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LIMITES DO ENVELHECER: PERCEPÇÃO DE IDOSOS COM DEPENDÊNCIA FUNCIONAL NO INTERIOR DA BAHIA

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PERCEPÇÃO DE IDOSOS COM DEPENDÊNCIA FUNCIONAL NO

INTERIOR DA BAHIA: LIMITES DO ENVELHECER

Elaine dos Santos Santana 1 Renato Novaes Chaves2 Pollyanna Viana Lima3 Tatiane Dias Casimiro Valença4 Luciana Araújo dos Reis5 Resumo: O estudo tem por objetivo conhecer a percepção de idosos com dependência

funcional sobre os limites do envelhecimento. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa fundamentado na Teoria das Representações Sociais. Os participantes da pesquisa foram 26 idosos cadastrados em uma Unidade de Saúde da Família de um município baiano, os quais foram selecionados a partir de critérios de inclusão e exclusão, mediante aplicação do MEEM, Índice de Barthel e Escala de Lawton e Brody. Os dados foram coletados por meio de um questionário sociodemográfico e pela realização de entrevista aberta com questões norteadoras, sendo posteriormente categorizados e analisados a partir da Técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin. Os idosos demonstraram que o envelhecer é uma fase da vida cercada por especificidades e que o enfrentamento das limitações constitui um desafio diário, pois envolve questões de diversas naturezas e muitas vezes sentimentos como tristeza, insatisfação e impotência. A velhice é para eles uma fase de doenças e desvalorização, os relatos saudosos referem um passado ativo no trabalho e nos grupos sociais que frequentava.

Palavras-chave: Envelhecimento; Atividades diárias; idoso.

PERCEPTION OF ELDERLY PERSONS WITH FUNCTIONAL DEPENDENCE INSIDE THE BAHIA: AGING LIMITS

Abstract: The study aims to understand the perception of older people with a functional

dependency on aging limits. This is a descriptive study with a qualitative approach based on the Social Representations Theory. The participants were 26 aged registered in a Family Health Unit in a Bahian county, which were selected from the inclusion and exclusion criteria by applying MEEM, Barthel Index and Scale of Lawton and Brody. The data were collected by means of a sociodemographic questionnaire and by an open interview with guiding questions, which were later categorized and analyzed using the Content Analysis Technique proposed by Bardin. The elderly have shown that age is a stage of life surrounded by specificities and that the face of the limitations is a daily challenge which involves issues of different natures and often feelings of sadness, dissatisfaction, and helplessness. Old age is for them a stage of disease and impairment; the wistful reports refer to the past active at work and in social groups that attended.

Keywords: Aging; daily activities; elderly.

1 Enfermeira, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Memória Linguagem e Sociedade, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Elaine_137@hotmail.com

2 Enfermeiro, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Memória Linguagem e Sociedade, UESB.

3 Enfermeira, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Memória Linguagem e Sociedade, UESB.

4 Fisioterapeuta, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Memória Linguagem e Sociedade, UESB.

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1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população é uma realidade crescente no país e no mundo. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas) entre os anos de 2015 e 2050, a porcentagem da população idosa no mundo elevará de 12% para 22%, e em 2020 o número de idosos será maior que o de crianças menores de cinco anos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015). A última tendência do envelhecimento populacional do Brasil mostra que a participação relativa de idosos é elevada, chegando a 13,8% em 2020 e 33,7% em 2060, caracterizando um crescimento da população idosa no país (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2013).

Assim, junto com o prolongamento da vida surge uma série de consequências e mudanças, que passa a interferir na vida da população. De alguma maneira os países vêm buscando alternativas de enfrentamento diante do desafio de garantir assistência social e de saúde aos seus idosos numa tentativa de encarar as consequências da mudança demográfica. Viver mais tempo acarreta maior adoecimento, maior busca por serviços de saúde e, principalmente, maiores taxas de incapacidades funcionais e doenças crônicas (WHO, 2015).

Enquanto processo biológico, o envelhecimento tem como uma das consequências a redução gradual da capacidade funcional, que é progressiva e avança com a idade, e o surgimento de problemas crônicos de saúde está relacionado tanto ao fenômeno do envelhecer quanto ao comprometimento da capacidade de executar atividades ou funções relacionadas à rotina diária (FERREIRA; MACIEL; COSTA; SILVA; MOREIRA, 2012; OLIVEIRA e MENEZES, 2011).

Por capacidade funcional entende-se a manutenção da capacidade de realizar atividades da rotina compreendidas como Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD) e Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD), que são necessárias e para uma vida independente e autônoma (FERREIRA et al., 2012).

A limitação de atividades dessa natureza gera nos idosos sentimentos negativos, como tristeza e impotência, além disso, diante do número importante de idosos que convivem com doenças crônicas e do risco potencial de comprometimento de tais atividades, avaliar e conhecer a capacidade funcional

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desta faixa etária constitui uma estratégia importante na promoção de saúde e qualidade de vida aos mesmos (OLIVEIRA e MENEZES, 2011).

Entendendo que o comprometimento funcional pode levar à perda da autonomia, e com isso o idoso passa a necessitar dos outros para realizar tarefas simples da rotina diária como administrar suas finanças, fazer compras e realizar atividades de vida diária, a vida social do idoso apresenta grande risco de ser prejudicada, tendo como consequência, na maioria dos casos, o isolamento social (TORRES; REIS; REIS; FERNANDES; XAVIER, 2010).

A incapacidade funcional e a funcionalidade estão interligadas de maneira complexa com três principais fatores: condições de saúde, habilidade comportamental e condições sociais e ecológicas em que o indivíduo vive. Assim, a capacidade funcional tem uma interferência sobre a satisfação dos idosos através da sua ligação com a mobilidade, a funcionalidade e a frequência de atividades, bem como o grau de envolvimento ativo. As pesquisas na área mostram que funcionalidade e condições de saúde são dois fatores intimamente ligados à renda, escolaridade, idade e ao sexo (DI NUBILA, 2010; PINTO e NERI, 2013). Isso comprova o caráter multifatorial que possuem tanto a avaliação quanto os determinantes da dependência.

A dependência funcional seguida da perda da autonomia tem consequências com alto peso de interferência na vida dos idosos, reduzindo seu envolvimento social, pois tanto as atividades que demandam maior esforço como as tarefas que requerem o mínimo nível de independência já não são praticadas (PINTO e NERI, 2013). Sendo assim, o estudo em questão tem como objetivo conhecer a percepção de idosos com dependência funcional sobre os limites do envelhecimento.

2. MÉTODOS

A pesquisa caracteriza-se por ser um estudo com delineamento descritivo e abordagem qualitativa. Trata-se de um recorte da Dissertação de Mestrado intitulada ‘Representações Sociais de idosos com dependência funcional sobre família: memória das relações familiares’.

O local de realização do estudo foi uma Unidade de Saúde da Família de um município baiano, e os participantes do estudo foram 26 idosos cadastrados nesta mesma unidade. Para seleção dos participantes foram adotados critérios de inclusão e exclusão. Sendo estes, respectivamente, residir com a família, estar em condição

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mental para responder aos instrumentos (Avaliação do nível de cognição dos idosos foi realizada a partir do Mini Exame do Estado Mental – MEEM), possuir algum grau de dependência funcional e não residir com a família, não possuir nenhum grau de dependência e atingir pontuação inferior a 19 pontos no MEEM, caracterizando déficit cognitivo.

A avaliação do grau de dependência funcional dos idosos foi realizada através da utilização de dois instrumentos validados, o Índice de Barthel e a Escala de Lawton e Brody.

O Índice de Barthel consiste em um teste de mensuração do nível de independência do sujeito para a realização de dez atividades básicas de vida diária (ABVD): alimentação, higiene pessoal, controle de esfíncteres vesical e intestinal, transferência da cadeira para cama, independência no banheiro, vestir-se, marcha e capacidade de subir escadas. Cada atividade questionada deve ser avaliada em um escore de 0, 5 ou 10 pontos. A pontuação global varia de 0 a 100 pontos, sendo que de 0-20 indica Dependência total; 21-60 Grave dependência; 61-90 Moderada dependência; 91-99 Leve dependência e 100 pontos independência (MINOSSO, 2010; APÓSTOLO, 2012).

A Escala de Lawton e Brody é também um instrumento de fácil aplicação e interpretação que avalia o nível de independência do idoso quanto à realização das atividades instrumentais de vida diária (AIVD), como usar telefone, fazer compras, preparação da alimentação, lida da casa, lavagem da roupa, uso de transportes, preparar medicação e gerir o dinheiro. Cada atividade deve receber uma pontuação segundo a capacidade do idoso de realizar tal atividade. Os escores variam de 7 a 21 pontos, sendo que <27 e >9 pontos é dependência parcial, 9 pontos dependência total e 27 pontos independente (BORGES; ALBUQUERQUE; GARCIA, 2009).

O instrumento de coleta de dados da pesquisa foi composto por duas partes: um questionário sociodemográfico, no intuito de traçar um perfil da população, bem como conhecer suas condições de saúde, e a segunda parte do instrumento foi composta pela entrevista aberta com questões norteadoras.

A entrevista aberta com questões norteadoras possibilita a obtenção de informações a partir de direcionamentos sem limitar as respostas dos participantes. O instrumento foi constituído por onze questionamentos a respeito da temática do envelhecimento, buscando revelar a compreensão dos idosos quanto à velhice, as mudanças percebidas em sua vida e as limitações adquiridas, bem como as formas

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de lidar com estes desafios. Para análise dos dados obtidos foi utilizado o cálculo de porcentagem nos resultados do questionário sociodemográfico, e, para as entrevistas, a Técnica de Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin (BARDIN, 2009).

De acordo com Bardin, a análise de conteúdo é composta por um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que busca alcançar, através de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, os indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção dessas mensagens (BARDIN, 2009). Esta é uma técnica de análise formada por três fases, sendo a primeira a pré-análise, que consiste na etapa de organização, que se utiliza de procedimentos, tais como leitura flutuante, formulação de hipóteses e dos objetivos e elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação; em seguida, a fase de exploração do material, onde os dados são codificados a partir das unidades de registro; e, por fim, o tratamento dos resultados, inferência e interpretação, etapa na qual se faz a categorização, que consiste na classificação dos elementos segundo suas semelhanças e por diferenciação, com posterior reagrupamento, em função de características comuns (BARDIN, 2011).

Após a transcrição e leitura exaustiva das entrevistas, as falas dos participantes foram organizadas e categorizadas em três eixos principais (A família na percepção do idoso com dependência funcional, Convívio familiar na percepção do idoso com dependência funcional e Dependência funcional e envelhecimento), e seis categorias de análise. No presente trabalho, nos restringimos à discussão da categoria “Memórias da vida do idoso – o viver com dependência funcional”, vinculada ao eixo temático “Dependência funcional e envelhecimento”.

A presente pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Parecer nº 1.383.162), e para participar da pesquisa todos os idosos assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram do estudo, 26 idosos com média de idade de 80,92 (±9,14) anos, a maioria de 80,8% era do sexo feminino e a situação conjugal mais prevalente foi a de casado (46,2%) com a renda de um salário mínimo em 38,5% dos casos

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advindos da aposentadoria (84,5%). O nível de escolaridade foi baixo, 26,9% possuíam apenas um ano de estudo e 23,1% não foram sequer alfabetizados.

Em relação às condições de saúde, todos os idosos possuíam algum tipo de problema de saúde, sendo que 84% destes afirmaram conviver com sequelas advindas com tais doenças. Os problemas de saúde mais comuns foram a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em 26,9% dos casos, seguida de artrose/artrite/osteoartrose em 15,4% e as principais sequelas identificadas foram dificuldade para caminhar (50,00%) e paralisia de membros (19,20%).

Os resultados do estudo apontaram uma maioria feminina da população idosa, e este não representa um achado isolado, pois outras pesquisas apontam a feminização da velhice como um fenômeno correspondente (BORIM; BARROS; NERI, 2012; SANTOS e CUNHA, 2014). Em relação à renda, pesquisas desenvolvidas com a mesma faixa etária da população vêm evidenciando que há uma semelhança nos padrões encontrados. No estudo desenvolvido com 1.432 idosos selecionados a partir do inquérito de saúde de Campinas, concluiu-se que 39,2% da população do estudo viviam com renda inferior a um salário mínimo e 41% possuíam renda de um a três salários mínimos (BORIM; BARROS; NERI, 2012).

Já no que se refere à escolaridade, publicações dessa natureza revelam resultados semelhantes e a média nacional mostra que 50,2% dos idosos estudaram menos de quatro anos (VICENTE e SANTOS, 2013). O nível de escolaridade é um determinante importante nas condições de saúde, pois influencia tanto na prevenção e promoção de saúde e qualidade de vida, como na reabilitação das mesmas (ESPERANDIO; ESPINOSA; MARTINS; GUIMARÃES; LOPES et al., 2013).

As doenças crônicas são os principais problemas de saúde que acometem os idosos, sendo que o a hipertensão arterial e a diabetes têm sido foco de programas de atenção e tratamento na saúde pública (IBGE, 2013). No ano de 2007, cerca de 70% das mortes no país foram por complicações de doenças crônicas, principalmente por problemas vasculares, uma das causas mais comuns de mortalidade entre os idosos (SCHMIDT; DUNCAN; SILVA; MENEZES; MONTEIRO

et al., 2011). A Hipertensão Arterial Sistêmica (HA) vem sendo relatada em diversos

estudos como a doença mais frequente entre a população idosa (FERREIRA et al., 2012). Em Montes Claros, uma pesquisa com 286 idosos comprova os resultados encontrados ao constatar que 51,7% dos idosos referiram conviver com a HAS; além disso, existem evidências importantes de que as mudanças próprias do

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envelhecimento tornam o idoso mais propenso a desenvolver HAS, representando a doença crônica mais comum entre a faixa etária idosa (ESPERANDIO et al., 2013; BARBOSA; ALMEIDA.; BARBOSA; ROSSI-BARBOSA, 2014).

Com a avaliação do nível de dependência dos idosos a partir das escalas de Lawton e Brody e do Índice de Barthel, notou-se que há um grau diferente de dependência conforme as atividades. Na classificação das AIVDs, que são atividades como usar o telefone, fazer compras ou usar transporte público, o grau encontrado foi de 92,3% dos idosos com dependência parcial e 7,7% com dependência completa.

Já para as ABVDs, que incluem tarefas de autocuidado como realizar sua própria higiene ou alimentar-se sozinho, 76,9% dos idosos apresentaram um grau de dependência moderada e 15,4% dependência grave. Essa avaliação permite inferir que o grau de dependência dos idosos tem um grande potencial de interferência na sua rotina e atinge sua vida de diversas maneiras. A classificação mostra que, apesar do certo grau de autonomia preservado, os idosos estão cada vez mais dependentes e as AIVDs são as mais comprometidas. Além disso, essas atividades exigem maior integridade física e cognitiva e estão relacionadas ao convívio social, fato que influencia diretamente na sua percepção da qualidade de vida e participação social.

Baseado nos resultados já mencionados e nas falas dos idosos obtidas com as entrevistas, é possível assegurar que limitação de atividades tão rotineiras gera insatisfação e afeta as relações sociais.

Segundo Guerra e Caldas (2010), muitos trabalhos vêm confirmando as ideias do imaginário social em relação à velhice como um processo que envolve desgaste, potenciais limitações e perdas tanto físicas quanto sociais. Segundo as autoras, os estudos nesse sentido demonstram que o envelhecimento tem uma perspectiva de degeneração e o sujeito que vivencia tal processo sofre com doenças, demências, incapacidades, inatividades, assexualidade e isolamento, que culminarão na morte. O envelhecer é, portanto, retratado e compreendido como algo negativo, cercado de alterações fisiológicas e patológicas bem como diminuição da capacidade laboral e motora, gerando, assim, desordens nas relações sociais e familiares pela imposição das limitações desta fase (SILVA; MARTINS; BACHION; NAKATANI, 2006). Assim, é importante que a interação social seja preservada e valorizada, pois o convívio com outras pessoas proporciona relacionamentos

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fundamentais que protegem o indivíduo da perda funcional (D’ORSI; XAVIER; RAMOS, 2011).

Além disso, é comum que o idoso enxergue a capacidade funcional como algo necessário para mantê-lo participante e responsável pelos cuidados com a sua saúde e sinta-se saudoso ao lembrar-se do passado (OLIVEIRA; MENEZES, 2011, PINTO; NERI, 2013). Conforme podemos observar nas falas dos mesmos:

A gente se sente limitada, principalmente porque a pessoa é muito ativa, aí quando ela se sente nessa situação, ela às vezes se sente impotente, tem vontade de fazer as coisas e sabe que não pode, que não vai conseguir, quer dizer, é desanimador. (ID23)

A gente vai ficando mais velho, vai cada vez mais, aí piora um pouco. Sempre tem uma coisa que tem mais dificuldade. Eu saía, às vezes eu passeava, gostava de festa, hoje eu não posso fazer mais isso. Eu gostava de pescar, hoje eu estou velho, não estou aguentando andar mais. (ID11)

Pra mim mudou tudo, mudou sim. Foi ficando mais difícil. Eu gostava de cozinhar, eu fazia bolo, eu fazia tudo. Eu gostava muito de cozinhar e arrumar a casa. Arrumação de casa eu era louca, minha casa parecia um brinco quando eu tinha saúde, hoje eu não faço, sinto muito porque eu não posso. (ID12)

O entendimento da dependência que os idosos demonstram em suas falas também vem sendo demonstrado em outros relatos disponíveis na literatura. O enfrentamento da dependência causa nos idosos sentimentos desagradáveis como tristeza e impotência, além de influenciar negativamente na autopercepção de saúde.

A autopercepção de saúde é constituída pelo contexto ao qual o idoso pertence e contempla alterações físicas, mentais, culturais e ambientais que perpassam o processo de envelhecimento. Assim, é comum que o idoso associe o fato de conviver com alguma doença crônica como algo negativo e potencial para tornar-se dependente (BELÉM et al., 2016). Em estudo realizado com idosos de Campina Grande, notou-se a associação das variáveis dependência e doenças crônicas com a autoavaliação negativa da saúde, em que os participantes idosos com dependência mostraram-se duas vezes mais propensos a avaliar a sua saúde como ruim em comparação com o idoso independente (BELÉM; MELO; PEDRAZA; MENEZES, 2016; FERRETTI; NIEROTKA; SILVA, 2011). Considerando que as ABVD fazem parte da compreensão da capacidade funcional, o fato de reconhecer a redução de sua capacidade para tais atividades faz com que os idosos a associem a

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um estado de saúde ruim (ROCHA, 2010). Dessa maneira, a possibilidade de desenvolver tarefas do cotidiano possibilita ao idoso bem-estar e saúde (FERRETTI

et al., 2011).

De acordo com Couto (2010), a dependência pode ser classificada em estruturada, física e comportamental, sendo que a primeira é que tem interferência direta na vida social do idoso, afastando-o muitas vezes desse meio e do processo produtivo. O conceito desse tipo de dependência, ainda segundo a autora, refere-se às práticas sociais. Assim, eventos como doenças, hospitalização e asilamento podem induzir os indivíduos sadios e ativos a estágios de dependência. Segundo Torres e col. (2009), a manutenção e preservação da capacidade funcional dos idosos na realização de atividades básicas de sua rotina são pontos essenciais para prolongar sua independência e qualidade de vida. Os autores confirmam essa ideia pelo relato de pesquisas em que a qualidade de vida estava relacionada com a capacidade de ocupação e realização de tarefas cotidianas ou de lazer.

Alves e col. (2010) sinalizaram que os idosos que demonstraram autopercepção negativa de saúde também foram os com maior probabilidade de elevação do grau de dependência. O indivíduo reconhece a mudança que ocorreu na sua vida, e no que se referem às mulheres, estas dão ênfase à valorização e o orgulho que sentiam por desempenhar com prestigio as tarefas domésticas que sempre foram de sua responsabilidade. No Paraná, uma pesquisa com idosas concluiu o mesmo. Para elas o fato de não conseguir realizar os serviços domésticos por conta das limitações ocasionou tristeza, insegurança e principalmente sentimento de inutilidade (TAVARES e DIAS, 2012).

É comum que ao envelhecer o indivíduo considere-se impotente e por vezes inútil. Tais pensamentos são construções sociais que permeiam a vida do sujeito em todas as suas fases, mas é na velhice que as concepções ganham o peso da realidade, e o idoso começa a julgar-se como improdutivo e vão. O trabalho é visto moralmente como uma obrigação; é culturalmente imposto que todos produzam. Assim, mesmo depois de terem cumprido sua função ao logo de sua vida, o fato de não a exercer mais faz com que os idosos sintam-se incompletos ou inúteis (SOUZA; MATIAS; BRÊTAS, 2010). É o que expressam as falas a seguir:

Eu me sinto um trapo sem poder fazer nada. Eu gostava de fazer as coisas, eu trabalhei muito na minha vida, sinto falta de ir pra igreja, eu sinto porque não posso fazer nada dentro de casa. (ID01)

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Você fica lenta demais, fica com mais tempo pra pensar besteira, então muda um bocado... Você sente que está faltando uma coisa, pra você fazer mais coisa. Gostaria assim de fazer alguma coisa pelo menos manual, mas não tem como.

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Mudou muito. Mudou assim pra minha pessoa, o que eu sinto. Pela minha liberdade, foi isso que mudou. Sempre trabalhei. Sempre gostei de trabalhar. (ID15)

Mudou muito porque eu fazia isso tudo e hoje eu não faço mais (ID24)

Mudou muito. Eu que resolvia minhas coisas tudo. Agora ficou nas mãos dos filhos. Aí é mais difícil. (ID02)

De acordo com os relatos semelhantes, observados em idosos da pesquisa de Bambuí, o envelhecer está permeado de dificuldades, dentre elas a incapacidade que foi nomeada por eles como ‘dar trabalho’, representando assim a condição e o peso que atribuem à dependência. Para eles, ser dependente de alguém significa não ter autonomia, não ser capaz de desempenhar seus papéis sociais e participar da vida social, o que, de certa forma, para ele é como estar morto para o mundo (PEREIRA; FIRMO; GIACOMIN, 2014).

O enfrentamento da dependência funcional é muitas vezes um desafio de ressignificação do seu sentido de vida. Apesar de ser difícil para o idoso aceitar que a sua destreza e a agilidade não são mais tão eficazes quanto antes, e que com o tempo suas funções e papéis sociais vão se tornando escassos, é importante que ele tenha em vista a efetivação de outra habilidade que o auxiliará no combate das limitações, o exercício da resiliência.

Na investigação de Melo e colaboradores (2013), desenvolvida com idosos de Campina Grande, buscou-se examinar o sentido de vida, a qualidade de vida e a dependência funcional de 210 idosos, e constatou-se que a qualidade de vida atua como um agente de autoavaliação e que para os idosos com sentido de vida alto a incapacidade funcional foi menos nociva a sua qualidade de vida. Além disso, os autores concluíram que o sentido de vida não age apenas como um regulador do comportamento, mas também direciona os indivíduos através de como irão utilizar os recursos psicossociais para superar as dificuldades e desafios impostos pela dependência (MELO; EULÁLIO; SILVA; SILVA FILHO; GONZAGA, 2013; MCKNIGHT; KASHDAN, 2009). Assim, a partir dos resultados da pesquisa de Campina Grande, podemos confirmar a percepção evidenciada pelos idosos do estudo em questão ao compreender que o sentido de vida tem a capacidade de

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ressignificar as circunstâncias de dificuldade, transformando os sentidos e as percepções das situações causadoras de estresse diante da dependência, ou seja, o idoso que conquista a habilidade de reconduzir e converter os seus pensamentos e propósitos é também o idoso que terá melhor percepção de qualidade de vida ainda que perante as dificuldades e limitações.

Necessitar da ajuda de terceiros é outro fator que contribui para a percepção negativa de vida relatada pelos idosos. Por conta das limitações, é cada vez mais necessário que alguém o auxilie ou mesmo realize determinada atividade por ele. No estudo, as atividades que mais exigiram auxílio foram: trabalho doméstico para as AIVD, e escadas e caminhadas para as ABVD’s seguidas por higiene, banho e vestir-se. Ao averiguar o elevado nível de dependência para tais atividades, podemos afirmar que os idosos necessitam de ajuda para atividades importantes e íntimas de autocuidado, como higiene e vestir-se, requerendo do cuidador, além da ajuda, uma relação de conforto. Além disso, caminhar e subir escadas também foram notados com alto grau de dificuldade, comprometendo a locomoção deste indivíduo.

Desta forma, os idosos que enfrentam uma rotina de limitações, em que o auxilio é indispensável e é sentido por eles negativamente. Em trabalho desenvolvido com idosos na cidade de Bambuí, as constatações foram semelhantes aos achados desse estudo. O fato de não mais possuir a autonomia que teve durante toda a vida e não conseguir exercer os papéis sociais que antes desempenhava é para o idoso como se estivesse morto para o mundo; para ele, dar trabalho é pior do que morrer (PEREIRA; FIRMO; GIACOMIN, 2014).

A percepção revelada pelos idosos com dependência funcional sobre os limites do envelhecer está cercada por concepções construídas socialmente em torno do que é o envelhecer. Para os idosos, o envelhecimento carrega consigo alterações fisiológicas e patológicas que acarretam na redução de suas capacidades e comprometem sua vida particular, suas relações sociais, familiares e de trabalho. A dependência funcional tem influência negativa na vida dos idosos, pois no enfrentamento das limitações os principais sentimentos relatados foram tristeza, conformação e impotência.

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4. CONCLUSÕES

Os relatos dos idosos demonstraram que o envelhecer é uma fase da vida cercada por especificidades e que o enfrentamento das limitações constitui um desafio diário, pois envolve questões de diversas naturezas e muitas vezes sentimentos como tristeza, insatisfação e impotência. A concepção de que a velhice é uma fase de doenças e desvalorização é comumente referida pelos idosos que, saudosos, descrevem um passado ativo seja no trabalho, em casa ou nos grupos sociais que frequentou como, por exemplo, a igreja. Estudos dessa natureza evidenciam a importância da funcionalidade como uma dimensão fundamental para a saúde da pessoa idosa, já que seu conceito perpassa muito mais pela manutenção e provisão da capacidade funcional do que pela ausência de doenças, demandando, portanto, um olhar especial principalmente dos profissionais de saúde que lidam diretamente com as carências do idoso, e de seu familiar cuidador.

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Submetido: 26 de agosto de 2016 Aceito: 13 de janeiro de 2017

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