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SIMONE DA LUZ RODRIGUES PERFIL DA APTIDÃO MOTORA EM IDOSOS DA UNIVERSIDADE DA EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO-SC

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SIMONE DA LUZ RODRIGUES

PERFIL DA APTIDÃO MOTORA EM IDOSOS DA UNIVERSIDADE DA EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO-SC

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SIMONE DA LUZ RODRIGUES

PERFIL DA APTIDÃO MOTORA EM IDOSOS DA UNIVERSIDADE DA EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO-SC

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia como requisito para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador: Profa. MSc. Fabiana Durante de Medeiros

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Rosangela e Antônio e ao meu namorado André que participaram de toda minha caminhada e compartilhando de minhas angústias e alegrias, e também aos meus irmãos Gabriel e Igor em retribuição de todo amor e carinho.

(4)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, gostaria de agradecer pela vida e por me iluminar nesta minha caminhada.

A minha mãe amada por ter me proporcionado este sonho e por estar sempre ao meu lado em todas as horas sendo uma grande amiga. TE AMO.

Ao meu pai pela retribuição de carinho.

Aos meus irmãos Gabriel e Igor pela retribuição de carinho e amor. Ao meu namorado, André pelo amor, carinho e compreensão nas horas de stress.

A minha amiga Cristiane por estar sempre ao meu lado em todas as horas. Obrigado por ter me ajudado para a execução deste trabalho e durante a faculdade. Você é

uma pessoa muito especial para mim. Obrigado amiga!

A minha amiga Glaucia pelo auxilio prestado na aplicação dos testes. Aos meus avós que contribuíram para a aplicação dos testes.

A todos os meus amigos e colegas que estiveram comigo nesta caminhada, em especial a Monique e a Mariana que ajudaram na execução deste trabalho.

A Msc. Luci Fabiane Scheffer Moraes, mestre e coordenadora do curso de Fisioterapia e membro da banca examinadora por ter aceitado o convite e por ter me ceder

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A professora Msc. Jaqueline de Fátima por se disponibilizar em ceder os materiais necessários para a minha pesquisa.

A Msc. Regina por ter aceitado o convite para ser membro da banca examinadora da minha pesquisa.

A todos os idosos da Universidade da Experiência pela colaboração na realização deste estudo, pelo seu respeito e interesse na participação da pesquisa, visto que vocês são muito carismáticos e colaborativos, o que favoreceu o êxito da minha pesquisa

durante as avaliações.

A secretária da Universidade da Experiência, Maria Teresa Rocha, a Regina (coordenadora) e a Msc.Fabiana (coordenadora) que permitiram a realização deste trabalho na

Universidade.

E finalmente, a minha querida orientadora Professora mestre Fabiana Durante de Medeiros, pelas horas que concedeu para esclarecimento de dúvidas e sugestões para a

(6)

RESUMO

O desenvolvimento motor do idoso está ligado a modificações fisiológicas, anatômicas e psicológicas do processo de envelhecimento. Assim este trabalho tem como finalidade analisar o perfil geral da aptidão motora dos idosos da Universidade da Experiência – Tubarão, SC – através de uma pesquisa descritiva-exploratória. Foram avaliados 30 idosos (4 do gênero masculino e 26 do gênero feminino) com idades compreendidas entre 60 e 79 anos. Para a realização dos testes motores utilizou-se a Escala Motora para a Terceira Idade “EMTI” (ROSA NETO, 2002), além de um questionário social. Na análise, dos dados foi utilizado o programa Epi-Info 6.0 empregando-se a estatística descritiva. As áreas da motricidade humana foram verificadas individualmente apresentando os seguintes resultados: motricidade fina “normal médio”, motricidade global “muito inferior”, equilíbrio “normal médio”, o esquema corporal “muito superior”, organização espacial “muito superior” e organização temporal “muito superior”. Os resultados mostraram que os idosos apresentaram aptidão motora geral considerada num padrão “normal médio”. Sendo assim, os maiores déficits em relação a média das outras áreas foi a motricidade global e o equilíbrio. Concluiu-se que com o avançar da idade, as degenerações dos vários órgãos e sistemas vão Concluiu-se acentuando a aptidão motora.

(7)

ABSTRACT

The elderly people’s motor development is linked to physiologic, anatomic and psycologic changes of aging process. This study has the purpose to analyze general profile of motor ability of elderly individuals of Universidade da Experiência – Tubarão-SC – through a descritive-exploratory research . 30 elderly subjects were evaluated (4 male and 26 female), with ages between 60 and 79 years old. The instrument used to colect dates was the Motor Scale to Third Age “MSTA” (ROSA NETO, 2002), besides a social questionary. During the analyze of dates it was used Epi-Info 6.0 program using descritive statistics. The general motor ability had “normal medium” classification. The areas of human motricity were individualy evaluated showing these results: “medium normal” acute motricity; “very lower” global motricity; “medium normal” balance; “very higher” corporal scheme; “very higher” space organization; and “very higher” temporal organization. The results showed that elderly subjects had general motor ability that was considered as “medium normal”standart. So, the most part of deficits, if related to the other areas, was global motricity and balance. It was concluded that with aging, degenerations of many organs and systems keep increasing motor ability.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Níveis e pontos do controle do próprio corpo...69

Tabela 2: Pontuação da prova de rapidez...70

Tabela 3: Pontuação de reproduções das estruturas espaciais e temporais...79

Tabela 4: Classificação de pontos dos níveis (2 á11)... 79

Tabela 5: Escala de aptidão motora geral (pontos e classificação)... 80

Tabela 6: Distribuição por gênero e idade da amostra...87

Tabela 7: Distribuição das características apresentadas pelos idosos da Uniexperiência...88

Tabela 8: Grau de instrução dos idosos...89

Tabela 9: Número de quedas e presença de fraturas...90

Tabela 10: Déficit visual e uso de órtese...92

Tabela 11: Idosos que consomem medicamentos para determinadas categoria terapêuticas...94

Tabela 12: Atividade física praticada pelos idosos da Uniexperiência...98

Tabela 13: Aptidão Motora ( Grupo Geral)...100

Tabela 14: Classificação dos resultados das áreas avaliadas pela “EMTI”... 102

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Gestos simples com os movimentos das mãos...68

Quadro 2: Gestos simples com os movimentos dos braços...69

Quadro 3: Reprodução de golpes - estruturas corporais...76

Quadro 4: Simbolização de estruturas espaciais...77

Quadro 5: Reprodução por meio de golpes – estruturas temporais...78

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...16

2 TERCEIRA IDADE E DESENVOLVIMENTO MOTOR...20

2.1 Terceira Idade...20

2.1.1 Processo de envelhecimento...21

2.1.1.1 Anatomia fisiológica do envelhecimento...23

2.1.1.1.1 Aspectos biológicos...24

2.1.1.1.2 Aspectos psicológicos...31

2.1.1.1.3 Aspectos sociais...31

2.1.2 Terceira idade e capacidade funcional...32

2.2 Desenvolvimento humano...33

2.3 Desenvolvimento motor...34

2.3.1 Escala motora para terceira idade (EMTI)...36

2.3.1.1 Prova motora...36

2.3.1.2 Perfil motor...36

2.3.1.3 Teste motor...37

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2.3.2.1 Motricidade fina...37 2.3.2.2 Motricidade global...40 2.3.2.3 Equilíbrio...42 2.3.2.4 Esquema corporal...45 2.3.2.5 Organização espacial...46 2.3.2.6 Organização temporal...49

2.4 Universidade da Experiência (UNIEXP)...51

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...54

3.1 Tipo de pesquisa...54

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível...54

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem...55

3.1.3 Tipo de Pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados...55

3.2 População/amostra...55

3.2.1 Sujeito da amostra...55

3.3 Procedimentos utilizados na coleta de dados...56

3.3.1 Testes motores...58

3.3.1.1 Motricidade fina...58

3.3.1.1.1 Nível 2: construção de uma torre...58

3.3.1.1.2 Nível 3: construção de uma ponte...58

3.3.1.1.3 Nível 4: enfiar a linha na agulha...58

3.3.1.1 .4 Nível 5: fazer um nó...59

3.3.1.1.5 Nível 6: labirinto...59

3.3.1.1.6 Nível 7: bolinhas de papel...59

(12)

3.3.1.1.8 Nível 9: lançamento com uma bola...60

3.3.1.1.9 Nível 10: círculo com o polegar...61

3.3.1.1.10 Nível 11: agarrar uma bola...61

3.3.1.2 Motricidade global...62

3.3.1.2.1 Nível 2: subir sobre um banco...62

3.3.1.2.2 Nível 3: saltar sobre uma corda...62

3.3.1.2.3 Nível 4: saltar sobre o mesmo lugar...62

3.3.1.2.4 Nível 5: saltar uma altura de 20 cm...62

3.3.1.2.5 Nível 6: caminhar em linha reta...63

3.3.1.2.6 Nível 7: pé manco...63

3.3.1.2.7 Nível 8: saltar uma altura de 40 cm...63

3.3.1.2.8 Nível 9: saltar sobre o ar...64

3.3.1.2.9 Nível 10: pé manco com uma caixa de fósforos...64

3.3.1.2.10 Nível 11: saltar sobre uma cadeira...64

3.3.1.3 Equilíbrio...65

3.3.1.3.1 Nível 2: equilíbrio estático sobre um banco...65

3.3.1.3.2 Nível 3: equilíbrio sobre um joelho...65

3.3.1.3.3 Nível 4: equilíbrio com o tronco flexionado...65

3.3.1.3.4 Nível 5: equilíbrio nas pontas dos pés...66

3.3.1.3.5 Nível 6: pé manco estático...66

3.3.1.3.6 Nível 7: equilíbrio de cócoras...66

3.3.1.3.7 Nível 8: equilíbrio com o tronco flexionado...66

3.3.1.3.8 Nível 9: fazer o quatro...67

3.3.1.3.9 Nível 10: equilíbrio na ponta dos pés - olhos fechados...67

(13)

3.3.1.4 Esquema corporal...68

3.3.1.4.1 Nível 2: controle do próprio corpo...68

3.3.1.4.1.1 Nível 3-5: prova de imitação dos gestos simples (movimentos das mãos/nível 2-5)...68

3.3.1.4.1.2 Prova de imitação dos gestos simples (movimentos dos braços)...68

3.3.1.4.1.3 Pontuação...69

3.3.1.4.2 Nível 6-11: prova de rapidez (Nível 6-11)...69

3.3.1.5 Organização espacial...70

3.3.1.5.1 Nível 2: tabuleiro/Posição normal...70

3.3.1.5.2 Nível 3: tabuleiro/Posição invertida...71

3.3.1.5.3 Nível 4: prova dos palitos...71

3.3.1.5.4 Nível 5: jogo de paciência...71

3.3.1.5.5 Nível 6: direita/esquerda – conhecimento sobre si...72

3.3.1.5.6 Nível 7: execução de movimentos...72

3.3.1.5.7 Nível 8: direita/esquerda – reconhecimento sobre o outro...72

3.3.1.5.8 Nível 9: reprodução de movimentos – representação humana...73

3.3.1.5.9 Nível 10: reprodução de movimentos – figura esquematizada...73

3.3.1.5.10 Nível 11: reconhecimento da posição relativa de três objetos...74 3.3.1.6 Organização temporal...75 3.3.1.6.1 Parte I (Nível de 2-5)...75 3.3.1.6.1.1 Linguagem...75 3.3.1.6.1.1.1 Nível 2...75 3.3.1.6.1.1.2 Nível 3...75 3.3.1.6.1.1.3 Nível 4...75

(14)

3.3.1.6.1.1.4 Nível 5...76

3.3.1.6.2 Parte II (Nível 6-11)...76

3.3.1.6.2.1 Estrutura espaço-temporal...76

3.3.1.6.2.1.1 Reprodução para meio de golpes – Estruturas corporais...76

3.3.1.6.2.1.2 Simbolização (desenho) de estruturas espaciais...77

3.3.1.6.2.1.3 Simbolização de estruturas temporais...78

3.3.1.6.2.1.3.1 Leitura – reprodução por meio de golpes...78

3.3.1.6.2.1.3.2 Transcrição de estruturas temporais – ditado...78

3.3.1.6.2.1.4 Resultados...79

3.3.1.6.2.1.5 Pontuação...79

3.3.1.7 Tabela de pontos...79

3.3.1.8 Classificação dos resultados...80

3.3.1.9 Definição dos termos...80

3.4 Instrumentos utilizados na coleta dos dados...81

3.5 Estudo piloto...84

3.6 Análise e interpretação dos dados...84

3.7 Aspectos éticos de pesquisa...85

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...86

4.1 Caracterizacao da amostra...87

4.2 Distribuicao por gênero...87

4.3 Perfil social dos idosos da Universidade da Experiência...88

4.4 Desenvolvimento motor...100

4.4.1 Resultado das avaliações motoras...100

(15)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...108

REFERÊNCIAS...110

ANEXOS...119

ANEXO A: Labirinto...120

ANEXO B: Prova de imitação dos gestos simples/mão ...121

ANEXO C: Prova de imitação dos gestos simples/braços...122

ANEXO D: Prova de rapidez...123

ANEXO E: Prova de organização espacial/Tabuleiro posição normal...124

ANEXO F: Prova de organização espacial/Tabuleiro posição invertida...125

ANEXO G: Prova dos palitos...126

ANEXO H: Jogo de paciência...127

ANEXO I: Conhecimento sobre si...128

ANEXO J: Execução de movimentos...129

ANEXO K: Reconhecimento sobre o outro...130

ANEXO L: Reprodução de movimentos – representação humana...131

ANEXO M: Reprodução de movimentos – figuras esquematizadas...132

ANEXO N: Representação por meio de golpes – estruturas temporais...133

ANEXO O: Termo de consentimento livre e esclarecido...134

ANEXO P: Aprovação do comitê e ética em pesquisa – CEP UNISUL...135

APÊNDICE...148

(16)

1 INTRODUÇÃO

O número de pessoas idosas vem aumentando em quase todos os países, levando á mudanças na pirâmide demográfica, principalmente no Brasil. O crescimento dessa população se caracteriza pelo aumento da longevidade e baixas taxas de fecundidade. Sendo que, a cada dia que passa, o Brasil é considerado um país de população idosa, devido aos avanços da medicina e melhoria nas condições gerais de vida, que contribuíram para elevar a expectativa de vida dos brasileiros.

Devido a esses motivos o processo de envelhecimento populacional no Brasil se tornará mais intenso a partir das próximas décadas.

Sabe-se que, com o passar dos anos, o corpo sofre inúmeras alterações que podem levar à perda da capacidade funcional. Segundo Carvalho e Papaléo Netto (2000), o envelhecimento é um processo que ocorre de maneira completa no indivíduo, envolvendo alterações funcionais, morfológicas, sociais e psicológicas. Sendo que essas alterações, que ocorrem no sistema locomotor, envolvem músculos, ossos e articulações, que levam a uma diminuição da capacidade funcional, consequentemente leva a uma diminuição do tônus, perda da força e diminuição da massa óssea, acentuando a osteoporose.

Desenvolvimento e envelhecimento são processos concorrentes e ambos são afetados por uma complexa combinação de variáveis que atuam ao longo de toda a vida.

(17)

Características como a possibilidade de mudar para adaptar-se ao meio (novas aprendizagens) e a capacidade de reagir e recuperar-se dos efeitos explosivos dos eventos estressantes (doenças, traumas físicos e psicológicos) são abolidas com a diminuição da plasticidade comportamental e da resistência, tais características, decorrentes do envelhecimento, podem ser minimizadas pela reserva do organismo, dependendo do grau de plasticidade individual prevista na influência conjunta de variáveis genéticas, biológicas, psicológicas e socioeconômicas (NERI, 2001; POETA, 2002).

Alguns estudos abordam o envelhecimento como sendo um fenômeno multidimensional, destacando três diferentes dimensões: a primeira dimensão está relacionada ao declínio físico, principalmente, nos aspectos de vitalidade e saúde. A segunda dimensão relata o crescimento contínuo e o desenvolvimento pessoal; e por fim, a terceira dimensão menciona a dimensão do domínio social (STEVERINK et al, 2002).

Embora, o envelhecimento não seja sinônimo de doença, deve-se levar em conta que com a idade aumenta-se o risco de comprometimento motor e perda da qualidade de vida, a avaliação motora dos idosos com o acompanhamento do profissional fisioterapeuta se torna essencial para estabelecer uma prevenção, um diagnóstico, um prognóstico e um julgamento clínico adequado para que se obtenha tratamentos e cuidados necessários com os idosos.

A terceira idade é considerada como uma fase crescente de alterações neuromusculoesquelética que estão diretamente relacionadas aos aspectos motores tornando-se mais difícil a realização das atividades da vida diária (AVD’s) como tomar banho, tornando-se vestir, fazer compras, entre outros. Isso deve ao fato de que, com o passar dos anos, ocorrem declínio de flexibilidade, da memória, equilíbrio, da coordenação motora e visual.

Sendo assim, a Escala Motora para a Terceira Idade “EMTI” (ROSA NETO, 2002) é uma escala, desenvolvida por Francisco Rosa Neto na Universidade de Zaragoza

(18)

(Espanha), no qual provém de testes motores aplicados individualmente para avaliar o desenvolvimento motor de idosos.

Com o processo de envelhecimento natural, o corpo do idoso vem sofrendo alterações físicas e motoras comprometendo a realização de suas atividades. Então, através desta escala motora pode-se avaliar os possíveis comprometimentos motores que estejam prejudicando o idoso em suas atividades de vida diária. Assim, pode-se indagar a seguinte pergunta, qual será o perfil motor geral dos alunos da Universidade da Experiência com idade igual ou superior a 60 anos?

Justifica-se esta pesquisa pelo fato de o processo de envelhecimento fisiológico causar alterações estruturais e funcionais no organismo de cada pessoa idosa, podendo levar a um déficit no desenvolvimento motor que muitas vezes não se apresenta de acordo com a idade cronológica. Estas alterações podem levar a problemas no equilíbrio, por exemplo, levando estas pessoas a caírem.

Pelo fato de haver poucos dados sobre as alterações do desenvolvimento motor em idosos, torna-se necessário a realização de pesquisas sobre este tema para que se possa diagnosticar, tratar e/ou preveni-lo através de medidas concretas intervindo diretamente na área motora comprometida.

Considerando-se, assim, a importância da avaliação do desempenho motor dessa população, através da aplicação da Escala Motora para a Terceira Idade, podendo ser diagnosticadas alterações motoras proporcionando uma prevenção ou reabilitação para o idoso e assim uma qualidade de vida melhor.

Tendo em vista os avanços das pesquisas na área de geriatria e gerontologia, este estudo é voltado a essa população, de maneira a desenvolver novos dados científicos, contribuições de ordem teórica e prática, a fim de que outros pesquisadores possam se beneficiar com esta análise para desenvolver novas pesquisas.

(19)

Nesta perspectiva, visando discorrer sobre o tema delimitado, este presente estudo tem como principal objetivo analisar o perfil da escala motora geral dos idosos da Universidade da Experiência da UNISUL – Campus de Tubarão-SC. Tendo como objetivos específicos: identificar as áreas de classificação (AMG, AM1, AM2, AM3, AM4, AM5 e AM6) dos resultados obtidos pela escala motora, identificar a média geral das variáveis de motricidade fina e global, organização espacial e temporal, equilíbrio e esquema corporal.

Metodologicamente, pode-se dizer que este estudo foi realizado, sem grupo controle, junto a uma amostra de 30 (trinta) idosos de ambos os gêneros com idade igual ou superior a 60 anos, sendo todos alunos da Universidade da Experiência da UNISUL – Campus Tubarão – SC. Para os dados científicos foi utilizado o coeficiente de Sperman.

Em suma, este estudo está assim estruturado: O primeiro capítulo envolve a introdução, enfatizando de forma clara e objetiva sobre a pesquisa realizada com os idosos da Universidade da Experiência. O segundo capítulo enfoca o desenvolvimento humano e motor, bem como os aspectos da terceira idade, o processo de envelhecimento, anatomia do envelhecimento, incluindo os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, capacidade funcional, escala motora para a terceira idade (“EMTI”) e a Universidade da Experiência. Os aspectos metodológicos que apresentam este estudo, como: tipo de pesquisa, população/amostra, instrumentos e procedimentos para coleta de dados, seguindo-se dos procedimentos utilizados à análise dos dados fazem parte do terceiro capítulo. O quarto capítulo está relacionado com a análise e interpretação dos dados. E, por último o quinto capítulo, no qual tece-se as considerações finais desta pesquisa.

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2 TERCEIRA IDADE E DESENVOLVIMENTO MOTOR

2.1 Terceira Idade

O número de indivíduos idosos vem crescendo consideravelmente em todo o mundo, principalmente no Brasil, devido às melhorias de condições da saúde pública, menor taxa de fecundidade e os avanços da medicina. Segundo Guimarães (2006), o processo de envelhecimento da população assume visibilidade e se manifesta através do aumento da participação relativa das pessoas idosas com mais de 60 anos de idade na população total e pelo aumento da longevidade.

Papaléo Netto (2002) lembra que, em 1950, os idosos representavam aproximadamente 4,2% da população brasileira, e que, em 1991, esse número passou para 7,3%. Simões (1998) diz que os cidadãos brasileiros com 60 anos ou mais já somam

aproximadamente 10 milhões de habitantes. Já, Guimarães (2006) ressalta que o processo de envelhecimento populacional no Brasil se tornará mais intenso a partir das próximas décadas. Segundo as projeções elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de pessoas com 60 anos ou mais aumentará para 13,0% em 2020, subsequentemente para cerca de 25,0% no ano de 2050, ocasião em que a população idosa chegará a 64 milhões de pessoas. Sendo que a estatística projetada para o ano de 2025 é uma

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população de idosos que colocará o Brasil como sexto país do mundo a ter mais seres humanos pertencentes a essa faixa etária.

O elevado crescimento desta população se dá devido às reformas nas condições de saúde, à queda da mortalidade infantil, aos avanços da medicina, à melhoria nas condições de saneamento básico e à queda da taxa de natalidade (CANESIN, 2003).

Medeiros (2001) ressalta um fator que vem contribuindo com o aumento da

população idosa, que é o surgimento da consciência de que atitudes estão sendo adotadas para

garantir ao idoso uma qualidade de vida melhor.

2.1.1 Processo de envelhecimento

A Organização Mundial da Saúde (2004) subdivide a idade adulta em quatro estágios:

- Meia - idade: 45 a 59 anos.

- Idoso: 60 a 74 anos.

- Ancião: 75 a 80 anos.

- Velhice extrema: acima de 80 anos.

Esta classificação considera apenas o aspecto cronológico da idade do indivíduo, desprezando os aspectos biológicos, psicológicos e sociológicos (CANESIN, 2003).

É considerado idoso o indivíduo com mais de 65 anos de idade, para países desenvolvidos e, para países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, a terceira idade começa aos 60 anos de idade (ZIMMERMAN, 2000).

(22)

No entanto, é comum encontrarmos indivíduos com a mesma idade cronológica, porém com capacidades diferenciais (CANESIN, 2003).

O processo de envelhecimento inicia-se ao nascer, e, segundo Guccione (2002), aproximadamente ao final da segunda década de vida, ocorre de forma precoce o processo de declínio de funções dos nossos órgãos de forma linear em função do tempo, e ainda que não possamos definir um ponto exato dessa transição, assim como as demais fases, observa-se que, ao final da segunda década, evidenciam-se as alterações anatomo funcionais atribuídas ao envelhecimento.

Então, pode-se dizer que o envelhecimento é um processo fisiológico, ou seja, de forma natural e irreversível que ocorre com o passar do tempo, mas depende da individualidade de cada pessoa, dos fatores ambientais, psicológicos e sociais. Sendo que estes fatores influenciam no desenvolvimento motor do indivíduo.

Segundo Mobbs (apud REBELATTO; MORELLI, 2004, p.85), “[...] o envelhecimento é um processo gradual e espontâneo de mudanças biológicas do homem, que resulta na maturação e no crescimento durante a infância, puberdade e idade adulta, e no declínio durante a meia idade e a idade tardia.”

Para Duarte e Diogo (2000), o envelhecimento, fisiologicamente, tem início precoce, logo após o término da fase de desenvolvimento e estabilização, perdurando por longo período, até as alterações estruturais e/ou funcionais tornarem-se evidentes, sendo as primeiras alterações atribuídas ao envelhecimento no fim da terceira década de vida.

Simões (1998) diz que com o avanço da gerontologia, o processo de envelhecimento adquiriu uma nova visão conceitual, considerando o processo de envelhecer como aquele que começa ao nascer, ou seja, do berço ao túmulo, e como um processo que varia de acordo com cada órgão, parte e sistema do corpo de um indivíduo para o outro.

(23)

Conforme Papaléo Netto (1996), o envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, em que há mudanças morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo com o meio ambiente, proporcionando uma maior vulnerabilidade e uma maior incidência de processos patológicos que podem levá-lo à morte.

A fase da velhice tem uma característica principal que é o declínio, geralmente físico, que leva à alterações sociais e psicológicas. Os pesquisadores classificam esse declínio de duas maneiras: a senescência e a senilidade. A senescência, que é um fenômeno fisiológico, arbitrariamente identificada pela idade cronológica, pode ser considerada um envelhecimento sadio, no qual o declínio físico e mental é lento, sendo compensado, pelo organismo. Já a senilidade caracteriza-se pelo declínio físico associado à desorganização mental (SIMÕES, 1998).

O ser humano em desenvolvimento durante o ciclo da vida é um ser biopsicossocial, podendo sofrer influências e influenciar o ambiente em que vive, num processo de adaptação, em suas relações com o mundo. O ambiente físico, político e cultural em que o ser humano estiver situado pode facilitar ou dificultar o processo de adaptação, acelerando ou retardando o envelhecimento (RODRIGUES; DIOGO, 2000).

2.1.1.1 Anatomia fisiológica do envelhecimento

A anatomia do envelhecimento nada mais é do que uma ciência que trata da forma, da estrutura e dos aspectos funcionais do ato de envelhecer. Ou seja, à medida que envelhecemos ocorrem várias alterações anátomo-fisiológicas, sendo que muitas dessas são prejudiciais ao desenvolvimento motor (DELIBERATO, 2002).

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O organismo de uma pessoa idosa caracteriza-se por alterações nas estruturas e funções do corpo, ou seja, ocorrem alterações biológicas, psicológicas e sociais. O mesmo autor diz que o envelhecimento é um processo da vida que é marcado por mudanças biopsicossociais específicas, associadas à passagem do tempo. Assim, não é possível considerar apenas os aspectos relacionados ao envelhecimento biológico, mas também aqueles relacionados ao envelhecimento psicológico e social.

As alterações citadas acima são naturais e gradativas, podendo ser verificadas em idade mais precoce ou mais avançada e em maior ou menor grau, de acordo com as características genéticas de cada indivíduo e, principalmente, com o modo de vida de cada um. A alimentação adequada, a prática de exercícios físicos, a exposição moderada ao sol, a estimulação mental, o controle do estresse, o apoio psicológico, a atitude positiva perante a vida e o envelhecimento são alguns fatores que podem retardar ou minimizar os efeitos da passagem do tempo (ZIMMERMAN, 2000).

2.1.1.1.1 Aspectos biológicos

Segundo Mazo, Lopes e Benedetti (2001), o envelhecimento imprime alterações naturais em todo o organismo, sendo o aspecto biológico caracterizado por um declínio harmônico de todo o conjunto orgânico, o qual se acelera a partir dos 70 anos de idade.

O envelhecimento biológico é um processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível, que provoca no organismo alterações morfológicas e fisiológicas. Suas conseqüências incluem a diminuição da capacidade individual de adaptação ao meio ambiente, o que torna o geronte mais suscetível à possibilidade de adoecer. Este envelhecimento é explicado por duas teorias: teoria do relógio biológico, na qual o envelhecimento ocorre pela degradação dos mecanismos de síntese protéica; a outra é teoria

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da homeostase, que diz haver degradação dos mecanismos homeostáticos responsáveis pelo equilíbrio do meio orgânico interno (DELIBERATO, 2002).

Vandervoort (2000) diz que o envelhecimento biológico normal leva à diminuição das reservas funcionais do organismo, e que este efeito pode ser observado em todos os aparelhos e sistemas: muscular, ósseo, nervoso, circulatório, pulmonar, endócrino e imunológico, variando de indivíduo para indivíduo.

Então, as principais alterações biológicas causadas pelo envelhecimento são: diminuição de estatura pelo desgaste das vértebras, encurvamento postural devido a modificações na coluna vertebral, a produção de células novas diminui, a pele perde o tônus, tornando-se flácida, os ombros ficam arredondados, os ossos endurecem, os órgãos internos atrofiam-se, reduzindo seu funcionamento, o cérebro perde neurônios e atrofia-se, tornando-se menos eficiente, o metabolismo fica mais lento, a visão de perto piora devido à falta de flexibilidade do cristalino e os olhos ficam mais úmidos, as células responsáveis pela propagação dos sons no ouvido interno e pela estimulação dos nervos auditivos degeneram-se, o olfato e o paladar diminuem. Também acontece há diminuição da massa muscular e da densidade óssea, perda da força muscular, deficiência da agilidade, da coordenação motora, do equilíbrio, da mobilidade articular e das funções hepática e renal, maior rigidez das cartilagens, dos tendões e dos ligamentos, redução da capacidade termorreguladora e maior trabalho ventilatório aos esforços (ZIMMERMAN, 2000; DELIBERATO, 2002).

Mazo, Lopes e Benedetti (2001) afirmam que as principais alterações que ocorrem no sistema músculo-esquelético com a idade são: redução do número de células musculares e a elasticidade, diminuição da massa óssea, alterações posturais e redução na mobilidade articular.

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Pode-se dizer, então, que o esqueleto do idoso apresenta alterações relacionadas com o tipo de vida, a profissão, a atitude postural, os exercícios físicos (moderados, excessivos ou insuficientes), a nutrição, o metabolismo entre outros fatores.

A redução das capacidades de reserva do aparelho locomotor que acompanha o envelhecimento é devida à perda de células capazes de funcionar normalmente, à medida que passa o tempo. Tanto o sistema nervoso como a musculatura por ele controlada, o tecido conjuntivo e os ossos que servem de alavanca para os movimentos são tecidos formados por células especializadas. No decorrer do tempo, essas células degeneram completamente ou mudam de estrutura (VANDERVOORT, 2000, p. 69).

Lustri e Morelli (apud PICHLES; COMPTON, 2000) dizem que por volta dos 40 anos, o indivíduo começa a apresentar perda em estatura de aproximadamente 1 cm por cada década. Há também uma diminuição dos arcos dos pés, um aumento das curvaturas da coluna e uma diminuição no tamanho da coluna vertebral devido à perda de água dos discos intervertebrais decorrente dos esforços de compressão a que são submetidos.

Os mesmos autores dizem que algumas alterações também ocorrem nas

articulações intervertebrais pelo fato de que no envelhecimento a água e as prosteoglicanas diminuem no núcleo, enquanto as fibras colágenas aumentam em número e espessura e no anel fibroso ocorre um adelgaçamento das fibras colágenas. A associação desses fatores faz com que o disco intervertebral do idoso diminua em espessura, aumentando as curvaturas da coluna vertebral, em especial a coluna da curva dorsal.

O osso é essencialmente um tecido conjuntivo mineralizado, altamente vascularizado, vivo em transformação constante. É singular pela sua dureza, resaliência, mecanismos característicos de crescimento e sua capacidade de regeneração (LUSTRI; MORELLI, apud PICHLES; COMPTON, 2000, p.62).

Segundo Di Dio (1999, p.59), “[...] com a idade os ossos ficam mais porosos, frágeis e quebradiços, sendo que as cartilagens se adelgaçam e tendem a degenerar.”

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A perda de massa óssea é caracterizada por desequilíbrio no processo de modelagem e remodelagem, conseqüência do envelhecimento, e pode ocorrer por aumento ou diminuição da atividade dos osteoclastos, ou por combinação de ambos. O osteoclasto é uma célula óssea responsável pela reabsorção óssea (LUSTRI; MORELLI, apud PICHLES; COMPTON, 2000).

Para Weineck (1991), com o avanço da idade, ocorre a diminuição da força e da musculatura. Com a musculatura enfraquecida o idoso tem uma flexibilidade diminuída, aumento de lesões musculares, um decréscimo no controle e na rapidez dos movimentos.

Uma das alterações mais evidentes é a perda de massa muscular que ocorre principalmente pela diminuição no peso muscular e também em sua área de secção transversal. Também se deve à perda de unidades motoras e ao fato de que nas placas motoras do idoso as pregas são mais numerosas e as fendas sinápticas se tornam mais amplas reduzindo a superfície de contato entre o axônio e a membrana plasmática. Conseqüentemente o idoso terá menor qualidade em sua contração muscular, menor força, menor coordenação dos movimentos e, provavelmente, maior probabilidade de sofrer principalmente quedas (LUSTRI; MORELLI, apud PICHLES; COMPTON, 2000).

Na idade avançada, as fibras de contração lenta (vermelhas) e de contração rápida (brancas) podem apresentar-se degeneradas ao lado de outras atrofiadas, sendo que as fibras de contração rápida são as que mais apresentam diminuição de volume (DI DIO, 1999).

Uma certa diminuição da força máxima das contrações musculares voluntárias já começa a se manifestar a partir da meia-idade, mas a redução acentuada da força não se torna evidente senão a partir da idade aproximada de 60 anos, sendo que a força da atividade muscular concêntrica é menor nos idosos do que nos adultos jovens, e nos movimentos de maior velocidade, essa deficiência do idoso se torna bem visível (VANDERVOORT, 2000, p. 73).

As articulações servem para propiciar o movimento e sustentação mecânica. Então, a cartilagem é um tecido antigo no sentido filogenético que apresenta grande

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dificuldade na sua nutrição, devido à baixa vascularização. Dessa forma, os nutrientes e os metabólicos são trocados pelas células por meio de difusão, em grau decrescente de concentração através da matriz interposta (LUSTRI; MORELLI, apud PICHLES; COMPTON, 2000).

Segundo Di Dio (1999), nas articulações, as modificações etárias se caracterizam pela redução do número de condrócitos e de prosteoglicanas, pela desidratação e pelo aumento das fibras colágenas, que se tornam mais espessas. A cartilagem articular se adelgaça podendo apresentar rachaduras superficiais, sendo que, no idoso, há regeneração de condroniose, com isso o número de condrócitos diminui e a espessura das fibras colágenas e o cálcio aumentam e a cartilagem tende a ficar rígida.

Com o processo de envelhecimento, ocorrem também mudanças fisiológicas no sistema sensorial e no sistema somato-sensorial. Segundo Faria et al (2003, p. 134), “[...] o

sistema sensorial fornece informações sobre a posição e a trajetória do corpo no espaço.”

O mesmo autor citado acima diz que as informações sensoriais são fornecidas pelos sistemas visual, vestibular e somato-sensorial. As informações visuais fornecem referências sobre a posição e o movimento da cabeça com relação aos objetos ao redor. Já o sistema vestibular fornece ao sistema nervoso central (SNC) informações estáticas e dinâmicas e o movimento da cabeça em relação à gravidade, gerando movimentos compensatórios dos olhos e respostas posturais durante os movimentos da cabeça. E, o sistema somato-sensorial é responsável por informar ao SNC que tem como função transmitir a posição e o movimento do corpo no espaço em relação à superfície de suporte.

Segundo Oliveira (1997), as mudanças relacionadas à idade nos sistemas de informação sensorial podem ter influências profundas sobre o comportamento motor.

A visão constitui um dos órgãos dos sentidos mais importantes do ser humano, uma vez que é através dela que ocorre grande parte do relacionamento com as pessoas e com

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o meio em que vivemos. Então, ao envelhecer começam a surgir mudanças nos olhos, alterando, assim, a visão. Após os 40 anos de idade, iniciam-se algumas modificações na vida capazes de interferir nas atividades diárias e no relacionamento com as pessoas. Ou seja, o idoso pode apresentar dificuldades para ler, realizar trabalhos manuais, para dirigir automóvel, para andar e para fazer outras atividades que exigem uma boa visão (RODRIGUES; DIOGO, 2000).

O SNC tem como função transmitir as entradas sensoriais captadas e integrá-las nos seus vários níveis, produzindo respostas apropriadas que variam desde movimentos simples aos de maior complexidade. Com o processo de envelhecimento, há uma lentidão no processamento de informações sensoriais pelo SNC que associado à lentidão da condução nervosa pode levar a um aumento do tempo de latência de 20 a 30 milisegundos nas respostas automáticas posturais (FARIA et al., 2003).

Com o avançar da idade, ocorre um declínio na velocidade de condução nervosa, mais proeminentes nos segmentos distais do corpo do que em áreas proximais, e é maior em partes inferiores do corpo do que nos membros superiores (ECKERT, 1993).

Para Nadeau et al (1985), as alterações produzidas com o envelhecimento do SNC são responsáveis por uma parte dos déficits sensoriais, os quais afetam o aspecto motor, a visão e sensibilidade proprioceptiva.

Os nervos das pessoas da terceira idade apresentam discreta diminuição (da ordem de 10% ou menos) da velocidade máxima de condução nervosa. As alterações do sistema nervoso são mudanças do comportamento, falta de memória e distúrbio do sono (HAKANSSON et al, apud PICHLES; COMPTON, 2000, p. 70).

De acordo com Neri (2001), as pessoas idosas apresentam uma redução na sua capacidade de manejar as informações. Há um comprometimento na memória para eventos recentes maiores do que para eventos remotos, o idoso leva mais tempo para integrar as

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informações, sendo cada vez menor o número de informações que pode receber ao mesmo tempo.

Segundo Simões (1998), a perda da memória pode estar associada a vários fatores, como o endurecimento das artérias, hipertensão ou qualquer deficiência que diminua a irrigação sanguínea para o cérebro. Então, uma das causas dessa perda parece estar na pouca irrigação sanguínea para o cérebro, sendo que há a necessidade de uma atividade física bem orientada e planejada, associada a uma boa alimentação e a um ambiente sadio, proporcionando ao idoso, estímulos que ajudem o coração a bombear sangue com freqüência e pressão ideais para o sistema nervoso central, para a regulação de suas funções vitais.

Em relação ao sistema respiratório, os pulmões perdem com o decorrer da idade sua elasticidade oferecendo menos resistência à expansão. Assim, a perda da elasticidade depende de modificações da composição das fibras conjuntivas e elásticas. Em relação ao

diafragma, ele acaba sendo mais solicitado na velhice para respiração porque a caixa torácica perde sua elasticidade, sendo que a contração do diafragma é afetada pela pressão intra-abdominal (DI DIO, 1999).

O sistema endócrino também sofre com o envelhecimento, já que ocorre menor sensibilidade dos tecidos aos hormônios e redução apreciável da liberação de hormônios hipofisários (TIMO-IARIA, 2003).

Segundo Di Dio (1999), com o avançar da idade, as glândulas endócrinas sofrem processo de atrofia, seu tecido conjuntivo fibroso aumenta e é entremeado por depósitos de gordura.

O sistema cardiovascular também sofre modificações com o envelhecimento, como o aumento do colágeno no pericárdio e endocárdio, o acúmulo de gorduras e substâncias amilóides, espessamento e calcificação, principalmente nas válvulas mitral e aórtica, degeneração de fibras musculares no miocárdio e maior incidência de aterosclerose

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(devido a fatores genéticos, ambientais e idade), estreitamento das artérias e rigidez das mesmas (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).

Então, o envelhecimento biológico tende a diminuir a resistência orgânica das pessoas, expondo-as mais às doenças, aumentando as suas limitações físicas e restringindo sua capacidade motora, em função do próprio desgaste natural do corpo humano (JORDÃO NETTO, 1997).

Pode-se dizer que o idoso sofre modificações fisiológicas devido ao processo de envelhecimento normal, sendo que estas modificações estão relacionadas com a individualidade de cada indivíduo, dependendo, entre outros aspectos, de suas condições físicas internas, do meio ambiente e do estilo de vida. Sendo que, muitas vezes, as alterações neuromusculoesquelética levam a uma dependência funcional influenciando na qualidade de vida do idoso.

2.1.1.1.2 Aspectos psicológicos

O envelhecimento psicológico é explicado através de duas teorias: a teoria clássica, em que o envelhecimento surge à medida que novas situações na vida da pessoa solicitam adaptações sucessivas da memória, da personalidade, das experiências e das expectativas projetadas, obtendo como resposta soluções construtivas ou soluções destrutivas. A outra teoria é progressista, contrária à teoria clássica, pois estabelece que não é suficiente adaptar-se e viver em conformidade com o isolamento social das pessoas idosas, pois se a velhice apresenta-se como uma crise, para superá-la não adianta simplesmente adaptar-se a ela, mas é necessário enfrentá-la (DELIBERATO, 2002).

Para Zimmerman (2000), as mudanças psicológicas que ocorrem no envelhecimento podem resultar na dificuldade de se adaptar a novos papéis, falta de

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motivação e dificuldade de planejar o futuro, depressão, hipocondria, somatização, paranóia, suicídio, baixas auto-imagem e auto-estima, necessidade de trabalhar as perdas orgânicas, afetivas e sociais.

O envelhecimento psicológico é marcado pela dificuldade do idoso em adaptar-se às mudanças físicas e sociais advindas desse processo de vida e os choques provocados pela interação com uma sociedade pouco tolerante (DELIBERATO, 2002).

2.1.1.1.3 Aspectos sociais

O envelhecimento social da população traz uma modificação no status do idoso e no relacionamento dele com as outras pessoas em função de uma crise de identidade, que leva o idoso à diminuição de sua auto-estima, mudanças de papéis na família, no trabalho e na sociedade. Por causa disso, deve haver uma preparação para evitar o isolamento, falta de rumo e depressão, perdas diversas, que vão desde condição econômica à perda de parentes, amigos, independência ou de autonomia, diminuição dos contatos sociais, que se tornam reduzidos em função de distâncias, vida agitada, violência nas ruas e condições financeiras. (ZIMMERMAN, 2000).

Segundo Mazo, Lopes e Benedetti (2001), a sociedade costuma valorizar as pessoas produtivas, portanto, a desvalorização do idoso é explicada pela perda desse espaço produtivo. Sendo o idoso incapaz de realizar essa tarefa produtiva, em virtude de suas limitações, ele é considerado um indivíduo difícil de conviver, contribuindo para a exclusão deste da família e da sociedade.

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Com o crescimento contínuo da população idosa nas sociedades modernas, tornou-se uma questão de crescente urgência a busca de meios para se manter e melhorar a capacidade funcional dos idosos, ajudando-os a manter a independência na comunidade e propiciando-lhes uma qualidade de vida melhor (HEIKKINEN, 2003, p. 32).

A capacidade funcional apresenta conceitos bastante complexos abrangendo outros como os de deficiência, incapacidade, desvantagem, bem como os de autonomia e independência na prática, trabalha-se com o conceito de capacidade/incapacidade. A incapacidade funcional define-se pela presença de dificuldade de certos gestos e de certas atividades da vida cotidiana ou mesmo pela impossibilidade de desempenhá-las (ROSA et al, 2003, p. 41).

A avaliação da capacidade funcional refere-se às atividades da vida diária (AVD’s), vestir-se, alimentar-se, deslocar-se, etc, e aquelas atividades instrumentais da vida diária, cuidar da casa, fazer compras, usar medicamentos, usar meios de transportes, etc, geralmente necessárias para uma vida independente (HEIKKINEN, 2003, p. 32).

A manutenção da capacidade funcional pode ter importante implicação para a qualidade de vida dos idosos, por estar relacionada com a capacidade de ocupar-se com o trabalho até idades mais avançadas e/ou com atividades agradáveis (ROSA et al, 2003, p. 41). Para Guimarães et al (2004) a manutenção e preservação da capacidade funcional para desempenhar as atividades básicas de vida diária são pontos básicos para prolongar o maior tempo possível a independência.

Guccione et al (2002, p. 251) diz que “[...] atividades funcionais são aquelas identificadas por um indivíduo como essenciais para manutenção do bem estar físico e psicológico, bem como, para a criação de um senso pessoal de uma vida significativa.”

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manter a sua independência. Para a realização das AVD’s, a aptidão funcional deve ser mantida em alguns níveis para que determinadas tarefas possam ser realizadas, como por exemplo, subir e descer degraus. Isso depende de capacidades físicas como força, coordenação, equilíbrio, velocidade e agilidade (SILVA DA MIYASIKE, 2002).

2.2 Desenvolvimento humano

O estudo de desenvolvimento humano é baseado em como e porque o organismo cresce e se modifica no decorrer da vida. Assim, defini-se desenvolvimento humano em termos das mudanças que ocorrem ao longo do tempo de maneira ordenada e relativamente duradoura e afetam as estruturas físicas e neurológicas, os processos de pensamento, as emoções, as formas de interação social e muitos outros comportamentos (NEWCOMBE, 1999).

Papalia e Olds (2000) definem o desenvolvimento humano como sendo um estudo científico de como as pessoas mudam ou permanecem iguais ao longo do tempo, ou seja, desde a sua concepção até a morte.

Segundo Krebs (1997), o desenvolvimento humano é um processo de mudança que ocorre ao longo da vida de um ser humano, sendo que o desenvolvimento determina a potencialidade do indivíduo para um determinado comportamento. Ou seja, o desenvolvimento humano deve ser entendido como um processo global, composto de diferentes características (biológicas, psicológicas, sociais, etc.).

Para Rosa Neto (2002), o processo de desenvolvimento humano está relacionado com um crescimento diferencial e evolutivo, produzindo uma identidade que é influenciada pela individualidade de cada ser humano e pelas contingências ambientais. Esse processo gera mudanças na vida do indivíduo até o final de sua vida.

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O organismo humano tem uma lógica biológica, uma organização, um calendário maturacional e evolutivo, uma porta aberta para a interação e estimulação. Sendo que o ser humano passa por diferentes mudanças e períodos evolutivos: pré-natal (embrionário), péri-natal (27º semana de gestação – 1ª semana de vida) e pós-péri-natal (neonato, lactente, pré-escolar, período escolar, puberdade, adolescência, adulto e terceira idade). Durante esse processo, as possibilidades do indivíduo evolucionam amplamente e chegam a ser cada vez mais variadas, completas e complexas à medida que avança uma etapa (ROSA NETO, 1996b).

Então, entende-se por desenvolvimento humano um processo que envolve estabilizações e mudanças das características biopsicológicas de um indivíduo.

2.3 Desenvolvimento motor

Utilizamos o termo desenvolvimento motor para nos referirmos ao desenvolvimento do movimento. Assim, pode-se dizer que o desenvolvimento motor são as contínuas mudanças no comportamento motor durante o ciclo da vida, sendo que na fase adulta estas habilidades vão apresentando uma perda gradativa que muitas vezes leva o indivíduo a apresentar dificuldades em suas atividades de vida diária. Sendo que o ambiente em que se vive é um fator muito importante para o desenvolvimento motor de cada pessoa.

De acordo com Bueno (1998, p.45), “[...] o desenvolvimento motor caracteriza-se pela maturação que integra o movimento, o ritmo, a construção espacial, o reconhecimento de objetos, as posições, a imagem do nosso corpo e a palavra.”

Conforme Rosa Neto (1996b), o desenvolvimento motor representa a aquisição de funções motoras cada vez mais complexas, no qual a integração sucessiva da motricidade implica na constante e permanente maturação orgânica. O movimento e seu fim representam

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estruturas integrativas do ser humano.

Segundo Gallahue e Ozmun (2005), o desenvolvimento motor é uma alteração continua ao longo do ciclo da vida, podendo ser estudado tanto como um processo quanto como um produto. Ou seja, como um processo, o desenvolvimento motor envolve as necessidades biológicas subjacentes, ambientais e ocupacionais, que influenciam o desempenho motor e as habilidades motoras dos indivíduos desde o período neonatal até a velhice. E, como um produto, o desenvolvimento motor pode ser considerado como descritivo ou normativo, sendo analisado por fases (período neonatal, infância, adolescência e idade adulta) que refletem o particular interesse do pesquisado.

Em suma, desenvolvimento motor é um processo contínuo de mudanças na capacidade funcional que está diretamente relacionado com a idade pelo qual o comportamento motor se modifica.

2.3.1 Escala motora para terceira idade (EMTI)

Francisco Rosa Neto criou a Escala Motora para a Terceira Idade – “EMTI” na Universidade de Zaragoza (Espanha), defendendo a sua tese, a fim de propiciar um registro mais preciso das condutas motoras do idoso. Na realidade os testes são idênticos aos realizados em crianças, sendo que a diferença está na avaliação final, nos cálculos das idades motoras (ROSA NETO, 1996a).

O mesmo autor diz que esta escala se aplicada em pessoas com idade igual ou superior a 60 anos e tem como indicação grupos de risco para alterações motoras, sedentarismo, alterações de comportamento mental, psicológico e neurológico, controle

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evolutivo da aptidão motora. A mesma consiste de testes motores clássicos reunidos em uma única bateria.

A escala de desenvolvimento compreende um conjunto de provas muito diversificadas e de dificuldade graduada, conduzindo uma exploração minuciosa de diferentes setores do desenvolvimento. A aplicação realizada no indivíduo permite avaliar seu nível de desenvolvimento motor, considerando êxitos e fracassos, levando em conta as normas estabelecidas pelo autor da escala (ROSA NETO, 2002, p.30).

2.3.1.1 Prova motora

A prova motora é composta por um conjunto de atividades marcadas por uma determinada idade. Permite determinar o avanço ou o atraso motor de um idoso de acordo com os resultados alcançados nas provas (ROSA NETO, 2002).

2.3.1.2 Perfil motor

Segundo Rosa Neto (2002), o perfil motor consiste em uma reprodução gráfica de resultados obtidos em vários testes de eficiência motora. Tal gráfico permite uma comparação simples e rápida de diferentes aspectos do desenvolvimento motor, colocando em evidência os pontos fortes e fracos do indivíduo.

2.3.1.3 Teste motor

Teste motor é uma prova determinada que permite medir num indivíduo uma determinada característica. Os resultados poderão ser comparados com os de outras pessoas (ROSA NETO, 2002).

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2.3.2 Características motoras

2.3.2.1 Motricidade fina

A coordenação visuomanual representa a atividade mais freqüente e mais comum no homem, a qual atua para pegar um objeto e lançá-lo, para escrever, desenhar, pintar, recortar, etc. Ela inclui uma fase de transporte da mão, seguida de uma fase de agarre e manipulação, resultando em um conjunto com seus três componentes: objeto- olho- mão (ROSA NETO, 2002, p. 15).

“[...] a coordenação visuomotora é um processo de ação em que existe coincidência entre o ato motor e uma estimulação visual percebida” (ROSA NETO, 2002, p.15).

De acordo com Le Camus (1986), a motricidade fina manifesta-se também na manipulação, atividade intencional que assume no homem uma multidão de formas. Estas formas podem ser reagrupadas em dois planos, conforme a ação seja conduzida sem ou com instrumento. Na ação manipuladora propriamente dita, a ferramenta confunde-se com o corpo, já que a mão age sem intermediário.

A motricidade fina requer a capacidade de controlar os músculos pequenos do corpo, a fim de atingir a execução bem sucedida da habilidade. Geralmente essas habilidades envolvem a coordenação óculo-manual e requerem um alto grau de precisão do movimento para o desempenho da habilidade específica, num nível elevado de realização. Escrever, desenhar, tocar piano e trabalhar em relógios são exemplos de motricidade fina (MAGIL,

2000).

2.3.2.2 Motricidade global

A motricidade global são movimentos grosseiros (simples) realizados pelo indivíduo, sendo que eles estimulam a afetividade, a atitude e auxilia a organização espacial.

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O movimento motor global, seja ele mais simples, é sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial, temporal, e assim por diante (ROSA NETO, 2002).

Segundo Silva (1999), a motricidade global representa os movimentos dinâmicos globais (correr, saltar, andar, etc.), julgando assim um papel importante no melhoramento do equilíbrio dinâmico corporal, das sensações e percepções.

Esta motricidade é caracterizada por envolver a grande musculatura como base principal do movimento. No desempenho de motricidade global, a precisão do movimento não é tão importante para a execução da habilidade. As habilidades motoras fundamentais como andar, pular, arremessar, saltar e etc., e a maioria das habilidades esportivas são consideradas motricidade global (MAGIL, 2000).

Para Negrine (apud BRAGA, 2004), a motricidade global ou grosseira refere-se aos movimentos em que os segmentos inferiores entram em ação desempenhando papel principal. Ela pode ainda ser definida como a capacidade de realizar grandes movimentos com a utilização de grandes músculos. A motricidade global sofre uma degeneração com o envelhecimento, que torna-se visível a diminuição do rendimento na execução dos movimentos.

2.3.2.3 Equilíbrio

O equilíbrio consiste em manter o centro de gravidade (CG) dentro de uma base de suporte que proporcione maior estabilidade nos segmentos corporais, durante situações estáticas e dinâmicas. O controle postural resulta de uma interação complexa entre os sistemas corporais que atuam juntos para controlar a posição do corpo no espaço. A organização desses sistemas é determinada tanto pela natureza da tarefa, quanto pelo ambiente no qual é

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realizada. Então, os principais sistemas corporais que participam do controle postural são os sistemas sensorial, nervoso e efetor (FARIA et al, 2003).

Segundo Rosa Neto (2002), o equilíbrio é a base primordial de toda ação diferenciada dos segmentos corporais, sendo que quanto mais defeituoso é o movimento, mais gasto energético haverá. Desta luta constante contra o desequilíbrio, resulta uma fadiga corporal, mental e espiritual, aumentando o nível de estresse, ansiedade e angústia do indivíduo.

Para Silva (1999), o equilíbrio é o estado de um corpo quando distintas forças que atuam sobre ele compensam anulando-se mutuamente. Em relação ao ponto de vista biológico, a possibilidade em manter posturas, posições e atitudes indica a existência do equilíbrio. Ou seja, é a base primordial de toda ação diferenciada do corpo, sendo que quanto mais defeituoso é o equilíbrio, mais energia se consome.

O ajuste postural se apóia nas aferências vestibulares que indicam a posição da cabeça no espaço sobre as aferências proprioceptivas que sinalizam tanto a posição da cabeça em relação ao tronco como a quantidade do tônus muscular da base. O equilíbrio tônico postural do indivíduo, os seus gestos, o seu modo de respirar, a sua atitude, e outros itens são o reflexo de seu comportamento e, ao mesmo tempo, de suas dificuldades e de seus bloqueios (ROSA NETO, 2002).

Segundo Ruwer, Rossi e Simon (2005), o envelhecimento compromete a habilidade do sistema nervoso central em realizar o processamento dos sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal, bem como diminui a capacidade de modificações dos reflexos adaptativos.

O declínio no equilíbrio postural, na marcha e na capacidade de transferência de uma superfície para outra pode levar a uma perda de mobilidade relacionada ao processo de envelhecimento. Estudos mostram haver perda no sistema sensório-motor responsável pelo

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controle postural, mesmo quando o indivíduo não percebe tal dificuldade (HEIKKINEN, 2003).

Então, um dos principais fatores que limitam hoje a vida do idoso è o desequilíbrio. Mais da metade dos casos do desequilíbrio tem origem entre os 65 e os 75 anos aproximadamente e cerca de 30% dos idosos apresentam os sintomas nesta idade. Assim, as quedas são as conseqüências mais perigosas do desequilíbrio e da dificuldade de locomoção, sendo seguidas por fraturas, deixando os idosos acamados por dias ou meses (RUWER; ROSSI; SIMON, 2005).

Os mesmos autores ressaltam que as manifestações dos distúrbios do equilíbrio

corporal têm grande impacto para os idosos, podendo levá-los à redução de sua autonomia social, uma vez que acabam reduzindo suas atividades de vida diária, pela predisposição a quedas e fraturas.

2.3.2.4 Esquema corporal

Segundo Rosa Neto (2002), a imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio que, como núcleo central da personalidade, se organiza em um contexto de relações mútuas do organismo e do meio. Também a construção do esquema corporal, ou seja, a organização das sensações relativas ao próprio corpo associado com os dados do mundo exterior exerce um papel importante no desenvolvimento do indivíduo, sendo que esta organização é um ponto de partida de suas diversas possibilidades de ação. Sendo assim, esquema corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com os dados do mundo exterior.

Silva (1999) diz que o esquema corporal é a intuição de um conjunto de conhecimento imediato que possuímos de nosso corpo em situação estática ou em

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movimento, assim como das relações entre suas diferentes partes, e sobre tudo, de suas relações com o espaço e com os objetos que nos rodeiam.

Para Oliveira (1997), as perturbações da noção do corpo traduzem um fraco conhecimento do próprio corpo, desintegração dos componentes proprioceptivos, alterações na localização das sensações táteis de mudanças de peso, dos membros do corpo, sensações de rejeição e negligência, modificações vestibulares e tônicas, entre outras.

2.3.2.5 Organização espacial

De Meur e Staes (1991) definem a organização espacial como uma orientação, estruturação do mundo exterior referindo-se primeiro ao seu referencial, depois a outros objetos ou pessoas em posição estática ou em movimento.

Rosa Neto (2002) observa que na vida cotidiana, utilizamos constantemente os dados sensoriais e perceptivos relativos ao espaço que nos rodeia, sendo que estes dados sensoriais possuem informações sobre as relações entre os objetos que ocupam o espaço, porém, é nossa atividade perceptiva, baseada na experiência que dá o significado. A organização espacial depende da estrutura de nosso próprio corpo, da natureza do meio que nos rodeia e de suas características.

Todas as modalidades sensoriais participam em certa medida na percepção espacial: a visão, a audição, o tato, a propriocepção e o olfato. As informações recebidas não estão sempre em acordo e implicam, inclusive, percepções contraditórias, em particular na determinação da verticalidade. A orientação espacial designa nossa habilidade para avaliar precisamente a relação física entre nosso corpo e o ambiente, e para efetuar as modificações no curso de nossos deslocamentos (ROSA NETO, 2002).

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abstrata, finita e infinita. Tanto o espaço com o corpo quanto o espaço que nos rodeia estão diretamente acessíveis. Finito enquanto nos rodeia é familiar, pois que se estende ao infinito, e no universo, e se apaga com o tempo. A organização espacial depende simultaneamente da estrutura de nosso próprio corpo (anatomia, fisiologia, etc.), da natureza do meio que nos rodeia e suas características.

2.3.2.6 Organização temporal

A organização temporal está relacionada com o tempo, que antes de tudo é a memória, sendo que é a sucessão existente entre os acontecimentos que se produzem em uma ordem física irreversível. Tal organização também está relacionada com a ordem, e a duração no qual permitem a variação do intervalo que separa dois pontos, ou seja, o princípio e o fim

de um acontecimento.

Para Silva (1999), nós percebemos o transcurso do tempo a partir das trocas que se produzem durante um período e de sua sucessão que transforma progressivamente o futuro em presente e depois em passado. A organização temporal é uma importante ajuda para que se torne consciência do mundo real.

A organização temporal inclui uma dimensão lógica (conhecimento da ordem e da duração, acontecimentos se sucedem com intervalos), uma dimensão convencional (sistema cultural de referências, horas, dias, semanas meses e anos) e um aspecto de vivência que surge antes dos outros dois (percepção e memória da sucessão e da duração dos acontecimentos na ausência de elementos lógicos ou convencionais) (ROSA NETO, 2002, p. 23).

De Meuer e Staes (1991) definem a organização temporal como a capacidade de situar-se em função: da sucessão dos acontecimentos (antes, após, durante), da duração dos intervalos com noções de tempo longo, de tempo curto (uma hora, um minuto), noções de

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ritmo regular, de ritmo irregular (aceleração, freada), noções de cadência rápida, da cadência lenta (diferença entre a corrida e o andar), da renovação cíclica de certos períodos (dias da semana, os meses, as estações) e do caráter irreversível do tempo (acontecimentos passados).

2.4 Universidade da Experiência (UNIEXP)

A idéia da Universidade da Experiência sempre esteve pautada no cuidado para integrar as diferentes áreas/atividades, apontando ainda para a necessidade de se trabalhar com a população em idade madura de maneira também integrada, enfoque este, cada vez mais, premente no mundo da Universidade e na sua razão de ser, como também na vida em sociedade (UNIEXPERIÊNCIA, 2006).

Posto isso, a Universidade da Experiência constitui-se em um projeto

institucional, podendo ser implantado em todos os Campus da UNISUL, porém, o Campus de Tubarão foi escolhido como o primeiro para implantá-la, considerado-a como projeto piloto, o qual seria avaliado e realizados os acertos, caso fossem necessários (UNIEXPERIÊNCIA, 2006).

A Universidade da Experiência tem como missão a educação permanente ao adulto na maturidade, proporcionando a continuidade do desenvolvimento pessoal, social e político por meio de ações educativas e de lazer. E como objetivo propiciar ao ser humano que vivência a idade da experiência a continuidade de seu desenvolvimento pessoal e social, através de uma prática educativa e de lazer, promovendo a saúde, a melhoria da qualidade de vida e transformações sociais conforme as diretrizes da própria Universidade (UNIEXPERIÊNCIA, 2006).

Segundo Carvalho; Fonseca e Pedrosa (2004), no Brasil, a adoção de uma pedagogia para o envelhecimento bem sucedido começou a partir da década de 1980 nas

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universidades. Consideradas como instituições de grande alcance social, as universidades da terceira idade desempenham um importante papel na manutenção da qualidade de vida dos idosos. As experiências das Universidades Abertas da Terceira Idade são importantes e devem estar vinculadas, principalmente, à formação de recursos humanos, à pesquisa e à integração de profissionais nas questões relativas à velhice e ao envelhecimento.

A Universidade da Experiência por ser um curso de extensão voltado às pessoas acima de cinqüenta anos, visa proporcionar-lhes uma nova aprendizagem, um novo sonho buscando renovar o seu dia-a-dia através de atividades físicas, disciplinas, seminários, cursos oficinas, vivencias, lazer com orientação especializada.

Na Universidade da Experiência, os alunos matriculados participam de encontros realizados nas dependências da Universidade do Sul de santa Catarina (UNISUL), de março a dezembro, às terças, quartas e quintas-feiras, das 14:00 às 17:30 horas. Cada atividade ou disciplina é oferecida em 2 horas semanais tendo um total de 30 horas semestrais, conforme o cronograma de implantação. O aluno tem direito a matricular-se em quatro disciplinas quando for oferecido em dois dias por semana e, em seis disciplinas quando oferecido em três dias. O curso tem duração de dois anos, sendo que os alunos se matriculam sem necessidade de realizar vestibular, e, após a sua conclusão, o aluno tem direito a certificado. Atualmente, a Uniexperiência possui 71(setenta e um) alunos matriculados e 8 (oito) professores.

Esta Universidade conta com um total de 18 (dezoito) disciplinas englobando: língua estrangeira I e II; computação na maturidade I, II, III e IV; nutrição; atividades expressivas; ciclo de atualização; envelhecimento saudável II, III; preparação para a atividade física; e atividade física II, III, IV; psicologia da comunicação humana, entre outros.

De acordo com a Uniexperiência (2006), estas disciplinas são divididas em quatro semestres:

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• No 1º semestre as disciplinas oferecidas são: Informática na Maturidade I; Língua Estrangeira I (inglês); Nutrição para Melhor Idade; Vivendo e Aprendendo; Preparação para Atividade Física e Técnicas Anti-stress.

• No 2º semestre: Informática na Maturidade II; Língua Estrangeira II (inglês); Envelhecimento Saudável I; Cantando e Relaxando; Atividade Física.

• No 3º semestre: Informática na Maturidade III; Vivendo com Arte; Reconstruindo o Natural; Conversando; Atividade Física e Atividade Física.

• No 4º semestre: Informática na Maturidade IV; Psicologia da Comunicação Humana; Envelhecimento Saudável II; Qualidade de Vida na Maturidade e Atividade Física.

Referências

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