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Intimada para presentar contra:razões, a parte apelada não foi. localizada (fls. 62v).

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t IT ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GAB. DES. MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL N° 200.1999.005.205-8/001 – 6 a Vara da Fazenda Pública da Capital

RELATOR : Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos

APELANTE : Estado da Paraíba, representado por sua Procuradora, Olga de Fátima Franco

APELADO : Tambaú Administradora de Hotéis Ltda.

-APELAÇÃO CÍVEL — TRIBUTÁRIO — EXECUÇÃO

FISCAL — PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE —

DESCARACTERIZAÇÃO — NÃO LOCALIZAÇÃO DE

• BENS DO DEVEDOR — AUSÊNCIA DE SUSPENSÃO E

ARQUIVAMENTO — INEXISTÊNCIA DE INÉRCIA DA ,

CREDORA —PROVIMENTOPROVIMENTO

— Não encontrado o devedor nem bens penhoráveis, cabe ao julgador suspender o curso de execução, abrindo-se vista à Fazenda

Pública (LEF, art. 40, caput). Omitida tal providência, não há que se cogitar do início do prazo prescricional previsto no art. 174 do CTN nem de inércia da exeqüente, descaracterizando-se, portanto, a prescrição intercorrente.

— Segundo entendimento dominante, a prescrição intercorrente só passa a fluir a partir do momento em que o processo fica em compasso de espera no aguardo de providências do exeqüente e, não, quando em tramitação o processo, ou, ainda, sua paralisação não pode ser atribuída ao exeqüente.

VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos

acima identificados.

ACORD A a Egrégia Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça do Estado, por unanimidade, em rejeitar a preliminar aventada e, no mérito, dar provimento ao recurso.

RELATÓRIO

Trata-se de Apelação Cível interposta pelo Estado da Paraíba contra decisão do juízo a quo (fls. 49/50), que julgou extinto o processo, com base no art. 269, V, do CPC, ao reconhecer a ocorrência da prescrição intercorrente.

Irresignado, o Estado da Paraíba interpôs apelação cível (fls. 55/60), argüindo, preliminarmente, que ainda não foi intimado pessoalmente da sentença, bem como que a Fazenda Pública em momento algum ficou inerte, sempre impulsionando o feito e não renunciando ao direito sobre que se a ção, não ocorrendo, pois, a prescrição intercorrente. Pede, por fim, o pro ento o recursoia fim de que seja dado seguimento normal à execução fiscal.

Intimada para presentar contra:razões, a parte apelada não foi localizada (fls. 62v).

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A douta Procuradoria de Justiça emitiu parecer (fls. ), no qual opinou pelo prosseguimento do apelo, sem manifestação do mérito, porquanto ausente interesse público e legal que justifique a intervenção Ministerial.

É o relatório VOTO.

Assiste razão o apelo aviado pela Fazenda Pública.

A Lei de Execuções Fiscais (n° 6.830/80) dispõe que, não sendo possível encontrar o devedor ou bens sobre os quais poderia recair a penhora, a Fazenda Pública poderá se utilizar da prerrogativa inserida no caput do seu art. 40, requerendo a suspensão do processo.

Decorrido o prazo máximo de 1 ano da suspensão da execução, o juízo deveria ordenar o arquivamento dos autos em cartório (art. 40, parágrafo 2°, da Lei

6830/80), até o momento em que fossem localizados o devedor ou seus bens, ocasião em que os autos seriam desarquivados, dando-se normal seguimento à execução. (art. 40, parágrafo 3°, da Lei 6830/80).

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na qual se acrescentou ao artigo 40 da Lei n.° 6830/80 o parágrafo 4°, a suspensão dasAcontece que, com a introdução do artigo 6° da Lei n° 11.051/04, •

execuções fiscais tem prazo determinado para acabar, conforme se pode constatar pela nova disposição abaixo transcrita:

"Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de oficio,

reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato."

Tem-se claro pela disposição acima que, decorrido o prazo prescricional de 5 anos estabelecido pelo art. 174 do CTN, contados a partir da decisão que ordenou o arquivamento do processo, poderá o juiz, após ouvida a Fazenda Pública, decretar, de oficio, a extinção do processo com o julgamento do mérito, com base no artigo 269, IV, do Código de Processo Civil. É que, segundo entendimento dominante, a prescrição intercorrente só passa a fluir a partir do momento em que o processo fica em compasso de espera no aguardo de providências do exeqüente e, não, quando em tramitação o processo, ou, ainda, sua paralisação não pode ser atribuída ao exeqüente.

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Tal situação pode não ter se dado intencionalmente por ação

maliciosa dos responsabilizados, mas, se considerarmos que a prescrição se deu, certamente estaremos abrindo uma larga porta para que ações maliciosamente orquestradas sejam entabuladas na frustração da satisfação do crédito.

Determinada a suspensão da execução ou o arquivamento, não corre a prescrição. Porém, não indefinidamente. Com efeito, o art. 40, da L. 6.830/80, segundo o qual o juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e nesses casos não correrá o prazo de prescrição, deve ser interpretado em consonância com o art. 174 do CTN. Nesse sentido, trago precedentes do STJ:

"AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMEIVTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTER CORRENTE. MANIFESTAÇÃO DO DEFENSOR PÚBLICO. CITAÇÃO REGULAR. INÉRCIA DA FAZENDA MUNICIPAL.

O artigo 40 da Lei ng 6.830/80 não pode se sobrepor ao CIN e sua aplicação sofre limites impostos pelo artigo 174 do referido Código. Assim, após o transcurso de determinado tempo sem a manifestação da Fazenda Municipal, deve ser decretada a prescri 7s inter , orre • .

(..)". (AgRg no Ag 621 / MG, • . Franch‘Netto, T 2 — Segunda Turma, DJ 30.05.2005).

"PROCESSUAL ' IVIL. EXECUÇÃO FISCAL - ARQUIVAMENTO POR MAIS DE 05 ANOS PRESCRIÇÃO INTERCORREIVTE CURADOR ESPECIAL PEDIDO DE DECLARAÇÃO DA PRESCRIÇÃO POSSIBILIDADE

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-VIOLAÇÃO AO ART. 40 DA LEI 6.830/80 NÃO CONFIGURADA —

PRECEDENTES.

- O artigo 40 da Lei n2 6.830/80 não pode se sobrepor ao CTN e sua aplicação sofre limites impostos pelo artigo 174 do referido Código. - É possível a decretação da prescrição intercorrente, após transcorrido determinado tempo, quando há pedido da parte interessada.

- Recurso especial conhecido, mas improvido." (REsp 538284, Ministro Peçonha Martins, T2 — Segunda Turma, DJU 06.03.2006).

No entanto, a recente súmula 314 do STJ, ao tratar da prescrição em execução fiscal, enuncia que "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis,

suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente."

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Assim, transcorrido o prazo de um ano, previsto no art. 40, § 2', da LEF, tem início a contagem do prazo de cinco anos, previsto no art. 174, do CTN.

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. NOMEAÇÃO DE CURADOR ESPECIAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DESPACHO'DE CITAÇÃO. INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA. INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL. ARTS. 2°, § 3°, E 8°, § 2°, DA LEI N° 6.830/80. ART. 174 DO CTN. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. "Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será

• nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos"

(Súmula 196/STJ), o que não veda a argüição de prescrição por meio de exceção de pré-executividade, desde que não se demande dilação probatória.

2. Na redação do art. 174 do CTN, norma que deve prevalecer sobre o disposto no art. 8°, § 2°, da Lei 6.830/80, por ter estatura de lei complementar, somente a citação pessoal produz o efeito de interromper a prescrição. Pela mesma razão, não prevalece a suspensão do lustro prescricional em virtude da inscrição do débito na dívida ativa, prevista no art. 2°, § 3°, da Lei 6.830/80.

3. "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o

processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente" (Súmula 314/STJ).

4. "Não se opera a prescrição intercorrente quando a credora não deu causa à paralisação do feito" (REsp 34.7521RS, Relator Min. Humberto Gomes de Barros, DJ 3.11.1998). Entretanto, se o aresto recorrido firmou a premissa de que a Fazenda Pública dera causa à paralisação do processo executivo, ou nada disse a respeito, conclusão diversa levaria ao reexame do conjunto de fatos e provas contido nos autos, o que é vedado em recurso especial em decorrência da Súmula 7/STJ.

5. É cabível a condenação em honorários advocatícios no acolhimento da

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exceção de pré-executividade. Precedentes.

6. Não sendo desarrazoados os honorários, a aferição dos parâmetros elencados nas alíneas do § 3° do art. 20 do CPC importa, necessariamente, o revolvimento

• dos aspectos fáticos do caso, o que é defeso no âmbito do apelo nobre. Ante o

teor da Súmula 7/STJ, "a pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial".

7. Recurso especial conhecido em parte e improvido.

(REsp 785.9211MG, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 13.02.2007, DJ 27.02.2007 p. 246)

Sendo assim, apesar do art. 40, § 3° da Lei n° 6.830/80 preceituar que encontrados, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução, esse dispositivo deve ser interpretado em consonância com o art. 174 do CTN que, por sua vez, prevê prescrição qüinqüenária para os créditos tributários. Realmente, tendo a Carta Magna atribuído à lei complementar (e não à ordinária) estabelecer normas gerais sobre prescrição (CF, art. 146, III, b) não pode a referida Lei n° 6.830 tomar indefinido o prazo prescricional, em roda de colisão com o lapso qüinqüenário estabelecido pelo Código Tributário Nacional, que possui status de lei complementar.

Acontece que e: au 'e s não se • ontravam arquivados, até

porque a Fazenda Pública estava to ando irov* ^ I cias no,sditido de tornar efetiva a

execução. Às fls. 31, observamo requeri •• nto da Fazenda Pública no sentindo de

salvaguardar o crédito perseg do no executivo fiscal datado de 12/04/2004, ou seja, não estava inerte ao interesse público perseguido, apesar de até o presente momento não ter localizados bens do d • dor, tendo este inclusive sido citado (fis. 11).

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Deveria, pois, o juízo ter suspendido o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora (art. 40, parágrafo 1 0, da Lei 6830/80) e, após decorrido o prazo máximo de 1 ano da suspensão da execução, ordenar o arquivamento dos autos em cartório (art. 40, parágrafo 2°), para, assim, dar início à contagem do prazo prescricional (art. 40, parágrafo 4"), o que após, poderá declará-la de oficio (art. 219, § 5", do CPC).

Diante disso, não encontrado o devedor nem bens penhoráveis, cabe ao julgador suspender o curso de execução, abrindo-se vista à Fazenda Pública (LEF, art. 40, caput). Omitida tal providência, não há que se cogitar do início do prazo prescricional previsto no art. 174 do CTN nem de inércia da exeqüente, descaracterizando-se, portanto, a prescrição intercorrente.

Por tais motivos, DOU PROVIMENTO ao apelo no sentido de que se retornem os autos à vara de origem para normal prosseguimento.

É como voto.

Presidiu os trabalhos o Exmo. Desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos. Participaram do julgamento além do Relator, o Excelentíssimo Desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, o Excelentíssimo Desembargador Genésio Gomes Pereira Filho, e o Exmo. Dr. Rodrigo Marques Silva Lima, (Juiz

convocado p/ substituir o Exmo. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides).

Presente o "parquet" Estadual, na pessoa da Dr. Marcos Vilar Souto Maior, Procurador de Justiça.

oão Pessoa, I de agos • • e 2007. - Des. cio Murilo da Cunha Ramos

Relator

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Referências

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