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A revogação do POC e o “novo” Sistema de Normalização Contabilística (SNC)
Aspectos fiscais mais relevantes decorrentes da adopção do SNC
Adopção pela primeira vez das NCRF – Regime Transitório
Dossier Fiscal
Estabelece a adopção na UE das normas internacionais de contabilidade (IAS , IFRS e interpretações conexas)
Decreto-Lei nº 158/2009, de 13.07
Aprova o Sistema de Normalização Contabilística (S.N.C.) e revoga o Plano Oficial de Contabilidade (P.O.C.)
Decreto-Lei nº 159/2009, de 13.07 e
Decreto-Regulamentar nº 25/2009, de 14.09
DECORRENTES DA ADOPÇÃO DO
SNC
2.
“CONVERGÊNCIA” ENTRE CONTABILIDADE E FISCALIDADE
3.
C
ONTINUIDADE DA SEPARAÇÃO(
DA“
DIVERGÊNCIA”)
ENTRE CONTABILIDADE E FISCALIDADE Considerando que a estrutura do CIRC se mostra, em geral, adequada ao acolhimento do novo referencial contabilístico, mantém-se o modelo de dependência parcialpara efeitos de apuramento do lucro tributável.
O Código do IRC (CIRC)
que entrou em vigor em 1 Janeiro de 1989
já estava estruturado, desde a sua origem,
segundo o modelo de dependência parcial
ADOPÇÃO DO MODELO DE DEPENDÊNCIA PARCIAL DO CIRCnº 10 do Preâmbulo do CIRC:
Dado que a tributação incide sobre o lucro, é natural que a contabilidade, como instrumento de medida, desempenhe um papel essencial como suporte de determinação do lucro tributável.
Afastadas uma separação absoluta (dupla contabilidade) ou uma identificação total (lucro contabilístico = lucro tributável), continua a privilegiar-se uma
solução que, consiste em fazer reportar, na origem, o lucro tributável ao resultado contabilístico ao qual se introduzem, extracontabilisticamente, as correcções fiscais.
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO
+ Variações patrimoniais positivas - Variações patrimoniais negativas + Correcções fiscais aumentativas - Correcções fiscais diminutivas
= LUCRO TRIBUTÁVEL
Valores extraídos da contabilidade
Correcções conforme CIRC Determinação do Lucro Tributável (art. 17º, nº 1)
Considerando que a estrutura do CIRC se mostra, em geral, adequada ao acolhimento do novo referencial contabilístico, mantém-se o modelo de
dependência parcial para efeitos de apuramento do lucro tributável.
Assim, na adaptação do CIRC ao SNC, optou-se por:
• Manter a ligação estreita entre a contabilidade e a fiscalidade,
procedendo-se apenas à adaptação das normas do CIRC às novas normas contabilísticas;
• Corolário do modelo:
Na ausência de norma específica no CIRC, aceita-se para efeitos fiscais a contabilização segundo o SNC
(POC) (SNC)
= LUCRO TRIBUTÁVEL (em ambiente SNC)
D.L. 159/2009 D. Reg. 25/2009
Determinação do Lucro Tributável (art. 17º, nº 1)
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO
+ Variações patrimoniais positivas - Variações patrimoniais negativas
Valores extraídos da contabilidade
+ Correcções fiscais aumentativas - Correcções fiscais diminutivas
Correcções conforme CIRC “adaptado”
No domínio da aproximação entre contabilidade e fiscalidade, é aceite a
aplicação do modelo do “justo valor” em instrumentos financeiros (NCRF 27)
cuja contrapartida seja reconhecida através de resultados, e na valorização dos
NCRF # DESIGNAÇÃO SNC CIRC NCRF 6 NCRF 7 NCRF 8 NCRF 11 NCRF 14 NCRF 17 NCRF 27 Activos Intangíveis (R) Act. Fixos Tangíveis (R) Act. não Corr. Detidos
para Venda (JV) Propriedades Investimento (JV) Concentração Activid. Empresariais (JV) Agricultura (JV) Instrumentos Financ. (Act. fin. a JV p/result.)
SIM (OPCIONAL) SIM (OPCIONAL) SIM (OBRIGATÓRIO) (seJV<V.L.Contab.) SIM (OPCIONAL) SIM(OBRIGATÓRIO) SIM (OBRIGATÓRIO) SIM(OBRIGATÓRIO) NÃO NÃO NÃO NÃO
NÃO(se neutralidade fiscal) (Método Comunhão Interesses)
SIM(Act.Biológ. Consum.)
NÃO(Act. Biológ. Produç.)
SIM (com excepção
se ICP > 5% capital)
Das 8 NCRF que apelam ao conceito de
“Justo Valor (JV)“ vs. “Revalorização (R)”,
o CIRC aceita esta m
e
nsur
a
ção apenas para 2 das normas
(NCRF
17
e
27
),
e, mesmo assim, com limitações.
Conclusão
A convergência entre contabilidade e fiscalidade é “ainda evidente” no acolhimento:
• Do modelo do “custo amortizado” (Instrumentos Financeiros);
No domínio da aproximação entre contabilidade e fiscalidade, é aceite a
aplicação do modelo do “justo valor” em instrumentos financeiros (NCRF 27) cuja contrapartida seja reconhecida através de resultados, e na valorização dos
MODELO DE MENSURAÇÃO “CUSTO AMORTIZADO” (INSTRUMENTOS FINANCEIROS)
M: custo ou custo amortizado, menos perdas por imparidade.
Activos financeiros pelo justo valor por via de resultados
Investimentos detidos até à maturidade
Empréstimos concedidos / contas a receber
Activos financeiros disponíveis para venda
M: justo valor.
M: custo ou custo amortizado, menos perdas por imparidade.
M: justo valor por via de capitais próprios.
Exemplo: títulos detidos para negociação
Exemplo: obrigações não convertíveis
Exemplo: créditos sobre clientes
Exemplo: instrumentos de capital próprio não cotados e cujo justo valor seja de difícil determinação
Classificação dos activos financeiros (IAS 39) vs. Modelo de Mensuração (M)
SNC CIRC
Sim (opcional) Sim (opcional)
Convergência SNC/CIRC
No domínio da aproximação entre contabilidade e fiscalidade, é aceite a
aplicação do modelo do “justo valor” em instrumentos financeiros (NCRF 27) cuja contrapartida seja reconhecida através de resultados, e na valorização dos
activos biológicos consumíveis (NCRF 17);
A convergência entre contabilidade e fiscalidade é “ainda evidente” no acolhimento:
• Do modelo do “custo amortizado” (Instrumentos Financeiros);
“VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO” (AJUSTAMENTOS EM INVENTÁRIOS) SNC CIRC Sim (§ 28-33, NCRF18) Sim (art. 28º, nº2) Definição própria de VRL
Convergência SNC/CIRC quanto à aceitação do VRL. Contudo, definição própria no CIRC.
De notar que, no caso de materiais e outros consumíveis (Matérias Primas): - NCRF18, §32 VRL = aceita o “Custo de Reposição”
- CIRC VRL = sempre relacionado com o “Preço de Venda”
No domínio da aproximação entre contabilidade e fiscalidade, é aceite a
aplicação do modelo do “justo valor” em instrumentos financeiros (NCRF 27) cuja contrapartida seja reconhecida através de resultados, e na valorização dos
activos biológicos consumíveis (NCRF 17);
A convergência entre contabilidade e fiscalidade é “ainda evidente” no acolhimento:
• Do modelo do “custo amortizado” (Instrumentos Financeiros);
• Do “valor realizável líquido” (Ajustamentos em Inventários);
MÉTODO DA % DE ACABAMENTO (CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO) SNC CIRC Sim (opcional) Sim (obrigatório)
Convergência parcial SNC/CIRC
“FASE DE ACABAMENTO”
% DE ACABAMENTO
MÉTODO BASEADO NOS CUSTOS
TRABALHO EXECUTADO MÉTODO BASEADO NA MEDIÇÃO FÍSICA Sim (opcional) Não “PERDAS ESPERADAS” RECONHECIDAS IMEDIATAMENTE COMO“GASTOS” Sim (obrigatório) Não Divergência SNC/CIRC
(tal como já acontecia com a D.C.3/CIRC)
A convergência entre contabilidade e fiscalidade é “ainda evidente” no acolhimento:
• Do modelo do “custo amortizado” (Instrumentos Financeiros);
• Do “valor realizável líquido” (Ajustamentos em Inventários);
• Do método da “percentagem de acabamento” (Contratos de Construção);
• Das provisões para garantias a clientes;
No domínio da aproximação entre contabilidade e fiscalidade, é aceite a
aplicação do modelo do “justo valor” em instrumentos financeiros (NCRF 27) cuja contrapartida seja reconhecida através de resultados, e na valorização dos
PROVISÕES PARA GARANTIAS A CLIENTES
O gasto do período “n”, para efeitos fiscais, não pode exceder :
(1) o montante das Vendas e/ou Prestações de Serviços realizadas no período “n” sujeitas a garantia (G) (2) multiplicada por uma % calculada nos termos seguintes:
EGn-3+ EGn-2+ EGn-1
V/PS (G)n-3 + V/PS (G)n-2 + V/PS (G)n-1
Legenda:
V/PS (G) = Vendas e/ou Prestações de Serviços sujeitas a Garantia
Provisão anual máxima (gasto fiscal no período “n”) = V/PS (G)n
% Provisão n =
x % Provisãon
SNC CIRC
Sim Sim
(com os limites previstos no CIRC)
Convergência parcial SNC/CIRC
A convergência entre contabilidade e fiscalidade é “ainda evidente” no acolhimento:
• Do modelo do “custo amortizado” (Instrumentos Financeiros);
• Do “valor realizável líquido” (Ajustamentos em Inventários);
• Do método da “percentagem de acabamento” (Contratos de Construção);
• Das provisões para garantias a clientes;
• Da adopção da nova terminologia contabilística;
No domínio da aproximação entre contabilidade e fiscalidade, é aceite a
aplicação do modelo do “justo valor” em instrumentos financeiros (NCRF 27) cuja contrapartida seja reconhecida através de resultados, e na valorização dos
ADOPÇÃO DA NOVA TERMINOLOGIA CONTABILÍSTICA
Até 31.12.2009 A partir de 01.01.2010
Existências Inventários / Activos biológicos Proveitos e ganhos Réditos / Rendimentos
Custos e perdas Gastos
Provisões (bens do activo) Ajustamentos / Perdas por imparidade
Reposição de provisões (bens do activo) Reversão de ajustamentos / de perdas por imparidade Reintegrações e amortizações Depreciações e amortizações
Imobilizado corpóreo Activo fixo tangível Imobilizado incorpóreo Activo intangível
Investimentos em imóveis Propriedades de Investimento
Reavaliação Revalorização
Resultado Líquido do Exercício Resultado Líquido do Período Princípio da especialização dos exercícios Regime de periodização económica
SNC CIRC
Sim Sim, em geral, com
pequenas divergências.
(p.e., métodos de depreciação e amortização)
Convergência quase total SNC/CIRC
No domínio da aproximação entre contabilidade e fiscalidade, é aceite a
aplicação do modelo do “justo valor” em instrumentos financeiros (NCRF 27) cuja contrapartida seja reconhecida através de resultados, e na valorização dos
activos biológicos consumíveis (NCRF 17);
A convergência entre contabilidade e fiscalidade é “ainda evidente” no acolhimento:
• Do modelo do “custo amortizado” (Instrumentos Financeiros);
• Do “valor realizável líquido” (Ajustamentos em Inventários);
• Do método da “percentagem de acabamento” (Contratos de Construção);
• Das provisões para garantias a clientes;
• Da adopção da nova terminologia contabilística;
• E ainda, na eliminação de normais fiscais que se tornaram desnecessárias face ao novo normativo contabilístico (p.e., as despesas de “investigação/pesquisa” consideradas integralmente como gasto fiscal do período);
ELIMINAÇÃO DE NORMAIS FISCAIS DESNECESSÁRIAS FACE À ADOPÇÃO DO SNC SNC (desde 01.01.2010) CIRC (até 31.12.2009) Gasto Possível opção por
“Gasto” POC (até 31.12.2009) Activo amortizável DESPESAS DE INVESTIGAÇÃO VS. PESQUISA “GRATIFICAÇÕES DE BALANÇO” Gasto
(do período a que respeita o Resultado)
Variação Patrimonial Negativa
(do período a que respeita o Resultado)
Diminuição do Resultado retido
(no período seguinte ao do Resultado – Assembleia Geral)
Existem, no entanto, áreas em que é necessário preservar os interesses e as
perspectivas próprias da fiscalidade, mantendo-se diferentes graus de separação relativamente à contabilidade, tais como:
• Manutenção das características essenciais do regime fiscal das depreciações e amortizações (com as divergências que, em geral, já existiam);
MANUTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO REGIME FISCAL DAS DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES
(COM AS DIVERGÊNCIAS QUE, EM GERAL, JÁ EXISTIAM)
SNC CIRC
MÉTODOS
• BASEADOS NO TEMPO
• BASEADOS NAS UNIDADES FÍSICAS
- LINHA RECTA - SALDO DECRESCENTE - UNIDADES DE PRODUÇÃO - QUOTAS CONSTANTES - QUOTAS DECRESCENTES -OUTROS MÉTODOS
(mediante reconhecimento prévio da DGI, mantendo-se os períodos “máximo” e
“mínimo” de vida útil fiscal)
Dispensado o reconhecimento, se daí não resultar um valor de depreciação > quota máxima fiscal
Até 31.12.2009 Após 01.01.2010 (D. Reg. 25/2009) GASTOS COM DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES Só aceites fiscalmente se contabilizados como “gastos do período”
Aceites fiscalmente se contabilizados como “gastos do período” ou de
“períodos anteriores”
(sem exigência de regularização contabilística)
MANUTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO REGIME FISCAL DAS DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES
1 Deixa de ser necessário efectuar a regularização contabilística para considerar o gasto fiscal em 2013
Exemplo → Máquina com custo de aquisição = €200.000; taxa fiscal máxima = 25%
MANUTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO REGIME FISCAL DAS DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES
Até 31.12.2009 Após 01.01.2010
(D. Reg. 25/2009)
“QUOTAS PERDIDAS” Não aceites fiscalmente
Aceites,
mediante autorização prévia da DGI
MANUTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO REGIME FISCAL DAS DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES
COM AUTORIZAÇÃO DGI
SEM AUTORIZAÇÃO DGI
Exemplo → Máquina com custo de aquisição = €200.000; taxa fiscal máxima = 25%
MANUTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO REGIME FISCAL DAS DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES
Existem, no entanto, áreas em que é necessário preservar os interesses e as
perspectivas próprias da fiscalidade, mantendo-se diferentes graus de separação relativamente à contabilidade, tais como:
• Manutenção das características essenciais do regime fiscal das depreciações e amortizações (com as divergências que, em geral, já existiam);
• Manutenção das características essenciais do regime fiscal das “ex-provisões” e
“desvalorizações excepcionais” (agora “perdas por imparidade”) (com as divergências que, em geral, já existiam);
MANUTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS
ESSENCIAIS
“EX-PROVISÕES”
(créditos de cobrança duvidosa)
“DESVALORIZAÇÕES EXCEPCIONAIS”
(AFT, AI, ABiol.Prod., Prop. Inv.)
AGORA
“PERDAS POR IMPARIDADE”
LOGO, MANUTENÇÃO DAS DIVERGÊNCIAS QUE, EM GERAL, JÁ EXISTIAM Apenas reenquadramento terminológico
(em sintonia com o SNC)
MANUTENÇÃO DO REGIME FISCAL
As “Perdas por Imparidade” de activos “Depreciáveis ou Amortizáveis”
Não aceites fiscalmente sob o regime das “desvalorizações excepcionais”
São consideradas como gastos, em partes iguais, durante o período de vida útil remanescente do activo
Para compensar a menor depreciação/amortização pela relevação contabilística da “Perda por Imparidade”
Exemplo → Máquina com custo de aquisição = €500.000; taxa fiscal máxima = 20%
Existem, no entanto, áreas em que é necessário preservar os interesses e as
perspectivas próprias da fiscalidade, mantendo-se diferentes graus de separação relativamente à contabilidade, tais como:
• Manutenção das características essenciais do regime fiscal das depreciações e amortizações (com as divergências que, em geral, já existiam);
• Manutenção das características essenciais do regime fiscal das “ex-provisões” e
“desvalorizações excepcionais” (agora “perdas por imparidade”) (com as divergências que, em geral, já existiam);
• Manutenção das características essenciais do regime das mais-valias e menos-valias fiscais (com as divergências que, em geral, já existiam), alargando-se no entanto o regime do reinvestimento às “Propriedades de Investimento”;
MAIS-VALIAS E MENOS-VALIAS FISCAIS (MV/mv)
MANUTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DAS MV/mv
aplicável a:
ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS
ACTIVOS INTANGÍVEIS
ACTIVOS BIOLÓGICOS DE PRODUÇÃO
PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO
INSTRUMENTOSFINANCEIROS (excepto, se ao “Justo Valor p/Res.”)
LOGO, MANUTENÇÃO DAS DIVERGÊNCIAS QUE, EM GERAL, JÁ EXISTIAM Continuidade do “Regime de Separação”
MV/mv CONTABILÍSTICA
MV/mv FISCAL
MV/mv fiscal = (VR - E) - (VA - Af - PI - OC) x c.d.m.
Legenda:
VR = Valor de realização; E = Encargos de venda;
VA = Valor de aquisição ou, no caso dos imóveis, o VPT (se superior); Af = Amortizações fiscais;
PI = Perdas por imparidade fiscalmente aceites (“desvalorizações excepcionais” aceites pela DGI); OC = Outras correcções de valor previstas no artigo 35º do CIRC (Perdas por imparidade /
“desvalorizações excepcionais” não fiscalmente aceites); c.d.m. = coeficiente de desvalorização monetária
Alteração
Criada nova tipologia de MV/mv Fiscal em Instrumentos Financeiros (IF) (art. 46º, nº5, alínea b)
MUDANÇA NO MODELO DE VALORIZAÇÃO EM IF
(PARA EFEITOS FISCAIS)
• Por motivo de “reclassificação contabilística” (p.e., mudança “JV p/Res.” vs. “MEP”)
Assimila-se a transmissão onerosa (logo, a MV/mv fiscal)
• “Instrumentos de Capital Próprio” (ICP), cotados em bolsa, mensurados a “JV p/Res.”, caso:
(1) se passe a deter mais (ou menos) de 5% do capital social; ou,
(2) se os ICP deixarem de estar cotados. MAIS-VALIAS E MENOS-VALIAS FISCAIS (MV/mv)
MV fiscal → tributável
mv fiscal → não dedutível (!?)
SEGUEREGIMECIRC
(SEPARAÇÃO TOTAL) ↓ ”MV/mv” SEGUEREGIMESNC (IDENTIDADE) ↓ “JV P/RESULT.” Nº ACÇÕES DA EMPRESAX (COTADAS EM BOLSA) % CAPITAL SOCIAL DA EMPRESAX 5 % MUDANÇA DE REGIME FISCAL CARTEIRA DE ACÇÕES DETIDAS DA EMPRESAX FICCIONA-SE UMA MV/mvFISCAL CONTUDO
Exemplo (mudança no modelo de valorização para efeitos fiscais)
Pretende-se:
Conhecer o tratamento contabilístico e fiscal destas operações na empresa “SNC”
Em 10.01.2010 a empresa “SNC” adquiriu 300.000 acções da empresa “Cotada” (as quais
representavam 4% do seu capital social) pelo valor de €4.500.000, a título de aplicação financeira visando a obtenção de mais-valias bolsistas.
Posteriormente, em 15.03.2011, a empresa “SNC” procede à aquisição de mais 150.000 acções da mesma empresa, pelo valor de €3.750.000, o que lhe permite passar a deter 6% do capital da empresa “Cotada”.
A cotação das acções em 31.12.2010 era de € 20/acção.
Proposta de tratamento contabilístico Exemplo
Em 2011, face à alteração dos pressupostos previstos no artº 18º, nº 9, al. a) do CIRC (isto é, a empresa “SNC” passou a deter mais de 5% do capital da empresa “Cotada”), dever-se-á proceder ao cálculo da mais valia fiscal “assimilada”, a qual deverá ser acrescida ao lucro tributável.
Exemplo
Proposta de tratamento fiscal
O ganho registado na conta “771 – Ganhos por aumento do justo valor” (€1.500.000) releva para efeitos fiscais, atendendo a que em 31.12.2010 a empresa “SNC” detém uma participação não superior a 5% no capital da empresa “Cotada” e estas acções estão cotadas;
MV/mv fiscal (assim.) = V. Realização – V. Aquisição = €7.500.000 - €6.000.000 = €1.500.000
Em que,
o valor de realização (ficcionado) equivale ao valor de cotação das acções àquela
data, portanto €7.500.000 (300.000 x € 25), e
o valor de aquisição será o correspondente ao último valor escriturado com
relevância fiscal (neste caso €6.000.000, escriturado pelo justo valor em 31.12.2010).
O valor fiscal unitário das 450.000 acções detidas ascende a €25. Exemplo
Proposta de tratamento fiscal
Existem, no entanto, áreas em que é necessário preservar os interesses e as
perspectivas próprias da fiscalidade, mantendo-se diferentes graus de separação relativamente à contabilidade, tais como:
• Manutenção das características essenciais do regime fiscal das depreciações e amortizações (com as divergências que, em geral, já existiam);
• Manutenção das características essenciais do regime fiscal das “ex-provisões” e
“desvalorizações excepcionais” (agora “perdas por imparidade”) (com as divergências que, em geral, já existiam);
• Manutenção das características essenciais do regime das mais-valias e menos-valias fiscais (com as divergências que, em geral, já existiam), alargando-se no entanto o regime do reinvestimento às “Propriedades de Investimento”;
• O rédito de vendas e prestações de serviços a incluir no lucro tributável é sempre o valor nominal da contraprestação recebida.
RÉDITO DE VENDAS E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS
Sempre considerado pelo seu valor nominal
Valor nominal do rédito resultante de vendas ou prestações de serviços
Justo Valor das vendas / prest. serviços
+
Rédito de jurosQuando a respectiva retribuição (em dinheiro) for diferida no tempo, o justo valor poderá ser inferior ao valor nominal,
devendo então equivaler ao valor presente (ou descontado) dos fluxos financeiros a receber:
NCRF 20
Diferença entre o V.N. e JV
Tratamento fiscal (Art. 18º, nº 5 do CIRC):
Em Janeiro de 2010 a empresa “SNC”, produtora de equipamentos industriais, procedeu à venda de uma máquina pelo valor de €300.000. Foram estabelecidas com o cliente as seguintes condições de pagamento:
Pretende-se:
Determinar o tratamento contabilístico e fiscal do rédito da presente operação, considerando, para o efeito, o período de diferimento temporal do respectivo pagamento e uma taxa anual nominal de desconto de 3%.
40% no momento da emissão da factura (€120.000);
30% um ano após a emissão da factura (€90.000);
Restantes 30% dois anos após a emissão da factura (€90.000).
Exemplo
Exemplo
Houve a preocupação de eliminar os constrangimentos sobre a contabilidade decorrentes da legislação fiscal, nomeadamente:
• Em sede do regime de “neutralidade fiscal” em operações de reestruturação societária (fusões, cisões e entradas de activos);
“NEUTRALIDADE FISCAL” (FUSÕES, CISÕES E ENTRADAS DE ACTIVOS)
J.V. dos activos, passivos e passivos contingentes adquiridos
Goodwill = Custo (Preço) da Concentração
-Transmissão dos
elementos patrimoniais a valor de mercado a valor contabilístico Apuramento do resultado na transmitente? Reconhecimento do goodwill na “compradora”? Apuramento de MV/mv para os sócios da transmitente?
Sim Não (Resultado = 0)
(tributação diferida)
Sim (não existe goodwill)Não
Sim Não (tributação diferida) SNC (contabilidade) CIRC (Dossier fiscal) MÉTODO DA “COMPRA” MÉTODO DA “COMUNHÃO DE INTERESSES”
Houve a preocupação de eliminar os constrangimentos sobre a contabilidade decorrentes da legislação fiscal, nomeadamente:
• Em sede do regime de “neutralidade fiscal” em operações de reestruturação societária (fusões, cisões e entradas de activos);
AQUISIÇÃO DE DIREITOS REAIS SOBRE BENS IMÓVEIS
Valorização, para efeitos fiscais, do “custo de aquisição” de bens imóveis
O VPT definitivo se
>
custo histórico ou de aquisição
Artigo 64º (ex-58º-A)
Até 31.12.2009
Só relevava para efeitos fiscais no adquirente se o imóvel fosse registado na
contabilidadepelo VPT
A partir de 01.01.2010
Releva sempre para efeitos fiscais no adquirente, ainda que mensurado pelo seu
custo de aquisição
Os ajustamentos resultantes da adopção, pela 1ª vez, das NCRF, derivam de
acontecimentos e transacções anteriores à data de transição para as NCRF, pelo que tais ajustamentos deverão ser reconhecidos directamente nos capitais próprios.
NCRF 3, § 8
Impacto fiscal
(Artigo 5º do DL 159/2009)
Os referidos ajustamentos, se forem fiscalmente relevantes, “concorrem, em partes iguais, para a formação do lucro tributável do 1º período de tributação em que se apliquem
aquelas normas e dos 4 períodos seguintes”.
Art. 78º, nº4
Regime de “neutralidade fiscal” (irá agir como “dupla contabilidade”)
(Dossier Fiscal conterá a relação dos elementos patrimoniais transferidos, incorporados na contabilidade da beneficiária por valores diferentes dos
aceites para efeitos fiscais, evidenciando ambos os valores, e fazendo o acompanhamento desses elementos enquanto não forem alienados,
transferidos ou extintos pela beneficiária)
Correcção ao valor de transmissão de direitos reais sobre imóveis
Novas obrigações legais de documentação no Dossier Fiscal:
Art. 64º, nº5
Ajustamentos decorrentes do Regime Transitório para o “SNC” D.L. 159/2009, Art. 5º, nº3
Outras situações necessárias de controlar e demonstrar em virtude das diferenças/divergências de tratamento SNC/CIRC
JV/Revalorização vs. Custo → diferentes critérios de mensuração
“VRL” → ajustamentos em “Inventários”
“% acabamento” vs. “medição física” → Contratos de Construção
Provisão económica vs. Fiscal → nova provisão para “Garantias a Clientes”
Depreciações/Amortizações contabilísticas vs. Fiscais:
MV/mv → manutenção do modelo de “separação total” contabilidade/fiscalidade,
com criação de uma nova “tipologia de MV/mv” em I.F. ao “JV p/ Resultados”
Rédito → valor actual ou descontado vs. valor nominal
Ajustamentos decorrentes da adopção do modelo de revalorização
Ajustamentos decorrentes do método de “unidades de produção” ou da definição económica de uma vida útil não aceite fiscalmente
Ajustamentos decorrentes do reconhecimento de “perdas de imparidade” vs.
CONVERGÊNCIA DIVERGÊNCIA
JUSTOVALOR/REVALORIZAÇÃO
CUSTOAMORTIZADO
VALORREALIZÁVELLÍQUIDO
% ACABAMENTO
PROV. PARA GARANTIASCLIENTES
NOVA TERMINOLOGIA SNC
DESPESAS DE PESQUISA
“GRATIFICAÇÕESBALANÇO”
NOVAMV/mvFICCIONADA
RÉDITO (Vendas/P. Serv.)
CONCENTRAÇÕESEMPRESARIAIS
(NEUTRALIDADE FISCAL)
ADOPÇÃO PELA1ª VEZ
(REGIMETRANSITÓRIO)
DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS
√
√
√
√
√
√
√
?
?
?
×
×
×
×
DEPRECIAÇÕES/AMORTIZAÇÕES(ECONÓMICAS VS FISCAIS) • CONTABILIZAÇÃO → “ANOS ANTERIORES”
• OUTROS MÉTODOS→ ACEITES SEM AUTORIZAÇÃO DADGI SE NÃO EXCEDEREM “QUOTA MÁXIMA”
↗
Ajustamentos Fiscais por diferenças “SNC/CIRC”Na sua maioria de carácter temporário, por serem reconhecidos em “períodos” distintos para efeitos contabilísticos vs. fiscais;
logo,
↗
Impostos DiferidosPodemos assim concluir que o modelo adoptado “SNC/CIRC” terá, entre outras, como principais consequências fiscais:
↗
Número de Normas FiscaisProcurando compatibilizar a enorme divergência entre os objectivos do IRC (cobrança de receitas) e os pressupostos do SNC (informação ao mercado); logo,
↗
Da diferença entre Resultado Contabilístico / Lucro Tributável↗
Do número de linhas do Quadro 07 da Declaração Mod.22 do IRC(de 49 para 82 linhas, conforme o novo Modelo 22)
↗
Dossier Fiscal (↗ documentação de ajustamentos e ↗ volume)↗
Complexidade técnica das Auditorias Fiscais e Inspecções Fiscais↗
Litigiosidade entre as Empresas e a Administração FiscalPodemos assim concluir que o modelo adoptado “SNC/CIRC” terá, entre outras, como principais consequências fiscais: