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Prevalência de práticas parentais negativas e estilo parental de risco em pais de estudantes de uma escola de ensino gratuito / Prevalence of negative parental practices and parental risk style in parents of students at a free educational school

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.22486-22492 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Prevalência de práticas parentais negativas e estilo parental de risco em

pais de estudantes de uma escola de ensino gratuito

Prevalence of negative parental practices and parental risk style in parents

of students at a free educational school

DOI:10.34117/bjdv6n4-421

Recebimento dos originais: 30/03/2020 Aceitação para publicação: 30/04/2020

Ana Raquel Silveira Gomes de Britto Avelino Graduada em Nutrição pela Universidade de Fortaleza

Instituição: Universidade de Fortaleza UNIFOR

Endereço: Av. Washington Soares, 1321 - Bloco H, sala 11 - Edson Queiroz, Fortaleza - CE, 60811-905

Email: anaraquelsg@gmail.com Sherida da Silva Neves

Doutorando em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará Instituição: Universidade de Fortaleza UNIFOR

Endereço: Av. Washington Soares, 1321 - Bloco H, sala 11, Edson Queiroz, Fortaleza - CE, CEP 60811-905

Email: sheridasn@yahoo.com.br Patrícia Teixeira Limaverde

Doutora em Biotecnologia - RENORBIO pela Universidade Estadual do Ceará Instituição: Universidade de Fortaleza UNIFOR

Endereço: Av. Washington Soares, 1321 - Bloco H, sala 11, Edson Queiroz, Fortaleza - CE, CEP 60811-905

Email: plimaverde@gmail.com

RESUMO

Objetivou-se investigar as práticas parentais educativas dos pais de crianças e adolescentes de uma escola de ensino gratuito. Estudo observacional com corte transversal, em que foram coletados e analisados dados dos pais dos estudantes. Foi enviado dentro da agenda dos estudantes o questionário Inventário de Estilo Parental, composto por 42 questões, para que os pais respondessem com que frequência agiam de acordo com que estava sendo perguntado. A amostra final contou com 347 pais, sendo 87,03% mães e 12,97% pais. Observou-se que 57,08% dos pais apresentaram práticas parentais positivas e 42,92% tinham práticas parentais negativas. As práticas parentais refletem na construção de hábitos, costumes e nos relacionamentos.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.22486-22492 apr. 2020. ISSN 2525-8761 ABSTRACT

The aim was to investigate the educational parenting practices of parents of children and adolescents from a free school. Observational cross-sectional study, in which data from the students' parents were collected and analyzed. The Parental Style Inventory questionnaire, consisting of 42 questions, was sent within the students' agenda, so that parents could answer how often they acted according to what was being asked. The final sample consisted of 347 fathers, 87.03% mothers and 12.97% fathers. It was observed that 57.08% of the parents had positive parenting practices and 42.92% had negative parenting practices. Parenting practices reflect on the construction of habits, customs and relationships.

Keywords: Child. Teenager. Students. Family Power.

1 INTRODUÇÃO

A modernidade vem gerando grandes transformações nas áreas de tecnologia, meio ambiente e saúde, podendo refletir no comportamento das famílias, gerando novos hábitos, costumes e ainda na maneira de se relacionarem. Muito se tem discutido o papel dos pais na educação de seus filhos. O estilo parental é a forma como os pais se relacionam e interferem no desenvolvimento dos filhos (CASSONI, 2013).

Segundo Gomide (2014), o estilo parental é um conjunto de práticas educativas ou atitudes parentais utilizadas pelos pais ou responsáveis com o objetivo de educar, socializar e controlar o comportamento de seus filhos. Muitos pais elaboram estratégias para a aplicação das práticas parentais educativas, a fim de obter bons resultados na relação entre pais e filhos. Estas práticas podem ser tanto positivas quanto negativas, a depender do contexto no qual são aplicadas e seus efeitos.

Gomide (2014), em seu estudo sobre estilo parental e práticas parentais classificou as práticas como positivas e negativas. As práticas parentais educativas positivas ou de monitoria positiva envolvem uso adequado de atenção e distribuição de privilégios, bem como um adequado estabelecimento de regras, afeto e uma natural supervisão entre deveres e lazer de seus filhos, promovendo condições favoráveis para crescimento e desenvolvimentos físico, intelectual e moral. As práticas educativas negativas ou monitoria negativa envolvem negligências, abuso físico e psicológico, ausência de atenção e afeto, relaxamento de regras estabelecidas, punição sem motivo. Este conjunto de práticas educativas pode levar a um ambiente de convivência hostil e com excesso de instrução. Os conjuntos dessas práticas educativas parentais especificam um estilo parental (EP) que pode ser EP de risco, EP regular, EP Bom e EP Ótimo (HUÇALO;IVATIOK, 2017).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.22486-22492 apr. 2020. ISSN 2525-8761 O objetivo deste trabalho foi investigar as práticas parentais educativas dos pais dos estudantes bem como o estilo parental predominante em uma escola na cidade de Fortaleza - CE.

2 MATERIAL E MÉTODO

O estudo foi realizado em uma escola de ensino gratuito na cidade de Fortaleza-CE, localizada próximo a uma comunidade no bairro Edson Queiroz, composto por famílias de baixa renda que vivem em casas ou barracos em condições precárias de saneamento básico e com pouca infra-estrutura (SOUSA et al.2017). A coleta foi realizada no período de fevereiro a maio de 2018. A população do estudo foi formada por todos os pais dos estudantes matriculados na escola. Foram excluídos da coleta os pais que não responderam os questionários ou não quiseram assinar o termo de consentimento livre esclarecido.

Para fazer o levantamento referente às práticas parentais, foi aplicado o questionário Inventário de Estilo Parental (IEP) elaborado por Gomide (2014). Este questionário possui 42 questões que envolvem sete práticas educativas parentais: monitoria positiva (E), comportamento moral (B), punição inconsistente (C), negligência (D), disciplina relaxada (A), monitoria negativa (F) e abuso físico (G). Cada seis questões correspondem a uma prática. Os pais ou responsáveis deveriam responder com qual frequência agiam de acordo com o que estava exposto na questão. As opções de resposta eram “sempre”, quando os pais ou responsáveis agiam de 8 a 10 vezes; “às vezes” quando os pais ou responsáveis agiam de 3 a 7 vezes e “nunca” quando os pais ou responsáveis agiram de 0 a 2 vezes (GOMIDE,2014).

Para cada resposta, “sempre” pontuou 2, “às vezes” pontuou um 1 e “nunca” pontuou zero (0). Primeiro foi feito o cálculo do Índice de Estilo Parental (IEP), através da subtração da soma das práticas negativas (C+D+E+F+G) e da adição da soma das práticas positivas (A+B), conforme esta sentença IEP = (A+B)–(C+D+E+F+G). O Índice de Estilo Parental negativo é indicativo de que há prevalência de práticas parentais negativas que neutralizam ou sobrepõem as práticas positivas. Quando o Índice de Estilo Parental é positivo, indica uma forte presença de práticas parentais positivas. O IEP pode variar entre -60, quando há ausência de práticas parentais positivas, e +24, indicando ausência de práticas parentais negativas (SAMPAIO; GOMIDE, 2007).

A segunda parte foi concentrada na identificação do estilo parental predominante na população estudada. Para identificar o estilo, é necessário comparar o valor do Índice de Estilo Parental (IEP) com uma folha resposta de Gomide (2014).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.22486-22492 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza sob parecer nº 2300207 e foi solicitada a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos responsáveis legais das crianças. O estudo foi desenvolvido de acordo com a resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que regula a pesquisa em seres humanos no país (BRASIL, 2012).

3 RESULTADO E DISCUSSÃO

A amostra final contou com 347 pais de estudantes da escola com idade variando de 30 a 60 anos, sendo 45 pais e 302 mães. Considerando a escolaridade, quase a metade da população possuía o ensino médio completo. Quanto ao gênero dos filhos, a maioria era do sexo feminino, como demonstrado na tabela 1.

Tabela 1. Caracterização da amostra, Fortaleza, 2018.

Caracterização n % Parentesco Pai 45 12,96% Mãe 302 87,04% Idade Até 30 anos 96 30,28% 31 – 40 anos 144 45,42% 41 – 50 anos 73 23,03% 51 – 60 anos 4 1,27% Escolaridade

Ensino Fundamental Completo 52 17,22% Ensino Fundamental Incompleto 62 20,53%

Ensino Médio Completo 125 41,39%

Ensino Médio Incompleto 36 11,92%

Ensino Superior Completo 12 3,97%

Ensino Superior Incompleto 15 4,97%

Gênero do filho

Masculino 159 45,82%

Feminino 188 54,18%

Com relação às práticas parentais educativas, as práticas positivas tiveram prevalência (Tabela 2), porém o percentual de práticas parentais negativa foi de grande relevância, onde a maior pontuação recaiu para a prática de monitoria relaxada, também chamada de supervisão estressante, que é caracterizada por fiscalização e ordens excessivas dadas aos filhos que na

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.22486-22492 apr. 2020. ISSN 2525-8761 maioria das vezes não obedecem aos seus pais, gerando uma relação de hostilidade e insegurança (GOMIDE, 2014). Outros estudos mostram que as práticas parentais negativas também interferem no rendimento escolar e na aprendizagem, na socialização e no desenvolvimento emocional (RODRIGUES; NOGUEIRA, 2016. NASCIMENTO; FERNANDES, 2017).

Os resultados referentes ao índice estilo parental (iep) mostram que o estilo parental de risco foi o mais prevalente na amostra (Tabela 3). Huçalo e Ivatiok (2017), aconselham a participação em programas de intervenção terapêutica, em grupos de casal ou individual, onde possam ser instruídos sobre as consequências de práticas negativas.

Tabela 2. Relação de parentesco com prática parental, Fortaleza, 2018.

Prática Parental Positiva Prática Parental Negativa

Parentesco n % n %

Pai 25 12,63% 20 13,42%

Mãe 173 87,37% 129 86,58%

Total 198 57,06 149 42,94%

Tabela 3. Classificação de estilo parental dos pais, Fortaleza, 2018.

Pai Mãe

Estilos Parentais Índice IEP n % Índice iep n %

E Parental de Risco (-18 a -3) 11 24,46% (-29 a -2) 113 37,42%

E Parental Regular (0 a 4) 16 35,55% (0 a 4) 86 28,48%

E Parental Bom (5 a 9) 12 26,66% (5 a 9) 77 25,47%

E Parental Ótimo (10 a 17) 6 13,33% (10 a 16) 26 8,63%

Total 45 100% 302 100%

Para Sampaio e Gomide (2007), os pais classificados com estilo parental de risco devem ser assistidos por terapeutas ou psicólogos a fim de serem impactados com as consequências de tais práticas. Ainda ressalta que os pais classificados com estilo parental regular devem passar por treinamentos para que possam desenvolver práticas parentais educativas positivas. Para os pais classificados com estilo parental bom, enfatiza que eles estão acima da média, mas ainda é sugerido que leiam livros de orientação para pais a fim de aprimorar as práticas positivas.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.22486-22492 apr. 2020. ISSN 2525-8761 4 CONCLUSÃO

Muito se tem discutido acerca do papel dos pais na consolidação de suas famílias, indo além de prover coisas materiais, a relação parental deve ser favorável para uma troca de afeto, cumplicidade, aconselhamento e amor. Segundo estudos citados anteriormente, as práticas parentais negativas apontadas por este estudo, podem ser melhoradas através de terapias.

REFERÊNCIAS

CASSONI, C. Estilos parentais e práticas educativas parentais: revisão sistemática e crítica a literatura. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. 2013

Disponívelem:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-14122013105111/en.php>. Acesso em: 25 jun. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN. Brasília:Ministério da Saúde, 2011. 76 p. (Série G. Estatística e Informação em Saúde). Disponívelem:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados _antropometricos.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2018.

GOMIDE, P. I. C. Inventário de estilos parentais – IEP: modelo teórico, manual de aplicação, apuração e interpretação. Petrópolis: Vozes.2014

HUÇALO, AL;IVATIUK A. A relação entre práticas parentais e o comportamento alimentar em crianças. Revista Pluraridade em Saúde Mental, v. 6, n.2, p.113–28, 2017. Dispon~ivel em:< https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:3BSz217BCN4J:https://revis tapsicofae.fae.edu/psico/article/download/141/98+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br> Acesso em: 25 jun. 2018.

NACIMENTO,G.O.; FERNANDES, F. S. As práticas parentais positivas e negativas como fatores colaborativos no rendimento escolar. Revista de estudios e investigación en psicologíayeducación, n.5, p. 283288,2017.Disponivelem:https://dialnet.unirioja.es/servlet/ articulo?codigo=6241149>. Acesso em: 25 jun. 2018.

RODRIGUES, O.M.P.R.; NOGUEIRA, S.C.N. Práticas Educativas e Indicadores de Ansiedade, Depressão e Estresse Maternos. Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 32 n. 1, p. 35-44, 2016. Disponível em:< https://repositorio.unesp.br/handle/11449/168700>. Acesso em: 25 jun. 2018.

SAMPAIO, I. T. A.;GOMIDE, P. I. C. Inventário de Estilos Parentais (IEP) – Gomide (2006) percurso de padronização e normatização. Revista Psicologia Argumento, v.2,n.48. p.15-26, 2007.Disponívelem:<https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/article/view /19675/19007>. Acesso em: 25 jun. 2018.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.22486-22492 apr. 2020. ISSN 2525-8761 FINAN, T. J .; BEZERRA, I. N. Estratégias de enfrentamento dos problemas que interferem na saúde de uma comunidade socialmente vulnerável. In: CONGRESSO IBERO-

AMERICANO EM INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA, 6, 2017, Salamanca. Anais do Congresso Ibero-Americano em investigação qualitativa. Salamanca: CIAIQ. 2017. Disponívelem:<http://www.proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2017/article/view/1258/12 18>. Acesso em: 25 jun. 2018.

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Tabela 1. Caracterização da amostra, Fortaleza, 2018.
Tabela 3. Classificação de estilo parental dos pais, Fortaleza, 2018.

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