esta política não é normalmente aplicada aos Ortodoxos etíopes ou aos Muçulmanos.

O Estado permite a existência de escolas confessionais privadas, mas a instrução religiosa é proibida em todas as escolas de todos os níveis e tipos, inclusive as privadas e as geridas por instituições religiosas. Só são permitidas actividades de catequese em locais contíguos a lugares de culto e fora do horário escolar. A existência de clubes de estudantes com base na afiliação religiosa é permitida, tanto nas escolas estatais como nas particulares.

Violência Inter-Religiosa

Entre 8 e 10 de Janeiro de 2009, um indivíduo foi assassinado e vinte outros ficaram feri-dos numa série de confrontos entre cristãos e muçulmanos em vários bairros na cidade de Diredaua. A violência surgiu quando um grupo de jovens muçulmanos lançou pedras contra jovens cristãos que estavam a entoar cânticos na rua no Dia de Natal Ortodoxo.

No dia 25 de Janeiro de 2009, um polícia foi assassinado e oito civis ficaram feridos no decurso de confrontos entre cristãos ortodoxos e muçulmanos na cidade de Gondar. Quarenta pes-soas foram presas. A violência começou quando se iniciaram os trabalhos de construção de uma mesquita em terrenos tradicionalmente utilizados por cristãos para celebrar a Epifania Ortodoxa.

No dia 24 de Abril de 2009, forças policiais interromperam uma manifestação de estudantes muçulmanos da Universidade de Adis-Abeba. Quarenta pessoas foram presas e posterior-mente libertadas. Os estudantes estavam a protestar para afirmar o seu direito a usar o véu islâmico e a fazer as suas orações rituais dentro do campus universitário.

Duas pessoas foram mortas a tiro pela polícia e uma terceira morreu acidentalmente, no dia 30 de Junho de 2009, quando as autoridades na cidade de Dessié tentaram impedir a cons-trução não autorizada de uma igreja ortodoxa em terrenos reivindicados pela comunidade muçulmana local.

No dia 20 de Dezembro de 2009, o corpo inanimado de Markos Lagiso, um famoso repre-sentante da Igreja do Evangelho Completo em Senbet-Senkele, foi descoberto em Oromia, coberto de feridas de catana. O subsequente julgamento conduziu à condenação de um dos familiares deste homem, mas os protestantes locais estão convencidos de que o assassinato esteve relacionado com as convicções religiosas do mesmo. Tratava-se do proprietário de um restaurante, com bastantes posses, que, com os seus recursos financeiros, tinha providen-ciado ajuda económica para a reconstrução de uma igreja local destruída por uma multidão de extremistas muçulmanos em Setembro de 2009.

Os restos mortais de um bebé de três meses enterrado no pátio de uma igreja evangélica temporária em Luga, uma aldeia na Região das Nações, Nacionalidades e Povos do Sul, foram

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desenterrados no dia 11 de Maio de 2009 por etíopes ortodoxos como gesto de desprezo para com a comunidade evangélica local e para com a jovem e convertida mãe da criança. Desde 2007, o distrito de Endegagne, do qual Luga é a capital regional, foi cenário repetido de ataques por parte de ortodoxos etíopes contra protestantes evangélicos. Jovens conver-tidos foram rejeitados pelas suas famílias, outros foram ameaçados e nenhum terreno foi destinado pelas autoridades locais para a construção de edifícios religiosos autorizados e de cemitérios reconhecidos.

No dia 11 de Setembro de 2009, uma multidão de cerca de 300 muçulmanos destruiu duas igrejas evangélicas e a casa de um sacerdote, ferindo também gravemente três cristãos na cidade de Sinbete, na zona de Arsi, na região de Oromia. Os locais de culto atacados perten-ciam às comunidades evangélicas Mulu Wongel e Kale Hiwot. Os ataques foram provocados pela alegada profanação do Alcorão por parte de um estudante e de um fazendeiro local. Os dois foram presos, em conjunto com seis muçulmanos acusados da violência, a qual, só na igreja de Kale Hiwot, causou danos materiais no valor aproximado de 3.200 euros.

No dia 27 de Janeiro, uma multidão de ortodoxos atacou duas igrejas evangélicas, espancou um membro da congregação e tentou depois atacar outros membros desta igreja, na cidade de Olenkomi, em Oromia. Lançaram pedras contra a Igreja de Brethern, causando danos con-sideráveis, enquanto a Igreja Mekane Yesus foi completamente destruída através de fogo posto. O pretexto para o fogo posto foi um incêndio acidental numa igreja ortodoxa improvi-sada, pelo qual os evangélicos foram acusados.

Violações da Liberdade Religiosa

Um muçulmano de 40 anos de idade, Bashir Musa Ahmed, que se convertera ao Cristianismo evangélico, foi preso no dia 23 de Maio de 2009, na cidade de Jijiga, e acredita-se que ainda se encontre preso. Ahmed foi inicialmente acusado de ter distribuído exemplares da Bíblia, dis-farçadas de exemplares do Alcorão, e foi detido sem acusação. Mais tarde, em Janeiro deste ano, foi acusado pela polícia de actividades terroristas, uma vez mais sem qualquer acusação formal por parte do gabinete do promotor local. Jijiga é a capital da região administrativa Somali na Etiópia, em que os habitantes são etíopes pertencentes ao grupo étnico somali, e o pedido para acusar juridicamente Ahmed veio da sua própria família e de outros membros do seu clã. Os juízes negaram a fiança, até ao momento, porque o caso é um “assunto muito delicado que pode potencialmente incitar a instabilidade religiosa”. As autoridades regionais têm declarado, em reuniões com os líderes tribais e religiosos da zona, que a detenção de Ahmed tem como objectivo “proteger a religião e a cultura somalis”.

Libertações

Dois pregadores evangélicos, um homem e uma mulher, presos no dia 19 de Julho depois de terem sido atacados por activistas ortodoxos da organização Mahibere Kidusan, enquanto

pregavam publicamente nas ruas da cidade de Debiretabor, na região de Ahmara, foram

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libertados no dia 23 de Outubro de 2009. Os dois pregadores tinham sido condenados a seis meses de prisão no dia 22 de Julho por um tribunal local depois de terem sido acusados de tentarem subornar os crentes ortodoxos para os converterem à sua religião. Depois de um recurso, a sentença foi comutada para uma multa equivalente a 32 euros cada mas, no seguimento de um novo caso jurídico originado por acusações apresentadas por reclusos da mesma prisão, foram mantidos em prisão e acusados novamente. O tribunal absolveu-os da acusação de terem insultado a Igreja Ortodoxa Etíope durante a sua permanência na prisão em Debiretabor e ordenou a sua libertação.

Diálogo Inter-Religioso

Actividades no sentido do diálogo inter-religioso e a prevenção e a resolução de conflitos têm sido empreendidas pelo Ministério dos Assuntos Federais, a Iniciativa de Consolidação da Paz entre Confissões Religiosas (que deu origem ao Conselho Nacional para a Consolidação da Paz entre Confissões Religiosas), o Fórum para o Federalismo e a Democracia, a Agência de Relações Públicas e Informação de Adis-Abeba, e a Administração Municipal de Adis-Abeba.

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Referências

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