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Aceitabilidade do “bife” de glúten no refeitório do Ifsuldeminas - Campus Machado / Acceptability of gluten "steak" at Ifsuldeminas' Cafeteria - Machado Campus

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p.75324-75331,oct. 2020. ISSN 2525-8761

Aceitabilidade do “bife” de glúten no refeitório do Ifsuldeminas - Campus

Machado

Acceptability of gluten "steak" at Ifsuldeminas' Cafeteria - Machado Campus

DOI:10.34117/bjdv6n10-092

Recebimento dos originais: 08/09/2020 Aceitação para publicação: 06/10/2020

Maria de Lourdes Lima Bragion

Doutora em Estatística pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) Professora Dra. no IFSULDEMINAS – campus Machado

Rodovia Machado-Paraguaçu, s/n – Bairro Sto. Antonio – Machado-MG E-mail: lima.bragion@ifsuldeminas.edu.br

Thaiani Borim da Silva

Graduada em Licenciatura em Biologia pelo IFSULDEMINAS–campus Machado E-mail: thaiani-borim@hotmail.com

Nivaldo Bragion

Mestre em Administração pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) Professor no IFSULDEMINAS – campus Machado

Rodovia Machado-Paraguaçu, s/n – Bairro Sto. Antonio – Machado-MG E-mail: nivaldo.bragion@ifsuldeminas.edu.br

Tainá Teixeira Furtado

Graduada em Licenciatura em Biologia pelo IFSULDEMINAS–campus Machado E-mail: taina.t.f@hotmail.com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p.75324-75331,oct. 2020. ISSN 2525-8761 RESUMO

Pesquisas têm mostrado prejuízos decorrentes da ingestão de alimentos cárneos para a saúde. O objetivo deste trabalho foi introduzir o Seitan ou “bife” de glúten - proteína extraída do trigo - no refeitório do IFSULDEMINAS e avaliar seu nível de aceitação. O mesmo foi servido e os que o provaram responderam a um teste de aceitabilidade. A análise dos resultados, por meio da estatística descritiva, mostrou que mais de 50% deles têm o desejo que o mesmo continue sendo servido no local.

Palavras chaves: alimentação saudável, glúten, sustentabilidade, vegetariano. ABSTRACT

Research has shown health damage from eating meat. The objective of this work was to introduce Seitan or gluten “steak” - protein extracted from wheat - in the IFSULDEMINAS cafeteria and to assess its level of acceptance. It was served and those who tried it answered an acceptability test. The analysis of the results, using descriptive statistics, showed that more than 50% of them have the desire that it continues to be served on the local.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p.75324-75331,oct. 2020. ISSN 2525-8761 1 INTRODUÇÃO

Uma alimentação saudável, é aquela que fornece ao organismo tudo o que ele necessita, auxiliando-o em seu bom funcionamento e prevenindo muitas doenças crônicas, inclusive, conforme afirma Dutra et. al (2020), representando um aspecto fundamental na prevenção e enfrentamento da COVID-19. Mortes decorrentes de doenças cerebrovasculares e alguns tipos de cânceres, poderiam ser evitados se as pessoas tivessem uma alimentação saudável (DAUDT, 2013).

Segundo Valente et al. (2019), essa temática da alimentação saudável também deve ser trabalhada no âmbito educacional, o que pode estabelecer mudanças na vida dos estudantes e do ser humano como um todo, pois pode produzir conscientização capaz de levá-los a mudanças de atitudes quanto a ter uma boa alimentação, produzindo em seu organismo um bom desempenho e hábitos de vida mais saudáveis.

Para se ter uma alimentação saudável, um nutriente indispensável ao organismo é a proteína. Existem dois tipos de proteína: as de origem animal e as de origem vegetal. Dentre as de origem animal está a carne. No entanto, a digestão de alimentos cárneos é mais demorada do que a de origem vegetal e isso faz com que ocorram reações de putrefação dentro dos intestinos, gerando gases que intoxicam o organismo. Outro fator é o excesso de gordura saturada que ela contém, o que favorece o aumento do colesterol ruim, de problemas circulatórios, além de outros problemas para a saúde (BARRETO, 2015). Em contrapartida, as dietas vegetarianas trazem resultados benéficos na prevenção e no tratamento de diversas doenças.

De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), hoje em dia há outro agravante quanto ao uso da carne como alimento: a sustentabilidade. Ela relata que o impacto do consumo excessivo de carne sobre o meio ambiente é maior do que o impacto ambiental causado pela poluição gerada pelos automóveis. E cita alguns exemplos: a quantidade de dejetos produzidos pelos animais criados para consumo é quase sempre lançada, sem tratamento, na terra e na água, o que contribui para sua poluição; cerca de 80% das áreas cultiváveis são usadas para a criação de animais; no Brasil, para produzir um quilo de carne bovina necessita-se desmatar 10 mil metros quadrados de floresta e consumir 15 mil litros de água doce limpa; se todos os seres humanos no planeta comessem carne, seriam necessários dois planetas terras para dar conta de tal demanda, visto que apenas uma pequena parcela da população mundial tem acesso a ela (SVB, 2015).

Substituir a carne animal por uma opção proteica de origem vegetal tem sido, portanto, considerado por muitos como a melhor escolha, tanto para a saúde como para o meio ambiente. O Estado de São Paulo, por exemplo, adotou, desde 2011, a merenda escolar vegetariana, oferecendo

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aos alunos, a cada 15 dias, uma refeição sem carne e sem nenhum prejuízo nutricional (GENARO, 2015).

Um produto que tem sido utilizado como substituto da carne animal é o “bife” de glúten. Sua aceitação se deve ao fato do mesmo possuir textura, consistência e aroma semelhantes à carne. Sendo assim, visando oferecer no refeitório do IFSULDEMINAS – Campus Machado opções proteicas vegetarianas e saudáveis, foi preparado e servido o “bife” de glúten. O presente estudo teve como objetivo avaliar a aceitabilidade do mesmo.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi desenvolvido IFSULDEMINAS, Campus Machado por meio de uma pesquisa de cunho quantitativa. Primeiramente, foi servido no refeitório do campus o “bife” de glúten como opção proteica. Em seguida foi solicitado, aos que o provaram que preenchessem um questionário composto por três questões “fechadas”, sendo que a primeira quantificava o grau de satisfação do “bife” quanto ao seu sabor e a segunda quanto à sua aparência. Essa quantificação foi feita utilizando-se a escala hedônica de 9 pontos, em que: 1=desgostei muitíssimo, 2=desgostei muito, 3=desgostei moderadamente, 4=desgostei ligeiramente, 5=não gostei/nem desgostei, 6=gostei ligeiramente, 7=gostei moderadamente, 8=gostei muito e 9=gostei muitíssimo. Maiores detalhes sobre essa metodologia de análise sensorial podem ser encontradas em Dutcosky (2007). A terceira questão avaliava o desejo de que esse “bife” continuasse a ser servido no local. Para ela foram colocadas três alternativas: sim, não e indiferente.

Os participantes da pesquisa foram compostos por 132 pessoas da comunidade escolar – alunos, funcionários e professores. Para a interpretação dos resultados foi utilizada a estatística descritiva, um ramo da estatística, caracterizada por organizar, resumir e descrever as principais características das observações por meio do uso de tabelas, gráficos e resumos numéricos (como porcentagens, por exemplo).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da aceitabilidade do “bife” de glúten encontram-se organizados nos gráficos de pizzas, conforme apresentado na figura 1, item (a) e (b), sendo o item (a) correspondente a aceitabilidade quanto ao sabor e o item (b) quanto à aparência.

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Figura 1: Aceitabilidade do “bife” de glúten quanto ao sabor (a) e a aparência (b).

(a)

(b)

Pode-se perceber, observando a Figura 1 (a), que somente 28,7% (resultado da soma das porcentagens: 3,00+5,30+8,0+12,10) dos que provaram o bife de glúten não gostaram de seu sabor e apenas 17,4% (resultado da soma das porcentagens: 6,10+1,50+3,00+6,08) de sua aparência (Figura 1 (b)). Esse pode ser considerado como muito bom resultado, superando as expectativas, visto que nenhum trabalho de conscientização e incentivo quanto ao valor dos alimentos vegetarianos tinha sido realizado até o momento da pesquisa e que a maior parte do público que o provou tratava-se de adolescentes, os quais costumam ter dificuldades a aceitar alimentos diferenciados.

Para observar com mais detalhes se a questão da preferência e do paladar dos consumidores difere devido a sua idade e seu sexo, considerou-se as porcentagens correspondentes a cada uma dessas características separadamente. Para melhor visualização dos resultados, foram somadas as porcentagens obtidas com os valores correspondentes aos que gostaram (correspondentes aos valores da escala hedônica de 6 a 9) e dos que não gostaram (correspondentes aos valores da escala hedônica de 1 a 4). Tais resultados encontram-se na tabela 1.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p.75324-75331,oct. 2020. ISSN 2525-8761

Tabela 1: Aceitabilidade do “bife” de glúten quanto ao sabor.

Nota Geral (%) Por sexo (%) Por idade (%)

Masculino Feminino <20 anos ≥21 anos

Gostaram 46,3 53,6 38,8 42,4 66,7

Não gostaram 28,7 20,4 34,7 31,5 14,3

Indiferente 25,0 26,0 26,5 26,1 19,0

Pode-se perceber que as pessoas do sexo masculino apreciaram mais o sabor do bife de glúten que as do sexo feminino (53,6% de homens contra 38,8% de mulheres). Observa-se, também, que as pessoas que tinham maior idade possuem um paladar mais acessível a novos produtos que as mais jovens, pois, dentre os que possuem mais de 21 anos 66,7% deles disseram ter gostado de seu sabor e apenas 14,3% não gostaram. Esse resultado confirma a afirmação acima de que os adolescentes costumam ter dificuldades a aceitar alimentos diferenciados. No entanto, se for levado em consideração os indiferentes dessa faixa etária (os que possuem menos de 20 anos), um trabalho de conscientização e incentivo quanto ao valor dos alimentos vegetarianos, pode fazer com que se chegue a 68,5% de aceitabilidade do “bife” (resultado da soma da porcentagem dos que gostaram – 42,4% - com a dos indiferentes - 26,1%).

A aceitabilidade do “bife” de glúten quanto à aparência, encontra-se na tabela 2.

Tabela 2: Aceitabilidade do “bife” de glúten quanto à aparência.

Nota Geral (%) Por sexo (%) Por idade (%)

Masculino Feminino <20 anos ≥21 anos

Gostaram 70,5 65,8 79,6 68,5 80,8

Não gostaram 17,4 19,1 12,2 18,0 14,4

Indiferente 12,1 15,1 8,2 13,5 4,8

Comparando-se a tabela 2 com a tabela 1, pode-se perceber que as pessoas do sexo feminino são mais influenciadas pela aparência do que as do sexo masculino, pois, quanto ao sabor, os homens gostaram mais que as mulheres (53,6% homens contra 38,8% mulheres), mas quanto à aparência, as mulheres gostaram mais (79,6% mulheres contra 65,8% homens). É interessante observar que praticamente dobrou o valor da porcentagem de aceitabilidade das pessoas do sexo feminino quando se perguntou sobre a aparência do “bife” comparado à sua resposta quanto ao sabor, isto é: quando se perguntou sobre seu sabor, 38,8% disseram que gostaram, mas quando a mesma pergunta foi feita quanto à sua aparência, o resultado das que disseram ter gostado subiu para 79,6%. Ou seja, até mais que o dobro do valor. As mulheres mostraram-se mais atraídas pelo visual.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p.75324-75331,oct. 2020. ISSN 2525-8761

Quanto ao desejo de que esse “bife” de glúten continuasse a ser servido no refeitório, os resultados encontram-se na tabela 3.

Tabela 3: Desejo de que o “bife” de glúten continue a ser servido.

Nota Geral (%) Por sexo (%) Por idade (%)

Masculino Feminino <20 anos ≥21 anos

Sim 42,5 47,9 38,8 38,8 61,9

Não 43,9 38,4 46,9 47,7 23,8

Indiferente 13,6 13,7 14,3 13,5 14,3

Novamente percebe-se que as pessoas maiores de 21 anos têm mais aceitabilidade para novos sabores, pois 61,9% deles desejam que o “bife” continue a ser servido no refeitório contra 38,8% dos de menor idade. As porcentagens também foram maiores para as pessoas do sexo masculino (47,9%) em relação às do sexo feminino (38,8%).

Levando em conta os indiferentes, pode-se verificar que, para mais de 50% de qualquer grupo avaliado, o “bife” de glúten pode continuar a ser servido. Considerando, como já comentado acima, que nenhum trabalho de conscientização e incentivo quanto ao valor dos alimentos vegetarianos tinha sido realizado até o momento da pesquisa, pode-se dizer que o resultado de mais de 50% é um resultado muito bom, ou seja, baseados nos resultados dessa amostra, podemos inferir que mais da metade da população de consumidores do refeitório aprovam a introdução desse novo produto a ser servido no refeitório.

4 CONCLUSÕES

Conclui-se que houve boa aceitação por parte da comunidade escolar para que o “bife” de glúten continue a ser servido no refeitório do IFSULDEMINAS – Campus Machado. A aceitabilidade quanto ao sabor foi maior para as pessoas do sexo masculino e que possuem idade superior a 21 anos. Quanto à aparência, a aceitabilidade foi maior para pessoas do sexo feminino, mas continuou a ser maior para aquelas que possuem mais de 21 anos de idade.

AGRADECIMENTO

Os autores agradecem ao "Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – IFSULDEMINAS” pelo apoio na realização da pesquisa, o que tornou possível a elaboração desse artigo.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p.75324-75331,oct. 2020. ISSN 2525-8761 REFERÊNCIAS

BARRETO, S. Por que não comer carne? Disponível em:

<http://www.saudeintegral.com/artigos/por-que-nao-comer-carne.html>. Acesso em 25 Ago 2015.

DAUDT, C. V. G. Fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis em uma comunidade universitária do sul do Brasil (UFRGS). 2013. 178 p. Tese (Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

DUTCOSKY, S.D. Análise sensorial de alimentos. Curitiba: Champagnat, 2007.

DUTRA, A. F. F. O; DIAS, A. D. C; ARAÚJO, D. G. S; SILVA, E. M; SILVA, I. M. F; GOMES, L. M. F. A importância da alimentação saudável e estado nutricional adequado frente a pandemia de COVID-19. Brazilian Journal of Devlopment, Curitiba, v.6, n. 9, p. 66464-66473, set. 2020.

GENARO, B. Carne: ela é mesmo necessária? Vida e Saúde, Tatuí, ano 77, n. 4, p. 8-13, abr. 2015. SOCIEDADE VEGETARIANA BRASILEIRA. Impactos sobre o meio ambiente do uso de animais para a alimentação.

VALENTE, J. A. S; VAZ, J. V; CARVALHO, R. H; SOUZA, J. R. T; VALENTE, I. L; BRITO, L. P; ARAÚJO, M. M; VALENTE, A, L. Contextualização no ensino de ciências: a alimentação saudável como abordagem temática. Brazilian Journal of Devlopment, Curitiba, v.5, n. 12, p. 30720-30729, dez. 2019.

Imagem

Figura 1: Aceitabilidade do “bife” de glúten quanto ao sabor (a) e a aparência (b).
Tabela 1: Aceitabilidade do “bife” de glúten quanto ao sabor.
Tabela 3: Desejo de que o “bife” de glúten continue a ser servido.

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