Lavra de Mina Subterrânea
Descrição de Métodos de Lavra Subterrânea Para corpos de média/baixa inclinação
Lavra por frente longa Longwall mining
Sumário
• Generalidades
• Definição
• Aplicabilidade
• Desenvolvimento
• Lavra; equipamentos
• Variante: shortwall
• Vantagens e desvantagens
• Comentários
• Câmaras e pilares (room and
pillar)
• Frente longa (Longwall)
• Alargamentos abertos: lavra
frontal (breast stoping)
MÉTODOS DE LAVRA SUBTERRÂNEA
Para baixo mergulhoLongwall: material brando, regularidade de espessura Câmaras e pilares: encaixante
resistente, baixas profundidades
Lavra convencional (cíclica) ou contínua
4
MÉTODOS DE LAVRA SUBTERRÂNEA
Para baixo mergulhoLavra por frente longa - longwall
Definição
• lavra integral, com desmonte em uma
face contínua, abrangendo toda a
extensão da área a ser lavrada, em
avanço ou em recuo, com ou sem
abatimento.
Longwall
Aplicabilidade
- somente a corpos acamadados (sedimentares),
- pequena a média espessura, mas uniforme;
- pequeno mergulho ou planos, de grande altura;
- grande extensão horizontal,
- profundidade a partir de 300m até 1600m;
- encaixante deformável e homogênea,
Aplicabilidade
Pode ser utilizada para a lavra de:
- rocha dura, sem abatimento (ex.
minas de ouro da África do Sul)
- ou de carvão (80% das minas), com
a utilização dos conjuntos
mecanizados para lavra por longwall
(cortadeira, transportador de frente e
suporte auto-marchante).
Desenvolvimento
• sistema de galerias de transporte
(duplas ou triplas), próximas entre
si, com cerca de 100 a 200m de
comprimento,
para
material
e
pessoal, com subida face livre para
iniciar desmonte.
Maquinário concebido
exclusivamente para o método
9
MÉTODOS DE LAVRA SUBTERRÂNEA
Para baixo mergulho – Lavra por frente longaPlanta
entrada de ar carvão ventilação Área abatida 10MÉTODOS DE LAVRA SUBTERRÂNEA
Para baixo mergulho – Lavra por frente longaLavra
• arranjo longitudinal para corpos de
pequena espessura;
• arranjo transversal para espessura a partir
de 30m; exige rigoroso controle do
contato.
• descendente;
• subníveis normalmente de 8 a 15m;
• rocha superior (capa) deve seguir a extração do
minério;
Lavra
• Rocha dura (20%) - rafa de cerca de 1,5m de
profundidade (www.mineengineering.com);
perfuração, desmonte, equipamentos manuais
(pequeno espaço disponível).
• Para carvão, potássio etc, - mecanização quase
completa, cortadeira (plow ou shearer) ou
minerador contínuo, transportador de frente (de
corrente) ou scraper e suporte auto-marchante
no realce; manuseio com transportador de
correia e shuttle car (carro transportador) nas
galerias de transporte (head gates).
•
• Estudos para uso de minerador contínuo em
rocha dura.
Cortadeiras
• plow - de cabo sem fim, com correntes movidas
por motores montados em uma extremidade da
face, é empurrada através da face; usada para
camadas mais brandas e menos espessas, gera
menor quantidade de finos,mais utilizada na
Europa e nos EUA;
• shearer - um ou dois tambores que trabalham
sobre o transportador de frente,usadas
principalmente na Austrália; corte da face pode
ser bidirecional (para cima e para baixo) ou
Longwall
Lavra em avanço
- menor desenvolvimento prévio.
Lavra em recuo
• entradas simples usadas apenas por um painel,
• mais barata, • mais rápida,
• requer menos mão-de-obra.
Cortadeira
e suporte
auto-marchante
15
MÉTODOS DE LAVRA SUBTERRÂNEA
Para baixo mergulho – Lavra por frente longaLongwall
Vantagens e desvantagens
• grande produtividade (maior em subsolo), • grande recuperação na lavra;
• custo de manutenção elevado (tempo de transferência de equipamentos de um painel para outro),
Comentários
• Esse método tem provado ser mais eficiente
que câmaras e pilares, com recuperação de
cerca de 75%, mas o equipamento é mais caro
e não pode ser usado em certas circunstâncias
geológicas.
• Com o avanço da lavra, são instalados
parafusos de ancoragem para evitar o colapso,
apenas nas aberturas principais, praticando-se
o abatimento nos painéis, atrás dos suportes
(
www.uky.edu, 2008).
Variante: Shortwall
Lavra de blocos de menos de 100m de
largura (45 a 60m), 1,2m de espessura, 13
a 27m de largura, em recuo;
Apesar da grande expectativa, o método
não correspondeu;
É um método mais flexível, de produtividade
menor, com arraste de material por shuttle
Lavra por frente longa
(Longwall)
• 80%
desmonte com mineradores
contínuos (Corte – escavação);
• Carregamento:
– transportadores de correntes que
operam junto à face.
• Transporte:
– Correias transportadoras ou shuttle
cars dispostos nas travessas.
Equipamentos de Longwall
• Conjunto mecanizado teve seu apogeu nas décadas de 50 e 60 sec XX (Pereira, sd) .
• Cortadeira (cutter) - 50 a 90m/h, cabeças de corte fixas ou montadas sobre um braço oscilante;
• Transportador de frente (de corrente) – recebe
fragmentos desagregados e arrasta até estação de transferência para transportador de correia, material é transferido aos silos e estações de carregamento dos esquipes;
• Suporte hidráulico auto-marchante(powered support): pode suportar de 240 a 480tf, no deslocamento
mecânico, existe um cilindro horizontal que, num
movimento avança a calha do transportador de frente, noutro avança o suporte (Silveira, 1987); existe o
avanço por controle remoto (Dias, 2004) ou eletro-hidráulico; 89% dos suportes usados são do modelo
Equipamentos de longwall
• Shuttle car - carro transportador, veículo com sistema próprio de descarga, geralmente sobre pneus, movido a diesel ou eletricidade, usado para receber minério ou carvão do minerador contínuo ou do carregamento e
transferi-lo para um ponto de carregamento em subsolo, como um alimentador-fragmentador, um sistema de
trilhos ou de correia transportadora (
www.dodge-reliance.com).
• Acidentes recentes levaram a se projetar espaço na mina para rodarem de 4 a 6 equipamentos atrás de um minerador contínuo (www.msha.gov).
Equipamentos
• Flexible conveyor train (FCT) x shuttle car (ou
battery hauler)
Moden et al., 2009: com FCT o material pode ser
passado diretamente para a correia; FCT é
adaptado à traseira do minerador contínuo; silo
+ rompedor + correia + ponto de descarga;
0,38m/s
38 a 152m comprimento
Controle remoto
Longwall
Estudos de caso:
• Inversão de drenagem natural resultante
da subsidência associada à lavra de trona
pelo método de “longwall”, nos EUA;
• Subsidência também nas minas de
potássio na região D’Alsace, na França,
• Subsidência em minas de carvão na
Estudos de caso
1. Mina de fosfato Abu-Tartur, Egito
• Previsão da subsidência final e da importância da subsidência dinâmica
• Dados coletados em 1 ano, profundidade 150m - > modelo matemático
• Painel longwall, 500mx60m, altura 2,3m, avanço 0,63m/turno, pilar lateral 30m
• Verificadas taxas de 0,8m/ano (leituras semanais, mensais);
• Erro 1,8% (2º. Ano) -> 7,3% (14º.ano). (Imbaby, 1995)
2. Mina na Índia
Observações: dados descontínuos + característica
irregular de abatimento -> decisões ruins -> acidentes e perdas de produção
Fizeram analise em tempo real (Tadisetty et al., 2006)
Longwall
Exemplos de uso:
- lavra de carvão e de potássio para profundidades maiores do que 300m;
– uso em mineração de ouro em rocha dura (20%), com pilares artificiais;
– experimentalmente foi usado na lavra de carvão, Mina do Leão, CRM, no RS,
– Austar (Austrália), Appin Colliery (Austrália), Svea Nord (Noruega), Dartbrook (Alemanha), Gottelborn (Alemanha), Mimosa (México), Southern Coalfield (Austrália), Springvale (Austrália), Twentmile (EUA), - carvão,
– Alsace (França) – potássio, Gordonstone (Austrália), Western Deep (África Sul),
Minas do Leão – CRM (RS)
• Mina Leão I – 1963/2002 – poço de 125m,
abandonada pelo alto custo;
• Mina Leão II – arrendada pala Carbonífera
Criciúma (2002/2032), túneis inclinados,
silo subterrâneo, poço de ventilação
220m.
Longwall
Tabela I – Minas que utilizam o método Longwall
Fonte:Underground Coal Mining. Disponível em:
http://www.dep.state.pa.us/dep/deputate/minres/bmr/act
Referências Bibliográficas
Cummins e Given. SME Mining Engineering Handbook, pp. 9-17 a 9-18. 1973.
Brady e Brown, Rock Mechanics for Underground Mining, p. 369-381. 1985.
Enciclopédia Britannica, pp. 44-68; www.britannica.com/eb, 2006. Dias, Solanno Fabricius Cabral. Comunicação pessoal. 2004.
Engineering and Mining Journal, june 2008, pp. 118.
Germani, D. Lavra: comparação entre os métodos usados no Brasil e no exterior. Brasil Mineral, n. 220, pp. 74. 2002.
Hartman, H. L. Introductory Mining Engineering, John Wiley, p. 429-440. 1987.
Hartman, H. L. SME Mining Engineering Handbook, pp. 1780-1787. 1992. Hibbert, C. Let’s talk longwall. Mining Perspectives for both worlds, v. 9, n.
1, pp. 3-11. 2005.
Hustrulid, W. A. Underground Mining Methods Handbook, pp. 98. 1982. Maia, J. Notas de Aula – Mineração IV, UFOP, pp. 91/94. 1979.
P&H. Comunicação na Semana Integrada de Engenharia. UFOP. 2005. Silveira, T.; Amigo, J. E. S. Lavra por longwall. IBRAM. 16pp.
Silveira, T.; Girodo, A. C. Métodos e equipamentos de mineração com vistas à melhoria da produtividade. IBRAM, pp. 54-56. 1991.
Sydell, M. Thiess to pack a punch at Oaky Creek. Australian Mining, v. 88, n. 9, p. 6-20. 1996.
Referências Bibliográficas
Coal & Safety Journal, n. 29, 2006, disponível em <brain-jcoal.info.
Moden, Dixon-Hardy e Ediz. International Mining Congress, Turquia, pp. 111-116. 2009.
Villas Bôas, R. C.; Beinhoff, C. Indicators of sustainability for the mineral extraction industry, pp. 211. 2002.
Salvadoretti, P.; Kurcewicz, J. A.; Koppe, J. C.; Costa, J. F. C. L.; Pereira, S. P. Simulação de produção de conjuntos mecanizados em mina
subterrânea de carvão, Mina Esperança, Treviso/SC. Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea. 2004.
Pereira, Sandro Pinzon. Simulação de produção em mina subterrânea por conjuntos mecanizados.
www.crm.rs.gov.br;www.dodge-reliance.com; www.tonto.eia.doe.gov; 2006
www.uow.edu.au; www.teachmefinance.com,www.mineengineering.com;
www.cdc.gov; 2006.
Silveira, T. Técnicas de Sustentação em Minas Subterrâneas, UFOP. 1987. Dicionário Websters, www.websters-online-dictionary.org/sh, 2006.
www.uky.edu/KGS/coal/coal_mining.htm,01/06/2008
Tasetty et al., Rock Mechanics and Rock Engineering, v. 39, n. 4, 2006. Gauna et al., 27 th US Symposium on Rock Mechanics. 2008.