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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 38.034 - CE (2012/0100777-4)

RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS

AGRAVANTE : BUD COMÉRCIO DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA E OUTRO

ADVOGADOS : MARIA RITA GRADILONE SAMPAIO LUNARDELLI PEDRO GUILHERME ACCORSI LUNARDELLI

AGRAVADO : ESTADO DO CEARÁ

PROCURADOR : CELINA CARVALHO FEITOSA E OUTRO(S) EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. INSURGÊNCIA CONTRA A COBRANÇA DE TRIBUTO. ATO ATRIBUÍDO AO SECRETÁRIO DE ESTADO DE FAZENDA. ILEGITIMIDADE PASSIVA.

1. O agravante defende a legitimidade do Governador de Estado do Ceará para figurar no pólo passivo do writ e a consequente aplicação da teoria da encampação.

2. É firme a orientação no sentido da ilegitimidade da autoridade apontada como coatora, uma vez que não ostenta legitimidade para responder mandado de segurança impetrado contra atos concretos levados a efeito pelo fisco estadual. Precedentes: AgRg no RMS 38.355/MS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 25.6.2013, DJe 2.8.2013; AgRg no RMS 39.284/MS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 11.6.2013, DJe 24.6.2013.

3. Inaplicável a teoria da encampação, pois afastada a legitimidade passiva ad causam , o Tribunal de Justiça local deixa de ser competente para o julgamento do feito.

Agravo regimental improvido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Herman Benjamin, Og Fernandes, Mauro Campbell Marques (Presidente) e Eliana

Documento: 1286949 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/12/2013

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Superior Tribunal de Justiça

Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 03 de dezembro de 2013(Data do Julgamento).

MINISTRO HUMBERTO MARTINS Relator

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 38.034 - CE (2012/0100777-4)

RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS

AGRAVANTE : BUD COMÉRCIO DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA E OUTRO

ADVOGADOS : MARIA RITA GRADILONE SAMPAIO LUNARDELLI PEDRO GUILHERME ACCORSI LUNARDELLI

AGRAVADO : ESTADO DO CEARÁ

PROCURADOR : CELINA CARVALHO FEITOSA E OUTRO(S) RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS (Relator):

Cuida-se de agravo regimental no recurso especial interposto pela BUD COMÉRCIO DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA E OUTRO contra decisão monocrática assim ementada:

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. INSURGÊNCIA CONTRA A COBRANÇA DE TRIBUTO. ATO ATRIBUÍDO AO SECRETÁRIO DE ESTADO DE FAZENDA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. RECURSO ORDINÁRIO IMPROVIDO."

Para melhor compreensão da demanda, reproduzo o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará:

"MANDADO DE SEGURANÇA. AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DE RELATOR. QUESTÃO PREJUDICIAL EXAMINADA DE OFICIO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO EXMO SR. SECRETÁRIO DA FAZENDA DO ESTADO DO CEARA. TEORIA DA ENCAMPAÇÃO. INAPLICABILIDADE. EXTINÇÃO DA AÇÃO MANDAMENTAL SEM JULGAMENTO DE MÉRITO.

1. Conforme destacou o Superior Tribunal de Justiça, "em mandado de segurança, deve figurar no polo passivo a autoridade que, por ação ou omissão, deu causa à lesão jurídica denunciada e é detentora de atribuições próprias para fazer cessar a ilegalidade." 2. Quando a correção do polo passivo enseja mudança na competência jurisdicional não é possível a aplicação da teoria da encampação. Precedentes desta Egrégia Co rte.

Documento: 1286949 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/12/2013

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Superior Tribunal de Justiça

3. Quem efetua apreensão de mercadorias não é o Secretário da Fazenda, mas o Chefe do Posto Fiscal no qual é efetuado o ato substanciador da lesão jurídica cuja reparação é colimada na ação mandamental, sendo esta a autoridade responsável pela prática do ato concreto e que tem poder de neutraliza-lo.

4. Agravo conhecido, mas desprovido. Extinção da ação mandamental sem apreciação meritória" (fl. 246, e-STJ).

O agravante defende, em resumo, a legitimidade do Governador de Estado do Ceará e a consequente aplicação da teoria da encampação.

Pugna para que, caso não seja reconsiderada a decisão agravada, submeta-se o presente agravo à apreciação da Turma.

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 38.034 - CE (2012/0100777-4)

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. INSURGÊNCIA CONTRA A COBRANÇA DE TRIBUTO. ATO ATRIBUÍDO AO SECRETÁRIO DE ESTADO DE FAZENDA. ILEGITIMIDADE PASSIVA.

1. O agravante defende a legitimidade do Governador de Estado do Ceará para figurar no pólo passivo do writ e a consequente aplicação da teoria da encampação.

2. É firme a orientação no sentido da ilegitimidade da autoridade apontada como coatora, uma vez que não ostenta legitimidade para responder mandado de segurança impetrado contra atos concretos levados a efeito pelo fisco estadual. Precedentes: AgRg no RMS 38.355/MS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 25.6.2013, DJe 2.8.2013; AgRg no RMS 39.284/MS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 11.6.2013, DJe 24.6.2013.

3. Inaplicável a teoria da encampação, pois afastada a legitimidade passiva ad causam , o Tribunal de Justiça local deixa de ser competente para o julgamento do feito.

Agravo regimental improvido.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS (Relator):

Na hipótese, o Tribunal a quo extinguiu o processo, sem resolução de mérito, por considerar ilegítimas as autoridades impetradas, verbis :

"Nessa ponderação, imponível analisar a questão respeitante à possibilidade do Exmo. Sr. Secretário da Fazenda do Estado do Ceará figurar no polo passivo do "remedium iuris" em testilha, o que passo aý fazer doravante.

O sujeito passivo no presente mandado de segurança deve ser a autoridade que possui o poder para ordenar a liberação dos

Documento: 1286949 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/12/2013

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bens retidos pela administração fazendária, ou seja, o Exmo. Sr. Chefe do Posto Fiscal de Aracati, consoante se vê da documentação adunada às fís. 65/73 da instrução, e não contra o Secretário da Fazenda, que não tem competência legal para determinar a liberação de mercadorias apreendidas na divisa estadual."

Também afastou a teoria da encampação, "uma vez que a retirada

do Exmo. Sr. Secretário da Fazenda o polo passivo da demanda mandamental implicaria modificação da competência fixada na Constituição do Estado, haja vista que é a presença desta última autoridade que dá ensejo à competência originária deste órgão Especial para julgamento do "mandamus"."

Isso porque, em casos idênticos ao dos autos, a jurisprudência se firmou no sentido da ilegitimidade da autoridade apontada como coatora, uma vez que não ostenta legitimidade para responder mandado de segurança impetrado contra atos concretos levados a efeito pelo fisco estadual.

A propósito:

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. INSURGÊNCIA CONTRA A COBRANÇA DE TRIBUTO. DECRETO 13.162/2011 (PROTOCOLO ICMS 21/2011). ATO ATRIBUÍDO AO SECRETÁRIO DE ESTADO DE FAZENDA. ILEGITIMIDADE PASSIVA.

1. "Por se tratar de uma condição da ação, e portanto, matéria de ordem pública, a legitimidade das partes deve ser apreciada a qualquer tempo pelo Juízo singular ou pela instância ordinária ad quem" (AgRg no Ag 879.865/SP, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, DJ 22/10/2007).

2. Não compete ao Secretário de Estado de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, mas, sim, aos Agentes Fiscais, a fiscalização e a cobrança do tributo do ICMS. Inteligência dos arts. 219, § 1º, incisos I e II da Lei 1.810/97 (Código Tributário Estadual) e 123, §§ 1º, 2º e 3º, do Decreto 9.203/1998 (Regulamento do ICMS). Precedentes: RMS 38.960/MS, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 22/05/2013; RMS 37.270/MS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 22/04/2013.

3. Agravo regimental não provido."

(AgRg no RMS 38.355/MS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 25.6.2013, DJe 2.8.2013.)

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Superior Tribunal de Justiça

"TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. AUTUAÇÃO FISCAL. AUTORIDADES COATORAS. GOVERNADOR E SECRETÁRIO DE ESTADO. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. ARGUMENTO DE QUE O MANDAMUS TEM POR OBJETO AS DISPOSIÇÕES DE DECRETO ESTADUAL. SÚMULA 266/STF.

1. O Governador do Estado de Mato Grosso do Sul e seu Secretário de Estado da Fazenda não possuem legitimidade passiva para figurarem como autoridades coatoras em Mandado de Segurança que discute incidência de ICMS e apreensão de mercadorias pelo não pagamento do tributo.

2. O simples fato de a ação fiscal estar pautada em Decreto baixado pelo Governador de Estado não o torna legitimado passivo para os Mandados de Segurança que discutem ilegalidade de autuação (RMS 13.976/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJ 17/11/2003, p. 240); RMS 37.270/MS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 22/04/2013).

3. Afastada a legitimidade passiva ad causam, o Tribunal de Justiça local deixa de ser competente para o julgamento do feito, consoante o art. 114, II, "b", da Constituição Estadual, o que impossibilita a aplicação da Teoria da Encampação. Precedentes do STJ.

4. O argumento de que o mandamus tem por objeto unicamente a legalidade do Decreto 13.162/2011 em nada favorece o contribuinte, uma vez que não cabe Mandado de Segurança contra norma geral e abstrata (Súmula 266/STF).

5. Agravo Regimental não provido."

(AgRg no RMS 39.284/MS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 11.6.2013, DJe 24.6.2013.)

Por fim, também inaplicável a teoria da encampação, pois afastada a legitimidade passiva ad causam , o Tribunal de Justiça local deixa de ser competente para o julgamento do feito.

Portanto, em que pese o esforço contido nas razões de agravo regimental, não prospera a pretensão recursal de reforma da decisão prolatada.

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como penso. É como voto.

MINISTRO HUMBERTO MARTINS Relator

Documento: 1286949 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/12/2013

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA AgRg no Número Registro: 2012/0100777-4 RMS 38.034 / CE Número Origem: 329691720098060000 PAUTA: 03/12/2013 JULGADO: 03/12/2013 Relator

Exmo. Sr. Ministro HUMBERTO MARTINS Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES Subprocuradora-Geral da República

Exma. Sra. Dra. MARIA SÍLVIA DE MEIRA LUEDEMANN Secretária

Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI

AUTUAÇÃO

RECORRENTE : BUD COMÉRCIO DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA E OUTRO

ADVOGADO : MARCELO RIBEIRO CAVINI E OUTRO(S)

RECORRIDO : ESTADO DO CEARÁ

PROCURADOR : CELINA CARVALHO FEITOSA E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Impostos - ICMS / Imposto sobre Circulação de Mercadorias AGRAVO REGIMENTAL

AGRAVANTE : BUD COMÉRCIO DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA E OUTRO

ADVOGADOS : PEDRO GUILHERME ACCORSI LUNARDELLI

MARIA RITA GRADILONE SAMPAIO LUNARDELLI

AGRAVADO : ESTADO DO CEARÁ

PROCURADOR : CELINA CARVALHO FEITOSA E OUTRO(S)

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."

Os Srs. Ministros Herman Benjamin, Og Fernandes, Mauro Campbell Marques (Presidente) e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator.

Referências

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