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DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA

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Academic year: 2021

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Fabiana Alves de Andrade1 Fernando Reis do Espírito Santos (Orientador)2

RESUMO

Este estudo trata sobre a unidade de emergência onde presta os primeiros socorros ao cliente, muitas vezes casos iminentes de vida, o que exige agilidade, competência, responsabilidade, prática e conhecimento por parte dos profissionais que compõe a equipe de socorristas na unidade emergencial. O dimensionamento é a etapa principal do processo de provimento do pessoal de enfermagem, previsão da quantidade de profissional por categoria, requerida para suprir as necessidades da assistência de enfermagem, direta ou indiretamente prestada à clientela. O COFEN, Conselho Federal de Enfermagem, possui a Resolução 293/2004, que determina o quantitativo ideal de funcionários de acordo com a necessidade do setor e carga horária da instituição. A falta de recursos financeiros na saúde tem gerado a necessidade de redução de gastos e ocorrido cortes nos recursos humanos, principalmente na equipe de enfermagem. Este estudo teve como objetivo: evidenciar, a partir da literatura, a importância do dimensionamento adequado da equipe de enfermagem na unidade de emergência e sua relação com a qualidade do atendimento prestado ao cliente. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, exploratória e bibliográfica. Foram feitas análises de artigos e resolução que tem como foco principal atualizações sobre dimensionamento da equipe de enfermagem e assistência de enfermagem. Este estudo nos mostra que há um déficit no quadro de funcionários da equipe de enfermagem nas emergências, o que sobrecarrega os mesmo, impossibilitando a prestação de uma assistência qualificada ao cliente. Palavras-chave: Dimensionamento da Equipe de Enfermagem, Emergência, Enfermagem e Resolução 293/2004.

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Graduada de Enfermagem pela Universidade Tiradentes (UNIT) 2

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1. INTRODUÇÃO

• Apresentação do objeto de estudo

Conceitualmente, verifica-se que a Unidade de Emergência destina-se ao atendimento de pacientes em estado agudo ou crítico, mas recuperável, que requerem assistência médica e de enfermagem permanente e especializada.

Para garantir a qualidade do cuidado de enfermagem em emergência é necessário ater-se não somente à qualificação dos trabalhadores, mas também à quantificação desses para o desenvolvimento das atividades legalmente previstas. Nesse sentido, o número adequado de profissionais da equipe é premissa indispensável para o cuidado de qualidade e faz parte da estrutura do serviço que contribui para a obtenção ou manutenção de condições favoráveis no ambiente de trabalho. Afinal, a adequação quantitativa de profissionais de enfermagem pode possibilitar menor incidência de agravos à saúde dos trabalhadores devido à redução da sobrecarga de trabalho e, conseqüentemente, menores riscos à saúde da clientela.

O dimensionamento do pessoal de enfermagem é a etapa inicial do processo de provimento do pessoal, que tem por finalidade a previsão da quantidade de funcionários por categoria requerida para suprir as necessidades de assistência de enfermagem, direta ou indiretamente prestada à clientela (GAIDZINSKI, KURCGANT, 1998).

Há que se considerar ainda a regulamentação da lei do exercício da enfermagem, onde consta que cabe privativamente ao enfermeiro, a realização dos cuidados diretos de enfermagem a pacientes com risco de vida, bem como os cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas. Portanto, o percentual reduzido de enfermeiros em relação ao total da equipe de enfermagem, gera sobrecarga a estes, ou mesmo, disfunção na atuação do profissional de

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enfermagem de nível médio (técnico e auxiliar de enfermagem), com potenciais prejuízos à qualidade de assistência ao paciente crítico na Unidade Emergencial.

De acordo com a Resolução 293/2004, art.1º compete ao enfermeiro estabelecer os parâmetros para dimensionar o quantitativo mínimo dos diferentes níveis de formação dos profissionais de enfermagem para cobertura assistencial nas instituições de saúde (COFEN, 2004).

O pessoal de enfermagem representa um importante seguimento dos recursos humanos dentro das instituições hospitalares. A falta de recursos financeiros em saúde tem gerado a necessidade de redução de gastos e ocorrido cortes nos recursos humanos, principalmente na equipe de enfermagem, com conseqüente queda na qualificação do cuidado prestado ao cliente e sobrecarga de trabalho aos profissionais remanescentes (VIGNA, PERROCA, 2007).

O enfermeiro, como administrador, necessita aprofundar suas habilidades gerenciais para vislumbrar esse cenário, aprender conceitos de administração de serviços de saúde, liderança, recursos materiais e humanos, sendo que, desse último, faz parte a previsão e provisão de pessoal para o desenvolvimento das atividades legalmente previstas que caracterizam a profissão (NICOLA, 2004).

• Justificativa

O dimensionamento é um instrumento gerencial que possibilita adequar o quadro de profissionais às necessidades da clientela e da instituição. É de grande relevância para a enfermagem e principalmente para as instituições e ao cliente, pois, além de viabilizar melhor qualidade de assistência está relacionado com a diminuição de custos, por ser uma atividade que compete ao enfermeiro, segundo a resolução COFEN 293/2004, o mesmo necessita estar apto nas suas habilidades gerenciais para realizá-lo corretamente em sua unidade de trabalho.

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Por sua vez a emergência é uma unidade que requer atendimento qualificado, ágil e eficaz, pois, a vida do paciente está em risco iminente, devendo está capacitada e bem dimensionada.

A falta de recurso financeiro das instituições atinge diretamente na saúde do cliente, reduzindo gastos e corte nos recursos humanos, principalmente no pessoal de enfermagem afetando a qualidade da assistência prestada ao cliente e sobrecarga dos funcionários remanescentes.

A motivação em estudar esse tema, surgiu a partir da vivência nos campos de estágio, onde pudemos ter um maior contato com as unidades de emergência que destinam-se ao atendimento de pacientes em estado agudo ou crítico, mas recuperável que requerem assistência médica e de enfermagem integral e permanente. Observamos que existe uma má distribuição de técnicos e auxiliares e uma grande carência de enfermeiros atuantes o que requer um quanti-qualitativo adequado de profissionais na prestação de cuidados ao cliente.

• Problema

O que diz a literatura sobre a importância de um dimensionamento da equipe de enfermagem adequado na unidade de emergência e quais os benefícios disso para o profissional, cliente e instituição?

• Objetivo

Evidenciar a partir da literatura a importância do dimensionamento adequado da equipe de enfermagem na unidade de emergência e sua relação com a qualidade do atendimento prestado ao cliente.

• Metodologia

Trata-se de um estudo com as seguintes classificações: de natureza qualitativa, do ponto de vista dos objetivos, exploratória e quanto aos procedimentos técnicos, bibliográfica.

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O presente trabalho fez um estudo da importância de uma assistência qualificada e eficaz ao paciente na urgência e emergência, e sua relação com o dimensionamento da equipe de enfermagem que prestara esse serviço.

Serão feitas análises bibliográficas de artigos e resolução que tem como foco principal atualizações sobre dimensionamento da equipe de enfermagem e assistência de enfermagem.

Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a

analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem. Assim como a Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. E Pesquisa Bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. (GIL, 1991).

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Dimensionamento da equipe de enfermagem e Resolução COFEN 293/2004

O dimensionamento de pessoal de enfermagem é definido como sendo a etapa inicial do processo de provimento de pessoal, que tem por finalidade a previsão da quantidade de funcionários por categoria, requerida para suprir as necessidades de assistência de enfermagem, direta ou indiretamente prestada à clientela (GAIDZINSKI, KURCGANT, 1998).

A fim de nortear o cálculo de pessoal de enfermagem, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) estabeleceu diretrizes que representam normas técnicas mínimas, por meio da Resolução COFEN n° 189/1996, onde foram regulamentadas as unidades de medida e as horas de enfermagem despendidas por leito ocupado (COFEN, 2009).

A publicação da Resolução COFEN nº 189/96 oficializou o cálculo de pessoal de enfermagem por meio de parâmetros para o quantitativo mínimo dos diferentes níveis de formação dos profissionais de enfermagem, recomendando que o dimensionamento do quadro de profissionais fundamente-se nas características referentes à instituição, ao serviço de enfermagem e à clientela (COFEN, 2009).

Após muitos anos sem uma regulamentação específica, em 1996, foi publicada a Resolução nº189/96 do COFEN que estabeleceu que o cálculo de pessoal de enfermagem deveria ter como base a aplicação de SCP (Sistema de Classificação de Pacientes) como um dos indicadores para estabelecer o perfil de cada paciente nas unidades hospitalares; as horas mínimas de assistência e a distribuição dos profissionais para cada tipo de cuidado (COFEN,2009).

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Esta Resolução foi revogada em 2004, com a promulgação da Resolução COFEN n° 293/2004, cuja mudança principal foi o aumento de número de horas de assistência de enfermagem por nível de complexidade e por leito (COFEN, 2009).

O artigo 2° da Resolução COFEN n° 293/2004 dispõe que o dimensionamento e a adequação quantiqualitativa do quadro de profissionais de enfermagem devem basear-se em características relativas à instituição, ao serviço de enfermagem e à clientela.

A metodologia de dimensionamento é um instrumento valioso para o alcance de parâmetros mínimos para suprir as necessidades dos pacientes, com vistas à melhoria da qualidade da assistência e satisfação da equipe nas atividades diárias (NICOLA, 2004).

Na prática administrativa, a previsão do quantitativo e do qualitativo de pessoal de enfermagem é um processo que depende do conhecimento da carga de trabalho existente nas unidades de internação. Essa carga de trabalho depende, por sua vez, das necessidades de assistência dos pacientes, bem como do padrão de cuidado pretendido. O método de dimensionamento de pessoal de enfermagem pode ser definido como um processo sistemático que visa determinar o número e a categoria profissional requerida com o objetivo de prestar cuidados de enfermagem garantindo qualidade e segurança a um grupo de pacientes (GAIDZINSKI, KURCGANT, 1998).

Apesar disso, muitas vezes a execução e decisão sobre lotação desse pessoal é realizada por profissionais de outras categorias, que consideram apenas a questão custo, deixando em segundo plano a real necessidade quantiqualitativa de recursos humanos para o desenvolvimento dessa assistência. Por esses motivos, a lotação de pessoal de enfermagem é hoje uma preocupação constante dos enfermeiros administradores e dos pesquisadores dessa área (CAMPEDELI, 1987).

Sendo o pessoal de enfermagem o maior contingente de servidores de um hospital, representa um custo elevado e envolve processo contínuo de admissão, seleção,

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treinamento, aperfeiçoamento e avaliação. Por isso também possibilita, por motivos de ordem econômica, política e outros, a interferência de outros profissionais de diversas áreas de determinação da quantidade e qualidade do pessoal. Isso pode levar a riscos operacionais, por programação inadequada do serviço que podem causar prejuízos legais à instituição por inúmeros danos e falhas, que ocorrem tanto com o paciente quanto com os trabalhadores que dele cuidam (CAMPOS, 2004).

E, ainda, compreendemos que o dimensionamento constitui um dos instrumentos da administração indispensável para o enfermeiro, cujas informações auxiliam na função gerencial, tendo como objetivo presumir para as unidades prestadoras de serviço de saúde, pública ou privada, o número de pessoal de enfermagem, sob o aspecto quantitativo e qualitativo, apto a atender às necessidades de assistência da clientela (ANTUNES e COSTA, 2003).

O dimensionamento inadequado traz implicações sobre o resultado da qualidade da assistência prestada à clientela, em virtude dos aspectos quantitativos e qualitativos da equipe estarem diretamente ligados ao produto final do seu trabalho, que é a qualidade da assistência prestada ao paciente (TANOS, MASSAROLO, GAIDZINSKI, 2000).

Uma equipe bem dimensionada tem mais benefícios do que malefícios, sendo proveitoso para a instituição, que adquiri a confiança dos pacientes, reconhecimento por excelente referência em assistência à saúde, minimizam os riscos de vida ao cliente, além de oferecer ótimas condições de trabalho para os funcionários, dessa forma, haverá uma disponibilidade maior para fazer suas evoluções de enfermagem e conseqüentemente satisfação profissional.

2.2 Emergência

De acordo com Baggio (2009), uma unidade de emergência é permeada de condições complexas, inerentes ao próprio ambiente e aos seres humanos que cuidam e são cuidados, que experienciam e vivenciam as também complexas

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relações humanas no processo de cuidar/cuidado, em um sistema organizacional hospitalar.

Na última década houve mudanças significativas no atendimento a saúde e dentre elas destacam-se os serviços de urgência e emergência, sendo essa uma principal porta de entrada do usuário na rede pública de saúde. Além da revitalização da estrutura física dessas unidades, o fluxo de atendimento também foi adequado para agilizar o atendimento aos usuários. O Centro Municipal de Urgências Médicas – CMUM - funciona 24 horas ininterruptamente sendo considerado apto a prestar atendimento resolutivo aos pacientes acometidos por quadros agudos ou crônicos agudizados, dando assim retaguarda as unidades de saúde básica e da família, reduzindo também a sobrecarga dos hospitais de maior complexidade (CENTRO MUNICIPAL DE URGENCIAS MÉDICAS..., 2006).

Diante dessa problemática, observa-se também um número reduzido de profissionais que nem sempre estão preparados para atender essa grande demanda o que pode gerar sentimentos de tensão, angústia, frustração e desgaste. Como conseqüência, as condições do ambiente de trabalho influenciam significativamente na saúde do trabalhador, podendo comprometer sua saúde mental e o seu desempenho profissional, em decorrência de um cotidiano estressante e exigente (BATISTA; BIANCHI, 2006).

É de fundamental importância o papel do enfermeiro emergencista dentro da equipe para o sucesso da reanimação cardíaca, pois habitualmente, quem evidência precocemente os sinais e sintomas da parada cardíaca, é a equipe de enfermagem. Assim cabe a ela iniciar uma assistência rápida, eficiente, segura, imbuída do espírito de equipe, de modo a obter sucesso no atendimento e minimizar o estresse desnecessário e risco de complicações (VERGÍLIO, 2005).

Nas unidades de emergência é exigido do enfermeiro, aumento da carga de trabalho e maior especificidade nas suas ações na prestação de suas tarefas. Os maiores estressores citados nesta área são: numero reduzido de funcionários; falta de

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respaldo institucional e profissional; carga de trabalho; necessidade de realização de tarefas em tempo reduzido; indefinição do papel do profissional; descontentamento com o trabalho; falta de experiência por parte dos supervisores; falta de comunicação e compreensão por parte da supervisão de serviço; relacionamento com os familiares; ambiente físico das unidades; tecnologia de equipamentos; assistência ao paciente e situação de alerta constante, devido à dinâmica do setor (BATISTA; BIANCHI, 2006).

2.3 Enfermagem

Os profissionais de enfermagem compreendem em torno de 60% do quadro de pessoal das instituições de saúde, o que representa um custo elevado quando comparado com as demais categorias. Além disso, deve ser lembrado que a equipe de enfermagem é a que normalmente exige maior número de contratações, demissões, horas de treinamento e aperfeiçoamento, dentre outras despesas (DUTRA, 1983).

Lembramos que a política organizacional sofre constantemente, influência das transformações socioculturais, políticas e econômicas que ocorrem no país e no mundo que, por sua vez, afetam o serviço de enfermagem como, por exemplo, a questão da redução de custos que tende a recair sobre a equipe de enfermagem, ocasionando diminuição do quadro de pessoal e/ou não reposição de vagas, o que repercute na qualidade da assistência prestada (ROGENSKI, 2006). Frente a essa realidade, observa-se que as instituições de saúde no caso os hospitais, para cumprirem com seus objetivos contam, em seu quadro de funcionários, com o pessoal de enfermagem, o qual tradicionalmente perfazem o melhor contingente das contratações, demissões, horas de treinamento e aperfeiçoamento, dentre outras despesas.

A equipe de enfermagem representa um quantitativo significativo no quadro de funcionários de uma unidade de hospitalar, em contrapartida é o público alvo quando é necessário realizarem ´´cortes´´ financeiros.

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De acordo com o enfoque assistencial voltado aos problemas no âmbito individual, pressupõe-se que as unidades de cuidado devem ser adequadas às necessidades da clientela atendida. Assim, ser providas adequadamente, em sua estrutura física, de recursos humanos e de recursos materiais, constituindo-se em suporte para implantação de uma assistência efetiva ao paciente hospitalizado, principalmente nas UTI’s, em função da sua especificidade (TRANQUITELLI, CIAMPONE, 2007).

As unidades administrativas dos serviços de saúde, sejam elas públicas ou privadas, devem considerar a diretoria e/ou chefia de enfermagem como parceiras no processo de provimento de pessoal, visto que o Decreto nº 94.406, de 8 de junho de 1987 que regulamenta o exercício da enfermagem, garante privativamente ao enfermeiro a organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nessas instituições (Decreto nº. 94.406). Assim, cabe ao enfermeiro, a previsão de quantitativo suficiente de profissionais para desenvolver o processo de trabalho, através da

metodologia de dimensionamento da equipe de enfermagem.

Ainda existe a dupla jornada de trabalho, os profissionais da enfermagem se obrigam a trabalhar em mais de uma instituição para aumento da renda familiar, alem disso, o trabalho em turnos e uma característica da enfermagem, uma vez que a assistência e prestada 24 horas. Essa condição obriga que o profissional trabalhe a noite, nos fins de semana e feriados, limitando assim, sua vida social (PAFARO; MARTINO, 2004).

À gestão de pessoas na área de enfermagem em hospitais é imprescindível para garantir recursos humanos suficientes e competentes para o alcance, manutenção da qualidade da assistência e desenvolvimento das atividades cotidianas (INOUE, 2008).

O profissional de enfermagem ao atuar em unidade de emergência deve demonstrar destreza, agilidade, habilidade, bem como, capacidade para estabelecer prioridades e intervir de forma consciente e segura no atendimento ao ser humano, sem

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esquecer que, mesmo na condição de emergência, o cuidado é o elo de interação/integração/relação entre profissional e cliente (BAGGIO, 2009).

No decorrer de toda evolução da Enfermagem, a prática profissional pode ser explicada conforme diversos aspectos. Por ser apreciada como ciência e arte, esta sempre atrelada aos mais variados ramos do conhecimento, dentre eles, a ciência da administração coopera com uma parcela que se consolida, principalmente, na administração do pessoal de enfermagem.

O trabalho de enfermagem é complexo e dinâmico, apresenta dimensões éticas, filosóficas, sociais, econômicas, técnicas e políticas e está inserido no contexto de uma instituição de saúde, seja pública ou privada, onde se desenvolve e se ajusta à sua política organizacional (CAMPOS, 2004).

O enfermeiro, como administrador, necessita aprofundar suas habilidades gerenciais para vislumbrar esse cenário, aprender conceitos de administração de serviços de saúde, liderança, recursos materiais e humanos, sendo que, desse último, faz parte a previsão e provisão de pessoal para o desenvolvimento das atividades legalmente previstas e que caracterizam a profissão (NICOLA, 2004). Desde o momento da institucionalização da enfermagem dentro das estruturas de saúde, em especial o enfermeiro, vem incorporando como conteúdo de seu trabalho um conjunto de ações que envolvem o planejamento, a coordenação, a supervisão e o controle do trabalho que, por existência de critérios próprios de racionalidade de execução, só tem visibilidade efetiva à medida que responde aos programas estabelecidos pela instituição. Isso nos faz refletir sobre o desenvolvimento de poder de negociação pelo enfermeiro, uma vez que trabalha diretamente com os recursos humanos de enfermagem e em saúde, bem como tem como objetivo de seu trabalho o ser humano em uma situação especial, num dado momento da vida.

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3.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo constata a importância da função do enfermeiro no dimensionamento do pessoal de enfermagem, e a relação direta entre essa atividade e a qualidade da assistência prestada ao paciente na unidade de emergência.

Da literatura consultada neste trabalho é possível afirmar que a realidade nos hospitais não é compatível com o preconizado pela resolução 293/2004, o quadro de funcionários da equipe de enfermagem é sobrecarregado, deficiente em relação à sua demanda, o que resulta em prejuízos ao cliente e na assistência prestada, pois se não há enfermeiro, técnico e ou auxiliar de enfermagem suficientes, não há como atender adequadamente seus pacientes, no que resulta em danos à saúde do mesmo, podendo até levá-lo à óbito e prejuízos irreversíveis à instituição prestadora de serviço. Levando em consideração tantos pontos negativos, vale a pena repensar se a economia realizada no quantitativo de funcionários de enfermagem vale a pena.

Como visto nas opiniões descritas nas bibliografias, o perfil do enfermeiro emergencista, tem como características essenciais a agilidade, habilidade, organização, capacitação, especificamente para estabelecer prioridades e atuar em situações críticas que envolvem iminente risco de vida, devendo saber buscar, juntamente com a sua equipe, os objetivos em urgência e emergência, sendo eles: salvar vida, garantir a sobrevida, estabilizar o quadro do paciente, e transferi-lo quando necessário. Isso tudo, exige do profissional competência técnica, em termos de domínio do conhecimento científico específico, e habilidade no desempenho de atividades que se desenvolvam visando promover a saúde do paciente, no aspecto de previsão e provisão de necessidades, o cuidado, bem como a qualidade de vida, sempre trabalhando com a segurança do paciente.

REFERÊNCIAS

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Referências

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