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A influência da atitude materna frente a creche na adaptação da criança a instituição

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(1)

FUNDAÇãO GETúLIO VARGAS

INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS E PESQUISAS PSICOSSOCIAIS CENTRO DE PóS-GRADUAÇãO EM PSICOLOGIA

A INFLUE:NCIA DA ATITUDE MATERNA FRENTE Ã CkECHE NA ADAPTAÇãO DA CRIANÇA Ã INSTITUIÇãO

Regina Célia de Souza

FGV / I SOP / CPGP Praia de Bota~ogo, 190 Rio de Janeiro - Brasil

TIISOP S729i

i

I

i I, I

I

·

I,

!

(2)

, .'.

FUNDAÇ~O GETúLIO VARGAS

I NSTI TUTO SUPER! OR DE ESTUDOS E PESQUI SAS PSI COSSOCI AI S CENTRO DE PóS-GRADUAÇãO EM PSICOLOGIA

A INFLU~NCIA DA ATITUDE MATERNA FRENTE

à CRECHE NA ADAPT AÇãO DA CRI ANÇA à I NSTI TU! ÇãO .

por

Regina Célia de Souza

Dissertação submetida como requisito parcial para

obtenção do grau de

MESTRE EM PSI COLOGI A

(3)

AGRADECIMENTOS

Muitos colegas, amigos e professores contribu1ram com sua ajuda e incentivo durante a elaboração deste trabalho.

Nosso agradecimento especial à Yara Silveira Faria, por sua colaboração na construção da escala de atitude, e à Profa Vera Vasconcelos , por seu esti mulo e contribuição bibliográfica.

Agradecemos especialmente à Profa Marion Merlone dos Santos Penna, pelo incentivo e pelos ensinamentos oportunos da prática de pesquisa e à Profa Guenia Bunchaft, por sua paciência e pelo aprendizado das questões metodo16gicas.

Um agradecimento especial à Raquel Feliciano Duque, pelo trabalho desenvolvido no computador.

E nossa significativa gratidão às colegas de turma e amigas Lúcia Adriana Salgado Afonso Anhel e Rosane Carneiro Porto pelo companheirismo, est1mulo e carinho, fundamentais para a finalização do curso e elaboração deste trabalho.

(4)

·

'

.

RESUMO

As t-eor-ias ps i co I Ó';J i ca s a

)< filho, I=:W i mot-di a I

desenvolvimento da criança. Esta relaç~o i mplica na

das propostas teóricas, na permanência da mãe junto à seu filho

( ) S

determinar as reaç5es infantis.

No ent-anto, pesqu i sadot-es t-êm

quanto a mulher buscam novos valores e papéis SOCIalS.

Nos tempos modernos a creche ~urgiu como a grande para aquelas mulheres que necessitam t-rabalhat-,

novo-~ papéis t-.a sociedade. C:ont-udo, t-al solução

mais sentimentos de culpa e inadequaç~o à medida que a

-'

-1..Jt=:

solução

mulhet-,

na maioria das vezes, se sente pressionada e cobrada no que diz respeito ao seu papel de m~e. cabEndo à ela a exclusividade dos

Desta forma. há a influência da atitude da mâe creche na adaptaç~o de seu filho à instituiç~o?

Esta correlaçâo foi cons toa toada est-udo que aqui se vet-i f i cou-se a J=·C'"3S i ~/e 1 pat-t-i c i pação de

outros fatores no processo adaptativo da criança à creche como:

(5)

a estn_Jt-ura da personalidade materna; a dinámica

familiar da mãe e da criança; da insti t.uição as condições de desenvolvimentoda criança e

Conclui-se portanto. que os tempos atuais urgem por uma redefinição e reestruturação da familia. implicando numa nova

leitLwa das teot-ias psicol,6-;Jicas infantis. quem sabe à ILJZ da teoria sistêmica. levando-se em cont.a novo papel social

feminino.

A reflexão critica sobre o desenvolvimento da criança é papel

de todos.

(6)

SUMJl-1ARY

i-:s important on the development of the chi ld.

belief in our societv is that women must stav home to take care of their children.

Nowadays . we have a lot of changes on the family,

both man an~ woman are looking for new values in the society.

Day-care centers appeared as a solution

that need to work outs ide home.

Although. this solution seems to cause painful

for the mother, because she needs to work outside home but she

wants to stay home with her child.

In this study i t will be analvsed if the mother's attitude to the care-centers influences the child' s adaptation to it.

'1 I I I. I \/ i i

(7)

~ ~

~ ~

.

". lNDICE Agradecimentos • . . . • . . • . . • . . . .. . . • • . . . .. iv Resl..uno . • • . . . • . • . . • . . • • . . • • • . . . • ••.•.•.•. v Summat-y . . • . . . • • . . . • • . . . • . • . • • • . . • . • . . • . • . . v i i INTRODUÇãO . . • . . . • • . . . • . • • . • • • . . . . • . . . . O 1 • I - A TEORIA DO APEGO • • • • . • • • • . • • . . . • • • • • . . . 07

1.1 - Origem e Formação do Comportamento de

Ape':=!o . • • . • . . . • . . • . . . • . . . • . 07

1.2 - O Desenvolvimento do Comportamento de

Apego .••••.• . . . • • . . . • • . • . . • • . • • • • • • • • • . 17

1.3 - Considerações sobre o Comportamento de

Apego . . . . • • . • • • • . . • . . . • . . . • . • • . . . • . . • 24

1.4 - A Separação • • . . . . • . . . • • • . . • • . . • • • • . • 29

I 11 - ATITUDE E DISSONANCIA COGNITIVA ..•••••.•••.• 38 2.1 At. i t.ude . • • • • • • . • . • • . . . • . • . . . • • . . . 39 2.2 - Dissonância Cognitiva . . • • • . . . . • • . . • • . • 42

2.3 - A Ati t.ude e a Di ssonância na

Mulhet-(Mãe) 46

lI! - PESQUISAS COMPLEMENTARES •••••.••••••••••••• 50

3.1 - Revisão Bibliográfica .•.•..••••••••.•. 50 3.2 - Considerações •••.•••.•.••.••••.•.•.... 73

(8)

.

",

3.3 - Not-as • • • • • . . . • . . • • • . • • . • • . . . . • . . • . :30 IV - METODOLOGIA DE PESQUISA ••••••••••••••••••••• 83 4.1 - Delimitação do Problema .••••• •.•••• •.. 83 4 ? - Hipótese do Estudo • • . • . • • • . . . • . • • • . • 83 4.3 - Vat-iáveis 83 4.4 - Definição de Termos . . . . • . • . ••.•..•• ..• 84 4.5 - Instrumentos e Procedimentos • . • • . . . • . . 85 4.5.1 - Escala de At itudes •. • . . . ... . . • . . . . • • . 4.5.2 - Escala de Avaliação da Adaptação . . . . 112

V - ANÁLISE

r"os

DADOS •••••••••••••••••••••••••••• 117 5.1 Análise Quantitativa •••.••.••.•.••••.•• 117 5.2 - Análise Qualitativa ••.•••••••••••••...• 119

VI - DISCUSSãO ••••••••••••••••••••••••••••••••••• 126

VII - CONCLUSãO •••••••••••••••••••••••••••••••••• 129

VIII - REFERJ::NCIAS BIBLIOGRÁFICAS •••••••••••••••• 132

ANE}W I INVENTÁRIO DE ATITUDE SOBRE CRECHES

-FORMA ORIGINAL 139

ANE~:O 11: INVENTÁRIO DE ATITUDE SOBRE CRECHES

(9)

ANEXO 111: INVENTÁRIO DE ATITUDE SOBRE CRECHES

-FORMA FINAL . . . • . . . . 155

(10)

1

INTRODUÇãO

Na edição do Jornal do Bras il de 30 de julho de 1989, no Caderno Idéiasi , foi apresentado um ensaio enfocando os "Novos Rumos da Familia no Brasil". Este trabalho const.a de est.udos realizados no pais sobre a velha/nova familia.

A partit- do crescente número de separações e das "produçe5es independentes", isto é, mulhet-es solteiras que têm filhos assumindo-os sem uma figura paterna, os pesquisadores concluiram que a instituição fam1lia está em transformação.

No entanto parece que a familia está em transformação há algum tempo. Ariês2 (1981) apresentou um estudo histórico-social da fam1lia e revelou que até o século XVII a vida era vivida em público com pleno domínio da sociedade. Não havia nenhuma intimidade e as cerimÔnias tradicionais acompanhavam o casamento eram mais valorizadas que a cerimônia religiosa. A

fam1lia não existia como tal. Não havia nenhum sentimento ou valot- fami I iar, as pessoas viviam misturadas umas com as outras, isto é, crianças com adultos, senhores e criados,

o

sentimento da família começou a nascet- do século XV, nas fam1lias menos favorecidas, pois as fam1lias de classe mais abastada ainda permaneciam mistl..u-adas à sociabilidade. Somente com o século XVIII, o sent i ment.o familiar estendeu-se à todas as classes sociais, mas com a função de transmitir bens e nomes sem avançar na sensibilidade e demais sentimentos.

I

.1

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11 i

(11)

Para o autor. o que denotou esta primeira transformação foi a preocupação com a educação. pois cuidados dispensados A criança novos sentimentos surgiram dando lugar ao sentimento moderno de familia. Nascia desta a familia moderna substituindo as relações sociais anterior-es e t buscando a satisfação das necessidades de int.imidade e ident.idade. A união se estabelecia pelo sentimento. pelo costume e pelo tipo de vida.

A famllia tornou-se uma sociedadê fechada onde seus membros gostam de permanecer e que é evocada

<. •• )

o

sentimento de familia.

sentimento de classe e talvez em outra

sentimento de raça surgem como manifestação da i nt.o I e r ânc i a diant·e da diversidade e da preocupação com a Lmi formidade.

(Ariés -1981-273-279)

o

individualismo foi abandonado em prol dos sentimentos comuns. a familia.

Segundo Ariês. mesmo considerando a evolução da família moderna. o indiviadualismo de hoje não se compara ao do Ancien Régime ~ medida que o casal se une para formar e servir uma familia.

Contudo o que hoje se é

c

~

~o

uma crescente dificuldade para qualquer abdicação pessoal em nome do

(12)

3

casamento ou da fam1lia. A individualidade é cada vez mais valorizada e consequentemente novos sociais e

familiares surgem.

Aguarda-se uma nova estrutura familiar que possa comportar estes novos valores e onde não ocorram ·t imentos de culpa e inadequação POt- não se consegu a valores j á

ultrapassados como talvez o da eXCj ~ivit da matet-nagem à

condição feminina.

A mulher tem se sentido cobrada e culpada por desejar desempenhar outros papéis além do de mIe.

Parece ainda difícil para a soc iedade em que vivemos, mesmo apesar do per1odo de ou causa dela compreender e aceitar estes desejos .

Como toda transformação conju0~ sentimentos conflituosos e de certa forma ambíguos, configura-~,e cet-ta inco~-rência nest.e momento de mudança.

Homem e mulher buscam novos pa~'éis e valores sociais, mas ainda se insiste em ~~ matiter a res~'onsabi I idade da maternagem

à mulher, impedindo-a de di vid1-l;:\ sob pena de prejudicar talvez de forma irrevers1vel, o desenvolvimento de seu filho.

As teorias psicol6gi~as reconhecem a importância da filho, observando-c \ como primo::ordial para o

desenvolvimento da criança. Esta relação impl ica, na maiot-ia das propostas teóricas, na permanênc ia da mãe junto à seu filho e de como os sentimentos maternos podem influir ou mesmo determinar as reações infantis.

- .1 J

-

4

.

--

...

(13)

·

l,

4

Winnicott9 (1960) assinala que metade da teoria da relação mãe x filho se relaciona com o bebê e sua trajetória a partit-da depend~ncia absoluta~ passando pela depend.ncia relativa até

a independência. A outra metade se refere ao cuidada materno (maternagem).Ü autor afirma que uma mulher t.em

I maior

probabilidade de ser mãe por causa de seu maior p.::ot.enc i a I de elemento feminino que implica na sua capacidade de identificar-se com seu bebê.

Est.a capac idade faz parte do que Winnicott chama de

"preocupaç~o materna pr i mát- i a" • E; uma condiç~o psicol6gica

especial da mãe nas semanas anteriores e posteriores ao nascimento do bebê que se desenvolve gradativamente e se

caracteriza por um estado de sensibilidade elevada.

Winnicott observa ql~e o estado da mulher-mãe não deve se

I imi tar aos aspectos purament.e biol&3icos.

o

pensat- em um instinto maternal implica num aprisionamento na teoria~ numa

mistura entre seres humanos e animais.

Para o autor. as caracterlsticas especificamente humanas dependem da maior capacidade do ser humano de acumular e

utilizar a experiência.

Elizabeth Badinter~ ( 1980) apresent.ou uma pesq'-Jisa histórica realizada na França onde mostra o Amor Materno como um mito~ um sentimento apenas contingente e não instintivo e

arraigado à condição feminina como se t.em

I' i:

I I

I I

(14)

5

principalmente neste último século. Bad i nt.et- , o

materno n~o é univet-sal; depende da m~e, de sua histót-ia e da História. A mãe ama seu filho da mesma forma que o pai ama. Portanto, porque não dividir a responsabilidade da maternagem ?

Por diferenças sexuais, j á que s6 a mulher pode ter filhos e amamentar ? Ou por diferenças sociais: a mulher educa; o t

Se a fam11ia se encontra em um momento de transformaç~o e renovação, assim como a sociedade, mais uma mudança se impe5em,

a da matet-nagem. Ao invés da Pt-isão do' peso da responsabilidade -,.j- "

da maternagem, a libertação através deste mesmo conceito. Como?

J

Ao invés de se sentir culpada por deixar seu filho aos cuidados alternativos para buscar mais uma realização pessoal, acreditar e ver nesta nova realização/um fator favorecedor da

relação mãe

&

filho, a partir da satisfação pessoal que esta realização trará.

Esta polêmica questão deu origem a vários estudos~ que em sL~a ':wande maior ia não detectaram nenhuma relação altamente

significativa entre o trabalho materno e o desenvolvimento

infant.i 1.

Assim, o t.rabalho que ora se apt-esenta é mais uma tentativa de compreender esta questão e t.em como finalidade

verificar até que ponto a atitude da mãe em à ct-eche

pode influir na adaptação da criança à instituição. A mãe que acredita e valoriza os cuidados alternativos sendo capaz de dividir a responsabilidade da maternagem, transmite à criança

(15)

.

~.

6

sento i mentos de se'~urança e est.abi 1 idade, promovendo sua

adaptação à uma nova si tl~ação, e possibilitando

concomi tant.emente uma relação mãe x fi lho menos angustiant.e e

dolorosa e mais harmoniosa e estAvel.

Este trabalho foi fundamentado na teoria de ~Tohn Bowlby

(1958), nos conceitos de Atitude de Fishbein e Ajzen ,(1975) e

de Dissonância Cognitiva de Festinger (1957).

Os dois primeiros capítulos referem-se à estes fundamentos

teóricos. No capi t.ulo são ap t-esent.ados algumas

pesquisas complementares sobre o terna em est.udo.

o

capitulo consta dos Pt-ocedimentos metodológicos e o quinto capi t.l~lo apresent.a a análise dos dados, se'~ui ndo-se as

conclusões finais.

~ BERQUÓ,Elza. a98~). Em bus;ca de um novo modelo in:Cadel'no I d é i ag,Jornal do Bragil, Anol,no.4,pág4-;RJ

COUTINHO, Wils;on (~98P). Os; que degtroem os; lares; iN:

Caderno Idéias;,Jornal do Bras;il,Ano I,no. 4-,pág7;RJ LEITão, Sérgio s á (~P8P>' Uma crige de crescimento in:

caderno Idéias;,Jornal do Bragil,Ano l.n04-,pág. 6,RJ SOARES. Bárbara Mugumeci (:1~8P>'Fragm9ntOg de digcurggog amorogog in:caderno Idéia.s;:,Jornal do Bragil,Ano l,no4-,

pág.5;RJ.

2 ARI~S,Phillipe. a98~>' HigtÓria Social da criança Q da

fami lia,Ed Zahar;RJ.

9 DAVIS,M. at aliiu.P82>' Limite Q EgpaÇo. Uma introduç:::ã:o à obl'a. de D. w. winnicotl,Imago ed. Rj.

4- BADINTER, Eli.zabelh (~980>' Um amor conquisatado: o mito do amor materno; Ed Nova Fronteira S/A;RJ.

(16)

·

~.

7

CAP1TULO I

A TEORIA DO APEGO

1.1 - ORIGEM E FORMAÇãO DO COMPORTAMENTO DE APEGO

A relação mãe

&

filho. tem sido alvo de grande i nt-et-esse na Psicologia. desde que foi percebida como essencial

desenvolvimento do indiv!dúo.

A maioria das propostas teóricas sobre o assunto explica a fonnação do vinculo mãe & bebê a pat-tir dos cuidados matetTlos~

ou seja, a criança se ligaria afetivamente a figura mat-erna através dos cuidados que est-a a di spensat-i a. visando a satisfação. de suas necessidades pt- imàr ias~ t-ais fome~ sede~ sono~ conforto,

As t-eorias psi canal! t-i cas (Mklein. MMahlet- ••• ) apresentaram o desenvolvimento da relação mãe

&

bebê a partir~

principalmente. da amamenta~ão~ isto é~ a relação mãe

&

filho~

após o nasciment-o~ tet- ia inicio com a amamentação e o seio seria o primeiro objeto pelo qual o bebê teria contato com o meio externo e a partir do qual começaria a e internalizar sua figura materna. Assim~ grande valor foi dado à amamentação e a disponibilidade interna da mulher

Desta forma~ dois aspectos são ressaltados como essenciais para

I

I

-,

: I

(17)

.

'

.

8

o desenvolvimento emocional da criança: a alimentação~ já que através do seio -alimento a criança começaria a estabelecer seu cont.at.o com o mundo ext.erno. e a funç:;ro matet-na da mulhet-> ou

seja. a capacidade da mulher t-esponsi va às necessidades de seu bebê. pt- incipalmente às necessidades da amamentação.

Desta forma> a alimentação tem um papel secundát- io no desenvolvimento de tais sist.emas, pois a intet-ação mãe x fi lho> e a conseqtiente interação social da criança não se desenvol vet- ia a parti t- da amamentação <seio-ai imento) , mas de equipamentos sensório-perceptivos do bebê que aliados a

condiçe5es amb i ent.a i s favot-âveis (mãe e meio ambiente) eliciariam sistemas comportamentais conduz i t- iam ao comportamento de apego. Ao nascer o bebê est6 equipado com um certo número de sistemas comportamentais prontos para serem ativados e alguns deles fornecem as bases para o

desenvolvimento do comportamento de apego, como o chot-o. a

sucção~ o agat-t-amento> a orientação. o sot-t-iso> o balbucio, ••.

Se o comportamento de apego tem como finalidade manter o bebê pt-6ximo a sua m:;re> s6 se pode obset-vat- a sua exist.ência a partir da manifestação de sistemas comportamentais como o choro. a sucção, o agarramento.

. . .

,. além da discriminação pelo bebê de sua mãe.

(18)

.{

Portanto, uma das grandes dificuldades t-elacionadas ac·

comportamento de apego é a discriminaç~o do seu inicio, pois o

bebê humano está apto a distinguit- sua mãe de outras pessoas

(voz,

...

) antes de poder ela

movimentar-se em direção a ela.

Como se forma então o comportamento de apego?

Segundo Bowlby, o comportamento de apego na criança se

desenvolve de forma semelhante ao de outros mamiferos e animais, seguindo 08 (oito) critérios relacionados ao fenómeno da estampagem (Lorenz, 1935):

(1) Nos bebês humanos, as respostas socias (de todos os tipos)

são eliciadas inicialmente por uma vasta gama de estimulos que limitando à estimulos provenientes de um número

restrito de individuos;

(2) uma forte tendência para soc i a I ment.e a

determinados estimulos e não a outros;

(3) Quanto mais experiências de intet-ação social ent.re o bebê e uma determinada pessoa, mais forte será seu apego a essa pessoa:

(19)

·

.'.

10 diferentes postos;

(5) O comportamento de apego dirigido a uma pessoa preferida se desenvolve durante o primeiro ano de vida;

j

(6) Hâ a improbabilidade do começo de qualquer fase sensivel antes da sexta semana de vida;

(7) Ap6s os 6 meses e POt- \101 ta dos 8 ou 9 meses os bebês tendem a reagir a figuras estranhas com respostas de medo;

do momento que uma criança fique fOt-temente apegada a uma determinada figura~ tende a preferir essa

a qualquet- outra. persistindo a pt-eferência apesar da

sepat-ação.

Port.ant.o, os oito passos acima descritos aliados ao equipamento sensório-perceptivo j á apresentado pelo bebê ao nascer o conduziriam ao comportamento de apego.

Assim como a :formação do apego em bebês humanos se dâ de maneira semelhante a outros animais. sua função será também seme 1 hante. a sobt-ev i vênc i a.

A função do comport.ament.o de ape'~o~ em termos gerais, consiste na proteção contra predadores e consequentemente na

I I

(20)

.

~.

11

sobt-evi vência. Mantendo-se pt-6ximo a mãe~ c· bebê tem a

possibilidade de apreender as atividades necessãrias à sua

sobt-evivêt ... cia pois além de satisfazet- as necessidades bãsicas e

imediatas do bebê <corporais~ nutritivas~

. . .

) a mãe também

sustenta o desenvolvimento das funçeíes especificas do ego~

primordiais para a evolução do bebê corno indi viduc.t e sua

conseqüente adaptação ao meio externo <Murphy~ 1964).

Bowlby~ cita just.i ficam a

proteção contra predadores corno fluição do comportamento de

apego:

(a) observaç(Ses de vãt-ias espécies de aves e mamiferos mostt-am

a maior probabilidade de um animal isolado ser atacado;

<b) o comportamento de apego é facilmente eliciado por animais

condiç(Ses de idade ou t.amanho se most.ram mais

vulnerãveis aos predadores;

(c) o comportamento de eliciado com alta

intensidade de alarme.

Para Bowlby, a função do comportamento de apego, seria urna

função não s6 biol&3ica~ mas etol6gica~ à. medida que estat-ia

(21)

·

.'.

12 Verifica-se até aqui uma abordagem etológica e biológica para a formação do comportamento de apego; mas como se estabelece este comportamento do ponto de vista de seus elementos ? Qual a participação do bebê e de sua mãe no desenvolvimento do comportamento de apego ?

Bowlby assinala l~m eqlülibt-io dinâmico entt-e mãe e filho. A relação entre ambos envolve comportamentos de todos os tipos~

até mesmo competitivos é incompat1veis. No ent.anto~ alguns t-efet-entes às relações espaciais são primordiais para o

entendimento do compot- tament.o de apego e podem classificadas em 4 categoriais principais:

1) Comportamento de apego da criança

Sistemas comportamentais apresentados pela Ct-i ança pat- a mant.et--se pt-ó)üma à sua mãe.

2) Comportamento da criança de exploração e atividade lúdica

e

um conjunto de sistemas comportamentais com a fl~nção

especifica de extrair informações do meio ambiente. (I

comportamento exploratório transforma o novo em familiar~

convertendo assim~ um estimulo ativador em terminal.

(22)

13

Este comportamento cor responde ao comportamento de ápego do bebê e seu objetivo é manter a proximidade ao bebê.

4) Comportamento da mãe de anlitese aos cuidados mate!rnos

Da mesma fonna que o bebê apresenta compo t- t.ament.os exp 1 Ot- at.6r i os. a mãe' necessita de outTas ato i v idades

desencadeadas out.ros sist.emas compot-t.amenta i s

diferentes daqueles orientados para a maternagem.

Estão aqui inclui dos as necessidades pessoais da mulhet-como por exemplo. suas atividades profissionais e de lazer que visam Pt-eenchet- os out.t-OS papéis da mulher na sociedade que não s6 o de mãe.

Essas compot-t.ament.a i s podem de

intensidade. de momento para momento. podendo um deles estar ausente por algum tempo. Cada um desses comportamentos pode ser afetado pela presença OL~ ausência dos oL~t.ros. Um desses comportamentos pode eliciar ou

inibit-exemplo. o comportamento da mãe de se afastar pode eliciar no bebê o comportamento de apego inibindo ao mesmo tempo seu comportamento explorat6rio e lúdico.

(23)

14

então, que das quat.ro

comportamentais que contribuem para a interação mãe

&

filho, duas são int.t-insecas à criança e atividades

duas à mãe (cuidados maternos e

não-cuidados maternos).

Bowlby ressalta que os comportamentos desenvolvidos na interação mãe

&

filho são acompanhadas de sentimentos e emoções. Pot-tanto, quando esta

estâvel, mãe e filho costumam manifestar int.enso prazet- na companhia um do outro e de tal forma que o amor demonstrado por ambos se transforma em algo intrinseco à natureza humana.

Este ponto de vista, tem gerado ':wandes discusse5es nas investigações atuais, mas os questionamentos que aqui podem ser levantados serão desenvolvidos no último capitulo dest.e tt-abalho.

Todas as formas de comportamento de apego tendem a ser dirigidas por um determinado objeto, a figura especial de apego. Observa-se que inicialmente, o comportamento de apego do

beb~ lê mui t.o Pt-ecât- io, assim, a manutenção da ,:woximidade entt-e

mãe &: fi lho estat-â a cat-go, pelo menos neste periodo, do

compo t- tamento materno. duas

comportamentais são descritas por Bowlby como efeito ct-iança na manutenção do ape':;Jo:

classes at.i vo da

(24)

,

"

.

15

1) Assinalamento

Inclui o e balbucio. Est.es

comportamentos têm corno objetivo capt.ar e ret.et- a atenção

da mãe e conseqtient.ement.E: 1 evat- a mãe à Ct- i ança.

2) Abordagem

Nesta categoria a criança busca e segura a mãe através da

locomoção; agarra-se à ela e costuma ap r esent.a t- sucção

não-nutritiva ou prensa do mamilo.

o

ob j et. i vo des t.e

comportamento é levar a criança à mãe.

Estes comportamentos também podem variar em intensidade. O

sorriso> a locomoção descontralda. a observação e o contato

flsico são comportamentos eliciados quando a intensidade geral

do ape90 é baixa. Já a locomoção rápida e o agarramento são

comportamentos tlpicos quando a intensidade geral do ape90

alta. Observa-se que o choro pode emergir tanto em momentos de

intensidade alta quanto em momentos de intensidade baixa do

comportament.o de ape90. Bowlby denominou tais compot-tament.os de

comportamentos mediadores do apego> j á que levat-ão a cr iança à

manter proximidade com sua figura principal de apego; resultado

(25)

·

1,

16

Os comportamentos mediadores do apego podem ser at ivados por vários motivos e os sistemas comportamentais envolvidos it-ão vat-iat- de acot-do com detenninadas condiç~es. Exist.em duas

condiç~es (uma espacial e outra temporal) que ativam o apego. A

espacial é a distância que a mãe poderá mantet- da ct-iança; a t

temporal é o intervalo de tempo que a criança perceberá como suficiente pat-a iniciar a busca de Pt-oximidade.

condições foram classificadas por Bowlby em 3 categorias que irão variar em forma e intensidade na ativação e finalização do comportamento de apego:

1) Condições da Criança

Condições de fome, dot-, doença, cansaço, fr io. A criança procurará manter de forma altamente intensa a proximidade da mãe e s6 cessará com a real presença materna e contatos fisicos.

2) Comportamento e Paradeiro da Mãe

o

comportamento da mãe em se afastar, se manter ausente e principalmente de desencorajar a proximidade buscada pela criança irá ativar intensamente o comportamento de apego da criança e sua finalização será igualmente intensa.

(26)

17

S~o situaç~es percebidas como alarmantes ou ameaçadot-as

pela Ct- iança.

Bowlby sinaliza que os comportamentos mediadores de tenderão a apat-ecer com menos e

I

intensidade de acordo com a idade e crescimento da criança, não desaparecendo pot- comp I eto.

Da mesma forma7 os comportamentos finalizadores tenderão a

ser menos intensos e rígidos. Assim. quando antes só o contato

fJsico e a pt-esença da mãe final izat-iam o comportamento de apego. após o 30 ano de vida, um leve um olhar

ou uma convet-sa t-elefónica finalizar o comportamento de apego.

1.2 - O DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO DE APEGO

Bowlby apresenta o desenvolvimento do compot-tament-o de

apego no ser humano em 4 fases:

FASE 1: ORIENTAÇãO E SINAIS COM DISCRIMINAÇãO LIMITADA DE FIGURA

Esta fase dura do nascimento até as 8-12 semanas de vida, podendo prolongar-se em situaç~es desfavorãveis.

(27)

·

.

'.

A capacidade do bebê para discriminar uma pessoa de outra

est~ limitada aos estimulas olfativos e auditivos. Geralmente o beb~ apresenta comportamentos orientados para qualquer pessoa a seu redor. Estes comportamentos envolvem movimentos oculares de

acompanhamento, de estender o braço e se agarrar, de e

de balbuciar e podem influenciar o comportamento do adulto que est~ com o bebê, mant.endo-o próximo, pois comumente o bebê

deixa de chorar ao ouvir uma voz ou ver um rosto adulto.

Apesar dos bebês. nesta fase. responderem as pessoas a sua

volta de forma ainda indiscriminada apresentam comportamentos

caracter1st icos:

1) Orient ação

Assim como o bebê tende a responder de maneira especial ao

adulto, as mães t.ambéro t.endem a responder de

especial à seus bebês. Ao colocat- o seu bebê numa orientação face a face com ela. a mãe lhe d~ oportunidade

de ol.)~-la. Ao aconcheg~-lo contra si a mãe pode eliciar t-espústas reflexas que aI ém de or ientar o bebê, lhe dão a

ela, Além disso há lun comportamento visual do bebê em

fixar os olhos no rosto materno enquanto é amamentado. Dessa forma o equipamento perceptual do bebê e o modo corno

(28)

·

",

tende a orientá-lo para a o habilit.a a

familiarizar-se com ela.

2) Voltar a cabeça e sugar

Este movimento pode ser feito de duas formas:

t atTavés do

movimento alternativo de lado a lado (padr~o fixo de aç~o)

e movimento de voltar a cabeça> organizado de fonna mais refinada corno resposta à ~m estimulo t ã t i l .

Bowlby afinna que> inic ialment.e> eis mov i ment.os antecipatórios do beb~ s~o eliciados por estimulos táteis

ou Pt-oPt-iocept.ivos recebidos quando é colocado na posiç~o

para mamar> e n~o por ver o seio ou a mamadeira. Apesar

deste movimento ser provocado com certa facilidade quando o beb~ tem fome, seu efeito é orientar o bebê para a m~e>

mesmo quando n~o vai ser amamentado.

3) Agarrar, prender-se e alcançar

o

agarramento dirigido que ocorre na fase final da infância, tem origem a partir de duas respostas primitivas com as quais o t-ecém-nascido está equipado o reflexo de Moro e a resposta de preens~o.

4) Sorrir 19 II I I I

I

I

1

i

(29)

Segundo Bowlby o padrão mot.ot- do sot-t-iso não é aprendido,

nem é eliciado pela alimentação.

o

inst.inti vo el iciado POt- vários estlmulosp alguns mais

eficazes do que outros. Provavelmente os estimulos eficazes são apresentados pela

familiares ao bebê. A

figura rnat.et-na e

é aumentar a

interação ent.re a mãe e o bebê, mantendo-os,

consequentemente, mutuament.e pt-6x i mos. Dlwante o

primeiro ano de vida, o sorriso do bebê se desenvolve em 4 fases:

(a) Sorriso espontâneo e reflexo

Uma resposta fugaz e incompleta é el iciada POt- vários estimulos: inicia-se no nascimento e dura mais cinco semanas.

(b) Sorriso social não-seletivo

Os estimulas que o eliciam são menos variados. estimulos mais eficazes são a voz e o rosto .-,I_~mano.

(c) Sorriso seletivo

o

bebê se mostra mais discriminat6rio. Além de distinguir 20

(30)

·

1,

vozes~ responde as mais familiares. A partir da 14a.

semana de vida, o bebê responde com um sorriso imediato ao rosto da pessoa que o assiste.

d) Resposta social diferencial

o

sorriso é aberto para figuras familiares e os estranhos são t.t-at.ados di ferent.ement.e, desde r et. t-a i ment.o assustado at.é uma saüdação relut.ant.e OlJ um

sociâvel deliberado.

5) Balbucio

Ocorre quando o bebê estâ desperto e satis feito e também tem corno função estimul at- a intet-ação mãe e cr i ança.

6) Chorar

Os es t.1 mu 1 os sociais são eIs pt- incipai s agent.es final izadot-es ou redutot-es das si t.uações que levam a ocorrência do choro. f:: mais uma fonna de mant.et- a proximidade entre mãe e bebê.

21

il

I

(31)

FASE 2: ORIENTAÇãO E SINAIS DIRIGIDOS PARA UMA FIGURA DI SCR! MI NADA (OU MAl S DE UMA)

Esta fase dura até os 6 meses e o bebê continua a apresentar os mesmos comportamentos da fase anterior s6 que de

t

forma mais discriminada e acentuada para a figura materna.

As t-espostas difet-enciais a est.imulos auditivos são melhot-observadas ap6s as 4 semanas de idade e aos estimulos visuais ap6s as 10 semanas.

Nesta fase o bebê tende a vocalizar mais facilmente quando em interação com sua mãe do que com outras pessoas. Além disso, chot-a quando alguém o pega ao colo que não sua figLu-a matet-na. Da mesma forma, costuma chorar quando vê a mãe se afastar. ou tende a agarrar-se nela quando percebe sua intenção em a fastat--se.

FASE 3: MANUTENÇãO DA PROXIMIDADE COM UMA FIGURA DISCRIMINADA POR MEIO DE LOCOMoçãO OU DE SINAIS

A 3a. fase tem inicio a partir dos 6/7 meses. podendo ser retardada até o 10 ano de vida se houver pouco contato com a figura principal de apego.

(32)

23

repertório de respostas em relação as pessoas~ incluindo o

movimento de seguir a mãe~ o bebê tende se locomovet- em

di t-eção a mãe quando est.a se afasta e não a

percebidas como estranhas; a criança ao rever a mãe

com freqtiência~ batendo palmas ou beijando-a e abraçando-a; ou

t

de usá.-Ia como base para o bebê realizará.

excl..u-sC'5es explot-atót-ias, t-etornando a mãe de t.empos em t.empos.

Alérn disso, quando a ct-iança se sentir ameaçada, com fome,

cansada, tenderá. a buscar o colo materno.

FASE 4: FORMAÇãO DE UMA PARCERIA CORRIGIDA PARA A META

Esta fase se desenvolve a partir da metade do 30 ano de

vida e envolve a utilização de movimentos cognitivos ainda que

primitivos inicialmente.

A criança percebe a figura como um objet.o

independente que persiste no tempo e espaço e que se moviment.a

de um modo previsível num continuo espaço-tempo.

Observando o comportamento materno e o que o inflllencia, a

criança adquire um discernimento intuitivo sobre os sentimentos

da mãe. A partir dai, fixam-se as bases Pi t- e I ac i ünament.o

mút-l~o mãe :>.~ bebê mais complexo denominé ler por Bo~..,lby de

(33)

,

",

24 Percebe-se, a partir das 4 fases do desenvolvimento do

comportamento de apego, '=Iue fatores influem na sua

formação. De inicio, o equipamento sens6rio-perceptual do bebê ao nascer e as condiçe5es amb i ent,a i s fav(wáveis de seu

meio-ambiente que são fLuidament.ai s pat-a a adaptação e evolL~ção do bebê no mundo externo. Além disso, há a i mpot-tânc i a da figura materna por propiciar ao bebê, estimulas (eliciadores e finalizadores) e respostas (eliciadoras e final izadot-as) que possibi I i t.em sua adapt.ação e evolução.

o

pr6prio comportamento de apego passa por um pt-ocesso evolutivo. Se inicia com um movimento indiscriminado do bebê, que a pat-t i t- de sua evolução sensório-perceptiva torna-se discriminado e acentuado com uma espec i f i cament.e. No

pet-iodo seguinte, isto é, após est.a fase, ma i s acent.uada, a criança consegue travar relações com outras pessoas que não a sua figura de apego, justamente por tê-la di SCt- iminado e POt-não se sentir tão insegL~ra e ameaçada corno antes.

1.3 - CONSIDERAÇOES SOBRE ,O COMPORTAMENTO DE APEGO

- Figura Principal e FigUl-as Subsidiárias

Apesat- do comportamento de da Ct-iança

natut-almente dit-igido pat-a a mãe, não si':;mi fica que s6 mantet-á este comportamento com a figura materna, o papel da figLu-a

(34)

principal de apego pode ser ocupado por outra pessoa que não a

mãe natut-al.

Segundo Bowlby, muitas crianças têm mais de uma figura de

apego, no ent-anto, essas pessoas não são t.t-at.adas da mesma rnanei t-a.

A pat-t.it- de obset-vações de bebês, ( 1972)

afirma que o bebê buscarã 'o apego de urna det.e~-rn i nt:"\da fig\..w8, apesar da existência de outras pessoas disponiveis em seu meio.

Bowlby assinala que a escolha que a criança faz de quem

serâ sua figura principal de apego depende da pessoa de quem cuida dela e da estrutura de sua familia.

Assim, além da figura principal de apego, que poderã ser ou não a mãe natural, a criança elegerã outras figuras de apego

as quais Bowlby denominou "figuras subsidiãrias".

Apesar de ser esperado que a criança escolha como

principal de apego sua mãe nat~ral, o papel pode ser assumido

por outras pessoas. Para que isto ocorra, é necessãrio a

"figura substituta" t-t-at-e a ct-iança de tun "modo rnatet-na I l i ou

seja, esta pessoa deve manter urna interação social ativa com a criança e ser capaz de responder a seus sinais e necessidades.

I ,I

(35)

26

No entanto~ torna-se necessário salientar que nem todas as

pessoas que eliciam comportamento social na Ct- i ança,

consideradas figuras de apego. Algumas pessoas funcionarão como

"companhell'as . de br·l nquedo " sem necessariamente eliciar o

comportamento de apego na criança. Contudo, a figura de

poderá, freqUentemente, acumular a b t- i nquedo •

função de compa~heira de

Bowlby observa que, ao contrário do que se poderia supor,

quando um bebê mostra apego intenso a sua figura principal

estará mais propenso a manter comportamento social para outras

figuras discriminadas.

Ainsworth (1972) corrobora esta afirmação,

(com bebês gandas) que quanto mais inseguro for o apego entre o

bebê e sua figura principal, maiot- dificuldade terá

desenvolver ligações com outras pessoas.

Bowlby alerta para o fato de que o comportamento de

também pode ser dirigido para objetos inanimados e cita

exemplo a sucção não-nutritiva e o agarramento.

Em acordo com Winnicott (1953), Bowlby afirma que o

em

apego como

apego

a um objeto predileto não significa doença e pode ser correlato

(36)

27

Seria sinal de preocupaç~o a predileção da criança por

objetos inanimados à pessoas.

Verifica-se~ portanto, a importância da interaç~o social

do bebê com seres humanos para desenvo I v i rnent.o

comportamento de apego e conseq Uentement.e

desenvolvimento ulterior.

Mas que processos estão envolvidos na seleç~o, feita

bebê de suas figuras de apego (principal e subsidiArias)?

do

seu

pelo

Segundo Bowlby~ um processo significativo nesta seleção

set- ia o "feed-back", ou seja~ as ao

compo t- t.amento inicial ao bebê~ o

dadas

levat- iam a

desenvolve-lo com maior intensidade.

A partir de estudos t-eal izados POt- Schaffet- e Emerson

(1964) ~ Bowlby mostra que algumas vat-iAveis n~o

significativas para a intensidade do apego como POt- exemplo,

métodos de alimentação e desmame; sexo e ordem de nascimento da

criança. Contudo, duas variáveis se mostraram extremamente

significativas: a prontidão com que a mãe respondia ao choro do

bebê e a interaç~o social com o bebê, por ela iniciada.

dado observado e também de grande importância é que as mães que

reagiam prontamente ao choro do bebê e com ele int.eragiam~

(37)

este fato não se tornou uma regra. pois pais que não dispunham de muita disponibilidade de tempo. mas interagiam prontamente com seu bebê. dado a Opot-t.unidade. também se t.üt-nat-am figut-as principais de apego.

- As Fases Sensiveis ) Medo de Estranhos

Out.t-O aspecto a ser consid·· do na obset-vação do compot-t.ament.o de apego é o m. :. de est.t-anhos.

Durante o seu desenvolvimento. é comum observar o medo de estranhos em bebês. principa"tmente por volta do 80/90 mês de vida.

Segundo Freedman Schaffet- ( 1966) e Ainswot-th

< 1967). antes de demonstt· at- medo à estt-anhos o bebê passaria por 3 fases sucessivas:

(a) não há discriminação ent.re estranho~ e familiat-es pelo bebê;

<b) h6 urna resposta positiva L estranhos embora n~o da mesma forma que aos fami l ares;

(38)

29

Somente apÓs estas fases, o bebê expressa o medo a estranhos com movimentos de a fastament-o de desa·;u- ado.

Bowlby assinala que não há neces~idade de motivos especificos para este comportamento de medo a estran~os. Para o

autor, a própria estranheza é uma causa comun de medo.

Além disso, Bowlby ressalt-a '~ue há distinção t ,t-t-e o medo

a estranhos e ansiedade de separação; pois a criança expressa o medo a estt-anhos mesmo na pt-esença da mãe,

principal de apego.

o

comp0rtamento de medo a estranhos

ou de

é urna

sua figL~ra

retração ou escapamento de uma situação ou objeto alarmante. A ansiedade de sepat-ação envolvet-ia a aPt-oximação ou permanência com alguém ou em algum lugar considerado seguro.

1.4 - A SEPARAÇãO

Bo~~lby ;ervou, de seus estudos, que o

comportamento da criança frente a uma situação de separação de sua figura princ ipal de apego segue a seguinte seqüência: a

OI Protesto" , onde a criança tenta manter-se

Pt-Óxima à mãe; a segL~nda fase é o do .. Desespero" , qL~ando a ct-iança t-enta t-eave,- a mãe e se most-ra atenta à espera de seu

(39)

30

POt- fim, o t i Desapego" , quando a criança "emocionalmente desapegada" (Bowlby - separação, pAgo 29).

o

aut.ot- assinala que este desapego não se

indefinido se o período de separaç~o n~o for muito longo. Desta forma, a fase de Protesto se refere à angústia de separa~~o. a

fase do Desespero ao desgosto e luto e a fase defesa.

do Desapego, à

Estas reações à separação se toinam marcantes a partir dos

12 meses e como não ~ão observadas durante o nascimento, Bowlby acredita que se desenvolvam durante o primeiro ano de vida.

Verifica-se também, uma variabilidade nas t-eações das crianças às experiências de separaç~o de sua figura principal de apego. Para tentar explicar tal variabilidade,o autot- cit.a dois fatores principais:

a) Condições nas quais a Ct-i ança t-ecebe cuidados quando afastada de sua mãe ou figura principal de apego;

b) Condições nas t-elações q'-~e a ct-iança mantém com set~S pais nos momentos de vida que precedem e que se seguem.

Segundo Bowlby, somente a presença de uma pessoa conhecida

(40)

31

m~e subst i tut.a podem di m i nu i t- a intensidade das t-eaçe5es da criança separada de sua mãe.

Bowlby descreve três formas de comportamento as quais, denominou de manei t-a de formas de compOl't.amento indicat.i vas de medo. São elas: imobil ização, t distância

crescente de um tipo de objeto e proximidade crescente de outro t.ipo de objet.o.

As duas óltimas formas de com~ortamento indicat.i vas de medo, seriam, a grosso modo, uma descrição do comportamento de afastamento e do comportamento de apego respectivamente. Ambos os comportamentos serão encontrados freqUentemente jL~nt.os, já

que apresentam a mesma forma: contra objetos ou situaçe5es percebidos corno ameaçadores.

Mas quais objetos ou si tL~aç<:)es são pet-cebidos corno

ameaçadores e poder eliciar o comportamento de afast.arnent.o e

Segundo Bowlby, dur~nte os primeiros três meses de vida, a pet-cepç~o e os moviment.os da Ct-iança são 1 imi tados às si tuações que provocam respostas indicadoras de aflição t.ensão muscular e movimentos difusos) são: desconfot-t.o,

(41)

:32

A partir do 40 mês a percepção da criança torna-se mais

discriminadora e há o inicio da distinção entre o familiar e o

estt-anho. A ct-iança começa a desconfiat- de t.udo o que não lhe é

familiar e por volta do 80 e 90 mês, a visão de al90 est.t-anho

leva-a a comportamentos indicati vos de medo

(comportamentos de afastamento e ape90).

Portanto, durante o primeiro ano de vida o estranho seria

uma das situaç~es-estlmulos de

medo na criançs. si t.t~aç~es dest.e t.ipo

agi9antamento, isto é. o surgimento rápido de um objeto na

frente da criança e o medo de urna situação prevista quando a

Ct- i atiça, baseada em expet-iências antecipa o

slwgiment.o de LUila si t.uação desagradável.

Ainda é uma incógnita sobre até que pont.o a

criança com sua figura de infllü na sua maneira de

e à situações-estimulo de compot- t.amento

indicadores de medo.

Para Bowlby o medo de separaç~o uma " ap.··endi zagem

associativa" t-elacionada ,à pt-esença ("acessibilidade t-ápida") e

a ausência (" inacessibi I idade") da figlu-a mat.etTla. Apesat- de

fazer referências à Freud e à Melanie Klein1, o autor apresenta

duas hipóteses, a partir de sua teot-ia do compo t- t.ament.o de

apego, sobre o medo de separação:

1 - sQparação - J . BO\Jby - pág 1,;>ó.Cap.12.

(42)

·

.'.

33

10) a criança aprende que a presença da mãe está associada ao conforto e sua ausência à aflição; e como conseqUência passa a

temer sua ausência ou inacessibilidade;

20) diante de situaçe5es-estimulo de medo~ a crianç~ tende a sentir mais medo quando a mãe se acha ausente. Assim ap6s

algumas expet-iências desse tipo, a ausênc i a da mãe set-i a suficiente pat-a despertar si t-uações de medo.

o

pt-ocesso envolvido em ambas as hipóteses, é o que Bowlby denominou de "apt-endiza';:;Iem associativa".

Cont-udo, além destoe processo de a

disponibilidade da figlwa de seria um outro fat-ot

-impot-tante nas t-eaçe5es da ct-iança ao medo de separação.

Urna figura de apego disponível é urna figura que além de se mostt-at- acessível se mostra também recept-i va. Assim, a conf'iança numa figLwa de apego, apat-tir de sua acessibilidade e

receptividade, conduz a criança a duas variáveis:

(1) se a figura de apego é percebida corno respondente

aos pedidos de apoio e Pt"oteção;

(2) se o Eu ( a criança) é percebida corno

(43)

34

Como conseqUência destas proposiç~es. Bowlby conclui

"o modelo de fi9Lu-a de ape90 e o modelo de eu t-endem a desenvolver-se de modo complement-ar e mut-Ué:1ment-e cort-oborant-e"

Portanto. em acordo com a proposta te6rica de John Bowlby. a responsabilidade adulta seria o produto entre a interação do

individuo e cert-as "fi9uras-chave". Pt-incipalrnent-e a fi9LH-a de ape90. Assim sendo, como seria o ape90 e o desenvolvimento de

crianças criadas com a ausência de uma

permanente ou ap6s um período de separação ou de cuidados com

Em 1971, Tizard e Tizard apresentaram um estudo cujo

objetivo era comparar. a nivel c09nitivo e social. dois 9rupos de crianças; um deles era formado por crianças que freqUentavam creches-internato desde os 4 meses com visitas esporádicas da mãe. O out-t-O 9t-UPO era fot-mado POt- ct-ianças que conviviam com

suas familias e cujos lares eram intactos.

Os resultados encontrados mostraram que as crianças das

creches-internato que eram cuidadas em média 06

enfermeiras. às vezes numa única semana, apresentavam 9rande

dificuldade para manter relaç~es sociais. Se mostravam mais

(44)

·

~.

:35

de estranhos era muito mais intenso.

Se9'-~ndo Bow I by, est.es t-esul t.ados se deviam ao ':wande númet-o de figuras q'-~e davam cuidados a ct-iança, di ficul t.ando até mesmo a eleição de uma fi9ura principal. De acordo então com os pontos de vista do autor sobre a influência das relações de ape90 no desenvolvimento da personalidade do individLw o

apego com angústia de crianças criadas sem a pl'esença da figura materna permanente é aI t.ament.e Pt-ejudici aI. (I desenvo I v i rnent.o

emocional destas crianças se de bast.ante Pt-ejudicada.

No que se t-efet-e ao apego com angústia ap6s um per'iodo de separação ou de cuidados de terceiros. é comum que a criança se mostre mais a9arrada e an9ustiada que o periodo anterior a

sepat-ação.

Bowlby assinala a importância da estabilidade encontrada pela criança em seu lar. Crianças criadas em lares estáveis não se mostram tão an9ustiadas com os breves periodos de separação de sua fi9ura principal de ape90 quanto aquelas de

inst.á.veis. Esses inst.ávei s, f t-eq Uent.ement.e

constt-uidos POt- pais com pet-sonal idade t.ambém instável, ist.o é, pais que geralmente se mostram hostis e irascíveis para com a Ct- iança.

(45)

36

Para Bowlby este é um dos mais importantes determinantes

do apego com angústia em criamças criadas em seus I at-es. Além

disso~ tais crianças, assim como as da creche-internato, teriam

um desenvolvimento emoncional imprevis1vel devido aos modelos

de figura de apego que teriam nestes pais.

Apoiado no conceito Bandura ( 1968) da

aprendizagem por observação, BO~'JI by ressalta mais ainda, a

importância dos modelos de figura de apego no desenvolvimento

da criança, pois as apre~entadas pela criança, ao

enft-entat- si tuações-est.1rnulo de medo corno a exposição a

estranhos ou a separação na figura principal de apego, t.arnbém

podem ser influenciadas pela maneira corno o modelo da figura de

apego reage a t.ais si tuaç(5es.

A pat-tit- da apt-endizagern POt- observação, há a tt-ansmissão

cultural da noção das situações ameaçadoras e das que fot-necem

segut-ança.

Assim, a criança apt-enderia, obset-vando e imi t.ando o

comportamento do adulto, à discriminar a ameaça e a segurança.

Através da aprendizagem pela observação e conseqtienternente

pela imitação, Bowlby ressalta que:

(46)

·

:J.

37

situaç~o apresenta para uma criança ou para um adulto

apt-eciavelmente atenuadas, ou mesmo

extinguidas, se essa criança ou esse adulto notar que

outt-as pessoas enfrentam a si tuação sem medo e sem

sofrer consequências danosas".

(Separação. 1984, pág. 174~.

Este será então o ponto de investigação deste estudo:

verificar se a atitude da mãe (modelo de de

ft-ente a ct-eche (si tuação-est.1mulo da angústia de sepat-ação)

influi na adapt.ação (t-elaç25es sociais e de apego) da ct-iança à

instituição.

Contudo, seguir-se-á no prÓximo cap1tulo algL~mas

(47)

CAPITULO 11

ATITUDE E DISSONÂNCIA COGNITIVA

Segundo Bowlby a forma como uma criança

determinadas situaçôes podem comport~mentos de

medo, depender~ de como os adultos a sua volta enfretam tais

si tuaçe5es. Pois att-avés da aprendizagem (obset-vaçãol imi t.ação) a criança poderá reagir de forma menos intensa a estas situaçôes,

desde que as observe nos adu I t.os que tem corno modelo, principalmente a figura de apego. Assim, há uma transmissão

cultural de valores, afetos e conhecimentos acerca de objetos e si t.uaçe5es do meio arobient.e. Neste caso, então,

alguma influência na t-eação da ct-iança à. creche, da

E a mãe, não poderia sofrer influência também desta mesma

transmissão cultural, no qlJe di z a mat.et-nidade e

Tentando compreender melhor tais quest~es> estudat--se-á, neste capitulo, alguns conceitos referentes a Psicologia Social

(48)

39

2.1 - ATITUDE

No inicio do século as atitudes e disposições

comportamentais eram estudadas com a finalidade de prever as ações hLunanas.

Thurstone (1928) definiu a atitude como afeto pró ou

contra determinado objeto. Contudo esta definição não estaria

necessariamente relacionada ao comportamento, já que um

individuo pode ou não agir de acordo com seus sentimentos.

A par-ti r- destes pontos de vista, desenvolveu-se uma

definição geral de Atitude: uma predisposição aprendida

responder de maneira consistentemente favorável ou desfavorável a respeito de um dado objeto.

Em 1947, Doob define at~tudQ como uma resposta implicita, produtora de tensão e socialmente significante na sociedade do

individuo. Acrescenta também que a atitude geral de uma pessoa pouco fala de um comportamento particular. Somente a atitude

relativa a um objeto pode infor-mar sobre o padrão de

comportamento de um individuo relativo a este objeto.

Na mesma época, Salomon Asch define atitude como um

sentimento nuclear do individuo, uma ação complexa e

(49)

,

40

arraigados, de origem emocional e cognitivo. Assim, a atitude

passa a ter uma visão t.t- i d i mens i ona I, sendo const.i t.uida

tn~s componentes: um cognit.ivo (ct-enças ou idéias), um afetivo

(sentimentos e emoç~es) e um compot-t.amental (Pt-edisposições) .

Portanto, o centro racional de uma atitude é ~ categoria

conceitual dos objetos ou eventos aos quais se dirige. Por

isso, o tet-mo ati tude é sempn=~ emPt-egado como refenê·ncia a um

objeto especifico. Estes objetos podem ser pessoas, classes de

pessoas, instituiçeíes,

Associado a este elemento cognitivo estâ o componente

afetivo. São sentimentos que surgem no decorrer da experiência.

Podem set- vistos como uma em

atividades. São uma necessidade capaz de produzir uma

de cuidado com o objeto e dotâ-Ia de grande importância.

Asch ressalta que a qualidade afetiva da atitude se liga

diretamente com tendências que se orientam pat-a a ação. Desta

forma, os sentimentos positivos geralmente levam à t.endências

de aproximação para com o objeto da atitude, e os sent i ment.os

negat.ivos, POt- sua vez, levam à t.endências de afast.amento pat-a

com o objeto.

Além disso, Asch considera a atitude um conce i t.o social

(50)

·

:J,

41

pOl'"ql~e apat-ecem diant.e de condições pet-cebidas de dependência mútua. Ou seja. a função social da at.i t.ude t.ürna -se cl at-a quando o ponto de vista do individuo entra em conflito com o do grupo. Como .o individuo faz parte de um campo social. sua

opinião o coloca numa t-elação definida com os out.t-os. que não são indi fet-entes à seu ponto de vist.a (dependência ~nút.ua) . Est.a visão tridimensional da atitude dá origem a vários estudos e em 1975. Fishbein e Ajzen distinguem quatros conceitos sociais

básicos: crença - t-efet-e-se a infot-mação que o individuo t.em a respeito do objeto da atitude. Cada crença liga um objeto a um (I obj et.o pode const.i t.uldo conce i t.os.

comportamentos. pessoas. event.os. O atributo pode ser

const.i tuido POt- qualidades. A da

associação do objeto com o atributo é então denominada força da crença; intenção - t-efet-e-se ao pt-opósi to que um individuo tem de desempenhar um comportamento. O grau em que o individuo

considera que vai desempenhat- determinado comportamento é

denominado de força de intenção; comportamento

unicament.e às ações obset-váveis do individuo. Se opondo à visão t.t-idimensional. Pt-opõem uma definição unidimensional da atitude (quarto conceito básico) que seria uma quantidade de afeto pró

ou contra algum objeto. sugerindo uma medida através de um procedimento que localize sujei t.o nl~ma dimensão bipolar. avaliativa ou afetiva em relação a um dado objeto. Os elementos cognitivo. afetivo e conativo não se juntam para compor a

(51)

Por-tant.o, a at.i t.ude de uma pessoa em a determinado objeto será relacionada:

1) com o conjunto de suas crenças sobre o objeto ~ não a

uma crença especifica;

2) ao conjunto de suas int.enções em t-elação a esse objeto

e não a uma intenção específica;

3) ao padrão geral de compot-t.ament.os relacionados com esse objeto e não com um comportamento especifico.

42

Quando a intenção do individuo determina correspondente é determinado por dois fatores:

o comportamento

(a) pessoal: 6 a avaliação pr6 ou contra de um indivíduo em relação ao desempenho do comportamento (atitude em relação ao comportamento);

(b) social: é a percepç~o da pessoa a respeito das presse5es sociais (normas subjetivas).

2.2 - DISSONÂNCIA COGNITIVA

A teoria da Dissonância Cognitiva foi i nt. r OdlJ:Z i da na Psicologia Social por Leon Festinger em 1957.

(52)

: {

43

A dissonância ocorre quando e 1 ement.os cO';õlni t.i vos,

relacionados entre si e t-elevantes. sao A

pessoa que experimenta a dissonância procurar~ reduzi-la e sirnul t.aneament.e evi t.at-~ si t.uações e infonnações suscept.1 veis de auft1ent.~ -1 a (busca de consonânc i a) .

A dissonância pode ocorrer med i ant.e: informações novas. circunstâncias incontrol~veis. inconsistência lÓ03ica. h~bitos

cul t.ut-ai s e di scot-dânc i a a de l~rna

Fest.inget- dissonância como vat- i ~vel

subjetiva> isto é> a dissonância não se define pelas condições

externas do ambiente. mas em termos de experiência intetTla do individuo. Assim. inconsistências que são evidentes para urna pessoa podem ser percebidas corno consistentes e coerentes por out.t-a> att-avés da t-elação e distinção pet-cept.iva.

Festinger aborda a dissonância em referência aos seguintes

temas: consequência das decisões, efeitos da condescência

forçada; exposição volunt~ria e i nvo ll~nt.~t-i a às papel de apoio social quanto aos processos de fenÔmenos de massa.

infot-mações; influência e

Os três primeiros tópicos foram os mais investigados pelos

pesquisadores e alguns dados foram considerados t-el evantes.

(53)

·

"

.

44 engajamento em uma situação desagradável (para o sujeito). sem

Quanto à condescendência

verifica-se o efeito do engajamento em comportamento contrário

aos principios de uma pessoa sob recompensa.

Aliado ao fenômeno da dissonância há o fenômen~ da redução

novos elementos cognitivos. principalmente na busca de novas

infonnações; mudança de compot-t.ament.o. mudança de atitude e

t-eot-ganização das cognições já exist.ent.es.

Contudo. para que haja dissonância. não é

suficiente uma situação objetiva de dissonância cognitiva.

Torna-se necessário o conhecimento de como ela afeta os apectos

estruturais da personalidade e qual o grau de significação que a situação dissonante adquire perante o individuo que a

expet- i menta.

Em determinadas situações podem ocorrer "resi st.~nci as" a redução da dissonância:

(a) a mudança de comportamento pode ser possi velo tão drástica que sugere prejuizos e sofrimento;

(b) os apectos positivos associados ao elemento dissonante determinarão uma contra-pressão, ou resistência à redução

(54)

45 da dissonância;

--

....

.

"

-..

,"p (c) pode haver aspect.os emocionais , envolvidos no

compo t-tament.o. inal t.et-áveis at.t-avés da vont.ade e o novo

..

-

comportamento pode ser desejável mas não faz part.e do

repertório da pessoa .

....

.

-- ELEMENTOS AMBIENTAIS:

,

-As possibilidades de mudança si t.uam-se na obt.enção de

apoio ou consenso de outras pessoas.

Além disso, o eIement.o pode em

consonância com outros elementos. t.ambém t-elevant.es. Assim.

alterá-lo significa provocar desarmonia.

o

fenômeno da reduç~o da di ssot-,ânc i a t.em sido alvo de

inómeras investigações, que podem agrupadas da seguinte

(1) o que motiva a t-edução da dissonância é a necessidade de

es t.abe 1 ece t- um estado de coet-éncia as cognições

dissonantes;

(2) o que mot.iva a t-edução da dissonâticia é a necessidade de

(55)

·

~.

46

este objetivo, a eliminação da

dissonância torna-se desnecessâria;

(3) o que motiva a redução da dissonância é a necessidade de

manter uma identidade favorâvel aos olhos dos outros~

Steele e Liu (1981,83 e 88) são os proponentes da se9unda

alternativa teórica acima apresentada.

o individuo busca a da

dissonância porque tal estado constitui uma ameaça ao eu e .à

auto-afirmação. Se a proteção do eu e a auto-afirmação do

individuo podem ser conse·~uidas de outras maneiras, sem o

est.abeleciment.o da consonância de suas c09nições, então a busca

da coen~ncia tOt-na-se desnecessât- ia.

Vârios estudos estão sendo realizados na tentativa de

testar a hipótese apresentada por St.eele e Lil~. Al9uns t.em corroborado tal hipótese, mas al9uns melhoramentos concernentes

aos instrumentos utilizados estão sendo exi9idos pat-a a

t-ati ficação defini t.i va dest.a nova Pt-opost.a t.eót- ica acet-ca da

redução da dissonância.

2.3 - A ATITUDE E A DISSONÁNCIA NA MULHER (MãE)

Imagem

figura  rnat.et-na  e

Referências

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