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~~./f/~ah/~ PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS n Requerente: ANDRÉ LUIS ALVES DE MELO. Vistos.

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~~./f/~ah/~

PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS n. 151

Requerente: ANDRÉ LUIS ALVES DE MELO

Pedido de Providências. Submissão dos serviços extrajudiciais à incidência das disposições da Resolução 11. 7 do CNJ. Previsão específica para cargos e funções do Poder Judiciário. Resposta à consulta. Necessidade, porém, de regulamentação da matéria concernente às serventias de notas e de registros. Princípios da moralidade e impessoalidade também aplicáveis a serviços que, afinal, são públicos. Proposta de resolução.

Vistos.

Cuida-se de consulta formulada a respeito da eventual incidência das disposições da Resolução n. 7, deste Conselho Nacional de Justiça, à situação dos servidores extrajudiciais, ou seja, de quem contratatado para prestar serviços nas Serventias de Notas e de Registros e que seja parente de magistrado ou funcionário do Poder Judiciário.

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É o relatório.

Como é sabido, editou-se, no âmbito do Conselho Nacional, e na exata esteira da atribuição que lhe cometeu o artigo Iü3-B, parágrafo 4°, inciso II, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda n. 45, resolução cujo intuito foi o de vedar a prática do chamado nepotismo, compreendido fundamentalmente como a nomeação, para cargos em confiança, de provimento por comissão ou função gratificada, de cônjuge, companheiro ou parente de magistrado ou de servidores do Poder Judiciário.

Tratou-se de norma administrativa animada pela necessidade de observância dos princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade, voltada afinal ao regramento do exercício de atividade por parente, cônjuge ou companheiro de juízes ou servidores investidos em cargos de direção ou de assessoramento, mas, veja-se, nos lindes dos órgãos do Poder Judiciário.

Se asstm é, não se entende que a referida Resolução n. 7 possa ser diretamente aplicada à situação das denominadas serventias extrajudiciais, ou daqueles que nela prestam serviços, muito embora, como se verá, mas desde logo se adianta, também deva haver campo próprio e disposição específica para que, na prestação deste se ço que é

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igualmente público, se garanta o atendimento àqueles mesmos princípios do artigo 37 da Constituição Federal da República.

Todavia, e apesar disto, os serviços

extrajudiciais, como soa expresso do texto do artigo 236, e parágrafos, da

CF/88, são desempenhados em caráter privado, por delegação do Poder Público a quem deles se incumba, mediante concurso, cuja atividade é fiscalizada pelo Judiciário. E, para regulamentar e disciplinar a atuação e responsabilidade deste delegado, nos termos inclusive do comando do par. 10 do referido art. 236, sobreveio, em 1.994, a Lei 8.935, frise-se, cujos artigos 20 e 21 estabeleceram a possibilidade de que aquele Registrador ou Notário-expressamente a quem se legou a exclusiva direção administrativa dos serviços - contratasse prepostos pelo regime trabalhista, portanto sob a égide daCLT.

Destarte, instituiu-se, mercê da normatização citada, um regime próprio para desempenho da atividade registrária e notarial, em que desaparece a figura do cartório, menos ainda integrante da estrutura interna do Poder Judiciário e em que se entreveja um cargo respectivo. Antes, entregou-se o exercício do mister extrajudicial a um particular, pessoa natural, profissional do direito, conforme previsão do artigo 30 da Lei 8.935194,

mediante regime de delegação, facultando-se-lhe, uma vez aprovado em concurso público, contratar, para seu auxílio, prepostos que não sã

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-,

L

turno, concursados pelo Poder Público. Vale dizer, não são servidores do Judiciário e sim empregados do delegado.

Ora, nestes termos, se não se cuida de órgão do Poder Judiciário, se quem auxilia o delegado na prestação do serviço não é concursado pelo Poder Público, e sim contratado na forma do regime trabalhista, não se considera haja lugar para que a eles se apliquem, diretamente, as regras da Resolução n. 7 que, como se viu, veio vocacionada a disciplinar, dentro do Judiciário, nos lindes de seus órgãos, o exercício de cargos ou funções públicas comissionadas, por familiar de juiz ou servidor.

Contudo, e tal qual já se disse, isto não está a significar que o desempenho da atividade de registros e de notas esteja ao largo da submissão aos princípios do artigo 37 da Constituição Federal. Malgrado legada ao exercício do particular, a titularidade dos serviços

extrajudiciais continua sendo pública. Basta, a propósito, conferir o texto claro do artigo 236, em que se consagra a delegação, ao particular, do exercício, e não da titularidade dos serviços extrajudiciais. E, por isso mesmo, seu desempenho é fiscalizado pelo Poder Judiciário, cuidando de explicitar o artigo 38 da Lei 8.935/94 que especialmente lhe incumba controlar a rapidez, eficiência e qualidade como que se prestam aqueles serviços.

Mas não é só. Ainda na mesma estei a, dispõe o artigo 30, inciso XIV, da lei ordinária citada, que é obrigação do

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-,

cumpnr as normas técnicas editadas pelo Judiciário no exercício de sua atividade administrativa de regulamentação e de fiscalização, como e enquanto ente delegante.

Não por diverso motivo, também os serviços extrajudiciais foram mencionados na redação do inciso III do par. 4° do art. lü3-B, da CF/88, introduzido pela Emenda n. 45. É dizer, inclui-se na esfera de atribuições deste Conselho Nacional a correição e fiscalização dos serviços extrajudiciais.

Pois de tais observações, ao que se crê, exsurgem duas conclusões relevantes. Uma, a de que o serviço de notas e de registros, já não fosse a redação do art. 236 da CF/88, de toda sorte em virtude de sua própria natureza e finalidade, afinal de garantir publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos juridicos (art. 1°, da Lei 8.935/94), é público e, assim, submete-se aos princípios básicos insculpidos no art. 37 da CF/88. Outra, a de que por isto deve velar o Judiciário, conforme sua estruturação interna, aí incluído o Conselho Nacional, em sua função ordenadora e fiscalizatória, afinal porque àquele se comete a delegação em si, ademais do controle e mesmo da regulamentação da atividade extrajudicial, de resto consoante tive oportunidade de alhures expender, de forma mais detalhada (v. Poder Judiciário e a Delegação dos Serviços Notar.iais e de Registros. ln: Corregedoria do Poder Judiciário. Coord.: Vladimir assos de Freitas. RT. p. 251-276).

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E é diante destas duas assertivas básicas que, segundo se entende, seja necessário estatuir regra básica de preservação da moralidade e da impessoalidade dos serviços em tela, na senda, se não da aplicação direta da Resolução n. 7, mas do espírito que a animou. Pois tal se pode dar, pelo quanto se alvitra, com a vedação de contratação, pelos delegados, de cônjuge, companheiro ou parente, na linha reta ou colateral, aqui até o terceiro grau, de magistrado a quem esteja afeto o desempenho da função de correição do serviço extrajudicial.

Explica-se. Como logo atrás se afirmou, a função de controle e de fiscalização que a própria Constituição atribuiu ao Judiciário se exerce, concretamente, de acordo com a estruturação orgânica interna do Poder. Ou seja, tal mister acaba sendo incumbido aos Tribunais Estaduais, que o exercem por meio, primeiro, de específicos Juízes de 10 Grau, chamados Corregedores Permanentes, e, no 20

Grau, pelo Corregedor Geral da Justiça, que pode ser auxiliado por Juízes convocados. Sem contar, ainda, e tal qual já se observou, a atuação, também nesta matéria, do próprio Conselho Nacional.

Pois a proposta que a respeito se formula é a de proibição de que cônjuge, companheiro ou parente, na forma pecificada, de qualquer destes magistrados, possa vir a ser contratado pelos dei gados

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-,

Trata-se, conforme se considera, de clara imposição de preservação da moralidade e impessoalidade que assegura a isenção da atividade de correição e, ao mesmo tempo, até por conseqüência, a higidez e inclusive a otimização do serviço extrajudicial, de resto ao que serve a incumbência de controle, ordenação e fiscalização deste mister.

Pense-se, a propósito, no potencial

comprometimento, que em si já se quer obviar, do desempenho, pelo Corregedor, da atividade de correição de quem vem a ser o empregador de seu cônjuge, companheiro ou parente. Ou, inversamente, e de igual forma a se evitar ex ante, a potencial e hipotética interferência, devida quando menos em face do status de seu Corregedor, para contratação, pelo delegado, de quem seja daquele parente, cônjuge ou companheiro, posto até que de boa-fé, sem qualquer propósito indevido, mas a dano da impessoalidade do serviço.

O princípio, cabe a lembrança, não é muito diverso daquele que se contém no artigo 3°, da Resolução n. 7, que veda a manutenção ou contratação de empresas terceirizadas que tenham em seu quadro familiares de quem se vincule ao Tribunal contratante. A diferença está em que, no caso destas empresas, não há qualquer poder correcional que as submetam ao Judiciário, de modo a autorizá-lo a invadir questão interna de contratação. Tem-se aí controle estranho ao Poder, razão pela qual artigo 3°, acima citado, endereçou-se aos Tribunais contratantes destas empre s.

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I ,

Situação diversa a do delegado extrajudicial, cujo pessoal, não se nega, é por ele contratado, sem vínculo direto ou placet

previamente indispensável da Administração, que não os habilita, por meio do Judiciário, como outrora sucedia, mas sem dúvida a quem afeta atividade de controle destas contratações sob a perspectiva e à luz da necessidade de verificação do atendimento aos princípios do artigo 37 da Constituição Federal.

Por isso é que nem cabe argumentar com a eventual invasão, pela deliberação proposta, da gestão administrativa que a Lei 8.935/94 legou aos delegados. Ao contrário, cuida-se até de lhe garantir ampla liberdade de escolha dos prepostos, sem o eventual constrangimento da direta ou indireta imposição da contratação de familiar de quem, afinal, é seu Corregedor.

E, de mais a mais, não custa repetir, o delegado não é uma empresa, menos ainda livre do direto controle de quem o concursa, pelo simples fato de que exerce função pública e, mais, ligada à garantia de publicidade, autenticidade e segurança e eficiência dos atos jurídicos.

Destarte, não se pode querer cara terizá-lo como qualquer pessoa prestadora de serviços de natureza variada, a

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especificamente escolhida, por concurso público, realizado por quem tem a incumbência constitucional de fiscalizá-lo, cuja atividade, se é pública e administrativa, se submete aos princípios do artigo 37, o que aqui se quer assegurar.

Preserva-se, em última análise, a prestação do serviço extrajudicial e, ao mesmo tempo, o mister de controle e de fiscalização, que, como se acentuou, se presta enfim à garantia de higidez e de aperfeiçoamento deste mesmo serviço.

De outra parte, não se está a impedir qualquer indistinta contratação, mesmo de quem seja familiar de um magistrado,

milhares espalhados nas Comarcas pelas quais se divide o serviço

extrajudicial, da mesma forma que não se veda o concurso, mesmo no âmbito interno do Judiciário, de quem seja parente, cônjuge ou companheiro de juízes. Particulariza-se, apenas, uma vedação que parece justificada pela necessidade de salvaguardar serviço que, malgrado submetido a regime próprio de exercício, é público e sujeito à fiscalização por órgãos do Judiciário, cuja isenção e aparência de isenção devem ser asseguradas, corolário da moralidade e da impessoalidade.

Ou seja, tem-se o mesmo espírito da

Resolução n. 7, quando, no parágrafo IOdo art. 2°, veda que rvidores concursados, portanto contratados, pelo Judiciário,

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comissionados sujeitos ou submetidos a juiz ou servidor que determina a incompatibilidade. Apenas que, no caso dos serviços extrajudiciais, a proibição deve ser adequada às particularidades do respectivo regime juridico, de delegação do seu exercício a um particular a quem lei infraconstitucional garantiu a gestão administrativa da serventia. Por isso é que não se proibe indistintamente a contratação, mas apenas de quem seja familiar do Corregedor destes mesmos serviços.

Finalmente, como forma de se evitar que seja contornada a proibição, propõe-se que ela se estenda até dois anos depois de cessada a relação de subordinação correcional. De novo uma especificidade da vinculação em comento. Evita-se que durante o desenrolar do tempo de exercício da Corregedoria de algum modo já se acene com contratação, mesmo a ser consumada em momento posterior, mas mas de modo a comprometer a isenção e aparência de isenção da atividade de fiscalização e, ao mesmo tempo, o desvio de finalidade da contratação.

Uma derradeira ressalva se deve fazer com relação àqueles serviços extrajudiciais que, excepcionalmente, são ainda prestados em cartórios oficializados. Para eles vale, normalmente, a Resolução n. 7, destarte a que não se aplicaria a regra vertente, acaso aprovada, enquanto não houvesse a adequação ao novo regime de delegação.

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--Ante o exposto, respondida negativamente a consulta, a proposta que se encaminha, nos termos de resolução cuja minuta vai a seguir, é no sentido de se proibir que seja contratado preposto, por delegados extrajudiciais, que seja cônjuge, companheiro ou parente, natural, civil ou por afinidade, na linha colateral até terceiro de grau, inclusive, de qualquer magistrado envolvido na atividade de corregedoria dos serviços de que incumbido o mesmo registrador ou notário, na forma já especificada.

Tal vedação, alvitra-se ainda, deve se estender

7

até dois anos depois de cessada a vinculação correcion

Este o voto.

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MINUTA DE RESOLUÇÃO

Disciplina a contratação, por delegados

extrajudiciais, de cônjuge, companheiro e parente, na linha reta e na colateral, até terceiro grau, de magistrado incumbido da corregedoria do respectivo serviço de notas ou de registro.

A PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições,

CONSIDERANDO que os serviços extrajudiciais, de registras e de notas, na forma da previsão do artigo 236 da Constituição Federal, bem assim d Lei 8.935/94, são de titularidade pública, fiscalizados pelo Poder Judiciário;

CONSIDERANDO que, enquanto públicos, tais serviços se sujeitam à incidência dos princípios da moralidade e impessoalidade, dispostos no artigo 37 da Constituição Federal;

CONSIDERANDO ainda que, nos termos do artigo 103-B, par. 4°, II e III, da Constituição Federal, compete ao Conselho Nacional de Justiça velar pela observância do artigo 37 e pela escorreita prestação dos serviços públicos extrajudiciais;

CONSIDERANDO, por fim, o decidido no Pedido de Providências

n. 151;

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",

Art. 1°. Fica vedada a contratação, como preposto, por

extrajudicial, de cônjuge, companheiro, ou parente, na linha reta ou colateral, até terceiro grau, de magistrado de qualquer modo incumbido da atividade de corregedoria dos respectivos serviços de notas e de registros.

Art. 2°. A vedação disposta no artigo antecedente se estende até dois anos depois de cessada a vinculação correciona1.

Art. 3°. Esta resolução entrará em vigor a partir da data de sua publicação.

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