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Comissão de Educação e Ciência. Of. n.º 478/CEC/

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Comissão de Educação e Ciência

Palácio de S. Bento - 1249-068 LISBOA - PORTUGAL - Telefone: 21 391 9713- Fax: 21 391 7448 Excelentíssimo Senhor

Vice-Presidente da Assembleia da República

Dr. José Manuel Pureza

Of. n.º 478/CEC/2016 03-10-2016

Assunto: Petição nº 118/XIII/1.ª - Relatório Final

Nos termos do n.º 8 do artigo 17.º da Lei n.º 43/90, de 10 de Agosto, alterada e

republicada pela Lei n.º 45/2007, de 24 de agosto (Lei do Exercício do Direito de

Petição/LDP) junto remeto a Vossa Excelência o Relatório Final relativo à

Petição n.º 118/XIII/1.ª

-

da iniciativa da FENPROF – Federação Nacional dos

Professores - “Em defesa da Escola Pública” cujo parecer, aprovado por

unanimidade pelos Deputados do PSD, PS, BE, CDS-PP e PCP na reunião da

Comissão de 27 de setembro de 2016, é o seguinte:

 O objeto da petição é claro e está bem especificado, encontrando-se identificados os peticionários e estando preenchidos os demais requisitos formais e de tramitação estabelecidos no artigo 9.º da Lei de Exercício do Direito de Petição/LDP;

 Devido ao número de subscritores (71.123), tem de ser apreciada em Plenário, em conformidade com o disposto pela alínea a) do nº1 do artigo 24.º da LDP e publicada no Diário da Assembleia da República, nos termos da alínea a) do nº1 do art. 26.º da LDP;

 Sugere-se que a Comissão remeta cópia da petição e do respetivo relatório aos Grupos Parlamentares e ao Governo, para eventual apresentação de iniciativas legislativas ou para tomada das medidas que entenderem pertinentes, nos termos do artigo 19.º da LDP;

 O presente relatório deverá ser remetido ao Sr. Presidente da Assembleia da República, nos termos do n.º 8 do artigo 17.º da LDP;

 Deve ser dado conhecimento aos peticionários do teor do presente relatório, nos termos da alínea m) do nº 1 do artigo 19 da LDP.

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Comissão de Educação e Ciência

Palácio de S. Bento - 1249-068 LISBOA - PORTUGAL - Telefone: 21 391 9713- Fax: 21 391 7448

Assim, solicita-se o agendamento da petição para apreciação pelo Plenário,

devendo esta ter lugar até ao dia 03 de novembro de 2016, de harmonia com o

estabelecido no n.º 3 do artigo 24.º da LDP.

Informa-se ainda que a Comissão já deu conhecimento do relatório aos

peticionários, aos Grupos Parlamentares e ao Governo, nos termos das alíneas c),

d) e m) do n.º 1 do artigo 19.º da citada Lei.

Com a expressão dos meus melhores cumprimentos,

O Presidente da Comissão,

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Comissão de Educação e Ciência 1

Relatório Final

Petição n.º 118/XIII/1.ª

1º Peticionário:

FENPROF – Federação Nacional dos Professores N.º de assinaturas:71.123

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Comissão de Educação e Ciência

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I – Nota Prévia

A Petição n.º 118/XIII/1ª foi apresentada pela Federação Nacional dos Professores, em 03 de junho de 2016 e foi recebida na Comissão de Educação e Ciência no mesmo dia, na sequência de despacho do Vice-Presidente do Parlamento. Apresenta 71.123 assinaturas.

Na reunião ordinária da Comissão, realizada a 14 de junho de 2016, após apreciação da respetiva nota de admissibilidade, a petição foi admitida e nomeada como relatora a Deputada Joana Mortágua, ora signatária, para a elaboração do presente relatório. No dia 19 de julho de 2016 realizou-se a audição dos peticionários, tendo sido especificados os motivos da apresentação da petição à Assembleia da República. Paralelamente, quanto ao conteúdo da petição, foram executadas diligências com vista à pronúncia de um conjunto de entidades.

II – Objecto da Petição

Os peticionários assumem a defesa da escola pública. Na petição argumentam o seguinte:

A Constituição da República Portuguesa impõe que o Estado promova uma rede de estabelecimentos públicos que dê resposta às necessidades de toda a população e foi a falta ou a inexistência da oferta pública em determinadas áreas que levou o Estado a celebrar contratos de associação com o setor privado;

Mais recentemente, o número de contratos revelou-se excessivo e há frequentes situações de desrespeito dos mesmos, nomeadamente em relação aos limites das áreas geográficas atribuídas.

Assim, indicam que “só com um maior investimento na Escola Pública se garante o direito de todos a uma educação de qualidade” e defendem:

“Que não haja duplicação do financiamento e que, no respeito pela Constituição se garanta o financiamento adequado à Escola Pública”;

“Que o apoio financeiro através de contratos de associação tenha lugar apenas quando a resposta pública é insuficiente, sendo apoiados os alunos das áreas geográficas previstas nos contratos celebrados;

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Comissão de Educação e Ciência

3 “Que aos docentes dos estabelecimentos particulares e cooperativos sejam aplicadas as mesmas normas (laborais) que se aplicam no ensino público”.

III – Diligências efetuadas pela Comissão

a) Ao abrigo do disposto nos números 4 e 5 do artigo 20º, conjugado com o artigo 23º da LDP, foram questionadas a 04 de julho de 2016 as seguintes entidades, para que se pronunciassem sobre o conteúdo da presente petição no prazo máximo de 20 dias, a saber: Ministro da Educação; Conselho Nacional de Educação; outros sindicatos de professores (FNE – Federação Nacional da Educação, FENEI – Federação Nacional do Ensino e Investigação, SIPE – Sindicato Independente de Professores e Educadores, Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, FESAP – Frente Sindical da Administração Pública; STE – Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado); Associação Nacional de Professores; Associação Nacional dos Professores Contratados; ANDE – Associação Nacional de Dirigentes Escolares; ANDAEP - Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas; CNEF – Confederação Nacional de Educação e Formação; AEEP – Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo e o Conselho de Escolas.

b) Até ao momento da elaboração do presente relatório, foram recebidas pela Comissão as seguintes respostas: Conselho Nacional de Educação; FENEI – Federação nacional do Ensino e Investigação; Associação Nacional de Professores; Associação Nacional dos Professores Contratados; FNE – Federação Nacional da Educação; Conselho de Escolas; ANDAEP – Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas; CNEF - Confederação Nacional de Educação e Formação e AEEP – Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo.

Nota: Todas as respostas recebidas podem ser consultadas, na íntegra, na

Petição n.º 118/XIII/1.ª.

c) Audição dos Peticionários

No dia 19 de julho de 2016, realizou-se a audição dos peticionários, em reunião ordinária da Comissão de Educação e Ciência.

O Presidente da Comissão deu início à audição dando as boas vindas aos representantes dos peticionários da petição 118/XIII (a delegação dos peticionários está identificada na página da Comissão) indicando-lhes a grelha de tempos das intervenções.

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4 O Secretário-Geral da FENPROF referiu que a petição vai para além da Federação e apresentou depois 2 propostas/sugestões:

1. A realização de uma auditoria aos apoios concedidos aos colégios, sendo que o recente relatório de atividades da Inspeção Geral de Finanças concluiu que em 2013-2014 as subvenções aos mesmos ascenderam a 451.000.000€, sem controlo do Estado, nomeadamente do Ministério da Educação;

2. A adoção de medidas para controlo das condições de trabalho dos trabalhadores do ensino privado, para que as mesmas sejam iguais às do setor público, até tendo em conta uma recomendação da OIT e da UNESCO de 2015, que considera que cada vez mais a privatização do ensino tem registado resultados questionáveis e recomenda que o Estado deve melhorar as condições da escola pública e garantir que as condições de trabalho nos dois setores sejam iguais.

A Professora Ana Benavente salientou a importância da educação e do ensino não superior, referiu que a escola atual ainda não garante a igualdade de oportunidades e pediu medidas para se construir a escola do século XXI, que responda aos desafios da sociedade.

O Presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP) referiu que a escola pública é fundamental e se torna necessário mais escola de qualidade, defendendo que onde houver oferta pública não se devem financiar colégios. Realçou que o importante são os alunos e só a escola pública dá igualdade de oportunidades. Realçou ainda que é importante fazer um pacto político para a educação, para 20 anos, que não esteja dependente de mudanças políticas, nomeadamente de legislaturas.

A Professora Ana Benavente informou que há cerca de 20 anos o PS apresentou uma proposta de pacto educativo para cerca de 2 décadas, tendo a mesma sido rejeitado pela direita e pela esquerda e aventou a hipótese de apresentação de uma nova proposta nesse sentido, nomeadamente, com a valorização do corpo docente e da educação pré-escolar.

O representante da Federação dos Sindicatos da Função Pública, Artur Sequeira, referiu que o apoio financeiro aos colégios através de contratos de associação configura um desperdício de dinheiros públicos. Realçou depois que os trabalhadores não docentes são tratados como sendo de importância menor e indicou que incluem uma variedade de profissionais da escola, como por exemplo assistentes operacionais, assistentes sociais e psicólogos. Indicou que a municipalização da educação representa uma desresponsabilização central do Estado e defendeu que a escola democrática exige uma gestão democrática e não unipessoal, como acontece atualmente.

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5 O Deputado Pedro Alves (PSD) referiu que o PSD é defensor da escola pública e de um serviço público de qualidade e considerou que a discussão sobre aquela escola não se esgota nos contratos de associação. Defendeu que as políticas educativas devem estar centradas no interesse do aluno e elencou várias medidas do anterior Governo, no âmbito dos professores, alunos, metas educativas, regulação e transparência. Indicou ainda que o PSD é favorável à avaliação, tendo proposto que a mesma fosse feita pelo Conselho Nacional de Educação, proposta que tinha sido rejeitada pelos restantes Grupos Parlamentares.

O Deputado André Pinotes (PS) defendeu o cumprimento da Constituição da República Portuguesa e salientou a banalização e duplicação dos contratos de associação. Referiu ainda que tinha sido feito um estudo de rede e o Ministério da Educação continuava a reunir com a comunidade sobre a matéria. Indicou depois que parte dos 451.000.000€ pode ter sido mal utilizada, tendo reforçado a necessidade de defesa do serviço nacional de educação.

A Deputada Joana Mortágua (BE, relatora da petição) saudou a mobilização nacional pela escola pública, considerou que os contratos de associação eram uma medida temporária, que gerou uma situação de privilégio e defendeu a cobertura total da escola pública. Manifestou ainda a concordância do BE com as duas propostas apresentadas pelo representante da FENPROF.

A Deputada Ana Rita Bessa (CDS-PP) concordou com a defesa da escola pública de qualidade, realçou que a escola pública abrange 80% dos alunos e referiu que defende esta escola, mas não a oposição da mesma em relação à escola privada. Salientou que não aceita o incumprimento dos contratos de associação e referiu que esperam que a poupança na despesa pública seja transferida para a escola pública. Enfatizou ainda o facto de a FENPROF ir regressar a negociações com o Governo, nomeadamente a nível do ensino profissional.

A Deputada Ana Virgínia Pereira (PCP) considerou a petição justa e necessária e referiu que os problemas atuais da educação são resultantes das opções do Governo anterior, que desmantelou a escola pública. Defendeu depois que a escola privada financiada só deve verificar-se onde não houver escola pública e que deve haver igualdade para todos os alunos.

Na sequência das questões colocadas e das observações feitas, os representantes dos peticionários propuseram que a Assembleia da República desenvolva um debate aprofundado sobre educação de qualidade, defenderam que a escola pública precisa de melhores condições e salientaram que a defesa da mesma não é feita em detrimento da escola privada, tratando-se de duas respostas com natureza diferente. Indicaram ainda que a gestão democrática é fundamental ao funcionamento democrático das escolas e

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Comissão de Educação e Ciência

6 referiram que têm informações de que o processo de municipalização, no seu formato original, vai mudar.

A gravação da audição está disponível na página da Comissão.

IV – Apreciação da Petição

O objeto da petição está especificado e o texto é inteligível, encontrando-se identificados os subscritores, estando também presentes os demais requisitos formais estabelecidos no artigo 9.º da Lei de Exercício do Direito de Petição/LDP, Lei nº 43/90, de 10 de Agosto, alterada e republicada pela Lei n.º 45/2007, de 24 de agosto.

Consultada a base de dados da atividade parlamentar, foram localizadas sobre matéria conexa as iniciativas abaixo referidas, a saber, o Projeto de Resolução 324/XIII, já rejeitado, e as petições 114/XIII e 115/XIII, que estão em fase de apreciação.

Projeto de

Resolução 324/XIII 1 Recomenda ao Governo a revogação do disposto no n.º 3 do art.º 18.º e no n.º 9 do art.º 3.º do Despacho Normativo n.º 1-H/2016, de 14 de abril de 2016, e que cumpra os contratos plurianuais celebrados com as escolas do Ensino Particular e Cooperativo

PSD

Nº Petição Data Título Situação

115/XIII/1 2016-05-18 Solicitam a Revogação do Despacho

Normativo n.º 1-H/2016, que altera os artigos 3.º, 6.º, 8.º, 9.º, 18.º, 19.º, 20.º, 22.º, 23.º, 25.º e 26.º do Despacho Normativo n.º 7-B/2015, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 88, de 7 de maio de 2015, que determina os procedimentos da matrícula e respetiva renovação. Aguarda deliberação sobre a sua admissibilidade

114/XIII/1 2016-05-17 Todos os cidadãos têm a mesma

dignidade social e são iguais perante a lei – educação

Aguarda deliberação sobre a sua admissibilidade

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Comissão de Educação e Ciência

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V – Opinião do Relator

Esta petição promovida pela FENPROF reflete a grande mobilização social que recentemente se fez sentir em defesa da Escola Pública. Depois de sucessivos anos em que os cortes orçamentais fizeram acumular carências que chegam a colocar em causa o normal funcionamento das escolas e agravaram a precariedade de professores e funcionários, o país recusou continuar a transferir dinheiro público para colégios privados sem justificação.

A existência de contratos de associação nunca esteve em causa, tanto que onde não existe escola pública o Estado continuará a financiar a frequência de Escolas particulares e cooperativas. Trata-se apenas de cumprir a Lei, ao contrário do que aconteceu durante décadas em que, sem qualquer justificação, alguns colégios continuaram a ter o privilégio de receber dinheiro público para receber alunos que teriam lugar na escola pública.

A redundância da oferta criou uma situação de enorme injustiça em que o Estado deixa de investir na Escola Pública para transferir dinheiro para o privado, numa duplicação de financiamento que acaba por colocarem causa a Escola Pública.

O Estado deve garantir a livre existência e respeito pelo Ensino Particular, Cooperativo e Confessional, mas não é seu dever garantir o financiamento destas instituições através de dinheiro publico. A obrigação constitucional do Estado é a criação de uma rede de Escola Públicas que cumpra as necessidades de toda a população.

VI - Conclusões e Parecer

Face ao exposto, a Comissão de Educação e Ciência emite o seguinte parecer:

 O objeto da petição é claro e está bem especificado, encontrando-se identificados os peticionários e estando preenchidos os demais requisitos formais e de tramitação estabelecidos no artigo 9.º da Lei de Exercício do Direito de Petição/LDP;

 Devido ao número de subscritores (71.123), tem de ser apreciada em Plenário, em conformidade com o disposto pela alínea a) do nº1 do artigo 24.º da LDP e publicada no Diário da Assembleia da República, nos termos da alínea a) do nº1 do art. 26.º da LDP;

Sugere-se que a Comissão remeta cópia da petição e do respetivo relatório aos Grupos Parlamentares e ao Governo, para eventual apresentação de iniciativas

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