Ganhos sociais e a participação dos
sindicatos
Programa de Pós-graduação em Administração de Empresas
EAD 5835 - Gestão por competências Profa. Dr. Joel Dutra
Fernando Vidoi Rosana de Freitas 04/11/2016
Textos Básicos Analisados
Gestão por competências: a (não) inserção dos sindicatos em sua implantação nas organizaçõesAMORIM, Wilson FISCHER, André SARSUR, Amyra
Competências em relações de trabalho e sindicatos
Gestão por competências: a (não) inserção dos
sindicatos em sua implantação nas organizações
Pressuposto
Gestão por competências ainda se ressente de um aprofundamento sob o olhar do trabalhador enquanto classe.
a) em que medida tem havido uma real preocupação com os trabalhadores frente à implantação da chamada gestão por competências nas empresas? b) até que ponto essa forma de gestão tem se caracterizado como uma “nova” ferramenta para gerir pessoas, tendo em vista uma priorização da preocupação com o atendimento das exigências do mercado de trabalho em detrimento do reconhecimento da dimensão do trabalhador-cidadão?
c) sob a perspectiva sindical (como representação coletiva dos trabalhadores), em que nível acontece (ou não) sua intervenção?
PERSPECTIVAS
I. Estado: a dimensão da certificação de competências II. Organizacional: alicerçada nas competências individuais III. Sindical: competência como formação profissional e de classePROGRAMA INTEGRAR
•
CNM / CUT
•DIEESE
•
Rede Unitrabalho
•COPPE/UFRJ
•
Setores (
automotivo, autopeças, aeroespacial, bens de capital, complexo eletroeletrônico, metalurgia, naval, siderurgia e alumínio)
•
MTE (recursos do FAT)
Criar alternativas de políticas públicas de formação, qualificação e
requalificação para o trabalho, geração de emprego e renda e
combate ao desemprego e à exclusão social.
PROGRAMA INTEGRAR
•Governo caberia apoiar as ações de formação
profissional negociada, pressupondo-se que o Estado
deveria exercer o papel regulador no mercado de
trabalho, com vistas ao emprego;
•Empresa caberia contar com profissionais que
contribuíssem para a eficácia do sistema produtivo e
elevasse sua capacidade inovadora;
•Sindicatos caberia a capacitação de dirigentes sindicais
que projetassem percursos de formação profissional a
serem negociados com as empresas, propiciando aos
trabalhadores uma trajetória de crescimento técnico e
cidadania
PROGRAMA INTEGRAR
Desenvolvimento intelectual, a
percepção, a abstração,
elaboração, gestão e principalmente
as respostas e ações sobre a
realidade.
Competências em relações de trabalho e
sindicatos
As principais dimensões das competências na
esfera coletiva do trabalho e os conflitos inerentes
Principais Tópicos Abordados
•
Cenário das relações de trabalho e do sindicalismo;
•
Definição de competências em relações de trabalho e sindicais;
•Foco no ambiente econômico e empresarial;
•
Análise setorial e principais desafios;
•Avaliação da atuação sindical no setor;
•
Atuação gerencial no contexto das relações de trabalho ;
•Dimensão jurídica das relações de trabalho;
•
Negociação e simulação de cenários;
•
Definição do mapa estratégico das relações de trabalho;
•
Definição do plano estratégico, de projetos e planos de ação no
campo das relações de trabalho
Estudo de caso: a DaimlerChrysler
no Brasil
•
Contexto
•
A Visão da empresa
Número e percentual de sindicatos de trabalhadores
segundo classe da entidade - Brasil - 2014
CLASSE Nº % Empregados 4.663 47,9 Rural 2.825 24,6 Servidores Públicos 1.833 15,3 Profissionais Liberais 439 4,4 Categorias Diferenciadas 491 3,9 Trabalhadores Avulsos 208 2,0 Autônomos 251 1,9 Outras(1) 8 0,1 Total Geral 10.718 100,0
Fonte: MTPS. CNES Elaboração: DIEESE Nota: (1) Empregados e Avulsos, Empregados e Autônomos e Sem Informação
O SACC – Sistema de Acompanhamento de
Convenções Coletivas
É um sistema desenvolvido pelo DIEESE para
registro das informações contidas nos
documentos resultantes dos processos de
negociação coletiva de trabalho (acordos
coletivos, convenções coletivas e termos aditivos)
e nos documentos resultantes de acordos
judiciais ou julgamentos de dissídios coletivos
(sentenças normativas) no âmbito da Justiça do
Trabalho, das principais categorias profissionais
brasileiras.
O SACC acompanha 225 negociação, de 18 unidades da
federação, abrangendo cerca de 50 categorias profissionais
paradigmáticas, seja em termos econômicos ou geográficos.
Em média são registradas no SACC-DIEESE cerca 50.000
cláusulas por ano.
Assuntos (cláusulas) pesquisados:
Gestão por competência Avaliação de desempenho
Período abrangido – 2010 a 2016
Resultados
Gestão por competência:
6 instrumentos (todos da mesma categoria) - 2010 a 2016
Categoria: Purificação de Água – DF Cláusulas negociadas:
Manutenção da tabela de enquadramento salarial
Avaliação de Desempenho:
2 instrumentos
CASAN/Purificação de Água SC (2010) Metalúrgicos de BH/MG (2015)
Cláusulas negociadas:
Comunicação por parte da empresa do resultado da avaliação individual ao funcionário. Definição de critérios a serem utilizados na avaliação individual
Sistema de carreira Progressão salarial
Pontuação por metas - constituição de Comitê Paritário Treinamento
MEDIADOR
O Mediador é o sistema criado pelo Ministério do Trabalho para o
registro dos instrumentos coletivos firmados entre entidades
sindicais laborais e entidades sindicais patronais ou empresas, e
para o registro dos processos de mediação coletiva realizados
pelo Ministério.
Desde a sua implantação, em 2007, foram registrados no
Mediador mais de 315 mil instrumentos coletivos – quase 50 mil
ao ano, desde que seu uso passou a ser obrigatório, em 2009 – e
pouco mais de 10 mil solicitações de mediação coletiva.
Pesquisa no Mediador
– Avaliação de Desempenho –
Total de Instrumentos encontrados– 36 Empresas e /ou Categorias:
Agroindústria de Sorriso/MT Alimentação de Belo Horizonte/MG CET de São Paulo/SP
COGEL de Salvador/BA
Comércio de autopeças de Xanxerê/SC Comércio hoteleiro de Fortaleza/CE Comlurb do Rio de Janeiro/RJ
Companhia Melhoramentos da Capital de Florianópolis/SC Conselho Regional de Psicologia do Paraná
CPFL de São José do Rio Preto/SP CPFL Piratininga da Baixada Santista/SP CPFL Santa Cruz de São Paulo
Empresas e/ou Categorias:
Embratel de Alagoas Embratel do Acre Embratel do Amazonas Fiat Chrysler de Betim/MG
Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas/MG Fundiágua do Distrito Federal
LG de Taubaté/SP
Metalúrgicos de Araxá/MG
Empresas e/ou Categorias:
• Metalúrgicos de Sabará/MG • Metalúrgicos de Santa Luzia/MG • Plástico de Americana/SP • Rodoviário de Sete Lagoas/MG • Royal Canin de Descalvado/SP • Saneago de Goiás • Saúde de Pernambuco • Sebrae do Maranhão • Urbanitários de Goiás Clausulas Negociadas: • Avaliação de Desempenho
• Adicional por Nível de Conhecimento e Especialização • Regras de Avaliação e Enquadramento
• Critério de Avaliação do Desempenho • Avaliação Comportamental
• Estímulo ao Desempenho e do Trabalho em Setores Distantes • Aplicação do Programa de Avaliação de Desempenho Mensal • Mapa de Funções
• Movimentações de Pessoal por Desempenho • Mérito
• Mecanismos de Aferição do Desempenho • Condições para Avaliação de Desempenho • Avaliação de Desempenho Individual - ADI
• Adesão Facultativa e da Avaliação de Desempenho • Movimentações de Pessoal por Desempenho
Pontos para Reflexão
1. O valor do trabalho.
2. Os processos de inclusão e exclusão das pessoas do mercado de trabalho. 3. As condições de trabalho, sobretudo a possibilidade de intensificação. 4. O prestígio ou descrédito de profissões, títulos e diplomas.
5. A ocultação ou a revelação das relações de dominação.
6. Valores individualistas e aos interesses da competição insana do mercado. 7. Perda de sentido da remuneração indexada pelo posto de trabalho. 8. Remuneração Variável - tratamento diferenciado para os diferentes. 9. Maior controle das relações do trabalho.
10. Incertezas quanto a emprego e remuneração. 11. Desregulamentação/precarização do trabalho. 12. Dificuldade de desenvolver ações coletivas.
13. Acirramento da competição entre as pessoas, da intensificação do trabalho e das pressões por desempenhos e resultados.
14. As implicações sociais e educacionais deste modelo (especialmente seu caráter excludente, adaptativo e individualizante).
BIBLIOGRAFIA
MACHADO, Lucília Regina de Souza . Usos Sociais do Trabalho e da Noção de Competência. In: Helena Hirata e Liliana Segnini. (Org.). Organização, Trabalho e Gênero. São Paulo: Senac, 2007, v. , p. 277-312.