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Alemanha: hegemonia na integração da União Européia

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FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 18, n. 1/2, p. 79-94, jan./fev. 2008. 7979797979 Resumo: neste artigo, procura-se levantar os motivos geopo-líticos do alargamento da influência da Alemanha na União Européia e os seus desdobramentos, utilizando-se de teorias geopolíticas e geo-econômicas.

Palavras-chave: União Européia, Alemanha, Leste Europeu, Geopolítica, expansão

Em 1795, o filósofo iluminista alemão Immanuel Kant previa que, no bojo da Revolução francesa, viria a integração européia, com a formação, por via pacífica, de uma sociedade das nações. Esta liga de nações, humanista, segundo Kant, iria desembocar numa federação mundial a ser acertada no futuro.

(Railda Herrero) Alex Rosa da Silva, Tiago Carneiro de OliveiraTiago Carneiro de OliveiraTiago Carneiro de OliveiraTiago Carneiro de OliveiraTiago Carneiro de Oliveira

ALEMANHA: HEGEMONIA NA INTEGRAÇÃO

H

istoricamente, o continente europeu foi palco de lutas e de guerras. Entre as várias nacionalidades, aconteceram várias tentativas de uma nação se sobrepor a outra por intermédio da força. Esse fato foi, possivel-mente, o maior empecilho para união dos povos europeus. Após a Segunda Guerra Mundial houve uma grande reorientação por parte dos Estados eu-ropeus no que tange às suas políticas externas. Depois da mais sangrenta da guerras, os europeus, traumatizados, e com um continente devastado polí-tica e economicamente sentiram a necessidade de se integrarem para forta-lecerem-se a fim de evitar que novos conflitos ocorressem.

A integração da União Européia (UE) se configura numa das mais importantes estratégias geopolíticas do mundo contemporâneo. Com o fim

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das fronteiras políticas, a UE procura consolidar-se como superpotência so-bretudo num mundo em que se aproxima cada vez mais de um sistema multipolar formado por titãs a exemplo do Nafta, da Alca, da Asean, da Apec, e em menor medida do Mercosul.

Neste artigo procura-se conhecer quais os motivos geopolíticos do alargamento da UE rumo ao Leste e Sudeste da Europa e, sobretudo quais os seus desdobramentos para o país que é a locomotiva da UE, a Alemanha. Para tanto, buscaremos teorias geopolíticas e geoeconômicas, para encon-trarmos respostas às indagações que surgirão no decorrer deste artigo.

Com relação à geopolítica da UE, as teorias do inglês Halford Mackinder nos permitirão avaliar melhor as relações de poder acerca da Eurásia. Dia-logaremos também com outros nomes de peso na geopolítica mundial e que foram responsáveis pélos rumos da geopolítica no século XX, dentre eles, Karl Haushoffer (general geógrafo alemão), que contribuiu indiretamente para a política nazista, do III Reich sobre a Europa. Outros dois geógrafos foram fundamentais para a geopolítica pós Segunda Guerra Mundial: os ame-ricanos Nicholas Spykman e Zibigniew Brzezinski, que fizeram uma leitura Hobbesiana das relações internacionais, lançando mão de projeções geográ-ficas.

Ao longo deste artigo, também utilizamos alguns dados históricos, políticos, econômicos, culturais e jurídicos, para ilustrar do ponto de vista geoeconômico e geopolíticos as nossas teses acerca da UE e principalmente da Alemanha como centro de nossa análise. Tendo em vista que a entrada dos dez novos membros para a UE no dia primeiro de maio de 2004 forta-lecerá os alemães na defesa de seus interesses estratégicos no contexto euro-peu, também buscaremos entender o posicionamento de franceses, dos russos e dos americanos, que vêem com preocupação a entrada dos países do Leste Europeu, pois esse acontecimento dará à Alemanha um maior espaço de manobra na condução de sua histórica procura por “espaço vital” (RATZEL apud MELLO, 1990), utilizando-se do discurso politicamente correto da integração, da manutenção da paz e da cooperação no âmbito internacional, com vistas a concretizar os seus objetivos de ampliação do seu poder geopolítico em âmbito europeu e mundial.

HISTÓRICO EXPANSIONISTA DA ALEMANHA

A procura de espaço vital foi historicamente um catalisador das dis-posições geopolíticas dos povos que na maioria das vezes culminaram em guerras. Os povos germânicos, sempre tiveram necessidade de obter um

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Os alemães, desde o I Reich (império) sob o comando de Otto I em 962 dC, buscam a construção da grande Alemanha (KAPPLER; GREVEL, 1993). O primeiro império alemão passa a chamar-se Império Romano Germânico, que estava sob os auspícios da Igreja Católica Romana, abran-gendo uma grande área na Europa, compreendendo “[...] os estados feudais da Alemanha e do norte da Itália [...]” (KISSINGER, 1994, p. 57). Na prática, os alemães não detinha esse poder político sobre toda essa área pois a França e a Inglaterra, não a reconhecia por motivos estratégicos.

Os germânicos conseguiram articular um grande império. Entretanto, a fragilidade e a fraca centralização do poder do Império Romano Germânico os impediram de dominar toda a Europa. A França do cardeal Richelieu, com medo de ser sufocada pelo império Habsburgo, luta por sua desinte-gração, utilizando-se do conceito que nortearia a política internacional européia apartir de então, a raison d’état1. Do lado Britânico, a formação de uma potência continental, desde o fim da Guerra dos Cem anos (1337-1453) até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) era visto como inaceitável para sua sobrevivência como nação (KISSINGER, 1994).

Após a Guerra dos Trinta anos (1618-1648), o Sacro Império Roma-no Germânico, na prática, deixa de existir e, com o Tratado de Westfália em 1648, formaliza-se o fim da unidade e do relativo domínio alemão sobre o continente europeu (KISSINGER, 1994).

No século XIX, os alemães, mais uma vez, buscam agrupar, em um único e grande Estado, os povos de origem germânica dentro da Europa. Sob o comando do Chanceler de ferro, Otton von Bismarck, a Alemanha, a procura de espaço vital, se unifica em 1870 após derrotar a França de Napoleão II (KAPLER, 1993). É criado o II Reich alemão, colocando toda a Europa sobretudo o Leste Europeu, apreensivo com as investidas geopolíticas da Alemanha. Bismarck, apoiando-se no conceito da raison d’état, cria a noção de Realpolitik, como forma de justificar sua política externa nacionalista. A Realpolitik para Henry Kissinger “nada mais é do a raison d´état na versão alemã”2 (KISSINGER, 1994).

Nesse contexto, as disputas geopolíticas das potências imperialistas com as potências emergentes em busca de espaço vital, desembocam na I Guerra Mundial. Com a derrota e o conseqüente fim do II Reich, as humi-lhações impostas pelo Tratado de Versalhes em 1919, apoiado integralmen-te pela França, dão fôlego às idéias totalitárias na Alemanha (KEYNES, 2002). Em 1933, Adolf Hitler torna-se Chanceler fazendo saber a todo o mundo

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que colocaria em prática o que escrevera em Mein Kampf3, onde o estabe-lecimento de Lebensraum4 estava entre suas prioridades. Dá-se início a cri-ação do III Reich alemão, de mil anos que era o desejo de Hitler, dando continuidade à histórica procura da Alemanha por um poder terrestre po-deroso, o suficiente para colocar a Europa em suas mãos na base da força. No entanto, a derrota na Segunda Guerra Mundial adia mais uma vez o sonho alemão de dominar a Europa e, por tabela, o mundo.

O LESTE EUROPEU E O CORDÃO SANITÁRIO

Uma aliança geopolítica entre as duas maiores potências terrestres da Europa, Alemanha e Rússia, sempre foi vista pela França e Reino Unido como um perigo à soberania política e econômica desses Estados no contexto europeu. Por isso, após a Primeira Guerra Mundial, Mackinder sugere a criação de pequenos países ao longo da fronteira da Alemanha e da Rússia. Os países do Leste Europeu (Polônia, Tcheco-Eslováquia, Hungria, Iu-goslávia, Bulgária, Romênia, Grécia, Estados Bálticos e a Finlândia), que estão situados na região denominada de Inner Crescent5 euro-ocidental, foram as primeiras vítimas da construção do III Reich, que constitui região de vital importância geopolítica tanto para a Alemanha quanto para a Rússia forman-do o que Mackinder (apud MELLO, 1990) denominou de cordão sanitário. Essa região, tinha a função de acordo com o geógrafo inglês, de impedir uma aliança entre alemães e soviéticos pois essa aliança poderia construir um poder terrestre irresistível colocando em risco o equilíbrio de poder no continente e a sobrevivência da Inglaterra. Porém, a zona tampão de acordo com Leonel Itaussu, “[...] demonstrou ser um arranjo geopolítico demasiadamente frágil para isolar as duas potências continentais, preservando o equilíbrio de poder europeu [...]” (MELLO, 1990, p. 57).

Essa estratégia geopolítica inglesa proposta por Mackinder, apoiada totalmente pela França foi colocada em prática sob a tutela do Tratado de Versalhes em 1919, que visava entre outras coisas, à manutenção do equilí-brio de poder no continente. Esta política, foi adotada pela Inglaterra desde o fim da Guerra dos Cem anos, em que os ingleses temiam a criação de um poder excedente suficientemente forte capaz de satelitizá-los.

Na época da articulação para a formalização do Tratado de Versalhes, o Lord Jonh Maynard Keynes, também não concordava inteiramente com Mackinder sobre a eficiência e a necessidade da criação do ‘Cordon Sanitaire’. Do ponto de vista militar alguns círculos temem a possibilidade de uma união das forças da Rússia e da Alemanha. Isso poderia acontecer se movimentos

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FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 18, n. 1/2, p. 79-94, jan./fev. 2008. 8383838383 revolucionários tivessem êxito nos dois países, afirma Keynes (2002). A revo-lução, de extrema esquerda, só ocorreu na Rússia, e a Alemanha acabou cami-nhando rumo ao totalitarismo de extrema direita nazi-facista de Hitler. No entanto, os alemães mesmo sofrendo as duras penas impostas por Versalhes, em 1922 buscam aproximação com a URSS através da assinatura do Tratado de Rapallo, que reconhecia o Estado soviético (LOHBAUER, 2000).

Na conturbada década de 1920, Gustav Stresemann, estadista alemã, consegue recuperar parte da autonomia política alemã pós Primeira Guerra Mundial, com a aprovação do Tratado de Locarno em 19256 e com a entrada da Alemanha na Liga das Nações um ano depois. Estes acontecimentos eram acom-panhados pela França com bastante apreensão e medo, porque representavam a recuperação política da Alemanha, que lhe causou inúmeros problemas. Em 1939, a Alemanha e a URSS promovem o Pacto Ribbentrop-Molotov, que proporcionou a Adolf Hitler a possibilidade de colocar em prática a dominação ou integração forçada de toda a Europa e dar inicio a II Guerra Mundial. POLÍTICA EXTERNA DA ALEMANHA PÓS-SEGUNDA GUERRA

Com relação à política externa, a Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial, ainda sob o impacto da capitulação total e assistindo a ocupação de seu território pelas potências aliadas, abandona a Realpolitik em favor do que Dreifuss (2000, p. 345) chama de “Westpolitik, política para e no oci-dente”. Essa nova estratégia coloca a Alemanha geopoliticamente enfra-quecida pois perde quase metade de seu território, República Democrática Alemã (RDA), e a sua preponderância sobre os países do Leste que passam a gravitar na órbita de influência da União das Repúblicas Socialistas Sovi-éticas (URSS) sob o comando da Rússia.

O Leste Europeu era uma possibilidade distante da RFA nessa época porque a URSS dominava política e economicamente o Rimland7 euro-oriental, sobrando pouco espaço para uma investida da RFA. Principalmen-te porque os países do LesPrincipalmen-te estavam sobre o manto do Pacto de Varsóvia e protegidos pela Cortina de Ferro.

O objetivo dos aliados, com o consentido enfraquecimento da RFA, era impedir qualquer possibilidade do revanchismo que colocaria a Europa novamente em guerra e a criação de um poder excedente soviético que pu-sesse em risco o seu equilíbrio de poder no continente, por isso os aliados ou melhor os Estados Unidos não descuidaram com sua política do Contaiment. A política externa da RFA, apartir de então, procura acentuar, cada vez mais, a aproximação com os países ocidentais, leia-se EUA. Nesse

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tido, a RFA procurou a cooperação, o multilateralismo e a integração como forma de diminuir a insegurança que causaria o ressurgimento do naciona-lismo extremado. Nesse contexto, o governo de Konrad Adenauer (1949-1963) vislumbra no estreitamento com os laços políticos com o ocidente e com os franceses, uma forma de acabar com o sentimento revanchista: “com a celebração o Tratado dos Elíseos, em janeiro de 1963, Adenauer e de Gaulle conferiam à amizade franco-alemã uma importância especial” (KAPPLER, 1993, p. 39), dando tranqüilidade à Comunidade Européia.

Com efeito, a criação da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (Ceca) em 1952 (KAPPLER, 1993) fixa as novas bases da política externa da Alemanha no âmbito europeu. A união das siderúrgicas franco-germânica trouxe mais tranqüilidade à França que naquele momento buscava se preca-ver de um possível ressurgimento da Europa Central. Para tanto, a diploma-cia de Adenauer, com olhos somente para os ocidentais, facilitou o fortalecimento progressivo da Alemanha.

A Westpolitik do Chanceler Konrad Adenauer trabalhou para que a RFA não se tornasse um satélite geopolítico da URSS (DREIFUSS, 2000, p. 347). Para tanto, ele fortaleceu os laços com os franceses, com os ingleses e, sobretudo, com os americanos, que estacionaram milhares de soldados em solo alemão.

Em tempos de Guerra fria, ficar do lado capitalista era uma questão de pragmatismo de Adenauer. A Alemanha saiu da guerra derrotada e a ca-pitulação incondicional não dava muitas opções aos alemães. Adenauer tra-balhou no sentido de reconstruir não somente as estruturas econômicas de seu país, mas, sobretudo, segundo Dreifuss (2000, p. 347),

[...] implicava a descaracterização do estigma, por um lado, como agente desestabilizador e violento no centro da Europa, concomi-tantemente ao reconhecimento das violências cometidas como ocu-pante territorial na Segunda Guerra Mundial e como responsável pelo Holocausto.

Entretanto, RFA mesmo procurando um política externa de coope-ração e de integcoope-ração com seus vizinhos que se materializou na Ceca, não perde seu ímpeto militar, o que fica claro com a sua entrada na Otan em 1955 fazendo frente à agressividade da URSS, que cria no mesmo ano, o Pacto de Varsóvia (KAPPLER, 1993).

A estratégia da Alemanha no pós-guerra é basicamente se utilizar dos mecanismos de cooperação e integração européias para aos poucos se firmar como potência mundial e sua pretensa hegemonia na Europa.

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[...] E. Klaus Kinkel, tratando de enfatizar os aspectos éticos da po-lítica exterior da Alemanha, anunciou que ela estava a evoluir da proibição da intervenção em outros estados, em nome da soberania, para ditar a intervenção em nome dos Direitos Humanos e da ajuda humanitária (BANDEIRA, 2000, p. 185).

É isso que os alemães estão fazendo hoje enviando tropas para o Afeganistão, que está sobre o domínio dos Estados Unidos da América, com o pretexto de procurar os terroristas da Al Qaeda e seu líder Osama bin Laden.

Contudo, a RFA com o governo de Willy Brandt de 1969-1977 (DREIFUSS, 2000), depois de conquistar a confiança dos países ocidentais e particularmente de seus vizinhos franceses, começa a se aproximar discre-tamente da região historicamente cobiçada que são os países do Leste euro-peu. O professor Dreifuss (2000) denomina essa estratégia de ação da política externa da Alemanha Federal de Ostpolitik, política para e no leste.

Esse jogo geopolítico da RFA, observando bem, objetivava aumentar a sua influência sobre o Rimland euro-oriental com vistas a compartilhar com a Rússia as vantagens oferecidas pelo Heartland8 mackinderiano. Por-tanto, trata-se de

[...] espaço de contenção e região ponte que , tratada por meio de uma cuidadosa ‘Ostpolitik’, pavimenta o reencontro da Alemanha com os euro-centrais e euro-orientais. Configura-se, assim, um primeiro e interno arco de soldadura eurasiana (que inclui os países Bálticos, passando pela Polônia e Romênia, até a Eslovénia), que por sua vez, adquire uma função dual, de espaço de amortecimento e de projeção sobre o segundo e externo arco eurasiano, o qual se estende da Bielo-Rússia até o Cáucaso, passando pela Ucrânia e, em profundidade, chega até os Urais (DREIFUSS, 2000, p. 353).

O tratamento multilateral que a Alemanha unificada esta dando a sua política externa, como foi citado, é na prática a continuação dos prin-cípios estabelecidos por Konrad Adenauer. No entanto, o espírito de lide-rança e de dominação alemão, a partir de 1992, com a assinatura do Tratado de Maastritch, que institucionaliza a UE, encerra definitivamente a tradici-onal incorporação de um Lebensraum na base da força, agora é na força da lei. Porém inicia uma nova fase na política externa alemã, com uma concep-ção hobbesiana disfarçada de kantiana, como forma de atuaconcep-ção nas Relações Internacionais intra-européias.

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A ALEMANHA E A UNIÃO EUROPÉIA

O continente europeu vive um dos momentos mais importantes de sua história, que é a consolidação política e econômica e a tão esperada expansão para o Leste e Sudeste europeu em primeiro de maio de 2004.

A criação da UE com a assinatura do Tratado de Maastritch em 1992 é a consolidação de uma ousada aposta geopolítica e geoeconômica dos euro-peus. Entretanto, dentro deste ou de qualquer outro processo de integração, sempre existirão países que pôr sua localização, população, diferencial econô-mico e político, passam a ditar os rumos, as diretrizes do movimento integracionista. Neste sentido, cada Estado da união, busca de forma velada ampliar a sua importância geopolítica através da utilização de seus atrativos econômicos e políticos, aumentando sua área de influência.

O alargamento, expressão usada pelos europesquisadores, é uma consequência e uma rápida resposta ao fim do império da Repúblicas Soci-alistas Soviéticas (URSS), que atrasou a criação da UE. A queda do muro de Berlim, tido como a Cortina de Ferro materializada, e a unificação da Ale-manha em 1989 foi um fator de fundamental importância para a concretização do sonho de Jean Monet e de Robert Schumann, os dois prin-cipais articuladores e idealizadores da Comunidade Européia.

Para a Alemanha, o alargamento em direção ao Leste da Europa (Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria e Eslovénia), significa o fortalecimento de sua posição dentro da UE visto que esses países sofrem influência direta da cultura, da economia e da polí-tica alemã (BERLINCK, 2004). O professor Dreifuss (2000, p. 364), do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, traz dados interessantes da in-fluência da cultura alemã:

[...] falantes do alemão da Áustria e de parte da Suíça, as minorias de ascendência alemã situados no centro e no leste da Europa e partes da Ásia aos modernos estudos e estudiosos da língua e da cultura alemã e, esticando o argumento, aos assemelhados lingüísticos, como Holanda, Bélgica flamenga e Dinamarca. Ao todo são 30 milhões de pessoas se somam aos 82 milhões de alemães [...].

A Polônia, por exemplo, tem como segunda língua o alemão, a Hungria 3% da população é de origem germânica (ALMANAQUE..., 2002). Por outro lado, a Rússia mesmo perdendo poder político sobre o Leste Europeu, mantém laços fortes com alguns países da região. Na Lituânia, 9% da

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popu-FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 18, n. 1/2, p. 79-94, jan./fev. 2008. 8787878787 lação é russa, na Letônia, 34%, e, na Estônia, é 30% (ALMANAQUE..., 2002).

E foi justamente nestes dois últimos países que os índices do referen-do popular a adesão foram menores, cerca de 67% em ambos (BERLINCK, 2004). Contudo, acreditamos que o elevado índice de população de origem russa nesses dois países, foi decisivo para que os seus governos aderissem a UE com o objetivo de diminuírem os sentimentos separatistas e a influencia hostil da Rússia.

Do ponto de vista econômico, a forte presença das empresas alemãs nos países do Leste Europeu, demonstra a importância geoeconômica desta região para a Alemanha. A partir da unificação em 1989, os investimentos diretos da Alemanha no Rimland euro-oriental se multiplicaram. O profes-sor Theotônio dos Santos (2000, p. 232), da Universidade Federal Fluminense, traz números importantes sobre este aspecto:

Os investimentos para os países desenvolvidos continuam altos (92,2%) .mas os países em desenvolvimento começam a ceder lugar para os países do antigo bloco soviético (4,7%) para as economias em desenvolvimento e 3,1% para a Europa Oriental.

A partir da segunda metade da década de 1990, os investimentos alemães quase triplicam: “Entre 1995 e 1996 [...] os países da Europa Ori-ental [...] alcançavam 9,1% dos inversões” (SANTOS, 2000, p. 232). Isso em relação ao investimento direto alemão.

A preferência européia da Alemanha comprova a tese de que este país considera a Europa a sua primeira linha de ação externa não só pôr estar no centro do continente mas, sobretudo, pela importância geoestratégica. “Neste mesmo período, a Europa absorvia 68,76% ou 62,563 bilhões de dólares” (SANTOS, 2000, p. 233) dos alemães.

As grandes empresas transnacionais alemãs nos últimos anos vem trans-ferindo complexos industriais inteiros para o Leste. O objetivo desta revoada industrial está na mão de obra barata, abundante e altamente qualificada: “ [...] mais de um terço da produção da industria de vestuário já havia saído da Alemanha instalando-se na Hungria, Eslovénia, Estônia. [...]. A conti-nental foi para a República Tcheca, a Audi para a Hungria [...]. A Siemens transferiu-se para a Polônia” (DREIFUSS, 2000, p. 355). Contudo, a imi-gração de pessoas oriundas dos países do leste da Europa rumo a Alemanha preocupa sobremaneira os alemães, que estão sofrendo problemas com o desemprego.

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Os investimentos diretos estrangeiros de forma geral chegaram a números nunca visto antes. Em 1997, eles estavam na casa dos 7,4 bilhões de dólares; em 2002, esse número atinge 20,3 bilhões de dólares (REVISTA TIME, [200_]).

O poder geoeconômica da RFA dentro da UE é considerável. O Pro-duto Interno Bruto (PIB) alemão é de 2,2 trilhões de dólares, o maior de toda a Europa e o terceiro do mundo (ALMANAQUE..., 2002). Esse dado torna a Alemanha um verdadeiro ímã para os países europeus, sobretudo os do Leste, que são atraídos cada vez mais para a órbita de influência da alemã. Sob esse aspecto,

[...] unificação e integração longe de acarretar, como se poderia acre-ditar, um processo de homogeneização são acompanhados ao mesmo tempo de uma concentração de poder que pode ir até a monopoliza-ção, e de um alijamento de parte da população assim integrada. Isso significa que a integração nos Estados e no território por ele controla-do é de fato condição da controla-dominação (UNIFICAR..., [200_]).

O embaixador Amaury Porto de Oliveira (2000, p. 73) afirma que “[...] os países do Leste europeu [...] mostraram-se preocupados com a pos-sibilidade de simplesmente trocarem a hegemonia de Moscou pela de Berlim”. Analisando do ponto de vista geopolítico, Moscou e Berlim tem muito mais a ganhar com uma possível aproximação do que uma disputa pelo Leste europeu. Essa aliança, preocupa a França que esta fazendo de tudo para fortalecer os laços com a Alemanha, inclusive por motivos históricos, que citamos.

Uma aliança geopolítica entre essas duas potências terrestres poderia criar um poder excedente irresistível o que facilitaria um domínio da World Island9. A Alemanha claro, só poderia operar isso, dentro das margens de manobra que lhe convêm na UE. A Rússia, como não tem esta amarra, possui uma maior flexibilidade para executar esta estratégia. Portanto, podemos vis-lumbrar o seguinte desembaraço geopolítico: a Alemanha “comandando” os destinos da UE e a Rússia consolidando seu peso geopolítico sobre os países caucasianos, assim como ela ricos em petróleo.

Essa ação estratégica conjunta levaria ao controle compartilhado de todo o Heartland, e se ampliado essa aliança com a nova superpotência potên-cia que surge, a China, teríamos o controle total sobre a Eurásia. Possivel-mente, essa conjuntura explica a crescente aproximação entre a China e a Rússia. A primeira, para manter o atual ritmo de crescimento, de cerca de

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FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 18, n. 1/2, p. 79-94, jan./fev. 2008. 8989898989 10% ao ano, precisa desesperadamente garantir recursos energéticos e a Rússia tem boas possibilidades de tornar-se a maior produtora mundial de Petró-leo. E ao que tudo indica, a China será em algumas décadas a maior potência econômica do mundo, o que é comprovado pela liderança mundial na re-cepção dos IDE ultrapassando os EUA.

Contudo, a II Guerra do Golfo e a invasão do Iraque, liderada pêlos Estados Unidos, nos chama a atenção para uma espécie de ‘contenção’ que os americanos estariam planejando, com o objetivo de marcarem presença na Eurásia e de impedirem a formação de um temido poder excedente eu-ropeu. Está guerra geopolítica, é o sinal de que os americanos não permiti-rão o domínio desta região por qualquer outra potência. A UE precisa buscar novas fontes de abastecimento energético e o Oriente Médio está nas mãos dos EUA, por isso é tão importante para os europeus atrair a Rússia, que começa a sinalizar que não são aliados incondicionais dos americanos, rati-ficando o Protocolo de Kyoto em 2004.

A Alemanha, assim como a França, foram categoricamente contra a intervenção militar estadunidense no Iraque. Os alemães seguramente não permitirão uma ação militar americana no Irã, por questões culturais e geopolíticas. A construção da ferrovia Berlim-Bagdá foi uma tentativa, frus-trada, alemã de poder influenciar a região, agora dominada pélos americanos. Outro fato interessante é a aproximação dos EUA com os países do Leste europeu, o que nós parece do ponto de vista geopolítico uma forma de marcar presença nesta região e assim poder influenciar decisões.

De fato, a idéia de uma Europa unida é estrategicamente inaceitável para a hegemonia das potências marítimas que emergiram desde o século XV em oposição geopolítica ao poder histórico do hinterland. [...] É evidente que qualquer projeto de hegemonia mundial, como aquele que alimenta a política externa norte-americana, tem que con-siderar pelo menos como hipótese a possibilidade da Alemanha lide-rar o projeto de um novo hinterland de projeção planetária. [...] Zbigniew Brzezinski reflete o medo das potências marítimas diante de um renascimento do hinterland (SANTOS, 2000, p. 262-344).

Em uma visão moderna, com base na teoria de Haushofer das Pan-regiões, podemos vislumbrar uma nova configuração mundial de poder (MELLO, 1990). Uma Pan Eurásia formada pela UE passando pela Europa Central indo até a costa leste da Rússia, China e a Índia. Com isso é perfei-tamente possível a criação de um poder anfíbio de alcance planetário. Isso

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se considerarmos que a UE tem total possibilidade de desenvolver um poder marítimo considerável, porque tem o Atlântico Norte a disposição. Fato que do ponto de vista americano é pouco aconselhável, pois os Estados Unidos são a maior potência marítima e teria diminuído a sua capacidade de inter-venção global. Porém, temos que ressaltar que a presença da Inglaterra na UE é um fator tranquilizador para os EUA porque os ingleses são aliados incondicionais dos americanos. Entretanto, para o embaixador Amaury Porto de Oliveira (2000, p. 77), “Para a Alemanha reunificada, nenhum dos novos interlocutores da cena internacional com que lhe toca interrelacionar-se é tão importante quanto a Rússia”.

Essa observação mostra-nos que a desconfiança mútua entre alemães e russos alimentada por séculos, começa a ceder espaço para o pragmatismo geopolítico com vistas formação de um poder excedente inquestionável em toda a Eurásia.

O geógrafo inglês Halford Mackinder (apud MELLO, 1990), já alertava: “as elites e círculos dirigentes de seu país sobre o perigo que representava para a posição insular e o poderio marítimo da Inglaterra uma eventual aliança entre as duas grandes potências continentais européia, Alemanha e a Rússia”.

Entretanto, a Inglaterra como já destacamos acima, historicamente sempre procurou manter o equilíbrio de poder na Europa, objetivando impedir que fosse dominada por alguma potência continental. Contudo, a situação atual é diferente porque a Inglaterra faz parte da UE e esboça uma aproximação com a Alemanha. Juntas essas potências possuem as duas prin-cipais praças econômicas da Europa, Londres e Frankfurt, e quase a metade do PIB da UE, a Alemanha com cerca de 2,2 trilhões de dólares e o Reino Unido, com 1,4 trilhão de dólares, em números de 1999.

A ALEMANHA E A DISPOSIÇÃO DE PODER NA UE

No dia 26 de fevereiro de 2000, foi assinado, na cidade de Nice, o Tratado que leva o nome da mesma, que vem gerando polêmica devido suas cláusulas consideradas prejudiciais aos países de menor população e PIB. Isso porque se adotou nas áreas mais importantes da sociedade européia o voto qualificado, que levará em consideração a questão demográfica. Ora, se a Alemanha, Fran-ça, Espanha, Itália e Reino Unido, possuem maior população é claro que desta forma a UE está sob o domínio desses grandes países.

Agora, grosso modo, podemos analisar a seguinte questão: sendo a Alemanha o país mais poderoso da UE e sobretudo, com a entrada dos 10 novos membros que são de zona de influência alemã podemos salientar que

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O Tratado de Nice sacramentou o domínio dos grandes Estados europeus sobre os pequenos, que andarão a reboque de suas decisões. Se-gundo Carr (2001, p. 246),

o elemento do poder é inerente a todo tratado político. O conteúdo de tal tratado reflete, em certo grau, a força relativa das partes con-tratantes. Os estados mais fortes insistirão na inviolabilidade dos tratados concluídos com os estados mais fracos. Os estados mais fracos denunciarão os tratados concluídos com os estados mais fortes logo que a situação de poder se altere e o estado mais fraco se sinta sufi-cientemente forte para rejeitar ou modificar a obrigação.

Nesse sentido, a criação de uma Constituição dos países da UE objetivando dar uma maior operacionalização dos seus mecanismos jurídicos é uma forma de perpetuar a situação de dominação dos grandes estados europeus sobre os peque-nos. No entanto, a criação dos Estados Unidos da Europa, sob inspiração federalista, é uma garantia de que os europeus querem ter voz próprio no cenário interna-cional, mesmo que isso no momento seja ainda algo distante. O trabalho do chefe de Segurança e Política Externa da UE, Javier Solana, ainda está longe da desejada atuação externa comum dos europeus, sobretudo alemães e franceses. CONCLUSÃO

Os investimentos alemães no Leste Europeu demonstram a importância geopolítica do Rimland euro-oriental para a Alemanha, funcionando como porta de passagem rumo ao oriente deixando o coração da Eurásia mais acessível.

O peso da Alemanha no contexto europeu lhe dará uma posição de liderança que fortalecerá a sua ação, no sentido de impor as suas vontades, fazendo com que a balança de poder européia esteja-lhe mais propícia no processo decisório da UE. Contudo, tomando o questionamento do embai-xador Amaury Porto de Oliveira emprestado, com a nova configuração da UE, teremos no futuro “uma Europa germanizada ou uma Alemanha europeizada?”. Após analisarmos as conseqüências do alargamento da UE rumo ao Leste Europeu, destacando o poder de influência da Alemanha nos destinos

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da Europa, onde existe a possibilidade da formação de uma aliança entre rus-sos e alemães, podemos dizer que esse fato mudará definitivamente a geopolítica da Eurásia. O que nos leva a essa conclusão é o fato de que essa aliança pelo controle geopolítico do Heartland criaria um poder terrestre excedente, ao ponto de tornar esses dois países, com a cooperação chinesa, dominante na Ilha Mundial. Segundo Mackinder (apud MELLO, 1990) quem controlasse esta região controlaria o World Island e quem a controla-se dominaria o mundo. Com isso, os alemães colocarão em prática o tão esperado arranjo geopolítico que Haushoffer sonhou, uma aliança entre a Alemanha e a Rússia; e a possi-bilidade real de ditar os rumos da UE. A história nos ensina que quem detém o poder político consegue o domínio econômico.

Notas

1 Raison d’état ou Razão de Estado (KISSINGER, 1994).

2 A Realpolitik era a afirmação dos interesses do Estado nacional acima de qualquer coisa. 3 A tradução para o português seria “minha luta”.

4 Basicamente quer dizer o mesmo que espaço vital.

5 Cf. Mackinder (apud MELLO, 1990). Crescente Interno é uma zona de amortização entre as potên-cias terrestres (Alemanha, Rússia...) e as potênpotên-cias marítimas (EUA, Inglaterra...) . Ele vai da Europa Ocidental até a porção norte da Rússia na região do Mar de Bering, passando pelo Oriente Médio, pela Índia, pela China, perfazendo um arco interno na Eurásia ou um cordão sanitário. O objetivo era impedir que a Rússia tivesse uma saída para os “ mares quentes “, podendo assim desenvolver um poder anfíbio.

6 Este tratado deu a Alemanha de Weimar, igualdade jurídica perante outras nações do mundo. 7 Cf. Spykman (apud MELLO, 1990). Era basicamente a mesma região denominada por Mackinder

de Inner Crescent. O nome Rimland foi cunhado pelo geógrafo americano Nicholas Spykman. 8 Cf. Mackinder (apud MELLO, 1990). Essa região é a maior planície da terra e o coração da Eurásia.

Segundo Mackinder, o domínio desta área proporcionaria ao país dominante criar um poder terres-tre excedente, capaz de dominar toda a Eurásia e o mundo.

9 Cf. Mackinder (apud MELLO, 1990). A Ilha Mundial, de acordo com o geógrafo inglês seria toda a massa de terra contínua da Eurásia, Ásia Central, Oriente Médio e o continente africano. O Con-tinente americano, a Austrália, os Pólos norte e Sul, os países da Oceania seriam os satélites dessa Ilha Mundial.

Referências

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UNIFICAR para melhor dominar. Conferência na Universidade de Keisen, Tóquio, 3 de outubro.

Abstract: this article seeks to raise the geopolitical reasons that led to the extension of the influence of Germany in te European Union and its unfolding, using theories geopolitical and geoeconomic.

Key words: European Union, Germany, East European, Geopolitic, expansion

*Artigo para compor a avaliação final do semestre 2004/1. Orientador: José Renato Masson, professor da disciplina Geopolítica do Espaço Mundial II do Curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Goiás (UCG).

ALEX ROSA DA SILVA

Graduando em Relações Internacionais pela Universidade Católica de Goiás (UCG). TIAGO CARNEIRO DE OLIVEIRA

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Anexo 1: Quantidade de votos de cada Estado-membro da União Européia

Estados Membros Parlamento Conselho Comitê Econômico Europeu Europeu e Social Alemanha

AlemanhaAlemanha Alemanha

Alemanha 99 29 24 Reino Unido

Reino UnidoReino Unido Reino Unido Reino Unido 72 29 24 França FrançaFrança França França 72 29 24 Itália ItáliaItália Itália Itália 72 29 24 Espanha EspanhaEspanha Espanha Espanha 50 27 21 Polônia 50 27 21 Romênia 33 14 15 Países Baixos 25 13 12 Grécia 22 12 12 República Checa 20 12 12 Bélgica 22 12 12 Hungria 20 12 12 Portugal 22 12 12 Suécia 18 10 12 Bulgária 17 10 12 Áustria 17 10 12 Eslováquia 13 7 9 Dinamarca 13 7 9 Finlândia 13 7 9 Irlanda 12 7 9 Lituânia 12 7 9 Letônia 8 4 7 Eslovênia 7 4 7 Estônia 6 4 7 Chipre 6 4 6 Luxemburgo 6 4 6 Malta 5 3 5 TOTAL 732 345 344

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