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REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL. Eixo Temático: Políticas Públicas para infância e juventude.

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REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

MARIN, Maria Angélica Lacerda 1

Eixo Temático: Políticas Públicas para infância e juventude.

RESUMO

Esta pesquisa visa ao estudo da tese de redução da maioridade penal como política pública eficaz de controle de violência entre adolescentes. Conforme Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 8733 atos infracionais no Estado de São Paulo em 2011/2012. A hipótese desta pesquisa funda-se na ideia de que a violência crescente tem fortalecido a premissa da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos como resposta eficaz de controle. Porém, dados do PNUD (2015) indicam que o índice de reincidência criminal no Brasil é de 47,4%. Na avaliação de especialistas, este resultado é indicativo do baixo grau de eficácia do sistema carcerário. Assim, a adoção dessa medida tem sido questionada em sua eficácia sociocriminal. O presente estudo está baseado numa revisão bibliográfica, no uso de dados estatísticos e nos resultados de pesquisa de opinião junto a um universo de aproximadamente 600 acadêmicos do curso de Direito de uma instituição do interior paulista, região da média sorocabana.

Palavras-Chave: adolescentes, violência, maioridade penal, redução, eficácia

1Unesp Assis. Doutoranda em História e docente do Curso de Direito da FEMA Assis

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1 INTRODUÇÃO

A redução da maioridade penal no Brasil tem sido objeto de amplos debates entre políticos, juristas, sociólogos e formadores de opinião. A questão central está na crescente criminalidade entre adolescentes.

Neste contexto, o objetivo desta pesquisa é o de investigar as representações do imaginário coletivo sobre a eficácia social da redução da maioridade penal junto ao curso de Direito em uma Instituição de Ensino Superior em uma cidade do interior paulista. A enquete aplicada está estruturada a partir de questões relativas à política pública de controle da violência, com foco nos Direitos Fundamentais.

Atualmente, observa-se uma tendência do legislador e dos órgãos encarregados da segurança pública de tornar o sistema penal mais rígido. A hipótese, que norteia este trabalho, é de que a redução da maioridade penal não é uma medida socialmente eficaz. Trata-se de medida legal polêmica, que tem suscitado debates na esfera do Direito Constitucional. Assim, este artigo quer ser uma contribuição aos estudos relacionados à criminalidade entre adolescentes, redução da maioridade penal, controle e eficácia social das políticas de segurança pública.

2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA MAIORIDADE PENAL

Não é objetivo deste trabalho analisar a constitucionalidade da redução da maioridade penal por meio de Emenda Constitucional. Entretanto, a discussão da eficácia sociocriminal deste procedimento passa por uma questão de ordem jurídico-constitucional, sobre a qual discorreremos brevemente antes de examinarmos o objeto do trabalho.

O artigo 228 da Constituição Federal estabelece: “são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial”. No mesmo sentido, o artigo 27 do Código Penal brasileiro estabelece inimputabilidade do menor de 18 anos. A norma regulamentadora é estabelecida pelo artigo 104 do Estatuto da Criança e do Adolescente que dispõe: “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.” Referidas medidas possuem o objetivo de reprimir atos infracionais praticados por menores, por meio das chamadas medidas socioeducativas, não pela imposição de penas, providência apenas admitida em relação a infratores maiores.

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De acordo com o artigo 103 de referido diploma legal, considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal praticada por adolescente. Este, segundo o artigo 2º , é a pessoa entre doze e dezoito anos incompletos.

Para a definição da maioridade penal aos 18 anos, o legislador brasileiro adotou o critério chamado “biológico”. Assim, considera-se apenas a idade cronológica do agente, independentemente de sua capacidade jurídica no sentido de compreender o caráter ilícito de seu comportamento ou, ainda, de determinar-se a partir de tal entendimento.

Damásio Evangelista de Jesus (1998,p.321), informa que o critério biológico adotado para definição da maioridade penal, estabelece a presunção absoluta2 da inimputabilidade do menor de 18 anos. Para o autor, a menoridade é um fator biológico suficiente para determinar a inimputabilidade. Assim, o menor é presumidamente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com tal entendimento.

Ocorre que o número de atos infracionais praticados alcançam patamares estatísticos alarmantes no Brasil. Conforme Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 8733 casos no Estado de São Paulo entre 2011 e 2012. A violência crescente fortalece a premissa da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos como resposta eficaz de controle. Daí surge a discussão sobre a possibilidade de alterar a disposição do artigo 228 da Constituição Federal por meio de Emenda Constitucional

Entretanto, a Constituição Federal de 1988 é classificada como uma constituição rígida, cuja alteração demanda procedimentos mais complexos do que os exigidos para a

alteração de leis infraconstitucionais (CF, 60, § ). Também o legislador constituinte previu as chamadas “cláusulas pétreas” no artigo 60 § 4º da Carta Magna, que vedam a deliberação sobre proposta de emenda tendente a abolir, dentre outros, os direitos e garantias individuais.

Ocorre que a regra constitucional que considera penalmente inimputáveis os menores de 18 anos tem sido considerada uma garantia individual. Portanto, uma proposta de emenda constitucional com objetivo de reduzir a maioridade penal violaria uma cláusula pétrea, sendo considerada inconstitucional. Não sendo admitida a alteração por emenda, a redução da

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maioridade penal no Brasil só seria possível pela vigência de uma nova Constituição Federal, ou seja, por meio de uma nova Assembleia Constituinte.

2.1 CONTROVÉRSIAS E APROXIMAÇÕES NA DISCUSSÃO

Portanto, há consenso jurídico em torno da inconstitucionalidade, por meio de Emenda à Constituição ou outro recurso legislativo, da medida de redução da maioridade penal. Porém não basta isto. Há também séria suspeição quanto à eficácia social da pretensa medida de redução da maioridade penal, principalmente entre especialistas em violência, criminalidade e controle social.

Em pesquisa realizada no ano de 2011, a Secretaria de Direitos Humanos apurou que foram registrados 17.374 atos infracionais no Brasil naquele ano. Liderando as estatísticas, o roubo (subtração de coisa alheia móvel com violência ou grave ameaça) representa 38% do total; o tráfico, 26,6%; o homicídio, 8,4% e o furto, 5,6% dos casos. Diante desse quadro, a sociedade tem clamado pela adoção de medidas mais severas em relação ao menor em conflito com a lei. Assim, muito se tem discutido sobre a redução da maioridade penal como forma de permitir o encarceramento de adolescentes que praticam atos definidos como crime e de controlar essa criminalidade.

O primeiro projeto de Emenda Constitucional visando à alteração do artigo 228 da Constituição federal foi registrado sob nº 171/93 e tem por objetivo reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos para os casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. A proposta vive um longo processo legislativo, com vários pedidos de arquivamento e desarquivamento, sustentando a plataforma eleitoral de políticos que visam a seduzir a opinião pública, embora tenham conhecimento sobre sua inconstitucionalidade. Depois dele, diferentes PECs têm sido apresentadas, objetivando a redução da idade de inimputabilidade penal para 16,14 e 12 anos.

Em linhas gerais, entende-se que o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê medidas socioeducativas muito brandas. Faz parte do senso comum a ideia de que referida lei oferece apenas proteção ao menor não o punindo adequadamente. A grande mídia contribui para a disseminação de ideias reducionistas, instigando o entendimento de que os adolescentes deveriam ser penalizados como os maiores de 18 anos.

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Nucci (2007, p.294), jurista, também se manifesta favorável à redução da maioridade penal. Segundo ele, o menor entre 16 e 17 anos de idade tem condições de compreender o caráter ilícito de um dado comportamento, pois “o desenvolvimento mental, acompanha, como é natural, a evolução dos tempos”.

Além disso, argumenta-se que se o menor a partir de 16 anos já possui discernimento para votar, também já o possuem para responder criminalmente por seus atos. Sobre esta incoerência, Palomba (2003,p.509), em sua obra “Tratado de Psiquiatria Forense Civil e Penal”, afirma que o critério biológico adotado juridicamente para definir a maioridade penal impede a apreciação correta do problema. A partir da regra do artigo 228 da Constituição Federal, se um menor comete um delito com 17 anos, 11 meses e 29 dias responderia pela prática de ato infracional, sancionada com medida socioeducativa. Se o cometesse um dia depois, cumpriria pena de prisão de acordo com o Código Penal.

Outra tese frequentemente invocada está relacionada a acirradas críticas feitas a respeito das unidades de internação do menor. Entende-se que elas também não correspondem aos requisitos estabelecidos pela lei. Como acontece nas prisões brasileiras, os internos são igualmente submetidos a condições de superlotação, insalubridade, violência.

Por outro lado, há vários pesquisadores e instituições diversas que se manifestam contra a redução da maioridade penal. Dentre elas, a OAB, o Ministério da Justiça, o Conselho Nacional dos Direitos da criança, para os quais a tese reducionista viola flagrantemente os preceitos previstos na Constituição Federal e nas normas internacionais.

Uma das principais argumentações contra a redução da maioridade penal, refere-se à necessidade de se investir em um sistema educacional de qualidade como forma de prevenir a criminalidade entre adolescentes. O Conselho Federal de Psicologia entende que o Estado fracassou na promoção do desenvolvimento adequado e saudável a crianças e adolescentes por meio da garantia de direitos. Para os conselheiros, não é possível solucionar a violência pela punição, mas pela promoção de políticas públicas nas áreas social, econômica e, em especial de educação. A redução da maioridade penal trataria apenas dos efeitos e não da causa da violência. (CFP, 2013)

Dados do PNUD (2015) apontam um índice de reincidência criminal no Brasil de 47,4%. Na avaliação de especialistas, este resultado demonstra o baixo grau de

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ressocialização do nosso sistema prisional. Assim, o encarceramento de menores tem sido questionado em sua eficácia sociocriminal, uma vez que os adolescentes deixariam a prisão mais aperfeiçoados na criminalidade do que quando ali ingressaram. Entende-se também que o sistema penal no Brasil é altamente seletivo. Caso a redução da maioridade penal fosse admitida, os jovens em condições menos favorecidas (negros, pobres e moradores de periferia) seriam os mais suscetíveis à segregação.

Outro argumento apontado é que o Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê no artigo 120 uma medida socioeducativa que restringe a liberdade do menor infrator assim como a prisão o faz em relação ao infrator maior de 18 anos. Trata-se da internação, cujo prazo máximo não excede a três anos, cumpridos, em regra na Fundação Casa. Após este período, o menor deverá ser colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida, antes da liberação efetiva. Aos vinte e um anos, a liberação é compulsória.

A internação obedece ao princípio da excepcionalidade, ou seja, se houver outra medida adequada, esta é que deverá ser aplicada. É admitida em três hipóteses: 1- quando tratar-se de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça à pessoa; por reiteração no cumprimento de outras infrações graves; 3- por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

Francisco de Assis Toledo (1994, p.322) afirma que a sociedade moderna não investe na proteção e educação do menor em condições de exclusão. Portanto, não podemos esperar outro efeito desta espécie de banimento senão vê-los sendo recrutados pelos profissionais do crime. Marginalizados e esquecidos pela sociedade, veem aí uma forma de sobrevivência e de responder à sociedade toda hostilidade que receberam nas ruas.

2.2 REPRESENTAÇÕES DA POLÊMICA NO ÂMBITO DO CURSO DE DIREITO

Pesquisa realizada pelo Datafolha no ano de 2015 demonstrou que 87% da população adulta brasileira são favoráveis à redução da maioridade penal e 11% revelaram-se contra. Um dado interessante refere-se ao fato de que a rejeição à redução da maioridade para fins de imputação penal é mais alta entre os mais escolarizados (23%). A pesquisa envolveu 2834 entrevistas em 171 municípios brasileiros.

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A realização de uma pesquisa científica envolve a necessária identificação de espaços e atores envolvidos com a temática. Assim, foi realizada uma pesquisa de opinião junto a um universo de 513 alunos do curso de Direito de uma instituição de ensino superior da região da alta sorocabana, interior de São Paulo. O objetivo foi o de avaliar o olhar do futuro ator do cenário jurídico e político sobre um dos mais graves problemas sociais brasileiros: a criminalidade entre adolescentes e a redução da maioridade penal como alternativa.

Do total de alunos entrevistados entre o primeiro e quinto anos, 57,30% manifestaram ser a favor da redução da maioridade penal. Destes, 33,91% admitem a redução para 16 anos pois entendem que, a partir dessa idade, o adolescente já tem condições de discernimento e autodeterminação. Para uma parcela significativa, 14,61%, as medidas socioeducativas previstas pela legislação brasileira levam à impunidade, o que contribui para o aumento da criminalidade. Poucos, 097%, relacionaram a aceitação à adoção da maioridade penal abaixo de 18 anos por alguns países desenvolvidos. No mesmo grupo, 6,23%, aceitam a redução por entenderem que as medidas socioeducativas para menores são muito brandas no Brasil. Um pequeno percentual, 1,56%, afirmou que somente a prisão pode conter a prática de atos definidos como crime entre adolescentes.

Por outro lado, 38,79% da comunidade discente manifestaram-se contra a redução da maioridade penal. Destes, 19,69% porque entendem que o sistema carcerário brasileiro não contribui para a reinserção do egresso à sociedade; 12,86%, por entenderem ser mais eficiente educar do que punir; 5,07 % porque pensam que a redução da maioridade penal afetaria menores em condições sociais menos favorecidas e 1,17% por considerarem que o menor de 18 anos está em um patamar de desenvolvimento psicológico diferente dos adultos. Do total dos estudantes, uma pequena parcela, 3,9%, afirmou não ter opinião formada sobre o assunto. O resultado obtido por série foi o seguinte:

A FAVOR CONTRA SEM OPINIÃO

1º ANO 58,86% 38,61% 2,53%

2º ANO 54,4% 41,6% 4%

3º ANO 58,71% 35,78% 6%

4º ANO 64,18% 35,82% -

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Entre os grupos entrevistados, observamos que no 1º ano havia um grau maior de certeza quanto à admissibilidade ou não da redução da maioridade penal: somente 2,53% manifestaram não ter opinião formada sobre o assunto.

O grau de dúvida foi aumentando no decorrer do curso, embora tenha zerado no quarto ano. Porém atingiu seu ápice no quinto ano: 9,26%. Observa-se que, entre o 1º e o 5º anos, o percentual daqueles que são favoráveis caiu de 58,86% para 48,15%.

A partir destes resultados, surge um questionamento: a redução da maioridade penal teria o mesmo grau de aceitação do que a pesquisa que envolve a pena de morte? Uma pesquisa realizada pelo Datafolha no ano de 2006 indicou que 84% da população brasileira aceitavam a redução da maioridade penal e 51% eram favoráveis à pena de morte.

Quando a questão se refere à pena de morte há interferência de outras variáveis, dentre elas, a de caráter religioso. É possível que o maior grau de rejeição seja à pena capital porque a redução da maioridade penal não traz o peso de aceitar a conduta de “matar alguém”.

Para realização desta pesquisa, foi utilizado um instrumento subjetivo de investigação. Na resposta dos alunos, observamos interferência de julgamento moral que está além do conhecimento jurídico adquirido ao longo do curso.

Analisando tais subjetividades, é possível entender a razão pela qual os alunos do último ano do curso têm o maior percentual de dúvida quanto à discussão (9,26% manifestaram não ter opinião formada sobre o assunto) e o índice de aceitação foi reduzido de 58,86 % para 48,15%.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entende-se de que há um consenso firmado entre juristas de que a inimputabilidade criminal do menor de dezoito anos constitui um direito fundamental previsto no artigo 5º, como cláusula pétrea, inalterável por meio de Emenda à Constituição. Portanto, trata-se de matéria pacífica quanto à juridicidade.

Nas discussões, prevalece a hipótese de ineficácia social da redução da maioridade penal no Brasil. Em seu fulcro, a hipótese considera que aprisionar adolescentes implica

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torná-los mais vulneráveis às estratégias do crime organizado. Consequentemente, a medida estaria apenas ensejando uma antecipação de adolescentes infratores ao mundo especializado do crime. As condições atuais das prisões brasileiras não têm permitido uma ressocialização adequada do interno. Além disto, o contato com criminosos das grandes organizações criminosas estaria facilitando a cooptação e profissionalização de adolescentes infratores aos rentáveis negócios do mundo do tráfico.

A proposta desta pesquisa foi a de investigar as representações do imaginário coletivo de alunos de um curso de Direito, no interior paulista, sobre a eficácia social da redução da maioridade penal no Brasil. O objetivo foi o de colher dados que possam refletir o olhar do discente de Direito sobre a redução da maioridade penal. Afinal, este grupo atuará no cenário jurídico e político, que enfrentará diretamente essa questão.

A maioria dos alunos apresentou postura de aceitação. Do total de alunos entrevistados, 57,30% manifestaram ser a favor da redução da maioridade penal. Porém, o grau de aceitação da redução da maioridade não se circunscreve ao curso de Direito da instituição investigada, nem aos cursos de Direito de maneira geral. Existe um clamor ainda mais forte da sociedade por um maior rigor do sistema penal. Dentre as medidas repressivas que podem levar à consecução de tais objetivos, a redução da maioridade penal é uma delas.

É possível que, se a mesma pesquisa fosse aplicada em outras instituições da região, o grau de aceitação da medida fosse ainda mais elevado, dependendo do perfil mais ou menos autoritário e conservador.

A sociedade, diante dos altos índices de criminalidade, clama por políticas de segurança pública mais eficazes no controle dessas práticas. Por considerar que a legislação vigente é muito branda em relação aos atos infracionais, exige-se um maior rigor do sistema penal. Entretanto, este modelo é incompatível com o Estado Democrático de Direito, cuja base angular são as garantias e liberdades individuais conquistadas a duras penas após o período da Ditadura Militar

Entende-se que a solução não se encontra na intensificação da repressão penal. E necessário investir em políticas públicas de saúde, de educação e de acesso à cultura voltadas aos adolescentes. Somente assim, poderemos recruta-los para a construção de um país mais justo e democrático, afastando-os da criminalidade, sempre mais fácil e sedutora.

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4 REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Lei Federal nº 8.069/90. Estatuto da Criança e do Adolescente, Brasília, 1990.

BRASIL. Decreto-lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal, 1940.

BRASIL. Lei n 12.594/12. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Acesso em 30.06.16 em

http://site.cfp.org.br/publicacao/reducao-da-maioridade-penal-socioeducacao-nao-se-faz-com-prisao/

Datafolha. (2015). Brasileiros que são a favor da redução da maioridade penal. Acesso em 30.06.2016, em .http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2015/04/1620652-87-dos-brasileiros-sao-a-favor-da-reducao-da-maioridade-penal.shtml

Datafolha. (2006). Posição política, opinião sobre o aborto, pena de morte, descriminalização da maconha e maioridade penal. Acesso em 30.06.16, em http://datafolha.folha. uol.com.br/po/ver_po.php?session=268.

JESUS, Damasio Evangelista de. Direito Penal: parte geral. 21ª ed. São Paulo: editora Saraiva, 1998

MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 23.ed. São Paulo: Atlas, 2008

GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 7. ed. São Paulo: RT, 2007.

ONU – Dados estatísticos de 2010 – Acesso em 30.06.16. Disponível em http://nacoesunidas.org/

PALOMBA, Guido Arturo. Tratado de Psiquiatria Forense Civil e Penal. São Paulo: Atheneu, 2003.

TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal, 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 1994

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