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A metáfora dos cinco sentidos: considerações sobre a naturalização de práticas racistas no jornalismo brasileiro

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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo 13º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo

Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015

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A metáfora dos cinco sentidos: considerações sobre a

naturalização de práticas racistas no jornalismo brasileiro

Hendryo Anderson André1

Resumo: Partindo de premissas de que a experiência do mundo social é mais ampla que a

tradição científica e filosófica ocidental, que parte da riqueza social é desperdiçada em função da apologia desenfreada ao conhecimento científico e, ainda, que é necessário legitimar novas racionalidades, o presente trabalho, de caráter bibliográfico, lança olhares sobre a naturalização de práticas racistas no jornalismo brasileiro. A partir de uma metáfora que reúne os cinco sentidos humanos, formulam-se questionamentos em busca de reconfigurações da visão, avaliada como um índice do real. Na perspectiva de provocar novas concepções sobre a prática jornalística, busca-se semear o campo como área de atuação capaz de se constituir como uma forma legítima de conhecimento, pautada pela singularidade.

Palavras-chave: Jornalismo e sociedade; ciência; humanização; conhecimento; racismo.

1.

Introdução

Em meio a uma obra tão extensa e grandiosa, um parágrafo de O tempo e o

Vento, a mais famosa saga da literatura brasileira, escrita por Érico Veríssimo, oferta

subsídios para a criação de uma metáfora para se questionar uma série de elementos naturalizados às formas hegemônicas de produção jornalística na contemporaneidade, bem como a relação permissiva do campo com formas do conhecimento de gêneses distintas – sobretudo, a ciência e o senso comum (MEDITSCH, 1997). Na cena, Eduardo Cambará sobrevoa Santa Fé, onde se desenvolve a maior parte do enredo, e reflete sobre o quanto a distância entre o ceú e a terra pode confortar o indivíduo, a

1 Doutorando em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em

Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professor do curso de Jornalismo da Universidade Positivo. E-mail: hendryoandre@gmail.com.

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2 ponto de torná-lo alheio ao mundo social. Mais que isso, percebe que o distanciamento entre o olhar e o objeto observado pode ainda ser maléfico, por proporcionar uma visão turva, quase opaca, da realidade. Envolto na emoção de guiar o Rosa-dos-Ventos, o personagem discorre sobre a incapacidade que um deus aparentemente míope tem para reconhecer – e solucionar – as mazelas sociais:

Como tudo na terra parecia limpo e simples! A própria carniça perdia sua sordidez, porque a distância a tornava invisível, sem cheiro e sem horror. Até o Rosa-dos-Ventos não chegava o perfume dos ricos que viviam nos melhores palacetes de Santa Fé, nem a fedentina dos miseráveis que vegetavam nas malocas do Barro Preto, do Purgatório e da Sibéria. Voar – concluiu Eduardo – é mau, porque nos dá uma perspectiva errada das pessoas e dos fatos sociais, levando-nos a considerar mais as coisas limpas dos céus do que as coisas podres da terra. Será por olhar o mundo dum ângulo tão remoto que o velho Deus perdeu por completo o senso de proporção e de justiça? (VERÍSSIMO, 2005, p. 27-28).

Se a visão panorâmica do personagem, por um lado, oferta a possibilidade dele ver a realidade por um ângulo exclusivo, por outro, a lonjura negligencia não apenas a visão, mas também, como se interpreta do excerto, a audição, o olfato, o paladar e o tato. Do trecho extrai-se uma metáfora para discutir o contexto do jornalismo brasileiro, especialmente com a culminação das mudanças estruturais das redações e de uma apologia – por vezes, desenfreada – às novas tecnologias, como se tais ferramentas fossem suficientes para resolver problemas até então intrínsecos ao jornalismo enquanto prática social. Em tempos em que se procuram novos modelos de negócios para a área e em que, acima de tudo, questiona-se o papel do jornalista, neste trabalho há preocupação em levantar questões sobre os desafios e perspectivas que o jornalismo – enquanto atividade social crucial para a vigilância do exercício da cidadania – precisa enfrentar para se estabelecer como forma legítima de conhecimento e, assim, promover um debate público pautado pelo cumprimento dos ideiais da modernidade.

Há um arcabouço de estudos (GENRO FILHO, 1987; MEDITSCH, 1997) que teorizam a necessidade de se vislumbrar o jornalismo enquanto uma forma específica de saber ancorada primordialmente por uma relação dialética entre singularidade e universalidade, com sobreposição da primeira (ao contrário do que ocorre com a ciência e o senso comum, cuja essência está na tentativa de encontrar regularidades entre os fenômenos sociais). Parece, no entanto, haver um leque relativamente exíguo de

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3 pesquisas que relacionam o campo do jornalismo com uma teoria da sociedade brasileira, ou seja, que perpasse a área enquanto atividade profissional relevante que é e estabeleça vínculos com o tecido social, especialmente no que concerne a uma visão mais humanizadora do jornalismo. Por isso, optou-se pelo desenvolvimento da argumentação em torno da metáfora dos cinco sentidos a partir da questão do racismo, já que, mesmo com distintas linhas editoriais, o jornalismo é constituído por um modelo hegemônico de produção, além de ser avaliado como “um microcosmo do pensamento da sociedade brasileira” (IJUIM, 2012, p. 127). Dessa forma, com os próprios exemplos de abordagens editoriais2 citados por Ijuim (2008) é perceptível – apesar das exceções – que grupos e categorias sociais não hegemônicos (em qualquer campo social) tornam-se, em geral, invisíveis nos meios de comunicação. Esses espaços são privilegiados para a visibilidade política, princípio moderno ligado essencialmente à cidadania e ao processo democrático. Vale lembrar que deriva da garantia de visibilidade política a ideia de reconhecimento recíproco, ou seja, o “direito de ser visto e ouvido, uma vez que equivale ao direito de existir/contar social, política e culturalmente, tanto na esfera individual quanto na coletiva; das maiorias ou de minorias” (MARTÍN-BARBERO, 2007, p. 35).

É nessa teia que entram em cena interrogações apresentadas por Santos (2002), que traz como grande contribuição provocações epistemológicas, especialmente em relação à legitimação de novas concepções de conhecimento. Embora não trate diretamente de jornalismo, as reflexões carregam elementos cruciais para se repensar não só os significados do campo, mas também reconfigurações da prática jornalística. Santos (2002) alerta que a razão indolente (discussão ampliada no tópico seguinte), cuja definição versa em torno de uma concepção pautada por princípios científicos e filosóficos hegemônicos no ocidente, é incapaz de explicar a complexidade e a riqueza do mundo social. Para o autor, a noção limitadora de progresso ad infinitum, ancorada no tempo linear, reduz a experiência social, de modo a ocorrer um encolhimento do presente e expansão do futuro. Com isso, ao se vislumbrar tão somente o futuro distante, perde-se a vivência do tempo presente, algo que gera, necessariamente, incompreensão

2 O autor aborda duas coberturas da Revista Veja relativas a disputas por demarcação territorial envolvendo indígenas: a primeira delas no Morro dos Cavalos, em Palhoça (SC); a segunda na reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima (RR).

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4 e frustrações. O autor discorre ainda sobre como a globalização hegemônica, cuja gênese está nos valores fundantes da modernidade europeia iniciada por volta do século XVII, impõe-se frente aos contextos históricos de países contra-hegemônicos.

Na condição de país colonizado, o Brasil desenvolveu uma modernidade um tanto quanto distinta do padrão europeu, seja no espaço ou no tempo. De caráter impositivo, o fenômeno foi precedido por um espírito de modernização embasado por valores eurocentristas. Ao contrário da modernidade hegemônica na Europa, produzida num contexto de urbanização, de luta de classes e cerceada por discussões fomentadas pela imprensa escrita – o que sugere a exigência de bons índices de alfabetização –, o fenômeno brasileiro iniciou-se apenas nos anos 1930, obtendo maior êxito, sobretudo, a partir da década de 1970, época em que houve a definitiva popularização da televisão (ORTIZ, 2001). Para Holanda (1995), a colonização portuguesa revela propriedades ainda mais particulares à modernidade brasileira, desde o espírito aventureiro do colonizador até as marcas estruturais causadas pelos mais de 300 anos de escravidão: o patriarcalismo, o mito da democracia racial e a consequente herança rural que estende a moral da casa-grande à sociedade civil e ao poder público, na qual refratam-se no espaço público as mazelas do ambiente privado.

Para contribuir ao debate do jornalismo enquanto forma legítima de saber, ancorada na humanização, transformam-se em premissas as três principais inferências de Santos (2002) sobre a relação entre os conhecimentos científico e os do mundo social. A primeira delas é o fato de que “a experiência social em todo o mundo é muito mais ampla e variada do que o que a tradição científica ou filosófica ocidental conhece e considera importante” (SANTOS, 2002, p. 238). Já a segunda versa em torno do fato de que boa parte da riqueza social perde-se em função da apologia desenfreada ao conhecimento científico e, por consequência, do desenvolvimento tecnológico. Por fim, a terceira premissa vale-se da noção de que “para combater o desperdício da experiência social, não basta propor um outro tipo de ciência social. Mais do que isso, é necessário propor um modelo diferente de racionalidade” (SANTOS, 2002, p. 238). É na junção dessas três considerações, estendida à metáfora dos cinco sentidos, que o jornalismo pode se constituir como uma forma legítima de saber, ancorada numa concepção de cidadania vinculada a direitos civis, políticos e sociais (MARSHALL, 1967).

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2.

Ressignificar a visão

Historicamente, a visão se constituiu como um sentido cujas propriedades carregam valores que acabam por desvirtuá-la da própria noção de sentido. Noutras palavras, na consolidação das sociedades modernas houve uma sobreposição da visão em relação aos demais sentidos, como se essa forma de contemplar o mundo social comportasse propriedades capazes de vinculá-la – sem as demais formas de sensação – a um índice do real. Exemplos para reforçar o caráter impositivo da imagem nas sociedades ocidentais contemporâneas não faltam, e dialogam com a ciência, com o jornalismo e com o próprio senso comum, atingindo, portanto, aos interstícios da sociedade – da economia à cultura, passando pela política.

No que se refere à ciência, a revolução científica estabeleceu a ascensão e hegemonia do positivismo. Baseado no darwinismo social, o positivismo legitimou subsídios para naturalizar racionalmente o etnocentrismo europeu. Gondra (1996, p. 180) define o positivismo como uma doutrina que se propunha a consolidar “a ordem pública, desenvolvendo nas pessoas a sábia resignação ao seu status quo”. Apesar de ter crescido especialmente na França e na Inglaterra, onde também se proliferaram os valores basilares e impositivos do projeto moderno, a corrente positivista pregava a omissão “de doutrinas críticas, destrutivas, subversivas, revolucionárias, como as do Iluminismo, da Revolução Francesa ou as do socialismo” (Ibid.). Por compreenderem a história como uma ciência natural, neutra, propícia, portanto, à evolução ad aeternum, com uma essência que resumia a condição social a fatores (atitudes) individuais, os positivistas adotavam como método a observação sistemática, analítica e panorâmica. Ao minimizar traços de subjetividade, criou-se uma atmosfera favorável à aceitação da ciência como a maior expressão para validar conhecimentos. De forma paradoxal, o positivismo ajudou no afastamento do cientista do mundo social, fator que o enclausurou no Rosa-dos-Ventos, legitimou a visão superior do discurso científico e, mais importante, fomentou um status ideológico para a ciência como única forma legítima de conhecimento. Santos (2002) estabelece uma crítica à forma de racionalidade que se tornou hegemônica no ocidente desde o século XIX, pautada pelo

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6 discurso científico. Chamada pelo autor de razão indolente, essa forma de racionalidade se expressa em quatro tipos:

A razão impotente, aquela que não se exerce porque pensa que nada pode fazer contra uma necessidade concebida como exterior a ela própria; a razão arrogante, que não sente necessidade de exercer-se porque se imagina incondicionalmente livre e, por conseguinte, livre da necessidade de demonstrar a sua própria liberdade; a razão metonímica, que se reivindica como a única forma de racionalidade e, por conseguinte, não se aplica a descobrir outros tipos de racionalidade ou, se o faz, fá-lo apenas para as tornar em matéria-prima; a razão proléptica, que não se aplica a pensar o futuro, porque julga que sabe tudo a respeito dele e o concebe como uma superação linear, automática e infinita do presente (SOUSA, 2002, p. 239-240).

Potencialmente, essas lacunas perceptíveis na razão indolente podem ser preenchidas por formas de saber marginais (no sentido de estarem à margem do saber consolidado como legítimo), entre elas, o jornalismo. Parte dessas limitações (grifadas na citação anterior) é normativamente estabelecida pelo conceito de comunidade interpretativa (TRAQUINA, 2005b) ou mesmo por parte das teorias mais clássicas do jornalismo (TRAQUINA, 2005a), embora tais ensinamentos carreguem uma essência quase hermética, sem estabelecer vínculos factíveis do jornalismo com o mundo social. É importante destacar que o jornalismo, ainda que questione normativamente alguns dos pressupostos da razão indolente, carrega valores intrinsecamente ligados à doutrina positivista, que denotam a força das imagens em torno do fazer jornalístico. Apesar de marcada por uma simplicidade que beira a vulgaridade, aspectos elencados pela Teoria do Espelho ainda interferem na atividade, como se o profissional não possuísse ranhuras culturais, políticas ou econômicas. O surgimento do jornalismo moderno do século XIX, pautado pela valorização da informação frente à opinião, pregou o nascimento do repórter, figura que deveria registrar na notícia a verdade neutra captada pelos olhos.

Todavia, embora haja uma imagem do jornalismo como uma área social que desafia a lei da gravidade em busca de voos mais altos, as interferências do saber científico e do senso comum comprometeram o campo enquanto forma específica e, principalmente, legítima de saber. Quando o assunto é o racismo, é importante rever o quanto há no imaginário social impressões que tendem a generalizar os negros e que são refratadas pelo jornalismo, algo que denota para a relevância de se repensar no campo enquanto forma de saber pautada pelo princípio da singularidade (GENRO FILHO,

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7 1987). No Brasil, a título de ilustração, o uso de mão de obra africana a partir do século XVI é um marco para se entender a forma como a Europa explorou suas colônias antes do desdobramento da indústria nestas regiões. A África passou a ser uma reserva de trabalhadores e, assim, a dominação resultou na “expansão de dois imperialismos: o do mercado, apropriando-se da terra, dos recursos e dos homens, e o da história, apossando-se de um espaço conceitual novo: o homem não-histórico, sem referências nos documentos escritos” (MUNANGA, 1988, p. 13). O autor ainda destaca a gênese do preconceito racial, quando o historiador grego Heródoto elaborou a primeira lenda sobre os autóctones africanos e que mais tarde contribuiria para embasar a Teoria dos Climas3, algo que aponta o quanto a ciência e o senso comum podem partilhar valores que o jornalismo, por sua gênese na humanização pela singularidade, tem potencial para divergir. A partir dessa fábula foi alastrada na Europa uma série de alcunhas negativas a respeito da África. “Todas as descrições da época mostravam os habitantes do interior do continente africano parecidos com animais selvagens” (Ibid., p. 14) e, ao contrário do que se podia esperar, após o contato inicial o que houve foi a ratificação – agora por relatos oculares.

Fica certo pela argumentação que é preciso repensar a formação em jornalismo a partir de elementos que produzam uma visão de mundo mais ampla, a ponto de tornar o profissional capaz de vivenciar a riqueza social, expandindo e valorizando as experiências do tempo presente. Só com a dilatação do presente e consequente contração do futuro é possível aproveitar e traduzir as mais diversas fontes de conhecimento.

A tradução é o procedimento que permite criar inteligibilidade recíproca entre as experiências do mundo, tanto as disponíveis quanto as possíveis, reveladas pela sociologia das ausências e a sociologia das emergências. Trata-se de um procedimento que não atribui a nenhum conjunto de experiências nem o estatuto de totalidade exclusiva nem o estatuto de parte homogênea. As experiências do mundo são vistas em momentos diferentes

3 Pensada por Montesquieu, a teoria buscou resumir o desenvolvimento entre distintos povos como um

reflexo direto da respectiva região na qual habitavam. Ribeiro (1999, p. 64) elucida que a relação proposta “é pensada e elaborada discursivamente na busca de causalidades para as diferenças encontradas em sociedades de diferentes partes do mundo”. Montesquieu acreditava que o clima frio era responsável por características como “coragem, conhecimento de sua superioridade, isto é, menos desejo de vingança; mais certeza de sua segurança, isto é, mais franqueza, menos suspeitas, menos políticas, menos malícia” (Ibid., p. 65), enquanto que habitantes de regiões tropicais eram “tímidos, como os anciãos” (ibid.).

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8 do trabalho de tradução como totalidades ou partes e como realidades que se não esgotam nessas totalidades ou parte. Por exemplo, ver o subalterno tanto dentro como fora da relação de subalternidade (SANTOS, 2002, p. 262). O trabalho de tradução parece ser, portanto, mais do que nunca, uma nova concepção de atuação para o jornalista, que pode se conduzir basicamente em duas vertentes: primeiro, a partir da adaptação contextual do consagrado intelectual orgânico, conceito criado por Gramsci e que infere sobre a possibilidade de os pensadores exercerem uma relação de práxis entre o mundo das ideias e o social; segundo, como profissional com grande expertise em encontrar esses tradutores.

A falta de tradução das diferentes formas de racionalidade gera uma grave consequência, amplificada pelo jornalismo: a consolidação de estereótipos. Segundo Santos (2002, p. 246), é baseada pela lógica das ausências, que produzem a não

existência, ocorrida quando “dada entidade é desqualificada e tornada invisível,

ininteligível ou descartável de um modo irreversível”. A não existência provoca a consolidação de cinco modos de produção: a monocultura do saber, que estereotipa como ignorante os seres que não partilham dos códigos hegemônicos da razão indolente, e que são invisíveis no jornalismo com a valorização de especialistas e fontes oficiais em relação a personagens, por exemplo; a monocultura do tempo linear, baseada no ufanismo desenfreado às noções de “progresso, revolução, modernização, desenvolvimento, crescimento, globalização” (Ibid., p. 247) que, por complemento, gera ideias residuais como o atrasado, “o tradicional, o pré-moderno, o simples, o obsoleto, o subdesenvolvido” (Ibid.), que costumam ser retratadas no jornalismo a partir do valor exótico perante os olhos do mundo considerado mais civilizado; a lógica da

classificação social, que legitima, por exemplo, a representação de inferioridade do

negro e de outras minorias na mídia por tratar as diferenças como naturais – portanto, impossíveis de serem superadas; a lógica da escala dominante, elemento impositivo da vertente moderna hegemônica que suprime os acontecimentos locais em relação aos de escala global; e a lógica produtivista, que coloca como prioridade a apologia ao crescimento econômico, valorizando o ciclo produtivo aos moldes do capitalismo e, mais que isso, lançando a alcunha de improdutivo a todos os indivíduos e setores da sociedade que organizam o trabalho por outras perspectivas. Todos os modos de produção de não existência elencados vinculam-se a estereótipos da população negra.

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3.

Mais quatro sentidos para a humanização

Parece perceptível a necessidade de se reconfigurar o sentido da visão no jornalismo, vinculando essa atividade às distintas formas de saber disponíveis no mundo social. Todavia, isso ganha mais relevância quando se traz para a discussão a ausência dos outros quatro sentidos para entender a naturalização do racismo no campo. Neste tópico, portanto, levantam-se questões acerca do papel de cão de guarda que os jornalistas desempenham nas sociedades democráticas, a partir da noção de faro jornalístico (olfato); sobre o papel e desempenho das fontes para a promoção de debates que prezem e cedam vozes aos mais distintos atores sociais em regime de paridade (audição); sobre uma discussão acerca da tolerância e da intolerância (tato); e, por fim, a uma concepção que vincula as noções mais ricas de cidadania ao jornalismo (paladar).

Os estudos na área criaram uma analogia que enfatiza o jornalista como uma espécie de cão de guarda da democracia, um farejador capaz de sentir sem amarras, para se retomar a metáfora chave deste ensaio, o “perfume dos ricos” e a “fedentina dos miseráveis” (VERÍSSIMO, 2005). Papel similar teria o cientista, quando se coloca como um investigador a procura da identificação de regularidades na natureza e na sociedade. A noção de faro jornalístico, no entanto, é uma presunção não explicada pelo viés da ciência (com exceção à extensa bibliografia sobre critérios de noticiabilidade, há carência de estudos que expliquem essa capacidade considerada quase inata que o jornalista teria para identificar e selecionar acontecimentos que merecem ser notícia). Outro fator é que embora o acesso a informações de qualidade seja um princípio fundamental a qualquer projeto moderno, mesmo com iniciativas nos movimentos sociais e nas próprias universidades, não há políticas públicas concretas de compreensão de leitura crítica e criativa da mídia, algo que alude ao fato de que o faro jornalístico poderá ser mais aguçado para temáticas relevantes se houver uma vigilância contínua por parte da sociedade civil. Além disso, há uma preocupação central acerca da

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10 humanização, já que critérios, por vezes, tidos como óbvios, pautam rotinas de produção que funcionam como efeitos colaterais de mitos como o da imparcialidade e da objetividade, sendo que o último isenta “o profissional de responsabilidade direta pelas posições e conclusões que extrai em suas matérias” (PEREIRA JUNIOR, 2010, p. 93).

O efeito colateral do olfato respinga na audição. Essa característica negligenciada se refere à capacidade que o jornalista precisa ter para promover um debate público verdadeiramente polifônico, ouvindo diferentes perspectivas para a compreensão e dilatação do presente. Em recente trabalho, André e Oliveira Filha (2015) tiveram como escopo a preocupação em demonstrar a relação quase promíscua que o jornalismo tem com as fontes oriundas do campo da ciência, os especialistas. Reaproximando da metáfora dos cinco sentidos, quando o jornalismo resume o escutar o ronco hegemônico do monomotor, acaba por ignorar ruídos tão importantes quanto tal estrondo para a compreensão contextual do ato de voar. Portanto, todo o debate em torno do aproveitamento de fontes desvalorizadas pela lógica produtivista do jornalismo (como os personagens) deve ser visto a partir da limitação que os próprios cientistas têm para explicar a experiência social. Quando o jornalista costura pessoas comuns para preencherem narrativas pré-construídas, estereotipa o personagem, criando uma caricatura que, necessariamente, está presa a valores morais e a própria cultura profissional.

A tolerância é a marca central na metáfora do tato. O manejo que o jornalista precisa ter para compreender os embates sociais no ritmo imediatista de produção exigido, tornam inerentes à cultura profissional elementos como “o fôlego para buscar no inusitado o retrato do cotidiano, a capacidade para encarar imprevistos, o desafio para lidar com a falta de tempo na busca e checagem da informação, a frustração pelo erro” (ANDRÉ, 2011, p. 104). Traquina (2005b) considera que tais aspectos são responsáveis pelos jornalistas formarem uma comunidade interpretativa, pautada por maneiras específicas de agir, falar e ver, características que compõem uma cultura profissional enraizada. Entretanto, o elemento imediatismo parece cada vez mais ser inversamente proporcional à tolerância. No afã da produção ao vivo, da atualização em tempo real ou do fechamento da edição do dia seguinte, o tato com o mundo social se

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11 reduz. Os jornalistas se valorizam por estarem numa posição privilegiada, mas cada vez menos podem gastar as solas do sapato. Embora procurem criar formas específicas de agir, falar e ver (TRAQUINA, 2005b), tais aspectos negligenciam a compreensão de um contexto mais amplo – que, aliás, potencialmente pode ser interpretado a partir da necessidade de busca de tradutores do tempo e do espaço (SANTOS, 2002).

O maior empecilho, todavia, quando se pensa em tolerância no jornalismo está na formação. Chaui (2001) alerta que esse não é um problema específico da área de jornalismo – que em boa parte das vezes vincula a perspectiva de ensino-aprendizagem à prática mais imediata, sem uma formação com um forte viés humanístico –, mas do sistema de ensino superior brasileiro. É na perspectiva de formar, antes de bons jornalistas, bons cidadãos, que se baseia o último sentido, o paladar, vinculado à oportunidade que os jornalistas têm de experimentar distintas realidades, de denunciar mazelas, de exigir direitos, de celebrar o cumprimento da justiça e garantir o pacto democrático. Para Reis (1999), não obstante, a definição de cidadania fixa no indivíduo uma espécie de contrato de regalias e obrigações, marcado por uma noção quase mercantil. Ao citar Marshall Berman, a autora acredita que é comum ignorar que a “sociedade civil é plural, que são muitas as sociedades civis em disputa. Que, quando reclamamos da inclusão, às vezes estamos pensando numa suposta universalidade que é excludente” (REIS, 1999, p. 16). Reis (1999, p. 11) ressalta que os conceitos de cidadania “se originam de experiências histórico-concretas para nos ajudar a transcender singularidades, chegar a abstrações, que por sua vez vão nos permitir entender melhor novas situações singulares”. Dessa forma, a noção de cidadania passa a ser indissociável do direito à cessão de espaços qualificados para a promoção de debates de temas públicos, o que apenas reforça a legitimidade do jornalismo enquanto esfera social fundamental à democracia.

Embora tais sentidos estejam separados meramente por questões didáticas, percebe-se o quanto a reconfiguração da visão (abordada na seção passada) e o incremento dos demais quatro sentidos podem alterar o cenário hegemônico no jornalismo brasileiro em relação à questão do racismo, sobretudo, se o campo puder ser avaliado como uma forma autônoma de conhecimento. Nesse ponto, embora exista uma construção cultural – e, até recentemente, científica –, indiferente ao patriarcalismo,

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12 benévola ao mito da democracia racial e complacente com a extensão da moral da casa-grande aos espaços públicos, a superação da falta de coesão social deve ser um desafio inerente ao jornalismo. Proporcionada pela cultura da personalidade (HOLANDA, 1995), a falta de coesão social é uma das características mais marcantes da sociedade brasileira e demonstra o quanto o jornalismo está distante de assumir a responsabilidade de servir como um espaço de tradução na concepção abordada até aqui.

À autarquia do indivíduo, à exaltação extrema da personalidade, paixão fundamental e que não tolera compromissos, só pode haver uma alternativa: a renúncia a essa mesma personalidade em vista de um bem maior. Por isso mesmo que rara e difícil, a obediência aparece algumas vezes, para os povos ibéricos, como virtude suprema entre todas. E não é estranhável que essa obediência cega, e que difere fundamente dos princípios medievais e feudais de lealdade – tenha sido até agora, para eles, o único princípio político verdadeiramente forte. A vontade de mandar e a disposição para cumprir ordens são-lhes igualmente peculiares (HOLANDA, 1995, p. 39).

Essa herança do escravismo auxilia na produção de não existência da população negra, que passa então a ser valorizada justamente pela virtude da obediência cega, que, quando renegada, legitima ações naturalizadas. Há diversos exemplos, entre os quais se destacam os mais recentes casos de linchamentos, os históricos índices socioeconômicos desfavoráveis, as manifestações de preconceito contra religiões de matriz africana, a desvinculação dos traços negros dos padrões hegemônicos de beleza, a vinculação da mulher negra como objeto sexual disponível, o não questionamento e confronto dos indicadores de violência que apontam para o extermínio dessa fatia da população, sobretudo da juventude que vive nas periferias dos grandes centros urbanos.

Mesmo que o jornalismo esteja imerso entre o interesse público e um negócio, ao privilegiar a questão econômica, a notícia deixou de lado a humanização. Medina (2003) alega que a humanização por meio da narrativa pode dar novo sentido ao jornalismo: “O que se diz da realidade constitui outra realidade, a simbólica. Sem essa produção cultural – a narrativa – o humano ser não se expressa, não se afirma perante a desorganização e as inviabilidades da vida” (MEDINA, 2003, p. 48). A autora disseca os empecilhos para a contextualização do presente, a partir do processo de produção da notícia: “Paradigmas abalados, conflitos culturais e desumanização de cosmovisões sacodem as certezas técnicas e tecnológicas da comunicação social assim como dos demais atos de relação entre os homens” (MEDINA, 2003, p. 49). Assim, o jornalismo,

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13 a partir da humanização e da capacidade para contar histórias inusitadas que ocorrem no cotidiano, tencionando valores históricos dos preconceitos étnicos no Brasil, tem potencialidade para re(ver), sorver, ouvir, tocar e, por fim, saborear-se enquanto forma de conhecimento legítima, pautada pela singularidade.

4.

Considerações finais

A metáfora dos cinco sentidos foi abordada a partir de uma cena que trata do fascínio que o ser humano tem com o ato de voar. A distância entre o piloto e o chão pode ser pensada a partir do distanciamento entre o jornalista e a rua, provocado pelo advento de novas tecnologias, pelo caráter cada vez mais pró-ativo das fontes, pelo encolhimento das redações, pelas novas rotinas de produção, pela intolerância de misturar-se com grupos sociais minoritários, entre outros tantos fatores.

Dessa forma, o jornalista precisa refletir sobre a forma como olha e, consequentemente, atua no mundo social. Olhar é, portanto, um ato contínuo de aprendizagem, seja pela vertente sistemática, analítica e panorâmica de observação do campo da ciência ou por outras lentes de conhecimento que não seguem o mesmo rigor metodológico. Assim, qualquer olhar é um re-olhar que tenciona a prática, tornando-a práxis. Pereira Junior (2010) escreve uma frase bela que estabelece conexões entre a forma como o jornalista necessita olhar a realidade em que está inserido: um bom jornalista, mesmo imerso na rotina profissional, precisa ter cotidianamente olhar de viajante para combater a miopia do pensamento. Em síntese, o olhar, como os demais sentidos, deve ser aguçado, pois, como demonstram as implicações da constituição de estereótipos em relação à população negra, especialmente no que concerne à produção de modos de não existência, observa-se que a visão é um sentido similar aos demais, passível de falhas.

Sem os elementos representados na metáfora, o jornalismo carece de sentido enquanto instituição fundamental à democracia. Medina (2003), ao alertar que há artífices no campo do jornalismo pouco ou nada conscientes das potencialidades que suas atividades podem gerar para a sociedade, explica que, embora jornalistas e sociólogos utilizem de metodologias distintas de trabalho, é imprescindível que ambas as profissões priorizem a aprendizagem. Em especial, no jornalismo, segundo a autora,

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Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015

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14 atropela-se “pelo faro, pelo jogo de cintura, pelas agilidades inatas ou pseudo-inatas, a etapa de acúmulo de conhecimentos” (Ibid., p. 20).

Ao demonstrar as lacunas da razão indolente, tomada por princípios científicos e filosóficos hegemônicos (entre eles, o positivismo), o trabalho versou sobre a incapacidade que a razão indolente tem de explicar, pela falta de tato com outras formas de conhecimento, a complexidade do mundo social. Simultaneamente, buscou-se estabelecer vínculos da prática jornalística com valores inerentes a esse modelo da racionalidade vigente impositivamente no mundo ocidental, e que no Brasil se reconfigurou de forma particular a partir de heranças do período escravista.

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