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Vozes que saem das mãos: o ensino de Astronomia para surdos

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Academic year: 2020

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VOZES QUE SAEM DAS MÃOS:

O ENSINO DE ASTRONOMIA PARA SURDOS

VOICES COMING OUT OF HANDS:

TEACHING ASTRONOMY FOR THE DEAF Bruno Rocha Xavier

Universidade Cruzeiro do Sul, bruno.xavier76@gmail.com Marcos Rincon Voelzke

Universidade Cruzeiro do Sul, mrvoelzke@hotmail.com Orlando Rodrigues Ferreira

Universidade Cruzeiro do Sul, astromovel@ig.com.br Resumo

O aprendizado de Astronomia entre deficientes auditivos atualmente é uma possibilidade remota no Brasil, algo que praticamente não ocorre ou, quando acontece, em geral é muito limitado. Para que o Ensino de Astronomia seja melhor estruturado entre as crianças e os jovens surdos em idade escolar, se torna necessário antes ampliar os recursos da Língua Brasileira de Sinais (Libras), fortalecer a preparação de professores, desenvolver recursos didáticos mais alinhados com a experiência sensorial dos surdos e até repensar aspectos de organização nos ambientes de aula. A Astronomia é muito importante para a formação educacional dos surdos e tem um significativo papel na sua introdução aos fundamentos da Ciência e motivação para o conhecimento científico.

Palavras-chaves: Astronomia; Libras; Surdo; Aprendizado; Educação Abstract

Astronomy learning among deaf is currently a remote possibility in Brazil, something that hardly happens or, when it happens, is usually very limited. In order to improve Astronomy Education among deaf children and school-aged youth, it is necessary to expand the resources of the Brazilian Language of Signals (Libras, acronym in brazilian portuguese), strengthen the preparation of teachers, develop teaching resources more aligned with sensory experience of the deaf and even rethinking organizational aspects in classroom settings. Astronomy is very important for the educational background of the deaf and has a significant role in its introduction to the fundamentals of science and motivation for scientific knowledge.

Keywords: Astronomy; Libras; Deaf; Learning; Education Introdução

O Ensino da Astronomia para pessoas surdas por intermédio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) é extremamente raro e se restringe a eventos ou situações especiais, como uma palestra, um seminário, curso ou debate. Não existe nada além desse horizonte para

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aumentar o grau de conhecimento dos deficientes auditivos sobre esse assunto. No entanto, a Educação em Astronomia pode ser desenvolvida com alunos surdos do Ensino Fundamental (EF) e Ensino Médio (EM), estimulando não somente os seus interesses por essa área da Ciência, mas igualmente transmitindo fundamentos do pensamento científico e incentivando o gosto pelo conhecimento.

O Ensino da Astronomia pode representar um potencial significativo para a evolução cognitiva e cultural dos deficientes auditivos, o que também pressupõe maiores oportunidades de socialização e inclusão para esses cidadãos. Ademais, possui ainda a virtude de agregar capacitação intelectual aos surdos de todas as idades por meio de ações didáticas específicas, sejam pontuais ou abrangentes, como seminários, workshops, oficinas, cursos, visitas em Observatórios, Planetários, Museus de Ciências e demais espaços de ensino não formal, entre outras inúmeras possibilidades.

Este é um cenário de desafios e, colaborando para superá-lo, se discute neste artigo as dificuldades que o Ensino de Astronomia encontra para transmitir informações e conhecimentos por meio da Libras, assim como os recursos e práticas que poderiam ajudar a transpor esses obstáculos e melhorar a eficácia didática, pedagógica e metodológica do ensino junto aos deficientes auditivos.

O descompasso

Nas Escolas Especiais para surdos, que mantêm turmas regulares de EF e EM, os conhecimentos relativos à Astronomia são em geral abordados de forma bastante simples e superficial por intermédio das disciplinas de Geografia e de Ciências da Natureza, como informações básicas sobre as características da Terra, do Sol e de outras estrelas, dos planetas, da Lua e das relações entre esses corpos celestes. O que significativamente é pouco para estimular o interesse pelos estudos astronômicos e para fixar uma compreensão mínima do Universo, mesmo considerando o potencial de atração que a Astronomia naturalmente exerce sobre as percepções e os sentimentos das pessoas devido ao fascínio e à grandeza que ela envolve.

Esse descompasso entre a dimensão da Astronomia e o seu aprendizado ínfimo nas Escolas Especiais para surdos está relacionado, em indubitável parte, à situação orgânica e estrutural da própria linguagem utilizada na comunicação e ensino para deficientes auditivos, a Libras, que apresenta limitações para representar os fenômenos naturais1 e os

conceitos envolvidos na sua explicação e compreensão. Um exemplo que evidencia essa dificuldade: não se consegue encontrar professores (astrônomos, físicos ou astrofísicos) com domínio e versatilidade no uso da Libras, o que permitiria uma aproximação mais fácil com os alunos e uma fluidez melhor das informações, mesmo considerando as limitações existentes nos próprios recursos da língua, como se observará adiante.

Segundo Alves (2012), o desalinhamento em relação à linguagem pode gerar estranhamentos entre professor e aluno quanto à interação do aprendizado. O aluno possui uma limitação sensorial (perda auditiva) e implicações cognitivas e comportamentais podem não ser percebidas em todas as suas dimensões, se tornando muitas vezes

1 Essas limitações da mesma maneira parecem existir com relação aos fenômenos sociais e psíquicos, embora não sejam

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incompreendida pelos professores e àqueles que participam da organização escolar. Também comenta que o primeiro contato com uma pessoa surda pode ser um momento impactante, talvez uma primeira impressão de estranhamento e incompreensão, que leva as pessoas ouvintes a não entenderem como o surdo pode expressar suas ideias por intermédio de movimentos das mãos em relativa velocidade.

Língua Brasileira de Sinais (Libras)

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a “língua natural” das comunidades surdas. Não é simplesmente um amontoado de mímicas ou gestos casuais e soltos, utilizados pelos deficientes auditivos para facilitar a comunicação. As denominadas línguas de sinais possuem estruturas gramaticais próprias e articulam-se por meio dos níveis linguísticos fonológico, morfológico, sintático e semântico, por exemplo, o que se denomina por “palavra” ou “item lexical” nas línguas orais-auditivas corresponde ao sinal em Libras e o que a diferencia das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial, conforme estabelece a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002 (BRASIL, 2002).

A Libras é ensinada aos deficientes auditivos em Escolas especializadas, durante a alfabetização e formação, da mesma forma por instituições e associações esportivas ou culturais ligadas aos poderes públicos, ações comunitárias, clínicas de fonoaudiologia e até por núcleos informais de convívio que procuram integrar os surdos e estimular o fluxo de informações entre eles, principalmente em centros urbanos de maior porte.

O desenvolvimento da linguagem, do conhecimento e da capacitação das pessoas caminham juntos. No caso dos surdos, se enfrenta primeiro as limitações estruturais e semânticas de sua própria linguagem, como se observará adiante, mas existe um desalinhamento entre demanda e oferta de Educação estruturada com o uso da Libras.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (2017), o Brasil tem 9,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva (parcial ou totalmente surdos), o que representa cerca de 5,1% da população brasileira. Deste total, por volta de 2 milhões possuem deficiência auditiva severa (1,7 milhão tem grande dificuldade para ouvir e 344,2 mil são surdas com perda entre 70 e 90 decibéis) e 7,5 milhões apresentam alguma dificuldade auditiva. No que se refere à idade, cerca de 1 milhão de deficientes auditivos são crianças e jovens até 19 anos. O IBGE (2017) da mesma forma indica que um número maior de deficientes auditivos, em volta de 6,7 milhões, está concentrado nas áreas urbanas, sendo que no Estado de São Paulo, por exemplo, há 560 mil surdos e, destes, 120 mil na capital paulista. No entanto, no município existe atualmente apenas sete Escolas especializadas para deficientes auditivos, isto é, Escolas de Educação Bilíngue em Libras e português2. Esta oferta configura possivelmente uma base insuficiente de ensino,

geradora de reflexos negativos sobre a capacidade linguística da comunidade surda e do seu potencial para desenvolver conhecimentos mais complexos de Ciência, como é o caso da Astronomia.

2 Derdic/PUC-SP, Instituto Seli, Colégio Rio Branco, EMEBS Prof. Mário Bicudo, Helen Keller, Instituto Santa Terezinha e

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Insuficiência de linguagem

Em termos léxicos e semânticos, a Libras está aquém da língua portuguesa, pois a sua estrutura tem menos recursos para cobrir a realidade física e as ações humanas, isso se aplicando inclusive ao domínio do conhecimento científico. Tanto que a Astronomia enfrenta claramente essa limitação em Libras, onde palavras como nebulosa de emissão,

heliocentrismo e ultravioleta, entre muitas outras, não possuem sinal correspondente .

Então, nessas situações surge o emprego da datilologia, um alfabeto manual em que cada letra da língua escrita possui um sinal específico correspondente [Figura 1], como se as palavras fossem “digitadas” letra por letra pelos sinais das mãos.

Figura 1 - Datilologia ou alfabeto manual.

Fonte: Uso livre, adaptado por B. R. Xavier, M. R. Voelzke e O. R. Ferreira, jun. 2019.

A datilologia é um recurso que os deficientes auditivos utilizam quando não dispõem de sinais em Libras, sendo usada para soletrar nomes de pessoas, ruas, objetos e palavras não contempladas na língua dos sinais. No entanto, é importante destacar que o alfabeto manual da datilologia não substitui o uso correto dos sinais, pois, assim como em português, a Libras possui um léxico próprio (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS SURDOS, 2009).

A edição digital do Dicionário da Língua Brasileira de Sinais (ACESSIBILIDADE BRASIL, 2011) [Figura 2] é mantida pelo governo federal e nele se encontram algumas poucas referências aos verbetes relacionados à Astronomia, com apenas seis sinais (planeta, cometa, Lua, Sol, eclipse e estrela), o que é pouquíssimo para se caracterizar ou ajudar a compreender os objetos e fenômenos do Universo, ou seja, faltam sinais para supernova, galáxia, Saturno, Júpiter, planeta-anão e muitos outros corpos celestes, o que seria fundamental para se formar uma visão integrada dos estudos da Astronomia.

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Figura 2 - Site Dicionário da Língua Brasileira de Sinais, V3 2011. Fonte: Acessibilidade Brasil (2011).

O Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: A Libras em suas Mãos (CAPOVILLA et

al., 2017; COSTA, 2018), em três volumes, apresenta apenas 20 sinais3 relacionados à

Astronomia, repetindo o quadro de escassez observado no site do Dicionário da Língua Brasileira de Sinais (ACESSIBILIDADE BRASIL, 2011). Entretanto, esta aparente escassez não significa necessariamente a inexistência de outros sinais, como esclarecem Alves, Peixoto e Lippe (2013). Indica apenas que primeiro é necessário fazer uma pesquisa entre a comunidade surda para verificar se há sinais correspondentes à linguagem da Astronomia que estejam sendo utilizados informalmente ou em lugares específicos e, por algum motivo, ainda não estão disponíveis nos dicionários.

Fontes de equívocos

Alves, Peixoto e Lippe (2013) destacam que os 20 sinais encontrados no Dicionário da Língua de Sinais do Brasil [Figura 3] (CAPOVILLA et al., 2017) apresentam definições

3 Astronomia, eclipse solar, eclipse lunar, estações do ano, verão, outono, primavera, inverno, estrela, Lua e as fases

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em geral redigidas de uma forma complexa e de difícil compreensão, além da presença ocasional de dados equivocados, embora a excelência da publicação.

Figura 3 - Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: A Libras em suas Mãos,

três volumes, (CAPOVILLA et al., 2017).

Fonte: Editora da Universidade de São Paulo-Edusp, 2019.

A este respeito, relatam alguns exemplos que podem levar o leitor a um entendimento equivocado dos conceitos ou fenômenos do Universo, como:

 Na explicação sobre o sinal designativo da Lua, o Dicionário da Língua de Sinais do Brasil informa que ela completa seu período sideral em 29 dias, o que não é verdade, pois o tempo correto é de aproximadamente 27,32 dias (27d07h43min.11seg.). Outro erro: a publicação registra que a distância média entre a Lua e a Terra é de 353.680 km, quando o correto é 384.421 km (HORVATH, 2008).

 Na definição de Sol, o Dicionário da Língua de Sinais do Brasil escreve incorretamente que o astro é uma estrela central, porém, segundo a Primeira Lei de Kepler4 (Lei das órbitas), o Sol não está no centro, mas em um dos focos das

órbitas elípticas da Terra5, dos planetas e demais objetos do Sistema Solar

(OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2013).

 Com relação às estações climáticas do ano (primavera, verão, outono e inverno), informa que são ocasionadas pelo movimento da Terra (revolução; translação) ao redor do Sol. No entanto, as estações ocorrem devido a inclinação de 23º26’21” (equinócio 2000.0) do eixo de rotação terrestre em relação à

4 Primeira Lei de Kepler (Lei das Órbitas): Um planeta – e outros objetos do Sistema Solar – em órbita em torno do Sol

descreve uma elipse em que o Sol ocupa um dos focos.

5 A pequena excentricidade da elipse da órbita terrestre é de 0,0167 e que, se repres entada em escala métrica, seria

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perpendicular da eclíptica, também sendo exatamente igual ao ângulo formado entre o plano do equador terrestre e o plano da eclíptica (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2013).

Alves, Peixoto e Lippe (2013) ainda esclarecem que outra fonte potencial de equívocos está nos regionalismos e demais variações que acontecem com a maioria das línguas, inclusive com Libras. Há vários sinais cuja forma é variável de uma região para outra e isso acontece também com sinais relativos à Astronomia, como os referentes às estações do ano e aos pontos cardeais. Outro ponto é a insuficiência simbólica de certos sinais ou a falta deles para variações específicas de um mesmo elemento ou fenômeno.

Novos símbolos

Constata-se que muitos conceitos da Astronomia ainda não fazem parte do universo cultural dos surdos. De acordo com Lacerda (2010), isso acontece porque o

"[...] trabalho de interpretação e adaptação dos conhecimentos dessa área vai além do campo linguístico e torna-se uma tarefa complexa, cujo desafio é assegurar um bom grau de fidelidade aos significados originais dos conceitos e estudos de Astronomia, mas sem desconstruir Libras". (LACERDA, 2010, p.147-148)

Porquanto, se em Libras não há sinais para expressar certos fenômenos astronômicos, a prática da comunicação poderá constituir novos símbolos e novas derivações do léxico por meio da cooperação entre os próprios surdos. Isso ampliaria o espectro da linguagem e dentro de uma visão mais adequada às necessidades e ao contexto do aprendizado dos deficientes auditivos.

Para o surdo este é o desafio essencial com relação ao estudo da Astronomia, pois ele tem menor acesso a palavras do que um ouvinte, que é bombardeado por comunicação verbal e sonora o tempo todo. Além disso, no diálogo cotidiano com os surdos, o mundo adulto ouvinte em geral direciona os assuntos para a realidade concreta (por embaraço de comunicação), o que dificulta ao surdo conviver com temas abstratos e desenvolver adequadamente o pensamento abstrato e conceitual, acentuando as suas dificuldades de aquisição da linguagem científica.

Entre os surdos, a aprendizagem sobre Astronomia e conceitos científicos em geral se constitui em desafio que pode ser melhor equacionado. Atualmente, o professor muitas vezes não tem ou não consegue desenvolver recursos pedagógicos mais adequados à realidade dos surdos e, dessa maneira, permanece sujeito a um sistema educacional convencional, que nem sempre contribui para que possa adquirir metodologias de ensino mais amigáveis aos alunos deficientes auditivos, compondo assim um outro tipo de interação.

Construindo um novo diálogo

Pensar em um ensinamento mais eficiente de Astronomia para os surdos significa contemplar sua diversidade e respeitar as limitações e potencialidades que apresentam. Além disso, os deficientes devem ser considerados como pessoas atuantes e protagonistas

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no processo educacional, principalmente para superar os obstáculos de linguagem e desenvolver alternativas para elas. Deve-se proporcionar ao surdo um grau de autonomia que permita a sua participação na elaboração e sistematização das suas necessidades de aprendizado e das melhores práticas de transmissão, o que também significa participar da própria evolução da Libras e contribuir para o aprimoramento e desenvolvimento das políticas públicas para a questão.

Segundo Freire (2001), um sujeito autônomo é aquele que se constrói pelo diálogo com o mundo e pelo aprendizado por intermédio do falar e do escutar, mas ao mesmo tempo estando aberto para aprender, pois ninguém se educa se não houver uma relação mútua de aprendizado entre indivíduos. Outros ainda defendem a posição do ser humano aberto e inacabado, onde as relações do saber se constroem a partir das relações sociais, pois o Homem é um ser social e político.

Na perspectiva dos deficientes auditivos, isso tudo exige um processo de ensino-aprendizagem que também ajude a construir e desenvolver o próprio ambiente da Libras, enriquecendo o diálogo entre os sujeitos desse processo, como o professor bilíngue, o professor surdo, o aluno surdo e o intérprete (SOUZA, 2007). Só assim será possível realizar de modo pleno o objetivo projetado por Soares (2001):

“[...] não se pretende que a escola ofereça a mera alfabetização do aluno surdo, que é apenas a ação de ensinar/aprender a ler e escrever; pretende-se alcançar o letramento do surdo, que consiste no exercício das práticas sociais aprendidas no ambiente escolar.” (SOARES, 2001. p. 47).

Aprofundando a aprendizagem

Pelo que a experiência tem mostrado, para se realizar um ensino mais eficiente da Astronomia para os surdos é preciso desenvolver novos sinais em Libras, de modo a facilitar o seu entendimento e aprendizado no EF e EM, bem como para adultos em atividades educacionais extensivas. Isto porque, como anteriormente observado, mas sempre importante enfatizar, muitas palavras referentes aos corpos celestes, fenômenos e processos estudados pela Astronomia não possuem sinais correspondentes em Libras.

Diante do quadro de insuficiência da Libras em representar objetos e conceitos da Astronomia, se conclui que com os recursos limitados dessa língua o aprendizado dos deficientes auditivos tende a permanecer nos graus mais elementares e básicos desse segmento da Ciência. Para se transformar essa lamentável realidade é preciso, entre outras muitas providências, o desenvolvimento de sinais que consigam expressar melhor a riqueza dos conhecimentos astronômicos.

Essa é uma experiência concreta que, inclusive, um dos autores (Xavier) já vivenciou quando convidado para proferir palestras sobre Astronomia para surdos em Escolas Especiais paulistanas, como o Instituto Santa Teresina, o Instituto Seli, o Colégio Rio Branco [Figuras 4a/b], a EMEBS “Prof. Mário Bicudo”, a EMEBB "Neusa Bassetto" e um grupo de alunos surdos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi um desafio para o autor, também surdo, pois foi preciso fazer adaptações prévias de sinais, assim como improvisar durante as palestras e ainda recorrer à datilologia. Em cinco dessas

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ocasiões se discorreu sobre o Sistema Solar para jovens do EM e, no caso da UFSC, o assunto para os alunos surdos foi o Sistema Terra-Lua.

As dificuldades de comunicação dessas situações demonstraram claramente que é preciso se desenvolver de maneira mais sistemática novos elementos da linguagem de sinais e recursos didáticos específicos para melhor difundir a Astronomia entre os deficientes auditivos, estejam estes em idade escolar ou adulta. Seria certamente um passo decisivo para difundir e aprofundar os conteúdos dessa Ciência na comunidade dos surdos, com impacto positivo em sua formação geral e Educação Científica em particular, fator importante para melhorar o potencial de sua inclusão social.

Figuras 4a/b - Palestra de B. R. Xavier, em 2 de maio de 2016, para alunos

surdos do EF do Colégio Rio Branco, Cotia/SP.

Fontes: Arquivo do Colégio Rio Branco; acervo de B. R. Xavier, 2016. Teoria e prática

Do ponto de vista sensorial o organismo humano é uma máquina em equilíbrio, com os sentidos se integrando e completando no conhecimento do mundo. Quando um ou mais dos sentidos apresentam alguma limitação, o ser humano desenvolve naturalmente uma prontidão maior para os outros sentidos, buscando alguma compensação para compreender o ambiente em que vive. No caso dos cegos, exemplificando, estes aprimoram os sentidos da audição e do tato, enquanto que para os surdos a visão é um importante recurso compensatório. Desse modo, em relação à Astronomia para deficientes auditivos é desejável organizar uma grade curricular pedagógica e didaticamente mais adequada, de maneira que proporcione uma metodologia de ensino que aproveite melhor o seu ponto forte sensorial e cognitivo, a visão, para se permitir um aprendizado melhor.

Nessa perspectiva, pensando principalmente em crianças e jovens surdos do EF e EM, alguns tipos de conteúdos podem estimular melhor a compreensão devido ao seu potencial de estudo visual, como observações do céu, sistema de medidas e de coordenadas, instrumentação astronômica, objetos de céu profundo (deep sky), fenômenos celestes e tecnologia espacial, entre outros temas. Do mesmo modo, se torna importante a realização de visitas e atividades em espaços não formais de ensino, como Observatórios, Planetários e Museus de Astronomia e de ciências e afins. A prática em telescópios também é fundamental, pois permite realizar observações celestes e, neste caso, “observar” não significa simplesmente ver ou olhar, mas compreender melhor ao se analisar os corpos celestes detalhadamente. O uso de maquetes, como do Sistema Solar e outras, é um recurso bastante positivo, tanto pela visualização como pela interação com os mecanismos do Universo.

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O fundamental é possuir a consciência de que as imagens são ferramentas essenciais para facilitar a aprendizagem dos surdos, particularmente se relacionando à Astronomia: imagens da National Aeronautics and Space Administration (NASA), do Hubble

Space Telescope-HST e do European Southern Observatory (ESO); vídeos nos sites da

NASA, do European Southern Observatory (ESO) e também no YouTube (YT) e portais análogos; assim como os documentários e as séries televisivas, como Cosmos e The

Universe, entre outras. Igualmente importantes são as Tecnologias da Informação e

Comunicação (TICs) e os programas (softwares) gratuitos, como o Stellarium (c. 2019) e o Celestia (c. 2019), capazes de simularem o céu em todos os seus aspectos (constelações, planetas, luas, estrelas, eclipses, etc.) em tempo real ou em quaisquer épocas e coordenadas terrestres e celestes.

Experiências didáticas

As atividades práticas são ferramentas essenciais para o Ensino de Astronomia para alunos surdos, pois envolvem melhor o sentido da visão e compensam significativamente as limitações da deficiência auditiva, capturando melhor a atenção e facilitando a aprendizagem. Na sequência, algumas possibilidades desses recursos [Figuras 5a/b, 6, 7, 8a/b, 9a/b/c/d/e/f, 10a/b]:

Escala de distância Terra-Lua [Figuras 5a/b] - Nessa experiência didática, o

professor Clifford Johnson, da University of South Carolina, utiliza uma bola de basquete e uma bola de tênis, ambas representando em escala, respectivamente, a Terra e a Lua. Segurando a bola de tênis em um ponto e desta afastando aproximadamente 6,5 m a bola de basquete, se cria uma idéia precisa em escala sobre a real distância entre esses dois corpos celestes, que em média é de 384.421 km.

Figuras 5a/b - Atividade prática desenvolvida pelo físico Clifford Johnson, da

University of South Carolina, para explicar a distância entre a Terra e a Lua.

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Dados [Figura 6] - Dados de 1 cm³ podem ser usados para representar em escala

as densidades (cm³) dos corpos celestes, facilitando ensinar sobre uma estrela de nêutrons de 1015 g/cm3; também como exemplo, se fosse a Terra, esta teria a

densidade de 5,51 g/cm3 (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2013).

Figura 6 - Dados para representar em escala a densidade dos corpos celestes. Fonte: Morguefile (2019).

Corda [Figura 7] - Uma corda ajuda a explicar aos alunos a frequência e o

comprimento de onda no espectro eletromagnético; com dois participantes segurando as extremidades da corda e ambos aplicando movimentos à mesma, se demonstra que quanto maior é a frequência mais curto será o comprimento de onda.

Figura 7 - O físico britânico Brian Cox, ao centro, da University of Manchester,

demonstrando didaticamente a relação entre frequência e comprimento de onda eletromagnética. Fonte: A night with the stars, BBC News (COX, 2011).

Liquidificador [Figuras 8a/b] - Com um liquidificador se pode discorrer sobre um

buraco negro em rotação, denominado Buraco Negro de Kerr-Newman ou Buraco

Negro de Kerr, em homenagem ao matemático neozelandês Roy Patrick Kerr

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e colapsa para uma singularidade. A maioria dos BNs de Kerr rotaciona milhares de vezes por segundo, ainda mais rápido que os pulsares, possuindo uma região denominada de ergoregião diretamente fora de seu horizonte de eventos, na qual nenhum objeto pode permanecer em repouso sem cair no BN, de maneira bem parecida com a rotação de algo sendo batido em um liquidificador, explicam Commins e Kaufmann III (2010).

Figuras 8a/b - A proposta é utilizar um liquidificador em aula, para que os

alunos possam ver e fazer analogias para compreenderem melhor como se comporta a rotação de um Buraco Negro de Kerr.

Fontes: 8a, adaptado de Gettyimages; 8b, Answers Magazine.

Bola de isopor [Figuras 9a/b/c/d/e/f] - Por meio de um vídeo, a professora

estadunidense Emily Morgan (MORGAN, 2014), da National Science Teachers

Association-NSTA, explica como ocorrem as fases da Lua. No exemplo, a

professora atua como a Terra e segura à frente uma bola de isopor, enquanto mais adiante há um abajur representando o Sol; a seguir, a professora gira no seu eixo (órbita da Lua) e então simula cada instante das fases da “Lua” (bola de isopor), passando pelas fases da Lua Nova (novilúnio), Lua Crescente, Lua Minguante e Lua Cheia (plenilúnio).

Figuras 9a/b/c/d/e/f - A Profa. Emily Morgan demonstra como ocorrem as

fases da Lua. Fonte: Next time you see the Moon (MORGAN, 2014).

Panela [Figuras 10a/b] - Uma panela com água fervendo é um ótimo exemplo para

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coloca uma panela com água ao fogo até o ponto de fervura; ao começar borbulhar é como se fosse a fusão nuclear na estrela, pois a partir desse ponto o núcleo se torna muito denso e quente devido à força gravitacional, iniciando reações termonucleares que fazem seus átomos de hidrogênio se fundirem, sendo que a temperatura mínima para ocorrer tais reações nucleares nas estrelas é de 10 milhões Kelvin (K)6 (HORVATH, 2008). Portanto, quando o núcleo de uma estrela

tiver maior pressão, maior temperatura se registra.

Figuras 10a/b - Panela com água fervente borbulhando (a) para exemplificar a

fusão nuclear nas estrelas, como no caso do Sol; superfície do Sol “borbulhando” (b) com colunas de plasma de 10 mil K a 2 milhões K. Fontes: 10a, Istockphoto (2017);

10b, NASA Vídeo, Solar Atmosphere Simulation-AGU (NASA, 2013).

Todas essas simulações didáticas evidenciam bastante a importância de atividades práticas, criativas e lúdicas para os alunos surdos, pois proporcionam ênfase ao sentido da visão e ajudam muito na aprendizagem. No Brasil, na década de 1960 o Prof. Dr. Rodolfo Caniato (CANIATO, 2017), decano dos astrônomos e físicos brasileiros, já realizava inúmeros experimentos didáticos para os mais variados públicos, com resultados positivos de aprendizagem (CANIATO, 1978; 1982; 2007; 2010). Por sua importância e representatividade para a Astronomia brasileira, o Prof. Dr. Caniato recebeu justa homenagem em reconhecimento ao seu trabalho, prestada pela Sociedade Brasileira de Física no XXII Simpósio Nacional de Ensino de Física (XXII SNEF) em 2017, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (IFSC/USP, 2017).

Portal "Astronomia em Libras"

Em dezembro de 2017, um dos autores (XAVIER, 2017) criou o portal Astronomia em Libras no Facebook (FB) e no YouTube (YT), se dedicando a comentar aspectos dos estudos e descobertas da Astronomia para o público leigo em geral e surdo, em particular. Em junho de 2019, Astronomia em Libras contava com 150 vídeos com informações sobre corpos celestes.

No FB, Astronomia em Libras registrava 2.572 membros em junho de 2019 e sua reação estava sendo positiva em relação aos assuntos apresentados, isto se considerando o retorno em perguntas e pedidos de novos conteúdos específicos. As Figuras 11a/b/c/d/e

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demonstram as estratégias e formas de comunicação que Astronomia em Libras vêm estabelecendo com o público de surdos interessados na Ciência dos astros.

Figuras 11a/b/c/d/e - B. R. Xavier demonstrando no portal Astronomia em Libras: a)

página de Facebook; b) página de Youtube; c) fusão nuclear com as duas bolas de isopor; d) bolinha de isopor como núcleo de uma estrela; e) escala da distância do Sol

até Júpiter. Fontes: Astronomia em Libras e acervo de B. R. Xavier, 2018.

Um particular aspecto faz do portal Astronomia em Libras uma experiência para ser cuidadosamente acompanhada. Anteriormente foi discorrido sobre a escassez de sinais em Libras para representar os objetos de estudos da Astronomia. No entanto, a página Astronomia em Libras no FB fornece um exemplo interessante de como isso pode ser tentado, testado e depois gradualmente fixado entre o público surdo ao empregar alguns novos sinais para designar, por exemplo, planetas, galáxia, buraco negro e meteoro [Figuras 12a/b]. Por enquanto é um pequeno passo, considerando que muito ainda necessita ser feito, porém demonstrando que existe espaço e pessoas dedicadas para esse mister.

Figuras 12a/b – B. R. Xavier demonstrando em Libras o planeta Júpiter (a) e galáxia (b). Fonte: Acervo de B. R. Xavier, 2018.

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O papel do professor

Em qualquer atividade de ensino o fator humano é decisivo para a eficácia do aprendizado, destacando que o desempenho do professor é o motor da boa aprendizagem e sendo ainda mais sensível nas ações didáticas com pessoas surdas, nas quais o papel do docente passa a ser mais decisivo, pois um dos pilares da comunicação, o áudio, está ausente e precisa ser compensado de algum modo. Além disso, existe a questão da linguagem especializada, Libras, que não é o habitat ou métier de um professor ouvinte, aliás, esta situação tende a ser tanto mais frequente e sensível quanto mais especializado for o objeto de ensino, como é o caso da Astronomia. Entre os poucos professores surdos existentes, a maioria está voltada para o EF ou EM e pouquíssimos estão em áreas de estudo altamente complexas, como nas ciências em geral.

Para simples ilustração, duas situações comuns de ambiente didático no processo ensino-aprendizagem dos surdos: I) sala de aula com professor ouvinte, aluno deficiente auditivo e intérprete de Libras, situação que provoca a bipolarização da atenção do aluno devido à ação mediada, com maior risco de dispersão de informações e maior risco de não conformidade intérprete-professor, o que geralmente ocorre na Escola regular e em Instituições de Ensino Superior (IES) [Figura 13]; II) sala de aula com professor surdo e alunos também deficientes auditivos, situação que possibilita o foco de atenção no professor, maior domínio do professor em Libras e a mesma interação cultural linguística entre aluno(s) e professor [Figura 14].

Figura 13 - Em sala de aula com professor ouvinte, aluno deficiente auditivo e intérprete

de Libras, ocorre a bipolarização da atenção do aluno devido à ação mediada.

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Figura 14 - Sem a mediação, a aula em Libras, com professor surdo, permite

transmissões diretas, possibilitando foco de atenção e maior interação.

Fonte: Arquivo do Colégio Rio Branco, 2016.

Sobre esses dois tipos de situações de aprendizado, a Profa. Adriana Bellotti, que ministra a disciplina de Ensino de Libras nos cursos de Licenciatura em Ciências Exatas do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos/SP, comenta que o aprendizado com intérprete (em sala de aula de ouvintes) não é inclusivo de fato, porque “[...] o aluno está inserido em um ambiente ouvinte, mas tem um contato mínimo com seus colegas, porque muitos não sabem se comunicar com ele. [...]" (BELLOTTI, apud WOLF, 2017, s/p.)

Qual dessas situações, então, é a mais eficiente em aprendizado? Não existe uma resposta absoluta ou definitiva para essa pergunta, pois vários aspectos estão em causa, como o grau de conhecimento do professor, sua experiência didática e sensibilidade para com as dificuldades dos alunos, sua habilidade de comunicação e integração com o grupo, seu compromisso com os resultados, entre outros fatores. Entretanto, se constata que os deficientes auditivos com formação sólida em determinado assunto ensinam melhor outros deficientes auditivos, exatamente por terem domínio consistente da Libras e por conseguirem lidar melhor com as limitações dos surdos.

Segundo Bellotti, apud Wolf (2017), a relação entre professor e aluno surdo poderia ser mais próxima por meio de um conhecimento básico da Libras. O professor não precisa ter domínio completo da língua, mas, pelo menos, um conhecimento mínimo para incluir o aluno no contexto das explicações (BELLOTTI, apud WOLF, 2017, s/p.)

Potencial multiplicador

Segundo Langhi e Nardi (2012), uma das múltiplas atribuições da Astronomia é promover nas pessoas o interesse e a apreciação pela Ciência. Normalmente a Astronomia traz questões que despertam curiosidade, como Buracos Negros, Cosmologia, exploração do Sistema Solar, causas do dia e da noite, fases da Lua e estações do ano, entre outros

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assuntos. Por isso, o Ensino da Astronomia possui excelente potencial motivador tanto para estudantes como para os próprios professores e para a sociedade, porque “A Astronomia é especialmente apropriada para estimular alunos a aprofundar conhecimentos em diversas áreas, pois o seu ensino é altamente interdisciplinar.” (LANGHI; NARDI, 2012, p.108)

Langhi e Nardi (2012) inclusive explicam que a Astronomia revela um Universo que instiga a curiosidade e a imaginação, desenvolvendo o senso de exploração e descoberta ao envolver os estudantes com o método científico, igualmente proporcionando oportunidades profissionais e, por todas essas características, a Ciência de Urânia reúne um forte potencial para estimular as pessoas, particularmente as crianças e os jovens, a tomarem contato com diferentes áreas do conhecimento, posto que é eminentemente trans e interdisciplinar.

Conclusão

O Ensino de Astronomia para surdos por intermédio da Libras ainda é incipiente. Todavia, tudo indica que teria uma contribuição relevante para a formação educacional dos deficientes auditivos e para sua melhor inserção nos contextos social, educacional, cultural e econômico, entre outros. Porém, para isso acontecer, preliminarmente há que se vencer o desafio de um melhor alinhamento da Libras com os conceitos, o vocabulário e o tecnicismo correntes na Astronomia, bem como desenvolver recursos didáticos e metodologias pedagógicas que explorem as vantagens comparativas que os surdos desenvolvem em outros sentidos que não a audição, principalmente a visão. Novos sinais, reposicionamento didático dos assuntos (explicar com facilidade), maior uso de imagens, infográficos, vídeos, internet e muito mais precisa ser feito e produzido, para melhorar a eficácia da difusão dos ensinamentos da Astronomia entre os surdos.

Afinal, como bem expressou o neurologista, químico e escritor Oliver Sacks (2010), os deficientes auditivos “vêem as mãos como vozes”, assim destacando a função compensatória do sentido da visão. Sacks (2010) foi, inclusive, a principal fonte de inspiração para o título deste artigo, o qual os autores almejam que possa ser útil e inspirador para as pessoas, principalmente professores, educadores, cientistas e astrônomos, sejam surdos ou não.

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Imagem

Figura 1 - Datilologia ou alfabeto manual.
Figura 2 - Site Dicionário da Língua  Brasileira de Sinais, V3 2011.
Figura 3 - Dicionário da Língua  de Sinais do Brasil: A Libras em suas Mãos,  três volumes,  (CAPOVILLA et al., 2017)
Figura 7 - O físico  britânico Brian Cox, ao centro,  da University of Manchester,  demonstrando  didaticamente a relação entre  frequência  e comprimento  de onda
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