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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS CURSO DE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ISO 14001 — AS CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS DA ADOÇÃO DAS NORMAS DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL EM EMPRESAS. SUBSÍDIOS PARA A EMPRESA EQUISUL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

PATRICK DAUSSEN

(2)

ISO 14001 — AS CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS DA ADOÇÃO DAS NORMAS DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL EM EMPRESAS. SUBSÍDIOS PARA A EMPRESA EQUISUL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

Monografia submetida ao Departamento de Ciências Econômicas para obtenção de carga horária na disciplina CNM 5420 — Monografia.

Orientadora: Professora Márcia Machado

(3)

lembro o residente

"uza

Alves

embro

11

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

A Banca Examinadora resolveu atribuir a nota

4

16 ao aluno PATRICK

DAUSSEN,

na

Disciplina

CNM 5420,

pela

apresentação

deste trabalho.

(4)
(5)

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família, pelo carinho, atenção e ajuda dados durante todos estes anos. A minha namorada Diane por todo apoio e incentivo demonstrado nos diversos momentos dessa jornada

A minha orientadora, Prof Marcia Machado, pela sua ajuda e paciência, sem as quais a finalização deste trabalho seria impossível.

(6)

- RESUMO vii

- LISTA DE ANEXOS viii

- LISTA DE FIGURAS viii

- LISTA DE QUADROS

LISTA DE SIGLAS ix

CAPÍTULO 1 — 0 PROBLEMA DE ESTUDO 10

1 — Introdução 10

1.1 — Objetivo Geral 12

1.2 - Objetivos Específicos 12

1.3 — Metodologia e Referencial Analítico 13

1.4 — Estrutura do Trabalho 13

CAPÍTULO 2 — OS PROBLEMAS AMBIENTAIS 14

2.1 —Breve Histórico 14

2.2 — Desenvolvimento Sustentável 17

CAPÍTULO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20

3.1 — Gestão Ambiental na Empresa 20

3.2 — Gerenciamento de Processos 23

3.3 — Estratégia Mercadológica para Pequenas e Médias Empresas em Implantar a

(7)

VI

CAPITULO 4 — NORMA DE QUALIDADE AMBIENTAL— ISO 14000 35

4.1 — Aspectos Gerais 35

4.2 — ISO 14000 36

4.3 - Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001) 40

CAPITULO 5 - ESTUDO DE CASO DA EMPRESA EQUISUL INDÚSTRIA E

COMÉRCIO LTDA 44

5.1 — Apresentação da Organização 44

5.1.1 — 0 Cliente 44

5.1.2 — 0 Mercado 44

5.1.3 —0 Produto 45

5.2 —0 Processo Produtivo 46

5.3 — Falhas de Âmbito Ambiental na Empresa e no Processo Produtivo 51

CAPITULO 6— CONCLUSÃO 52

6.1 — Conclusão 52

6.2— Sugestões para a empresa Equisul 53

(8)

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso teve como objetivo verificar as vantagens e beneficios que as empresas podem vir a receber adotando um Sistema de Gestão ambiental, em especial a empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda. 0 tema Gestão Ambiental é uma tendência consolidada em empresas dos países desenvolvidos e é fundamental o acompanhamento desta tendência por parte das empresas dos países em desenvolvimento Neste trabalho, fez-se um estudo exploratório, através de pesquisa bibliográfica, sobre a evolução dos problemas ambientais, Gestão Ambiental e ISO 14001, além do estudo de caso da empresa Equisul Ltda. 0 trabalho permite concluir que grande parte das organizações de pequeno e médio porte possuem pouco entendimento ou consciência de seus impactos ambientais e soluções disponíveis para melhorar seu desempenho. Ficou claro também que a ISO 14000 deve seguir o mesmo caminho das normas da série ISO 9000, tornando-se um pré-requisito para transações entre clientes e fornecedores tanto

domésticos como internacionais.

(9)

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 — Questionário

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 — As cinco dimensões da sustentabilidade 18

Figura 2 — Fluxograma do gerenciamento de processos 19

Figura 3 — Fluxograma do processo produtivo — Macro Processo 49

Figura 4 — Fluxograma do processo produtivo — Macro Processo 50

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 — Visão geral da gestão ambiental 22

(10)

LISTA DE SIGLAS

ABINEE Associação Brasileira da Indústria Elétrica

e

Eletrônica

ACV Avaliação do Ciclo de Vida

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

FATMA Fundação de Meio Ambiente

GTD Geração, Transmissão

e

Distribuição de Energia

lEC International Electrotechnical Commission

ISO Internacional Organization Standardization

NBR Norma Brasileira

ONG Organizações Não Governamentais

SGA Sistema de Gestão Ambiental

TC Technical Committee

TC 207 Comitê Técnico 207

UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

(11)

10

CAPITULO I

0 PROBLEMA DE ESTUDO

1 — Introdução

As preocupações com a degradação ambiental e sua estreita relação corn o crescimento econômico vêm sendo objeto de estudos desde a década de 60, mas foi no inicio da década de 70 que começaram a surgir leis e propostas buscando-se minimizar as

conseqüências ao meio ambiente. Nesse contexto, a participação das empresas que até

aquele momento se reduzia 6. questão econômica, expande-se passando a introduzir em suas preocupações as variáveis sociais e ambientais.

Com a constatação do agravamento das alterações ambientais nos anos 80,

agravamento que se ampliou a partir da implantação do modelo Neoliberal surge uma nova realidade sócio ambiental, redundando na mudança de conduta do munda corporativo.

Nesse contexto muitos conceitos utilizados nas décadas de 60 e 70 foram reformulados

originando novas regulamentações e legislações.

Estas alterações são resultado das exigências e cobranças da sociedade visando uma melhor qualidade de vida e do mercado, que vem exigindo um maior controle ambiental sobre produtos e processos industriais.

Essas pressões eram sentidas apenas nas empresas dos países desenvolvidos, fruto do maior nível de informação da população e das maiores exigências das leis e normas ambientais. Porém a partir dos anos 90, tais cobranças vêm atingindo as empresas dos países em desenvolvimento', que basicamente são pressionados pelo mercado internacional que impõem barreiras a produtos e processos que poluem o meio ambiente.

No Brasil, na década de 70, houve migração de indústrias e setores industriais que sofriam restrições em países desenvolvidos, tornando o pais alvo de barreiras comerciais que dificultaram a absorção de novos mercados.

Os beneficios econômicos e estratégicos da implantação de um Sistema de Gestão

Ambiental pelas empresas podem resultar em ganhos de mercado e redução de custos, além de facilitar o acesso nos mercados internacionais.

(12)

dos beneficios a que se propõe, a degradação do patrimônio ambiental. 0 Estado perdeu nas últimas décadas mais de sete milhões e 200 mil hectares da cobertura florestal original; as areas agrícolas perderam 15cm de solo arável: o solo desestruturado assoreou a calha dos rios, provocando enchentes, bem como aumentaram os resíduos sólidos e líquidos das

indústrias, que foram lançados a céu aberto ou canalizados para os rios sem qualquer

tratamento (Fatma, 1995).

A exigência da sociedade e do mercado em relação á qualidade ambiental dos produtos oferecidos tem estimulado uma quantidade cada vez maior de empresas a aderir a normas ambientais. Esta é uma tendência consolidada nos países desenvolvidos. A preocupação

com a natureza e a adoção de sistemas menos poluentes são elementos que ajudam a dar uma nova configuração no meio industrial.

Nessa dinâmica as empresas vêm buscando maior credibilidade, e têm procurado demonstrar comprometimento, aderindo à série ISO que, no caso da ISO 14000, serve de

orientação as empresas para inserção da variável ambiental em um sistema de gestão de

negócios.

Neste trabalho faremos um breve retrospecto sobre os fatores sócio-ambientais e econômicos que levaram ao surgimento de normas de gestão ambiental, como a ISO

(13)

12

1.1 — Objetivo Geral

Verificar através de um estudo de caso na empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda as vantagens e beneficios que a empresa pode vir a receber adotando um sistema de gestão ambiental.

1.2 — Objetivos Específicos

• Apontar os fatores sócio-ambientais e econômicos que levaram ao surgimento das normas de gestão ambiental.

• Caracterizar a norma internacional de qualidade — ISO 14000.

• Indicar as vantagens estratégicas e mercadológicas para pequenas empresas em se adotar ISO 14000.

(14)

1.3 — Metodologia e Referencial Analítico.

A metodologia utilizada neste trabalho será a seguinte: sera feito um levantamento bibliográfico por meio de pesquisas em livros, periódicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado e Internet, com o intuito de resgatar historicamente os principais eventos

ambientais que alertaram o mundo e principalmente as empresas quanto à necessidade de preservação do meio ambiente. Em um segundo momento, embasar teoricamente os temas necessários para a realização do trabalho sendo eles Gestão Ambiental, Gerenciamento de Processo e Estratégia Empresarial.

Para elaboração do estudo de caso da empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda, foram feitas entrevistas, aplicação de um questionário aberto e consultas Ls fontes de informações disponibilizadas pela empresa.

1.4 — Estrutura do Trabalho

(15)

14

CAPITULO II

OS PROBLEMAS AMBIENTAIS

2.1 — Breve Histórico

A preocupação com a degradação do meio ambiente não é uma questão recente. No século XIX nas reações contrárias a revolução industrial é possível encontrar referências as questões ambientais.

Pensadores como Karl Marx e John Stuart Mill questionavam a viabilidade do desenvolvimento baseado nos recursos naturais ilimitados, embora cada um tenha tratado o termo de forma diferente. (Smith, 1995).

A partir da revolução industrial, o di6xido de carbono na atmosfera chegou a níveis alarmantes. A queima de carvão e petróleo para suprir a infra-estrutura industrial produz dióxido de carbono em larga escala.

Os problemas ambientais, tais como o aquecimento global, a poluição o efeito estufa e a chuva ácida, para mencionar apenas alguns, transformaram-se em reportagens constantes dos noticiários nos atuais meios de comunicação.

Segundo George (1998), no proximo século, a água pura provavelmente sera tão estrategicamente vital quanto o petróleo. As fontes poluidoras não demonstram sensibilização com a problemática ambiental e com a questão da agua, os acidentes são cada vez maiores e mais constantes.

São muitos os fatores que contribuem para o surgimento e a ampliação dos problemas ambientais. Podemos citar: a industrialização, o crescimento da população, a urbanização acelerada, a poluição e o esgotamento dos recursos naturais. A maneira de interação e reprodução destes fenômenos vêm ampliando a deterioração da qualidade de vida, com conseqüências imprevisíveis para a vida no planeta.

Segundo Donaire (1995), os problemas de ordem sócio-ambiental eram entendidos pela comunidade internacional como locais restringindo-se a uma mesma area ou cidade. No entanto, eles se generalizaram, excederam os limites locais e alcançaram escala global.

(16)

Donaire (1995) comenta que a partir da década de 50, a relação entre a questão ambiental e o desenvolvimento econômico passou a ser analisada como conseqüência de uma reavaliação dos resultados do crescimento econômico.

Só na década de 60 é que a questão atinge as discussões políticas de forma significativa nas sociedades industrializadas. Foi naquela época que o tema meio ambiente passou a ser debatido internacionalmente por alguns países que passaram a questionar o desenvolvimento econômico sem os cuidados com o meio ambiente. Foi também quando surgiram os primeiros movimentos ambientalistas motivados pela contaminação das águas e do ar nos países industrializados, em especial após a contaminação da baia de Minamata com mercúrio, no Japão.

Estas questões levaram a realização, em Paris, da Conferência sobre a Biosfera em 1968. Logo após a conferência foi criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), o programa "Homen Biosfera". Por isso os anos 60 podem ser considerados como a década da conscientização com relação aos limites do crescimento econômico.

A década de 70 caracteriza-se pelo crescimento das indústrias poluidoras do ar e da dgua. Foi a época que iniciou a estruturação de órgãos ambientais nos países industrializados e surgiram legislações ambientais visando o controle da poluição. Poluir

passou a ser crime.

Na década de 70, o problema energético causado pelo aumento do prep do petróleo enfatizou a discussão sobre a racionalização do uso da energia, induzindo a busca de combustíveis menos poluentes e de fontes renováveis. Desta forma fora adotado um tema fundamental na agenda ambiental: a conservação da energia. Por isso os anos 70 foram considerados à década do controle e da regulamentação ambiental.

Em 1971, um grupo de pesquisadores chamado de "Clube de Roma -, realizou um estudo intitulado "Limites do Crescimento", onde se alertava a comunidade mundial sobre o problema do crescimento demográfico, envenenamento dos recursos hídricos e a possibilidade de colapso da produção agrícola e industrial. (Araujo, 2004).

Na Suécia realizou-se a conferência de Estocolmo que tratou do controle da poluição do ar e da água. Aquele encontro representou um avanço nos debates ambientais e nas negociações entre os países e nele foram iniciadas as bases para a integração entre meio ambiente e o desenvolvimento.

(17)

recursos naturais através de indústrias poluentes, muitas vezes criticadas ou expulsas de

seus países de origem, e uso de mão de obra barata.

Naquela época o pensamento era de que o controle ambiental seria uma barreira ao desenvolvimento industrial e o Brasil tinha necessidade de crescer rapidamente. Estudos ambientais não eram encarados com seriedade. Entendia-se que eles levariam ao atraso de

obras e de implementação de novos parques industriais.

Só em 1973 é que o governo brasileiro demonstrou preocupação com as questões ambientais criando a Secretaria Especial do Meio Ambiente, numa tentativa de melhorar a imagem do Brasil perante o mundo (Costa, 1998).

Os primeiros estudos sobre os impactos ambientais surgem na década de 80, cujo objetivo era controlar e liberar a instalação de novas indústrias e de estabelecer exigências para as emissões das indústrias existentes.

Conforme Viterbo (1998), nos anos 80, inicia-se a fase de planejamento ambiental, pois

o controle da poluição criada não era mais aceito como uma técnica conveniente. Pensava-se que, com o planejamento correto, os impactos ao meio ambiente poderiam ser minimizados.

Aquela década foi marcada por grandes desastres ambientais como o acidente na Union Carbide em 1984 na Índia; Basiléia, na Suíça, a explosão em Tchernobil em 1986 e o

grande derramamento de oleo pelo petroleiro Exxon Valdez no Alasca Foi também quando

se descobriu o buraco na camada de ozônio.

Em 1986, no Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), passa a exigir estudos e relatórios de impacto ambiental, como documentos obrigatórios para liberação de atividades poluidoras ou modificadoras do meio ambiente.

Cagnin (2000), afirma que a década de 80 termina com a preocupação global com a conservação do meio ambiente. Esta inquietação fica evidenciada com alguns exemplos: Protocolo de Montreal, firmado em 1987, que proibiu a utilização de vários componentes

químicos e estabeleceu prazos para a substituição de outros.Também em 1987, foi publicado o relatório Brunchland, onde se apresenta o conceito de desenvolvimento

sustentável.

Naquela época foi convocada pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e

Desenvolvimento que aconteceu em 1992 no Rio de Janeiro, mais conhecida com Eco/92 e

(18)

Na Eco 92 foi exposto um quadro preocupante sobre as questões ambientais da Terra, as conseqüências de ser produzir riquezas sem os minimos cuidados com o meio ambiente, as necessidades de sociedades consumistas e o lixo gerado.

Reconhecidamente o mundo vive uma crise ecológica que evidencia um dos maiores desastres enfrentados por esta civilização. A humanidade vem desenvolvendo um modo de vida que põe em risco a sua própria existência, desafiando os limites do equilíbrio indo além da capacidade de renovação do planeta (Dozol apud Araújo, 2004).

2.2 — Desenvolvimento Sustentável

A expressão desenvolvimento sustentável estabelece que ao suprirmos as necessidades do presente não podemos comprometer a capacidade das futuras gerações atenderem As suas próprias necessidades. Essa se tomou uma espécie de "palavra de ordem" após a publicação de Relatório Brundtland, intitulado "Nosso Futuro Comum" em abril de 1987,

pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas. (Donaire, 1995).

Com o surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável passou a existir urn discurso cada vez mais articulado que busca aliar desenvolvimento e conservação do meio ambiente.

0 conceito de desenvolvimento sustentável não diz respeito apenas ao impacto da atividade econômica no meio ambiente. Ele se refere principalmente as conseqüências dessa relação na qualidade de vida e no bem-estar da sociedade, tanto presente quanto futura.

Para Maimon (1996), a atividade econômica, meio ambiente e bem-estar da sociedade formam o tripé básico no qual se apóia a idéia de desenvolvimento sustentável. A aplicação do conceito à realidade requer, no entanto, uma série de medidas, tanto por parte do poder público, como da iniciativa privada, assim como exige um consenso intemacional.

(19)

Is

Ignacy Sachs amadureceu o conceito de desenvolvimento sustentável afirmando que o

mesmo s6 poderia ser alcançado através de um equilíbrio integrado entre cinco dimensões

de sustentabilidade: econômica, ecológica, social, geográfica e cultural. (Campos, 2001)

Figura 1 - As cinco dimensões da sustentabilidade.

1.1LTORAL

Fonte: Sachs apud Campos (2001)

A sustentabilidade econômica — que deve ser alcançada através do controle e alocação

mais eficientes dos recursos e de um fluxo constante de investimentos públicos e privados.

A sustentabilidade ecológica — pode ser alcançada através do aprimoramento da

capacidade de utilização dos recursos, limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos que são facilmente esgotáveis, redução da geração de resíduos e

de poluição, através da conservação de energia, de recursos e da reciclagem.

A sustentabilidade social — entende-se como a criação de um processo de desenvolvimento

sustentado por uma civilização com maior justiça na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir as diferenças sociais entre os ricos e os pobres.

A sustentabilidade Geográfica (espacial) — deve ser planejada com o objetivo de alcançar

uma configuração rural-urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas.

A sustentabilidade cultural — incluindo a procura por raizes endógenas de processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, que facilitem a geração de soluções

especificas para o local, o ecossistema, a cultura e a area.

(20)

processo de identificação do impacto da produção da empresa no meio ambiente e resulte

na execução de um projeto que alie produção e preservação ambiental, com uso de tecnologia adaptada a esse preceito. Entre as empresas que aplicaram um projeto visando atingir o desenvolvimento sustentável, pode-se exemplificar as seguintes: 3M, McDonalds,

Pepsi-Cola, Coca-Cola e Anheuser-Busch.

A busca de sustentabilidade é um processo sendo a própria construção do conceito uma tarefa ainda em andamento e muito longe do fim. Alguns resultados práticos já podem ser reconhecidos.

Almeida (2002), afirma que entre julho de 1996 e julho de 2001, o Índice Dow Jones de Sustentabilidade ultrapassou com folga o Índice Dow Jones Geral: 18,4% para o

primeiro, contra 14,8% para o segundo. 0 Índice Dow Jones de Sustentabilidade reflete a lucratividade das ações das 312 empresas com melhor desempenho sócio ambiental, dentre as cerca de três mil que compõem o Índice Dow Jones Geral, principal índice bolsista do

mundo.

(21)

20

CAPITULO HI

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 — Gestão Ambiental na Empresa

As organizações empresariais estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar um desempenho mais satisfatório em relação ao meio ambiente. Neste sentido, a gestão ambiental aparece como uma das mais importantes atividades relacionadas ao mundo

empresarial.

Para Carelli (2004), na ótica empresarial, gestão ambiental é o gerenciamento de uma empresa, tendo como principio proteger e promover a qualidade de vida dos trabalhadores

e da comunidade, realizando simultaneamente a preservação e recuperação ambiental, além de atender as legislações ambientais pertinentes à matéria.

A Gestão Ambiental visa ordenar as atividades humanas para que estas originem o

menor impacto possível sobre o meio. Esta organização vai desde a escolha das melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e

financeiros.

Para Donaire (1995), a gestão ambiental busca integrar as politicas, programas e

práticas ambientais em todos os negócios, ajudando as empresas a melhorar seu desempenho ambiental.

Atualmente as organizações estão constatando que a gestão ambiental é algo indispensável à sobrevivência. Fatores como pessoal capacitado, estratégias, procedimentos, ferramentas, gerenciamento do processo produtivo, são importantes na

manutenção e ampliação de mercados, mas as empresas estão reavaliando seus sistemas produtivos indo além destes, todo o ciclo de vida de seus produtos e serviços também tem sido considerado.

Com isso está posta uma nova ordem, em que o problema não está apenas no processo produtivo, mas na contabilização de possíveis impactos dos produtos ao ambiente, da fabricação ao descarte.

0 papel estratégico da gestão ambiental para as empresas tem-se evidenciado por uma série de constatações. As empresas tornaram-se mais expostas a cobranças de planos e

soluções relacionadas aos seus processos industriais, resíduos e efluentes produzidos e

(22)

Segundo Smith (1995), as pressões de mercado obrigam que as empresas saiam de esquemas tradicionais de gestão e a adotar novos paradigmas, entre os quais, a gestão ambiental em seus produtos e processos.

Para que uma empresa passe a realmente trabalhar com gestão ambiental deve,

inevitavelmente passar por uma mudança em sua cultura empresarial, por uma revisão de seus padrões. A gestão ambiental tem se configurado como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento.

Macedo (1994), a subdivide em quatro níveis:

Gestão de Processos — envolve a avaliação da qualidade ambiental de todas as atividades,

máquinas e equipamentos relacionados a todos os tipos de manejo de insumos, matérias primas, recursos humanos, logística, tecnologias e serviços de terceiros.

Gestão de Resultados — envolvendo a avaliação da qualidade ambiental dos processos de

produção, através de seus efeitos ou resultados ambientais, ou seja, emissões gasosas,

efluentes líquidos, resíduos sólidos, particulados, odores, ruídos, vibrações e iluminação. Gestão de Sustentabilidade (Ambiental) — abrangendo a avaliação da capacidade de

resposta do ambiente aos resultados dos processos produtivos que nele são realizados e que

o afetam, através da monitoração sistemática da qualidade do ar, da Agua, do solo, da flora_ da fauna e cio ser humano.

(23)

Quadro 1 — Visão geral da gestão ambiental

GESTAO AMBIENTAL

Gestão de Processos Gestão de Resultados Gestão de

Sustentabilidade

Gestão do Plano Ambiental

Exploração de recursos Emissões gasosas Qualidade do ar Princípios e compromissos

Transformação de reCUISOS

Efluentes líquidos Qualidade da água Política ambiental

Acondicionamento de recursos

Resíduos sólidos Qualidade do solo Conformidade legal

Transporte de recursos Particulados Abundância e diversidade da flora

Objetivos e metas

Aplicação e uso de recursos

Odores Abundância e diversidade da fauna

Programa ambiental

Quadros de riscos ambientais

Ruídos e vibrações Qualidade de vida do ser humano

Projetos ambientais

Situações de emergencia

Iluminação imagem institucional Ações corretivas e preventivas

Fonte: Macedo, R.K. 1994.

Os instrumentos de gestão ambiental objetivam melhorar a qualidade ambiental e o processo decisório. São aplicados a todas as fases dos empreendimentos e podem ser: preventivos, corretivos e pró-ativos, dependendo da fase em que são implementados.

Em 1991, por ocasião da Segunda Conferência Mundial da Indústria sobre a gestão do Meio Ambiente foi formulada pela Câmara de Comércio Internacional a Carta Empresarial

para o Desenvolvimento Sustentável, reunindo 16 princípios de gestão ambiental, que

indicaram os compromissos a serem assumidos pelas empresas e constituem a referência

internacional de estratégia ambiental. E a partir desse documento que a gestão ambiental é

identificada, por várias empresas, como um importante fator de sucesso, assegurando a

aceitação dos produtos interna e externamente sendo muitas vezes um fator decisivo para a sobrevivência de muitas delas.

A gestão ambiental facilita o processo de gerenciamento proporcionando vários beneficios ás organizações. North, apud Donaire (1995) enumera os beneficios da gestão

(24)

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS

Economia de Custos

- Diminuição do consumo de Agua, energia e outros insumos.

- Reciclagem, venda e aproveitamento e resíduos, e diminuição de efluentes. - Redução de multas e penalidades por poluição.

Incremento de Receita

- Crescimento da contribuição marginal de "produtos verdes", que podem ser vendidos a preços mais altos.

- Aumento da participação no mercado, devido A inovação dos produtos e A menor concorrência. - Linhas de novos produtos para novos mercados.

- Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição. BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS

- Melhoria da imagem institucional. - Renovação da carteira de produtos. - Crescimento da produtividade. - Alto comprometimento do pessoal. - Melhoria nas relações de trabalho.

- Melhoria da criatividade para novos desafios.

- Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas. - Acesso assegurado ao mercado externo.

- Melhor adequação aos padrões ambientais.

Fonte: Adaptado de North, K. Environmental business management. Genebra: ILO. 1992. In: Donaire, 1995.

As questões ambientais assumiram nos últimos anos urn papel fundamental no comércio internacional tendo como conseqüência o surgimento de normas e certificaçães

ambientais, em âmbito nacional e internacional.

3.2 — Gerenciamento de Processos.

Nos anos 70, nos países centrais, os princípios "Fordistas" começaram a ser questionado e devido A percepção de limites a sua eficácia face As novas práticas

(25)

24

das novas tecnologias mais automatizadas e novos métodos de organização e gerenciamento da produção.

De acordo com Arantes (1994), a produção de um empreendimento não se restringe fabricação de produtos. Ela envolve a execução de toda tarefa empresarial, isto significa produzir e gerenciar uma gama de variáveis: produtos, clientes satisfeitos, pessoas motivadas e em constante crescimento, lucro razoável e outras. Todas estas variáveis são administradas por um conjunto de operações, cada qual com a função de realizar uma parte da tarefa empresarial e que trabalha de forma integrada e harmônica.

Cada vez mais, as empresas têm buscado a aplicação de novas técnicas e programas de melhorias, a fim de conquistar excelência empresarial e crescimento continuo. 0 gerenciamento de processos pode ser utilizado como suporte para programas de qualidade ou reengenharia, ou ser aplicado isoladamente dependendo do estágio de mudanças em que se encontra a organização.

Segundo Varvakis (2000), Gerenciamento de Processos é a definição, análise e melhoria continua dos processos produtivos, com o objetivo de atender as expectativas e necessidades dos clientes.

Harrington (1993), afirma que o processo, mesmo evoluindo e melhorando, não atinge a perfeição, portanto ele sempre se encontra no inicio de uma fase de aperfeiçoamento

continuo e permanente, pois os concorrentes melhoram, novas técnicas e tecnologias surgem e as coisas sempre podem ser melhoradas.

O gerenciamento de processos é extremamente útil para as organizações manterem-se competitivas através do continuo aperfeiçoamento de seus processos, uma vez que proporciona um método que visa alcançar a melhoria continua

Segundo Ferraz et al (1995), as vantagens competitivas podem ser alcançadas a partir de diversas fontes que, de modo geral, estão vinculadas as especificações dos produtos, ao processo produtivo, as vendas, a gestão, ás escalas produtivas, entre outras.

Gerenciamento de processos é uma metodologia sistemática desenvolvida para auxiliar a organização a realizar melhorias significativas no modo como o processo é

operacionalizado.

Para Davenport (1994), processo é simplesmente um conjunto de atividades

(26)

descritas a seguir:

- Preparar para a análise

Esta fase consiste do levantamento de informações sobre a empresa: suas estrategias, seus objetivos, atuais programas de qualidade, políticas, fatias de mercado, pianos para o

futuro, necessidades de melhoria, pontos fortes e fracos.

A clareza quanto is estratégias é urn fator importante, pois todo programa de melhoria deve estar voltado para atingir os objetivos e metas da empresa Também deve ser analisado tudo sobre as expectativas dos clientes, reclamações, pontos fortes e fracos do produto e serviço. As melhorias introduzidas através do melhoramento continuo devem proporcionar maior satisfação para clientes e trabalhadores.

Fazem parte das informações necessárias nesta fase: - Conhecimento da organização.

- Análise do programa de melhoria existente.

- Conhecimento das estratégias da organização, tipo de indústria, concorrência, missão empresarial, planejamento.

- Definição dos objetivos para o programa de melhoria.

- Preparar pessoas para mudanças (definir agentes motivadores).

A partir dessas informações, toma-se possível analisar a organização internamente, escolher os processos críticos a serem trabalhados e partir para a próxima etapa da metodologia, ou seja a compreensão do processo.

- Compreensão do processo

(27)

26

Os beneficios de um novo procedimento serão visualizados na fase de compreensão de um processo já existente. Neste sentido, o processo do conhecimento pode levar a mudanças radicais ou mudanças incrementais, dependendo dos resultados da análise.

Quanto mais se entende um processo, maiores serão as chances de melhorá-lo. (Harrington, 1993).

A fase de compreensão do processo consiste na coleta de informações detalhadas sobre

o mesmo, pois antes de resolver urn problema, é preciso compreendê-lo totalmente. Um processo é composto por várias atividades e tarefas que são executadas, na sua grande maioria, por pessoas. Portanto, para compreendê-lo, toma-se vital analisar os sentimentos, preocupações, barreiras e dificuldades das pessoas que trabalham corn o

processo.

Harrington (1993), propõe que os colaboradores responsáveis pela melhoria desenvolvam uma série de entrevistas a fim de compreender os sentimentos das pessoas e

encontrar as diferenças entre os procedimentos documentados e as tarefas executadas. Além da análise do processo pelos questionários deve-se obter informações quanto ao fluxo, eficiência, eficácia, tempo de ciclo, custos e valor agregado das funções executadas no processo. Estas informações são obtidas através do uso de ferramentas apropriadas, tais como diagrama de blocos para a visualização do processo, fluxogramas para o fluxo das operações, entradas e saídas. Todos estes dados proporcionam a identificação de oportunidades de melhorias e avaliação do estado atual do processo em termos operacionais e econômicos.

(28)

"Medidas são pontos-chave. Se não podemos medir, não podemos controlar. Se não podemos controlar, não podemos gerenciar. Se não podemos gerenciar, não podemos melhorar". (Harrington, 1993).

Esta parte do processo consiste em criar medidas que permitam um maior

conhecimento do desempenho do processo, tais como medidas de custo, eficiência, eficácia, tempo de ciclo, satisfação do cliente, custos da não qualidade, controle estatístico de processos etc... Estas medidas devem representar o processo e suas atividades, pois

mudanças propostas pela equipe de melhoria devem estar embasadas em medidas de performance e custo. (Harrington, 1993).

- Medidas de custo: 0 custo de um processo deve estar associado com as atividades

realizadas no mesmo. Este relacionamento permite o gerenciamento das atividades do processo a fim de atingir a redução de custos, eliminação de atividades que não agregam valor e o estabelecimento de metas a serem alcançadas através do melhoramento continuo.

- Eficiência e eficácia: Eficiência é a ótima utilização de recursos para atingir a

satisfação dos clientes. Eficácia é a obtenção dos objetivos planejados.

- Tempo de ciclo: Define-se por tempo de ciclo, o tempo total necessário para que uma determinada entrada seja processada, desde o momento em que chega ao processo, até o momento que é encaminhada para um outro processo. A eficiência do tempo de ciclo é

dada pela divisão entre o tempo de processamento da entrada e o tempo total de

permanência desta no processo em questão.

- Satisfação do cliente: Deve-se buscar a satisfação tanto do cliente interno como do externo. Algumas medidas de satisfação que podem ser utilizadas são: número de

reclamações por um determinado período de tempo, número de devoluções, ordens entregues a tempo, entre outros.

- Custos da não qualidade: São os custos decorrentes de falhas internas e externas, tais

como custos de ineficiência, ineficácia, retrabalho, refugos, processamento de reclamações,

(29)

- Controle estatístico de processos: serve para acompanhar o desempenho do processo,

controlando médias e variâncias de variáveis importantes. 0 controle de variâncias é urn dos objetivos do gerenciamento de processos, pois a precisão é unia característica desejável em qualquer atividade industrial.

Medidas de desempenho não têm como objetivo medir indivíduos ou uma equipe, mas sim o processo como um todo, a fim de fornecer informações para os responsáveis pela melhoria e alavancar o desenvolvimento continuo dos processos e da organização corno um todo.(Coral 1996).

- Implementação de soluções

Para Coral (1996), a implementação de soluções é um ponto fundamental do melhoramento continuo. Por isso, é vital preparar as pessoas para mudanças. Se estas, (lire trabalham diretamente com o processo, não acreditam nas soluções propostas e não estão

motivadas a mudar, então o plano de implementação estará fadado ao fracasso. Não existe implementação sem aceitação e motivação. Então, o primeiro passo para a implementação

de soluções é a preparação de recursos humanos educando-os para o melhoramento

continuo e informando-os de que forma as mudanças propostas irão afetar positivamente o

trabalho de cada um.

A educação de recursos humanos e o planejamento de incentivo podem ser trabalhados conjuntamente com as fases anteriores do gerenciamento de processos. Quanto mais culturalmente aberta à empresa estiver para o melhoramento continuo, maiores serão suas chances de sucesso na implementação.

- Melhoria continua

Harrington apud Coral (1996), define esta fase como o começo do gerenciamento de

processo, pois a melhoria continua significa recomeçar o processo de compreensão, com o

intuito de buscar outras soluções e partir para uma nova etapa de melhoramentos.

(30)

atrás. A melhoria continua busca adaptar processos ao novo mundo de negócios, ou seja satisfazer o cliente hoje e amanhã.

Figura 2 — Fluxograma do Gerenciamento de Processos.

Preparar para Análise

V

Entender o Processo

Implementar Fornecer

- Medidas Melhoramentc

-->Soluções de Continuo

Controle

Fonte: Harrington apud Coral (1996)

0 principal objetivo do gerenciamento de processos consiste em assegurar que a empresa disponha de processos empresariais que eliminem erros, diminuam os atrasos, sejam simples na sua utilização, sejam adaptáveis as mudanças das necessidades dos clientes, forneçam à empresa uma vantagem competitiva.

0 Gerenciamento de Processos pode ser explicado de forma sucinta através das seguintes afirmações (Varvalcis, 2000).

- Um processo que visa à melhoria sustentável do desempenho das empresas, de maneira gradativa e continua;

- Uma metodologia de trabalho para ser incorporada na cultura da empresa e que se adapta as suas características;

- Análise da situação atual para posteriores mudanças;

- Parte de um programa abrangente que tem o objetivo de fortalecer a competitividade da empresa;

- Um processo conduzido, na maioria das vezes, por aqueles que executam as atividades;

- Uma busca incessante de melhorias, que requer motivação, criatividade e trabalho; - Metodologia que se baseia em informações coletadas dos clientes e fornecedores internos e externos

(31)

30

3.3 — Estratégia Mercadológica para Pequenas e Médias Empresas em Implantar a

Norma ISO 14001.

Maimon (1992) afirma que, até a década de 70, as empresas restringiam-se a evitar acidentes locais e a cumprir as normas de poluição estipuladas pelos órgãos reguladores. Esta estratégia reativa "poluia-se para depois despoluir, onerava os custos, pois significava maiores gastos na compra de equipamentos de despoluição.

0 modelo econômico da empresa baseia-sc na maximização de lucros no curto prazo, em função do mercado de produtos, serviços e insumos, estes pressupostos ignoram o fato de que, ao ir ao encontro desses interesses de curto prazo, estão provocando a destruição sem volta dos recursos naturais, causada pelos sistemas produtivos.

Caimcross (1976), afirma que só com a indicação correta dos preços é que as indústrias farão investimentos em tecnologia com fins de minimizar os problemas ambientais. Somente com os custos reais de utilização dos recursos ambientais é que as indústrias começarão a reconhecê-los e valorizá-los como valorizam o trabalho e o capital.

A estratégia adotada pela empresa no mercado pode levar à descoberta da sua posição em tomo da questão ambiental. A postura da empresa varia de acordo com o tipo de negócio, o tamanho da organização e os potenciais problemas ambientais.

Porter e Linde (1995), afirmam que novos processos produtivos adequados ao meio ambiente podem gerar inovações que diminuam os custos do produto. As inovações permitem que as empresas usem mais produtivamente uma série de insumos, desta forma compensam os gastos com preservação do meio ambiente. 0 melhor aproveitamento dos recursos toma as empresas mais competitivas.

Os danos causados ao meio ambiente trazem problemas para a lucratividade das empresas, pois este encargo poderá ser cobrado, pelo governo através de multas e impostos, ou por instituições ou pessoas que se sintam lesadas, como o público em geral, através de indenizações (Ribeiro, 1992). Este tipo de problema pode afetar a imagem da empresa comprometendo sua posição e competitividade no mercado.

(32)

Segundo o informe publicitário Empresa e Meio Ambiente (2000), um estudo realizado pela Baxter, 2 revelou que cada dólar gasto em programas de proteção ao meio ambiente traz uma economia de três a cinco vezes o seu valor. Este tipo de constatação tem levado as empresas a reverem seu comportamento perante o meio ambiente, motivando-as a incrementar os investimentos em gestão ambiental.

0 investimento em tecnologias limpas3 resulta em manutenção e aumento de competitividade da empresa, permite uma boa estratégia de marketing, melhorando a

imagem da empresa e demonstrando sua responsabilidade ambiental e social.

A ISO 14001 é uma norma de gerenciamento, não é uma norma de produto ou de

performance. É um processo de gerenciamento das atividades da companhia que têm

impacto no ambiente. Ela abrange todos os membros da organização que participam na

proteção ambiental, clientes, os funcionários, os acionistas, os fornecedores e a sociedade. Através do aprimoramento de regulamentações ambientais e da cobrança de elevadas taxas, as empresas vêm cada vez mais se comprometendo com a preservação do meio ambiente. Segundo Porter e Linde (1995), a regulamentação é necessária por seis razões:

• Cria pressão a motivar as empresas a inovar.

• Melhora a qualidade ambiental nos casos em que a inovação e os resultados de melhoria na produtividade de recursos de recursos não compensem completamente o custo de adequação.

• Educa as empresas sobre possíveis ineficiências de recursos e areas potenciais para

melhorias tecnológicas.

• Aumenta as chances de que as inovações nos produtos e nos processos sejam menos agressivas ao meio ambiente.

• Cria demanda por melhorias ambientais até que empresas e consumidores sejam capazes de visualizar e mensurar a ineficiências.

• Nivela a disputa competitiva durante o processo de transição para soluções ambientais baseadas em inovações assegurando que uma empresa não possa galgar posições

competitivas em relação

ás

outras fugindo dos investimentos de caráter ambiental.

Para empresas de pequeno e médio porte, o entendimento dos desa fios apresentados pelo mercado, pelas pressões de órgãos de controle ambiental e pela opinião pública é

2 Indústria farmacéntica dos Estados Unidos.

(33)

32

fundamental como forma de guiar suas ações através de uma estratégia bem elaborada de modo que lhe proporcione estabilidade.

As questões macroeconômicas e sociais que envolvem as empresas de pequeno e médio porte geram um conjunto de fatores motivadores à adoção das normas 1S0 14001

Estes são apontados por Miles apud Seiffert (2005).

Melhoria da reputação e da imagem da organização — a melhoria da reputação

permite As empresas de pequeno e médio porte obter concessões para sua participação em novos mercados, bem como maior capacidade de fixação de preços.

Exigências de clientes — a possibilidade de usar estratégias de alianças de longo prazo

com multinacionais, as quais estão determinando a adoção da ISO 14001.

Relacionamento com partes interessadas - a adoção da ISO 14001 pode reforçar a

imagem das empresas de pequeno e médio porte colaborando em suas negociações com órgãos de fiscalização ambiental, clientes, empregados e ONGs.

Inovação de processos — a ISO 14001 pode ajudar a baixar custos e aumentar a eficiência dos processos produtivos.

0 referido autor também aponta as dificuldades associadas á melhoria do desempenho ambiental de pequenas e médias empresas:

- A maioria destas empresas é pressionada por considerações associadas a tempo e dinheiro diminuindo a capacidade das mesmas em realizar investimentos economicamente importantes na melhoria de seu desempenho ambiental. É importante ressaltar que os investimentos disponibilizados para uma certificação ISO 14000 segundo especialistas variam entre R$ 30.000,00 e R$ 50.000,00, sem levarmos em consideração os gastos com

alterações na fabrica e possíveis troca de maquinas. Estes valores eliminam a possibilidade de uma grande parte das empresas de pequeno porte poderem melhorar sua performance

ambiental.

- Muitas empresas de pequeno e médio porte não dão importância a temas ambientais.

- Pressões de mercado, financeiras ou regulatórias ainda são relativamente fracas nesta area.

- Grande parte das organizações de pequeno e médio porte tem pouco entendimento, ou

consciência de seus impactos ambientais e soluções disponíveis para melhorar seu

desempenho.

Segundo Porter apud Seiffert (2005), a melhoria do desempenho ambiental nas

(34)

a) Economia de material como resultado de um processo mais completo, de substituição, reutilização ou reciclagem de insumos da produção;

b) Aumento de rendimento do processo;

c) Redução de interrupções em função de falhas no processo; d) Melhor utilização dos subprodutos;

e) Conversão dos desperdícios em formas de valor; O Economia de energia;

g) Ambiente de trabalho mais seguro;

h) Redução dos custos de armazenagem e manuseio de materiais.

Produto

a) Produtos com melhor qualidade e mais uniformidade;

b) Redução do custo do produto (exemplo, com substituição de materiais); c) Redução nos custos das embalagens;

d) Aumento da segurança dos produtos;

e) Redução do custo liquido do descarte do produto pelo cliente; f) Maior valor agregado ao produto.

Moura apud Seiffert (2005), aponta outras razões que fundamentam os investimentos

visando A. melhoria do desempenho ambiental.

a) Maior satisfação dos clientes, em virtude de preferência por produtos ambientalmente saudáveis, desde de que itens como qualidade, prep e condições de entrega estejam dentro das expectativas dos clientes;

b) Melhoria da imagem da empresa junto aos órgãos protetores do meio ambiente;

c) Conquistas de novos mercados;

d) Redução dos riscos com penalidades legais e acidentes no processo produtivo;

e) Maior permanência do produto no mercado pela não-existência de reações negativas por parte dos consumidores;

O Maior facilidade na obtenção de financiamentos, em virtude da existência de linhas especiais para crédito a empresas, as quais têm critérios relacionados aos aspectos

(35)

34

Mules apud Seiffert (2005), afirma que a certificação pode tomar-se uma condição

essencial para empresas de pequeno e médio porte venderem seus produtos dentro de urna cadeia de fornecedores de grandes empresas internacionais.

A adesão das empresas à certificação ambiental e a indicadores ambientais é a fase mais avançada do processo de incorporação da variável ambiental aos negócios. Fazer

negócios em um mundo, que se pretende cada vez mais verde coloca novos desafios aos gestores. Estes desafios incluem produtos e embalagens mais saudáveis e menos poluentes; desenvolvimento de equipamentos de fabricação menos poluentes; minimização dos

desperdícios, gestão dos riscos tecnológicos; preservação dos recursos naturais não renováveis e proteção ao meio ambiente.

Seiffert (2005), afirma que os empresários, cada vez mais reconhecem que o descaso com o meio ambiente trará sérios conflitos de imagem e competitividade, e desta forma, ele tem progressivamente reavaliado seu desempenho quanto à gestão ambiental.

(36)

CAPITULO IV

NORMA DE QUALIDADE AMBIENTAL — ISO 14000

4.1 Aspectos Gerais

Com sede em Genebra, Suíça, a ISO é uma organização internacional especializada, cujos membros são entidades normativas de âmbito nacional provenientes de 111 países. A ISO foi fundada em 1946 para desenvolver normas de fabricação, comércio e

comunicações. (Tibor 1996).

Os objetivos das normas ISO são de facilitar a compra e venda eficientes de mercadorias e serviços através da homogeneização da linguagem das normas ambientais regionais, nacionais e internacionais, agilizando assim as transações no mercado globalizado. A ISO é estruturada em aproximadamente 180 Comitês Técnicos cada um dos quais especializados em minutar normas em uma area particular.

Os Comitês Técnicos são compostos por especialistas dos países membros, cada qual com responsabilidades especificas no âmbito do tema a ser padronizado. A ISO desenvolve normas em todos os setores industriais, exceto nos relacionados à engenharia elétrica e eletrônica.

A adoção dos padrões ISO é totalmente voluntária. Porém, apesar de os países membros não possuírem a obrigação de adotar ou mesmo apoiar esses padrões em sua

forma final, eles são desenvolvidos através de um processo de construção consensual, resultando dessa forma em padrões aceitáveis para a maioria dos paises membros.

Em 1991, na Suíça o SAGE (Strategic Advisory Group), propôs a criação de um novo Comitê Técnico, ISO/TC-207, dentro do conceito de desenvolvimento industrial auto-sustentável, tendo o objetivo de desenvolver normas e guias sobre "Sistemas de Gestão Ambiental" e também sobre mecanismos gerenciais para o meio ambiente.

Apartir de março de 1993, o conselho da ISO sancionou a criação do TC 207, dando inicio aos trabalhos de elaboração da série ISO 14000, baseados na norma BS 7750 (Specification for Environmental Manage,nent), que esta em vigor no Reino Unido desde 1993.

(37)

36

responsável pelo desenvolvimento de parte da norma, a qual, para aprovação final passa pelo TC 207 e finalmente pela própria ISO (Moreira apud Alberton, 2003).

As normas ISO 14000 -- Gestão Ambiental, foram inicialmente elaboradas visando o "manejo ambiental", que significa "o que a organização faz para minimizar os efeitos nocivos ao ambiente causados pelas suas atividades" (ISO, 2000).

4.2 — ISO 14000

A série de normas de qualidade ambiental ISO 14000 dão continuidade as normas de

qualidade e produtividade ISO 9000 e, da mesma forma tornaram-se obstáculos comerciais para as empresas que pretendam participar do mercado internacional.

A ISO 14000 segue a mesma sistemática da ISO 9000, ou seja não haverá certificação

ISO 14000, mas, sim, uma certificação baseada na 14001. A ISO 14000 estabelece as diretrizes para selecionar qual norma deve ser usada em determinada empresa, enquanto

que a ISO 14001 é a norma que determina quais são os requisitos que as empresas deverão seguir e atender para que possam obter a certificação através de auditoria realizada por um organismo certificador.

A maioria das organizações que vêm implementando um Sistema de Gestão Ambiental

(ISO 14001) e no geral objetivam evitar o surgimento de futuras barreiras não tarifarias ao comércio de seus produtos. Culey apud Seiffert (2005).

Com o objetivo de ser aplicável a qualquer tipo de organização, independente de sua atividade, porte, localização e cultura, o conjunto das normas ISO 14000 elaborou um grupo de orientações direcionadas para as pequenas e microempresas que, na grande maioria dos países são responsáveis pela maior parte da atividade econômica

Além do estabelecimento de uma forma de ação comum para o gerenciamento ambiental, as normas ISO 14000 são uma resposta às exigências legais e do mercado. Tais exigências guardam relação direta com as possibilidades de atuação que se abrem as

organizações. (Seiffert, 2005).

(38)

Tibor (1996).

Foco nas organizações empresariais:

Sistema de Gestão Ambiental - estabelece os principais elementos de um sistema de gestão, tais como a política ambiental a ser adotada pela organização, o planejamento,

implantação e operação, monitoramento e ação corretiva executando uma análise critica da

gestão visando à melhoria continua.

A ISO 14001 determina que a organização tenha controle sobre sua interação corn o meio ambiente e sobre a geração dos impactos ambientais significativos, reais ou potenciais. Ela propõe um conjunto de orientações as empresas, que visam inserir a

variável ambiental na sua gestão estratégica.

A Norma NBR ISO 14004 consiste em diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e

técnicas de apoio e apresenta de forma global os sistemas de gestão ambiental e estimula o planejamento ambiental ao longo do ciclo de vida do produto ou do processo. Um dos componentes do sistema de gestão é o planejamento das atividades da organização para se atingir as metas e objetivos ambientais.

Auditoria Ambiental - é enfocada de quatro maneiras: Princípios de auditoria ambiental, Procedimentos, Qualificação de Auditores e outras investigações ambientais.

A ISO 14010 define uma auditoria ambiental como um "processo de verificação

sistemática e documentada para objetivamente obter evidência e avaliar a auditoria, a fim

de determinar se atividades, sistemas gerenciais ambientais ou informações estão em conformidade com os critérios da auditoria"

A ISO 14011, estabelece procedimentos que permitem planejar e executar uma auditoria de um Sistema de Gestão Ambiental, a fim de determinar sua conformidade com os critérios de auditoria de um SOA.

ISO 14012 — Esta norma estabelece as diretrizes relativas aos critérios de qualificação

para auditores e auditores — lideres ambientais, sendo aplicável tanto a auditores internos quanto externos.

(39)

38

descrever o desempenho ambiental em relação a critérios acordados para as metas da gestão.

A norma ISO 14001 exige que uma empresa monitore e avalie regularmente as

características principais de suas operações e atividades, a ISO 14031 ajuda as empresas a fazerem isso. Ela é uma norma de orientação.

Foco nos produtos

e serviços:

Rotniagem Ambiental — Trata dos princípios para certificação, autodeclaração e os

princípios para programas de certificação, visando A formulação de normas dirigidas A

padronização no campo da rotulagem ambiental. Esta Area irá definir os princípios e a

prática para as declarações e os rótulos ambientais, bem como metodologias de

implementação.As normas de rotulagem ambiental orientam todas as declarações

ambientais ou símbolos apostos nos produtos, incluindo também orientações para os programas de Selo Verde.

A norma ISO 14020 - contém princípios básicos, aplicáveis a todos os tipos de

rotulagem ambiental recomenda que, sempre que apropriado seja levada em consideração a

Avaliação do Ciclo de Vida do Produto.

Norma ISO 14021 - Rotulagem Ambiental Tipo 11: Trata das autodeclarações das

organizações que podem descrever apenas um aspecto ambiental do seu produto não

obrigando A realização de uma ACV, reduzindo assim, os custos para atender de uma forma rápida As demandas do marketing.

Norma ISO 14024 - Rótulo Ambiental Tipo I: Princípios e Procedimentos - recomenda que estes programas Sejam desenvolvidos levando-se em consideração a ACV para a definição dos "critérios" de avaliação do produto e seus valores limites. Isso quer dizer que deve haver múltiplos critérios identificados e padronizados, pelo menos os mais relevantes, nas fases do ciclo de vida facilitando a avaliação e reduzindo os custos de certificação.

Relatório Técnico TR/ISO 14025 - Rotulagem Ambiental Tipo III: Princípios e

(40)

Norma ISSO 14023 — Especifica metodologias de testes de verificação.

Avaliação do Ciclo de Vida - A Avaliação do Ciclo de Vida e as normas da família

ISO 14040 podem e devem ser usadas como ferramentas de apoio ao planejamento do sistema de gestão. É neste contexto que a ACV, uma ferramenta focalizada nos produtos ou serviços, é utilizada de maneira complementar aos sistemas de gestão ambiental.

Há várias estruturas em uso corrente para a metodologia ACV. Primeiro, envolve a

definição de metas e o escopo da avaliação. Segundo envolve a medição dos materiais e

energia utilizados e as emissões ambientais que ocorrem ao longo de todo ciclo de vida do produto. Terceiro, as informações obtidas dessa análise de inventário são utilizadas para examinar o impacto sobre o meio ambiente. A avaliação do ciclo de vida tem como objetivo avaliar os efeitos ambientais associados a um produto, processo ou atividade.

ISO 14042: Avaliação do impacto do ciclo de vida

Esta norma especifica os elementos essenciais para a estruturação dos dados, sua

caracterização, a avaliação quantitativa e qualitativa dos impactos potenciais identificados na etapa da analise do inventário.

ISO 14043: Interpretação do ciclo de vida

Esta norma define um procedimento sistemático para identificar, qualificar, conferir e

avaliar as informações dos resultados do inventário do ciclo de vida ou avaliação do

inventário do ciclo de vida facilitando a interpretação do ciclo de vida para criar uma base onde As conclusões e recomendações serão materializadas no Relatório Final.

Aspectos Ambientais em Normas de Produtos — Objetivam a preparação de um documento que desperte a atenção dos envolvidos na elaboração de normas de produto e

suas diretrizes para incluírem os possíveis efeitos ambientais, visando A diminuição dos impactos negativos desses processos.

(41)

40

documento de orientação não é nem uma norma técnica que prescreve exigências que os produtos devem atender, nem uma norma gerencial nos moldes ISO 14000, que inclui

especi ficações de gestão.

Embora todas as normas citadas anteriormente forneçam uma base conceitual e

estrutural importante para a implantação da ISO 14001 e posterior certificação,

exclusivamente os requisitos da norma ISO 14001 são indispensáveis para a obtenção de uma certificação de Sistema de Gestão Ambiental.

Para Tibor (1996), a razão principal para se implementar a ISO 14000 é ajudar a empresa a lidar com suas responsabilidades ambientais de forma mais eficaz, refletindo

num melhor desempenho ambiental e, possivelmente, lucros maiores.

As normas ISO 14000 referem-se a um processo e não ao desempenho. Elas focalizam

o estabelecimento de políticas, objetivos e alvos. As normas requerem que essas políticas

incluam elementos que cumpram as leis e regulamentações e que evitem a poluição.

(Tibor, 1996).

4.3 — Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001)

Segundo Almeida (2000), o Sistema de Gestão Ambiental é definido como a parte do sistema de gestão da organização que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, praticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a sua Política Ambiental.

Os sistemas de gestão ambiental SGA's são constituídos pelos procedimentos, processos, recursos, responsabilidades, práticas e estrutura organizacional, para o

desenvolvimento, implementação, revisão e manutenção da política ambiental definida pela empresa

Para Tibor (1996), os elementos básicos de um sistema de Gestão Ambiental incluem a

criação de uma política ambiental, o estabelecimento de objetivos e alvos, a

implementação de um programa para alcançar esses objetivos, a monitoração e medição de sua eficácia, a correção de problemas e a análise e revisão do sistema visando o aperfeiçoamento.

Para o estabelecimento da função Gestão Ambiental na organização, é necessário

ressaltar algumas condições ou princípios em que ela devera se basear. Sao as etapas de urn

(42)

Política Ambiental é definida pela ISO 14001 como uma declaração "feita pela

organização de suas intenções e princípios em relação ao desempenho ambiental geral" A política ambiental da o sentido geral da direção e comprometimento da organização com relação ao meio ambiente e fornece um contexto de trabalho para fixação de metas e objetivos.

A política deve ser clara, normalmente é estabelecida em toda organização por seus proprietários, diretoria e outras entidades que a governam, a alta gerencia é responsável por formular, implementar e modificar essa política.

A Política Ambiental deve também ser reavaliada periodicamente e revisada para refletir as condições de mudança.

Planejamento (Objetivos) - 0 sucesso de um bom SGA, requer um bom planejamento.

A ISO 14001 define objetivo ambiental como "uma meta ambiental geral, que emerge de uma política ambiental que uma organização estabelece que deverá atingir e a qual é quantificada onde possível". (Tibor, 1996).

Deve-se começar por identificar aspectos ambientais e avaliar o impacto de cada um no meio ambiente. Por aspectos ambientais entende-se, por exemplo, o ruído, os resíduos industriais e as águas residuais. A organização deve estabelecer e manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais que controla e sobre os quais exerce alguma influência devendo igualmente garantir que os impactos por eles provocados estão considerados no estabelecimento da sua política ambiental.

Através dos requisitos legais, relativamente a cada um dos aspectos ambientais estabelecem-se objetivos e metas que se definem num Programa Ambiental, que clarifica a estratégia que a organização irá seguir na implementação do SGA. Neste Programa de Gestão Ambiental, os objetivos ambientais a estabelecer e manter devem ser considerados relevantes para a organização. Deve ser designado um responsável por atingir os objetivos a cada nível da organização, sem esquecer os meios e espaçamento temporal para que os mesmos possam ser atingidos.

Implementação - As regras, responsabilidades e autoridades devem estar definidas,

documentadas e comunicadas a todos, por forma a garantir a sua aplicação.

A gerência deve providenciar os meios humanos, tecnológicos e financeiros para a implementação e controle do sistema

(43)

42

A organização deverá providenciar o treinamento e a formação dos seus colaboradores, conscientizando-os da importância da Política do Ambiente e do SGA em geral, da relevância do impacto ambiental das suas atividades, da responsabilidade em implementar o SGA e das conseqüências em termos ambientais de trabalhar em conformidade com procedimentos específicos.

A organização deve estabelecer e manter procedimentos para a comunicação interna entre os vários níveis hierárquicos e para receber e responder as partes externas.

Compete ainda à empresa estabelecer e manter informação que descreva os elementos base do SGA e da sua interação controlando todos os documentos exigidos pela norma.

As operações de rotina que estejam associadas a impactos ambientais consideráveis deverão ser alvo de um controle eficaz.

Monitora 0o e Medição 0 primeiro requisito básico na verificação e ação corretiva

é o de estabelecer e manter procedimentos documentados para monitoração e medição regular das atividades da empresa ligadas ao meio ambiente.

A monitoração ajuda as empresas a gerenciarem o seu sistema de Gestão Ambiental, alimentando a gerência ambiental com informações úteis para uma análise de desempenho, é através da verificação e do monitoramento que é possível descobrir e corrigir problemas.

Verificação e ações corretivas - A organização deve definir, estabelecer e manter

procedimentos de controle e medida das características chave dos seus processos que possam ter impacto sobre o ambiente. Do mesmo modo, a responsabilidade pela análise de não conformidades e pela implementação de ações corretivas e preventivas deve estar devidamente documentada, bem como todas as alterações dai resultantes. Todos os registros ambientais, incluindo os respeitantes as formações e auditorias devem estar identificáveis e acessíveis.

Procedimentos e pianos que visem garantir auditorias periódicas ao SGA, de modo a determinar a sua conformidade com as exigências normativas devem ser estabelecidos e mantidos.

Análise e Revisão do Sistema - A clausula 4.5 da ISO 14001 ordena que a diretoria

realize uma análise periódica do Sistema de Gestão Ambiental para assegurar que o mesmo seja continuamente adequado, apropriado e eficaz.

(44)

objetivos e procedimentos, como resposta a alterações organizativas, melhorias continuas e

modificações externas.

Os responsáveis devem assegurar que se tenham coletado dados necessários para urna

avaliação abrangente e que a análise critica seja documentada. Essa análise foca os resultados da auditoria do sistema de gestão ambiental e o compromisso da organização

com as melhorias continuas, além de abordar possíveis mudanças nas políticas, objetivos e outros elementos do Sistema de Gestão Ambiental.

0 Sistema de Gestão Ambiental permite que a organização atinja o nível de desempenho ambiental por ela determinado e promova sua melhoria continua ao longo do tempo. Consiste essencialmente, no planejamento de suas atividades, objetivando a

eliminação ou minimização dos impactos ao meio ambiente, por meio de ações preventivas ou medidas mitigadoras.

Para que isto seja possível 6 necessário analisar todas as atividades, produtos e serviços

da organização visando identificar os aspectos ambientais envolvidos, bem corno avaliar os impactos reais e potenciais ao meio ambiente tendo por base os requisitos legais e outros

aplicáveis. Tal avaliação permite que a empresa priorize sua atuação sobre os aspectos considerados significativos definindo o seu gerenciamento.

A verificação continua da eficácia desse gerenciamento permite à organização atingir níveis de desempenho ambiental cada vez mais aprimorados buscando a prevenção da

(45)

44

CAPITULO V

ESTUDO DE CASO DA EMPRESA EQUISUL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

Neste capitulo será apresentado o estudo de caso na empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda, com o intuito de verificar a importância, as vantagens e a necessidade de adoção da ISO 14000 para a empresa 0 levantamento das informações foi feito através de entrevistas com gerentes e supervisores e também através do acompanhamento dos processos de produção.

5.1 - Apresentação da Organização

A empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda é uma empresa que fabrica No-Break's,

Inversores e Retificadores. Ela está localizada em Sao José, Santa Catarina e possui uma

filial em São Paulo, capital. Segundo a gerência da Equisul, a empresa fatura RS

14.000.000,00 por ano. Sua sede em Sao José ocupa mais de 4500 metros quadrados de Area construída.

A empresa foi criada em 1988 pelos atuais proprietários e tem setenta e oito funcionários. A empresa obteve o certificado ISO 9000 em 1999 e desde então adota como meta e missão a satisfação dos seus clientes, através da melhoria continua dos seus processos.

5.1.1 — 0 Cliente

Os clientes são principalmente empresas jurídicas privadas e estatais, estas correspondem por 80% do faturamento da empresa. Suas expectativas e exigências sobre o produto são bastante altas, pois os equipamentos e serviços segurados pelos No Break's

variam de sistemas computacionais de Bancos a aparelhos cirúrgicos de hospitais.

5.1.2 — 0 Mercado

0 mercado é bastante fragmentado e segundo a Associação Brasileira da Indústria

Imagem

Figura  1 -  As cinco  dimensões  da  sustentabilidade.
Figura  2 —  Fluxograma do  Gerenciamento  de Processos.
Figura 3 — Fluxograma do processo produtivo — Macro Processo
Figura  4 —  Fluxograma do processo produtivo  —  Macro Processo  Processo  C  50  Nlontactern  dos  Módulos  Inserção  dos  Cabos  Fixação  do  Gabinete ao Pallet

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