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O que a nova governança vai significar para o governo federal?

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Academic year: 2020

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RSP

E N S A I O

O

QUE A NOVA GOVERNANÇA VAI

SIGNIFICAR PARA O GOVERNO

FEDERAL?

D e W it t J o h n , D o n a l d F. K e tt l, B a r b a r a D y e r , W. R o b e r t L o v a n T r a d u ç ã o : Is t v a n V a f d a

P

o r to d o o país, há um g r a n d e i n t e r e s s e em novas formas de gerir a coisa pública. Por en q uan to, a m a io r p a r te das a tiv id ad es,

d e s c r i t a em livros c o m o

R einventando o Governo de O s b o r n e c G a e b l e r ( 1 9 9 2 ) e

Breaking Through Bureaucracy

de Barzelay e Armajani (1992) tem s id o a r e s p e it o de g o v e rn o s e s ta d u a is e m u n icip a is (Veja ta m b é m F r e d e r ic k s o n , 1 9 9 2 ; Roselle, 1992; e Walters, 1992). O Presidente Clinton é um membro d o m o v im e n t o para a nova governança, de modo que logo novas idéias serão testadas em Washington.

Um a Á r e a E m e r g e n t e , Não M a p e a d a

C o m o sugerem Zhiyong Lan e David R o sen b lo o m , em Public A d rn in istra tion Transition?

(1992), a nova governança é mais um conglomerado de idéias e de sím b o lo s do q u e um corpo de

O

que a "nova governança" vai s ig n ific a r p a ra o governo federal?

DeWitt John e seus colegas fornecem um "mapa aproximado" do futuro, com base em discussões o rg a ­ nizadas pela Academia Nacional de Administração Pública (NAPA?USA). O que eles vêem é um esforço para "combinar idéias velhas e novas" em uma abordagem mais flexível, mais o rie n ta d a p a ra resu lta d os na administração pública.

pensamento rigoroso e testado. Novas formas de adm in istrar a coisa pública estão surgindo de forma gradual e irregular. Além d isso , e s p e c i a l m e n t e a n ív el nacional, a maioria dos defensores da nova go v ern an ça são e s p e ­ cialistas em políticas públicas, e não estudantes de administração pública, e eles chegaram à nova governança em razão da frustração com a implementação, nos seus resp ectiv os cam p o s, d e id é ia s relativas a p o l í ti c a s . C o m o conseqüência, as idéias de com o reinventar o governo federal são

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Dewitt John, Donald F. Kettl, Barbara Dyer, W. Robert Lovan

muitas vezes colocadas em termos com o integração de serviços de a ssistên cia social, reforma das e s c o la s , ou d e s e n v o lv im e n to econômico tipo Terceira Onda, e n ã o c o m o id é ias s o b r e a d m i­ nistração pública que permeiam áreas tradicionais.

Para p r o v o c a r um d e b a t e consisten te entre os defensores d a n o v a g o v e r n a n ç a c os tradicionalistas na administração p ú b l i c a , Lan e R o s e n b l o o m apresentam um arcabouço para com parar idéias velhas e novas. Eles enfatizam com o os órgãos o p e r a m i n t e r n a m e n t e , e s p e ­ cia lm e n te co m o prestam servi­ ç o s . E ssa ê n f a s e é a d e q u a d a p o r q u e o m ov im en to da nova g ov ern an ça co n ce n tro u -s e nos governos municipais e estaduais, o n d e os serviços são prestados. A medida em que a nova gover­ nança atinge o nível federal, a sua forma pode mudar, porque em m u i t a s á r e a s d e p o l í t i c a s n acion ais, o papel do governo federal n ão é prestar serviços, mas prover uma estrutura legal, pagar benefícios e supervisionar aqueles que prestam serviços.

R ein v e n tan d o a P olítica Rural I n t e r d e p a r t a m e n t a l ,

I n t e r g o v e r n a m e n t a l

E s s e comentário apresenta um mapa aproximado das direções q u e o m o v im e n t o da n ov a governança pode tomar a nível federal. Baseia-se nas discussões de uma mesa-redonda que a Academia Nacional de Administração Pública (NAPA) ajudou a organizar em outubro de 1992.1 O parceiro da NAPA foi a pouco conhecida, mas altamente prestigiada, entidade federal: a R u ra l Developm ent Initiative (RDI). A RDI abrange C o n s e l h o s E s t a d u a i s d e Desenvolvimento Rural em mais de 3 0 estad os e ativ id ad es de a p o i o em W a s h in g t o n e em outros lugares. Em o u tu b ro do a n o p a ss a d o , a RDI já estav a trabalhando há mais de dois anos para encontrar novas formas de lidar com os problemas das áreas rurais, e seus líd e re s estavam muito interessados nas idéias do O sbo rn e e de o u tros do movi­ mento da nova governança.

1 - Os participamos da mesa-redonda de outubro foram: Walt Hill, Subsecretário Adjunto. Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA); Ken Deavers, Serviço de Pesquisa Econômica, USDA; Bob Lovan, USDA; Norm Reid, Administração do Desenvolvimento Rural, USDA; Thom Rubel, USDA; James 0'Connor, Administração das Pequenas Empresas; Henry Burgeois, Fundação de Desenvolvimento do Mainc; Rick Carlisle, Corporação para o Desenvolvimento Empresarial; Donald F. Kettl, Universidade de Wisconsin; Beryl Radin, Universidade do Sul da Califórnia; Barry Van Lare, Associação Nacional dos Governadores; Joan Wills, Instituto para a Liderança Educacional; c Scott Fosler, DeWitt John, Roger Sperry, Barbara Dyer e Eric Minkoíf da Academia Nacional de Administração Pública.

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O que a nova governança vai significar para o governo federal?

A

RDI se destaca de outros

esforços para redesenhar a governança, por duas razões. Iim primeiro lugar, a RDI t r a t a c o m t o d a s as q u e s t õ e s r e l a t i v a s à A m é ric a ru ra l, e p ortanto permeia praticamente todos os programas e políticas p ú b l ic a s . Em s e g u n d o lu gar, e m b o r a c r ia d a p e l o g o v e r n o f e d e r a l , a RDI é um e m p r e ­ en d im en to participativo, envol­ v e n d o e s t a d o s , p r e f e i t u r a s , tribos, o setor privado e diversos órgãos federais.

Embora o esforço da RDI tenha s i d o l i m i t a d o em m u i t o s a s p e c t o s , i n c lu s i v e n o f r a c o a p o i o p o r p a r te d o G o v e r n o B u s h , é um p o n t o de partida interessante para o mapeamento de c o m o p o d e rá fu n c io n a r, a nível federal, a nova governança. A nova governança poderá tomar fo r m a s d i f e r e n t e s em á re a s g e o g r á f i c a s d i f e r e n t e s e a respeito de questões diferentes. As áreas rurais são a lta m e n te díspares, incluindo comunidades c o m p o b r e z a c r ô n i c a , l o c a is t u r í s t ic o s p r ó s p e r o s , c id a d e s industriais, condados de florestas e de fazendas. Essa diversidade é uma das razões porque qualquer um p o d e o b t e r b e n e f íc i o s ao debruçar-se sobre os problemas rurais. A dimensão rural estimula as idéias sobre a diversidade e não sobre respostas genéricas. E um dos temas mais importantes do

movimento para o redesenho da governança é delegar autoridade para que as pessoas proponham s o lu çõ es q u e aten dam às suas particularidades locais. Por Q ue R e iv e n ta r a G o v e r n a n ç a ? Expectativas q u e Mudam e Respostas que n ã o as A c om p a n h a m

Nossas expectativas sobre o que o governo deveria fazer mudaram m u i t o n o s ú l t i m o s a n o s e é provável que continuem m udan­ do. Na reunião de ou tub ro, essa afirmativa foi o p on to de partida para o m a p e a m e n t o da n ov a g o v e r n a n ç a a n ív e l f e d e r a l . T ecnologias, m ercados e o p o r ­ tunidades estão m udando a um ritmo cada vez mais veloz, e é provável que as espectativas para ação governamental mudem com elas. O movimento para redese­ nhar o governo federal poderia com eçar com a afirmativa de que a forma co m o adm inistram os a c o i s a p ú b l i c a n e m s e m p r e m a n te v e o p a s s o co m as d e ­ mandas em mudança.

D e s a ju s te e F r a g m e n t a ç ã o

Sc ouvirmos o e le ito ra d o , fica c la r o q u e m u i t a s s o l u ç õ e s adotadas pelo governo não são bem recebidas. Há um desajuste

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Dewitt John, Donald F. Kottl, Barbara Dyer, W. Robert Lovan

e n t r e a q u ilo q u e o s cid ad ão s esperam que o governo faça e o que eles vêem que o governo está fa z e n d o . Em m u itas áreas de p o l í t i c a s p ú b l i c a s , e s t a m o s sobrecarregados com programas q u e fo ra m p r o j e t a d o s para a t e n d e r às n e c e s s i d a d e s de on tem e que estão tentando com d if i c u ld a d e a ju s t a r -s e às e x i ­ gên cias de h o je. Por exem plo, m u i t o s p ro g r a m a s de d e s e n ­ volvimento econ ôm ico ainda se c o n c e n t r a m n o fin an ciam en to para empresas, embora a trans­ f e r ê n c i a d e t e c n o l o g i a , o marketing, a colaboração entre e m p r e s a s se ja m co n s id e ra d a s com o questões importantes. Na á re a de a s s is t ê n c ia so cia l, os programas muitas vezes atacam os sintomas c não as suas causas. A fragmentação piora o problema. Em q u a s e t o d a s as á r e a s de políticas, há inúmeros progra­ mas s o b r e p o s t o s ou c o m p le - m e n t a r e s , g e r a l m e n t e co m diferentes regras e exigências de participação.

A s e n s a ç ã o de i n s a t i s f a ç ã o é c o m p a r t i l h a d a p o r m u it o s s e r v i d o r e s p ú b l i c o s . E le s se s e n t e m d e s p r e s t i g i a d o s e frustrados não apenas porque os seus orçam entos são curtos, mas porque eles percebem que seus ó rgão s n ão estão estru turados p a ra o b t e r o s r e s u l t a d o s n ecessários para a solução dos

problemas da sociedade, mesmo q u a n d o b e m a d m i n i s t r a d o s . Além disso, cm muitas áreas de políticas, a responsabilidade pela administração da coisa pública - a g o v e r n a n ç a - t o r n o u - s e c o m p lica d a à m ed id a em q u e in d ú s t r ia s d o s e t o r p r iv a d o , organizações sem fins lucrativos e p a r c e r ia s p ú b l i c o - p r i v a d a s tornaram-se atores importantes. A Tabela 1 resume o desajuste e a fragmentação cm seis áreas de políticas, conforme identificadas na m esa-re d o n d a de o u tu b r o . Não se d ev e c o n c l u i r , c o m a leitura desta tabela, que todos os pro gram as n essa s áre a s e s tã o s e n d o m a l s u c e d i d o s . A lg u n s p r o g r a m a s f e d e r a i s , c o m o o

Head Start e o WIC, estão indo bem com os recursos financeiros que têm, e há tam bém muitas e x p e r iê n c ia s p r o m i s s o r a s em andamento nessas áreas.

As Q uatro D im e n s õ e s da Nova G o v e r n a n ç a

Apesar da diversidade da nova g o v e r n a n ç a e da m is t u r a d e idéias velhas e novas, é possível visualizar-se um mapa a p r o x i­ m ado de c o m o a g o v e r n a n ç a está atu alm en te s e n d o r e d e s e ­ nhada nas m uitas e x p e riê n c ia s q ue estão se n d o realizadas p or todo o país.

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O que a nova governança vai significar para o governo federal?

A

Tabela 2 contém possí­

veis novas ab o rd a g e n s à governança, ao longo de quatro dimensões: ♦ Quem? o s p a r t i c i p a n t e s n o processo de prestação de serviços públicos; ♦ P orq ue? o s o b j e t i v o s da a ç ã o pública; ♦ Como?

os meios que os órgão usam para atingir seus objetivos; e

♦ Alternativas?

as políticas para deter­ minar os objetivos, estru­ tura e níveis de financia­ m ento básicos das ativi­ dades governamentais. Estas quatro dimensões não são c o m p l e t a m e n t e d is tin ta s; por e x e m p l o , as a l i a n ç a s e n t r e f o r n e c e d o r e s de serviços têm ramificações políticas, e os meios q u e um ó r g ã o u t i l i z a para d e s e n c u m b i r - s e de su as a t r i ­ b u i ç õ e s in flu e n c ia rá sua p o s ­ sibilidade de atingir suas metas. As q u a t r o d im e n s õ e s são um pon to de partida para selecionar a am pla gam a de exp eriên cias q u e estão sendo realizadas em d iferen tes áreas de políticas. A

d i s c u s s ã o a b a i x o e x p l i c a o s principais elementos de mudança ao lo n g o de cada d im en são , e il u s tr a e s s e s e l e m e n t o s c o m exemplos sobre desenvolvimento e c o n ô m i c o , t r e i n a m e n t o d e recursos humanos, educação K- 12, assistência social, p ro teçã o a m b ie n ta l e d e s e n v o lv im e n to ru ra l. As c a r a c t e r í s t i c a s q u e p o d e m to rn a r-se im p o r t a n t e s p ara a nova g o v e r n a n ç a co m respeito a essas áreas de políticas estão resumidas na Tabela 3.

P a rtic ip a n te s: C o l a b o r a ç ã o e D e s c e n t r a l i z a ç ã o

Em situações de fragmentação e desajuste, nen h um programa é c a p a z de t r a t a r , d e fo r m a a d e q u a d a , as m e t a s s o c i a i s . Muitas vezes isso leva a esforços para a mobilização de recursos através de linhas de programa, m e d ia n te a lia n ça s e n t r e d if e ­ r e n te s p ro g ra m a s, b e m c o m o en tre órgãos p ú blicos, o rg a n i­ z a ç õ e s sem fin s l u c r a t i v o s e iniciativa privada.

Na á r e a de d e s e n v o l v i m e n t o econôm ico, a dependência cada vez maior de organizações sem fins lucrativos e das p arcerias p ú b l i c o - p r i v a d a s p o d e s e r a característica mais im portante da nova governança. A c o m p e t iti­ v id a d e de u m a e c o n o m i a

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Dewitt John, Donald F. Kettl, Barboro Dyer, W. Robert Lovan

d e p e n d e de m uitas coisas das q u a i s o s ó r g ã o s de d e s e n ­ volvimento econ ôm ico tradicio­ nalm ente não tratavam, tais como locais para armazenagem de lixo, a qualidade da educação pública, a qualidade do sistema de saúde municipal, e acesso à informação e con h ecim en to especializados. Além disso, alguns especialistas em d esenvolvim ento argu m en ­ taram que é fundamental haver m a i o r c o l a b o r a ç ã o - e n t r e fabricantes e seus fornecedores, ou e n tre as próprias pequenas em presas - para concorrer com e m p r e s a s em p a í s e s o n d e a colaboração é comum. Os óigãos públicos não podem obter essa colaboração através da oferta de serviços, de modo que precisam e n c o n t r a r fo r m a s p a r a se to r n a r e m o s c a t a liz a d o re s da c o l a b o r a ç ã o d e n t r o d o s e t o r privado. Para permear linhas de p ro g ra m a e para e s tim u la r as m u d a n ç a s n o s e t o r p riv a d o , m u i t o s e s ta d o s e m u n ic íp io s f o r m a r a m p a r c e r ia s sem fin s lu crativ os com a sso ciaçõ es de c la s s e , c e n t r o s de p e s q u is a e outras instituições.

Tam bém há grande interesse em es tra té g ia s de c o la b o r a ç ã o na á re a de a ss istê n c ia so cial. Da mesma forma que as empresas, as f a m ília s co m p r o b l e m a s têm n e c e s s i d a d e s m ú ltip la s . Uma família com alguma inabilidade

ou r e c e b e n d o s e g u r o -d e s e m - p r e g o p o d e r á p r e c i s a r n ã o apenas de apoio financeiro mas também de aconselham ento, de atenção especial n o colégio para as crian ças, ou de t r a ta m e n to p r e v e n tiv o d e s a ú d e . A n ov a g o v e r n a n ç a c o n c e n t r a - s e n o r e s g a t e da “i n t e g r a ç ã o d e serviços”, que engloba esforços baseados na escola para fornecer pacotes de serviços, cen tros de m u ltiserv iços e m uitas o u tra s atividades de caráter colabora- tivo e n t r e vários ó r g ã o s {U.S. G en era l A cco u n tin g O ffic e, 1992).

Na á r e a d e t r e i n a m e n t o d e recursos humanos, o p ro jeto de programas de trein am ento q u e a t e n d a m as n e c e s s i d a d e s d o m e r c a d o de t r a b a l h o p o d e r á exigir vinculações mais estreitas e n t r e ó r g ã o s p ú b l i c o s d e t r e in a m e n t o e s e t o r p riv a d o , incluindo as metas e os padrões e s ta b le c id o s p elas in d ú s tria s . Além de uma c o o p e ra çã o mais estreita com a indústria, muitos e s t a d o s e m u n i c í p i o s e s t ã o r e a l iz a n d o e x p e r i ê n c i a s co m acordos detalhados en tre órgãos para programas de treinam ento de “segunda oportunidade” (por e x e m p l o , p ara t r a b a l h a d o r e s d ese m p reg ad o s e a q u e le s q u e receb em s e g u ro -d e s e m p re g o ). A lguns d e s s e s p r o g r a m a s i n ­ c lu e m g e r e n t e s de c a s o , q u e

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O que a nova governança vai significar para o governo federal?

trabalham no sentido de garantir q u e o s t r e i n a n d o s r e c e b a m s e r v i ç o s d e a p o i o de v á rio s ó r g ã o s , i n c l u i n d o c r e c h e , transporte, tratamento de saúde e a s s is t ê n c ia s o cia l à fam ília. Além disso, em lugar de alocar r e c u r s o s a o s p r o g r a m a s , na s u p o s iç ã o de q u e os m esm o s p r o v e r ã o os se rv iç o s , m u ito s e stad o s es tã o e x p e rim en ta n d o formas de alocar os recursos a provedores municipais em nível regional dentro do estado. Além de estimular a colaboração entre os órgãos públicos, a nova governança muitas ve/es inclui esforços para a descentralização d e d e c i s õ e s i m p o r t a n t e s a respeito de objetivos e respon­ sabilidades. De fato, a d esce n ­ t r a l i z a ç ã o é o a s p e c t o m ais im portante da dimensão partici­ pativa da e d u c a ç ã o K -12. Os reformadores concordam que os s u p e r v i s o r e s d o e s t a d o e o s ad m in istrad o res esco lares têm c o n t r o l e e x c e s s i v o s o b r e os detalhes do funcionamento das e s co la s . Os re fo rm a d o re s têm pontos de vista diferentes sobre quem deve ter aumentada a sua autoridade - professores, pais ou diretores. Estão sendo tentadas d if e r e n t e s a b o r d a g e n s para a d e s ce n tra liz a çã o . A d e s c e n tr a ­ lização é também um elem ento im p o rta n te em algum as novas e s t r a t é g i a s e c o n ô m i c a s de

desenvolvimento, que têm com o objetivo a criação de capacidade, p o r p arte da c o m u n id a d e , de tomar decisões estratégicas e de realizar investimentos a respeito de se u f u t u r o e c o n ô m i c o . Algumas in iciativ as de d e s e n ­ volvimento eco n ô m ico c o n c e n ­ t r a m -s e na f o r m a ç ã o d e c o n g l o m e r a d o s m u l t i c o m u - n itá rio s ou na c a p a c id a d e de desenvolvimento regional.

O b je tiv o s: M issã o , M e ta s, R esu ltad os, C lientes

Muito em bora os esforços para red esen h ar a gov ern ança rara­ mente incluam a centralização do c o n t r o l e d e g a s t o s e d e implementação, muitas vezes há esforços para o desenvolvimento d e m e t a s e d e p a d r õ e s u n i ­ f o r m e s , ta is c o m o as m e t a s nacionais de educação. Em todas as á re a s d e p o l í t i c a s , a n o v a governança inclui esforços para o estabelecim ento de uma visão c o m u m de m is s ã o da a d m i ­ n istra ç ã o p ú b lica , g e r a l m e n t e definido em termos do impacto dos programas de governo sobre os clientes. Mediante a definição de metas em termos de resultados em lu g a r d e a t i v i d a d e s d e p r o g r a m a ou d e o u tp u ts, o s program as in div iduais p o d e m visualizar o seu lugar den tro do c o n t e x t o g e r a l . I s s o p o d e r á

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Dewitt John, Donald F. Kettl, Barbara Dyer, W. Robert Lovan

i n c e n t i v á - l o s a c o l a b o r a r n o sentido de atingir as suas metas. Além disso, metas comuns para u m a a m p la área d e p o l í t i c a s poderá perm itir flexibilidade a nível local sobre onde alocar os r e c u r s o s para o b t e r o m a io r i m p a c t o p o s s í v e l. O e s t a b e ­ l e c i m e n t o d e m e t a s c o m u n s e x i g e c o l a b o r a ç ã o , e a d e s ­ centralização permite que sejam m o l d a d a s às c a r a c t e r í s t i c a s locais. Por exemplo, os esforços d e i n t e g r a ç ã o d e s e r v i ç o s concentram -se n o bem-estar da família com o um todo, cm lugar de simplesmente aliviar sintomas com o a falta de dinheiro ou tratar das in a b ilid a d e s de m em b ro s in d i v i d u a i s da f a m ília . O s e s f o r ç o s de d e s e n v o lv im e n to e c o n ô m i c o t a m b é m são definidos de forma abrangente, p r o c u r a n d o n ã o a p e n a s cria r m a is e m p r e g o s , mas p r e o c u ­ p a n d o - s e t a m b é m c o m a vitalidade do setor privado local, c o m a q u a l i d a d e d o s n o v o s em pregos e com a qualidade de vida.

Uma vez definidas a missão e as m e t a s , o p r ó x i m o p a s s o é encontrar indicadores para que as a u t o r i d a d e s e s t a d u a i s ou federais possam responsabilizar o s i m p l e m e n t a d o r e s p e l o s r e s u l t a d o s e n ã o a p e n a s p o r terem tentado. Por exemplo, as escolas podem ser avaliadas não

p e l o n ú m e r o d e m a t é r i a s concluídas pelos alunos e pelo número de alunos formados, mas por quanto os alunos aprendem. Na m esa-red on d a de o u tu b r o , vários participantes mostraram- se céticos a respeito do sucesso da concentração em resultados. Em algumas áreas de políticas, não é difícil definir o consumidor e identificar os resultados que o mesmo deseja. O s proprietários de residências desejam que seu lixo seja recolhido; as empresas desejam assistência técn ica em sua área de in teresse. Mas em algumas áreas de políticas fica difícil decidir quem é o cliente. Por exemplo, quem é o clien te dos programas de trein am en to d e r e c u r s o s h u m a n o s - o s trabalhadores, os empregadores, ou ambos? E com o formular os resultados desejados para uma família co m m ú ltip lo s p r o b l e ­ mas? Em uma situação, poderá ser desejável q u e um m em bro da família o b ten h a em p re g o , mas em outras, poderá ser melhor, a longo prazo, que o m em bro da família se submeta a uma terapia in te n siv a para t r a t a r de um problema profundam ente arrai­ g a d o c o m o d e p e n d ê n c i a d e d ro g a s , p ara q u e m a is t a r d e possa m anter um em p re g o em caráter permanente.

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O que a nova governança vai significar para o governo federal? T a b e la 1 P o s s ív e is R a z õ e s p a r a R e in v e n t a r o G o v e r n o Á r e a d e P o lit lc a s Desenvolvimento econ ôm ico Treinamento de recursos humanos Educação K-12 F r a g m e n t a ç ã o O desenvolvimento bem- s u c e d i d o d e p e n d e de programas externos aos ó rg ãos de d es e n v o lv i­ mento; p. ex., treinamen­ to de recursos humanos; c r ia ç ã o de lid e ra n ç a s lo c a is; v in c u la ç ã o de p e s q u i s a d o r e s u n iv e r ­ sitários com empresas M ultiplicid ad e de p r o ­ g ram as , bem c o m o de organizações de desenvol­ vimento municipais M u ltip licid ad e de p r o ­ gram as fed e r a is c estaduais

As escolas são solicitadas a tratar de muitos dos problemas dos estudan­ te s , mas não têm con d ições de fazer isso sem a ajuda de programas de saúde c de assistência social D e s a j u s t e s Os programas existentes c o n c e n t r a m - s e p r i m o r ­ d ia lm e n te no f i n a n c i a ­ m e n to de n e g ó c i o s individuais, mas ou tros a s p e c t o s r e la tiv o s às empresas são igualmente importantes; p. ex., trans­ fe rê n c ia de te c n o lo g ia , c o m p o rta m en to e h ab i­ lidades gerenciais, colabo­ ração entre empresas. Os p ro g ra m a s fe d e r a is e x i s te n te s c o n c e n tr a m - se nas h a b ilid ad es dos deficientes, mas os jovens e a q u e l e s q u e e s t ã o e m p r e g a d o s ta m b é m precisam de treinamento. Alguns p ro g ra m a s de treinamento concentram- se na preparação para o e m p r e g o ou em h a b i ­ lid ad es té c n i c a s u l t r a ­ p a s sa d a s , c n ã o na capacidade para a p r e n ­ dizado constante. A e d u c a ç ã o p o d e não p ro v e r os e s t u d a n t e s com as h abilid ad es n e ­ c e s s á r ia s para m a n te r em pregos cm em presas de primeira linha - espe­ cialmente os estudantes que não p re te n d e m s e ­ guir curso superior. R.Serv.PúbI. Brasília 119 (1): 117-135. jan./ibr.l995 1 2 5

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RSP

Dewitt John, Donald F. Kettl, Barbara Dyer, W. Robert Lovan Á r e a d e P o l i l i c a s Assistência social Proteção ambiental Desenvolvimento rural F r a g m e n t a ç ã o M ultiplicid ad e de p r o ­ gramas federais c es ta ­ duais com e x i g ê n c i a s diferentes

Inúm eras a u torizações separadas para ar, água, lixo.

O desenvolv im ento p o ­ d erá d e p e n d e r de e s fo r ç o s c m d ife re n te s áre a s de pro g ram a, d ep en den do das c on d i­ ções locais D e s a j u s t e s Os programas existentes c o n c e n t r a m - s e p r i m o r ­ dialmente em remediar e não em prevenir. N e c e s s i d a d e de mais atenção para a prevenção e para os riscos maiores. As políticas tradicionais c oncentram -se na agri­ cultura e pecuária, no recrutamento industrial ou na pobreza rural; mas os problemas atuais são mais amplos, a agricultura tem papel importante cm um número menor de áreas rurais, e o recrutamento pode não funcionar.

T a b e la 2 P o s s ív e is C a m in h o s p a r a a N o v a G o v e r n a n ç a Quem? P a r t ic ip a n t e s Em lugar dc frag­ m e n ta ç ã o , a lia n ­ ças e colaboração D e s c e n tra liz a ç ã o das decisões sobre d e s e n h o e o b j e ­ tivos P o r q u e ? O b j e t iv o s C o n ce n tra ç ã o na missão, e não no programa Concentração nos re s u l ta d o s , não nos insumos Concentração nas p e r c e p ç õ e s dos consumidores so­ bre o que eles pre­ cisam, c não nos pontos dc vista do órgão público Concentração nos in v e s tim e n to s c não nos gastos

C o m o ? M e i o s Maior autonomia para trabalhadores de linha dc frente, colaboração entre equipes de traba­ lhadores de linha de frente Ê n fase na q u a l i ­ dade e não apenas na eficiência A d m in istração c e x -p c r i ê n c ia s dc c a r á te r e m p r e ­ sarial A l t e r n a t i v a s ? P o lític a Promover a parti­ cipação c a delega­ ção de autoridade para os cidadãos cm lugar dc anun­ ciar e supervisio­ nar diretrizes 1 2 6 R.Scrv.Públ. Brasília 119 (1): 117-135, jan.&br. 1995

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O que a nova governança vai significar para o governo federal?

A

questão não é que a nova

governança não funcio­ na, mas que elem entos diferentes do paradigma global p o d e rã o fu n cio n a r m elh o r em a lgu m as situ a ç õ e s do q u e em o u t r a s , e a c o n c e n t r a ç ã o n os resultados em lugar dos outputs

é um p r o c e s s o c o n t í n u o de aprendizagem e de ajuste fino. Alguns p a rticip a n te s da mesa- redonda de o u tu b ro sugeriram q u e está se d a n d o dem asiada a ten ção ao estab ele cim en to de metas detalhadas para resultados a nível nacional e estadual, e que o s r e s u l t a d o s d e v e r ia m s e r d e f i n i d o s ao n ív el do p r o v i­ m en to do serviço. M e io s : Q u a l id a d e , C a p a c id a d e E m p r e s a r i a l , P r o g r a m a s D irigidos a o M ercad o e In v e s tim e n t o s

Essa dimensão tem a ver com o f u n c i o n a m e n t o i n t e r n o das o r g a n i z a ç õ e s q u e p r e s t a m serviços públicos, bem como com o co n teú d o dos serviços. Dentro de m uitas o rg a n iz a çõ es existe um v ig o r o so m o v im e n to para acabar com as barreiras hierár­ quicas, n o sentido de aproveitar t o t a l m e n t e as e n e r g i a s e as capacidades dos funcionários da empresa. Essa é a idéia central da a d m in is tr a ç ã o p ela q u a lid a d e total, um m ov im en to q u e tem m u ito em com u m com a nova

governança. Além disso, a nova governança inclui esforços para i n c e n t iv a r o c o m p o r t a m e n t o empresarial em gerentes, muitas vezes in c lu in d o e s fo r ç o s para l i t e r a l m e n t e a n g a r i a r n o v a s re c e ita s m e d ia n te a venda de s e r v i ç o s ou d e d a d o s ou utilizando-se de taxas d e uso. A nova g o v e r n a n ç a t a m b é m significa uma maior concorrência e n t r e p ro v e d o r e s d e s e rv iç o s públicos c um m aior núm ero de altern ativ as para os c o n s u m i ­ dores desses serviços. Às vezes isso significa privatização, mas também pode significar co n co r­ rência entre e dentro de órgãos públicos. A d im e n s ã o re la tiv a a m e i o s t a m b é m i n c l u i ê n f a s e c m p e rm itir q u e o c li e n te d e cid a q u al o s e rv iç o d e s e ja d o . P o r e x e m p l o , em p r o g r a m a s d e desenvolvimento econôm ico e de t r e i n a m e n t o d e r e c u r s o s h u ­ manos, existe a preocupação de s e r s e n s ív e l a o m e r c a d o ou

dirigido ao mercado, permitindo que os clien te s - e m p re sas ou talvez trabalhadores - decidam que serviços desejam utilizar. Isso p o d e s e r f e i t o m e d i a n t e o p r o v i m e n to d o s s e r v iç o s p o r fornecedo res con tratad o s, com os clientes recebendo vales para q u e p o s s a m e s c o l h e r o f o r n e c e d o r e o p a c o t e d e serviços que preferem.

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RSP

Dewitt John, Donald F. Kettl, Barbara Dyer, W. Robert Lovan

F

i n a l m e n t e , a d im e n s ã o relativa a m eios inclui o

âmago do serviço público. Na maioria das áreas de políticas, a nova governança geralmente surge da p erce p çã o de que os ó r g ã o s p ú b l i c o s d e v e ria m prevenir problemas e não apenas tratar deles depois que surgem. Isso significa investir cedo, cm lugar de concentrar-se apenas em r e g u la r c o m p o r ta m e n t o in d e ­ sejável ou subsidiar as pessoas quan do elas precisam de ajuda. Na área de assistência social essa é u m a c a r a c t e r í s t i c a p a r t ic u ­ larmente importante de muitos dos e s fo rço s de in tegração de serviços. Política: P articip ar em lu g ar de Divulgar A d im e n s ã o política é a parte m e n o s d ese n v o lv id a e a mais p r o b l e m á t i c a da nova g o v e r ­ nança. A nova governança inclui claram ente esforços para abarcar o abismo que separa os cidadão de seus governos, m ed ian te o e s t a b e l e c i m e n t o de n ov as i n s t i t u i ç õ e s q u e p o d e m s e r con trolad as pelos cidadãos ou pelos clientes, com o empresas de d e s e n v o l v i m e n t o e c o n ô m i c o b a s e a d a s na c o m u n i d a d e , con selh os diretores eleitos para administrar escolas individuais, e o r g a n i z a ç õ e s d e d e s e n v o l ­ vimento sem fins lucrativos onde

líd e r e s e m p r e s a r ia is e c o m u ­ nitários têm assento. Além disso, o p r o c e s s o d e c i s ó r i o i n c l u i e s fo r ç o s para o e n g a ja m e n t o desses grupos, bem com o para o engajamento direto dos cidadãos na formulação de program as e iniciativas públicas, em lugar da formulação e divulgação desses programas (I.an e Rosenbloom , 1 9 9 2 ) . E n t r e t a n t o , p o d e r ã o s u r g ir d i f i c u l d a d e s , se o s in teressad os n ão c o n se g u ir e m concordar sobre com o resolver su as d i f e r e n ç a s n o c o n t e x t o d e s s e s m e c a n is m o s p ara d i s ­ c u s s ã o em m e s a - r e d o n d a . D i f e r e n t e s i n t e r e s s a d o s tê m diferente status legal e político na tom ada de d ecis ã o ; algu n s têm acesso direto aos tribunais ou ao processo legislativo.

íi f u n d a m e n t a l h a r m o n iz a r a p a r t i c i p a ç ã o d o p ú b l i c o n as atividades do P oder E xecu tivo com o p ro ce sso legislativ o. O Executivo pode participar tanto quanto desejar, mas no final das c o n t a s é o L e g i s la t iv o q u e estabelece as estruturas, declara objetivos e aloca recursos, após ter engajado os cidadãos n o seu próprio processo participativo. Na m e l h o r das h i p ó t e s e s , os esforços dos órgãos públicos em e n g a ja r s e u s c l i e n t e s n o estabelecim en to de metas c na escolha entre serviços reforça o processo legislativo, na medida

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O que a nova governança vai significar para o governo federal?

e m q u e p e r m i t e q u e os legislad ores co n cen trem -se em metas globais e não em questões a d m i n i s t r a t i v a s . E n t r e t a n t o , a l g u n s e s f o r ç o s da nova g o v e r n a n ç a sã o jo g o s com in fo rm a ç ã o p riv ile g ia d a de e s p e c i a l i s t a s e de p e s s o a l de ó r g ã o s p ú b lic o s , sem a p a rti­ c ip a ç ã o d o s c id a d ã o s ou dos legisladores.

P asso s n a D ire çã o da Nova G o v e r n a n ç a p a r a o

D e s e n v o lv im e n to Rural

O s C o n s e l h o s E s t a d u a i s de Desenvolvimento Rural (SRDCs) são novos. Em ou tub ro de 1992, o i to c o n s e lh o s p ilo to estavam saindo da fase inicial para a fase d c o p e r a ç ã o e o u t r o s 2 6 con selh os estavam iniciando as a t iv id a d e s . P o r s e r e m m u ito r e c e n t e s e p o r a lg u n s te re m in i c i a d o su as a tiv id ad es mais r a p i d a m e n t e q u e o u t r o s , a d is c u s s ã o s o b r e a sua c o n t r i ­ buição ao desenvolvimento rural é teórico. Até o momento, muitos c o n s e l h o s i n i c i a r a m su as atividades tratando dc questões o rg a n iz a c io n a is e p ro cu ra n d o formas de melhorar a eficiência d o s m u i t o s p r o g r a m a s em an d am en to . Alguns dos c o n se ­ lh o s p ilo t o relatam q u e estão p assan d o ao s e g u n d o nível, o q u e e n v o lv e r ia c o l o c a r - s e n o ce n tro das q u estões relativas à nova governança.

F o r n e c e d o r e s : R efo rça n d o o P ro ce sso de C o la b o r a ç ã o

Os Conselhos são entidades de colaboração. São projetados para p e r m i t i r a p a r t i c i p a ç ã o d o s p r i n c i p a i s i n t e r e s s a d o s n o desenvolvimento rural: os órgãos federais, o governo estadual, o g o v e rn o m u n ic ip a l, g o v e r n o s tribais e o setor privado (tanto aquele com fins lucrativos com o aquele sem fins lucrativos). Os c o n s e l h o s sã o t a m b é m u m a abordagem d esce n tralizad a ao d e s e n v o l v i m e n t o r u r a l, a o c o n t r á r i o de a lg u n s e s f o r ç o s fe d e r a is de d e s e n v o l v i m e n t o rural n o passado, q u e giravam em t o r n o d e p r o g r a m a s p r o je ta d o s e fin a n c ia d o s p e lo governo federal. O s c o n s e lh o s têm sido estimulados a definir as suas próprias pautas, e o governo federal tem buscado o b ter uma s é r i e d c i n t e r v e n ç õ e s b e m - s u c e d i d a s p o r p a r t e d o s conselhos antes de conferir-lhes grande visibilidade.

E m b o r a o e m p r e e n d i m e n t o incentive as iniciativas de baixo para cim a, os fu n cio n á rio s em W ash in gton n ã o p re cis a m ser passivos ou reativos. Dc fato, se o papel federal é dirigir, não rem ar, eles precisam p en sa r e agir de forma estratégica. C om o o d ese n v o lv im en to rural é de i n t e r e s s e d e m u i t o s ó r g ã o s diferentes, os p articip an te s da

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Dewitt John, Donald F. Kettl, Barbara Dyer, W. Robert Lovan T a b e la 3 P o s s ív e i s C a r a c t e r ís t ic a s P r in c ip a is p a r a a N o v a g o v e r n a n ç a e m D if e r e n t e s Á r e a s d e P o lít ic a s Políticas F o r n e c e d o r e s : alianças, descentrali­ zação Objetivos: missões, resultados, foco no cliente Meios: Investimento, concentração na qualidade, normas em lugar de sistemas de controle, capacidade empresarial Política: Participação, criação de novos entendimen­ tos políticos Desenvolvimento e con ôm ico O r g a n i z a ç õ e s de planejamen­ to estaduais c municipais sem fíns lucrativos Apoio pú blico para atividades de colaboração entre empresas P a r c e r i a s universidade - empresa E sfo rç o s para criar capacida­ de em nível subestatal Ê n fase em metas e s tr a té ­ gicas estaduais e municipais P r o g r a m a s " d irig id o s ao mercado"; vales Maior ênfase na a s s 11 ê n c t a t é c n ic a , bem como no finan­ c i a m e n t o do desenvolvimento Não resolvido - b a s e p o l í t i c a fraca de muitas in icia tiv a s de desenvolvimento econ ôm ico T r e i n a m e n t o de r e c u r s o s humanos E s fo r ç o s de p l a n e j a m e n t o entre órgãos Acordos d e ta ­ lhad os e n t r e órgãos, usando a d m in istra ç ã o de casos E s fo r ç o s para engajar indús­ trias na defini­ ção de metas e padrões educa­ cionais Fala-se cm me­ dir resultados em te rm o s de habilidades dos trabalhadores e de c o n t r a t a ­ ç õ e s , mas há muitas dificul­ dades em fazer isso funcionar Falta de clareza sobre o cliente: i n d ú s t r i a ? trabalhadores? I n t e r e s s e cm p r o g r a m a s voltados para o mercado; vales Uso in te n s iv o de c o n t r a t o s c o m f o r n e c e ­ dores sem fins l u c ra tiv o s e privados Por e n q u a n t o não tratado a- dequadamente. Ainda um jogo de d e t e n to r e s de inform ação p r i v i l e g i a d a , mas há esforços sérios para pro­ mover a partici­ p a ç ã o da i n ­ dústria

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O que a nova governança vai significar para o governo federal? Educação K-12 I n t e r e s s e na "reforma siste­ mática", inclu­ indo órgãos dc serviços de saú­ de e de assis­ tência social

Metas nacio- E s c o lh a dos nais dc desem- pa|S; vales p e n h o e s t u ­ dantil C o n s e l h o s c o m u n i t á r i o s para c on trolar as e s c o l a s da redondeza M enos s u p e r ­ visão do estado nos d is tr ito s municipais Adm in istração baseada no lo­ cal da p r e s t a ­ ção do serviço A s s i s t ê n c i a

social I n te g r a ç ã o de C o n c e n t r a ç ã o serviços tanto na família c om o no indi- C e n tr o s d c víduo

m u ltis erv iç o s;

a d m in is tra ç ã o C o n c e n t r a ç ã o caso a caso em metas ho- lísticas para os i n d i v í d u o s , porém difíceis dc definir Uso in te n s iv o da contratação de f o r n e c e d o ­ res s e m fins lucrativos Alguns esforços para modificar as práticas pro­ fiss io n a is me­ diante con cen­ tração na pre­ venção E s fo r ç o s para criar coalizões mais am p la s para serviços de a s s i s t ê n c i a social como in- v e s t i m e n t o s em desenvolvi­ m e n to e c o n ô ­ mico Proteção ambiental Uso intenso de p a r c e r i a s pú- blico-privadas, c s p e c ia l m c n tc nos níveis esta­ d ual c m u n i­ cipal C o n c e n t r a ç ã o na qu alid ad e ambiental c não cm l ic e n ç a s c o n c e d i d a s , v io la ç õ e s ou r e d u ç ã o de emissões A s s i s t ê n c i a t é c n ic a , p e s ­ q u is a. e d u c a ­ ção pública in­ c e n tiv o s e c o ­ nômicos, licen­ ças n e g o c i á ­ veis Colaboração no p l a n e j a m e n t o c na solução de problemas Desenvolvimento Os C o n s e l h o s Incentivos aos

rural E stad u ais dc SRDGs para Desenvolvimento clue dcscnvol- Rural inclu em vam suas pró- m ú l t i p l o s pr*as metas órgãos

Quem é cliente dos SRDGs? Os f u n c i o n á r i o s dos órgãos são os p rim e iro s clientes?

P r o f i s s i o n a i s de m édia g e ­ rência estim u­ lados p e lo s SRDGs a serem mais e m p r e ­ sariais Pouca v isibili­ dade das SRDGs E s tr a té g ia dc obter bons re­ s u l t a d o s cm c o n s e l h o s individuais R.Serv.Públ. Brasília 119 (1): 117-135, jan./abr. 1995 1 3 1

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Dewitt John, Donatd F. Kettl, Barbara Dyer, W. Robert Lovan

m e s a - r e d o n d a de o u t u b r o concordaram que um forte apoio p o r parte da Casa Branca seria fundamental para garantir que a RDI possa desenvolver todo o seu potencial. O b je tiv o s : A C riação de um S i s te m a de In fo rm a ç õ e s p a r a F o r ta le c e r In iciativas de Baixo p a r a Cima F o i d a d a a o s c o n s e l h o s a incumbência dc examinar metas p a ra e s f o r ç o s d c d e s e n ­ volvimento rural a nível estadual e d e d e s e n v o l v e r m e t a s e objetivos para as atividades dos conselhos. Diferentes conselhos têm ab o rd ad o essas tarefas de maneira diferente, com o seria de se esperar, uma vez que alguns e stad o s já es tã o en gajados em d e s e n v o l v i m e n t o ru ral c o la - borativo, en quan to outros ainda não estão.

Uma das q u e s t õ e s q u e a RDI deverá en fren tar nos próximos meses é a de com o administrar a diversidade de metas e planos dc t r a b a l h o d o s c o n s e l h o s . Os conselhos foram projetados para im plem entar iniciativas de baixo para cima, ou p e lo m en os do m eio para cima, e não iniciativas novas d c caráter nacional. Por e x em p lo , os co n se lh o s podem identificar barreiras regulatórias às i n i c i a t i v a s e s t a d u a i s ou m u n icip a is e p o d e m c o m p a r ­ t ilh a r i n f o r m a ç õ e s e c o n h e ­ c i m e n t o s e n t r e os. e s t a d o s . E n tr e ta n t o , se fo s s e m u s a d o s c o m o o v e í c u l o p a ra a im p l e m e n t a ç ã o d e u m a nova iniciativa nacional, tal co m o um novo programa de d ispên d ios, is s o s a b o t a r i a a n a t u r e z a d e s c e n t r a l iz a d a d o e m p r e e n ­ d i m e n t o e c o m p r o m e t e r i a o potencial dos conselhos.

A liderança por parte do governo federal pode auxiliar em to m a r m ais e f i c a z e s o s e s f o r ç o s estaduais e municipais mediante a c o le ta e filtra g e m de in f o r ­ mações sobre inciativas regionais e mediante ampla disseminação dessas informações. O fluxo das informações e do co n h ecim en to não precisam se r dos e s ta d o s para W ash in gton e d e p o is de volta aos estados. Em lugar disso, os funcionários em Washington p o d e m m o l d a r a d i r e ç ã o d o e m p r e e n d im e n t o c ria n d o v eí­ culos para a troca de informações e respondendo a pedidos para a re m o ç ã o de b a r r e ir a s a n ív el federal.

M eios: T re in an d o os G e r e n t e s p a r a uma Atitude m ais

E m p r e s a r ia l

O s c o n s e l h o s o f e r e c e m u m a o p o r t u n i d a d e p a r a q u e o s servidores federais, atuando na

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O que a nova governança vai significar para o governo federal?

m é d ia g e r ê n c i a , s e ja m m ais em presariais. É n ecessário um vigoroso esforço p or parte dos m em bros do con selho para dar s u p o r t e a o c o m p o r t a m e n t o e m p r e s a r i a l , já q u e e x i s t e m m u i t o s d e s e s t í m u l o s . V á rio s participan tes da m esa-redonda de ou tubro sugeriram que a nova g o v e r n a n ç a p ara o d e s e n ­ volvim ento rural significaria a c r ia ç ã o de nov as c u ltu ra s em m u i t o s ó r g ã o s , c q u e o treinam ento é fundamental para essa transição. Política: M e lh o r a n d o o A specto Político m e d ia n te o E n g a ja m e n t o de Novos P a r t i c i p a n t e s D u r a n te o g o v e rn o Bu sh , em lugar de anunciar uma resposta

federal aos problemas rurais, os l í d e r e s da RDI u sav am os conselh os para atrair uma ampla v a rie d a d e de in t e r e s s a d o s . O governo Clinton poderia usar os c o n s e l h o s p a ra e n g a ja r i n ­ teressados em uma nova visão de desenvolvimento, e para moldar a a g e n d a d o g o v e r n o c o m respeito à América rural.

C o n c lu sã o

C a d a g e r a ç ã o r e d e s e n h a o g o v e rn o . O atual e s fo rç o vem sendo feito de uma forma ou de

o u t r a p o r ta lv e z 2 0 a n o s e s o m e n te agora está a tin g in d o massa crítica. Por e n q u a n to , o m ov im en to para r e d e s e n h a r a governança não foi provado, mas t r o u x e e s t í m u l o à t a r e fa d e a d m in is tra r a c o is a p ú b lic a e pode estar auxiliando no resgate da idéia de que a função pública é u m a p r o f i s s ã o h o n r a d a e compensadora.

M u it o s e l e m e n t o s da n o v a g o v e r n a n ç a n ã o sã o n e n h u m p o u co novos. Alguns, co m o as idéias de participação do público n as d e l i b e r a ç õ e s d o s ó r g ã o s públicos e a co n c e n tra ç ã o nos r e s u l t a d o s e m l u g a r d o s insumos, têm sido por décadas as m arcas da b o a a d m in is t r a ç ã o pública. E n tr e ta n to , os d e fe n ­ sores da nova governança vêem o p r o c e s s o de r e d e s e n h o d o governo com o algo que envolve muito mais do que simplesmente adotar as melhores velhas idéias de a d m in is tr a ç ã o ou fa z e r os atuais program as fu n cio n arem de forma mais eficiente. A nova g o v e r n a n ç a b u s c a c o m b i n a r idéias novas e velhas em uma abordagem global, centrada não na d iv u lg a ç ã o , m as n a c o l a ­ b o r a ç ã o , f le x i b i li d a d e , r e s u l ­ tad o s, e n o e n g a ja m e n t o d o s cidadãos, o que n o seu todo seria uma nova forma de gerir a coisa pública.

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RSP

Dewitt John, Donald F. Kettl, Barbara Dyer, W. Robert Lovan

R e f e r ê n c ia s B ib lio g r á fic a s

BARZELAY, Michael, ARMAJANI, Babak J. Breaking Through Bureaucracy: A New Vision f o r M anaging in G overn ­

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Resumen

QUÉ VA A SIGNIFICAR LA NUEVA

"GOVERNANÇA" PARA EL

GOBIERNO FEDERAL?

DeWitt Jo h n y sus co m p an ero s pro veen un “m apa a p ro x im a - d o ”d el f u t u r o , c o n b a s e a discussiones organizadas p or la A cad em ia N a cio n a l d c A d m i­ nistração Pública. Lo q u e ellos v een es yn e s f u e r z o p a r a “com binar ideas viejas y nuevas” en un abordaje más flexible, más orientado hacia resultados d c la administración pública.

(19)

RSP

O que a nova governança vai significar para o governo federal?

A b s tra c t

WHATWILL NEW GOVERNANCE

MEAN FOR THE FEDERAL

GOVERNMENT?

D e w it t J o h n an d c o l l e a g u c s p ro vid e a "rough map" o f the f u t u r e b a s e d on d i s c u s s i o n s o r g a n i z e d by th e N a tio n a l A c a d e m y o f P u b li c Admi- n istration. What they see is an effort to "com bine old and new id e a s " i n t o a m o r e f l e x i b l e , results-oriented approach to the p u blic’s business.

Título original: What Will New Govemance Mean for the Federal Government? Publicado em março/ abril de 1994 n a P u b lic Administration Review, vol. 54, no. 2, pp. 115-128.

Traduzido com autorização dos editores.

Dewitt J o h n é d ire to r do C en tro p a r a D e s e n v o l v i m e n t o S u s ­ tentável Competitivo, A cadem ia N a c i o n a l d e A d m i n i s t r a ç ã o Pública. D o n ald F. K ettl é p r o f e s s o r do D e p a r t a m e n t o d e C i ê n c i a P o lític a e d o I n s t i t u t o R o b e r t M. LaFollette de A d m in is tra çã o P ú b l i c a d a U n i v e r s i d a d e d e W isconsin-M adison. B a rb a ra D y e r é a d ir e to r a da A lian ça p ara o R e d e s e n h o do Go verno da A cad em ia N acion al de A d m in istração P ú b lic a . W. R o b e r t Lovan t r a b a l h a p ara a A d m i n i s t r a ç ã o d e D e s e n ­ v o l v i m e n t o R u r a l d o D e p a r ­ t a m e n t o d e A g r i c u l t u r a d o s E stad o s U n id o s e é d i r e t o r de p e s s o a l da In ic ia t iv a N a cio n a l p ara a A m é ric a R u ra l.

Referências

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