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VALORES DE GLICEMIA EM MULHERES PÓS-MENOPAUSA SEGUNDO A REPOSIÇÃO HORMONAL

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VALORES DE GLICEMIA EM MULHERES

PÓS-MENOPAUSA SEGUNDO

A REPOSIÇÃO HORMONAL

Fabiana Bruinsma1, Jerry Berlezi Kal2

Susane Basso3, Gabriela Tassotti Gelatti4

Marilei Uecker Pletsch5, Lígia Beatriz Bento Franz6

Evelise Moraes Berlezi7

R E S U M R E S U M R E S U M R E S U M R E S U M OOOOO

Após período reprodutivo níveis de hormônios declinam ocorrendo modificações na composição corporal como acúmulo de tecido adiposo na região abdominal, fator preditor de diabetes mellitus. OBJETIVO:OBJETIVO:OBJETIVO:OBJETIVO:OBJETIVO: verificar a influencia da terapia de reposição hormonal sobre os níveis de glicemia em mulheres pós-menopausa. METODOLOGIA:METODOLOGIA:METODOLOGIA:METODOLOGIA:METODOLOGIA: estudo tipo transversal analítico. Amostra constituída por 76 mulheres, faixa etária de 50 a 65 anos de idade, mínimo 12 meses de amenorréia. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista, com variáveis relacio-nadas aos aspectos sociodemográficos, medidas antropométricas e marcadores bioquímicos. Para o tratamento dos dados foi utilizada estatística descritiva e teste de correlação qui-quadrado. RESULRESULRESULRESULRESULTTTTTA-A-A-A- A-DOS:

DOS: DOS: DOS:

DOS: a média de idade das mulheres foi de 60 anos. Das 76 mulheres do estudo, observou-se que 84,2% apresentaram valores de glicemia menores que 100 mg/dl; 10,5% de 100 a 125 mg/dl; e 5,3% = 126 mg/dl. Considerando uso de terapia de reposição hormonal verificou-se que 38,2% fazem uso desta terapia e 61,8% não. Das mulheres que utilizam a terapia, 93,1% apresentaram glicemia normal, 3,4% tolerância a glicose diminuída, e 3,4% diabetes mellitus. Das que não fazem uso de terapia 78,7% apresentaram glicemia normal, 14,9% tolerância a glico-se diminuída e 6,4% diabetes mellitus. Na correlação entre os valores de glicemia e reposição hormonal não se verificou diferença estatisti-camente significativa (p=0,095). CONCLUSÃO:CONCLUSÃO:CONCLUSÃO:CONCLUSÃO:CONCLUSÃO: as mulheres que não fizeram o uso de terapia de reposição hormonal obtiveram valores de glicemia mais alterados em relação as que fizeram uso.

PPPPPALAALAALAALAALAVRAS-CHAVRAS-CHAVRAS-CHAVRAS-CHAVRAS-CHAVE: VE: VE: VE: VE: Glicemia; Pós-menopausa; Terapia de Reposição Hormonal

VALUES OF BLOOD GLUCOSE IN WOMEN VALUES OF BLOOD GLUCOSE IN WOMENVALUES OF BLOOD GLUCOSE IN WOMEN VALUES OF BLOOD GLUCOSE IN WOMENVALUES OF BLOOD GLUCOSE IN WOMEN

ACCORDING TO THE POST ACCORDING TO THE POST ACCORDING TO THE POST ACCORDING TO THE POST

ACCORDING TO THE POST-MENOP-MENOP-MENOP-MENOP-MENOPAUSEAUSEAUSEAUSEAUSE HORMONE REPLACEMENT HORMONE REPLACEMENTHORMONE REPLACEMENT HORMONE REPLACEMENTHORMONE REPLACEMENT A B S T R A C T

A B S T R A C TA B S T R A C T A B S T R A C T A B S T R A C T

After the reproductive hormone levels decline occurring changes in body composition and fat accumulation in the abdominal region, a predictor of diabetes mellitus. OBJECTIVE: To determine the influence of hormone replacement therapy on blood glucose levels in postmenopausal women. METHODS: A cross-sectional study analysis. Sample of 76 women, ages 50 to 65 years old, minimum 12 months of amenorrhea. Data collection occurred through interviews with variables related to sociodemographic characteristics, anthropometric measurements and biochemical markers. For the treatment of the data was used descriptive statistics and correlation test chi-square. RESULTS: The average age of women was 60 years. Of the 76 women in the study, it was observed that 84.2% had blood glucose levels less than 100 mg / dl, 10.5% from 100 to 125 mg / dl, and 5.3% = 126 mg / dl. Considering use of hormone replacement therapy found that 38.2% use of this therapy and 61.8% did not. Women using the therapy, 93.1% had normal blood glucose, 3.4% impaired glucose tolerance, diabetes mellitus and 3.4%. Of those who do not make use of therapy 78.7% had normal blood glucose, 14.9% impaired glucose tolerance and 6.4% diabetes mellitus. In the correlation between blood glucose and hormone replacement there was no statistically significant difference (p = 0.095). CONCLUSION: Women who have not made use of hormone replacement therapy had more glucose values ??changed from those that did use.

Keywords: Keywords: Keywords: Keywords:

Keywords: Glucose, Post-menopause hormone replacement therapy

&

1 Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq, graduanda do curso de Fisioterapia na Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul – UNIJUI. Email: Fabiana_Bruinsma@yahoo.com.br

2 Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/UNIJUÍ, graduando do curso de Farmácia na Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul – UNIJUI. Email: j_berlezi@hotmail.com

3 Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/UNIJUÍ, graduanda do curso de Nutrição na Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul – UNIJUI. Email: suzy.basso@terra.com.br

4 Acadêmica voluntária do curso de Farmácia na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI. Email:

gabi.j@hotmail.com

5 Farmacêutica , Mestre em análise e controle dos medicamentos, docente do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade

Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI. Email: marileiw@unijui.edu.br

6 Nutricionosta, Doutora em Saúde Pública, docente do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Regional do Noroeste do

Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI. Email: ligiafra@unijui.edu.br

7 Fisioterapeuta, Doutora em Gerontologia Biomédica, docente do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Regional do

(2)

INTRODUÇÃO

O período pós-reprodutivo feminino, conhecido também como pós-menopausa, vem acompanhado de mudanças endócrinas, metabólicas, físicas e emo-cionais, que ocorrem pela privação do estrogênio.

Com o aparecimento da menopausa e o avançar da idade, uma das alterações freqüentes é o ganho de peso e as alterações na distribuição da gordura (Toth et al.,2000). As alterações hormonais da me-nopausa estariam mais relacionadas às modificações na distribuição da massa gordurosa do que propria-mente ao ganho de peso, ocorrendo assim aumento do depósito de gordura abdominal (Poehlman et al., 1995 apud Orsatti et al., 2008). Esta gordura em particular, a gordura visceral (intra-abdominal), está diretamente associada com o desenvolvimento de um grupo de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), entre elas a resistência à insulina, diabe-tes mellitus (DM) e a doença cardiovascular. Esta se constitui na primeira causa de mortalidade em mulheres na pós-menopausa (Liu et al., 2001).

O DM pode resultar de uma série de condições genéticas, metabólicas e adquiridas que geram hi-perglicemia. Distúrbios do metabolismo da glicose e profundas anormalidades no metabolismo da gordu-ra, da proteína e de outras substâncias caracteri-zam a patologia do diabetes (Shils et al.,2009).

No mundo, o número de mortes atribuídas ao DM está em torno de 800 mil. Sua natureza crônica, a gravidade de suas complicações e os meios neces-sários para controlá-las tornam o DM uma doença muito onerosa, não apenas para os indivíduos afeta-dos e suas famílias, mas também para o sistema de saúde (DSBD, 2006).

Segundo Cuppari (2009), uma epidemia de DM está em curso. Em 1985 havia a estimativa de 30 milhões de adultos com DM no mundo. Em 1995, esse número cresceu para 135 milhões e atingiu 173 milhões em 2002, com projeção de chegar a 300 milhões no ano de 2030 (Wild et al.,2004). Espera-se um aumento de 45% em paíEspera-ses deEspera-senvolvidos e de 200% em países em desenvolvimento, onde o DM predominará em grupos etários mais jovens,

portanto de elevada produtividade, comparados com países mais desenvolvidos (Wild et al.,2004). No Brasil, estima-se que havia 5 milhões de diabéticos em 2000, projetando-se um crescimento para 11 milhões em 2010 (McCarty; Zimmet, 1994). Segun-do Schmidt (2009) estima-se que existam no Brasil 6.317.621 de casos diagnosticados de diabetes, 2.573.413 homens e 3.744.208 mulheres.

Nas últimas décadas, grande destaque foi dado à terapia de reposição hormonal (TRH) na pós-me-nopausa como alternativa eficaz no controle dos efeitos da privação estrogênica. Os benefícios da TRH já são conhecidos, melhorando ou revertendo à sintomatologia decorrente da carência estrogênica a curto, médio e longo prazo, como alívio dos sinto-mas vasomotores, a reversão da atrofia urogenital e a preservação da massa óssea (Martins et al.,2009). A razão mais freqüente que motiva as mulheres a utilizarem TRH é o alívio dos sintomas da meno-pausa. Portanto, a TRH pode melhorar a qualidade de vida em mulheres com sintomas de hipoestroge-nismo.

A justificativa do presente estudo está na falta de confirmação do efeito benéfico da TRH sobre o metabolismo glicêmico, este que esta tão vulnerável na pós-menopausa, período que exige cuidado e atenção, no intuito de prevenção de doenças, princi-palmente as DCNT.

Esse estudo tem como objetivo verificar a influ-encia da TRH sobre os níveis de glicemia em mu-lheres pós-menopausa.

SUJEITO E MÉTODO

Trata-se de um estudo do tipo transversal analí-tico. Este estudo faz parte do Projeto Institucional “ESTUDO MULTIDIMENSIONAL DE MULHE-RES PÓS-MENOPAUSA DO MUNICÍPIO DE CATUÍPE – Unijuí/RS. A amostra foi constituída por 76 mulheres residentes na área urbana do muni-cípio de Catuípe/RS, área de abrangência da Uni-dade de Saúde da Família, na faixa etária de 50 a 65 anos de idade, com no mínimo 12 meses de ame-norréia.

(3)

Para a formação da amostra foi aplicado um ques-tionário com variáveis relacionadas aos aspectos so-ciodemográficos como dados de identificação, cultu-rais, tempo de amenorréia, ocupação, atividade física e patologias e/ou co-morbidades, medidas antropo-métricas como peso corporal, estatura, circunferên-cia de cintura e exames bioquímicos. Foram respei-tados os seguintes critérios de inclusão: mulheres en-tre 50 e 65 anos de idade; período de pós-menopau-sa, sendo considerado mínimo de um ano de amenor-réia identificado pelo relato da mulher à pesquisado-ra; capacidade para ficar em pé e eretas para reali-zar a avaliação da estatura e do peso corporal; acei-tar em participar da pesquisa e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Após os resultados dos exames bioquímicos, foi classificado os níveis de glicose em jejum encontra-dos, segundo a Diretrizes SBD (2007), sendo valo-res de glicemia menovalo-res que 100 mg/dl considerado normais, de 100 a 125 mg/dl tolerância a glicose di-minuída e com valores = 126 mg/dl considerados diabete mellitus. Em relação ao uso de Terapia de Reposição Hormonal, foi questionado o uso.

Os dados coletados foram analisados com a utiliza-ção da estatística descritiva do programa Microsoft Excel e SPSS 18. Os métodos de análise estatística incluem a estatística descritiva (média, desvio-padrão, valores mínimo e máximo, freqüências relativas e ab-solutas) e teste de correlação (qui-quadrado).

A pesquisa transcorreu após a aprovação deste projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unijuí sob parecer consubstanciado nº 232/2008.

RESULTADOS

A média de idade das mulheres foi de 60,20 anos (± 4,3 DP). Na tabela 1 estão apresentados dados referentes ao perfil sociodemográfico. Em relação ao estado civil a maioria das mulheres eram casa-das 68,4% (52), seguicasa-das por viúvas, solteiras e con-cubinato, não havendo nenhuma mulher divorciada. Sobre a escolaridade observou-se que a maioria das mulheres tinha ensino fundamental incompleto 63,2% (48), seguido de ensino fundamental completo, ensi-no médio incompleto, ensiensi-no médio completo, anal-fabetismo e curso superior. Das mulheres que pos-suíam renda própria destaca-se que a maioria rela-tou receber de um a dois salários mínimos 60,5% (46), seguido das que recebiam menos de um salá-rio mínimo. Um percentual de 11,8% (9) relatou não terem renda própria, sendo a renda proveniente do cônjuge (renda familiar).

Ao analisar a tabela 2, observou-se que das 76 mulheres do estudo, 84,2% (64) apresentaram valo-res de glicemia menovalo-res que 100mg/ dL, que carac-teriza valores normais de glicemia, 10,5% (8)

apre-Variáveis N %

Estado Civil Casada 52 68,4

Solteira 9 11,8

Viúva 12 15,8

Concubinato 3 3,9

Divorciada - -

Escolaridade Ensino fundamental

completo

7 9,2

Ensino fundamental incompleto

48 63,2

Ensino médio completo 5 6,6

Ensino médio incompleto

6 7,9

Ensino superior 5 6,6

Analfabeto 5 6,6

Renda Abaixo de 1 salário 13 17,1

De 1 a 2 salários 46 60,5

Acima de 2 salários 7 9,2

Não sabe 1 1,3

Renda familiar 9 11,8

(4)

sentaram valores de glicemia entre 100 e 125 mg/ dL, considerado tolerância a glicose diminuída e 5,3% (4) com valores de glicemia maiores que 126 mg/dL que é sugestivo de diabetes mellitus.

Na tabela 3 estão apresentados dados refe-rentes ao uso de TRH segundo os níveis de gli-cose. Observa-se que entre as mulheres que fazem uso da terapia 93,1% (27) apresentaram níveis de glicemia considerados normais, 3,4% (1) apresentou tolerância à glicose diminuída e

3,4% (1) valor que predispõe a diabetes

melli-tus. Quanto as que não fazem uso de TRH 78,7%

(37) apresentaram níveis de glicemia considera-dos normais, 14,9% (7) tolerância a glicose di-minuída e 6,4% (3) apresentaram valores que predispõe a diabetes mellitus. Na correlação entre os valores de glicemia e reposição hormo-nal não se verificou diferença estatisticamente significativa (p=0,095).

Tabela 2 – Distribuição das mulheres pós-menopausa segundo seus níveis de glicemia

Classificação da Glicemia N Percentual (%)

Glicemia Normal 64 84,2

Tolerância a Glicose Diminuída 8 10,5

Diabetes Mellitus 4 5,3

Total 76 100,0

Tabela 3 – Distribuição da freqüência de mulheres pós-menopausa que referem uso de terapia de reposição hormonal segundo os níveis de glicose

Uso de TRH Glicose

Faz uso Não faz uso Total

N 27 37 64 Glicemia Normal % com Uso de TRH 93,1% 78,7% 84,2% N 1 7 8 Tolerância a Glicose diminuída % com Uso de TRH 3,4% 14,9% 10,5% N 1 3 4 Diabetes Mellitus % com Uso de TRH 3,4% 6,4% 5,3% N 29 47 76 Total % com Uso de TRH 100,0% 100,0% 100,0%

(5)

Na tabela 4, segundo o acúmulo de gordura abdo-minal, constatado pela circunferência abdominal (CA), observa-se que das 76 mulheres participantes do estu-do, apenas 7,9 % (6) não apresentaram CA elevada, e estas apresentaram valores de glicemia considerados normais. Das mulheres que apresentaram CA eleva-da, 92,1% (70), 76,3% (58) apresentaram valores de glicemia normais, 10,5% (8) apresentaram tolerância a glicose diminuida e 5,3% (4) apresentaram valores que caracterizam a diabetes mellitus.

DISCUSSÃO

A distribuição da gordura corporal na mulher al-tera significativamente na pós-menopausa. Uma vez estabelecida, a deficiência estrogênica relaciona-se

com o início de novo padrão de distribuição de gor-dura corporal, com a substituição do estoque prefe-rencial na região glúteo/femural para depósito ab-dominal (Toth et al., 2000).

Dobbelsteyn (2001 apud Franco et al., 2010) mostrou que valor da medida de CA >80 cm para mulheres é mais específico e se reveste de maior sensibilidade para a predição de três ou mais fato-res de risco cardiovascular (hipertensão, dislipide-mia, diabetes, tabagismo e sedentarismo). Nosso estudo mostrou que a maioria 90,6% das mulheres apresentou valor de CA >80 cm. Sendo que 15,8% apresentaram alteração nos níveis de glicose.

No estudo retrospectivo realizado por Franco

et al., (2010) onde foram analisados 185

prontuá-rios de mulheres na pós-menopausa segundos os parâmetros: colesterol total, HDL, LDL,

triglicéri-Tabela 4 – Distribuição da freqüência da circunferência abdominal de mulheres pós-meno-pausa segundo os níveis de glicose

Circunferência abdominal Glicose <80cm >80cm Total N 6 58 64 % Glicose 9,4% 90,6% 100% Glicemia Normal % total 7,9% 76,3% 84,2% N 0 8 8 % Glicose 0% 100% 100% Tolerância a Glicose diminuída % Total 0% 10,5% 10,5% N 4 4 4 % Glicose 0% 100% 100% Diabetes Mellitus % Total 0% 5,3% 5,3% N 6 70 76 % Glicose 7,9% 92,1% 100% Total % Total 7,9% 92,1% 100%

(6)

des, IMC, CA e RCQ, foram encontradas 27 dia-béticas, 158 não-diadia-béticas, constatando-se uma as-sociação significativa entre CA e diabetes (p<0,05)18. A associação entre o risco de desen-volvimento de diabetes e o aumento da CA e do IMC também foi observada no estudo de Carter et

al., (2006). O presente estudo mostra resultados

semelhantes, 6 mulheres apresentaram valor de CA <80 cm, e estas não apresentaram alteração nos níveis de glicose.

Em relação ao uso de TRH constatou-se que 38,2% das mulheres do nosso estudo relataram fa-zer uso da terapia. Em um estudo populacional na cidade de Campinas, em São Paulo, foram incluídas 456 mulheres com idade entre 45 e 60 anos por in-termédio de entrevistas domiciliares. Destas, ape-nas 19,2% faziam uso regular de TRH, sendo que as principais características das usuárias foram es-tar na Peri menopausa, ter maior escolaridade e melhor classe social (Neto et al., 2002).

Nossos resultados não foram estatisticamente significativos quando relacionamos o uso de TRH e níveis de glicose, mas podemos observar um núme-ro maior de mulheres com tolerância a glicose dimi-nuída e diabetes mellitus nas mulheres que não fi-zeram uso de TRH em relação as que fifi-zeram uso desta terapia.

Com relação ao efeito da reposição hormonal o estudo de Kanaya et al. (2003) e Margolis et

al.(2004) mostra que utilizaram uma combinação de

estrógenos conjugados e acetato de medroxipro-gesterona como forma de reposição, um aumento da glicemia de jejum no grupo placebo, mas não nas pacientes que submeteram ao esquema de reposi-ção hormonal, com uma incidência cumulativa de diabetes aproximadamente 40% menor. Entretanto, esses dados não justificam a terapia de reposição hormonal na menopausa como uma forma de pre-venção de diabetes.

Segundo Andersson (2000 apud Marcondes et

al., 2010 ) o efeito estrogênico do tratamento

hor-monal da pós-menopausa em mulheres diabéticas parece ser dose-dependente: a maioria dos traba-lhos indica melhora da sensibilidade insulínica quan-do se usa apenas o estradiol em quan-doses baixas. O

uso de doses altas, por exemplo, 1,25 mg/dia de es-trógenos conjugados ou eses-trógenos potentes como etinilestradiol, leva à deterioração na tolerância a glicose e na sensibilidade insulínica, provavelmente pelo aumento da atividade corticosteróide mediada pelos estrógenos.

Mendelsohn e Karas (2007) quantificaram os efeitos da TRH sobre os componentes da síndrome metabólica em mulheres pós-menopausa. Nele foi selecionada 107 estudos randomizados, incluindo mulheres diabéticas e não diabéticas usuárias de TRH oral e trasdermica por pelo menos 8 semanas . Os resultados mostraram que nas não portadoras de diabetes ocorreu uma redução de 12,9% na re-sistência insulínica, enquanto nas portadoras de dia-betes constatou-se queda de 11,5% na glicemia em jejum e 35,8% na resistência insulínica.

Já em estudo realizado por Filho et al., (2005) onde foram incluídas 96 pacientes com sintomas vasomotores e disfunção sexual na pós-menopau-sa, as mulheres foram aleatoriamente divididas em três grupos de tratamento com 32 pacientes cada: placebo, estrogênios conjugados eqüinos e associa-ção de estrogênios conjugados eqüinos e de metil-testosterona. O tratamento foi realizado por três meses. Ao observar os valores da glicemia de je-jum, do perfil lipídico, das enzimas hepáticas e do eco endometrial. Não foi constatada diferença sig-nificantiva na dosagem de glicemia, triglicerídeos, AST, ALT e gama-GT, quando comparados os va-lores antes e após o tratamento nos três grupos es-tudados.

Em estudo realizado em mulheres portadoras de diabetes mellitus não-insulinodependente, em Ribei-rão Preto-SP, através de terapia com tibolona (um composto sintético derivado da 19-nortestosterona, dotado de seletividade tecidual com propriedades estrogênicas, progestagênicas e androgênicas), a análise de variância (ANOVA), aplicada para a ava-liação das modificações dos níveis de glicemia de jejum e hemoglobina glicosilada, não revelou altera-ções significativas nesses parâmetros de avaliação do metabolismo glicídico durante as diversas fases da pesquisa (Freitas et al., 2005).

(7)

CONCLUSÕES

Da população de estudo analisada, constituída de mulheres pós-menopausa, 15,8% apresentaram alte-ração nos níveis de glicose. Embora os resultados encontrados não sejam estatisticamente significativos, encontrou-se maior número de mulheres (10) com tolerância a glicose diminuída e diabetes mellitus nas mulheres que não fizeram uso de TRH, em relação as que fizeram uso desta terapia (2). Quanto à rela-ção circunferência abdominal e tolerância para glico-se diminuída, verificou-glico-se que do total de mulheres (6) que apresentaram circunferência abdominal <80 cm nenhuma apresentou alteração nos níveis de gli-cose, enquanto que das 70 mulheres que apresenta-ram circunferência abdominal >80 cm, 17,1% apre-sentaram valores que predispõe tolerância à glicose diminuída ou diabetes mellitus.

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(8)

Imagem

Tabela 2 – Distribuição das mulheres pós-menopausa segundo seus níveis de glicemia
Tabela 4 – Distribuição da freqüência da circunferência abdominal de mulheres pós-meno- pós-meno-pausa segundo os níveis de glicose

Referências

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