LIÇÕES
LIÇÕES
DE
DEFILOSOFIA
FILOSOFIA
124 páginas
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239 páginas
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64 páginas 64 páginas50licoes.blogspot.pt
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PowerPoints,
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manual digital
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interativo
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e outros
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materiais
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1
LIÇÕES
LIÇÕES
DE
DEFILOSOFIA
FILOSOFIA
Porquê lições?
Porquê lições?
!
!
P
P
orque facilita e simplifica o
orque facilita e simplifica o
trabalho de professores e
trabalho de professores e
estudantes
estudantes
!
!
As ideias são apresentadas e explicadas tendo
As ideias são apresentadas e explicadas tendo
em conta
em conta
o que é possível lecionar aula a aula
o que é possível lecionar aula a aula
!
!
Cada aula tem uma unidade e uma autossuficiência
Cada aula tem uma unidade e uma autossuficiência
que
que
facilita a aprendizagem
facilita a aprendizagem
!
!
A pla
A pla
nificação das aulas
nificação das aulas
torna-se desnecessária: o
torna-se desnecessária: o
próprio manual já está planificado de acordo com a
próprio manual já está planificado de acordo com a
realidade do trabalho do professor
realidade do trabalho do professor
2
LIÇÕES
LIÇÕES
DE
DEFILOSOFIA
FILOSOFIA
Lição 16, pp. 70-72
Lição 16, pp. 70-72
!
!
Breve informação histórica sobre o utilitarismo
Breve informação histórica sobre o utilitarismo
!
!
Ideias centrais da teoria utilitarista do bem
Ideias centrais da teoria utilitarista do bem
!
!
A felicidade é o bem último
A felicidade é o bem último
!!
Imparcialidade
Imparcialidade
!!
Hedonismo
Hedonismo
!!
Prazeres superiores e inferiores
Prazeres superiores e inferiores
!
!
Objeção ao hedonismo
Objeção ao hedonismo
!
!
A máquina de experiências
A máquina de experiências
3
1O professor pode recorrer a casos que estejam de momento em discussão, de modo a tornar vívida a ideia de que em muitos desses casos raciocinamos em termos utilitaristas. 2A relação entre a noção de
bem último e de ação cor-recta é clara: uma vez que para os utilitaristas a felici-dade é o bem último (a única coisa com valor intrínseco), então uma acção para ser correcta tem de promover esse bem último – isto é, a
Espaço do Professor
PARTE
3
A dimensão ético-política da ação humana e dos valoresLição
16
Utilitarismo e felicidade
A natureza colocou a humanidade sob a governação
de dois mestres soberanos: a dor e o prazer. Somente
a eles lhes compete dizer o que devemos fazer.
Jeremy Bentham
A teoria utilitarista foi explicitamente desenvolvida a partir do século XVIII, por Jeremy Bentham (1748-1832). Mas foi no século XIX que John Stuart Mill (1806-1873) lhe deu nova vida, sendo hoje uma das duas teorias éticas mais estudadas. Além disso, é uma teoria que está na base de muitas das nossas leis e maneiras de pensar. Quando de-cidimos onde fazer um hospital, por exemplo, pensamos muitas vezes em termos uti-litaristas, considerando que devemos fazê-lo no lugar A em vez de B, se em A o hos-pital beneficiar mais pessoas do que em B.1
Felicidade e imparcialidade
Segundo a teoria utilitarista do bem, a única coisa boa em si mesma é a felicidade. As outras coisas boas são instrumentalmente boas se forem meios adequados para a
1A palavra «hedonismo»
de-riva do gregohe _done _, que significa «prazer».
2A ideia hedonista de que
só o prazer é intrinseca-mente bom e só a dor é in-trinsecamente má remonta a Epicuro, que baseava nela a sua teoria moral.
3Ao contrário do que
pen-sava Bentham, não é de todo claro que, em rigor, se possa fazer este tipo de cálculo. E a dificuldade
po-de ser mais do que mera-mente prática.
4É comum osfilósofos
usa-Espaço do Professor
Capítulo A fundamentação da moral
4
Hedonismo1
Segundo o utilitarismo, a felicidade é a única coisa boa em si. Mas o que é a
felici-dade? Bentham considerava que a felicidade era apenas o prazer e a ausência de dor,
sendo a infelicidade a dor e a ausência de prazer. A teoria utilitarista é hedonista
quando concebe a felicidade em termos de dor; quando concebe a felicidade em
ter-mos de realização pessoal, por exemplo, o utilitarismo não é hedonista.
2Bentham tinha também uma visão puramente quantitativa dos prazeres,
pressu-pondo que podemos medi-los a todos, atendendo exclusivamente à sua intensidade
e duração. Por exemplo, o prazer que o João sente ao passar de ano com boas notas
talvez seja maior em intensidade e duração do que o prazer que o Manuel sente
du-rante um curto passeio pela praia. O mesmo tipo de cálculo pode ser feito em relação
às dores: uma dor de dentes, por exemplo, é mais intensa e prolongada do que uma
pequena picadela no dedo. Assim, quando fazemos o cálculo do prazer, devemos
subtrair as dores. Por exemplo, o prazer que o Manuel sente durante um curto passeio
pela praia pode diminuir dramaticamente se durante esse passeio ele sentir dor de
dentes.
3Mill mostrou-se insatisfeito com esta forma simples de hedonismo, argumentando
que na avaliação de uma vida boa não basta ter em conta a quantidade dos prazeres
mas também a sua qualidade.
Para percebermos esta ideia imagine-se, por exemplo, a vida tranquila e agradável
de uma ostra, como a duração de trezentos anos.
4Agora compare-se essa vida com a
resul-1Propõe-se o filme Matrix
dos irmãos Wachowski (1999). Talvez aquelas pou-cas pessoas completamen-te desincompletamen-teressadas pela vida optassem por um mundo assim, semelhante àquele em que se vive sob o efei-to permanente de drogas e alucinogénios que criam
Espaço do Professor
PARTE
3
A dimensão ético-política da ação humana e dos valoresObjeção ao hedonismo
Como vimos, as teorias hedonistas baseiam-se na ideia de que o bem humano re-sulta de um saldo positivo entre prazeres e dores, tendo em conta prazeres superiores e inferiores. Assim, uma vida boa é aquela em que predominam as experiências agra-dáveis. Mas será isto verdade?
Imagine-se que vivemos num mundo em que todas as pessoas se encontram liga-das a sofisticaliga-das máquinas que controlam os nossos pensamentos e sentimentos. Imagine-se também que as máquinas controlam as nossas experiências de forma a tornar as nossas vidas virtuais extremamente ricas em prazeres. Em tal mundo, temos uma vida repleta de sucesso e prazer, sem nunca termos de enfrentar obstáculos ou dissabores. Imagine-se ainda que este mundo seria pleno de todo o tipo de prazeres, superiores e inferiores.
Se o hedonismo fosse verdadeiro, então este mundo seria melhor do que o nosso. Mas este não é um mundo melhor, é um mundo bastante pior porque é uma farsa. Logo, o hedonismo é falso.1
Este é o argumento da máquina de experiências, proposto pelo filósofo Robert Nozick (1938-2002). Segundo Nozick, não é verdade que uma vida seja boa apenas devido às experiências agradáveis que a constituem. A autenticidade das nossas ex-periências é algo intrinsecamente valioso. Uma vida constituída por exex-periências ilu-sórias, ainda que muito agradáveis, tem menos valor do que uma vida real.
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Lição 17: pp. 73-75
!
Ideias centrais da teoria utilitarista da ação correta
!Só contam as consequências
!
A ação correta é a que maximiza a felicidade
!Duas objeções
!
Limites da maximização
!Exigência excessiva
Espaço do Professor
Capítulo A fundamentação da moral
4
Lição
17
Utilitarismo e consequências
As ações são corretas na medida em que tendem a
promover a felicidade, incorretas na medida em que
tendem a produzir o reverso da felicidade.
John Stuart Mill
Se aceitamos que o bem último é a felicidade, como se defende no utilitarismo, é
natural pensar que o critério da ação correta é a promoção da felicidade. Isto leva-nos
muito naturalmente a pensar que só as consequências contam para a correção de uma
ação. Daí que o utilitarismo seja uma teoria consequencialista. É este aspeto do
utili-tarismo que vamos agora estudar.
1O utilitarismo enfrenta
ou-tras objeções. No entanto, iremos apenas abordar duas das mais intuitivas e populares.
2Como exercício de
com-preensão, sugere-se que os estudantes, em grupo ou individualmente, construam os seus próprios exemplos de forma a testar a teoria utilitarista.
3Uma resposta utilitarista a
esta objeção é que matar pessoas inocentes para sal-var outras acabaria por pro-duzir infelicidade porque
ficaríamos inseguros.
Espaço do Professor
PARTE
3
A dimensão ético-política da ação humana e dos valoresA objeção dos limites da maximização
Será que as ações moralmente corretas são sempre aquelas que maximizam a feli-cidade? Segundo os críticos do utilitarismo, não.1
Estes argumentam que o mero facto de uma ação fazer muitas pessoas felizes não a torna correta. Em particular, é moral-mente errado maltratar uma pessoa para beneficiar outras.
Por exemplo, a Maria é uma cirurgiã especializada na realização de transplantes. No hospital em que trabalha enfrenta uma terrível escassez de órgãos – quatro dos seus pacientes estão prestes a morrer devido a essa escassez. O Jorge está no hospi-tal a recuperar de uma operação. A Maria sabe que o Jorge é uma pessoa solitária – ninguém vai sentir a sua falta. A Maria tem então a ideia de matar o Jorge e usar os seus órgãos para realizar os transplantes, sem os quais os seus quatro pacientes mor-rerão.2
Não hesitamos em considerar a ideia da Maria abominável. Contudo, a opção de matar o Jorge permitirá salvar quatro pessoas que de outro modo morreriam. Vistas as coisas exclusivamente em termos da felicidade produzida, matá-lo e usar os seus órgãos trará mais felicidade a mais pessoas do que não o matar e deixar as outras pes-soas morrer. Pelo que, se o utilitarismo estivesse correto, a Maria teria a obrigação de matar o Jorge. Mas este resultado é muitíssimo implausível. Logo, esta forma de utili-tarismo não parece adequada3
1Costuma chamar-se
«sobre--erogatórias» a esse tipo de ações.
2Os utilitaristas responderam
a estas críticas, e algumas dessas respostas levaram a novas formas de utilitaris-mo. Uma resposta é dizer
Espaço do Professor
Capítulo A fundamentação da moral
4
A objeção da exigência excessiva
O utilitarismo tem também sido criticado por ser demasiado exigente. Se temos a obrigação moral de agir sempre de forma a maximizar a felicidade, teríamos o dever de fazer coisas que não parecem obrigações morais.
Por exemplo, imagine-se que o João decide comprar um computador novo que custa 500 euros. O seu computador antigo ainda funciona, mas já está algo lento e está à venda um modelo novo. Se tivéssemos a obrigação moral de maximizar sempre a felicidade, então o João estaria a fazer algo moralmente errado ao comprar um com-putador novo. A obrigação dele seria dar o dinheiro a uma instituição de caridade, contribuindo para tornar mais pessoas um pouco mais felizes. Mas não parece que o João esteja a fazer algo errado ao comprar um computador novo. Faria algo louvável se decidisse dar o dinheiro a uma instituição de caridade, mas isto não significa que tivesse a obrigação de o fazer. As ações louváveis vão além do que a moral exige.1
Se os utilitaristas tivessem razão, a maioria das nossas ações, coisas com o ir à praia, comer a sobremesa ou ir passear com um amigo, seriam moralmente incorretas uma vez que não maximizam a felicidade do maior número de pessoas. Ora, se tivéssemos a obrigação moral de agir sempre de forma a maximizar a felicidade, deixaríamos de poder fazer a maior parte das coisas que gostamos de fazer. Mas isto é demasiado exi-gente. Logo, defendem os críticos, o utilitarismo é falso.2
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Porquê 50 lições?
!
O programa prevê 50 lições de 90 minutos
!
O 50LF foi concebido para 50 lições de 45 minutos
!O tempo restante é para trabalhar textos, promover
atividades na aula, fazer desvios e aprofundamentos,
etc.
!
O 50LF dá espaço ao trabalho de reflexão, diálogo e
exploração próprios da filosofia
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Lição 20, p. 84
!
Espaço do professor:
!
Os alunos perguntam por vezes que alternativas há às duas
teorias éticas estudadas
!
O professor pode desejar dar uma aula sobre a ética
aristotélica
!
Livro de Apoio, páginas 36 e 37
!
Apresenta as ideias centrais da ética aristotélica
!Inclui o desenvolvimento contemporâneo da ética
aristotélica
!
Compara a ética de Kant e a de Mill com a aristotélica
Os alunos perguntam mui-tas vezes que alternativas há às duas éticas, dado que ambas enfrentam difi culda-des que parecem simétricas. Há duas alternativas: o con-tratualismo e a ética das vir-tudes, baseada em Aristóte-les. Mas é a última que tem recebido recentemente mais atenção, como alternativa à ética utilitarista e deontoló-gica. Ver o livro de apoio para mais informações.
Espaço do Professor
PARTE
3
A dimensão ético-política da ação humana e dos valoresNeste exemplo, a ética utilitarista produz um resultado mais próximo das nossas in-tuições morais: independentemente das motivações da Ana, a sua ação parece moral-mente valiosa.
Agora imagine-se que dois amigos, o Manuel e o Francisco, passam a noite de sá-bado juntos num bar a beber cerveja. Ambos acabam a noite bastante embriagados, e ambos decidem ir para casa a conduzir os respetivos carros. O Manuel, apesar da sua condução perigosa, tem a sorte de chegar a casa sem causar qualquer acidente. Mas o Francisco não tem essa sorte, atropelando uma pessoa que atravessava a rua perto de sua casa. Como avaliaríamos este exemplo?
Segundo os defensores da ética de Kant, ambos agiram incorretamente, pois não deviam ter conduzido embriagados. E, apesar de o Manuel ter tido a sorte de não atro-pelar ninguém, a sua ação foi tão incorreta quanto a do Francisco. Contudo, para os utilitaristas, só a ação do Francisco foi incorreta, pois só ele causou sofrimento.
Neste exemplo, a ética de Kant parece mais próxima das nossas intuições do que a ética utilitarista: ambos agiram incorretamente, independentemente do q ue aconte-ceu.
Revisão
1.Quais as vantagens e desvantagens da ética de Kant? 2.Quais as vantagens e desvantagens do utilitarismo?
4
A fundamentação da moralAlternativas
Os alunos perguntam por vezes se não há alternativas às duas éticas estudadas; é
uma pergunta importante, pois ficam algo perplexos com as dificuldades que ambas
as teorias enfrentam e que parecem paralelas. Parece que ficamos, pois, como que
empatados. Não haverá uma alternativa?
Na verdade, há duas alternativas: o contratualismo e a ética das virtudes, mas é a
última que contrasta mais fortemente com o utilitarismo e o deontologismo. Ao
mesmo tempo, é a ética das virtudes que melhor parece lidar com as dificuldades que
estas duas últimas éticas enfrentam – na verdade, o problema do trólei foi introduzido
pela filósofa Philippa Foot em 1967, que defendia uma versão da ética das virtudes.
A referência clássica mais conhecida no que respeita à ética das virtudes é
Aristóteles. No que respeita à teoria do bem, a ética das virtudes de Aristóteles aceita
que a felicidade é o bem último; mas insiste numa conceção objetivista de felicidade,
opondo-se ao hedonismo. Já no que respeita à teoria da ação correta, contudo, a
teo-ria das virtudes afasta-se do consequencialismo num aspeto, e aproxima-se da ética
deontológica; mas afasta-se desta última noutro aspeto fundamental.
A teoria aristotélica da ação correta afasta-se do consequencialismo porque não
aceita que o critério seja a maior felicidade para o maior número de pessoas. Agir
cor-retamente, do ponto de vista de Aristóteles, não é uma questão de promover a maior
felicidade de todos os envolvidos; ao invés, é uma questão de promover a nossa
pró-pria virtude. Porque se trata da nossa própró-pria virtude, e não da virtude dos outros, esta
teoria aproxima-se mais do deontologismo: o deontologista pergunta-se se o que vai
fazer está de acordo com as suas melhores intenções, se emana da sua vontade boa;
LIVRO DE APOIO
O particularista, contudo, considera que em ética não é possível fazer boas teorias generalistas, porque a realidade moral é demasiado complexa. Se o fizermos, inevita-velmente teremos teorias inadequadas, que nos dão respostas implausíveis, como no caso do trólei. Assim, o que o particularista partidário da teoria das virtudes defende é que em vez de descobrirmos, digamos, os axiomas últimos da ação correta, para de-pois ser apenas uma questão de os aplicar à vida, o que temos de fazer é aprender a raciocinar em termos morais, sem que este raciocínio seja redutível a axiomas gerais. De modo que o trabalho de Aristóteles é analisar várias virtudes paradigmáticas, mas desta análise não emerge qualquer regra universal de aplicação cega.
Assim, o defensor de uma ética particularista das virtudes responde ao problema do trólei dizendo que tudo depende de muitos outros fatores que são deixados em aberto no exemplo: quem são os cinco trabalhadores, quem é o outro trabalhador, quem é o homem obeso, quem somos nós e que relações temos com todas aquelas pessoas. E a ideia é que não é de esperar de uma teoria ética que nos diga o que fazer naquele caso; somos nós que temos de arriscar e decidir.
50
LIÇÕES DE FILOSOFIA
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Um instrumento flexível
!
O 50LF é assim um instrumento flexível
!Não pretende substituir-se ao professor
!Nem esgotar as abordagens
!
Nem engessar a lecionação
!
O que faz é oferecer um mapa, uma espinha dorsal
!Arruma as ideias de maneira simples e operativa
!
Esclarece, indica, ajuda: não impõe nem obriga
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Organização
!
Cada unidade está dividida em capítulos
!Cada capítulo está dividido em lições
!
Cada lição está dividida em pequenas secções
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Lições
Textos
Unidade inicial
5
3
Ação humana
5
4
Valores
Objetividade/subjetividade
15
4
Fundamentação da moral
4
Ética, direito e política
6
Opção A ou B
Estética
8
11
Religião
11
Temas/problemas
A destruição de obras de arte
3
2
A ética da crença religiosa
2
Liberdade de expressão
3
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Capítulo 4, p. 65
!
Índice das lições
!
Página 66: percurso do capítulo
!
Primeira lição: apresentação do problema
A dimensão
ético-política da ação
humana e dos valores
A dimensão
ético-política da ação
humana e dos valores
3
Capítulo 4
A fundamentação da moral
Percurso do capítulo 4
Utilitarismo:
maximizar
a felicidade.
Deontologismo:
agir por dever.
O bem último.
A ação
correta.
Vontade boa.
Intenções.
Felicidade.
Consequências.
A fundamentação
da moral
O que está
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Tornar os problemas vivos
!
Os problemas são sempre apresentados de maneira
muito simples e intuitiva
!
Partindo de uma experiência reflexiva ao alcance do
aluno
!
Lição 23, página 101
!Lição 26, página 121
Espaço do Professor
Capítulo Liberdade e justiça social
6
Lição
23
Liberdade e igualdade
Uma vez que a justiça exige que todos os indivíduos tenham
direito a um mínimo de liberdade, torna-se necessário que
todos os demais indivíduos sejam impedidos, pela força
se preciso for, de privarem quem quer que seja dela.
Isaiah Berlin
Imagine-se duas mulheres, a Joana e a Clara, ambas pintoras. Acontece que a Joana
tem tido imenso sucesso internacional, e a Clara não. Algumas das obras da Joana
atingem valores de tal modo elevados que ela acabou por ganhar muito dinheiro.
Tornou-se pintora profissional, viaja por todo o mundo e tem um estilo de vida
muitís-simo abastado. Já a Clara, apesar de continuar a pintar com a mesma paixão, nunca
teve sucesso. Acabou por ter de fazer várias coisas e tem uma vida muito modesta.
Agora que ambas têm filhos, a Joana pode pagar as melhores escolas para os seus
filhos, enviando-os até para o estrangeiro. A Clara, pelo contrário, tem de limitar-se a
enviar os seus filhos para a escola pública mais próxima, que por acaso enfrenta vários
problemas. Nem os filhos da Joana nem os da Clara são culpados seja do que for.
Contudo, os primeiros podem ter tudo o que há de melhor, e os segundos não.
1Por exemplo,The Mall in St. James Park , de
Tho-mas Gainsborough.
Espaço do Professor
Capítulo A experiência e o juízo estéticos
7
Lição
26
O estético e o não estético
O abaixo assinado, Robert Morris, sendo o autor da construção
metálica intitulada Litanies, descrita no Anexo A, retira por este
meio da dita construção todas as qualidades e conteúdo estéticos
e declara que, a partir desta data, a dita construção não tem
qualquer dessas qualidades nem tal conteúdo.
Robert Morris (declaração registada em cartório notarial pelo próprio artista)
Experiência estética
Imaginemos que a Rita e o João passam em frente de uma galeria de arte. A Rita olha para a montra e, de repente, detém-se encantada a olhar para um quadro do sé-culoXVIIIque representa várias pessoas a passear num jardim1. Por sua vez, o João não
sente nada de especial, mas acaba por ficar também a observar o quadro, interessado apenas no modo como as pessoas se vestiam na época em que o quadro foi pintado.
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Tornar as ideias simples
!
Sem caricaturar, o objetivo é apresentar versões tão
simples quanto possível de ideias filosóficas complexas
!
Isso consegue-se isolando os seus elementos centrais
!Lição 40, página 188
1Dos argumentos a favor e
contra a existência de Deus, o único que éa priori é o ontológico. Um argumento éa priori quando recorre exclusivamente a premissas
a priori , não se apoiando em qualquer informação empírica; um argumento é
a posteriori se pelo menos uma das suas premissas é
a posteriori , apoiando-se por isso em alguma infor-mação empírica.
Espaço do Professor
PARTE
4
A dimensão religiosa | (opção B)Lição
40
A prova ontológica
Se aquilo mais grandioso do que o qual nada pode ser
pensado existisse apenas no espírito, este mesmo ser mais
grandioso do que o qual nada pode ser pensado seria algo
mais grandioso do que o qual algo pode ser pensado. Mas
isto é obviamente impossível. Logo, não há qualquer dúvida
de que aquilo mais grandioso do que o qual nada pode ser
pensado existe tanto no espírito como na realidade.
Santo Anselmo
Não será contraditório pensar que Deus não existe? Há quem considere que sim. Se compreendermos bem o conceito de Deus, vemos que a sua inexistência é impos-sível. Do mesmo modo, se compreendemos bem o conceito de triângulo, vemos que é impossível que tenha quatro lados.
Afinal, Deus é um ser perfeito. O mais perfeito que pudermos imaginar. Contudo, como poderá o ser mais perfeito que pudermos imaginar não existir? Se não existisse, não seria assim tão perfeito.
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Os filósofos têm a palavra
!
Cada lição começa com um pequeno texto
!
A lição pode ser trabalhada com ou sem esse texto
!Mas a própria lição permite ao aluno compreender o
texto
!
Deste modo, o aluno contacta suavemente com os
clássicos da filosofia
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Textos integrados
!
Sempre que é esclarecedor para o aluno damos a
palavra aos filósofos
!
Capítulo 2, lição 9, página 40
1Apesar da crítica severa de Nietzsche à possibilidade de uma vontade autode-terminante, no sentido li-bertista, ele acreditava no livre-arbítrio, defendendo uma forma de determinis-mo determinis-moderado ou compa-tibilismo.
2O barão de Munchausen (1720-1797) foi um nobre alemão famoso contador de histórias fantasiosas.
Espaço do Professor
PARTE
2
A ação humana e os valoresO filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um crítico feroz do libertismo, afirmando:1
«A aspiração ao “livre-arbítrio”, nesse sentido metafísico superlativo que do-mina ainda, infelizmente, os cérebros dos semi-instruídos, essa aspiração em to-mar a inteira e última responsabilidade dos seus atos, aliviando Deus, o uni-verso, os antepassados, o acaso, a sociedade, não é senão o desejo de […] se puxar a si mesmo pelos cabelos, com uma temeridade que ultrapassa a do ba-rão de Munchausen2
, para sair do pântano do nada e entrar na existência.»
Friedrich Nietzsche,Para Além do Bem e do Mal , trad. Delfim Santos, 1886, p. 21
Uma pessoa não pode pegar em si mesma ao colo, ou levantar-se do chão pu-xando pelos cabelos, sublinha Nietzsche. Do mesmo modo, as nossas escolhas não são possíveis se não forem determinadas por crenças e desejos. Escolhas indetermi-nadas não são escolhas.
Quando uma pessoa escolhe ir pelo caminho 2 em vez de ir pelo caminho 1 ou pelo 3 é porque tem razões para isso. Talvez o caminho 2 seja o mais curto, por exem -plo, ou o mais bonito. O que importa é que escolher é ser determinado pelas nossas crenças e desejos. Se não for isso, não se percebe o que é.
Assim, a segunda crítica ao libertista é que na sua teoria não há sequer uma con-ceção plausível da escolha, ao passo que a primeira crítica era que o libertista não tem bons argumentos a favor da sua ideia de que o livre-arbítrio não é uma ilusão.
LIÇÕESDEFILOSOFIA
50 textos
!
No final de cada capítulo há vários textos
!
Cada texto ilustra uma posição ou uma ideia que foi
explorada nesse capítulo
!
Os textos foram cuidadosamente selecionados tendo em
vista:
!A relevância temática
!A adequação didática
!Capítulo 3, página 61
!Textos 8, 9, 10 e 11
15Capítulo
Os valores
3
Texto 8
A distinção facto/valor
Roger Crisp
Segundo os defensores da distinção facto/valor, nenhum estado de coisas do mundo pode ser um valor, e os juízos valorativos não devem ser entendidos como juízos de facto puros. A distinção foi importante na ética do século XX e continua em aberto o
debate sobre o estatuto metafísico do valor, a epistemologia do valor e sobre qual será a melhor caraterização dos juízos de valor.
Um facto é um estado de coisas efetivo. Um valor é algo bom (o prazer, por exem-plo), ou uma crença de que algo é bom (dizer que o prazer é um dos meus valores é dizer que eu acredito que o prazer é bom). […]
Numa das versões da distinção facto/valor, não há valores «no mundo». John Mackie, por exemplo, argumentou que tais itens são demasiado peculiares para inte-grarem qualquer metafísica ou epistemologia decente, e que a inexistência de valores é a melhor maneira de explicar os desacordos valorativos. De acordo com a ética exis-tencialista, a não factualidade do valor deixa-nos numa posição de liberdade radical para escolher.
A distinção, se entendermos que é acerca de valorações, sugere que estas não são ten-tativas puras de exprimir factos. Uma versão famosa e influente desta perspetiva é a de Hume, que afirmou que as conclusões com «deve» não se seguem logicamente de afirmações com «é». Logo, se afirmamos corretamente que algo deve ser feito (e isso pode ser um dos nossos valores) com base num argumento que aparentemente se
re- R o g e r C r i s p .
PARTE
2
A ação humana e os valoresTexto 9
Os valores são relativos
Associação Antropológica Americana
Se começarmos, como tem de ser, com o indivíduo, vemos que desde que nasce não só o seu comportamento mas o seu próprio pensamento, as suas esperanças e aspira-ções, os valores morais que presidem à sua ação e justificam e dão sentido à sua vida, aos seus olhos e aos dos seus semelhantes, são determinados pelo corpo de costumes do grupo de que se torna membro. O processo pelo qual isto ocorre é tão subtil, e os seus efeitos são tão profundos, que só depois de uma formação considerável temos consciência dele. […]
Os padrões e valores são relativos à cultura de que derivam, de modo que qualquer tentativa para formular postulados que emergem das crenças ou códigos morais de uma cultura tem, nessa medida, de neutralizar a aplicabilidade de qualquer Declaração de Direitos Humanos à humanidade como um todo.
As ideias do que é correto ou incorreto, de bem e mal, encontram-se em todas as so-ciedades, apesar de diferirem na sua expressão em povos diferentes. O que é tido como um direito humano numa sociedade pode ser encarado como antissocial por outro povo, ou pelo mesmo povo num período diferente da sua história. O santo de uma época seria mais tarde encarcerado por se considerar que é incapaz de lidar com a rea-lidade. Mesmo a natureza do mundo físico, as cores que vemos, os sons que ouvimos, estão condicionados pela língua que falamos, que faz parte da cultura em que nasce-mos.
Capítulo
Os valores
3
Texto 10
Valores não relativos
Organização das Nações Unidas
Artigo 1.º: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direi-tos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2.º: Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades pro-clamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita qualquer distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território indepen-dente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.
Artigo 3.º: Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo 4.º: Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 5.º: Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
PARTE
2
A ação humana e os valoresTexto 11
Santos morais Susan Wolf
Não sei se há santos morais. Mas se há, ainda bem que nem eu nem as pessoas mais importantes na minha vida são santos morais. Por santo moral entendo uma pessoa cujas ações são, todas, tão moralmente boas quanto possível, ou seja, uma pessoa que tem tanta valia moral quanto a que for possível. […] Parece-me que a perfeição moral, no sentido de santidade moral, não constitui um modelo de bem-estar pessoal a que fosse particularmente racional ou bom ou desejável almejar. […]
Primeiro, um santo moral poderia ser alguém cuja preocupação pelos outros desem-penha o papel que na maior parte das nossas vidas é desemdesem-penhado por preocupações mais egoístas ou, em qualquer caso, menos moralmente valiosas. Para o santo moral, a promoção do bem-estar dos outros desempenha talvez o papel que para a maior parte de nós é desempenhado pelo usufruto de confortos materiais, pela oportunidade para nos entregarmos a atividades físicas e intelectuais da nossa escolha, e o amor, res-peito e companhia de pessoas que amamos, respeitamos e de quem gostamos. A feli-cidade do santo moral repousaria assim verdadeiramente na felifeli-cidade dos outros, de modo que se dedicaria a eles de cara alegre e integralmente.
Por outro lado, um santo moral poderia ser alguém para quem os ingredientes bási-cos da felicidade não são diferentes dos da maior parte de nós. O que faz dele um santo moral é, ao invés, o facto de não dar atenção, ou quase nenhuma atenção, à sua pró-pria felicidade, devido à importância superlativa que dá às preocupações mais vastas
S u s a n W o l f .
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Filmes e leituras
!
No final de cada capítulo há sugestões...
!De leituras
!
Filmes
!Internet
!
Capítulo 6, página 112
PARTE
3
A dimensão ético-política da ação humana e dos valoresEstudo complementar
Rosas, João Cardoso (Org.). 2008.Manual de Filosofia Política. Coimbra: Almedina, caps. II, III e IV. Apresentam-se as teorias do liberalismo igualitário (Rawls), do libertarismo (Nozick) e do comunitarismo (Sandel).
Vaz, Faustino. «A Teoria da Justiça de John Rawls». Crítica, 23 de abril de 2006, http://criti-canarede.com/pol_justica.html. Uma exposição clara e acessível do problema da justiça so-cial, bem como dos argumentos da teoria da justiça de Rawls e de algumas críticas.
Wolff, Jonathan. 1996. Introdução à Filosofia Política. Trad. Maria de Fátima St. Aubyn. Lis-boa: Gradiva, 2004, cap. 5. Apresentação e discussão da teoria da justiça de Rawls.
Filmes
2081(EUA, 2009), de Chandler Tuttle. Curta metragem de 27 minutos sobre uma sociedade futura em que todas as pessoas são obrigadas a ser iguais.
Grau de Destruição(GB, 1966), de François Truffaut. Carateriza a vida numa sociedade do futuro na qual se adota uma conceção universal do bem e da felicidade.
John Q., (EUA, 2002), de Nick Cassavetes. A luta de um pai para salvar vida do seu filho, que está a ser vítima das desigualdades sociais.
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Imparcialidade e autonomia
!
Não apresentamos apenas as ideias dos filósofos
!
Apresentamos também as objeções
!
O objetivo é dar ao aluno a liberdade e a autonomia
para refletir por si
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Immanuel Kant
“Estaríamos a trair a confiança que o
público nos dispensa se, em vez de
alargar a capacidade de
entendimento dos jovens entregues
ao nosso cuidado e em vez de os
educar de modo a que no futuro
consigam adquirir uma perspetiva
própria mais amadurecida, se em vez
disso os enganássemos com uma
filosofia alegadamente já acabada e
cogitada por outras pessoas em seu
benefício.”
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Um exemplo do capítulo 3
!
Percurso do capítulo, página 48
!Lição 12, página 51
!
Tese: o seu esclarecimento
!
Argumento 1 a favor do subjetivismo
!
Duas objeções
!
Argumento 2 a favor do subjetivismo
!
Objeção
Percurso do capítulo 3
Teoria do objetivismo Tese: alguns valores
não são relativos. Teoria do
subjetivismo Tese: os valores são relativos aos sujeitos.
Teoria do relativismo Tese: os valores são relativos às sociedades. Problema Os valores são objetivos? Não. Nenhum valor é objetivo. Sim. Alguns valores são objetivos.
1No subjetivismo, os juízos
de valor são relativos aos su jeitos; no relativismo, são relativos às sociedades. Trata-se assim, nos dois ca-sos, de maneiras diferen-tes de ser relativista. Por facilidade de exposição, e por ser mais habitual, usa-remos os termos «subjeti-vismo» e «relati«subjeti-vismo». Espaço do Professor Capítulo Os valores
3
Lição
12
Subjetivismo
O homem é a medida de todas as coisas: das que são, que o são; e das que não são, que não o são.
Protágoras
A tese central da teoria subjetivista é que os juízos de valor são meras expressões
das preferências dos sujeitos.
1Quando uma pessoa exprime um dado juízo de valor,
não pode estar enganada. Isto contrasta com os juízos de facto. Quando alguém
afirma um juízo de facto, estará enganada se os factos não forem como ela pensa. Por
exemplo, o juízo de facto de que Justin Bieber não é um cantor é falso porque ele é
de facto um cantor.
O subjetivista pensa que os juízos de valor são apenas preferências pessoais. Por
exemplo, quando o Luís defende que devemos mentir em alguns casos, está apenas
a manifestar a sua preferência. E, claro, a Joana tem outra preferência e defende que
nunca devemos mentir. Mas nenhum dos dois tem mais razão do que o outro. É por
isso que se diz que os gostos não se discutem: os valores são subjetivos.
1Aprovados na
Assembleia--Geral das Nações Unidas, no dia 10 de dezembro de 1948, no Palácio de Chail-lot, em Paris. Veja-se um excerto no Texto 10.
2A importância desta
obje-ção é chamar a atenobje-ção paraa ilusão que resulta de se dar atenção apenas aos casos polémicos, esque-cendo os muitos casos em que há pelo menos uma forte convergência de juí-zos de valor.
3A premissa que está a ser
rejeitada é uma condicio-nal: «Se os juízos não fos-sem subjetivos, não haveria
Espaço do Professor
PARTE
2
A ação humana e os valorese valores inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos,1
subscritos por quase todos os países do mundo, mostram que há valores fundamentais que são consensuais, ainda que a prática não esteja muitas vezes de acordo com isso. Assim, o argumento a favor do subjetivismo pressupõe erradamente que não há consenso quanto aos va-lores.2
A segunda objeção põe em causa a ideia de que se um juízo não for subjetivo, não há discordância. Pelo contrário, há muitos casos em que estamos perante juízos que não são subjetivos e no entanto há discordância. Por exemplo, há quem pense que os seres humanos foram diretamente criados por Deus, como é descrito na Bíblia, e quem pense que os seres humanos surgiram de outras espécies, por meio de proces-sos naturais. Contudo, não se trata de juízos subjetivos. Acontece apenas que as pes-soas não conseguem chegar a um consenso. Também há quem pense que o clima hoje é mais quente devido aos seres humanos, e quem p ense que não. Uma vez mais, não estão em causa juízos subjetivos. Apesar disso, as pessoas não conseguem chegar a um consenso.
A falta de consenso pode ocorrer pelos mais diversos motivos. Em alguns casos ocorre porque é muito difícil saber algumas coisas; noutros casos ocorre porque as pes-soas são teimosas e insistem no que a outras parece comprovadamente falso. O que isto significa é que a objetividade de um juízo é perfeitamente compatível com a exis-tência de discordâncias. Logo, o argumento a favor do subjetivismo parece basear-se numa premissa falsa.3
1A expressão é de Rawls,
cuja teoria da justiça será estudada na Lição 24.
2O professor pode chamar
nesta altura a atenção para o papel que as experiên-cias mentais têm na discus-são de problemas, teorias
Espaço do Professor
Capítulo
Os valores
3
Objeção ao argumento
do conflito de valores
O argumento baseia-se na ideia de que não há maneiras objetivas de resolver
con-flitos de valores. Será isto verdadeiro? Imaginemos que vamos decidir se os
estudan-tes do sexo feminino devem ter prioridade para entrar na universidade. Alguém
pro-põe fazer uma lei de tal modo que se só tivermos mais uma vaga e tivermos dois
candidatos exatamente com as mesmas qualificações escolares, entra o candidato do
sexo feminino. A Joana e o Carlos vão agora decidir se aceitam a lei ou não.
Se cada um deles pensar apenas nos seus interesses, a Joana quererá aceitá-la
por-que é do sexo feminino, ao passo por-que o Carlos por-quererá rejeitá-la porpor-que é do sexo
masculino. Se cada um deles continuar a insistir na defesa dos seus interesses, sem ter
em consideração os interesses do outro, ficarão num impasse: o Carlos vota contra a
lei, e a Joana vota a favor. É isto que é inevitável acontecer, pensa quem defende q ue
os juízos de valor são subjetivos: não há uma maneira objetiva de defender os
confli-tos de valores.
Imaginemos agora que a Joana e o Carlos decidem discutir a lei sob um véu de
ignorância.
1O que isto quer dizer é que discutem a lei fazendo uma experiência
men-tal:
2imaginam que não sabem se amanhã serão homens ou mulheres, apesar de
sa-berem que serão uma coisa ou outra. Ora, sob este véu de ignorância, farão ambos o
mesmo raciocínio:
benefi-LIÇÕESDEFILOSOFIA
Um exemplo nos temas/problemas
!
Percurso do capítulo, página 226
!Lição 49, página 229
!
Argumento a favor da liberdade de expressão
!
Objeção ao argumento
!
Princípio do dano (a favor da liberdade de expressão)
!
Objeção ao princípio
Percurso do capítulo 13
O argumento
paternalista.
Consequências
indesejáveis.
O argumento
do
conhecimento.
O princípio
do dano.
Liberdade
de expressão
A
favor
Contra
1Em função do contexto de
turma, o professor poderá querer chamar a atenção para a radicalidade desta proposta de Mill. A um modelo solipsista da des-coberta da verdade Mill opõe um modelo dialéti-co em que o dialéti-controlo mú-tuo de erros entre agentes epistémicos falíveis, como nós, é o fundamento de to-do o conhecimento.
2As ideias de Mill devem
muito à defesa anterior da liberdade de expressão le-vada a cabo pelo poeta
Espaço do Professor
Capítulo
Porquê a liberdade de expressão?
13
Lição
49
A favor da liberdade de expressão
As nossas crenças mais justificadas não têm qualquer outra
garantia sobre a qual assentar senão um convite permanente
ao mundo inteiro para provar que carecem de fundamento.
John Stuart Mill1
O argumento da descoberta
O filósofo John Stuart Mill defendeu que o silenciamento das ideias é incorreto porque é um obstáculo à descoberta da verdade.2
Quando as ideias são verdadeiras, Mill defende que silenciá-las seria privar a humanidade de descobrir a verdade, ou pelo menos atrasar a sua descoberta. Se descobrir a verdade for importante para nós, o silenciamento de ideias verdadeiras prejudica-nos. Essa seria a razão pela qual o si-lenciamento de Galileu, por exemplo, seria incorreto.
Contudo, Mill defende que as ideias que consideramos falsas também não devem ser silenciadas. E isso por duas razões.
Primeiro, porque podemos estar enganados. Dado que somos falíveis, as ideias que consideramos falsas talvez sejam verdadeiras. Foi o que aconteceu aos acusado-res de Galileu: pensavam que estavam a silenciar ideias falsas, e afinal estavam a
silen-1Na verdade, Mill tem em
mente o género de discus-são honesta e cuidadosa de ideias que procuramos ensinar aos alunos, nomea-damente em filosofia. É importante que os alunos tenham noção de que a discussão honesta e cuida-dosa de ideias infelizmen-te não é a habitual nos de-bates públicos. O profes-sor pode pedir aos alunos para verem debates públi-cos, apontando por escrito os atropelos à discussão honesta e cuidadosa.
2Assim, a crítica é que a
acei-tação de toda a discussão tem por vezes efeitos per-versos. Outra questão é sa
Espaço do Professor
PARTE
5
Temas/ Problemas do mundo contemporâneoObjeção ao argumento da descoberta
A objeção mais importante a Mill é que ele parece ter em mente um ambiente em
que as pessoas discutem ideias com muita honestidade.
1Num ambiente de discussão
cuidadosa e honesta, Mill parece ter razão: o confronto com as ideias falsas é
impor-tante porque nos ajuda a descobrir a verdade. Contudo, nas discussões públicas as
coisas não são sempre assim. Vejamos um desses casos.
Vários cientistas defendem que o equilíbrio ecológico do nosso planeta está
amea-çado devido ao aquecimento global da atmosfera. Em função desta ameaça,
conside-ram que devemos tomar medidas para diminuir ou resolver o problema. Acontece que
as únicas pessoas que realmente são capazes de formar uma opinião fundamentada
sobre este tema são os cientistas; o resto da população tem de confiar neles.
É aqui que a introdução de opiniões contrárias tem um efeito devastador.
Imagine-mos que é realmente verdadeiro que há aquecimento global e que podeImagine-mos fazer algo
para evitar as piores consequências. E imaginemos que quem defende que não há
aquecimento global está apenas a defender interesses inconfessados. Basta que
vá-rias pessoas, nomeadamente cientistas, ponham em causa os outros para que as
pes-soas comuns fiquem sem saber o que fazer. A introdução de opiniões discordantes
provoca confusão e ruído. Rapidamente se passa de uma discussão cuidadosa de
ideias para palavras de ordem gritadas em manifestações, frases feitas ditas na
televi-são e truques de retórica. Quando isto acontece, a discustelevi-são cuidadosa e
esclarece-dora deixa de ser possível. E isso aconteceu precisamente porque se permitiu que
qualquer pessoa, com ou sem conhecimento das coisas, pudesse exprimir
publica-1
1O professor poderá pedirO professor poderá pedir
aos alunos outros
aos alunos outros
exem-plos em que é óbvio que
plos em que é óbvio que
há danos diretos e
há danos diretos e
inequí-vocos, como alguém
vocos, como alguém
publi-car num jornal ou no Face
car num jornal ou no Face-
-book todos os dados de
book todos os dados de
acesso bancário de uma
acesso bancário de uma
dada pessoa. dada pessoa. Espaço do Professor Espaço do Professor Capítulo Capítulo
Porquê a liberdade de expressão?
Porquê a liberdade de expressão?
13
13
ças. Devido à publicação dessa notícia falsa, o Pedro perde o emprego e até alguns
ças. Devido à publicação dessa notícia falsa, o Pedro perde o emprego e até alguns
amigos; terá de mudar de casa e só depois de muitos anos consegue limpar o seu
amigos; terá de mudar de casa e só depois de muitos anos consegue limpar o seu
nome em tribunal. Este é um prejuízo direto e inequívoco. Segundo o princípio do
nome em tribunal. Este é um prejuízo direto e inequívoco. Segundo o princípio do
dano, é incorreto que a Clara publique tal notícia, e deve ser proibida de o fazer.
dano, é incorreto que a Clara publique tal notícia, e deve ser proibida de o fazer.11
Aplicando o princípio do dano à liberdade de expressão, a pergunta a fazer é se
Aplicando o princípio do dano à liberdade de expressão, a pergunta a fazer é se
alguém fica prejudicado de maneira direta e inequívoca com a divulgação de tais
alguém fica prejudicado de maneira direta e inequívoca com a divulgação de tais
ideias. Por exemplo, quando Galileu publicou o seu livro, muitas pessoas talvez se
ideias. Por exemplo, quando Galileu publicou o seu livro, muitas pessoas talvez se
te-nham sentido prejudicadas porque algumas das suas crenças fundamentais foram
nham sentido prejudicadas porque algumas das suas crenças fundamentais foram
postas em causa. Contudo, o defensor do princípio do dano dirá que este não é um
postas em causa. Contudo, o defensor do princípio do dano dirá que este não é um
prejuízo direto e inequívoco: é apenas um prejuízo indireto e vago.
prejuízo direto e inequívoco: é apenas um prejuízo indireto e vago.
Objeção ao princípio do dano
Objeção ao princípio do dano
Uma importante objeção ao princípio do dano, aplicado à liberdade de expressão,
Uma importante objeção ao princípio do dano, aplicado à liberdade de expressão,
é que desvia a atenção do que realmente está em causa. Saber se há um prejuízo
é que desvia a atenção do que realmente está em causa. Saber se há um prejuízo
di-reto e inequívoco para alguém é irrelevante, pois em muitos casos há esse prejuízo e
reto e inequívoco para alguém é irrelevante, pois em muitos casos há esse prejuízo e
no entanto seria incorreto silenciar. Por exemplo, um político desonesto arrisca-se a
no entanto seria incorreto silenciar. Por exemplo, um político desonesto arrisca-se a
perder o emprego caso um jornalista apresente provas fortes de que ele cometeu
perder o emprego caso um jornalista apresente provas fortes de que ele cometeu
vá-rias ilegalidades. Esse é, pois, um prejuízo direto e inequívoco para o político.
rias ilegalidades. Esse é, pois, um prejuízo direto e inequívoco para o político.
Contudo, seria incorreto silenciar o jornalista.
Contudo, seria incorreto silenciar o jornalista.
Segundo esta objeção, quando alguém quer exprimir uma ideia e alguém quer
Segundo esta objeção, quando alguém quer exprimir uma ideia e alguém quer
si-lenciá-la, há sempre dano envolvido. Quando se silencia, provoca-se um dano a quem
LIÇÕES
LIÇÕES
DE
DEFILOSOFIA
FILOSOFIA
Informações complementares
Informações complementares
!
!
Capítulo 10, lição 37, página 181
Capítulo 10, lição 37, página 181
!
!
Caixas com informações complementares ajudam a
Caixas com informações complementares ajudam a
simplificar o texto principal
simplificar o texto principal
!
!
A aprendizagem é assim facilitada
A aprendizagem é assim facilitada
21
1
1Além disso, se Deus casti-Além disso, se Deus
casti-gasse os descrentes hones
gasse os descrentes hones-
-tos
tos,,não seria sumanão seria sumamentemente
bom.
bom.
2
2O professor pode explorarO professor pode explorar
outras objeções com os
outras objeções com os
alunos; por exemplo:
alunos; por exemplo:
tal-vez Deus castigue pessoas
vez Deus castigue pessoas
calculistas, que acreditam
calculistas, que acreditam
na sua existência só
na sua existência só
por-que fazem um cálculo do
que fazem um cálculo do
que têm mais
que têm mais a ganhar.a ganhar.
Espaço do Professor Espaço do Professor Capítulo Capítulo Religião, Razão e Fé Religião, Razão e Fé
10
10
Objeção à aposta de Pascal
Objeção à aposta de Pascal
Uma objeção à aposta de Pascal é q
Uma objeção à aposta de Pascal é que o argumento pressupõe que se Deus existirue o argumento pressupõe que se Deus existir
e não formos crentes, temos tudo a perder. Mas como sabe Pascal que isto é
e não formos crentes, temos tudo a perder. Mas como sabe Pascal que isto é verda-
verda-deiro? Talvez, pelo contrário, Deus castigue as pessoas crédulas, que acreditam nele
deiro? Talvez, pelo contrário, Deus castigue as pessoas crédulas, que acreditam nele
sem provas, e recompense as pessoas cuidadosas, que, na ausência de provas, não
sem provas, e recompense as pessoas cuidadosas, que, na ausência de provas, não
acreditam. Afinal, Deus é bondoso e não vingativo;
acreditam. Afinal, Deus é bondoso e não vingativo;11
por isso, não irá castigar quem
por isso, não irá castigar quem
não acreditar em Deus, desde que sejam boas pessoas. Assim sendo, é falso que
não acreditar em Deus, desde que sejam boas pessoas. Assim sendo, é falso que
te-nhamos tudo a perder se não acreditarmos em Deus.
nhamos tudo a perder se não acreditarmos em Deus.22
A divindade teísta
A divindade teísta
Ao longo da história da humanidade, muitas foram as divindades a que os seres
Ao longo da história da humanidade, muitas foram as divindades a que os seres
hu-manos prestaram culto. As divindades da antiguidade egípcia eram diferentes das
manos prestaram culto. As divindades da antiguidade egípcia eram diferentes das
di-vindades da antiguidade grega e romana, que por sua
vindades da antiguidade grega e romana, que por sua vez eram diferentes das divinda-vez eram diferentes das
divinda-des chinesas e indianas. Todas estas religiões eram politeístas porque prestavam culto
des chinesas e indianas. Todas estas religiões eram politeístas porque prestavam culto
a várias divindades.
a várias divindades.
Nas religiões monoteístas presta-se culto a uma só divindade. É o caso do
Nas religiões monoteístas presta-se culto a uma só divindade. É o caso do
cristia-nismo, do judaísmo e do islamismo. Chama-se
nismo, do judaísmo e do islamismo. Chama-se «teísmo» à religião monoteísta que atri-«teísmo» à religião monoteísta que
atri-bui a Deus cinco caraterísticas, entre outras: omnipotência, omnisciência, suma
bon-LIÇÕESDEFILOSOFIA
Livro de Apoio
!
Glossário de termos filosóficos
!
Definições e explicações simples mas rigorosas
!Surgem também no Caderno do Estudante
!
Organizadas capítulo a capítulo
!Capítulo 6, página 41
!Página 42
!Explicações e aprofundamentos
!Lição a lição
22124 páginas
6
Liberdade e justiça social
Glossário de noções centrais
Comunitarismo Perspetiva política segundo a qual os laços comunitários são anterio-res e mais fundamentais do que as preferências individuais das pessoas.
Equidade A ideia de que todas as pessoas merecem, à partida, igual consideração. Igualitarismo Perspetiva segundo a qual a igualdade é o valor fundamental a
6
Liberdade e justiça socialPrincípio da diferença
Princípio da justiça proposto por Rawls, segundo o qual as
de-sigualdades sociais e económicas são aceitáveis na medida em que permitam
be-neficiar todos, em especial os mais desfavorecidos.
Princípio do dano
Princípio segundo o qual só se justifica interferir na vida e na
liber-dade das pessoas para impedir danos ou prejuízos que possam ser causados a
ter-ceiros.
Véu de ignorância
Imagem usada por John Rawls para ilustrar a condição de
impar-cialidade na escolha dos princípios da justiça que ocorre na posição original. O véu
de ignorância garante a imparcialidade ao esconder de nós próprios os factos
par-ticulares das nossas vidas e da nossa situação que poderiam tornar as nossas
esco-lhas tendenciosas.
Lição 23:
Liberdade e igualdade
Pretende-se com esta lição colocar apenas o problema, de modo que os alunos
compreendam o que está em causa. É importante que os alunos não confundam a
no-ção de justiça social (ou justiça distributiva) com a justiça que se pratica nos tribunais,
tendo como agentes principais os juízes e advogados (justiça retributiva). O que aqui
está em causa é a primeira e não a segunda.
A melhor maneira de tornar o problema mais vivo é contrapor duas tendências
aparentemente conflituantes sobre a justiça social: o liberalismo (a liberdade
indivi-LIÇÕESDEFILOSOFIA
Aprofundamentos
!
Exemplo: Capítulo 1, páginas 10-11
!Ao aluno é apresentado um conceito
simplificado de proposição
!
Mas ao professor são apresentados outros
aprofundamentos sobre o conceito, incluindo
históricos
23
1
A filosofia e a sua dimensão discursivahumanos. Procurou então caraterizar as várias posições que podemos ter quanto à
insolubilidade dos problemas filosóficos, insistindo que há espaço para uma posição
inteiramente naturalista. Deste ponto de vista, os problemas que para nós são
insus-cetíveis de serem resolvidos são perfeitamente naturais, e não sobrenaturais; acontece
apenas que não temos capacidade para os resolver.
O livro que o tornou mais conhecido do grande público é uma introdução
autobio-gráfica à filosofia, intitulada
Como Se Faz Um Filósofo(publicado entre nós na
Bizân-cio). Neste livro, McGinn explora vários problemas da filosofia de modo introdutório,
incluindo o argumento ontológico de Anselmo, problemas de filosofia da linguagem
e da mente, de metafísica e de outras áreas. Muitas pessoas consideram-no uma das
melhores introduções contemporâneas à filosofia.
McGinn dedicou-se também à filosofia da literatura e ao papel que a literatura
de-sempenha na reflexão ética, assim como à filosofia do cinema, explorando o impacto
que o cinema exerce sobre nós. É ainda autor de
Não Me F**** o Juízo: Crítica da Manipulação Mental(Bizâncio), livro que explora as muitas maneiras como as pessoas
podem ser manipuladas mentalmente.
Lição 3:
Teses e proposições
Teses e teorias
O conceito de tese é algo vago, mas procurámos dizer o essencial que, para o
aluno, seja esclarecedor. Na verdade, uma tese é apenas uma proposição ou conjunto
LIVRO DE APOIO
que exprime ideias, como é o caso de símbolos escritos num papel ou sons proferidos por alguém. Antes disso, os estoicos tinham também distinguido claramente as duas coisas, o que não parece ocorrer no caso de outros filósofos da antiguidade grega. Os estoicos chamavam lekta ao meio de expressão das ideias, a que hoje chamamos frase, e axiomata ao que hoje chamamos proposição, ou seja, as ideias que exprimi-mos com as frases.
A partir do renascimento, os filósofos afastaram-se da noção de proposição, que entendiam no sentido de Boécio, defendendo que nos interessa, não a expressão ver-bal das ideias, mas as ideias em si. Por isso, introduziram um termo novo: juízo. Do ponto de vista dos filósofos modernos, a propositio é apenas a expressão verbal do juízo; do ponto de vista atual, é a frase que é a expressão verbal da proposição, sendo esta o mesmo que o juízo (termo que passou a ser preterido devido às suas conota-ções psicológicas: não queremos falar do ato subjetivo de ajuizar, mas do conteúdo desse ato).
50
LIÇÕES DE FILOSOFIA Axiomata Meio de expressão(falada escrita) Ideia expressa
Lekta Estoicos
Propositio (outros autores) Propositio (Boécio), dicta
Medievais
Juízo Proposição
LIÇÕESDEFILOSOFIA
7 testes completos
!
Um teste para cada unidade temática
1. Unidade inicial
2. Ação humana
3. Valores
4. Ética
5. Ética, direito e política
6. Estética
7. Religião
!
Propostas de resolução dos testes
24
LIÇÕESDEFILOSOFIA
7 testes completos
!
Exemplo: página 88
!Grupo I
!
8 questões de escolha múltipla
!Grupo II
!
4 questões com interpretação de texto
!Grupo III
!
2 questões abertas de desenvolvimento
25
LIÇÕESDEFILOSOFIA
Banco de questões
!
Página 99
!
50 questões de escolha múltipla
!
Para cada uma das 7 unidades temáticas
!7 questões resposta curta
!
4 questões de desenvolvimento
26
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