Análise Linear de Sistemas
Paulo R. C. Vilela
• Introdução;
• Pólos, Zeros e Respostas do Sistema • Sistemas de Primeira Ordem:
– Equação Padrão;
– Resposta ao Degrau – Resposta à Rampa – Resposta ao Impulso;
• Sistemas de Segunda Ordem:
– Equação Padrão;
– Resposta ao Degrau.
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• Até o momento, analisamos e obtivemos
modelos matemáticos para sistemas
elétricos, mecânicos e eletromecânicos;
• Partiremos para análise de desempenho
dos sistemas:
– Análise da resposta no tempo do sistema a sinais de teste de entrada típicos como:
• Degrau; • Rampa; • Parábola; • Impulso; • Senoidais.
• Sinais de Testes Típicos:
• Com estes sinais de teste, tanto a análise
matemática quanto a análise experimental de sistemas de controle podem ser feitas com
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• Qual destes sinais de entrada típicos devem ser usados para analisar características do
sistema?
– Forma de solicitação a que o sistema será sujeito, mais freqüentemente, sob condições normais de operação.
• Exemplo 6.1:
– Quando as excitações variam gradualmente com o tempo?
– Para sistemas sujeitos a perturbações de transição brusca?
– Para sistemas submetidos a excitações do tipo surto (um buraco, por exemplo)?
• A resposta temporal de um sistema de controle consiste em duas partes:
– Resposta transitória: aquela que vai do estado inicial até o
estado final;
– Resposta estacionária: a maneira como o sinal de saída do
sistema se comporta quando t tende a infinito.
• Também podemos dividir a resposta do sistema entre a colaboração da entrada e a colaboração do próprio
sistema:
– Resposta Natural: resposta gerada devido à própria planta,
influenciada pelos pólos da mesma.
– Resposta Forçada: resposta gerada devido ao tipo de entrada/
Pólos, Zeros e Respostas do Sistema
)
(
)
(
)
(
t
c
t
c
t
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• Estabilidade Absoluta: caracteriza o sistema como estável ou instável.
• Um sistema está em equilíbrio se na ausência de qualquer distúrbio ou sinal de entrada, permanece no mesmo estado;
• Quando submetido a uma entrada/ distúrbio:
– É estável se retorna ao estado de equilíbrio;
– É criticamente estável se as oscilações do sinal de saída se repetirem de maneira contínua;
– É instável se divergir sem limites a partir do equilíbrio
• Zeros de uma Função de Transferência:
– Zeros são os valores da variável s que tornam a função de transferência igual a zero;
• Pólos de uma Função de Transferência:
– Pólos são os valores da variável s que tornam a equação característica igual a zero;
– A equação característica é o denominador da função transferência igualado a zero.
• Um sistema é estável quando os pólos da FT possuem parte real negativa;
• Um sistema é criticamente estável quando a parte real dos pólos da FT é igual a ZERO;
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• Exemplo 6.2:
– Dada a função G(s) abaixo, identifique os pólos e zeros do sistema. Escreva, em termos genéricos, a saída c(t), se a entrada for um degrau unitário.
– Os pólos da função de entrada determinam a forma da resposta forçada;
– Os pólos da FT determinam a forma da resposta natural. – Pólos sobre o eixo real geram respostas exponenciais
Pólos, Zeros e Respostas do Sistema
• Equação Padrão:
– Um sistema de primeira ordem é
representado por uma EDO do tipo:
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• Equação Padrão:
• Definindo:
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• A FT é mostrada abaixo, junto com o
mapa de pólos e zeros:
• Equação padrão:
– Dividindo em frações parciais:
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• Equação Padrão:
• Equação Padrão:
– A constante de tempo é o tempo necessário para que a resposta ao degrau alcance 63% do seu valor final:
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• Exemplo 6.3:
• Tempo de Subida (T
r) é tempo que
demora para que a forma de onda vá de
10% a 90% do seu valor final. Para o caso
de ganho unitário:
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• Tempo de Acomodação (T
s) tempo
necessário para que a resposta alcance
98% do valor final e aí permaneça. Para o
caso do ganho unitário:
– Resolvendo em função de t:
• Exemplo 6.4: Obter a constante de tempo,
o tempo de subida e o tempo de
acomodação para a FT abaixo.
Sistemas de Primeira Ordem
• Funções de Transferência de Primeira
Ordem obtidas experimentalmente:
– Frequentemente não é possível ou prático obter analiticamente a FT de um sistema;
– A resposta do sistema ao degrau pode levar à obtenção de uma representação, mesmo que não seja conhecida a construção interna.
– Com uma entrada degrau pode-se medir a constante de tempo e o valor de estado
estacionário, calculando assim a FT.
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• Funções de Transferência de Primeira
Ordem obtidas experimentalmente:
– Exemplo 6.5: A resposta ao degrau unitário é dada na figura abaixo. Considere como valor estacionário c(∞) = 0,72. Determine a FT de 1ª ordem que representa este sistema.
• Resposta ao degrau unitário:
23
• Resposta ao degrau unitário:
• Resposta ao degrau unitário:
– Quanto menor a constante de tempo, mais rápida a resposta do sistema:
25
• Resposta à rampa unitária:
• Resposta à rampa unitária:
– Expandindo em frações parciais (pólos múltiplos):
27
• Resposta à rampa unitária:
– Temos:
• Resposta à rampa unitária:
– Note-se que quanto menor a constante de tempo τ, menor o erro estacionário da resposta do sistema. A Figura mostra várias
curvas para a equação anterior com diferentes constantes de tempo (τ):
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• Resposta ao impulso unitário:
• Resposta ao impulso unitário:
31
• Resposta ao impulso unitário:
– Note-se que quanto menor a constante de tempo τ, mais rápida será a resposta do sistema. A Figura a seguir mostra várias
curvas para a equação anterior com diferentes constantes de tempo (τ).
• De uma maneira genérica, sistemas de 2ª ordem são aqueles descritos pela equação diferencial:
Sistemas de Segunda Ordem
equação por
33
•
•
35
•
•
•
– Frequência natural: Frequência de oscilação do sistema no caso de não haver amortecimento.
Sistemas de Segunda Ordem
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• Exemplo 6.6: Dada a função de
transferência abaixo, determine os valores
de fator de amortecimento e frequência
natural do sistema. Classifique-as como
sub-amortecida, super-amortecida,
criticamente amortecida ou sem
amortecimento.
Sistemas de Segunda Ordem
• Pólos da FT:
– A equação característica da FT é dada por:
– Por se tratar de uma Equação do segundo grau, aplicando Báskara e simplificando:
– Reescrevendo a FT:
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• Análise para diferentes fatores de amortecimento:
a) Sistemas sub-amortecidos (0<ζ<1): A eq. característica possuirá duas raízes complexas conjugadas.
b) Sistemas Super-amortecidos (ζ>1): A eq. característica possuirá duas raízes reais e distintas.
c) Sistemas criticamente amortecidos (ζ=1): A eq. característica possuirá duas raízes reais e iguais
d) Sistemas sem amortecimento (ζ=0): A eq. Característica possuirá duas raízes complexas com parte real nula.
Sistemas de Segunda Ordem
• Análise para diferentes fatores de amortecimento:
• Exemplo 6.7: Classifique as FT’s abaixo como sub-amortecidas, super-amortecidas, sem
amortecimento ou criticamente amortecidas. Desenhe o mapa de pólos e zeros para cada situação.
Sistemas de Segunda Ordem
9 ) ( 9 ) ( 9 9 9 ) ( ) ( ) 9 6 9 ) ( ) (
) 2 2
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• Resposta ao degrau unitário:
– Considerando ganho unitário (K=1):
– Reescrevendo a FT:
– Substituindo a entrada R(s) = 1/s:
• Resposta ao degrau unitário:
– Caso Sub-amortecido (0<ζ<1):
• Se 0<ζ<1 os pólos a malha fechada são complexos
conjugados e se situam no semi-plano esquerdo do plano s. O sistema então é dito subamortecido, e a resposta é
oscilatória. Então os pólos do sistema:
•
Sistemas de Segunda Ordem
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• Resposta ao degrau unitário:
– Caso Sub-amortecido (0<ζ<1):
• Expandindo em frações parciais (pólos complexos
conjugados) e aplicando a Transformada inversa de Laplace, chega-se em:
• A resposta c(t) para o caso de amortecimento nulo pode ser obtida substituindo-se ζ=0 na equação anterior, resultando:
Sistemas de Segunda Ordem
0
,
cos
1
)
(
t
=
−
t
t
≥
• Resposta ao degrau unitário:
– Caso Sub-amortecido (0<ζ<1):
• ωn representa a freqüência natural não-amortecida do sistema: freqüência em que o sistema oscilaria se o amortecimento fosse reduzido a zero.
• Se o sistema linear tiver amortecimento, mesmo que só um pouco, a freqüência natural não-amortecida não poderá ser observada experimentalmente.
• A freqüência que pode ser observada é a freqüência natural amortecida ωd que é igual a ωn√(1- ζ²). Esta freqüência é
sempre menor que a freqüência natural não-amortecida. • Um aumento em ζ irá reduzir a freqüência natural
amortecida ω .
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• Resposta ao degrau unitário:
– Caso Criticamente Amortecido (ζ=1):
• Se ζ=1 os pólos a malha fechada são reais,
negativos e iguais e se situam no semi-plano
esquerdo do plano s. Então os pólos do sistema:
• Resposta ao degrau unitário:
– Caso Criticamente Amortecido (ζ=1):
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• Resposta ao degrau unitário:
– Caso Super-amortecido (ζ>1):
• Se ζ>1 os pólos a malha fechada são reais,
negativos e distintos e se situam no semi-plano esquerdo do plano s. Então os pólos do sistema continuam desta forma:
• Resposta ao degrau unitário:
– Caso Super-amortecido (ζ>1):
• Expandindo em frações parciais e aplicando a transformada inversa de Laplace:
•
49
• Resposta ao degrau unitário:
– Caso Super-amortecido (ζ>1):
• Quando ζ for consideravelmente maior que a unidade, uma das duas exponenciais
decrescentes decai mais rapidamente que a outra, de tal forma que o termo da exponencial mais
rápida (que corresponde a uma constante de tempo menor) pode ser desprezado.
• Isto é, se –s2, estiver localizado muito mais perto do eixo do que de –s1, (o que significa |s2|≤|s1| ), então para se obter uma solução aproximada
pode-se desprezar –s1. Isto é permissível porque o efeito de –s1, na resposta é muito menor que o de –s2, pois o termo contendo –s1,decai muito mais rapidamente do que o termo contendo –s2.
• Resposta ao degrau unitário:
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• Exemplo 6.8: A figura abaixo descreve as respostas à entrada degrau para cinco sistemas de segunda ordem, cujas funções de transferência são dadas e identificadas com letras de “A” a “E”. A curva
correspondente à função de transferência “A” está indicada na figura.
Sistemas de Segunda Ordem
a) Associar cada uma das curvas, de B a E, a uma das funções de
transferência dadas, justificando e caracterizando cada uma das curvas, de B a E, quanto ao amortecimento (sub, super ou crítico)
• Exemplo 6.9: Escreva, por inspeção, a forma geral da resposta ao degrau para cada uma das seguintes
funções de transferência. Classifique-as como sub-amortecida, super-sub-amortecida, criticamente
amortecida ou sem amortecimento. Esboce a resposta de cada FT ao degrau unitário.
Sistemas de Segunda Ordem
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• Na pratica, a resposta transitória de um sistema de controle freqüentemente apresenta oscilações
amortecidas antes de alcançar o estado ou regime estacionário. Ao especificar as características de
resposta transitória de um sistema de controle a uma excitação em degrau unitário, é comum especificar-se o seguinte:
– Tempo de subida, tr; – Instante de pico, tp;
– Máxima ultrapassagem, Mp; – Tempo de acomodação, ts.
• Teorema do Valor Final:
– O teorema do valor final é útil para a determinação do limite n→∞ de uma função f(t) através da
transformada de Laplace.
lim t→∞ f(t) = lim s→0 s F(s)
• Dada a expressão que representa um sistema de 2ª ordem e supondo um sistema
sub-amortecido:
• Calcularemos as expressões para:
– Tempo de Subida (tr); – Instante de Pico (t );
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• Tempo de Subida (t
r):
– Tempo necessário para que a resposta
passe de 10% a 90%, de 5% a 95%, ou de 0% a 100% do seu valor final. Para
sistemas de segunda ordem
sub-amortecidos, normalmente se usa o tempo de subida de 0% a 100%. Para sistemas de segunda ordem superamortecidos, o tempo de subida normalmente usado diz respeito ao intervalo de 10% a 90%.
• Tempo de Subida (t
r):
– Pela equação da resposta para ζ<1 e fazendo c(tr)=1 (veja definição de tempo de subida):
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• Tempo de Subida (t
r):
Definições e especificações em regime transitório
Multiplicando por ωn em cima e em baixo:
Onde T=1/σ
t é a constante de tempo do
sistema de 2ª ordem.
Onde β é obtido pelo mapa de pólos e zeros, conforme a figura:
Isolando tr teremos:
*Ou seja, a diminuição do tempo de subida só ocorre com o
• Instante de Pico (t
p):
• Instante de pico, tp:
– tempo necessário para que a resposta alcance o primeiro pico de ultrapassagem.
– Derivando-se a equação da resposta de um sistema sub-amortecido e igualando a zero, encontramos o tempo de pico:
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• Instante de Pico (t
p):
– Igualando a derivada a zero, e substituindo t por tp:
– Logo, teremos:
– Como o instante de pico corresponde ao primeiro
pico da ultrapassagem:
Definições e especificações em regime transitório
• Máximo Valor de Ultrapassagem(M
p):
– Máximo valor de pico da curva de resposta medido a partir do valor unitário.
– O Maximo valor de ultrapassagem ocorre no instante do pico, ou seja, t = tp = π/ω
d;
– Supondo que o valor final da saída seja unitário:
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• Máximo Valor de Ultrapassagem(M
p):
– O valor máximo de ultrapassagem percentual é:
•
Tempo de acomodação (t
s):
– Tempo necessário para que a curva de resposta alcance valores dentro de uma
faixa em torno do valor final e aí permaneça. – O intervalo de valores no interior da faixa é
especificado por uma porcentagem absoluta do valor final (normalmente 2% ou 5%).
– Está relacionado com a maior constante de tempo do sistema de controle.
– A escolha de que porcentagem usar no critério de erro pode ser determinada a
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• Tempo de Acomodação(t
s):
– O tempo de acomodação correspondente a uma faixa de tolerância de ±2% ou ±5%
pode ser medido em termos da constante de tempo T=1/σt.
– Para 0<ζ<0,9:
• se for usado o critério de 2%:
• Se for usado o critério de 5%
Definições e especificações em regime transitório
–Note-se que o tempo de acomodação alcança um valor mínimo em torno de ζ = 0,76 (para o critério de 2%) ou ζ = 0,68 (para o
critério de 5%) e depois aumenta quase
linearmente para grandes
65
• Se os valores de tr, tp, ts, Mp forem especificados, é
possível obter, aproximadamente, a forma da curva de resposta do sistema:
• Note-se que nem todas estas especificações se
aplicam necessariamente a qualquer caso dado. Por exemplo, para um, sistema super-amortecido, os
termos instante de pico e máxima ultrapassagem não se aplicam.
• Exceto em certas aplicações, onde não se podem tolerar oscilações, é desejável que a
resposta transitória seja suficientemente rápida e suficientemente amortecida.
• O coeficiente de amortecimento deve estar
situado entre 0,4 e 0,8. Valores menores para ζ
acarretam valores de máxima ultrapassagem
excessivos na resposta transitória, e um sistema
com um valor grande de ζ responderá de forma
lenta.
• A máxima ultrapassagem e o tempo de subida
são especificações conflitantes. Não se pode minimizar a máxima ultrapassagem e o tempo
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• Exemplo 6.10: Seja o sistema visto na figura abaixo, onde ζ=0,6 e ωn=0,5 rad/s. Calcule o tempo de subida (tr), o tempo de pico (tp), o tempo de acomodação (ts) para 2% e 5% e a máxima ultrapassagem, quando o sistema é sujeito a uma entrada degrau unitário.
• Exemplo 6.11: Determinar J e K, mostrados no sistema da figura abaixo para produzir uma
resposta a um degrau de torque na entrada com 30% de ultrapassagem e tempo de
acomodação de 4 s.
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• Exemplo 6.12: A Figura a seguir mostra um sistema mecânico vibratório. Quando uma força (entrada degrau) de 2 lb é aplicada ao sistema, a massa oscila, como mostra a curva de resposta. Determine m, b e k do sistema a partir da curva de resposta.