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50 Lições de Filosofia 10 AnoF

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Academic year: 2021

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LIÇÕES

LIÇÕES

DE

DEFILOSOFIA

FILOSOFIA

124 páginas

124 páginas

239 páginas

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64 páginas 64 páginas

50licoes.blogspot.pt

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1

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LIÇÕES

LIÇÕES

DE

DEFILOSOFIA

FILOSOFIA

Porquê lições?

Porquê lições?

!

!

P

P

orque facilita e simplifica o

orque facilita e simplifica o

trabalho de professores e

trabalho de professores e

estudantes

estudantes

!

!

As ideias são apresentadas e explicadas tendo

As ideias são apresentadas e explicadas tendo

em conta

em conta

o que é possível lecionar aula a aula

o que é possível lecionar aula a aula

!

!

Cada aula tem uma unidade e uma autossuficiência

Cada aula tem uma unidade e uma autossuficiência

que

que

facilita a aprendizagem

facilita a aprendizagem

!

!

A pla

A pla

nificação das aulas

nificação das aulas

torna-se desnecessária: o

torna-se desnecessária: o

próprio manual já está planificado de acordo com a

próprio manual já está planificado de acordo com a

realidade do trabalho do professor

realidade do trabalho do professor

2

(4)

LIÇÕES

LIÇÕES

DE

DEFILOSOFIA

FILOSOFIA

Lição 16, pp. 70-72

Lição 16, pp. 70-72

!

!

Breve informação histórica sobre o utilitarismo

Breve informação histórica sobre o utilitarismo

!

!

Ideias centrais da teoria utilitarista do bem

Ideias centrais da teoria utilitarista do bem

!

!

A felicidade é o bem último

A felicidade é o bem último

!

!

Imparcialidade

Imparcialidade

!

!

Hedonismo

Hedonismo

!

!

Prazeres superiores e inferiores

Prazeres superiores e inferiores

!

!

Objeção ao hedonismo

Objeção ao hedonismo

!

!

A máquina de experiências

A máquina de experiências

3

(5)

1O professor pode recorrer a casos que estejam de momento em discussão, de modo a tornar vívida a ideia de que em muitos desses casos raciocinamos em termos utilitaristas. 2A relação entre a noção de

bem último e de ação cor-recta é clara: uma vez que para os utilitaristas a felici-dade é o bem último (a única coisa com valor intrínseco), então uma acção para ser correcta tem de promover esse bem último – isto é, a

Espaço do Professor

PARTE

3

A dimensão ético-política da ação humana e dos valores

Lição

16

Utilitarismo e felicidade

A natureza colocou a humanidade sob a governação

de dois mestres soberanos: a dor e o prazer. Somente 

a eles lhes compete dizer o que devemos fazer.

Jeremy Bentham

A teoria utilitarista foi explicitamente desenvolvida a partir do século XVIII, por Jeremy Bentham (1748-1832). Mas foi no século XIX que John Stuart Mill (1806-1873) lhe deu nova vida, sendo hoje uma das duas teorias éticas mais estudadas. Além disso, é uma teoria que está na base de muitas das nossas leis e maneiras de pensar. Quando de-cidimos onde fazer um hospital, por exemplo, pensamos muitas vezes em termos uti-litaristas, considerando que devemos fazê-lo no lugar A em vez de B, se em A o hos-pital beneficiar mais pessoas do que em B.1

Felicidade e imparcialidade

Segundo a teoria utilitarista do bem, a única coisa boa em si mesma é a felicidade. As outras coisas boas são instrumentalmente boas se forem meios adequados para a

(6)
(7)

1A palavra «hedonismo»

de-riva do gregohe _done _, que significa «prazer».

2A ideia hedonista de que

só o prazer é intrinseca-mente bom e só a dor é in-trinsecamente má remonta a Epicuro, que baseava nela a sua teoria moral.

3Ao contrário do que

pen-sava Bentham, não é de todo claro que, em rigor, se possa fazer este tipo de cálculo. E a dificuldade

po-de ser mais do que mera-mente prática.

4É comum oslósofos

usa-Espaço do Professor

Capítulo A fundamentação da moral

4

Hedonismo1

Segundo o utilitarismo, a felicidade é a única coisa boa em si. Mas o que é a

felici-dade? Bentham considerava que a felicidade era apenas o prazer e a ausência de dor,

sendo a infelicidade a dor e a ausência de prazer. A teoria utilitarista é hedonista

quando concebe a felicidade em termos de dor; quando concebe a felicidade em

ter-mos de realização pessoal, por exemplo, o utilitarismo não é hedonista.

2

Bentham tinha também uma visão puramente quantitativa dos prazeres,

pressu-pondo que podemos medi-los a todos, atendendo exclusivamente à sua intensidade

e duração. Por exemplo, o prazer que o João sente ao passar de ano com boas notas

talvez seja maior em intensidade e duração do que o prazer que o Manuel sente

du-rante um curto passeio pela praia. O mesmo tipo de cálculo pode ser feito em relação

às dores: uma dor de dentes, por exemplo, é mais intensa e prolongada do que uma

pequena picadela no dedo. Assim, quando fazemos o cálculo do prazer, devemos

subtrair as dores. Por exemplo, o prazer que o Manuel sente durante um curto passeio

pela praia pode diminuir dramaticamente se durante esse passeio ele sentir dor de

dentes.

3

Mill mostrou-se insatisfeito com esta forma simples de hedonismo, argumentando

que na avaliação de uma vida boa não basta ter em conta a quantidade dos prazeres

mas também a sua qualidade.

Para percebermos esta ideia imagine-se, por exemplo, a vida tranquila e agradável

de uma ostra, como a duração de trezentos anos.

4

Agora compare-se essa vida com a

(8)

resul-1Propõe-se o filme Matrix 

dos irmãos Wachowski (1999). Talvez aquelas pou-cas pessoas completamen-te desincompletamen-teressadas pela vida optassem por um mundo assim, semelhante àquele em que se vive sob o efei-to permanente de drogas e alucinogénios que criam

Espaço do Professor

PARTE

3

A dimensão ético-política da ação humana e dos valores

Objeção ao hedonismo

Como vimos, as teorias hedonistas baseiam-se na ideia de que o bem humano re-sulta de um saldo positivo entre prazeres e dores, tendo em conta prazeres superiores e inferiores. Assim, uma vida boa é aquela em que predominam as experiências agra-dáveis. Mas será isto verdade?

Imagine-se que vivemos num mundo em que todas as pessoas se encontram liga-das a sofisticaliga-das máquinas que controlam os nossos pensamentos e sentimentos. Imagine-se também que as máquinas controlam as nossas experiências de forma a tornar as nossas vidas virtuais extremamente ricas em prazeres. Em tal mundo, temos uma vida repleta de sucesso e prazer, sem nunca termos de enfrentar obstáculos ou dissabores. Imagine-se ainda que este mundo seria pleno de todo o tipo de prazeres, superiores e inferiores.

Se o hedonismo fosse verdadeiro, então este mundo seria melhor do que o nosso. Mas este não é um mundo melhor, é um mundo bastante pior porque é uma farsa. Logo, o hedonismo é falso.1

Este é o argumento da máquina de experiências, proposto pelo filósofo Robert Nozick (1938-2002). Segundo Nozick, não é verdade que uma vida seja boa apenas devido às experiências agradáveis que a constituem. A autenticidade das nossas ex-periências é algo intrinsecamente valioso. Uma vida constituída por exex-periências ilu-sórias, ainda que muito agradáveis, tem menos valor do que uma vida real.

(9)
(10)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Lição 17: pp. 73-75

!

Ideias centrais da teoria utilitarista da ação correta

!

Só contam as consequências

!

A ação correta é a que maximiza a felicidade

!

Duas objeções

!

Limites da maximização

!

Exigência excessiva

(11)

Espaço do Professor

Capítulo A fundamentação da moral

4

Lição

17

Utilitarismo e consequências

As ações são corretas na medida em que tendem a

promover a felicidade, incorretas na medida em que 

tendem a produzir o reverso da felicidade.

John Stuart Mill

Se aceitamos que o bem último é a felicidade, como se defende no utilitarismo, é

natural pensar que o critério da ação correta é a promoção da felicidade. Isto leva-nos

muito naturalmente a pensar que só as consequências contam para a correção de uma

ação. Daí que o utilitarismo seja uma teoria consequencialista. É este aspeto do

utili-tarismo que vamos agora estudar.

(12)
(13)

1O utilitarismo enfrenta

ou-tras objeções. No entanto, iremos apenas abordar duas das mais intuitivas e populares.

2Como exercício de

com-preensão, sugere-se que os estudantes, em grupo ou individualmente, construam os seus próprios exemplos de forma a testar a teoria utilitarista.

3Uma resposta utilitarista a

esta objeção é que matar pessoas inocentes para sal-var outras acabaria por pro-duzir infelicidade porque

ficaríamos inseguros.

Espaço do Professor

PARTE

3

A dimensão ético-política da ação humana e dos valores

A objeção dos limites da maximização

Será que as ações moralmente corretas são sempre aquelas que maximizam a feli-cidade? Segundo os críticos do utilitarismo, não.1

Estes argumentam que o mero facto de uma ação fazer muitas pessoas felizes não a torna correta. Em particular, é moral-mente errado maltratar uma pessoa para beneficiar outras.

Por exemplo, a Maria é uma cirurgiã especializada na realização de transplantes. No hospital em que trabalha enfrenta uma terrível escassez de órgãos – quatro dos seus pacientes estão prestes a morrer devido a essa escassez. O Jorge está no hospi-tal a recuperar de uma operação. A Maria sabe que o Jorge é uma pessoa solitária – ninguém vai sentir a sua falta. A Maria tem então a ideia de matar o Jorge e usar os seus órgãos para realizar os transplantes, sem os quais os seus quatro pacientes mor-rerão.2

Não hesitamos em considerar a ideia da Maria abominável. Contudo, a opção de matar o Jorge permitirá salvar quatro pessoas que de outro modo morreriam. Vistas as coisas exclusivamente em termos da felicidade produzida, matá-lo e usar os seus órgãos trará mais felicidade a mais pessoas do que não o matar e deixar as outras pes-soas morrer. Pelo que, se o utilitarismo estivesse correto, a Maria teria a obrigação de matar o Jorge. Mas este resultado é muitíssimo implausível. Logo, esta forma de utili-tarismo não parece adequada3

(14)
(15)

1Costuma chamar-se

«sobre--erogatórias» a esse tipo de ações.

2Os utilitaristas responderam

a estas críticas, e algumas dessas respostas levaram a novas formas de utilitaris-mo. Uma resposta é dizer

Espaço do Professor

Capítulo A fundamentação da moral

4

A objeção da exigência excessiva

O utilitarismo tem também sido criticado por ser demasiado exigente. Se temos a obrigação moral de agir sempre de forma a maximizar a felicidade, teríamos o dever de fazer coisas que não parecem obrigações morais.

Por exemplo, imagine-se que o João decide comprar um computador novo que custa 500 euros. O seu computador antigo ainda funciona, mas já está algo lento e está à venda um modelo novo. Se tivéssemos a obrigação moral de maximizar sempre a felicidade, então o João estaria a fazer algo moralmente errado ao comprar um com-putador novo. A obrigação dele seria dar o dinheiro a uma instituição de caridade, contribuindo para tornar mais pessoas um pouco mais felizes. Mas não parece que o João esteja a fazer algo errado ao comprar um computador novo. Faria algo louvável se decidisse dar o dinheiro a uma instituição de caridade, mas isto não significa que tivesse a obrigação de o fazer. As ações louváveis vão além do que a moral exige.1

Se os utilitaristas tivessem razão, a maioria das nossas ações, coisas com o ir à praia, comer a sobremesa ou ir passear com um amigo, seriam moralmente incorretas uma vez que não maximizam a felicidade do maior número de pessoas. Ora, se tivéssemos a obrigação moral de agir sempre de forma a maximizar a felicidade, deixaríamos de poder fazer a maior parte das coisas que gostamos de fazer. Mas isto é demasiado exi-gente. Logo, defendem os críticos, o utilitarismo é falso.2

(16)
(17)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Porquê 50 lições?

!

O programa prevê 50 lições de 90 minutos

!

O 50LF foi concebido para 50 lições de 45 minutos

!

O tempo restante é para trabalhar textos, promover

atividades na aula, fazer desvios e aprofundamentos,

etc.

!

O 50LF dá espaço ao trabalho de reflexão, diálogo e

exploração próprios da filosofia

(18)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Lição 20, p. 84

!

Espaço do professor:

!

Os alunos perguntam por vezes que alternativas há às duas

teorias éticas estudadas

!

O professor pode desejar dar uma aula sobre a ética

aristotélica

!

Livro de Apoio, páginas 36 e 37

!

Apresenta as ideias centrais da ética aristotélica

!

Inclui o desenvolvimento contemporâneo da ética

aristotélica

!

Compara a ética de Kant e a de Mill com a aristotélica

(19)

Os alunos perguntam mui-tas vezes que alternativas há às duas éticas, dado que ambas enfrentam difi culda-des que parecem simétricas. Há duas alternativas: o con-tratualismo e a ética das vir-tudes, baseada em Aristóte-les. Mas é a última que tem recebido recentemente mais atenção, como alternativa à ética utilitarista e deontoló-gica. Ver o livro de apoio para mais informações.

Espaço do Professor

PARTE

3

A dimensão ético-política da ação humana e dos valores

Neste exemplo, a ética utilitarista produz um resultado mais próximo das nossas in-tuições morais: independentemente das motivações da Ana, a sua ação parece moral-mente valiosa.

Agora imagine-se que dois amigos, o Manuel e o Francisco, passam a noite de sá-bado juntos num bar a beber cerveja. Ambos acabam a noite bastante embriagados, e ambos decidem ir para casa a conduzir os respetivos carros. O Manuel, apesar da sua condução perigosa, tem a sorte de chegar a casa sem causar qualquer acidente. Mas o Francisco não tem essa sorte, atropelando uma pessoa que atravessava a rua perto de sua casa. Como avaliaríamos este exemplo?

Segundo os defensores da ética de Kant, ambos agiram incorretamente, pois não deviam ter conduzido embriagados. E, apesar de o Manuel ter tido a sorte de não atro-pelar ninguém, a sua ação foi tão incorreta quanto a do Francisco. Contudo, para os utilitaristas, só a ação do Francisco foi incorreta, pois só ele causou sofrimento.

Neste exemplo, a ética de Kant parece mais próxima das nossas intuições do que a ética utilitarista: ambos agiram incorretamente, independentemente do q ue aconte-ceu.

Revisão

1.Quais as vantagens e desvantagens da ética de Kant? 2.Quais as vantagens e desvantagens do utilitarismo?

(20)
(21)

4

A fundamentação da moral

Alternativas

Os alunos perguntam por vezes se não há alternativas às duas éticas estudadas; é

uma pergunta importante, pois ficam algo perplexos com as dificuldades que ambas

as teorias enfrentam e que parecem paralelas. Parece que ficamos, pois, como que

empatados. Não haverá uma alternativa?

Na verdade, há duas alternativas: o contratualismo e a ética das virtudes, mas é a

última que contrasta mais fortemente com o utilitarismo e o deontologismo. Ao

mesmo tempo, é a ética das virtudes que melhor parece lidar com as dificuldades que

estas duas últimas éticas enfrentam – na verdade, o problema do trólei foi introduzido

pela filósofa Philippa Foot em 1967, que defendia uma versão da ética das virtudes.

A referência clássica mais conhecida no que respeita à ética das virtudes é

Aristóteles. No que respeita à teoria do bem, a ética das virtudes de Aristóteles aceita

que a felicidade é o bem último; mas insiste numa conceção objetivista de felicidade,

opondo-se ao hedonismo. Já no que respeita à teoria da ação correta, contudo, a

teo-ria das virtudes afasta-se do consequencialismo num aspeto, e aproxima-se da ética

deontológica; mas afasta-se desta última noutro aspeto fundamental.

A teoria aristotélica da ação correta afasta-se do consequencialismo porque não

aceita que o critério seja a maior felicidade para o maior número de pessoas. Agir

cor-retamente, do ponto de vista de Aristóteles, não é uma questão de promover a maior

felicidade de todos os envolvidos; ao invés, é uma questão de promover a nossa

pró-pria virtude. Porque se trata da nossa própró-pria virtude, e não da virtude dos outros, esta

teoria aproxima-se mais do deontologismo: o deontologista pergunta-se se o que vai

fazer está de acordo com as suas melhores intenções, se emana da sua vontade boa;

(22)

LIVRO DE APOIO

O particularista, contudo, considera que em ética não é possível fazer boas teorias generalistas, porque a realidade moral é demasiado complexa. Se o fizermos, inevita-velmente teremos teorias inadequadas, que nos dão respostas implausíveis, como no caso do trólei. Assim, o que o particularista partidário da teoria das virtudes defende é que em vez de descobrirmos, digamos, os axiomas últimos da ação correta, para de-pois ser apenas uma questão de os aplicar à vida, o que temos de fazer é aprender a raciocinar em termos morais, sem que este raciocínio seja redutível a axiomas gerais. De modo que o trabalho de Aristóteles é analisar várias virtudes paradigmáticas, mas desta análise não emerge qualquer regra universal de aplicação cega.

Assim, o defensor de uma ética particularista das virtudes responde ao problema do trólei dizendo que tudo depende de muitos outros fatores que são deixados em aberto no exemplo: quem são os cinco trabalhadores, quem é o outro trabalhador, quem é o homem obeso, quem somos nós e que relações temos com todas aquelas pessoas. E a ideia é que não é de esperar de uma teoria ética que nos diga o que fazer naquele caso; somos nós que temos de arriscar e decidir.

50

LIÇÕES DE FILOSOFIA

(23)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Um instrumento flexível

!

O 50LF é assim um instrumento flexível

!

Não pretende substituir-se ao professor

!

Nem esgotar as abordagens

!

Nem engessar a lecionação

!

O que faz é oferecer um mapa, uma espinha dorsal

!

Arruma as ideias de maneira simples e operativa

!

Esclarece, indica, ajuda: não impõe nem obriga

(24)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Organização

!

Cada unidade está dividida em capítulos

!

Cada capítulo está dividido em lições

!

Cada lição está dividida em pequenas secções

(25)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Lições

Textos

Unidade inicial

5

3

Ação humana

5

4

Valores

Objetividade/subjetividade

15

4

Fundamentação da moral

4

Ética, direito e política

6

Opção A ou B

Estética

8

11

Religião

11

Temas/problemas

A destruição de obras de arte

3

2

A ética da crença religiosa

2

Liberdade de expressão

3

(26)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Capítulo 4, p. 65

!

Índice das lições

!

Página 66: percurso do capítulo

!

Primeira lição: apresentação do problema

(27)

A dimensão

ético-política da ação

humana e dos valores

A dimensão

ético-política da ação

humana e dos valores

3

Capítulo 4

A fundamentação da moral

(28)
(29)

Percurso do capítulo 4

Utilitarismo:

maximizar

a felicidade.

Deontologismo:

agir por dever.

O bem último.

A ação

correta.

 Vontade boa.

Intenções.

Felicidade.

Consequências.

A fundamentação

da moral

O que está

(30)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Tornar os problemas vivos

!

Os problemas são sempre apresentados de maneira

muito simples e intuitiva

!

Partindo de uma experiência reflexiva ao alcance do

aluno

!

Lição 23, página 101

!

Lição 26, página 121

(31)

Espaço do Professor

Capítulo Liberdade e justiça social

6

Lição

23

Liberdade e igualdade

Uma vez que a justiça exige que todos os indivíduos tenham

direito a um mínimo de liberdade, torna-se necessário que 

todos os demais indivíduos sejam impedidos, pela força

se preciso for, de privarem quem quer que seja dela.

Isaiah Berlin

Imagine-se duas mulheres, a Joana e a Clara, ambas pintoras. Acontece que a Joana

tem tido imenso sucesso internacional, e a Clara não. Algumas das obras da Joana

atingem valores de tal modo elevados que ela acabou por ganhar muito dinheiro.

Tornou-se pintora profissional, viaja por todo o mundo e tem um estilo de vida

muitís-simo abastado. Já a Clara, apesar de continuar a pintar com a mesma paixão, nunca

teve sucesso. Acabou por ter de fazer várias coisas e tem uma vida muito modesta.

Agora que ambas têm filhos, a Joana pode pagar as melhores escolas para os seus

filhos, enviando-os até para o estrangeiro. A Clara, pelo contrário, tem de limitar-se a

enviar os seus filhos para a escola pública mais próxima, que por acaso enfrenta vários

problemas. Nem os filhos da Joana nem os da Clara são culpados seja do que for.

Contudo, os primeiros podem ter tudo o que há de melhor, e os segundos não.

(32)
(33)

1Por exemplo,The Mall in St. James Park , de

Tho-mas Gainsborough.

Espaço do Professor

Capítulo A experiência e o juízo estéticos

7

Lição

26

O estético e o não estético

O abaixo assinado, Robert Morris, sendo o autor da construção

metálica intitulada Litanies, descrita no Anexo A, retira por este 

meio da dita construção todas as qualidades e conteúdo estéticos

e declara que, a partir desta data, a dita construção não tem

qualquer dessas qualidades nem tal conteúdo.

Robert Morris (declaração registada em cartório notarial pelo próprio artista)

Experiência estética

Imaginemos que a Rita e o João passam em frente de uma galeria de arte. A Rita olha para a montra e, de repente, detém-se encantada a olhar para um quadro do sé-culoXVIIIque representa várias pessoas a passear num jardim1. Por sua vez, o João não

sente nada de especial, mas acaba por ficar também a observar o quadro, interessado apenas no modo como as pessoas se vestiam na época em que o quadro foi pintado.

(34)
(35)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Tornar as ideias simples

!

Sem caricaturar, o objetivo é apresentar versões tão

simples quanto possível de ideias filosóficas complexas

!

Isso consegue-se isolando os seus elementos centrais

!

Lição 40, página 188

(36)

1Dos argumentos a favor e

contra a existência de Deus, o único que éa priori é o ontológico. Um argumento éa priori quando recorre exclusivamente a premissas

a priori , não se apoiando em qualquer informação empírica; um argumento é

a posteriori se pelo menos uma das suas premissas é

a posteriori , apoiando-se por isso em alguma infor-mação empírica.

Espaço do Professor

PARTE

4

A dimensão religiosa | (opção B)

Lição

40

A prova ontológica

Se aquilo mais grandioso do que o qual nada pode ser 

pensado existisse apenas no espírito, este mesmo ser mais

grandioso do que o qual nada pode ser pensado seria algo

mais grandioso do que o qual algo pode ser pensado. Mas

isto é obviamente impossível. Logo, não há qualquer dúvida

de que aquilo mais grandioso do que o qual nada pode ser 

pensado existe tanto no espírito como na realidade.

Santo Anselmo

Não será contraditório pensar que Deus não existe? Há quem considere que sim. Se compreendermos bem o conceito de Deus, vemos que a sua inexistência é impos-sível. Do mesmo modo, se compreendemos bem o conceito de triângulo, vemos que é impossível que tenha quatro lados.

Afinal, Deus é um ser perfeito. O mais perfeito que pudermos imaginar. Contudo, como poderá o ser mais perfeito que pudermos imaginar não existir? Se não existisse, não seria assim tão perfeito.

(37)
(38)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Os filósofos têm a palavra

!

Cada lição começa com um pequeno texto

!

A lição pode ser trabalhada com ou sem esse texto

!

Mas a própria lição permite ao aluno compreender o

texto

!

Deste modo, o aluno contacta suavemente com os

clássicos da filosofia

(39)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Textos integrados

!

Sempre que é esclarecedor para o aluno damos a

palavra aos filósofos

!

Capítulo 2, lição 9, página 40

(40)

1Apesar da crítica severa de Nietzsche à possibilidade de uma vontade autode-terminante, no sentido li-bertista, ele acreditava no livre-arbítrio, defendendo uma forma de determinis-mo determinis-moderado ou compa-tibilismo.

2O barão de Munchausen (1720-1797) foi um nobre alemão famoso contador de histórias fantasiosas.

Espaço do Professor

PARTE

2

A ação humana e os valores

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um crítico feroz do libertismo, afirmando:1

«A aspiração ao “livre-arbítrio”, nesse sentido metafísico superlativo que do-mina ainda, infelizmente, os cérebros dos semi-instruídos, essa aspiração em to-mar a inteira e última responsabilidade dos seus atos, aliviando Deus, o uni-verso, os antepassados, o acaso, a sociedade, não é senão o desejo de […] se puxar a si mesmo pelos cabelos, com uma temeridade que ultrapassa a do ba-rão de Munchausen2

, para sair do pântano do nada e entrar na existência.»

Friedrich Nietzsche,Para Além do Bem e do Mal , trad. Delfim Santos, 1886, p. 21

Uma pessoa não pode pegar em si mesma ao colo, ou levantar-se do chão pu-xando pelos cabelos, sublinha Nietzsche. Do mesmo modo, as nossas escolhas não são possíveis se não forem determinadas por crenças e desejos. Escolhas indetermi-nadas não são escolhas.

Quando uma pessoa escolhe ir pelo caminho 2 em vez de ir pelo caminho 1 ou pelo 3 é porque tem razões para isso. Talvez o caminho 2 seja o mais curto, por exem -plo, ou o mais bonito. O que importa é que escolher é ser determinado pelas nossas crenças e desejos. Se não for isso, não se percebe o que é.

Assim, a segunda crítica ao libertista é que na sua teoria não há sequer uma con-ceção plausível da escolha, ao passo que a primeira crítica era que o libertista não tem bons argumentos a favor da sua ideia de que o livre-arbítrio não é uma ilusão.

(41)
(42)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

50 textos

!

No final de cada capítulo há vários textos

!

Cada texto ilustra uma posição ou uma ideia que foi

explorada nesse capítulo

!

Os textos foram cuidadosamente selecionados tendo em

vista:

!

A relevância temática

!

A adequação didática

!

Capítulo 3, página 61

!

Textos 8, 9, 10 e 11

15

(43)

Capítulo

Os valores

3

Texto 8

A distinção facto/valor

Roger Crisp

Segundo os defensores da distinção facto/valor, nenhum estado de coisas do mundo pode ser um valor, e os juízos valorativos não devem ser entendidos como juízos de facto puros. A distinção foi importante na ética do século XX e continua em aberto o

debate sobre o estatuto metafísico do valor, a epistemologia do valor e sobre qual será a melhor caraterização dos juízos de valor.

Um facto é um estado de coisas efetivo. Um valor é algo bom (o prazer, por exem-plo), ou uma crença de que algo é bom (dizer que o prazer é um dos meus valores é dizer que eu acredito que o prazer é bom). […]

Numa das versões da distinção facto/valor, não há valores «no mundo». John Mackie, por exemplo, argumentou que tais itens são demasiado peculiares para inte-grarem qualquer metafísica ou epistemologia decente, e que a inexistência de valores é a melhor maneira de explicar os desacordos valorativos. De acordo com a ética exis-tencialista, a não factualidade do valor deixa-nos numa posição de liberdade radical para escolher.

A distinção, se entendermos que é acerca de valorações, sugere que estas não são ten-tativas puras de exprimir factos. Uma versão famosa e influente desta perspetiva é a de Hume, que afirmou que as conclusões com «deve» não se seguem logicamente de afirmações com «é». Logo, se afirmamos corretamente que algo deve ser feito (e isso pode ser um dos nossos valores) com base num argumento que aparentemente se

re-   R  o   g   e   r    C  r    i  s  p  .

(44)

PARTE

2

A ação humana e os valores

Texto 9

Os valores são relativos

Associação Antropológica Americana

Se começarmos, como tem de ser, com o indivíduo, vemos que desde que nasce não só o seu comportamento mas o seu próprio pensamento, as suas esperanças e aspira-ções, os valores morais que presidem à sua ação e justificam e dão sentido à sua vida, aos seus olhos e aos dos seus semelhantes, são determinados pelo corpo de costumes do grupo de que se torna membro. O processo pelo qual isto ocorre é tão subtil, e os seus efeitos são tão profundos, que só depois de uma formação considerável temos consciência dele. […]

Os padrões e valores são relativos à cultura de que derivam, de modo que qualquer tentativa para formular postulados que emergem das crenças ou códigos morais de uma cultura tem, nessa medida, de neutralizar a aplicabilidade de qualquer Declaração de Direitos Humanos à humanidade como um todo.

As ideias do que é correto ou incorreto, de bem e mal, encontram-se em todas as so-ciedades, apesar de diferirem na sua expressão em povos diferentes. O que é tido como um direito humano numa sociedade pode ser encarado como antissocial por outro povo, ou pelo mesmo povo num período diferente da sua história. O santo de uma época seria mais tarde encarcerado por se considerar que é incapaz de lidar com a rea-lidade. Mesmo a natureza do mundo físico, as cores que vemos, os sons que ouvimos, estão condicionados pela língua que falamos, que faz parte da cultura em que nasce-mos.

(45)

Capítulo

Os valores

3

Texto 10

Valores não relativos

Organização das Nações Unidas

Artigo 1.º: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direi-tos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2.º: Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades pro-clamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita qualquer distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território indepen-dente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Artigo 3.º: Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo 4.º: Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.

Artigo 5.º: Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

(46)

PARTE

2

A ação humana e os valores

Texto 11

Santos morais Susan Wolf 

Não sei se há santos morais. Mas se há, ainda bem que nem eu nem as pessoas mais importantes na minha vida são santos morais. Por santo moral entendo uma pessoa cujas ações são, todas, tão moralmente boas quanto possível, ou seja, uma pessoa que tem tanta valia moral quanto a que for possível. […] Parece-me que a perfeição moral, no sentido de santidade moral, não constitui um modelo de bem-estar pessoal a que fosse particularmente racional ou bom ou desejável almejar. […]

Primeiro, um santo moral poderia ser alguém cuja preocupação pelos outros desem-penha o papel que na maior parte das nossas vidas é desemdesem-penhado por preocupações mais egoístas ou, em qualquer caso, menos moralmente valiosas. Para o santo moral, a promoção do bem-estar dos outros desempenha talvez o papel que para a maior parte de nós é desempenhado pelo usufruto de confortos materiais, pela oportunidade para nos entregarmos a atividades físicas e intelectuais da nossa escolha, e o amor, res-peito e companhia de pessoas que amamos, respeitamos e de quem gostamos. A feli-cidade do santo moral repousaria assim verdadeiramente na felifeli-cidade dos outros, de modo que se dedicaria a eles de cara alegre e integralmente.

Por outro lado, um santo moral poderia ser alguém para quem os ingredientes bási-cos da felicidade não são diferentes dos da maior parte de nós. O que faz dele um santo moral é, ao invés, o facto de não dar atenção, ou quase nenhuma atenção, à sua pró-pria felicidade, devido à importância superlativa que dá às preocupações mais vastas

   S  u  s   a   n    W  o    l    f .

(47)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Filmes e leituras

!

No final de cada capítulo há sugestões...

!

De leituras

!

Filmes

!

Internet

!

Capítulo 6, página 112

(48)

PARTE

3

A dimensão ético-política da ação humana e dos valores

Estudo complementar

Rosas, João Cardoso (Org.). 2008.Manual de Filosofia Política. Coimbra: Almedina, caps. II, III e IV. Apresentam-se as teorias do liberalismo igualitário (Rawls), do libertarismo (Nozick) e do comunitarismo (Sandel).

 Vaz, Faustino. «A Teoria da Justiça de John Rawls». Crítica, 23 de abril de 2006, http://criti-canarede.com/pol_justica.html. Uma exposição clara e acessível do problema da justiça so-cial, bem como dos argumentos da teoria da justiça de Rawls e de algumas críticas.

Wolff, Jonathan. 1996. Introdução à Filosofia Política. Trad. Maria de Fátima St. Aubyn. Lis-boa: Gradiva, 2004, cap. 5. Apresentação e discussão da teoria da justiça de Rawls.

Filmes

2081(EUA, 2009), de Chandler Tuttle. Curta metragem de 27 minutos sobre uma sociedade futura em que todas as pessoas são obrigadas a ser iguais.

Grau de Destruição(GB, 1966), de François Truffaut. Carateriza a vida numa sociedade do futuro na qual se adota uma conceção universal do bem e da felicidade.

John Q., (EUA, 2002), de Nick Cassavetes. A luta de um pai para salvar vida do seu filho, que está a ser vítima das desigualdades sociais.

(49)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Imparcialidade e autonomia

!

Não apresentamos apenas as ideias dos filósofos

!

Apresentamos também as objeções

!

O objetivo é dar ao aluno a liberdade e a autonomia

para refletir por si

(50)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Immanuel Kant

“Estaríamos a trair a confiança que o

público nos dispensa se, em vez de

alargar a capacidade de

entendimento dos jovens entregues

ao nosso cuidado e em vez de os

educar de modo a que no futuro

consigam adquirir uma perspetiva

própria mais amadurecida, se em vez

disso os enganássemos com uma

filosofia alegadamente já acabada e

cogitada por outras pessoas em seu

benefício.”

(51)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Um exemplo do capítulo 3

!

Percurso do capítulo, página 48

!

Lição 12, página 51

!

Tese: o seu esclarecimento

!

Argumento 1 a favor do subjetivismo

!

Duas objeções

!

Argumento 2 a favor do subjetivismo

!

Objeção

(52)

Percurso do capítulo 3

Teoria do objetivismo Tese: alguns valores

não são relativos. Teoria do

subjetivismo Tese: os valores são relativos aos sujeitos.

Teoria do relativismo Tese: os valores são relativos às sociedades. Problema Os valores são objetivos? Não. Nenhum valor é objetivo. Sim. Alguns valores são objetivos.

(53)

1No subjetivismo, os juízos

de valor são relativos aos su jeitos; no relativismo, são relativos às sociedades. Trata-se assim, nos dois ca-sos, de maneiras diferen-tes de ser relativista. Por facilidade de exposição, e por ser mais habitual, usa-remos os termos «subjeti-vismo» e «relati«subjeti-vismo». Espaço do Professor Capítulo Os valores

3

Lição

12

Subjetivismo

O homem é a medida de todas as coisas: das que são, que o são; e das que não são, que não o são.

Protágoras

A tese central da teoria subjetivista é que os juízos de valor são meras expressões

das preferências dos sujeitos.

1

Quando uma pessoa exprime um dado juízo de valor,

não pode estar enganada. Isto contrasta com os juízos de facto. Quando alguém

afirma um juízo de facto, estará enganada se os factos não forem como ela pensa. Por

exemplo, o juízo de facto de que Justin Bieber não é um cantor é falso porque ele é

de facto um cantor.

O subjetivista pensa que os juízos de valor são apenas preferências pessoais. Por

exemplo, quando o Luís defende que devemos mentir em alguns casos, está apenas

a manifestar a sua preferência. E, claro, a Joana tem outra preferência e defende que

nunca devemos mentir. Mas nenhum dos dois tem mais razão do que o outro. É por

isso que se diz que os gostos não se discutem: os valores são subjetivos.

(54)
(55)

1Aprovados na

Assembleia--Geral das Nações Unidas, no dia 10 de dezembro de 1948, no Palácio de Chail-lot, em Paris. Veja-se um excerto no Texto 10.

2A importância desta

obje-ção é chamar a atenobje-ção paraa ilusão que resulta de se dar atenção apenas aos casos polémicos, esque-cendo os muitos casos em que há pelo menos uma forte convergência de juí-zos de valor.

3A premissa que está a ser

rejeitada é uma condicio-nal: «Se os juízos não fos-sem subjetivos, não haveria

Espaço do Professor

PARTE

2

A ação humana e os valores

e valores inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos,1

subscritos por quase todos os países do mundo, mostram que há valores fundamentais que são consensuais, ainda que a prática não esteja muitas vezes de acordo com isso. Assim, o argumento a favor do subjetivismo pressupõe erradamente que não há consenso quanto aos va-lores.2

A segunda objeção põe em causa a ideia de que se um juízo não for subjetivo, não há discordância. Pelo contrário, há muitos casos em que estamos perante juízos que não são subjetivos e no entanto há discordância. Por exemplo, há quem pense que os seres humanos foram diretamente criados por Deus, como é descrito na Bíblia, e quem pense que os seres humanos surgiram de outras espécies, por meio de proces-sos naturais. Contudo, não se trata de juízos subjetivos. Acontece apenas que as pes-soas não conseguem chegar a um consenso. Também há quem pense que o clima hoje é mais quente devido aos seres humanos, e quem p ense que não. Uma vez mais, não estão em causa juízos subjetivos. Apesar disso, as pessoas não conseguem chegar a um consenso.

A falta de consenso pode ocorrer pelos mais diversos motivos. Em alguns casos ocorre porque é muito difícil saber algumas coisas; noutros casos ocorre porque as pes-soas são teimosas e insistem no que a outras parece comprovadamente falso. O que isto significa é que a objetividade de um juízo é perfeitamente compatível com a exis-tência de discordâncias. Logo, o argumento a favor do subjetivismo parece basear-se numa premissa falsa.3

(56)
(57)

1A expressão é de Rawls,

cuja teoria da justiça será estudada na Lição 24.

2O professor pode chamar

nesta altura a atenção para o papel que as experiên-cias mentais têm na discus-são de problemas, teorias

Espaço do Professor

Capítulo

Os valores

3

Objeção ao argumento

do conflito de valores

O argumento baseia-se na ideia de que não há maneiras objetivas de resolver

con-flitos de valores. Será isto verdadeiro? Imaginemos que vamos decidir se os

estudan-tes do sexo feminino devem ter prioridade para entrar na universidade. Alguém

pro-põe fazer uma lei de tal modo que se só tivermos mais uma vaga e tivermos dois

candidatos exatamente com as mesmas qualificações escolares, entra o candidato do

sexo feminino. A Joana e o Carlos vão agora decidir se aceitam a lei ou não.

Se cada um deles pensar apenas nos seus interesses, a Joana quererá aceitá-la

por-que é do sexo feminino, ao passo por-que o Carlos por-quererá rejeitá-la porpor-que é do sexo

masculino. Se cada um deles continuar a insistir na defesa dos seus interesses, sem ter

em consideração os interesses do outro, ficarão num impasse: o Carlos vota contra a

lei, e a Joana vota a favor. É isto que é inevitável acontecer, pensa quem defende q ue

os juízos de valor são subjetivos: não há uma maneira objetiva de defender os

confli-tos de valores.

Imaginemos agora que a Joana e o Carlos decidem discutir a lei sob um véu de

ignorância.

1

O que isto quer dizer é que discutem a lei fazendo uma experiência

men-tal:

2

imaginam que não sabem se amanhã serão homens ou mulheres, apesar de

sa-berem que serão uma coisa ou outra. Ora, sob este véu de ignorância, farão ambos o

mesmo raciocínio:

(58)
(59)

benefi-LIÇÕESDEFILOSOFIA

Um exemplo nos temas/problemas

!

Percurso do capítulo, página 226

!

Lição 49, página 229

!

Argumento a favor da liberdade de expressão

!

Objeção ao argumento

!

Princípio do dano (a favor da liberdade de expressão)

!

Objeção ao princípio

(60)

Percurso do capítulo 13

O argumento

paternalista.

Consequências

indesejáveis.

O argumento

do

conhecimento.

O princípio

do dano.

Liberdade

de expressão

A

favor

Contra

(61)

1Em função do contexto de

turma, o professor poderá querer chamar a atenção para a radicalidade desta proposta de Mill. A um modelo solipsista da des-coberta da verdade Mill opõe um modelo dialéti-co em que o dialéti-controlo mú-tuo de erros entre agentes epistémicos falíveis, como nós, é o fundamento de to-do o conhecimento.

2As ideias de Mill devem

muito à defesa anterior da liberdade de expressão le-vada a cabo pelo poeta

Espaço do Professor

Capítulo

Porquê a liberdade de expressão?

13

Lição

49

A favor da liberdade de expressão

As nossas crenças mais justificadas não têm qualquer outra

garantia sobre a qual assentar senão um convite permanente 

ao mundo inteiro para provar que carecem de fundamento.

John Stuart Mill1

O argumento da descoberta

O filósofo John Stuart Mill defendeu que o silenciamento das ideias é incorreto porque é um obstáculo à descoberta da verdade.2

Quando as ideias são verdadeiras, Mill defende que silenciá-las seria privar a humanidade de descobrir a verdade, ou pelo menos atrasar a sua descoberta. Se descobrir a verdade for importante para nós, o silenciamento de ideias verdadeiras prejudica-nos. Essa seria a razão pela qual o si-lenciamento de Galileu, por exemplo, seria incorreto.

Contudo, Mill defende que as ideias que consideramos falsas também não devem ser silenciadas. E isso por duas razões.

Primeiro, porque podemos estar enganados. Dado que somos falíveis, as ideias que consideramos falsas talvez sejam verdadeiras. Foi o que aconteceu aos acusado-res de Galileu: pensavam que estavam a silenciar ideias falsas, e afinal estavam a

(62)
(63)

silen-1Na verdade, Mill tem em

mente o género de discus-são honesta e cuidadosa de ideias que procuramos ensinar aos alunos, nomea-damente em filosofia. É importante que os alunos tenham noção de que a discussão honesta e cuida-dosa de ideias infelizmen-te não é a habitual nos de-bates públicos. O profes-sor pode pedir aos alunos para verem debates públi-cos, apontando por escrito os atropelos à discussão honesta e cuidadosa.

2Assim, a crítica é que a

acei-tação de toda a discussão tem por vezes efeitos per-versos. Outra questão é sa

Espaço do Professor

PARTE

5

Temas/ Problemas do mundo contemporâneo

Objeção ao argumento da descoberta

A objeção mais importante a Mill é que ele parece ter em mente um ambiente em

que as pessoas discutem ideias com muita honestidade.

1

Num ambiente de discussão

cuidadosa e honesta, Mill parece ter razão: o confronto com as ideias falsas é

impor-tante porque nos ajuda a descobrir a verdade. Contudo, nas discussões públicas as

coisas não são sempre assim. Vejamos um desses casos.

 Vários cientistas defendem que o equilíbrio ecológico do nosso planeta está

amea-çado devido ao aquecimento global da atmosfera. Em função desta ameaça,

conside-ram que devemos tomar medidas para diminuir ou resolver o problema. Acontece que

as únicas pessoas que realmente são capazes de formar uma opinião fundamentada

sobre este tema são os cientistas; o resto da população tem de confiar neles.

É aqui que a introdução de opiniões contrárias tem um efeito devastador.

Imagine-mos que é realmente verdadeiro que há aquecimento global e que podeImagine-mos fazer algo

para evitar as piores consequências. E imaginemos que quem defende que não há

aquecimento global está apenas a defender interesses inconfessados. Basta que

vá-rias pessoas, nomeadamente cientistas, ponham em causa os outros para que as

pes-soas comuns fiquem sem saber o que fazer. A introdução de opiniões discordantes

provoca confusão e ruído. Rapidamente se passa de uma discussão cuidadosa de

ideias para palavras de ordem gritadas em manifestações, frases feitas ditas na

televi-são e truques de retórica. Quando isto acontece, a discustelevi-são cuidadosa e

esclarece-dora deixa de ser possível. E isso aconteceu precisamente porque se permitiu que

qualquer pessoa, com ou sem conhecimento das coisas, pudesse exprimir

(64)

publica-1

1O professor poderá pedirO professor poderá pedir

aos alunos outros

aos alunos outros

exem-plos em que é óbvio que

plos em que é óbvio que

há danos diretos e

há danos diretos e

inequí-vocos, como alguém

vocos, como alguém

publi-car num jornal ou no Face

car num jornal ou no Face-

-book todos os dados de

book todos os dados de

acesso bancário de uma

acesso bancário de uma

dada pessoa. dada pessoa. Espaço do Professor Espaço do Professor Capítulo Capítulo

Porquê a liberdade de expressão?

Porquê a liberdade de expressão?

13

13

ças. Devido à publicação dessa notícia falsa, o Pedro perde o emprego e até alguns

ças. Devido à publicação dessa notícia falsa, o Pedro perde o emprego e até alguns

amigos; terá de mudar de casa e só depois de muitos anos consegue limpar o seu

amigos; terá de mudar de casa e só depois de muitos anos consegue limpar o seu

nome em tribunal. Este é um prejuízo direto e inequívoco. Segundo o princípio do

nome em tribunal. Este é um prejuízo direto e inequívoco. Segundo o princípio do

dano, é incorreto que a Clara publique tal notícia, e deve ser proibida de o fazer.

dano, é incorreto que a Clara publique tal notícia, e deve ser proibida de o fazer.11

Aplicando o princípio do dano à liberdade de expressão, a pergunta a fazer é se

Aplicando o princípio do dano à liberdade de expressão, a pergunta a fazer é se

alguém fica prejudicado de maneira direta e inequívoca com a divulgação de tais

alguém fica prejudicado de maneira direta e inequívoca com a divulgação de tais

ideias. Por exemplo, quando Galileu publicou o seu livro, muitas pessoas talvez se

ideias. Por exemplo, quando Galileu publicou o seu livro, muitas pessoas talvez se

te-nham sentido prejudicadas porque algumas das suas crenças fundamentais foram

nham sentido prejudicadas porque algumas das suas crenças fundamentais foram

postas em causa. Contudo, o defensor do princípio do dano dirá que este não é um

postas em causa. Contudo, o defensor do princípio do dano dirá que este não é um

prejuízo direto e inequívoco: é apenas um prejuízo indireto e vago.

prejuízo direto e inequívoco: é apenas um prejuízo indireto e vago.

Objeção ao princípio do dano

Objeção ao princípio do dano

Uma importante objeção ao princípio do dano, aplicado à liberdade de expressão,

Uma importante objeção ao princípio do dano, aplicado à liberdade de expressão,

é que desvia a atenção do que realmente está em causa. Saber se há um prejuízo

é que desvia a atenção do que realmente está em causa. Saber se há um prejuízo

di-reto e inequívoco para alguém é irrelevante, pois em muitos casos há esse prejuízo e

reto e inequívoco para alguém é irrelevante, pois em muitos casos há esse prejuízo e

no entanto seria incorreto silenciar. Por exemplo, um político desonesto arrisca-se a

no entanto seria incorreto silenciar. Por exemplo, um político desonesto arrisca-se a

perder o emprego caso um jornalista apresente provas fortes de que ele cometeu

perder o emprego caso um jornalista apresente provas fortes de que ele cometeu

vá-rias ilegalidades. Esse é, pois, um prejuízo direto e inequívoco para o político.

rias ilegalidades. Esse é, pois, um prejuízo direto e inequívoco para o político.

Contudo, seria incorreto silenciar o jornalista.

Contudo, seria incorreto silenciar o jornalista.

Segundo esta objeção, quando alguém quer exprimir uma ideia e alguém quer

Segundo esta objeção, quando alguém quer exprimir uma ideia e alguém quer

si-lenciá-la, há sempre dano envolvido. Quando se silencia, provoca-se um dano a quem

(65)
(66)

LIÇÕES

LIÇÕES

DE

DEFILOSOFIA

FILOSOFIA

Informações complementares

Informações complementares

!

!

Capítulo 10, lição 37, página 181

Capítulo 10, lição 37, página 181

!

!

Caixas com informações complementares ajudam a

Caixas com informações complementares ajudam a

simplificar o texto principal

simplificar o texto principal

!

!

A aprendizagem é assim facilitada

A aprendizagem é assim facilitada

21

(67)

1

1Além disso, se Deus casti-Além disso, se Deus

casti-gasse os descrentes hones

gasse os descrentes hones-

-tos

tos,,não seria sumanão seria sumamentemente

bom.

bom.

2

2O professor pode explorarO professor pode explorar

outras objeções com os

outras objeções com os

alunos; por exemplo:

alunos; por exemplo:

tal-vez Deus castigue pessoas

vez Deus castigue pessoas

calculistas, que acreditam

calculistas, que acreditam

na sua existência só

na sua existência só

por-que fazem um cálculo do

que fazem um cálculo do

que têm mais

que têm mais a ganhar.a ganhar.

Espaço do Professor Espaço do Professor Capítulo Capítulo Religião, Razão e Fé Religião, Razão e Fé

10

10

Objeção à aposta de Pascal

Objeção à aposta de Pascal

Uma objeção à aposta de Pascal é q

Uma objeção à aposta de Pascal é que o argumento pressupõe que se Deus existirue o argumento pressupõe que se Deus existir

e não formos crentes, temos tudo a perder. Mas como sabe Pascal que isto é

e não formos crentes, temos tudo a perder. Mas como sabe Pascal que isto é verda-

verda-deiro? Talvez, pelo contrário, Deus castigue as pessoas crédulas, que acreditam nele

deiro? Talvez, pelo contrário, Deus castigue as pessoas crédulas, que acreditam nele

sem provas, e recompense as pessoas cuidadosas, que, na ausência de provas, não

sem provas, e recompense as pessoas cuidadosas, que, na ausência de provas, não

acreditam. Afinal, Deus é bondoso e não vingativo;

acreditam. Afinal, Deus é bondoso e não vingativo;11

por isso, não irá castigar quem

por isso, não irá castigar quem

não acreditar em Deus, desde que sejam boas pessoas. Assim sendo, é falso que

não acreditar em Deus, desde que sejam boas pessoas. Assim sendo, é falso que

te-nhamos tudo a perder se não acreditarmos em Deus.

nhamos tudo a perder se não acreditarmos em Deus.22

A divindade teísta

A divindade teísta

Ao longo da história da humanidade, muitas foram as divindades a que os seres

Ao longo da história da humanidade, muitas foram as divindades a que os seres

hu-manos prestaram culto. As divindades da antiguidade egípcia eram diferentes das

manos prestaram culto. As divindades da antiguidade egípcia eram diferentes das

di-vindades da antiguidade grega e romana, que por sua

vindades da antiguidade grega e romana, que por sua vez eram diferentes das divinda-vez eram diferentes das

divinda-des chinesas e indianas. Todas estas religiões eram politeístas porque prestavam culto

des chinesas e indianas. Todas estas religiões eram politeístas porque prestavam culto

a várias divindades.

a várias divindades.

Nas religiões monoteístas presta-se culto a uma só divindade. É o caso do

Nas religiões monoteístas presta-se culto a uma só divindade. É o caso do

cristia-nismo, do judaísmo e do islamismo. Chama-se

nismo, do judaísmo e do islamismo. Chama-se «teísmo» à religião monoteísta que atri-«teísmo» à religião monoteísta que

atri-bui a Deus cinco caraterísticas, entre outras: omnipotência, omnisciência, suma

(68)
(69)

bon-LIÇÕESDEFILOSOFIA

Livro de Apoio

!

Glossário de termos filosóficos

!

Definições e explicações simples mas rigorosas

!

Surgem também no Caderno do Estudante

!

Organizadas capítulo a capítulo

!

Capítulo 6, página 41

!

Página 42

!

Explicações e aprofundamentos

!

Lição a lição

22

124 páginas

(70)

6

Liberdade e justiça social

Glossário de noções centrais

Comunitarismo Perspetiva política segundo a qual os laços comunitários são anterio-res e mais fundamentais do que as preferências individuais das pessoas.

Equidade A ideia de que todas as pessoas merecem, à partida, igual consideração. Igualitarismo Perspetiva segundo a qual a igualdade é o valor fundamental a

(71)

6

Liberdade e justiça social

Princípio da diferença

Princípio da justiça proposto por Rawls, segundo o qual as

de-sigualdades sociais e económicas são aceitáveis na medida em que permitam

be-neficiar todos, em especial os mais desfavorecidos.

Princípio do dano

Princípio segundo o qual só se justifica interferir na vida e na

liber-dade das pessoas para impedir danos ou prejuízos que possam ser causados a

ter-ceiros.

 Véu de ignorância

Imagem usada por John Rawls para ilustrar a condição de

impar-cialidade na escolha dos princípios da justiça que ocorre na posição original. O véu

de ignorância garante a imparcialidade ao esconder de nós próprios os factos

par-ticulares das nossas vidas e da nossa situação que poderiam tornar as nossas

esco-lhas tendenciosas.

Lição 23:

Liberdade e igualdade

Pretende-se com esta lição colocar apenas o problema, de modo que os alunos

compreendam o que está em causa. É importante que os alunos não confundam a

no-ção de justiça social (ou justiça distributiva) com a justiça que se pratica nos tribunais,

tendo como agentes principais os juízes e advogados (justiça retributiva). O que aqui

está em causa é a primeira e não a segunda.

A melhor maneira de tornar o problema mais vivo é contrapor duas tendências

aparentemente conflituantes sobre a justiça social: o liberalismo (a liberdade

(72)

indivi-LIÇÕESDEFILOSOFIA

Aprofundamentos

!

Exemplo: Capítulo 1, páginas 10-11

!

Ao aluno é apresentado um conceito

simplificado de proposição

!

Mas ao professor são apresentados outros

aprofundamentos sobre o conceito, incluindo

históricos

23

(73)

1

A filosofia e a sua dimensão discursiva

humanos. Procurou então caraterizar as várias posições que podemos ter quanto à

insolubilidade dos problemas filosóficos, insistindo que há espaço para uma posição

inteiramente naturalista. Deste ponto de vista, os problemas que para nós são

insus-cetíveis de serem resolvidos são perfeitamente naturais, e não sobrenaturais; acontece

apenas que não temos capacidade para os resolver.

O livro que o tornou mais conhecido do grande público é uma introdução

autobio-gráfica à filosofia, intitulada

Como Se Faz Um Filósofo

(publicado entre nós na

Bizân-cio). Neste livro, McGinn explora vários problemas da filosofia de modo introdutório,

incluindo o argumento ontológico de Anselmo, problemas de filosofia da linguagem

e da mente, de metafísica e de outras áreas. Muitas pessoas consideram-no uma das

melhores introduções contemporâneas à filosofia.

McGinn dedicou-se também à filosofia da literatura e ao papel que a literatura

de-sempenha na reflexão ética, assim como à filosofia do cinema, explorando o impacto

que o cinema exerce sobre nós. É ainda autor de

Não Me F**** o Juízo: Crítica da Manipulação Mental 

(Bizâncio), livro que explora as muitas maneiras como as pessoas

podem ser manipuladas mentalmente.

Lição 3:

Teses e proposições

Teses e teorias

O conceito de tese é algo vago, mas procurámos dizer o essencial que, para o

aluno, seja esclarecedor. Na verdade, uma tese é apenas uma proposição ou conjunto

(74)

LIVRO DE APOIO

que exprime ideias, como é o caso de símbolos escritos num papel ou sons proferidos por alguém. Antes disso, os estoicos tinham também distinguido claramente as duas coisas, o que não parece ocorrer no caso de outros filósofos da antiguidade grega. Os estoicos chamavam lekta ao meio de expressão das ideias, a que hoje chamamos frase, e axiomata ao que hoje chamamos proposição, ou seja, as ideias que exprimi-mos com as frases.

A partir do renascimento, os filósofos afastaram-se da noção de proposição, que entendiam no sentido de Boécio, defendendo que nos interessa, não a expressão ver-bal das ideias, mas as ideias em si. Por isso, introduziram um termo novo: juízo. Do ponto de vista dos filósofos modernos, a propositio é apenas a expressão verbal do  juízo; do ponto de vista atual, é a frase que é a expressão verbal da proposição, sendo esta o mesmo que o juízo (termo que passou a ser preterido devido às suas conota-ções psicológicas: não queremos falar do ato subjetivo de ajuizar, mas do conteúdo desse ato).

50

LIÇÕES DE FILOSOFIA Axiomata Meio de expressão

(falada escrita) Ideia expressa

Lekta Estoicos

Propositio (outros autores) Propositio (Boécio), dicta

Medievais

Juízo Proposição

(75)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

7 testes completos

!

Um teste para cada unidade temática

1. Unidade inicial

2. Ação humana

3. Valores

4. Ética

5. Ética, direito e política

6. Estética

7. Religião

!

Propostas de resolução dos testes

24

(76)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

7 testes completos

!

Exemplo: página 88

!

Grupo I

!

8 questões de escolha múltipla

!

Grupo II

!

4 questões com interpretação de texto

!

Grupo III

!

2 questões abertas de desenvolvimento

25

(77)

LIÇÕESDEFILOSOFIA

Banco de questões

!

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