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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE POPULAÇÕES DE GABIROBA EM IPAMERI.

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE POPULAÇÕES DE GABIROBA EM IPAMERI.

Nei Peixoto1 ; Edson Santos da Silva2; Fabiana Gomes Teixeira2; Francisco da Mota Moreira2.

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AGENCIARURAL/UEG-Ipameri. Rodovia GO 330 Km 241 Anel Viário. CEP 75780-000 Ipameri - GO.

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Bolsistas PBIC. Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri. Rodovia GO 330 Km 241 Anel Viário. CEP 75780-000 Ipameri - GO.

RESUMO

No bioma cerrado encontra-se uma enorme diversidade de plantas frutíferas nativas com potencial promissor para introdução ao cultivo, cuja variabilidade está cada vez mais ameaçada devido a sua ocupação, com a expansão da fronteira agrícola e o extrativismo predatório, podendo levar a extinção de muitas espécies, antes mesmo do estudo e conhecimento do seu potencial econômico. Para a preservação, o primeiro passo é evitar a erosão genética destas espécies, entre elas a gabiroba Campomanesia sp. Com o objetivo de iniciar uma coleção de plantas matrizes dessa espécie, em dezembro de 2003, foram coletadas 31 populações de gabiroba Campomanesia pubescens, sendo 29 do município de Gameleira de Goiás, uma de Anápolis e uma de Ipameri. A primeira medição de altura no viveiro foi realizada 90 dias após o plantio, a partir da qual as medidas foram feitas com intervalo de 90 dias. As plantas foram medidas aos 90,180, 270 e 360 dias após a semeadura, sendo as três primeiras medidas na fase de produção de mudas e a quarta no campo. Em dezembro de 2004 as mudas foram plantadas na área experimental da UEG – Unidade Universitária de Ipameri, onde foram avaliadas.

As plantas se igualaram estatisticamente nas duas primeiras medidas. Já na terceira medida aos 270 dias da semeadura a planta GAME 21 destacou-se como a de maior porte superando GAME 01. Já no campo aos 360 dias após a semeadura a população GAME 14 apresentou os maiores portes, superando GAME 06 e GAME 08. O crescimento das plantas foi mais acelerado no final do ciclo de observação, o que coincidiu com o final da primavera e início do verão.

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Introdução

O bioma cerrado, com área de 204 milhões de hectares, representa 22% do território nacional e abriga a segunda maior biodiversidade do planeta. Até o momento, foram identificadas mais de 6.000 espécies de plantas superiores (Mendonça et al., 1998), sendo a maioria arbórea ou arbustiva. São encontradas diversas frutíferas nativas com potencial para introdução ao cultivo, cuja variabilidade está cada vez mais ameaçada pelos desmatamentos indiscriminados, com o objetivo de implantar agricultura e pecuária extensivas. Para a preservação dessa espécie com potencial econômico, se faz necessário a criação de unidades de conservação maiores, deve-se proceder à recuperação das áreas degradadas e à recomposição da reserva legal das propriedades rurais com mudas oriundas de sementes coletadas nas reservas remanescentes, de modo a preservar a sua variabilidade genética para as gerações futuras. Medidas práticas para a preservação é o primeiro passo para evitar que a erosão genética destas espécies, através do seu cultivo comercial, onde a espécie passa por um processo de domesticação, que envolve a determinação de métodos adequados de propagação e cultivo. A gabiroba Campomanesia sp, também conhecida, em algumas regiões, como guavirova, guavira, guabiroba-miúda e guabiroba-do-mato, é uma destas frutíferas que apresenta potencial para a introdução ao cultivo.

A gabirobeira pertence à família Myrtaceae, ao gênero Campomanesia, que apresenta 25 espécies distribuídas do México à Argentina sendo 15 delas nativas do Brasil, onde a espécie ocorre de Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo até o Rio Grande do Sul.

A planta é arbusto com 0,40 a 1,00 m de altura e normalmente ocorre em moitas, as flores são pequenas de coloração creme-esbranquiçada. Os frutos são bagas comestíveis arredondados, apresentam polpa amarelada, suculenta, envolvendo as sementes, são de coloração verde-amarelada e amadurecem entre setembro e novembro. A primeira frutificação ocorre a partir de um a dois anos após o plantio.

Os frutos, além de saborosos, são também ricos em vitamina C, apreciados pela população do Centro Oeste. O consumo do fruto pode ser in natura, ou na forma de sucos, sorvetes, doces, geléias e serve como matéria prima para licores, sendo explorado comercialmente para produção de picolés e sorvetes (Lima, 2004).

A casca e folhas apresentam efeitos terapêuticos, preparadas em infusão, são adstringentes e usadas nos tratamentos gastrintestinais, ou dos males do trato urinário.

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não necessita de podas de condução e ainda produz abundante floração branca, o que lhe confere aptidão paisagística. São valorizadas ainda suas qualidades como planta melífera.

A utilização da reprodução sexuada na condução do projeto, possibilitou a obtenção de grande diversidade genética vegetal, além de ser uma medida reparadora do erro cometido com a devastação, tendo em vista que a propagação por sementes é ótima do ponto de vista da manutenção da variabilidade genética e da preservação do germoplasma das populações fornecedoras das sementes utilizadas na formação das mudas. Salientando que esse fato é de fundamental importância para minimizar a erosão genética que vem ocorrendo com as espécies de cerrado, em função da devastação indiscriminada da região e do extrativismo predatório. Daí, a grande importância da conservação de germoplasma e de se estudar, conhecer e implementar ao máximo a propagação dessa espécie de grande potencial econômico.

Objetivou-se neste trabalho, a realização da seleção de plantas matrizes, obtenção de progênies e implantação do banco de germoplasma de gabiroba, visando manter a variabilidade genética existente e fornecer material para estudos agronômicos.

Material e Métodos

Com o objetivo de iniciar uma coleção de plantas matrizes de gabiroba em Ipameri, em dezembro de 2003, foram coletadas 31 populações de gabiroba Campomanesia pubescens, sendo 29 do Município de Gameleira de Goiás, uma de Anápolis e uma de Ipameri. Na individualização das populações, foram considerados o porte da planta, o tamanho, a coloração e o sabor dos frutos. Após a extração das sementes estas foram mantidas à sombra para secar, durante 2 a 4 dias, sendo então semeadas, em número de três por recipiente, em saco plástico, com dimensões de 30 cm de altura e 15 cm de largura, preenchido com um substrato contendo 40 % de areia, 40 % de solo areno-argiloso, 20 % de esterco de curral, além de 1 g de calcário e 1 g do formulado 5-25-15 para cada litro da mistura. Após a germinação foram sendo feitos desbastes sucessivos, deixando, no final, apenas uma planta por saco plástico.

O delineamento experimental utilizado nas avaliações das progênies foi em blocos casualizados com 31 tratamentos, 2 repetições e 15 plantas por parcela, todas consideradas úteis.

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A primeira medida de altura, foi feita, 90 dias após a semeadura, a partir da qual foram feitas com intervalos de 90 dias, com o objetivo de definir a curva de crescimento de cada genótipo.

No dia 18 dezembro de 2004 as mudas foram plantadas na área experimental da UEG – Unidade Universitária de Ipameri, foi utilizado o delineamento experimental de 03 blocos casualizados, com 30 tratamentos, o espaçamento foi de 1,50 X 0,80m,

abrangendo uma área de 41,60 X 25,50m (1060,8 m2), o trato cultural utilizado foi à

capina para o controle de plantas invasoras, foram realizadas medições com intervalos de 90 dias com o objetivo de definir a curva de crescimento de cada genótipo.

Foi também implantado um banco de germoplasma contendo material de trabalho com variabilidade representativa das localidades em que foram efetuadas as coletas.

Resultados e Discussão

Nas coletas, principalmente no município de Gameleira-GO, foi observada que a gabiroba ainda apresenta alta variabilidade em algumas localidades, o que possibilitará a seleção de genótipos promissores para introdução ao cultivo como cultivares. Entretanto, por ocorrer em áreas planas, foi observado, também, que essa variabilidade existente está sendo destruída com uma velocidade aceleradíssima, como aconteceu em uma propriedade localizada a 18 km da sede do município de Ipameri, onde toda a variabilidade desapareceu em 2003, dando lugar a pastagens, como tem sido comum em todo estado.

A germinação das sementes ocorreu em média aos 25 dias após a semeadura. Não houve diferença estatística entre os genótipos, aos 90 e 180 dias após a semeadura, sendo que as médias de altura variaram de 2,94 cm a 5,00 cm e 6,13 cm a 13,78 cm, respectivamente. Aos 270 dias, o genótipo GAME 21 se destacou com a maior altura, superando o GAME 01. Aos 360 dias já no campo, a progênie GAME 14 apresentou maior altura superando os tratamentos 7 GAME 06 e GAME 08 (Tabela 1).

As plantas apresentaram, em condições de viveiro e em condições de campo diferenças quanto à arquitetura e tamanho das folhas.

Verificou-se a ocorrência de colônias de cochonilha-de-cera do gênero Ceroplastes (Hemiptera, Coccidae), nas plantas de gabiroba (Campomanesia pubescens Mart.). São cochonilhas em geral hemisféricas revestidas de cera branca e resistente. Atacam os ramos mais finos, principalmente os brotos e também as folhas. Sugam a seiva dos ramos, depauperando-os. Além disso, pela eliminação de substância

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açucarada, podem favorecer o aparecimento de fumagina (Gallo et al., 2002), prejudicam a qualidade das folhas diminuindo a área foliar e quando ocorre severamente no estádio inicial de desenvolvimento da gabiroba, pode levar a queima das folhas e posteriormente a morte da planta.

Foi observada a queda das folhas, no período de inverno, a queda das folhas é uma defesa da planta diante das adversidades climáticas ocasionadas pelo inverno, as plantas liberam praticamente todas as suas folhas, acumulando nas raízes reservas e energia suficiente para que com a chegada da primavera elas rebrotem e prossigam o seu ciclo de desenvolvimento, florescendo abundantemente no início do mês de setembro.

Conclusões

A gabiroba (Campomanesia sp.) está sofrendo a cada dia com a erosão genética ocasionada pelos desmatamentos indiscriminados, porém a iniciativa de instituições de pesquisa como a UEG – Ipameri, de buscar soluções práticas para preservação demonstrou o grande potencial econômico dessa frutífera nativa do cerrado.

O experimento implantado na Unidade, com mudas produzidas a partir de sementes detectou ampla variabilidade genética de materiais que poderão vir a ser utilizados para estudos agronômicos. O estudo de divergência genética por meio de caracteres morfológicos e de marcadores moleculares, poderão dar subsídios a programas de melhoramento genético, resultando em híbridos ou cultivares que poderão ser propagados vegetativamente ou por sementes, aliando características favoráveis das plantas e dos frutos.

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Referências Bibliográficas

Biblioteca Virtual do Estudante USP; Gabiroba. Disponível em <http://

www.bibvirt.futuro.usp.br/ especial/frutoasnobrasil/gabiroba.html>. Acesso em 05/10/2003.

CARVALHO; P. E. R. de. Gabiroba, a fruta do mato. Disponível em http:// revistagloborural. globo.com/GloboRural. Acesso em 05/10/2003.

GALLO, D.; NAKANO, O.; NETO, S.S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.; FILHO, E. B.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, v.10, p. 530-655, 2002.

MENDONÇA, R.C.; FELFILI, J.M.; WALTER, B.M.T.; SILVA JUNIOR, M.C.; REZENDE, A.V.; FILGUEIRAS, T.S.; NOGUEIRA, P.E. Flora Vascular do Cerrado. In: SANO, S.M.; ALMEIDA, S. P. Ed. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA – CPAC, 1998. p. 239-539.

PEIXOTO; N. Introdução da Gabiroba ao Cultivo. Disponível em

<http://www.prp.ueg.br/v3d/conteudo/esquisa/projetos_pesquisa/projetos_internos/proj_in ternos_2003_1.html> Acesso em 05/10/2003.

LIMA, L. Frutas do cerrado viram picolés e sorvetes. Disponível em http://www.saborosa.com.br. Acesso em 26/09/2004.

Referências

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